BR112012026912B1

BR112012026912B1 - dispositivo para injeção de uma lente intraocular em um olho

Info

Publication number: BR112012026912B1
Application number: BR112012026912-7A
Authority: BR
Inventors: Bill Chen; James Y. Chon
Original assignee: Alcon Inc.
Priority date: 2010-04-20
Filing date: 2011-04-15
Publication date: 2021-05-25
Also published as: CA2791097A1; WO2011133427A1; MX2012010324A; RU2538633C2; TW201141437A; KR101496687B1; CN102834078B; JP5584355B2; ES2631981T3; AU2011243033B2; AR084680A1; US20110257658A1; AU2011243033A1; CA2791097C; EP2528561B1; JP2013524939A; RU2012149273A; TWI513448B; US8308799B2; BR112012026912A2

Abstract

DISPOSITIVO INJETOR DE LENTE INTRAOCULAR MODULAR. A presente invenção refere-se a um dispositivo injetor de lente intraocular (IOL) que é modulado para permitir a limpeza de componentes internos após cirurgia. O dispositivo inclui primeiro e segundo módulos de alojamento. Esses módulos definem, coletivamente, uma passagem ao longo da qual uma haste injetora se movimenta, entre uma posição retraída e uma posição estendida. O primeiro módulo é ainda configurado é ainda configurado para acomodar um módulo de cartucho da lente. O módulo de cartucho tem disposto no mesmo uma IOL, em alinhamento com a passagem. Desse modo, na medida em que a haste se movimenta da posição retraída para a posição estendida, uma parte frontal da haste, que é substancialmente circundada pelo primeiro módulo, na posição retraída, se movimenta para o módulo de cartucho e desloca a IOL. Isso faz com que a parte frontal da haste acumule substâncias viscoelásticas. O primeiro módulo, de qualquer modo, é configurado para ficar solto do segundo módulo, para, desse modo, expor a parte frontal da haste, na posição retraída, para limpeza.

Description

CAMPO TÉCNICO

[0001] A presente invenção refere-se, de uma maneira geral, a um dispositivo injetor de lente intraocular, para injeção cirúrgica de uma lente intraocular em um olho, e, mais particularmente, a um dispositivo injetor de lente intraocular, que é modular para permitir a limpeza dos componentes internos, após cirurgia.

ANTECEDENTES

[0002] O olho humano funciona para proporcionar visão por transmissão de luz por uma parte externa clara, chamada a córnea, e focalização da imagem por meio de uma lente cristalina em uma retina. A qualidade da imagem focalizada depende de muitos fatores, incluindo o tamanho e a forma do olho, e a transparência da córnea e da lente. Quando idade ou doença faz com que a lente fique menos transparente, a visão se deteriora por causa da menor luz, que pode ser transmitida para a retina. Essa deficiência na lente do olho é conhecida em medicina como uma catarata. Um tratamento aceito para essa condição é a remoção cirúrgica da lente natural do olho e a substituição da função da lente por uma lente intraocular (IOL) artificial.

[0003] Nos Estados Unidos, a maior parte de lentes catarateiras é removida por uma técnica cirúrgica chamada de facoemulsificação. Durante esse procedimento, uma abertura é feita na cápsula anterior, e uma ponta cortante de facoemulsificação é inserida na lente doente e vibrada por ultrassom. A ponta cortante vibratória liquefaz ou emulsifica a lente, de modo que a lente pode ser aspirada fora do olho. A lente doente, uma vez removida, é substituída por uma IOL artificial.

[0004] Um dispositivo injetor de IOL injeta a IOL artificial no olho, pela mesma pequena incisão usada para remover a lente doente. O dispositivo injetor de IOL inclui, tipicamente, um alojamento tubular com uma haste injetora disposta no mesmo, e um cartucho da lente, que contém a IOL artificial. Com a ponta do cartucho da lente inserido na incisão, o dispositivo injetor de IOL traslada a haste injetora no sentido do cartucho da lente, deslocando, desse modo, a IOL artificial do cartucho da lente e para o olho.

