PT91679A - Processo para a formacao de materias fertilizantes a partir de residuos tais como os provenientes das sarjetas, de aguas residuais, de lamas de tratamento de esgotos ou similares, existentes na forma liquida - Google Patents

Description

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Descrição referente k patente de invenção de Dyckerhoff & Widmann Aktiengese-llschaft, alemã, industrial e comercial, com sede em Erdinger Lancistr. 1, 8000 Mnchen 81, República Federal Alemã, HU-T1C Holzmann Umwelttechnik GmbH, alemã, industrial e comercial, com sede em Tau-nusanlage 1, 6000 Frankfurt 1, República Federal Alemã e de PREUSSAG Aktiengese-llschaft, alemã, industrial e comercial, com sede em Karl-Uiechert-Allee 4, 5000 Hannover, República Federal Alemã, (inventor: Ing. Klaus-Dieter Brocks, residente na Alemanha Ocidental) para “PROCESSO PARA A FORMAÇÃO DE 3S-1ATÉRIAS FERTILIZAI IBS A PARTIR DB RESÍDUOS TAIS COMO OS P RO VEMIEHTES DAS SARJETAS, DE ÁGUAS RESIDUAIS, DE LAMAS DE TRA1AMEHTQ DE ESGOTOS Οϋ SIMILARES. EZISMTES IA FORMA LÍQUIDA».

Descrição A presente invenção refere-se a um processo para a formação de fertilizantes a partir de resíduos existentes na forma sólida, em especial contendo secreçQes animais e/ou humanas, tais como de sarjetas, 'águas residuais lamas do tratamento de esgotos ou similares, bem como a um dispositivo para a realização deste processo.

Os resíduos que contêm secreçóes animais e/ou humanas são usados misturados com materiais sólidos, - 1 -

tais como palha, turfa, folhagem ou terra, em forma sólida, como estrume ou esterco ou sob a forma líquida, como estrume liquefeito ou líquido da sarjeta para adubar os terrenos usados na agricultura. Devido, por um lado, â criação intensiva de animais e, por outro lado, â alteração dos hábitos de vida dos homens, em especial as grandes densidades de população nas cidades e nos seus arredores, esses resíduos aparecem não só preponderantemente sob a forma líquida como também em grandes quantidades. A grande quantidade de tais resíduos líquidos, quando se pretender utilizá-los como fertilizantes para a agricultura, conduz portanto em medida crescente a uma sobreadubação dos terrenos. Por isso, as plantas recebem um excesso de materiais nutritivos que não podem ser utilizados no período de vegetação e que não podem já ser armazenados no solo. 0 estado fluido destes resíduos tem, sobretudo em ligação com as precipitações, como consequência que as matérias que as plantas não podem receber vão provocar a lavagem e a lixiviação dos terrenos; então, sobretudo os nitratos e elementos vestigiais saem da zona das raizes aas plantas para as zonas profundas do solo e contaminam as águas subterrâneas. 0 mesmo se aplica âs lamas de tratamento de esgotos e também portanto aos resíduos líquidos das instalações de depuração de águas, que muitas vezes contém ainda matérias tóxicas, tais como metais pesados, dioxina ou similares e portanto não devem ser usados directamente como fertilizantes, mas sim têm de ser levados para depósitos especiais .

Além disso, devido ao empobrecimento ou à desertificação de muitos solos, só de maneira limitada é possível a transformação em matérias fertilizantas ou humi-ficação destes resíduos líquidos para a formação de matérias alimentícias para as plantas, lo caso da humificação, micror . ganismos aeróbios decompõem as substâncias orgânicas sólidas 2 r •S»‘ gradualmente, biologicamente, e transformam-nas em hiímus.

Os pressupostos para uma humificação que decorra em condi-çQes aeróbias são um teor de água necessário para a decomposição microbiana e uma ventilação suficiente, isto é, uma alimentação do solo com oxigénio, bem como uma relação C/N (carbono/azoto) apropriada para a acção dos microrganismos aerobios.

Em face desta situação de fundo, o objectc da presente invenção consiste em proporcionar uma possibilidade de, da maneira mais rápida e eficaz, transformar tais resíduos existentes na forma líquida em fertilizantes, ou efectuar a sua humificação, a fim de os mesmos poderem ser levados para o solo como adubo na forma microbiana aberta.

