BR0109007B1 - Dispositivo de identificação visual de cabeamentos ou condutos - Google Patents

Description

“DISPOSITIVO DE IDENTIFICAÇÃO VISUAL DE CABEAMENTOS OU CONDUTOS”. A presente invenção se refere a um dispositivo destinado à identificação visual de cabeamentos ou de condutos. Mais especialmente, essa invenção tem como objeto um dispositivo que visa facilitar a identificação das extremidades de cordões, fios ou cabos utilizados nos domínios elétrico, eletrônico, telefônico, informático, automático, etc..., ou ainda a identificação das extremidades de condutos, rígidos ou flexíveis, percorridos por fluidos e que podem pertencer a instalações hidráulicas ou pneumáticas ou outras.

Em diversos domínios técnicos, que utilizam redes de fios, cabos ou condutos relativamente numerosos, existe o problema prático de poder, a partir do conhecimento da posição de uma extremidade de um fio, cabo ou conduto, identificar a posição da outra extremidade do mesmo fio, cabo ou conduto, isso de uma maneira precisa e exata. Tal é o caso, notadamente, dos cordões ditos de “misturação” informática, alojados em um armário ou uma caixa, dos sistemas de “ligação com fio distribuidor” telefônica, ou dos fios e cabos de cabeamento elétrico, que se trate de fios que veiculam sinais de dados, ou de cabos de potência.

Mais especialmente, no caso dos armários ditos de “misturação” das ligações informáticas, cordões de “misturação” são passados em grande número entre os materiais informáticos ativos e os painéis de misturação, e é muito difícil acompanhar em todo o seu comprimento um cordão, a partir de uma de suas extremidades, para encontrar sua outra extremidade e assim fazer a ligação entre uma tomada de número dado do cabeamento de distribuição e um número de porte do material ativo.

As possibilidades atuais de identificação dos inícios e dos finais de um cabo ou cordão são as seguintes: - O método mais simples e o mais direto é o acompanhamento “físico”, visual e pelo toque. Esse primeiro processo é no entanto pouco prático, e fonte de erros, no caso de cordões numerosos e entremeados, - Um outro processo consiste em efetuar uma marcação doa cabos ou cordões em suas duas extremidades, por etiquetagem. Cada extremidade de cabo ou cordão é desse modo teoricamente identificada, mas existe uma dificuldade evidente de identificação rápida da extremidade de um cordão colocado (dentre um grande número de cordões). - Também é possível distinguir os cabos ou cordões por colorações exteriores distintas, mas esse processo não oferece possibilidades suficientes, o número máximo de cores disponíveis senda da ordem de uma dezena, - Um outro processo pode consistir em desligar os cabos ou cordões, para identificar os mesmos em função das conseqüências do desligamento, mais isso impõe a paralisação temporária do funcionamento do sistema ligado ao cabo ou cordão desligado, paralisação que em numerosos casos, não pode ser admitida. - Uma solução técnica disponível consiste em um programa e uma base de dados específicos. Essa solução é no entanto pesada para gerir, fonte de erros por ocasião das atualizações, e muito onerosa. - Também é possível empregar um sistema de aquisição automática, mas essa última solução, que implica a adição de um conduto elétrico em cada cabo ou cordão, é fonte de perturbações eletromagnéticas por ocasião da injeção de um sinal elétrico no condutor adicional. O documento US 5666453 A descreve cordões ou cabos de fibras óticas, providos de um sistema de identificação das extremidades por meio de diodos eletroluminescentes, alimentados por condutores elétricos incorporados nesses cordões ou cabos. Essa solução necessita portanto da incorporação de circuitos elétricos, e de componentes específicos tais como diodos eletroluminescentes, em todos os cordões ou cabos a identificar.

Assim, uma tal solução é especialmente custosa, levando-se em consideração o número elevado de cabos ou cordões que devem ser equipados. Além disso, os condutores elétricos desse sistema podem criar perturbações eletromagnéticas.

Finalmente, o documento US 5625735 A, ou seu equivalente FR 2725796 A, descreve uma solução ótica, aplicada a cordões de fibras óticas para determinar a orientação do plano de polarização da extremidade da fibra ótica, tendo em vista sua conexão correta. Esse documento não visa portanto a identificação ou a determinação de extremidades de cabos ou cordões, o que o toma alheio aos objetivos da presente invenção. A presente invenção visa eliminar os inconvenientes de todos os processos ou meios atuais, lembrados acima, fornecendo para isso um dispositivo que permite uma identificação correta de extremidades de cordões, fios, cabos, condutos e análogos, qualquer que seja o número e a disposição dos mesmos, sem interrupção da ligação realizada por esses cordões, fios, cabos ou condutos, e portanto sem paralisação do funcionamento dos sistemas conectados, e sem perturbações eletromagnéticas ou outras, e isso de uma maneira especialmente simples e econômica.