[0005] Durante cirurgia, as substâncias se acumulam, frequentemente, nos componentes internos do dispositivo injetor de IOL, incluindo, por exemplo, a haste injetora. Por exemplo, substâncias viscoelásticas (por exemplo, Dispositivos Viscoelásticos Oftálmicos, OVD), que têm ambas altas viscosidade e elasticidade, são amplamente utilizadas em cirurgia de catarata, para criar e reservar espaço para, ou revestir, a IOL artificial. Consequentemente, quando a haste injetora desloca a IOL artificial do cartucho da lente, as substâncias viscoelásticas se acumulam inevitavelmente na superfície da haste. Se a haste injetora não for reprocessada (isto é, limpa), para remover as substâncias viscoelásticas acumuladas, as substâncias podem contaminar e introduzir complicações a pacientes subsequentes, que vão sofrer cirurgia de catarata com o mesmo dispositivo.

SUMÁRIO

[0006] Os ensinamentos apresentados no presente relatório descritivo incluem um dispositivo para injetar uma lente intraocular (IOL) na cápsula da lente de um olho. O dispositivo é modulado para permitir a limpeza dos componentes internos, tal como uma haste injetora, após cirurgia.

[0007] De acordo com uma modalidade exemplificativa, um dispositivo injetor de IOL inclui um alojamento tubular, que compreende um primeiro módulo e um segundo módulo. O primeiro módulo é disposto em uma extremidade frontal do alojamento, e o segundo módulo é disposto posterior ao primeiro módulo, por exemplo, em uma extremidade traseira do alojamento. Esses módulos definem coletivamente uma passagem que se estende do sonda, pelo pastilha de freio, para a extremidade frontal do alojamento. Uma haste injetora é disposta longitudinalmente dentro e móvel ao longo dessa passagem.

[0008] O primeiro módulo é configurado ainda para acomodar um módulo de cartucho da lente, na ou próximo da extremidade frontal do alojamento. O módulo de cartucho da lente tem disposto no mesmo uma IOL, em alinhamento com a passagem definida pelos primeiro e segundo módulos. Alinhado com a passagem, a IOL é deslocada do módulo de cartucho da lente pela haste injetora, na medida em que a haste se movimenta ao longo da passagem e para o módulo de cartucho da lente.

[0009] Mais particularmente, a haste injetora se movimenta ao longo da passagem por uma faixa operacional, entre uma posição retraída e uma posição estendida. Uma parte frontal da haste injetora se mantém substancialmente circundada pelo primeiro módulo na posição retraída. Na medida em que a haste injetora se movimenta da posição retraída para a posição estendida, todavia, essa parte frontal da haste se movimenta para o módulo de cartucho e desloca a IOL do mesmo.

[00010] Quando a IOL é assim injetada no olho, as substâncias usadas durante a cirurgia (por exemplo, as substâncias viscoelásticas) se acumulam nos componentes internos do dispositivo injetor de IOL, especialmente na parte frontal da haste injetora. Para permitir a limpeza desses componentes internos, o primeiro módulo é configurado para se separar do segundo módulo, para, desse modo, expor a parte frontal da haste injetora na posição retraída para limpeza. Uma vez que a parte frontal da haste injetora é limpa, os primeiro e segundo módulos podem ser configurados para depois ficarem presos de novo, para uso cirúrgico.

[00011] Em algumas circunstâncias do uso cirúrgico do dispositivo, os componentes internos do dispositivo podem ser adequadamente limpos de substâncias acumuladas, como descrito acima. Em outras circunstâncias, no entanto, as substâncias podem também se acumular naquelas partes dos componentes internos não expostas por soltura dos primeiro e segundo módulos, como descrito. Consequentemente, em outras modalidades da presente invenção, o segundo módulo é configurado para, quando não preso no primeiro módulo, ficar preso de forma removível a um módulo de limpeza (por exemplo, uma seringa cheia com uma solução salina equilibrada, e um tubo para injeção dessa solução). O módulo de limpeza é configurado para injetar fluido de limpeza em vários componentes internos do dispositivo, por exemplo, a haste injetora, incluindo aquelas partes não expostas de outro modo, quando a haste injetora está na posição retraída.

[00012] Naturalmente, aqueles versados na técnica vão considerar que a presente invenção não é limitada aos aspectos, vantagens, contexto ou exemplos mencionados acima, e vai reconhecer outros aspectos e vantagens, mediante leitura da descrição detalhada apresentada a seguir e por exame dos desenhos em anexo.

BREVE DESCRIÇÃO DOS DESENHOS

[00013] A figura 1A é uma vista isométrica de um dispositivo injetor de IOL exemplificativo, com um módulo de cartucho da lente instalado.

