BR112015031586B1 - método para o condicionamento de uma biomassa de microalgas do gênero chlorella; método para a produção de uma biomassa de microalgas do gênero chlorella; e método para a preparação de uma farinha de microalgas do gênero chlorella - Google Patents

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Abstract

MÉTODO PARA O CONDICIONAMENTO DE UMA BIOMASSA DE MICROALGAS DO GÊNERO Chlorella; MÉTODO PARA A PRODUÇÃO DE UMA BIOMASSA DE MICROALGAS DO GÊNERO Chlorella; E MÉTODO PARA A PREPARAÇÃO DE UMA FARINHA DE MICROALGAS DO GÊNERO Chlorella A invenção refere-se a um método para o condicionamento de uma biomassa de microalgas do gênero Chlorella, de preferência Chlorella protothecoides, produzido por fermentação sob condições heterotróficas e na ausência de luz para a preparação de uma farinha tendo um perfil sensorial optimizado, sendo o método caracterizado por compreender as etapas de: recolha da biomassa diretamente no final da fermentação, e armazenamento da mesma durante menos de 8 horas antes do condicionamento; tratamento HTST da biomassa assim recuperada e armazenada durante entre 30 segundos e 1 minuto e 30, a uma temperatura inferior a 70 °C; e lavagem da biomassa com, no máximo, 3 volumes de água por volume de biomassa.

Description

[001] A presente invenção refere-se a um novo método para a produção de uma biomassa de microalgas do gênero Chlorella, que permite a preparação de uma farinha tendo um perfil sensorial otimizado. Por conseguinte, a presente invenção permite a incorporação desta farinha de microalgas em formulações de alimentos sem a geração de sabores indesejáveis.
Apresentação do estado da técnica
[002] Historicamente exigindo "apenas água e a luz solar" para crescer, as algas têm desde há muito tempo sido consideradas como uma fonte de alimento.
[003] Existem várias espécies de algas que podem ser utilizadas em alimentos, a maioria sendo "macroalgas", tais como as algas, a alface do mar (Uiva lactuca) e as algas vermelhas do tipo Porphyra (cultivadas no Japão) ou "dulse"{Palmaria palmata) .
[004] No entanto, para além destas macroalgas, também existem outras fontes de algas representadas pelas "microalgas", ou seja, algas fotossintéticas ou não fotossintéticas microscópicas de uma única célula, de organismos marinhos ou de origem não-marinha, cultivadas para as suas aplicações em biocombustíveis ou alimentos.
[005] Por exemplo, Spirulina (Arthrospira platensis) é cultivada em lagoas abertas (sob condições fototróficas) para o uso como um suplemento alimentar ou incorporadas em pequenas quantidades em produtos de confeitaria ou bebidas (geralmente menos do que 0,5% peso/peso).
[006] Outras microalgas ricas em lipídios, incluindo certas espécies de Chlorella, também são muito populares em países asiáticos como suplementos alimentares (menção é feita às microalgas produtoras de omega-3 produtoras do gênero Crypthecodinium ou Schizochytrium).
[007] A produção e a utilização de farinha de microalgas do tipo Chlorella são, por exemplo, descritas nos documentos WO 2010/120923 e WO 2010/045368.
[008] A fracção de óleo de farinha de microalgas, que pode ser constituída essencialmente por óleos monoinsaturados, pode proporcionar vantagens nutricionais e de saúde em comparação com os óleos saturados, hidrogenados e poli-insaturados frequentemente encontrados nos produtos alimentares convencionais.
[009] Quando é desejado produzir industrialmente pós de farinha de microalgas a partir da biomassa das referidas microalgas, permanecem dificuldades consideráveis, não só do ponto de vista tecnológico, mas também do ponto de vista do perfil sensorial das farinhas produzidas.
[010] Com efeito, enquanto que os pós de algas, por exemplo, produzidos com algas cultivadas fotossinteticamente em lagoas exteriores ou por fotobiorreactores estão disponíveis comercialmente, eles têm uma cor verde escura (associada com a clorofila) e um sabor forte e desagradável.
[011] Mesmo formulados em produtos alimentares ou como suplementos nutricionais, estes pós de algas sempre apresentam esta cor verde visualmente não atraente ao produto alimentar ou ao suplemento nutricional e têm um gosto a peixe que é desagradável ou o cheiro de algas marinhas.
[012] Além disso, sabe-se que certas espécies de algas azuis produzem naturalmente moléculas químicas odoríferas tais como geosmina (trans-1,10-dimetil-trans-9- decalol) ou MIB (2-metilisoborneol), gerando odores terrosos ou bolorentos.
[013] Quanto à chlorellae, o descritor comumente aceite neste campo é o gosto do "chá verde", um pouco semelhante a outros pós vegetais verdes como a cevada verde em pó ou trigo verde em pó, sendo o sabor atribuído ao seu alto teor de clorofila.
[014] Seu sabor é geralmente mascarado somente quando eles são misturados com legumes com um forte sabor ou com sucos de citrinos.
[015] Há, portanto, ainda uma necessidade não satisfeita de dispor de um método para a preparação de biomassa de microalgas do gênero Chlorella de qualidade organoléptica adequada permitindo a utilização de farinha preparada a partir das referidas microalgas em mais numerosos e diversificados produtos alimentares. Além disso, ainda no espírito de otimização industrial, um método que fornece por reprodução microalgas do gênero Chlorella de qualidade organoléptica reproduzível seria muito vantajoso.
Objeto da invenção
[016] A fim de conceber o método da invenção, a empresa requerente escolheu primeiro formar um painel sensorial para avaliar as propriedades sensoriais dos vários lotes de farinha de biomassa de Chlorella protothecoides. A descrição sensorial dos lotes de produção, em seguida, permite a identificação das principais etapas do método que permitirá a produção de farinha de biomassa de microalgas de qualidade organoléptica, de acordo com as expectativas, e capacidade de reprodução.
[017] Ao levar a cabo a sua produção de biomassa de microalgas por fermentação sob condições heterotróficas e na ausência de luz, tal como será exemplificado a seguir, a companhia requerente, por conseguinte, fez variar os vários parâmetros de fermentação e de tratamento de biomassa, a fim de gerar estes vários lotes. A empresa requerente, finalmente, conseguiu demonstrar uma correlação entre a nota dada sensorial dada pelo painel sensorial a cada lote produzido e algumas das condições para a realização do processo para a produção dos referidos lotes.
[018] Esta correlação permitiu então à empresa requerente selecionar os parâmetros para a realização do tratamento e da fermentação da biomassa que, por si só ou em combinação, garantem a produção de biomassa Chlorella tendo um perfil sensorial otimizado.
[019] A empresa requerente propôs então um método de produção para o condicionamento de uma biomassa de microalgas do gênero Chlorella, de preferência Chlorella protothecoid.es, para a preparação de uma farinha tendo um perfil sensorial otimizado.