Segundo a presente invenção, o problema, resolve-se por um processo no qual os resíduos líquidos são transformados, num recipiente fechado, com adição de substâncias biologicamente decomponíveis, contendo carbono, tai£ como por exemplo palha, madeira ou similares sob a forma triturada, por revolvimento por meio de uma ou mais ferramentas de dispersão, com aplicação de energia mecânica e introdução controlada de ar, numa dispersão supensoide com elevada, viscosidade e são depois transformadas em matérias fertilizantes num processo de maceração aerdbia.

Convenientemente, a energia mecânica é aplicada por meio de um efeito de cavitação ou de formação de um rasto oco gerado por meio da ferramenta de dispersão e o fornecimento de ar directamente para a zona do revolvimento do líquido é comandado de modo tal que, na referida zona, se obtém um vácuo limitado localmente. De maneira conveniente, o ar é conduzido por meio de um sulco devido ao vácuo, limitando o sulco a manutenção do vácuo.

Aos resíduos líquidos pode adicionar-se uma pequena quantidade de uma, biomassa contendo microrganismos aerébios, tais como estrume. Os resíduos dispersos são convenientemente armazenados temporariamente numa bacia de • decantação e depois colocados num curtidouro de maceração. - 3 - 4

0 processo de maceração realiza-se convenientemente em vários andares, sendo a massa a transformar em fertilizante transferida de um curtidouro prévio, através de um curtidouro principal para um curtidouro suplementar. 0 curtidouro prévio | então construído por camadas, dispondo-se entre duas camadas de resíduos dispersos res-pectivamente uma camada de substâncias contendo carbono de-componíveis biologicamente, tais como palha, madeira ou similares .

As substâncias contendo carbono decompo-níveis biologicamente devem ser adicionadas na totalidade em cerca de 1 a 3 % da massa dos resíduos líquidos. 0 fundamento da presente invenção e o conhecimento de que a natureza desde sempre teve uma influência decisiva nos espaços vitais na terra e procurou sempre manter em reciclagem as matérias orgagéneas e biogéneas, modificando aliás muitas vezes as estruturas destas substâncias. Isto faz-se na natureza com um grande dispêndio de energia, sobretudo pelo vento, a água e as variaçães de temperatura, mas também por movimentos determinados e pelo transporte destas matérias; o tempo não tem então qualquer importância. 0 resultado foram e são ainda hoje em parte as terras vegetais e camadas de terras negras nas margens dos rios, bem como os solos de loesse. Com a presente invenção persegue-se o objectivo de, para determinados resíduos, extrair do processo biológico natural de conversão, para um dado intervalo de tempo, a fim de poder influenciar esse processo no sentido da sua aceleração.

Segundo a presente invenção, em primeiro lugar mistura-se muito intensivamente o líquido a tratar por meio de uma ferramenta de dispersão; então os componentes sólidos são fortemente triturados, por um lado por meio da ferramenta de dispersão propriamente dita, por via mecânica, mas por ou.tro lado também por atrito. Simul^âneamente . introduz-se num espaço limitado energia mecânica reforçada, - 4 -

ruais concretamente de acordo com o conhecido princípio da cavitação ou da formação de um sulco oco. Ho casa da rotação da ferramenta de dispersão com uma velocidade angular de cerca de 1 800 r.p.m e com uma velocidade periférica de cerc ca de 38 a 44 m/s, força-se na zona do corpo gerador da perturbação a formação de uma rotura da corrente do líquido e portanto unia cavitação. A cavitação aparece quando um líquido flui com grande velocidade ao longo de um corpo sólido e, devido a uma discontinuidade da superfície do corpo, não pode prosseguir, mas sim I por este interrompida. Heste ponto surge uma depressão; devido a esta depressão, o líquido evapora-se neste ponto de acordo com a tensão do vapor associada a cada temperatura. Este fenómeno é no entanto muito instável. Quando do colapso das bolhas cheias de vapor do líquido que se formam na zona de depressão, verifica-se uma acção de implosão, por meio da qual se libertam forças intensas, que aqui actuam na superfície do corpo. Pode então chegar-se a uma corrosão local da superfície do corpo.