[00014] A figura 1B é uma vista aumentada do módulo de cartucho da lente e de um primeiro módulo do dispositivo injetor de IOL exemplificativo ilustrado na figura 1A.

[00015] A figura 1C é uma vista em seção transversal da figura 1A, tomada ao longo da linha XX.

[00016] As figuras 2A e 2B são vistas em seção transversal de um dispositivo injetor de IOL, ilustrando, respectivamente, uma haste injetora, em uma posição retraída e uma posição estendida.

[00017] As figuras 3A e 3B são, respectivamente, vistas isométrica e em seção transversal de um dispositivo injetor de IOL, modulado para permitir a limpeza de componentes internos, após cirurgia, de acordo com uma modalidade da presente invenção.

[00018] As figuras 4A e 4B são, respectivamente, vistas isométrica e em seção transversal de um dispositivo injetor de IOL, com vários itens de fixação para prender de forma removível os módulos do dispositivo, de acordo com uma modalidade da presente invenção.

[00019] As figuras 5A - 5E são várias vistas de um dispositivo injetor de IOL, configurado para prender-se de forma removível a um módulo de limpeza para limpeza, de acordo com uma modalidade da presente invenção.

[00020] A figura 6 ilustra uma haste injetora, que inclui uma ponta de êmbolo removível, de acordo com algumas modalidades da presente invenção.

DESCRIÇÃO DETALHADA

[00021] As figuras 1A - 1C ilustram um dispositivo 10 para injetar uma lente intraocular (IOL) artificial na cápsula anterior de um olho. O dispositivo injetor de IOL 10 inclui um alojamento tubular 12, que compreende um primeiro módulo 14 e um segundo módulo 16. O primeiro módulo 14 é disposto em uma extremidade frontal 18 do alojamento 12, e o segundo módulo 16 é disposto posterior ao primeiro módulo 14, por exemplo, em uma extremidade traseira 20 do alojamento 12.

[00022] Os módulos 14, 16 são configurados para alojar nos mesmos vários componentes internos do dispositivo injetor de IOL 10. Os módulos 14, 16 alojam, por exemplo, uma haste injetora 22. Mais particularmente, os módulos 14, 16 definem, coletivamente, uma passagem 24, que se estende do segundo módulo 16, pelo primeiro módulo 14, para a extremidade frontal 18 do alojamento 12. A haste injetora 22 é disposta longitudinalmente dentro e móvel ao longo dessa passagem 24.

[00023] O primeiro módulo 14 é configurado ainda para acomodar um módulo de cartucho da lente 26, na ou próximo da extremidade frontal 18 do alojamento 12. Em algumas modalidades, por exemplo, o primeiro módulo 14 inclui um suporte de módulo de cartucho da lente 28, que é encaixado por pressão na extremidade frontal 18 do alojamento 12. O suporte de módulo de cartucho da lente 28 suporta de forma removível o módulo de cartucho da lente 26 na extremidade frontal 18 do alojamento 12, por exemplo, por meio de um único corte, configurado para reter o módulo de cartucho da lente 26.

[00024] O módulo de cartucho da lente 26 tem disposto no mesmo uma lente intraocular (IOL), em alinhamento com a passagem 24, definida pelos módulos 14, 16. Alinhada com a passagem 24, a IOL é deslocada do módulo de cartucho da lente 26 pela haste injetora 22, na medida em que a haste injetora 22 se movimenta ao longo da passagem 24 e para o módulo de cartucho da lente 26.

[00025] Especificamente, como mostrado nas figuras 2A - 2B, a haste injetora 22 se movimenta ao longo da passagem 24, por uma faixa operacional entre uma posição retraída (figura 2A) e uma posição estendida (figura 2B). Em algumas modalidades, um sistema de acionamento elétrico 30, alojado pelo segundo módulo 30 e energizado por um sistema de cabo 32, permite que a haste injetora 22 se movimente desse modo. O sistema de acionamento elétrico 30 pode incluir, por exemplo, um motor elétrico e ser configurado para provocar translação longitudinal da haste injetora 22 ao longo da passagem 24 pela faixa operacional, entre a posição retraída e a posição estendida. O movimento da haste injetora 22 ao longo da passagem 24 pode ser limitado à faixa operacional, entre posição retraída e a posição estendida, por um ou mais batentes mecânicos 34, por sinais elétricos de controle, ou alguma combinação de ambos.