[020] Por conseguinte, a presente invenção refere- se a um método para o condicionamento de uma biomassa de microalgas do gênero Chlorella, de preferência Chlorella protothecoides, produzida sob condições heterotróficas e na ausência de luz para a preparação de uma farinha tendo um perfil sensorial otimizado, o método de condicionamento sendo caracterizado por compreender os passos de: recolha da biomassa diretamente no final da fermentação, e armazenamento durante menos de 8 horas antes do condicionamento da mesma, elevada temperatura/pouco tempo (HTST) de tratamento térmico da biomassa assim recuperada e armazenada, de 30 segundos a 1 min 30, a uma temperatura abaixo de 70 °C, e lavagem da biomassa com, no máximo, 3 volumes de água por volume de biomassa.
[021] De preferência, o tempo de armazenamento para a biomassa, antes de ser condicionada e moída é inferior a 3 horas, preferivelmente inferior a 1 hora.
[022] De preferência, o tratamento térmico HTST é realizado durante 1 minuto a uma temperatura de entre 60 e 68 °C, de preferência de 65 °C ± 2 °C, em particular 65 °C.
[023] De preferência, a biomassa é lavada com um volume de água por volume de biomassa.
[024] Numa modalidade preferida, o tratamento HTST é levado a cabo antes da etapa de lavagem da biomassa.
[025] Numa modalidade preferida, a biomassa condicionada foi obtida por fermentação das microalgas do gênero Chlorella, de preferência Chlorella protothecoides, a um pH inicial entre 6,5 e 7, de preferência 6,8, e com uma regulação do pH da fermentação a um valor de entre 6,5 e 7, de preferência a um valor de 6,8.
[026] A presente invenção também se relaciona com um método para a produção de uma biomassa de microalgas do gênero Chlorella, de preferência Chlorella protothecoides, para a preparação de uma farinha tendo um perfil sensorial otimizado, que compreende: a produção de uma biomassa por fermentação de microalgas do gênero Chlorella, de preferência Chlorella protothecoides, sob condições heterotróficas e na ausência de luz, o pH inicial da fermentação e a regulação do pH durante a fermentação sendo fixados a urn valor compreendido entre 6,5 e 7, de preferência a um valor de 6,8; e o condicionamento da biomassa por meio de um método tal como o descrito no presente documento.
[027] Finalmente, a presente invenção também se relaciona com um método para a preparação de uma farinha de microalgas do gênero Chlorella, de preferência Chlorella protothecoides, tendo um perfil sensorial otimizado, que compreende: o condicionamento da biomassa por meio de um método tal como o descrito no presente documento, a moagem da biomassa condicionada; e a secagem da biomassa moída.
[028] Opcionalmente, o método também compreende, antes do condicionamento, a produção de uma biomassa por fermentação de microalgas do gênero Chlorella, de preferência Chlorella protothecoides, sob condições heterotróficas e na ausência de luz, o pH inicial da fermentação e a regulação do pH durante a fermentação, sendo fixado a um valor de entre 6,5 e 7, de preferência a um valor de 6,8.
Descrição Detalhada da Invenção
[029] Para os fins da presente invenção, uma farinha de microalgas tem um "perfil sensorial otimizado" quando a sua avaliação por um painel sensorial numa formulação de alimentos ou numa formulação de degustação (por exemplo, gelado ou receita de degustação, tal como aqui descrito) conclui que há uma ausência de notas que prejudicam a qualidade organoléptica das referidas formulações alimentares que contenham esta farinha de microalgas.
[030] Estas notas desagradáveis podem ser associadas com a presença de moléculas odoríferas e/ou aromáticas específicas indesejáveis que são caracterizadas por um limiar de percepção correspondente ao valor mínimo do estímulo sensorial necessário para provocar uma sensação.
[031] O "perfil sensorial otimizado" é então refletido por um painel sensorial, obtendo as melhores pontuações em uma escala de avaliação dos 4 critérios sensoriais (aparência, textura, sabores e aromas).
[032] Para os fins da presente invenção, o termo "farinha de microalgas" deve ser entendido na sua mais ampla interpretação e denotando, por exemplo, uma composição compreendendo uma pluralidade de partículas de biomassa de microalgas. A biomassa de microalgas é derivada a partir de células de microalgas, que podem ser inteiras ou partidas, ou uma mistura de células inteiras e partidas.
[033] Um certo número de documentos da técnica anterior, tal como o pedido de patente internacional WO 2010/120923, descrevem métodos para a produção e utilização em alimentos de biomassa de microalgas Chlorella.
[034] As microalgas de que se trata na presente invenção são microalgas do gênero Chlorella,mais particularmente, Chlorella protothecoides, ainda mais particularmente Chlorella privadas de pigmentos de clorofila, por qualquer método conhecido dos peritos na arte (ou porque a cultura é realizada no escuro, sob certas condições de operação bem conhecidas dos peritos na arte, ou porque a estirpe foi mutada de modo a já não produzirem estes pigmentos).
[035] o método de fermentação descrito neste pedido de patente WO 2010/120923 permite assim a produção de um certo número de farinhas de microalgas de qualidade sensorial variável, se as condições de fermentação e tratamento da biomassa produzida são variadas.
[036] A empresa requerente, portanto, escolheu fazer variar e analisar o impacto dos seguintes parâmetros: pH inicial do meio de fermentação, pH durante a fermentação, acidificação durante a colheita do mosto de fermentação, tratamento térmico da biomassa (tratamento referido como HTST), lavagem da biomassa, moagem da biomassa, ajustamento do pH, pasteurização, secagem, e armazenamento da farinha assim obtida.
[037] Como foi exemplificado a seguir, as etapas chave do processo para o condicionamento de biomassa, de modo a otimizar o perfil sensorial das farinhas de microalgas são as seguintes: recolha da biomassa diretamente no final da fermentação, e armazenamento durante menos de 8 horas antes do seu condicionamento que antecede a sua moagem, tratamento HTST da biomassa assim recuperada e armazenada, levado a cabo durante entre 30 segundos e 1 min 30, a uma temperatura abaixo de 70 °C, lavagem da biomassa tratada com HTST com, no máximo, 3 volumes de água por volume de biomassa.
[038] Assim, a biomassa é recolhida tão rapidamente quanto possível, de modo a submeter-se a etapas de tratamento térmico e/ou lavagem posteriores. Determinou-se que o armazenamento deve ser o mais curto possível. De preferência, o armazenamento dura menos de 8, 7, 6, 5, 4, 3, 2 ou 1 hora(s) . De preferência, o tempo de armazenamento para a biomassa, antes de ser condicionada e moída é inferior a 3 horas, preferivelmente inferior a 1 hora. Idealmente, a etapa de armazenamento está ausente e a biomassa recolhida é diretamente sujeita a etapas de tratamento térmico e/ou de lavagem posteriores.