Segundo a presente a invenção, por meio da adição de substâncias decomponíveis biologicamente contendo carbono, os chamados suportes de carbono, consegue-se, por um lado, um controlo da relação C/H. Por outro lado, oferecem-se aos iães de hidrogénio que se libertam em consequência da rotura das pontes de hãdrogénio pela introdução de energia mecânica, átomos de carbono, com os quais podem es-tabelecer-se novas ligaçães; evitam-se desse modo fenómenos de corrosão nos corpos sólidos. A isso acresce uma acção de hidratação, isto é, a acumulação de moléculas de água ou a formação de novos compostos com água, como pode concluir-se pelo aumento observado de substância seca devido â. dispersão segundo a presente invenção.

Essencial para a presente invenção é além disso uma estabilização do efeito da cavitação e do sulco, mediante a introdução controlada de ar na zona onde a formação do sulco é mais violenta. A quantidade de ar absorvido, • borbulhado, deve ser apenas a suficiente para que não se 5

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desfaça o vácuo, isto é, para manter a pressão abaixo do valor da pressão atmosférica. A introdução do ar I uma parte essencial do processo segundo a presente invenção. Por um lado, os microporos resultantes dessa introdução oferecem aos microrganismos aerébios pontos de ataque excelentes, de modo que o processo ulterior de maceração ê favorecido e acelerado. Por outro lado, o ar contém além de oxigénio também azoto que, depois da conversão, reforça a acção fertilizante do estrume obtido.

Além disso, o processo segundo a presente invenção tem a vantagem de, pela dispersão a partir dos resíduos líquidos resultar uma massa de elevada viscosidade que apresenta características tixotropicas, a qual, não sd imediatamente apos a dispersão, como também apds um envelhecimento de 24 horas nas bacias de decantação montadas a seguir, onde se separam pequenas quantidades de água, é ainda susceptível de ser bombada e deste modo ser colocada, por camadas, num curtidouro. Em consequência da mais fina distribuição do ar na massa de dispersão, o processo da maceração inicia-se imediatamente e acelera-se nas condiçães aerd-bias, de modo que passado um tempo relativamente curto, de cerca de 7 a 8 semanas, já se dispãe de estrume como meio fertilizante. É ainda objecto da presente invenção um dispositivo para a dispersão de resíduos líquidos com pelo menos uma ferramenta de dispersão montada num veio de accio-namento no interior de um recipiente fechado e rotativa em torno de um eixo de rotação, formada como um disco circular, dotado nasua periferia com um certo número de corpos perturbadores, uns ao lado dos outros e muito próximos, com pelo menos zonas parciais salientes em relação ao plano do disco e prevendo-se na zona da ferramenta de dispersão dispositivos para a introdução de ar. A relação entre o diâmetro da ferramenta . dispersão e o diâmetro do recipiente tem um valor de cer-• ca de 1 a 2. Resulta desse modo entre a ferrementa de dis- 6

persão e a parede do recipiente um espaço anular, no qual está montada uma barreira, que pode oscilar em torno de um eixo paralelo ao eixo de rotação da ferramenta de dispersão e que fixar-se, para a corrente de líquido em rotação.

Os corpos perturbadores são conveniente-mente formados por saliências em forma de dentes, que sobres saem da periferia do disco e que, alem de um cutelo que se estende mais ou menos radialmente em relação ao eixo de rotação e fazendo um ângulo com o plano do disco, inclinando--se para fora a partir deste, se estendem por uma superfície superior de preferência cõm curvatura dupla para uma ponta traseira, situada mais ou menos no plano do disco. 0 bordo exterior dos corpos perturbadores estende-se entre a extremidade exterior do cutelo e a ponta traseira em arco conve-nientemente contínuo.

Ia periferia do disco podem prever-se cavas entre os vários corpos perturbadores. Estas cavas são convenientemente formadas como furos alongados, dispostos mais ou menos tangencialmente em relação â periferia do disco .

Ao longo da periferia do disco prevêm-se convenientemente aberturas de saída para o ar, que estão em ligação com o ar exterior, através um canal de ar que passa axialmente num veio de accionamento construído como veio o-co. As aberturas de saída estão convenientemente montadas com uma distribuição uniforme na periferia do disco.

Convenientemente, a uma pequena distância do disco, concentricamente com este e num plano paralelo ao plano do disco, está montado um disco de cobertura apro-ximadamente com o mesmo diâmetro, servindo o espaço intermédio entre os dois discos para a introdução do ar.