[00026] Independentemente do meio pelo qual a haste 22 é movimentada, uma parte frontal 22a da haste 22 se mantém substancialmente circundada pelo primeiro módulo 14, na posição retraída. Na medida em que a haste 22 se movimenta da posição retraída para a posição estendida, a parte frontal 22a da haste 22 se movimenta para o módulo de cartucho da lente 26 e desloca a IOL do mesmo e para o olho.

[00027] Quando a IOL é injetada no olho desse modo, os componentes internos do dispositivo injetor de IOL 10, especialmente, a parte frontal 22a da haste injetora 22, podem acumular nos mesmos substâncias usadas durante a cirurgia (por exemplo, substâncias viscoelásticas). Se a haste injetora 22 não for limpa para remover as substâncias acumuladas, as substâncias podem se acumular e introduzir complicações aos pacientes subsequentes, que vão sofrer cirurgia de catarata com o mesmo dispositivo 10.

[00028] Consequentemente, o dispositivo 10 é modulado, como mostrado nas figuras 3A - 3B, para permitir a limpeza de componentes internos, como a haste injetora 22, após cirurgia. Como ilustrado, o primeiro módulo 14 é configurado para soltar-se do segundo módulo 16, para, desse modo, expor a parte frontal 22a da haste injetora 22 na posição retraída, para limpeza. A limpeza pode simplesmente acarretar a remoção das substâncias acumuladas na parte frontal 22a da haste injetora 22, ou acarretar, mais cuidadosamente esterilização por escoamento, embebição e ultrassônica da parte frontal 22a da haste injetora 22. Uma vez que a parte frontal 22a da haste injetora 22 seja limpa, o primeiro módulo 14 e o segundo módulo 16 podem ser configurados para depois serem presos de novo, para uso cirúrgico.

[00029] Em algumas modalidades, por exemplo, o primeiro módulo 14 inclui um primeiro item de fixação, e o segundo módulo 16 inclui um segundo item de fixação. Esses itens de fixação são configurados para ficarem presos entre si, para uso cirúrgico, e para ficarem soltos entre si, para limpeza. Em uma modalidade, os primeiro e segundo itens de fixação são as respectivas partes de um mecanismo de encaixe de pressão, que permite que o primeiro módulo 14 seja pressionado no segundo módulo 16, e, igualmente, seja solto por pressão do segundo módulo 16. Em outra modalidade, o primeiro item de fixação compreende roscas mecânicas, dispostas em uma superfície interna do primeiro módulo 14, enquanto que o segundo item de fixação compreende roscas mecânicas dispostas em uma superfície externa do segundo módulo 16. Essas roscas mecânicas são configuradas para ficarem acopladas entre si, para permitir fixação e soltura dos primeiro e segundo módulos 14, 16. Ainda uma outra modalidade inclui alguma combinação desses mecanismos de encaixe por pressão e roscas mecânicas.

[00030] Considerar, por exemplo, as modalidades ilustradas nas figuras 4A - 4B. Nas figuras 4A - 4B, o segundo módulo 16 inclui uma luva de haste injetora 36, concêntrica com ele. A luva de haste injetora 36 se projeta do segundo módulo 16, no sentido da extremidade frontal 18 do alojamento 12, em um modo em balanço, e circunda pelo menos uma parte da haste 22 disposta longitudinalmente na mesma. A luva de haste injetora 36 inclui roscas mecânicas 38 dispostas em uma superfície externa da mesma. Essas roscas mecânicas 38 são configuradas para acoplar as roscas mecânicas 40, dispostas em uma superfície interna do primeiro módulo 14. Adicionalmente, os primeiro e segundo módulos 14, 16 incluem as respectivas partes de um ou mais mecanismos de encaixe por pressão 42, que, quando acoplado, pressionam ou fixam os módulos 14, 16 entre si. Consequentemente, os módulos 14, 16 são configurados para ficarem presos entre si, nessas modalidades, pelo primeiro módulo 14 sobreposto e atarraxado na luva de haste injetora 36, por meio das roscas mecânicas 38, 40, até que o um ou mais mecanismos de encaixe por pressão 42 fiquem acoplados. Quando os módulos 14, 16 são assim presos, o primeiro módulo 14 circunda a luva de haste injetora 36 e a parte frontal 22a da haste injetora 22. Os módulos 14, 16 são configurados para ficarem soltos entre si em uma maneira inversa, para mais uma vez expor a luva de haste injetora 36 e a parte frontal 22a da haste injetora 22, para limpeza.

