PT912412E - Capsula de roscar - Google Patents

Description

DESCRIÇÃO "CÁPSULA DE ROSCAR” O presente invento diz respeito a uma cápsula de roscar para fechar um recipiente, cápsula de roscar essa composta por um corpo e por um dispositivo de garantia constituído por uma secção em banda circundante e uma tira destacável a ela ligada, secção em banda essa que contém no seu lado interno elementos de bloqueio internos, cada um deles composto por uma rampa de ascensão e por uma superfície de bloqueio, sendo o recipiente provido de elementos de bloqueio exteriores, dispostos em tomo do contorno externo da sua abertura, que engrenam, quando se encontra fechado, com os elementos de bloqueio internos, e estando a secção em banda ligada ao corpo da cápsula de roscar por intermédio de um primeiro grupo de pontes quebráveis. O fechar, pela primeira vez, de um tal recipiente, com o objectivo de alcançar um encaixe dos elementos de bloqueio, resulta de um movimento de enroscamento entre a cápsula de roscar e o recipiente. Ao atingirem o início da rosca, os elementos de bloqueio denti formes da cápsula de roscar e do recipiente começam por deslizar uns sobre os outros, verificando-se o deslize dos elementos de bloqueio por sobre as respectivas rampas ascencionais até à posição de bloqueio, ou o salto repentino para esta, e sendo impedido um movimento no sentido da abertura mediante um encosto mútuo das superfícies de bloqueio dos elementos de bloqueio.

Os elementos de bloqueio da cápsula de roscar encontram-se dispostos sobre uma banda de garantia que é destacada da cápsula de roscar a fim -2- de abrir o recipiente. Para tal, a banda de garantia encontra-se ligada ao corpo da cápsula de roscar por intermédio de pontes que são quebradas quando a banda de garantia é destacada por efeito da força exercida pelo utilizador.

Quando, no movimento de enroscamento, os elementos de bloqueio deslizam uns sobre os outros até engrenarem, ocorrem obrigatoriamente movimentos de desvio destes elementos de bloqueio. Além de, em particular no caso do plástico, ocorrerem deformações elásticas dos elementos de bloqueio do tipo mencionado, é igualmente possível a ocorrência de deformações plásticas irreversíveis. Ao invés, caso seja utilizado um material relativamente mole, ou seja, elástico, existe o perigo de não ser seguro o bloqueio entre os elementos de bloqueio pelo facto de os elementos de bloqueio também poderem sofrer desvios elásticos quando de um movimento proibido de desenroscamento e, deste modo, libertarem a cápsula de roscar.

Recipientes, em particular recipientes e tubos premíveis destinados a dispensar por exemplo gotas oftálmicas ou nasais, exibem um componente alongado de saída, um bico. Quando do fabrico de tais recipientes pelo processo de moldagem por injecção, o bico começa por estar fechado na sua extremidade, sendo em seguida a sua ponta cortada com uma faca a fim de voltar a libertar o seu orifício de saída. Obtém-se assim uma aresta viva no orifício de saída do bico, a qual pode provocar ferimentos. Até à data, esta aresta tem sido arredondada, nomeadamente por acção do calor, processo a que está associado o perigo de excessivo estreitamento do orifício de saída ou mesmo do seu fecho por fusão. O pedido de patente DE-A-22 43 220 dá a conhecer um dispositivo de fecho de garrafas constituído por uma cápsula em plástico provida de elementos de bloqueio ligados às pontes quebráveis por intermédio de elementos -3- elásticos. Contudo, esta cápsula não exibe um dispositivo de garantia em banda nem contém um segundo grupo pontes quebráveis com uma resistência à ruptura menor do que o primeiro grupo de pontes quebráveis referido e ligadas por intermédio de um segundo grupo de elementos elásticos com a secção da cápsula que contém os elementos de bloqueio.

Objectivo do presente invento é a disponibilização de uma cápsula de roscar com um dispositivo de garantia em banda com a qual seja impossível a deformação plástica dos elementos de bloqueio quando do enroscamento da cápsula de roscar com banda de garantia aplicada ao mesmo tempo que fique assegurado o bloqueio seguro da cápsula de roscar sobre o recipiente.

Um outro objectivo do presente invento consiste na disponibilização de uma cápsula de roscar na qual fique posta de parte a existência de uma aresta potencialmente causadora de ferimentos no orifício de saída do bico. A cápsula de roscar de acordo com o presente invento é detentora das características apresentadas na reivindicação 1. Das reivindicações dependentes podem ser depreendidas formas de realização vantajosas da mesma.