[039] Determinou-se também que o tratamento térmico HTST também teve um impacto sobre o perfil sensorial e, por conseguinte, na qualidade organoléptica da farinha de microalgas. Assim, a temperatura é de preferência inferior ou igual a 70 °C e acima de 50 °C. Pode situar-se entre 55 e 70 °C, de preferência entre 60 e 68 °C, de preferência 65 °C. 0 tempo de tratamento é de preferência de 1 minuto.
[040] Mostrou-se também que a lavagem pode ser otimizada ao mesmo tempo que se melhora o perfil sensorial e, por conseguinte, a qualidade organoléptica da farinha de microalgas. Assim, de um modo preferido, a biomassa é lavada com 3, 2,5, 2, 1,5 ou 1 volume (s) de água para um volume de biomassa. Numa modalidade, um volume de água será utilizado para um volume de biomassa.
[041] Finalmente, mostrou-se que a ordem dos passos de condicionamento teve um impacto sobre o perfil sensorial e, por conseguinte, na qualidade organoléptica da farinha de microalgas. Em particular, é preferível realizar o tratamento térmico HTST antes da etapa de lavagem da biomassa.
[042] A biomassa de microalgas condicionada é uma biomassa preparada por fermentação, em condições heterotróficas e na ausência de luz, de uma microalga do gênero Chlorella, de preferência Chlorella protothecoides.
[043] Opcionalmente, as microalgas usadas podem ser escolhidas, de forma não exaustiva, de entre Chlorella protothecoides, Chlorella kessleri, Chlorella minutíssima, Chlorella sp., Chlorella sorokiniama, Chlorella luteoviridis, Chlorella vulgaris, Chlorella reisiglii, Chlorella ellipsoidea, Chlorella saccarophila, Parachlorella kessleri, Parachlorella beijerinkii, Prototheca stagnora e Prototheca moriformis.
[044] Preferencialmente, as microalgas utilizadas de acordo com a invenção pertencem à espécie Chlorella protothecoides. De acordo com este modo preferido, as algas destinadas à produção da farinha de microalgas têm o estatuto de GRAS. 0 conceito GRAS (Geralmente Reconhecido Como Seguro), criado em 1958 pela Food and Drug Administration (FDA) , permite a regulação de substâncias ou extratos adicionados aos alimentos e que são considerados inofensivos por um painel de especialistas.
[045] As condições de fermentação são bem conhecidas dos peritos na arte. As condições de cultura apropriadas a serem utilizadas são, em particular, descritas no artigo de Ikuro Shihira-Ishikawa e Eiji Hase, "Nutritional Control of Cell Pigmentation in Chlorella protothecoides with special reference to the degeneration of chloroplast induced by glicose", Plant and Cell Physiology, 5, 1964
[046] Este artigo descreve, em particular, que todos os graus de cor podem ser produzidos pela Chlorella protothecoides (incolor, amarelo, verde amarelado e verde) fazendo variar as proporções e fontes de nitrogênio e de carbono. Em particular, células "desbotadas" e "incolores" são obtidas utilizando meios de cultura que são ricos em glicose e pobres em nitrogênio.
[047] A distinção entre as células incolores e células amarelas é feita neste artigo. Além disso, as células desbotadas cultivadas em excesso de glicose e nitrogênio limitado têm uma elevada taxa de crescimento. Além disso, estas células contêm quantidades elevadas de lípidos.
[048] Outros artigos, tais como o de Han Xu, Xiaoling Miao, Qingyu Wu, "High quality biodiesel production from a microalga Chlorella protothecoides by heterotrophic growth in fermenters", Journal of Biotechnology, 126, (2006), 499-507, descrevem que condições de cultura heterotróficas, isto é, na ausência de luz, tornam possível a obtenção de uma biomassa aumentada com um elevado teor de lípidos nas células de microalgas.
[049] Os meios de cultura sólidos e líquidos estão genericamente disponíveis na literatura e as recomendações para a preparação de um meio particular, que seja adequado para uma grande variedade de estirpes de microrganismos, podem ser encontradas, por exemplo, online em www.utex.org/, um site mantido pela Universidade do Texas, em Austin, para a sua coleção de cultura de algas (UTEX).
[050] À luz dos seus conhecimentos gerais e da técnica anterior acima mencionada, os peritos na arte responsáveis pela cultura das células de microalgas serão totalmente capazes de ajustar as condições de cultura, a fim de obter uma biomassa adequada, de preferência rica em lípidos.
[051] Em particular, o protocolo de fermentação pode ser definido com base no que foi descrito de uma forma completamente geral no pedido de patente WO 2010/120923.
[052] De acordo com a presente invenção, as microalgas são cultivadas em meio líquido, a fim de produzir a biomassa como tal.
[053] A produção de biomassa é realizada em fermentadores (ou biorreactores). Os exemplos específicos de biorreactores, as condições de cultura e o crescimento heterotrófico e métodos de propagação podem ser combinados de qualquer maneira apropriada, a fim de melhorar a eficiência do crescimento microbiano e os lípidos e/ou a produção de proteína.
[054] Numa modalidade particular, a fermentação é realizada em modo descontínuo com alimentação, com um caudal ajustado de glicose de modo a manter uma concentração de glicose residual de entre 3 e 10 g/1.
[055] Durante a fase de alimentação de glicose, o teor de nitrogênio no meio de cultura é de preferência limitado de modo a permitir a acumulação de lípidos numa quantidade de 30%, 40%, 50% ou 60%. A temperatura de fermentação é mantida a uma temperatura adequada, de preferência entre 25 e 35 °C, em particular 28 °C. 0 oxigênio dissolvido é de preferência mantido a um mínimo de 30% através do controle da aeração, da contrapressão e da agitação do fermentador.
[056] Numa modalidade preferida, foi demonstrado que o pH durante a fermentação teve um impacto sobre a qualidade organoléptica do produto final. Assim, o pH inicial da fermentação é fixo entre 6,5 e 7, de preferência a um valor de 6,8, e é então regulado durante a fermentação, com um valor de entre 6,5 e 7, de preferência a um valor de 6,8. 0 tempo de fermentação de produção é de 3 a 6 dias, por exemplo, de 4 a 5 dias.
[057] De preferência, a biomassa obtida tem uma concentração compreendida entre 130 g/1 e 250 g/1, com um teor de lípidos de cerca de 50% em peso seco, um teor de fibra de entre 10% e 50% em peso seco, um teor de proteínas de 2% a 15% por peso seco, e um teor de açúcar inferior a 10% em peso.
[058] Em seguida, a biomassa obtida no final da fermentação é colhida a partir do meio de fermentação para ser submetida ao método de condicionamento, tal como descrito acima.
[059] Após o condicionamento, a biomassa é convertida em farinha de microalgas. Os principais passos para preparar a farinha de microalgas incluem, nomeadamente, a moagem, a homogeneização e a secagem.
[060] A farinha de microalgas pode ser preparada a partir da biomassa de microalgas concentrada que foi mecanicamente lisada e homogeneizada tendo, em seguida, o homogeneizado sido seco por pulverização ou seco por expansão.