Com essa finalidade, a invenção tem como objeto um dispositivo de identificação visual de cabeamentos ou condutos, que consiste essencialmente em prever, dentro de ou sobre cada cordão, fio, cabo ou conduto em questão, pelo menos uma fibra ótica que se estende de uma extremidade até a outra extremidade do dito cordão, fio, cabo ou conduto, uma primeira extremidade da ou de cada fibra ótica sendo acessível na extremidade correspondente do cordão, fio, cabo ou conduto, de maneira a poder ser iluminada por um meio de injeção de luz, e a segunda extremidade dessa fibra ótica sendo acessível na outra extremidade do mesmo cordão, fio, cabo ou conduto, de maneira a poder restituir a luz injetada na primeira extremidade.

Assim, a invenção é fundada na incorporação de meios óticos, que permitem por emissão luminosa em uma extremidade do cordão, fio, cabo ou conduto em questão, identificar a outra extremidade do mesmo cordão, fio, cabo ou conduto, por aparecimento de um sinal luminoso facilmente reconhecível, nessa outra extremidade.

Um tal dispositivo de identificação possui numerosas vantagens: - Em primeiro lugar, ele permite uma identificação segura, sem risco de erro, e imediatamente interpretável, quaisquer que sejam o comprimento e o trajeto do cordão ou outro, do qual a extremidade é procurada, e qualquer que seja o número total dos cordões ou outros. - A identificação da extremidade do cordão ou outro é feita sem desligamento desse último, e portanto sem interrupção da ligação elétrica ou fluídica, e durante o funcionamento (ele também interrompido) do sistema ligado. - A utilização de sinais puramente óticos evita todas as perturbações eletromagnéticas. - Os cordões ou outros, equipados com fibras óticas, podem ser “banalizados”, quer dizer que não é mais necessário diferenciar os mesmos através de cores especiais ou através de etiquetas personalizadas, o que toma o sistema proposto especialmente simples e econômico. - O sistema proposto não necessita, nos cordões, nem de condutores elétricos adicionais, nem componentes ativos tais como diodos eletroluminescentes, o que contribui para sua simplicidade e para seu baixo custo. - Uma simplicidade suplementar de estrutura e de utilização resulta do fato de que o dispositivo é perfeitamente “reversível”, as duas extremidades dos cordões ou outros, e de suas fibras óticas, sendo conformadas de modo idêntico, e a luz podendo ser injetada indiferentemente em uma ou outra dessas duas extremidades. - O dispositivo não necessita de nenhuma modificação ou adaptação dos sistemas aos quais podem ser conectados do cordões ou outros.

Esse dispositivo é desse modo independente dos construtores de tais sistemas. - Finalmente, o dispositivo objeto da invenção não necessita, em seu princípio, de nenhum sistema eletrônico complexo e custoso, ao mesmo tempo em que é compatível com a utilização (se isso for desejado) de meios opto-eletrônicos próprios para receber e interpretar o sinal luminoso transmitido pela ou pelas fibras óticas.

De acordo com uma forma de realização preferida da invenção, a ou cada fibra ótica, incorporada ao cordão, fio, cabo ou conduto em questão, possui extremidades recurvadas. As duas extremidades de cada fibra ótica são desse modo convenientemente orientadas, por um lado para permitir realizar comodamente a injeção de luz em uma extremidade do cordão ou outro, e por outro lado, para emitir um sinal luminoso bem visível na outra extremidade do mesmo cordão ou outro, enquanto as duas extremidades desse último estão conectadas.

Em um modo de realização da invenção, as extremidades, notadamente recurvadas, da ou de cada fibra ótica são embutidas em conectores previstos nas duas extremidades do cordão, fio, cabo ou conduto em questão. Assim, as extremidades das fibras óticas podem, no caso de cordões de misturação informática, ser embutidas em conectores normalizados, por exemplo do tipo “RJ 45”, habitualmente colocados nas extremidades de tais cordões.

Vantajosamente, duas fibras óticas são dispostas paralelamente dentro de ou sobre o cordão, fio, cabo ou conduto em questão, as extremidades respectivas dessas duas fibras óticas sendo recurvadas em direções diametralmente opostas. Isso permite em todos os casos uma acessibilidade fácil à extremidade de pelo menos uma das fibras óticas, tanto para a injeção de luz quanto para a visibilidade do sinal luminoso emitido, qualquer que seja a orientação da extremidade correspondente do cordão ou outro. O meio de injeção de luz, na extremidade de uma fibra ótica, é notadamente realizável sob a forma de um acessório móvel, constituído por um corpo ou caixa que recebe uma fonte de energia elétrica, que é prolongado por um elemento alongado, de preferência flexível, na extremidade do qual é posicionada uma lâmpada elétrica, ou uma outra fonte luminosa equivalente. Vantajosamente, essa extremidade leva por outro lado um elemento terminal vazado de forma geral cônica, interiormente refletor, que é previsto para recobrir uma extremidade de um cordão, fio, cabo ou conduto, no qual deve ser injetada a luz. O acessório pode desse modo ser adaptado na extremidade do cordão ou outro, recobrindo assim essa extremidade e focalizando nela os raios luminosos emitidos pela lâmpada elétrica, de maneira a concentrar a luz na extremidade da fibra ótica situada nessa extremidade do cordão, sem iluminar as extremidades dos cordões próximos e de suas fibras óticas.