[00031] Na maior parte das circunstâncias do uso cirúrgico do dispositivo, os componentes internos do dispositivo 10, por exemplo, a haste injetora 22, podem ser adequadamente limpos de substâncias acumuladas, como descrito acima. De fato, na maior parte das circunstâncias, as substâncias se acumulam apenas nas partes mais frontais dos componentes internos, tal como a parte frontal 22a da haste injetora 22, e, desse modo, expor apenas essas partes para limpeza é frequentemente adequado.

[00032] Em outras circunstâncias, no entanto, as substâncias também podem se acumular naquelas partes dos componentes internos não expostas pelas modalidades acima. Nas modalidades ilustradas nas figuras 4A - 4B, por exemplo, as substâncias podem se acumular naquelas partes da haste injetora 22, que são circundadas pela luva de haste injetora 36. A simples soltura do primeiro módulo 14 do segundo módulo 16, como descrito acima, portanto, não expõe suficientemente essas partes, quando a haste injetora 22 está na posição retraída, para limpeza.

[00033] Consequentemente, as figuras 5A - 5E ilustram modalidades dirigidas à limpeza de componentes internos do dispositivo 10 não expostos suficientemente por soltura do primeiro módulo 14 do segundo módulo 16. Nessas modalidades, o segundo módulo 16 é configurado para, quando solto do primeiro módulo 14, prender-se de forma removível a um módulo de limpeza 44. O módulo de limpeza 44 é configurado para injetar fluido de limpeza em vários componentes internos do dispositivo 10, por exemplo, a haste injetora 22, incluindo aquelas partes não expostas, quando a haste injetora 22 está na posição retraída e quando o segundo módulo 16 está solto do primeiro módulo 14.

[00034] Mais particularmente, os primeiro e segundo módulos 14, 16, nessas modalidades, podem ser configurados para ficarem presos e soltos de uma maneira bastante similar à descrita acima, isto é, por roscas mecânicas 38, dispostas em uma superfície externa de uma luva de haste injetora 36, que se acoplam com as roscas mecânicas 40, dispostas em uma superfície interna do primeiro módulo 14, e/ou por meio das respectivas partes de um ou mais mecanismos de encaixe por pressão 42. Adicionalmente, todavia, a luva de haste injetora 36 pode ser configurada para prender-se de forma removível ao módulo de limpeza 44, quando não presa no primeiro módulo 14. Por exemplo, a luva de haste injetora 36 pode incluir ainda um conector de módulo de limpeza 36a, que se projeta do segundo módulo 16 no sentido da extremidade frontal 18 do alojamento 12, em um modo em balanço. Esse conector de módulo de limpeza 36a é dimensionado e configurado para prender-se de forma removível ao módulo de limpeza 44.

[00035] Como ilustrado, o módulo de limpeza 44 inclui uma seringa 46, cheia com um fluido de limpeza (por exemplo, uma solução salina equilibrada estéril) e um tubo 48. Uma extremidade 48a do tubo 48 é configurada para ficar presa na seringa 46. A outra extremidade 48b do tubo 48 é configurada para passar pela parte frontal 22a da haste injetora 22, na posição retraída, e prender-se ao segundo módulo 16, por exemplo, por meio do conector de módulo de limpeza 36a da luva de haste injetora 36, que é dimensionada e configurada para essa fixação. Com a seringa 46 presa desse modo no segundo módulo 16, o fluido de limpeza pode ser injetado pela seringa na luva de haste injetora 36 e naqueles componentes internos do dispositivo 10 não expostos pela soltura do segundo módulo 14.

[00036] Em algumas modalidades, a luva de haste injetora 36 tem pelo menos um orifício de saída de fluido 36b, em uma parede lateral da mesma. O orifício de saída de fluido 36b é configurado para dispersar o fluido de limpeza, injetado na luva de haste injetora 36 e na haste injetora 22 pelo módulo de limpeza 44. Como ilustrado, por exemplo, o fluido de limpeza escoa da seringa 46, pelo tubo 48, para a luva de haste injetora 36, nas partes não expostas de outro modo da haste injetora 22, e nos outros componentes internos não expostos do dispositivo 10, e fora do orifício de saída de fluido 36b.