Io veio de accionamento podem montar-se o.uas ou mais ferramentas de dispersão, umas sobre as outras e separadas por uma certa distância; estas ferramentas de . dispersão podem também ter diâmetros diferentes. . Uma ferramenta de dispersão assim forma- - 7 -

da realiza de maneira excelente o processo segundo a presente invenção, designadamente a dispersão dos resíduos líquidos com aplicação de energia mecânica e o fornecimento de ar sob uma forma muito dividida.

Mediante a formação dos corpos perturbadores com um cutelo voltado no sentido da rotação, gera-se um fluxo hidráulico turbilhamar que favorece a trituração dos componentes sólidos até obter uma dispersão coloide. 0 escoamento turbilhonar pode ainda ser amplificado pela colocação de várias ferramentas de dispersão umas sobre as outras.

Simultaneamente, os suportes de carbono, tais como a palha,, adicionados sob a forma triturada, são arrastados e triturados em partes mais finas, mas sobretudo ficam disponíveis na própria zona de reaeção. Mediante a configuração dos corpos perturbadores em forma de dentes e à forma com curvatura dupla da sua superfície superior, aparece por detrás dos cutelos rectilíneos uma cavidade que termina numa ponta traseira, na qual pode actuar o efeito de cavitação ou de sulco vazio. Adicionalmente, tal como num turbilhão, torna-se actuante a força centrífuga da massa do líquido em rotação; este efeito I ainda ampliado pela barrei ra usada segundo a presente invenção que, durante a rotação da ferramenta de dispersão, pode ser oscilada para o interior da corrente turbilhonar. Como as massas no centro de rotação seguem a corrente apenas com atraso, reforça-se o efei to do sulco vazio. Mediante a colocação das aberturas de saída do ar ao longo da periferia do disco, mas em especial mediante a formação de um espaço contínuo entre o disco propriamente dito e um disco de cobertura consegue-se que o ar, aspirado de maneira controlada devido ao vácuo, seja introduzido no ponto onde o sulco é mais violento, por exemplo atrás da barreira.

Segundo o processo da presente invenção e com o dispositivo correspondente podem processar—se não só • os resíduos líquidos, tais como os dos escoadouros de sarje— , * as aguas residuais e similares, a fim de acelerar a sua 8 transformação de fertilizantes, como também as lamas de tratamento de esgotos, bem como resíduos da indústria das frutas e dos legumes e também os resíduos arrastados na água provenientes da preparação de sumos, sob a forma de bagaços.

Descreve-se a seguir com mais pormenor uma forma de realização da presente invenção, com referência aos desenhos anexos, cujas fugiras representam: A fig. 1, uma ilustração esquemática da execução do processo segundo a presente invenção; A fig. 2, um corte longitudinal de um recipiente apropriado para a dispersão do líquido; A fig. 3> um corte transversal do recipiente pela linha (III-III) da fig. 2; A fig. 4, uma secção de uma vista de cima de uma ferramenta de dispersão; A fig. 5, uma vista, como num espelho, na direcção (Y-7) da fig. 4; A fig. 6, um corte pela linha (VI-YI) da fig. 4; e A fig. 7, uma secção de um corte longitudinal feito pela linha (YI1-YII) da fig. 4. A fig. 1 representa esquematicamente uma vista geral do processo segundo a presente invenção e os dispositivos necessários para a sua realização.

Um recipiente (1) serve em primeiro lugar para a recolha dos líquidos a tratar. Apenas para indicar a possibilidade de variantes do processo, o recipiente(1) está representado dotado com duas câmaras (2) e (3), estando indicado que num tal recipiente podem armazenar-se quer esgotos de sarjetas (4) (câmara(2)), quer lamas do tratamento de esgotos (5) (camara(3)). Por uma linha a tracejado (4!) ou uma linha a tracejado com traço mais grosso (5’) está indica do como ser levados os esgotos de sarjetas (4) ou as lamas de tratamento de esgotos (5) a um dispositivo de dispersão (6).

Ia proximidade do recipiente (1) encontra-

-se um depósito (7) para as substâncias contendo carbono de-compomveis biologicamente, por exemplo palha (8), e uma bi-omassa, tal como por exemplo estrume (9). Uma linha (8') indica como estas massas podem ser levadas para o dispositivo de dispersão (6).