[061] As células de biomassa utilizadas para a produção de farinha de microalgas são de preferência lisadas, a fim de libertar o seu óleo, ou os seus lípidos. As paredes das células e os componentes intracelulares são moídos ou reduzidos, por exemplo, utilizando um homogeneizador, em partículas de células não aglomeradas ou detritos. De preferência, as partículas resultantes possuem um tamanho médio de menos de 500 pm, 100 pm ou mesmo de 10 pm ou menos.
[062] As células lisadas também podem ser secas. Por exemplo, um disruptor de pressão pode ser usado para bombear uma suspensão contendo as células através de um orifício limitado, de modo a lizar as células. Uma alta pressão (até 1500 bar) é aplicada, seguida de uma expansão instantânea através de um bocal. As células podem ser quebradas por três mecanismos diferentes: em curso para dentro da válvula, cisalhamento elevado do líquido no orifício, e uma queda súbita da pressão na saída, fazendo com que a célula vá explodir. Um homogeneizador Niro (GEA Niro Soavi) (ou qualquer outro homogeneizador de alta pressão) pode ser utilizado para quebrar as células. Este tratamento da biomassa de algas sob alta pressão (cerca de 1500 bar) lisa geralmente mais do que 90% das células e reduz o tamanho das partículas a menos de 5 p. De preferência, a pressão aplicada é de 900 bar a 1200 bar, em particular 1100 bar.
[063] Além disso, e a fim de aumentar a porcentagem de células lisadas, a biomassa de microalgas pode ser submetida a um tratamento duplo de alta pressão, ou mesmo mais (tratamento triplo, etc.). De um modo preferido, uma homogeneização dupla é utilizada, a fim de aumentar a porcentagem de células lisadas para mais de 50%, mais de 75% ou mais de 90%. A porcentagem de células lisadas de cerca de 95% foi observada por meio deste tratamento duplo.
[064] A lise das células de microalgas é opcional mas preferida quando uma farinha rica em lípidos (em particular, maior do que 10%) é desejada. Assim, a farinha de microalgas pode opcionalmente estar na forma de células não lisadas.
[065] De um modo preferido, pelo menos, uma lise parcial é desejada, ou seja, a farinha de microalgas está na forma de células parcialmente lisadas e contém de 25% a 75% de células lisadas. De preferência, é desejada uma lise máxima, ou mesmo total, ou seja a farinha de microalgas está na forma de células fortemente ou mesmo totalmente lisadas e contém 85% ou mais das células lisadas, de preferência 90% ou mais. Assim, a farinha de microalgas é capaz de estar em uma forma não moída até uma forma extremamente moída com graus de moagem superiores a 95%. Os exemplos específicos referem-se a farinhas de microalgas tendo graus de moagem de 50%, 85% ou 95% de lise das células, de preferência 85% ou 95%.
[066] Alternativamente, um moinho de esferas pode ser utilizado. Neste tipo de moinho, as células são agitadas em suspensão com pequenas partículas abrasivas. A ruptura das células é provocada pelas forças de cisalhamento, a moagem entre os grânulos, e as colisões com os grânulos. Na verdade, estes grânulos quebram as células de modo a libertar o conteúdo de células das mesmas. A descrição de um moinho de bolas adequado é, por exemplo, indicada na patente US 5 330 913.
[067] Uma suspensão de partículas, opcionalmente, de tamanho menor do que as células de origem, é assim obtida sob a forma de uma emulsão "óleo-em-água".
[068] Esta emulsão pode então ser seca por pulverização e a água é eliminada, deixando um pó seco contendo os restos celulares e os lípidos. Após a secagem, o conteúdo de água ou o conteúdo de umidade do pó é geralmente menos do que 10%, preferencialmente menos do que 5% e mais preferencialmente menos do que 3% em peso.
[069] De um modo preferido, a farinha de microalgas é preparada sob a forma de grânulos. Os grânulos de farinha de microalgas são susceptíveis de ser obtidos por meio de um processo de secagem por pulverização em particular, que usa bocais de pulverização de alta pressão em uma torre de fluxo paralela que dirige as partículas para uma correia móvel localizada na parte inferior da torre. 0 material é então transportado como uma camada porosa, através das zonas de pós- secagem e de arrefecimento, que lhe conferem uma estrutura estaladiça, como a de um bolo, que se desfaz na extremidade da correia. 0 material é então processado para obter o tamanho de partícula desejado. A fim de se levar a cabo a granulação da farinha de algas, de acordo com este princípio de secagem por pulverização, um secador por pulverização Filtermat™ vendido pela empresa GEA Niro ou um sistema de secagem Tetra Magna Prolac Dryer™ vendido pela empresa Tetra Pak pode ser utilizado por exemplo.
[070] Numa modalidade preferida, a seguir ao método de condicionamento, o método para a preparação dos grânulos de farinha de microalgas, pode compreender as etapas que se seguem: 1) preparação de uma emulsão de farinha de microalgas, com um teor de sólidos de entre 15% e 40% em peso seco, 2) introdução desta emulsão em um homogeneizador de alta pressão. Esta homogeneização de alta pressão da emulsão pode ser realizada em um dispositivo de duas fases, por exemplo num homogeneizador de Gaulin vendido pela empresa APV, com uma pressão de 100 a 250 bar na primeira etapa, e 10 a 60 bar na segunda etapa. 3) pulverização num secador por pulverização vertical, equipado com uma correia em movimento na sua base, e com um bocal de alta pressão na sua parte superior, enquanto que ao mesmo tempo regula: a) a pressão aplicada ao nível dos bocais de pulverização a valores superiores a 100 bar, de preferência entre 100 e 200 bar, e mais preferencialmente entre 160 e 170 bar, b) a temperatura de entrada entre 150 °C e 250 °C, de preferência entre 180 °C e 200 °C, e c) a temperatura de saída nesta zona de secagem por pulverização entre 60 °C e 120 °C, de preferência entre 60 °C e 110 °C e mais preferencialmente entre 60 °C e 80 °C, 4) regulação das temperaturas de entrada da zona de secagem sobre a correia em movimento entre 40 °C e 90 °C, de preferência entre 60 °C e 90 °C, e a temperatura de saída entre 40 °C e 80 °C, e regulando as temperaturas de entrada da zona de arrefecimento a uma temperatura entre 10 °C e 40 °C, de preferência entre 10 °C e 25 °C, e a temperatura de saída compreendida entre 20 °C e 80 °C, de preferência entre 20 °C e 60 °C, 5) recolha dos grânulos de farinha de microalgas assim obtidos.
[071] De acordo com a invenção, a biomassa extraída a partir do meio de fermentação por quaisquer meios conhecidos dos especialistas na técnica é então: concentrada (por exemplo por centrifugação), opcionalmente preservada pela adição de conservantes padrão (benzoato de sódio e sorbato de potássio por exemplo), celularmente moída.