Vantajosamente, o acessório móvel para a injeção de luz possui um meio de enganchamento, tal como uma pinça, que permite reter o mesmo sobre um cordão ou sobre um outro elemento fixo, o que libera as mãos do operador por ocasião de uma intervenção. A invenção será melhor compreendida com o auxílio da descrição que se segue, em referencia ao desenho esquemáticos anexo que representa, a título de exemplos, algumas formas de execução desse dispositivo de identificação visual de cabeamentos ou condutos: - a figura 1 representa, bastante esquematicamente, um armário de “misturação” de ligações informáticas, que utiliza o dispositivo objeto da presente invenção; - a figura 2 representa um cordão de misturação informática, equipado de acordo com a invenção com uma fibra ótica; - a figura 3 é uma vista em perspectiva de uma região de extremidade desse cordão, com indicação de um meio de injeção de luz, em decorrer de utilização; - a figura 4 é uma vista em corte parcial, longitudinal, que segue a linha IV-IV da figura 3; - a figura 5 representa uma variante de cordão, equipada de acordo com a invenção com duas fibras óticas. A invenção é descrita abaixo, e ilustrada no desenho, no âmbito de sua aplicação especial para a identificação das extremidades de cordões de misturação informática, em um armário de misturação. A figura 1 representa, muito esquematicamente, um tal armário de misturação informática, designado globalmente pelo indicador 2. esse armário de misturação 2 contém materiais informáticos 3, 4, 5, ativos ou com papel de distribuição, ligados entre si por cordões de misturação 6, em número habitualmente grande. De maneira conhecida, cada cordão de misturação 6 possui, em suas duas extremidades, conectores respectivos 7 e 8, tais como conectores normalizados de tipo “RJ 45”, que permitem a conexão dos materiais informáticos 3, 4, 5 - ver também a figura 2.

De acordo com a invenção, e como o mostram as figuras 2 a 4, cada cordão de misturação 6 possui, além do ou dos condutores elétricos clássicos 9 que se estendem de um conector 7 ao outro 8, pelo menos uma fibra ótica 10 que, ela também, se estende em todo o comprimento desse cordão 6, de uma extremidade à outra desse último. A fibra ótica 10, colocada dentro da bainha exterior do cordão 6, possui uma primeira extremidade 11 de forma recurvada, parcialmente embutida no primeiro conector de extremidade 7 do cordão 6. De maneira análoga, a fibra ótica 10 possui uma segunda extremidade 12 de forma recurvada, parcialmente embutida no segundo conector de extremidade 8 do cordão 6.

Assim, uma injeção de luz de acordo com a flecha F, em frente à primeira extremidade recurvada 11 da fibra ótica 10, na extremidade do cordão 6 provida do primeiro conector 7, é acompanhada por uma difusão luminosa D pela segunda extremidade recurvada 12 da fibra ótica 10. A segunda extremidade 12 da fibra ótica 10 é desse modo facilmente identificada por um sinal luminoso eventualmente de cor, isso sem risco de erro e sem necessidade de desligamento do cordão 6, mesmo se esse último é circundado por numerosos outros cordões similares.

Para realizar a injeção de luz em uma extremidade do cordão 6, é feito aqui utilização de um acessório móvel, designado globalmente pelo indicador 13, sugerido na figura 1 e representado em detalhe nas figuras 3 e 4. o acessório 13 para a injeção de luz compreende um corpo ou caixa 14 que recebe uma fonte de energia, constituída por exemplo por uma ou várias pilhas elétricas 15. O corpo 14 é prolongado por um elemento alongado flexível 16, na extremidade livre do qual é colocada uma pequena lâmpada elétrica 17, alimentada pela ou pelas pilhas 15. Em sua extremidade livre, o elemento alongado flexível 16 leva ainda um elemento terminal vazado 18 de forma cônica, fendido longitudinalmente, que pode ser introduzido em tomo da extremidade do cordão 6, contra o conector 7 e/ou sobre esse conector 7. O elemento terminal cônico 18 possui uma superfície interior refletora.