Io dispositivo de dispersão (6), que será mais adiante descrito com mais pormenor, o líquido em questão ê finamente disperso, com adição de uma pequena qaanti-dade de palha (8) ou de outro suporte de carbono e eventualmente biomassa (9), e mediante a aplicação de energia mecânica, bem como a introdução de ar, e transformando, com a alteração da sua estrutura física e química, num líquido ti-xotrópico de elevada viscosidade. Este líquido I depois retirado do dispositivo de dispersão (6) (conduta (10)) e bom-bado para uma ou mais bacias de decantação (11). Ias bacias de decantação (11) realiza-se, dentro dum tempo relativamente curto, de cerca de 24 horas, um envelhicimento da massa. Este envelhecimento tem como consequências que no fundo da bacia de decantação (11) se separa uma pequena quantidade de água (12), enquanto que por cima a massa (13) se consolida. Apesar disso, essa massa, mesmo depois do seu envelhecimento pode ser levada, por meio de bombas apropriadas, directamen-te para um curtidouro.

Ia parte da direita da representação da fig. 1 está indicado como a massa (13) - que segue pelas condutas (13*) do sistema - ê levada a um curtidouro prévio (A), onde ela é acamada numa base (14) sólida e impermeável, com uma calha lateral (15) de recolha da água, em camadas individuais, sobrepostas. Entre as várias camadas da massa (13) são mais uma vez colocadas camadas de palha ou de um outro suporte de carbono, mais concretamente de modo que o suporte de carbono adicionado globalmente, portanto no dispositivo de dispersão e no curtidouro, seja ao todo mais ou menos 1 a 3 % do líquido.

Eo curtidouro prévio (A), a massa (13), a-• pós um tempo de permanência de cerca de 7 a 10 dias, ê trans - 10 ;ΐ»»ν ferida e de novo acamada para um curtidouro principal (B), onde se realiza a reacção microbiana propriamente dita. A uma temperatura de 66 a 70°0, evapora-se aqui a maior parte da água ligada, de modo que a massa tem de ser aspergida com água para o humedecimente e a manutenção dos fenómenos de hidratação. Para isso pode utilizar-se a água (12) obtida no fundo da bacia de decantação (11); a conduta (12*) simboliza esta fase do processo. Finalmente, do curtidoura principal (B) o material ê levado para um curtidouro suplementar (C), onde e deixada ate ao amudercimento definitivo. A fim de proteger a massa (13) nos curti-douros, em especial no curtidouro prévio (A) e no curtidouro principal (B), das influências das intempéries e de facto também contra as precipitações, bem como das radiações solares intensas, preveu-se uma cobertura (17) sobre os recintos dos curtidouros.

Neste processo de maceração, o material de origem líquida é reduzido até 97 %, sobretudo pela restituição da água de ligação. G tempo de desintegração nos curtidouros é ao todo de cerca de 7 a 8 semanas. Depois do proces so de maceração obtém-se a partir dos materiais residuais anteriores um produto húmico valioso, que pode ser usado di-rectamente como fertilizante.

Nas fig. 2 e 3 está representado o dispositivo de dispersão (6), numa escala maior, em corte longitudinal e em corte transversal; as fig. 4 e 7 mostram pormenores da ferramenta de dispersão. 0 dispositivo de dispersão (6) compreende em primeiro lugar um recipiente de dispersão (21), que assen ta num suporte (22). 0 recipiente (21) apresenta na zona superior uma abertura de enchimento (23) qne pode ser fechada por uma tampa (24). Na sua zona inferior, o recipiente (21) é formado com uma configuração cónica convergente; possui um fundo inclinado (25), que conduz a uma abertura de saída(26), que pode também fechar-se com uma tampa. Aparte inferior do . recipiente (21) poderia, em vez de cónica, ser abaulada, por 11 -

exemplo oval e ter uma abertura de descarga central.

Io eixo médio longitudinal vertical, encon tra-se um veio de accionamento (28), que sobressai para cima para o exterior do recipiente (21); o veio (28) apoia-se aí numa caixa (29). 0 veio está ligado, através de uma transmissão montada numa caixa (30) da transmissão, com um motor de accionamento (31), por exemplo um motor eléctrico, em con diçães de transmissão de potência.