[072] A invenção será mais claramente compreendida a partir dos exemplos que se seguem, que se destinam a ser ilustrativos e não limitativos. EXEMPLOS Exemplo 1. Preparação dos vários lotes de farinha de biomassa de Chlorella protothecoides A. Descrição do protocolo padrão: da produção de biomassa até ã produção de farinha
1. Fermentação
[073] O protocolo de fermentação é adaptado a partir do descrito na totalidade de um modo geral no pedido de patente WO 2010/120923 .
[074] O fermentador de produção é inoculado com uma pré-cultura de Chlorella protothecoides. 0 volume após a inoculação atinge 9000 1.
[075] A fonte de carbono utilizada é um xarope de glicose de 55% peso/peso esterilizado a 130 °C durante 3 minutos.
[076] A fermentação é efetuada em modo descontínuo com uma taxa de alimentação de glicose ajustada de modo a manter uma concentração de glicose residual de entre 3 e 10 g/1.
[077] O tempo de fermentação de produção é de 4 a 5 dias.
[078] No final da fermentação, a concentração de células alcança 185 g/1.
[079] Durante a fase de alimentação de glicose, o teor de nitrogênio no meio de cultura é limitado de modo a permitir a acumulação de lípidos numa quantidade de 50%.
[080] A temperatura de fermentação é mantida a 28 °C.
[081] O pH da fermentação antes da inoculação é ajustado a 6,8 e é então regulado sobre este mesmo valor durante a fermentação.
[082] O oxigênio dissolvido é mantido a um mínimo de 30% através do controle da aeração, da contrapressão e da agitação do fermentador.
2. Condicionamento da biomassa
[083] O mosto de fermentação é tratado termicamente numa área de alta temperatura/tempo curto ("HTST") durante 1 min a 75 °C e arrefecido a 6 °C, tratado termicamente.
[084] A biomassa é então lavada com água potável descarbonifiçada com uma razão de diluição de 6 volumes de água para 1 volume de biomassa, e concentrada por centrifugação usando uma Alfa Lavai Feux 510.
[085] A biomassa é então acidificada até um pH 4 com ácido fosfórico a 75% e, em seguida, são adicionados conservantes (500 ppm de benzoato de sódio/1000 ppm de sorbato de potássio).
3. Moagem de biomassa
[086] A biomassa é então moída com um moinho de bolas Netzsch LME500 usando esferas de silicato de zircônio de 0,5 mm de diâmetro.
[087] O grau de moagem alvo é de 85% a 95%.
[088] O produto é mantido frio ao longo deste processo durante as fases de armazenamento e de um arrefecimento em linha com permutadores dedicados.
[089] Os antioxidantes são adicionados (150 ppm/seco de ácido ascórbico e 500 ppm/seco de uma mistura de tocoferóis) como prevenção da degradação por oxidação.
[090] O meio é ajustado a pH 7 com hidróxido de potássio.
4. A secagem da farinha
[091] O produto é, em seguida, pasteurizado a 77 °C durante 3 minutos, em linha com a operação de secagem.
[092] Este último é realizado num Filtermat FMD125 com um ciclone. A pressão do bocal é de 160-170 bar B. Definição do painel sensorial e dos descritores que permitem a avaliação da qualidade organoléptica das farinhas de microalgas obtidas a partir da biomassa
[093] Um conjunto de 14 indivíduos foi, assim, reunido para avaliar os diversos lotes de biomassa produzida, utilizando os seguintes descritores:
Figure img0001
[094] A sociedade requerente constatou então que a matriz de degustação é vantajosamente construída a partir da seguinte fórmula: 7% de farinha de microalgas 1% de açúcar granulado 0.25% de aroma de baunilha doméstico 91.75% de leite desnatado.
[095] A mistura é homogeneizada com um misturador de imersão até se obter uma mistura homogênea (aproximadamente 20 segundos) e é então aquecida a 75 °C durante 5 minutos num banho de água.
[096] Em cada sessão de degustação, 4 a 5 produtos são avaliados no que diz respeito a cada descritor em comparação com um lote de referência de farinha de microalgas 1.
[097] Todos os produtos são avaliados um após o outro, em escalas que vão de 1 a 9, da seguinte forma: Valor de 1: o descritor avaliado não está presente no produto. Valor de 5: o descritor avaliado está presente no produto exatamente do mesmo modo que no produto de referência 1. Valor de 9: O descritor avaliado está muito presente no produto.
[098] Lote de referência 1 é uma farinha de microalgas que está em conformidade, no sentido que ela tem o perfil sensorial "satisfatório" de todos esses descritores.
[099] De um modo preferido, o lote de referência 1 não é para ser considerado como farinha de microalgas tendo o perfil sensorial otimizado: é uma farinha de microalgas percebida pelo painel sensorial como "satisfatória", em particular tendo uma nota de 5 em todos os descritores testados.
[0100] Os outros lotes de farinha de microalgas irão consequentemente ser classificados pelo painel sensorial em qualquer um os lados deste lote de referência 1.
[0101] De preferência, um lote de referência 2 considerado "muito inaceitável", uma vez que não preenche os descritores relacionados com as notas aromáticas, em particular, de Sabores e Aromas, também está incluído. Este lote está, portanto, tão distante quanto possível do lote de referência 1.
[0102] Análises de variância (ANOVAs) são realizadas a fim de avaliar a capacidade de discriminação dos descritores (descritores em que o valor p associado com o teste de Fisher - Tipo- 3 ANOVA - é inferior a 0,20 para o efeito Farinha no descritor modelo ~ Farinha + avaliador).
[0103] O efeito da farinha é interpretado como a capacidade de discriminação dos descritores: se não há nenhum efeito (Probabilidade Crítica > 0,20), as farinhas não foram discriminadas de acordo com este critério. Quanto menor for esta probabilidade crítica, mais discriminador o descritor é.
[0104] Uma Análise em Componente Principal (PCA) é então levada a cabo, a fim de obter o mapeamento sensorial das farinhas, e uma representação simultânea de todas as farinhas em relação a todos os descritores.
Software de processamento de dados
[0105] As análises foram realizadas utilizando o software R (vendido livremente): R version 2.14.1 (2011-12-22) Copyright (C) 2011 The R Foundation for Statistical Computing ISBN 3-900051-07-0 Platform: Í386-pc-mingw32/i386 (32-bit)
[0106] O software é um ambiente de trabalho que requer o carregamento dos módulos que contêm as funções de cálculo.
[0107] Os módulos usados neste estudo são os seguintes Para a PCA: Pacote FactoMineRversion 1.19 Para o ANOVA: Pacote car version 2.0-12 C. Impacto do pH de fermentação
[0108] As condições de fermentação de pH são convencionalmente definidas no protocolo padrão a partir da premissa de que o pH de fermentação deve ser fixado a um valor de 6,8 (o pH do crescimento óptimo conhecido dos peritos na arte para microalgas do gênero Chlorella protothecoides), mas sem o impacto deste valor de pH sobre as propriedades organolépticas das farinhas de microalgas a serem estudadas ou estabelecidas.