[00037] Para impedir que o fluido de limpeza, injetado pelo módulo de limpeza 44, escoe para partes indesejáveis do dispositivo 10, por exemplo, próximo do sistema de acionamento elétrico 30, na extremidade traseira 20 do alojamento 12, várias modalidades, tal como aquela ilustrada na figura 5E, incluem um elemento selante 50. O elemento selante 50 pode compreender, por exemplo, um selo de compressão, constituído de uma camisa de elastômero e um anel de canal metálico. Na modalidade da figura 5E, o elemento selante 50 é disposto dentro da passagem 24, próximo de uma extremidade frontal 16a do segundo módulo 16. Assim disposto, o elemento selante 50 e a haste injetora 22 são configurados para ficarem acoplados entre si, quando a haste 22 estiver na posição retraída. Assim acoplado, o elemento selante 50 impede que o fluido de limpeza, injetado na haste 22, passe além da extremidade frontal 16a do segundo módulo 16, no sentido da extremidade traseira 20 do alojamento 12. O elemento selante 50, desse modo, também facilita a dispersão do fluido de limpeza fora do orifício de saída de fluido 36b.

[00038] Aqueles versados na técnica vão considerar que, embora a haste injetora 22 tenha sido descrita acima, para fins ilustrativos, como compreendendo uma única parte integral, a haste injetora 22 pode compreender duas ou mais partes, como mostrado na figura 6. Como mostrado na figura 6, a parte frontal 22a da haste injetora 22 compreende uma ponta de êmbolo, que é configurada para prender-se de forma removível em uma parte remanescente 22b da haste injetora 22. Em algumas modalidades, a ponta de êmbolo pode compreender uma luva plástica removível, que se encaixa por pressão na parte remanescente 22b da haste 22, e pode ser descartável após uso. Além do mais, a extremidade da luva plástica, que acopla a IOL, é mais complacente do que uma ponta de êmbolo metálico nu seria, e tem um acabamento superficial liso, evitando, desse modo, dano à IOL, na medida em que esta é empurrada pelo módulo de cartucho da lente 26 e para o olho. O uso de uma luva plástica descartável pode também facilitar a limpeza do dispositivo injetor de IOL 10 entre usos, pois menos partes da haste injetora 22 precisam ser limpas, como descrito acima.

[00039] Desse modo, a descrição precedente das várias modalidades de um dispositivo injetor de lente intraocular foi apresentada para fins ilustrativos e exemplificativos. Aqueles versados na técnica vão considerar que a presente invenção pode ser conduzida de outros modos do que aqueles apresentados especificamente no presente relatório descritivo, sem que se afaste das características essenciais da invenção. As presentes modalidades vão ser, desse modo, consideradas em todos os aspectos como ilustrativas e não restritivas, e todas as variações oriundas dos significado e faixa de equivalência das reivindicações em anexo são intencionadas para serem abrangidas no presente relatório descritivo.

Claims

1. Dispositivo (10) para injeção de uma lente intraocular em um olho, o dispositivo compreendendo: um alojamento tubular (12) compreendendo um primeiro módulo (14), em uma extremidade frontal (18) do alojamento, e um segundo módulo (16), posterior ao primeiro módulo, o primeiro módulo (14) e o segundo módulo (16) sendo presos entre si em uma configuração presa, o primeiro e segundo módulos (14, 16) definindo coletivamente uma passagem (24) estendendo-se do segundo módulo (16), através do primeiro módulo (14), para a extremidade frontal do alojamento (12), em que o primeiro módulo é adaptado para montar de forma removível um módulo de cartucho da lente (26) configurado para manter uma lente intraocular em uma montagem de módulo de cartucho (28) que se estende da extremidade frontal (18) do alojamento; e uma haste injetora (22) móvel ao longo da dita passagem por uma faixa operacional, entre uma posição retraída e uma posição estendida, em que na medida em que a haste (22) se movimenta da posição retraída para a posição estendida, uma parte frontal (22a) da haste, que é substancialmente circundada pelo primeiro módulo (14), na posição retraída, se movimenta para o módulo de cartucho e desloca a lente intraocular do mesmo; em que o segundo módulo (16) inclui uma luva de haste injetora (36) que se projeta a partir do segundo módulo em direção à extremidade frontal do alojamento, de modo em balanço e que circunda pelo menos uma parte da haste longitudinalmente disposta no mesmo, e em que a luva de haste injetora (36) é circundada pelo primeiro módulo (14) quando o primeiro e o segundo módulos são presos; caracterizado pelo fato de que o primeiro módulo (14) é adaptado para que fique solto do segundo módulo (16) em uma configuração solta, para, dessa forma, expor a parte frontal da haste (22) na posição retraída para limpeza; e em que o segundo módulo (16) inclui um elemento selante (50) disposto dentro da dita passagem (24) próximo a uma extremidade frontal do segundo módulo (16), o membro de vedação e a haste (22) sendo adaptados para se engatarem entre si quanto a haste está na posição retraída.