Io veio de accionamento (28) encontram-se, no exemplo de realização representado, duas ferramentas de dispersão (40) de constituição idêntica e colocadas uma sobre a outra, que serão descritas em pormenor com referência às fig. 4 a 7. 0 veio de accionamento (28) é construído como veio oco, apresentando um canal de ar (32) que se estende axialmente e que desemboca na extremidade superior do veio (28) numa abertura de entrada (33) do ar e na zona da ferramenta de dispersão (40) respectivamente num canal de derivação (34), que conduz à respectiva ferramenta de dispersão (40) . A abertura de entrada de ar (33) está equipada com um injector ajustável, a fim de poder dosear a quantidade de ar aspirado pela depressão provocada prla rotação da ferramenta de dispersão. 0 diâmetro da ferramenta de dispersão (40) montada na parte cilíndrica do recipiente (21) ê mais ou menos igual a metade do diâmetro máximo do recipiente (21), de modo que entre a periferia exterior da ferramenta de dispersão (40) e a parede do recipiente fica um espaço anular. Hes te espaço anular está montada uma barreira (35) articulada. É constituída por uma asa (3β) fixada num veio (37); o veio (37) está, por sua vez, apoiado numa chumaceira (38) superior e numa chumaceira inferior (39) no recipiente (21).

Cada uma das ferramentas de dispersão (40) e constituída por um disco desintegrador (disco inferior) (41) e um disco (superior) de cobertura (42) paralelo e con- ^ centrico com o primeiro. 0s dois discos (41) e (42), como po-; de ver-se sobretudo na fig. 7, são suportados na sua zona 12

cental por um anel com flange (43) que, por sua vez, está fixado no veio (28). Os dois discos (41) e (42) estão fixados no anel com flange (43), deixando um espaço intermédio (.44) na zona de um dispositivo de disparo de um flange (55), por um meio de ligação apropriado, por exemplo parafusos (45) . 0 canal de derivação (34) conduz do canal de ar (32) para o espaço intermédio (44) entre os dois discos (41) e (42).

Ma periferia do disco de desintegração (41) esta montado um certo námero de corpos perturbadores (46) uns ao lado dos outros e muito próximos uns dos outros. Mstes corpos perturbadores (46) são constituídos no caso mais simples por saliências (47), produzidas por corte do material do disco de desintegração (41), por corte com matriz. As saliências (47) possuem do lado dianteiro no sentido da rotação (seta (48)), um cutelo ou aresta de corte rec-tilínea (49); a sua aresta exterior (51) que parte do vértice exterior (50), estende-se em arco de círculo até uma pon-ta traseira (52). Bntre cada dois corpos perturbadores (46) encontra-se, mais ou menos no trajecto periferia do disco de desintegração (41), uma, abertura (53) alongada, estendendo--se tangencialmente.

Os corpos perturbadores (46) resultam das saliências (47) inicialmente planas, dobrando-as para cima de um ângulo B, a partir do plano do disco (41) (fig. 6) e depois de um ângulo X em torno de um eixo orientado radialmente (fig. 5); ambos os ângulos têm um valor de cerca de 20 . Resulta assim entre o cutelo (49) e a ponta traseira (52) uma cavidade em forma de gamela (54) que favorece o apa recimento de um sulco vazio na zona da ponta (52) e d.a abertura alongada (53).

Para a realização do processo segundo a presente invenção, enche-se o recipiente de dispersão (21) através da abertura de enchimento (23) com líquido; o nível . de enchimento está indicado na fig. 2. Depois de se fechar a • tampa (24), pãem-se em rotação as ferramentas de dispei*são - 13 -

(40) montadas no veio (28) (fig. 3), n0 Bentld0 inaioaao pela seta (48). A asa (36) da tarreira (35) encontra-se en- tão ainda na posição indicada por (a) na fig. 3, mais 0u menos tangencialmente. logo oxue se atinja a velocidade necessária, adiciona-se, de novo pela abertura de enchimento (23) ou por qualquer outro meio apropriado, um suporte de carbono, por exemplo sob a forma de palha triturada.