[0109] Duas séries de lotes de farinha são, por conseguinte, produzidas a partir de biomassa, preparada em duas condições de pH neutro (6,8) e ácido (5.2). Este valor de 5,2 foi escolhido de modo a ter em conta as limitações bacteriológicas (um pH ácido, sendo relativamente desfavorável ao crescimento de bactérias contaminantes).
[0110] A Tabela I abaixo apresenta as referências dos lotes produzidos a estes dois valores de pH
Figure img0002
Figure img0003
[0111] Cada um destes lotes é então avaliado pelo painel sensorial de acordo com os descritores apresentados acima.
[0112] Os 8 lotes diferentes (lote 21, Lote 23, Lote 24, Lote 31, Lote 53, Lote 61, lote 111 e lote 131) foram analisados de acordo com o método descrito acima.
[0113] Dois exemplos a respeito dos descritores "produtos de manteiga/lácteos" e "sabor vegetal" são aqui apresentados.
Figure img0004
[0114] Parece que as probabilidades críticas associadas com o efeito de Farinha para os 2 descritores estudados são menos de 0,2: os 2 descritores são, por conseguinte, discriminantes. A probabilidade crítica é menor no que diz respeito ao descritor "sabor vegetal" do que em relação ao descritor "manteiga/produtos lácteos", o que significa que uma maior diferença se observa entre as Farinhas que diz respeito ao primeiro critério do que no que diz respeito ao segundo.
[0115] A Tabela II abaixo resume as probabilidades críticas obtidas para os efeitos de Farinha e avalia os efeitos de todos os descritores.
Figure img0005
[0116] Todos os descritores são discriminantes; todos eles são mantidos para o estabelecimento de PCA.
[0117] Como o aromático é um critério essencial das farinhas, a PCA foi realizada nos descritores relacionados somente com os sabores (cogumelo, cereais, sabor vegetal, produtos lácteos, rançoso). A representação gráfica desta PCA está nas figuras 1 e 2.
[0118] Uma vez que o primeiro eixo da PCA resume mais de 7 5% da informação, são as coordenadas dos produtos sobre este eixo que usamos como "variável/classificação". Portanto esta classificação dá claramente conta das distâncias sensoriais entre os produtos.
[0119] Este método faz com que seja possível estabelecer uma classificação da qualidade organoléptica de várias farinhas de microalgas, que podem ser representadas como se segue: lote 111> lote 31> lote 21> lote 23> lote de referência 1> lote 131> lote 24> lote 53> lote 61> lote ref 2, com uma separação clara entre, por um lado, os lotes 111, 31, 21, 23 e 131 e, por outro lado, os lotes 24, 53 e 61.
[0120] De um ponto de vista global, o painel considerou os lotes 111, 31, 21, 23 e 131 como sendo aceitáveis e os lotes 24, 53 e 61 como sendo inaceitáveis.
[0121] Estes resultados ilustram claramente o impacto do pH da fermentação na presença de um sabor inaceitável para a aceitabilidade do produto.
[0122] Em um pH 5.2, o perfil sensorial tem sistematicamente um sabor vegetal, enquanto que com um pH 6,8, o perfil sensorial é mais neutro em geral, sem um sabor vegetal significativo.
[0123] Na primeira leitura, parece, portanto, que o controle do pH da fermentação, com um valor de 6,8 é um critério essencial para a preparação de uma farinha de microalgas tendo um perfil sensorial adequado, ou mesmo otimizado (lote 111).
[0124] No entanto, dada a variabilidade organoléptica dos lotes produzidos, a pH 6,8, deve-se notar que o pH não é o único parâmetro responsável pelos efeitos observados. D. Medição do impacto das etapas de condicionamento da biomassa antes da sua moagem sobre a qualidade organoléptica da farinha produzida
[0125] A influência das duas principais etapas de condicionamento (= pré-moagem) a biomassa antes da sua moagem, o tratamento térmico HTST e a lavagem, também é estudada.
[0126] A partir da mesma biomassa produzida a pH 6,8 de acordo com a etapa 1 do método padrão descrito acima, as etapas de condicionamento da biomassa foram realizadas de acordo com 4 diferentes combinações (figura 3).
[0127] As referidas etapas permitiram a produção de 4 lotes: N° 1 a 4: Combinação No.l é o controle sem tratamento HTST nem lavagem. Combinação No.2: somente lavagem Combinação No.3: somente HTST Combinação No.4: HTST antes de lavagem
[0128] 4 lotes de farinha são produzidos de acordo com estas 4 combinações. 0 restante das etapas são comuns a cada uma das séries e tornam possível condicionar a amostra para a análise sensorial. A Tabela III abaixo apresenta a lista de descritores que são discriminantes com este conjunto de produtos (p-valor inferior a 0,2 no que diz respeito ao efeito de Farinha):
Figure img0006
Figure img0007
[0129] Uma Análise em Componentes Principais é realizada de forma a representar as diferenças entre as várias farinhas produzidas (em comparação com uma farinha selecionada como Referência 1, ou seja, como foi explicado acima, a farinha de microalgas percebida pelo painel sensorial como "satisfatória", em particular tendo uma nota de 5 em todos os descritores testados).
[0130] Os resultados são apresentados nas figuras 4 e 5.
[0131] Observa-se que: a farinha de referência 1 é menos doce do que os 4 lotes produzidos, mais colorida, mais revestimento; as farinhas 1 e 3 são ambas as mais doces; a lavagem é, portanto, um passo importante para assegurar a neutralidade do produto; a farinhas 1 e 2 têm um sabor, o que demonstra a vantagem do tratamento HTST. Em relação a estas 2 farinhas, o painel observa um aromático diferente, nunca antes encontrado, descrito como se segue: acidez do iogurte, "de ervas", amargura, quimico, picante, esta sendo mais intensa/caracteristica na farinha 1 do que na farinha 2.
[0132] Quando uma etapa de lavagem é adicionada depois da operação de tratamento térmico HTST, a neutralidade sensorial da amostra é melhorada, com uma redução da nota doce.
[0133] A combinação que integra as etapas de HTST e, em seguida, de lavagem da biomassa antes da moagem, torna assim possível melhorar as propriedades organolépticas do produto final através da eliminação de uma nota característica da biomassa "em bruto", ao aumentar a sua neutralidade e reduzir a nota doce.
[0134] Combinações adicionais foram testadas a fim de refinar a caracterização do impacto sensorial do método de "pré-moagem". Figura 6
[0135] Aqui, as operações HTST e de lavagem são invertidas: Combinação 4: HTST e em seguida lavagem (mesma combinação que acima) Combinação 5: HTST após a lavagem.