Assim, o acessório 13 pode ser adaptado na primeira extremidade do cordão 6 selecionado, e depois, a lâmpada elétrica 17 estando acesa, um feixe luminoso é emitido e concentrado na extremidade 11 da fibra ótica 10, que pertence ao único cordão 6 selecionado. O corpo ou caixa 14 do acessório 13 para a injeção de luz leva ainda, vantajosamente, uma pinça 19 ou um outro meio de enganchamento, como sugerido na figura 1, que permite sua retenção temporária em um cordão 6 ou em uma parte do armário de misturação 2. A figura 5 ilustra uma variante do dispositivo de acordo com a invenção, na qual duas fibras óticas 10a e 10b são dispostas paralelamente no mesmo cordão de misturação 6. Em uma extremidade do cordão 6, provida de um primeiro conector 7, as extremidades respectivas 11a e 11b são recurvadas em direções diametralmente opostas. Do mesmo modo, na outra extremidade do cordão 6 provida de um segundo conector 8, as extremidades respectivas 12a e 12b das duas fibras óticas 10a e 10b são recurvadas em direções diametralmente opostas. Assim, qualquer que seja a orientação dos conectores 7 e 8, dispõe-se facilmente, respectivamente nas duas extremidades do cordão 6, de pelo menos uma extremidade 11a ou 11b de fibra ótica acessível para a injeção de luz, e de pelo menos uma extremidade 12a ou 12b de fibra ótica visível, que pode emitir um sinal luminoso que será corretamente percebido. Não havería um afastamento do âmbito da invenção, tal como definida nas reivindicações anexas: - incorporando-se fibras óticas mais ou menos numerosas no interior dos cordões ou na periferia dos mesmos; - utilizando-se outros meios para a injeção de luz nas fibras óticas; - aplicando-se o dispositivo a cordões, fios, cabos e similares de todos os gêneros, ou ainda a condutos de fluidos; - realizando-se esses cordões com conectores elétricos ou fluídicos de qualquer tipo.

Claims (6)

1. Dispositivo de identificação visual de cabeamentos ou condutos para a identificação de cordões, fios, cabos ou condutos, compreendendo: (a) uma pluralidade de cordões, fios, cabos ou condutos (6); (b) conectores (7, 8) que são providos nas duas extremidades dos cordões, fios, cabos ou condutos (6); e, (c) pelo menos uma fibra ótica (10) que se estende em ou sobre cada um dos cordões, fios, cabos ou condutos (6), de uma extremidade (7) dos cordões, fios, cabos ou condutos (6), até a outra extremidade (8), com uma primeira extremidade (11) da fibra ótica (10) sendo acessível na extremidade correspondente (7) do cordão, fio, cabo ou conduto (6), de maneira a poder ser iluminada por um meio de injeção de luz (13), e com a segunda extremidade (12) da fibra ótica (10) sendo acessível na outra extremidade (8) do mesmo cordão, fio, cabo ou conduto (6), de maneira a poder restituir a luz injetada na primeira extremidade (7), caracterizado pelo fato de que cada extremidade (11, 12) de cada uma das fibras óticas (10) é recurvada formando um cotovelo que está embutido nos conectores (7, 8).

2. Dispositivo de acordo com a reivindicação 2, caracterizado pelo fato de compreender duas fibras óticas (10a, 10b) dispostas paralelamente dentro ou sobre o cordão, fio, cabo ou conduto (6), onde as extremidades respectivas (11a, 11b; 12a, 12b) dessas duas fibras (10a, 10b) estão recurvadas em direções diametralmente opostas.

3. Dispositivo de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 ou 2, caracterizado pelo fato de que o meio de injeção de luz na extremidade de uma fibra ótica (10) é realizado sob a forma de um acessório móvel (13), constituído por um corpo ou caixa (14) que recebe uma fonte de energia elétrica (15), que é prolongado por um elemento alongado (16), de preferência flexível, na extremidade do qual é posicionada uma lâmpada elétrica (17), ou uma outra fonte luminosa.

4. Dispositivo de acordo com a reivindicação 3, caracterizado pelo fato de que a extremidade do elemento alongado (16) do acessório móvel (13), que constitui o meio de injeção de luz, leva um elemento terminal vazado (18) de forma geral cônica, interiormente refletor, que é previsto para recobrir uma extremidade (7) de um cordão, fio, cabo ou conduto (6), no qual deve ser injetada a luz.

5. Dispositivo de acordo com qualquer uma das reivindicações 3 ou 4, caracterizado pelo fato de que acessório móvel (13) que constitui o meio de injeção de luz, possui um meio de enganchamento, tal como uma pinça (19), que permite reter o mesmo sobre um cordão (6) ou sobre um outro elemento fixo.

6. Dispositivo de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 5, caracterizado por sua aplicação para a identificação das extremidades de cordões (6) de “misturação” informática, em um armário (2) ou uma caixa de “misturação”.