Devido à elevada velocidade periférica de cerca de 40 m/s e *a forma especial dos corpos perturbadores (46) forma-se na zona da cavidade (54) a partir da ponta (52), uma acção de sulco vazio, que tem como consequência a formaçao de uma depressão nesta zona do disco de dispersão (41) . Através do espaço intermédio (41) entre o disco de desintegração (41) e 0 disco de cobertura (42) é então introduzido, ao longo do bordo exterior (56) do disco de cobertura (42), ar através do canal de derivação (34) que está em ligação com 0 canal de ar (32) no interior do veio (28), através da abertura de entrada de ar (33). A quantidade de ar pode ser doseada por meio de um injector colocado na abertura de entrada do ar (33) , de uma maneire, precisa. Deste modo, consegue-se que 0 ar, em quantidade controlada, não sá possa ser pulverizado directamente na zona de tratamento intensivo do líquido, como também dosear 0 ar em quantidades tais que não se desfaça 0 vácuo criado nessa zona por acção do sulco vazio.

Logo que tenha decorrido este fenómeno, por meio de uma alavanca existente na extremidade superior do veio (37), roda-se este veio, fazendo-se assim oscilar a asa (36) para a posição (b) (fig. 3); a asa (36) encosta-se assim a parede do recipiente e é comprimida contra esta pelo líquido em rotação. 0 líquido que roda com uma velocidade elevada é desse modo retido como numa represa, de modo que resulta uma acção de turbilhão que se sobrepbe ao movimento de rotação geral do líquido e que reforça a depressão por detrás, no sentido do escoamento, da barreira (35). De-. vid.o a formação da ferramenta de dispersão (40) com parede - 14 -

Claims (1)

1. J

   dupla, é possível a entrada do ar introduzido exactamente no ponto onde o vácuo é mais intenso, ou seja por detrás da "barreira (35), relativamente ao sentido do escoamento. Após um tempo de processamento de alguns minutos, desliga-se o accionamento e pode-se então retirar pela abertura de descarga (26) o esgoto de sarjetas transformado por esta operação de tratamento numa dispersão co-loide com propriedades tixotrdpicas e continuar-se o seu processamento como se explicou em ligação com a fig. 1. De maneira análoga pode também adicionar--se biomassa, por exemplo estrume, para acelerar o processo de maceração. REIVIIDIGACÕBS - 1§ - Processo para a formação de matérias fertilizantes a partir de resíduos contendo em especial secre-ções animais e/ou Irumanas existentes na forma líquida, tais como matérias de sarjetas, águas residuais, lamas de tratamento de esgotos ou similares, caracterizado por os resíduos líquidos serem transformados num recipiente fechado, com adição de substâncias contendo carbono suscep-tíveis de ser decompostas bioldgicamente, tais como por exemplo palha, madeira ou semelhantes, sob uma forma triturada por revolvimento, por meio de uma ou mais ferramentas de dispersão, com o fornecimento de energia mecânica e com fornecimento controlado de ar, numa dispersão suspensoide com elevada viscosidade e, depois disso transformados em matérias fertilizantes num processo de maceração aerdbia. -25- Processo de acordo com a reivindicação 1, - 15

   caracterizado por a energia mecânica ser fornecida por meio de uma acção de cavitação ou de formação de um rasto oco produzido pela ferramenta de dispersão e por o fornecimento de ar ser comandado directamente na zona do revolvimento do liquido de modo tal que se mantenha na referida zona correc tamente um vácuo espacialmente limitado. - 3» - Processo de acordo com a reivindicação 2, caracterizado por o ar ser conduzido por meio de um rasto ou sulco formado pelo vácuo e por o sulco ser limitado para a manutenção do vácuo. - 4« - Processo de acordo com qualquer das reivindicações 1 a 5» caracterizado por se adicionarem aos resíduos líquidos pequenas quantidades de uma Momassa conten do microrganismos aerébios, tal como por exemplo estrume. - 5» - Processo de acordo com qualquer das reivindicações 1 a 4, caracterizado por os resíduos a dispersar serem armazenados temporariamente numa bacia de decantação (11) e depois colocados num eurtidouro de maceração. - 6* - Processo de acordo com qualquer das reivindicações 1 a 5» caracterizado por o processo de maceração ser feito em vários andares, sendo a massa (13) a trans formar em matérias fertilizantes transferida de um curtidou ro prévio (A), através de um eurtidouro principal (B) para • um eurtidouro complementar (c). - 16 - - 7*