2. Dispositivo de acordo com a reivindicação 1, caracterizado pelo fato de que o primeiro módulo (14) compreende um primeiro item de fixação e o segundo módulo (16) inclui um segundo item de fixação, os primeiro e segundo itens de fixação configurados para ficarem presos entre si, para uso cirúrgico, e para que fiquem soltos entre si, para limpeza.

3. Dispositivo de acordo com a reivindicação 2, caracterizado pelo fato de que o primeiro item de fixação compreende roscas mecânicas, dispostas em uma superfície interna do primeiro módulo (14), e o segundo item de fixação compreende roscas mecânicas, dispostas em uma superfície externa do segundo módulo (16).

4. Dispositivo de acordo com a reivindicação 1, caracterizado pelo fato de que a luva de haste injetora (36) é exposta quando o primeiro e o segundo módulos são soltos.

5. Dispositivo de acordo com a reivindicação 1, caracterizado pelo fato de que o primeiro módulo (14) inclui roscas mecânicas primárias (38) dispostas em uma superfície interna da mesma, e em que a luva de haste injetora (36) inclui roscas mecânicas secundárias (40), dispostas em uma superfície externa da mesma, as ditas roscas mecânicas primárias e secundárias adaptadas para ficarem presas de forma removível conjuntamente com os primeiro e segundo módulos.

6. Dispositivo de acordo com a reivindicação 1, caracterizado pelo fato de que a parte frontal da haste (22a) compreende uma ponta de êmbolo, que é configurada para ficar presa de forma removível em uma parte remanescente (22b) da haste (22).

7. Dispositivo de acordo com a reivindicação 1, caracterizado pelo fato de que a parte frontal da haste (22a) é integral com uma parte remanescente (22b) da haste (22).

8. Dispositivo de acordo com a reivindicação 1, caracterizado pelo fato de que compreende ainda um módulo de limpeza (44), em que o segundo módulo (16) é adaptado para, quando solto do primeiro módulo (14), ficar preso de forma removível ao módulo de limpeza (44).

9. Dispositivo de acordo com a reivindicação 8, caracterizado pelo fato de que a luva de haste injetora (36) tem pelo menos uma porta de saída de fluido de limpeza (36b) em uma parede lateral da mesma.

10. Dispositivo de acordo com a reivindicação 8, caracterizado pelo fato de que o módulo de limpeza (44) compreende uma seringa (46), cheia com fluido de limpeza, e um tubo (48), com uma primeira extremidade e uma segunda extremidade, a primeira extremidade configurada para ficar presa na seringa, e em que o segundo módulo (16) é dimensionado e configurado para ficar preso na segunda extremidade do dito tubo (48).

11. Dispositivo de acordo com a reivindicação 8, caracterizado pelo fato de que o módulo de limpeza (44) contém fluido de limpeza e em que o engate entre o elemento selante e a haste (22) impede que o fluido de limpeza injetado na haste pelo módulo de limpeza (44), passe além da dita extremidade frontal do segundo módulo, no sentido de uma extremidade traseira do alojamento (12).

12. Dispositivo de acordo com a reivindicação 1, caracterizado pelo fato de que o segundo módulo (16) aloja um sistema de acionamento elétrico (30), que inclui um motor elétrico e que é adaptado para provocar translação longitudinal da haste injetora (22) ao longo da dita passagem (24) pela dita faixa operacional, entre a posição retraída e a posição estendida.