[0136] Tabela IV a seguir apresenta uma lista de descritores que são discriminatórios com este conjunto de produtos (p-valor inferior a 0,2 no que diz respeito ao efeito Farinha):
Figure img0008
[0137] Uma Análise em Componentes Principais é realizada de forma a representar as diferenças entre as duas farinhas diferentes produzidas (ainda em relação ao controle: lote de referência 1) .
[0138] Os resultados são apresentados nas figuras 7 e 8.
[0139] Quando os dois passos são invertidos, a farinha de microalgas correspondente à lavagem antes de HTST (Combinação 5) tem um grupo aromático que é mais forte em termos de cogumelo/cereais e doce.
[0140] Além disso, os membros do painel comentaram que o produto era "picante".
[0141] A Combinação 4 é, neste caso, a preferida pelo seu perfil sensorial mais neutro, mais favorável em aplicações alimentares. E. Impacto do próprio tratamento térmico sobre a qualidade da biomassa
[0142] A operação de tratamento térmico faz com que haja uma desativação de células que tem um efeito sobre as propriedades da biomassa.
[0143] A porcentagem de desativação de células (expressa como % de células viáveis residuais após 1 minuto de tratamento térmico), como uma função das condições de tratamento térmico é apresentada na figura 9.
[0144] Para um tratamento térmico com a duração de 1 minuto, uma porcentagem de desativação superior a 90% é obtida a partir dos 50 °C.
[0145] A desativação das células é acompanhada por um fenômeno de libertação de materiais solúveis intracelulares para o meio extracelular. Este fenômeno está provavelmente ligado a uma permeabilização parietal.
[0146] Uma diminuição na pureza de células, ligada a um aumento no teor de sólidos do meio extracelular, é geralmente observada após o tratamento térmico da biomassa (figura 10). Os materiais solúveis libertados consistem principalmente de sacarose e, em menor extensão, de sais e proteínas.
[0147] Foi produzido um projeto experimental em que as condições de tratamento térmico são variadas.
[0148] A tabela abaixo apresenta os lotes produzidos enquanto se varia as condições de tratamento térmico (HTST) .
Figure img0009
[0149] A Tabela V abaixo apresenta a lista de descritores que são discriminantes com este conjunto de lotes (p-valor inferior a 0,2 no que diz respeito ao efeito produzido):
Figure img0010
Figure img0011
[0150] A PCA é levada a cabo a fim de representar as diferenças entre os vários lotes (figuras 11 e 12).
[0151] Poucos descritores são discriminatórios em relação a este espaço produzido uma vez que foram percebidas notas soltas em relação a descritores que não os da avaliação.
[0152] Com efeito, os lotes 42 e 45, além de terem uma cor mais escura, são particularmente amargos, picantes e fermentados, deixando uma sensação metálica na boca.
[0153] Estes 2 lotes são os menos tratados termicamente (42 não receberam qualquer tratamento HTST e 45: 1 min a 50 °C).
[0154] O lote 46, por sua vez, tem um sabor vegetal; o tratamento térmico durante 3 min a 95 °C, portanto, seria desfavorável para a qualidade sensorial do produto.
[0155] O lote 23 tem um perfil intermédio; o tratamento térmico durante 1 min/65 °C (lote 43) é o mais favorável para a obtenção de um perfil sensorial neutro. F. Impacto da lavagem
[0156] Da mesma forma que anteriormente, a empresa requerente explorou o acoplamento destas novas condições de tratamento térmico otimizadas com um passo de lavagem otimizado, tornando-se possível arrastar estes materiais solúveis extracelulares, de modo a obter melhores propriedades organolépticas das farinhas de microalgas produzidas.
[0157] Várias condições de lavagem foram testadas.
[0158] A tabela abaixo apresenta os lotes produzidos através da variação das condições de lavagem (de acordo com uma proporção em volume do volume de água/biomassa).
Figure img0012
[0159] Deve notar-se que esta concepção experimental torna possível analisar o impacto ao "aumentar" a lavagem (a partir de "o menos lavado" para "o mais lavado", lote 47 < lote 50 < lote 51 < lote 49).
[0160] A tabela VI abaixo apresenta a lista de descritores que são discriminatórios sobre este conjunto de lotes (p-valor inferior a 0,2 no que diz respeito ao efeito Farinha):
Figure img0013
Figure img0014
[0161] A PCA é levada a cabo a fim de representar as diferenças entre os vários lotes. Os resultados estão representados nas figuras 13 e 14.
[0162] Este estudo demonstra claramente a natureza essencial da lavagem. 0 produto 47, que não é lavado, é mais doce e foi considerado inaceitável. 0 produto não-lavado (47) distingue-se dos demais, uma vez que é mais doce e tem um sabor diferente, atipico.
[0163] Os outros produtos deste estudo têm um perfil sensorial similar.
[0164] No entanto, deverá notar-se que uma lavagem "simples" (apenas 1 volume de água por volume de biomassa) leva a uma qualidade de produto que é inteiramente apropriada e, pela mesma razão, a uma poupança econômica significativa à escala industrial (1 volume útil de água em vez de 6 volumes de água por volume de biomassa tratada). G. Impacto da acidificação durante a colheita da biomassa
[0165] Um dos parâmetros que não é de todo considerado no controle das etapas responsáveis pela qualidade organoléptica das farinhas produzidas é o efeito do protocolo para parar a fermentação.
[0166] Convencionalmente, quando, no final da fermentação, o valor de pC>2 volta a subir, o que é um sinal de consumo total da glicose residual, o protocolo de final de fermentação é constituído pelas seguintes etapas: Paragem da regulação do pH, Arrefecimento do fermentador a uma Tp <20 0 C, Redução da agitação e o caudal de ar, e Manutenção de uma pressão de ar na cúpula.
[0167] Geralmente ocorre uma queda gradual do pH inicial de fermentação (quer esteja fixado a 5,2 ou a 6,8) para um pH próximo de 4.
[0168] Foi demonstrado pela empresa requerente que esta acidificação está correlacionada com uma secreção de ácido láctico resultante de um metabolismo limitado em termos de fornecimento de 02.
[0169] Esta observação foi, portanto, avaliada a partir de um ponto de vista sensorial, de modo a medir o impacto da duração da fase de armazenamento antes do condicionamento da biomassa, o referido armazenamento conduzindo a esta acidificação.
[0170] Dois lotes são produzidos: com armazenamento por um periodo de 8 horas (favorecendo a acidificação) e sem armazenamento.
[0171] A tabela VII abaixo apresenta a lista de descritores que são discriminatórios sobre este conjunto de produtos (p-valor inferior a 0,2 no que diz respeito ao efeito da Farinha).
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Figure img0016
[0172] A PCA é levada a cabo a fim de representar as diferenças entre as farinhas. Os resultados estão representados nas figuras 15 e 16.