   Processo de acordo com a reivindicação 6, caracterizado por o curtidouro prévio (A) ser formado em camadas, colocando-se entre duas camadas de resíduos dispersados respectivamente uma camada de substâncias contendo carbono susceptível de decompor-se biologicamente, tais como por exemplo palha, madeira ou similares. - 8§ - Processo de acordo com qualquer das reivindicações 1 a 7, caracterizado por se adicionarem substâncias contendo carbono e susceptíveis de decompor-se biologicamente no total de cerca de 1 a yfo da massa dos resíduos líquidos. - 9 s - Dispositivo para a dispersão dos resíduos líquidos de acordo com as reivindicações 1 a 8 com pelo menos uma ferramenta de dispersão (40) montada num veio de accionamento (28) num recipiente fechado (21) e rodando em torno de um eixo de rotação, caracterizado por a ferramenta de dispersão (40) ser formada como um disco circular (41), provido na sua periferia com um certo número de corpos geradores de perturbações (46) montados ao lado dos outros e muito próximos uns dos outros, ficando pelo menos zonas parciais dos mesmos salientes em relação ao plano do disco (41) e por se preverem na zona da ferramenta 'de dispersão (40) dispositivos para o fornecimento de ar. - 105 - Dispositivo de acordo com a reivindicação 9, caracterizado por a relação entre o diâmetro da ferramen- - 17 η ta de dispersão (40) e o diâmetro do recipiente ser igual a cerca de 1 para 2. - 11 § - Dispositivo de acordo com as reivindica-çSes 9 ou 10, caracterizado por no espaço anular entre a ferramenta de dispersão (40) e a parede do recipiente (21) estar colocada uma barreira (35) para a corrente do líquido em rota.ção, susceptível de ser fixada e de oscilar em torno de um eixo paralelo ao eixo de rotação da ferramenta de dispersão (40). - 12S - Dispositivo de acordo com a reivindicação 9, caracterizado por os corpos geradores de perturbaçães (46) serem formados como saliências (47) em forma de dentes, salientes para fora em relação â periferia do disco, as quais, ao lado de um cutelo (49) que se estende mais ou menos radialmente em relação ao eixo de rotação e que fica saliente segundo um certo ângulo X com o plano do disco terminam numa superfície superior, de preferência com curvatura dupla em pontas traseiras (52) situadas no plano do disco. - 13& - Dispositivo de acordo com a, reivindicação 12, caracterizado por a periferia exterior (51) dos corpos geradores de perturbeç8es (46) ter uma curvatura contínua entre a extremidade exoerioi? (50) do cutelo (49) e as pontas traseiras (52). - 14- - Dispositivo de acordo com as reivindicaçõ— - 18 - es 12 ou 13, caracterizado por se preverem na periferia do disco (41), entre os vários corpos geradores de perturbações (46), aberturas (53)· - 156 - Dispositivo de acordo com a reivindicação 14, caracterizado por as aberturas (53j serem formadas como furos alongados que se estendem mais ou menos tangencialmente a periferia do disco (41;. - 16¾ - Dispositivo de acordo com as reivindicações 12 a 15, caracterizado por se preverem ao longo da periferia do disco (41) aberturas de saída para o ar, que está em comunicação com 0 ar exterior através de um canal de ar (52; que se estende axialmente no veio de accionamento (29) formado como veio oco. - 17* - Dispositivo de acordo com a reivindicação 16, caracterizado por as aberturas de saída estarem colocadas distzri.buidas uniformemente pela periferia do disco (41). - 18» - Dispositivo de acordo com as reivindicações 16 ou 17, caracterizado por a uma pequena distância do disco (41), concentricamente com este e num plano paralelo ao seu plano, estar colocado um disco de cobertura (22), com aproximadamente 0 mesmo diâmetro e por 0 intervalo (44) formado entre os dois discos servir para a alimentação de ar. - 19» - - 19 - « Dispositivo de acordo com qualquer das reivindicações 9 a 18, caracterizado por estarem montados no veio de aecionamento (28) duas ou mais ferramentas de dispersão (40) uma por cima da outra, a uma certa distância mútua. - 20 ê - Dispositivo de acordo com a reivindicação 19, caracterizado por as ferramentas de dispersão (40) teren diâmetros diferentes. As requerentes reivindicam a prioridade do pedido alemão apresentado em 26 de Setembro de 1988, sob ο ηδ. P ^8 32 600.0.

   Lisboa, 11 de Setembro de 1989 (S lsbhis oMta&L mt ε®φμβ®δ®β «iítowôsmíJí