[0173] Os 3 produtos (incluindo lote de Referência 1) são classificados em um eixo que vai desde manteiga/produtos lácteos/doces a cereais/cogumelo/sabor vegetal/revestimento:
[0174] O lote "sem armazenamento/acidificação" é mais doce com mais produtos de manteiga/lácteos. A referência 1 é mais revestimento com sabor a cereais/cogumelo/vegetal aromático; o teste "com armazenamento/acidificação" situa-se entre os dois.
[0175] Se os testes "com armazenamento/acidificação" e "sem armazenamento/acidificação" forem relativamente comparados, o teste "sem armazenamento/acidificação" é mais "neutro"; ele tem menos notas dissonantes do que o teste "com armazenamento/acidificação".
[0176] A análise sensorial, portanto, demonstra claramente que uma longa fase de armazenamento acoplada a este fenômeno de acidificação degrada levemente o perfil sensorial do produto final uma vez que um sabor de nota a cereais/cogumelo/vegetal de fraca intensidade aparece.
Descrição das figuras
[0177] FIGURA 1 Representação gráfica dos diversos lotes (nuvem de pontos) da PCA - Impacto do pH de fermentação.
[0178] FIGURA 2 Círculo de correlação da PCA representando os perfis sensoriais dos diferentes lotes Impacto do pH de fermentação.
[0179] FIGURA 3 Combinações de pré-moagem testadas.
[0180] FIGURA 4 Representação gráfica dos diversos lotes (nuvem de pontos) da PCA - impacto das etapas de condicionamento da biomassa antes de ser moída.
[0181] FIGURA 5 Círculo de correlação da PCA representando os perfis sensoriais dos diferentes lotes impacto das etapas de condicionamento da biomassa antes de ser moída.
[0182] FIGURA 6 Outras combinações pré-moagem testadas.
[0183] FIGURA 7 Representação gráfica dos diversos lotes (nuvem de pontos) da PCA - impacto das etapas de condicionamento da biomassa antes de ser moída.
[0184] FIGURA 8 Círculo de correlação da PCA representando os perfis sensoriais dos diferentes lotes - impacto das etapas de condicionamento da biomassa antes de ser moída.
[0185] FIGURA 9 Porcentagem de células viáveis residuais após 1 minuto de tratamento térmico como uma função das condições de tratamento térmico.
[0186] FIGURA 10 Comparação da composição da fracção sobrenadante extraída da biomassa, antes e depois do tratamento térmico (HTST).
[0187] FIGURA 11 Representação gráfica dos diversos lotes (nuvem de pontos) da PCA - impacto do tratamento térmico.
[0188] FIGURA 12 Círculo de correlação da PCA representando os perfis sensoriais dos diferentes lotes - impacto do tratamento térmico.
[0189] FIGURA 13 Representação gráfica dos diversos lotes (nuvem de pontos) da PCA - impacto da lavagem.
[0190] FIGURA 14 Círculo de correlação da PCA representando os perfis sensoriais dos diferentes lotes impacto da lavagem.
[0191] FIGURA 15 Representação gráfica dos diversos lotes (nuvem de pontos) da PCA - impacto da acidificação durante a colheita da biomassa.
[0192] FIGURA 16 Círculo de correlação da PCA representando os perfis sensoriais dos diferentes lotes impacto da acidificação durante a colheita da biomassa.

Claims (9)

1. MÉTODO PARA O CONDICIONAMENTO DE UMA BIOMASSA DE MICROALGAS DO GÊNERO Chlorella, de preferência Chlorella protothecoides, produzidas sob condições heterotróficas e na ausência de luz para a preparação de uma farinha tendo um perfil sensorial otimizado, o método de condicionamento sendo caracterizado por compreender as etapas de: recolha da biomassa diretamente no final da fermentação, e armazenamento durante menos de 8 horas antes do condicionamento da mesma, tratamento térmico de elevada temperatura/pouco tempo (HTST) da biomassa assim recuperada e armazenada, durante 30 segundos a 1 min 30, a uma temperatura compreendida entre 60 e 68 °C, e lavagem da biomassa tratada com HTST com, no máximo, 3 volumes de água por volume de biomassa.
2. MÉTODO, de acordo com a reivindicação 1, caracterizado pelo tempo de armazenamento da biomassa, antes de ser condicionada e moída ser inferior a 3 horas, preferivelmente inferior a 1 hora.
3. MÉTODO, de acordo com a reivindicação 1 ou 2, caracterizado pelo tratamento térmico HTST ser realizado durante 1 minuto a uma temperatura de 65 °C ± 2 °C, de preferência a 65 °C.
4. MÉTODO, de acordo com qualquer uma das reivindicações 1, 2 ou 3, caracterizado pela biomassa ser lavada com um volume de água por volume de biomassa.
5. MÉTODO, de acordo com qualquer uma das reivindicações 1, 2, 3 ou 4, caracterizado pelo tratamento HTST ser levado a cabo antes da etapa de lavagem da biomassa.
6. MÉTODO, de acordo com qualquer uma das reivindicações 1, 2, 3, 4 ou 5, caracterizado pela biomassa ser obtida com a fermentação das microalgas do gênero Chlorella a um pH inicial de entre 6,5 e 7, de preferência de 6,8, e com uma regulação do pH de fermentação a um valor compreendido entre 6,5 e 7, de preferência a um valor de 6,8.
7. MÉTODO PARA A PRODUÇÃO DE UMA BIOMASSA DE MICROALGAS DO GÊNERO Chlorella, preferencialmente Chlorella protothecoides, para a preparação de uma farinha tendo um perfil sensorial otimizado, caracterizado por compreender: a produção de uma biomassa por fermentação de microalgas do gênero Chlorella, de preferência Chlorella protothecoides, sob condições heterotróf icas e na ausência de luz, o pH inicial da fermentação e a regulação do pH durante a fermentação sendo fixados a um valor compreendido entre 6,5 e 7, de preferência a um valor de 6,8; e o condicionamento da biomassa por meio de um método conforme definido em qualquer uma das reivindicações 1, 2, 3, 4 ou 5.
8. MÉTODO PARA A PREPARAÇÃO DE UMA FARINHA DE MICROALGAS DO GÊNERO Chlorella, de preferência Chlorella protothecoides, tendo um perfil sensorial otimizado, caracterizado por compreender: o condicionamento da biomassa por meio de um método de acordo com qualquer uma das reivindicações 1, 2, 3, 4 ou 5; a moagem da biomassa condicionada; e a secagem da biomassa moída.
9. MÉTODO PARA A PREPARAÇÃO DE UMA FARINHA DE MICROALGAS DO GÊNERO Chlorella, de preferência Chlorella protothecoides, tendo um perfil sensorial otimizado, de acordo com a reivindicação 8, caracterizado por compreender também, antes do condicionamento, a produção de uma biomassa por fermentação de microalgas do gênero Chlorella, de preferência Chlorella protothecoides, sob condições heterotróficas e na ausência de luz, o pH inicial da fermentação e a regulação do pH durante a fermentação, sendo fixados a um valor compreendido entre 6,5 e 7, de preferência a um valor de 6,8.
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