Segue-se a elucidação do objecto do presente invento com recurso aos desenhos correspondentes a exemplos de realização do mesmo. São mostrados: na Figura 1, uma planta da cápsula de roscar de acordo com a

Figura 2; na Figura 2, uma cápsula de roscar, parcialmente em corte e parcialmente numa vista lateral; -4- na Figura 3, uma vista por de cima sobre a porção superior, mostrada na Figura 4, de um recipiente; e na Figura 4, a porção superior de um recipiente, parcialmente em corte e parcialmente numa vista lateral. A cápsula de roscar 1 mostrada nas Figuras 1 e 2 exibe um corpo 3 munido de um dispositivo de garantia em banda que é constituído, como partes mais importantes, por uma secção circundante em banda 4 e por uma tira destacável 5 ligada à secção em banda 4. Estes componentes foram fabricados num plástico adequado.

Ao longo da secção em banda circundante 4 foram configurados, enquanto ressaltos em forma de cunha projectados para o interior, elementos de bloqueio 6. Cada um dos elementos de bloqueio 6 exibe uma rampa ascensional 7 e uma superfície de bloqueio 8. A secção em banda 4 encontra-se alternadamente subdividida em secções em forma de arco de círculo 14 e secções em forma de U 15, estando os braços da forma em U dirigidos para o interior da cápsula de roscar 1. Em particular, cada secção em forma de U 15 exibe um primeiro braço 16 e um segundo braço 17, braços 16 e 17 que estão ligados entre si por intermédio de uma secção de base 18. A secção em banda circundante 4 da banda de garantia encontra-se ligada ao corpo 3 da cápsula de roscar por intermédio de um primeiro grupo de pontes quebráveis 10. Como é do conhecimento geral, este primeiro grupo de pontes quebráveis foi configurado de modo a ser menos resistente que a secção em banda 4, donde são estas pontes quebráveis 10, e não a secção em banda 4, quem sofre uma ruptura por aplicação de uma força. Da Figura 1 pode -5- depreender-se que o segundo braço de cada subsecção em forma de U 15 da secção em banda se encontra ligado ao corpo da cápsula de roscar 3 por intermédio de uma tal ponte quebrável 10. A tira destacável 5 estende-se ao longo do lado exterior da secção em banda 4. Uma das suas extremidades foi configurada como uma secção 28 dentada a fim tomar mais fácil o seu agarramento. No que respeita à sua extremidade oposta, a tira destacável 5 encontra-se ligada por intermédio de um elemento de transição rígido 19 à secção em banda 4, em particular ao primeiro braço 16 da respectiva secção em forma de U 15. Pode ainda depreender-se que o elemento de transição rígido 19 forma um ângulo agudo com a secção em forma de arco de círculo adjacente 14 por forma a formar um entalhe para destaque 29. A tira destacável 5 encontra-se ainda ligada por intermédio de pontes quebráveis de um segundo conjunto 12 com algumas das secções em forma de U 15, cada uma das pontes quebráveis do segundo grupo encontrando-se ligada em particular a uma secção de base 18 de cada uma das secções em forma deU 15. O segundo grupo de pontes quebráveis 12 é menos resistente do que o primeiro grupo de pontes quebráveis 10, tendo-se que, quando da aplicação de uma força sobre a tira destacável 5 e a secção em banda 4, o segundo grupo de pontes quebráveis 12 sofre uma ruptura antes do primeiro grupo de pontes quebráveis 10.

Os elementos de bloqueio interiores 6 não se encontram rigidamente fixados, podendo sofrer desvios elásticos. Em particular, entre cada um dos elementos de bloqueio e aquela das pontes quebráveis 10 do primeiro grupo que, no sentido anti-horário no caso da Figura 1, lhe é vizinha estende-se -6- um elemento elástico 11 de um primeiro grupo, elemento esse que é constituído por uma porção da secção em banda 4. Um elemento elástico 13 de um segundo grupo, elemento esse que se estende entre cada um dos elementos de bloqueio internos 6 a ponte quebrável 12 do segundo grupo que, no sentido anti-horário no caso da Figura 1, lhe é vizinha e também a ponte quebrável 10 do primeiro grupo, é formado por uma porção da secção de base 18 da secção em forma de U 15 adjacente. É por conseguinte patente a possibilidade de desvio elástico para fora dos elementos de bloqueio internos 6.

Reportando-nos agora à Figura 2 dos desenhos, verifica-se que o corpo 3 da cápsula de roscar 1 exibe uma parede interna 20 e uma parede externa 21. Para facilitar a manipulação do corpo 3 da cápsula de roscar, ou seja, a sua rotação, a parede externa 21 foi configurada por forma a ser canelada, o que é indicado por intermédio do número de referência 30. A porção inferior da parede interna 20 foi provida de uma rosca interna 31.

No que se refere à extremidade superior do corpo 3 da cápsula de roscar, verifica-se a projecção de um cone 22 para o seu interior. Forma-se assim, no zénite do corpo 3 da cápsula de roscar um espaço anelar 24 limitado pela parede de contorno 23 do cone 22, por um lado, e por uma secção da parede interna 20, por outro. Esta parede interna 20 exibe na sua extremidade superior exibe uma secção 25 encurvada no sentido do cone 22. Esta superfície curva 25 prolonga-se por uma secção de superfície plana 26, formando as secções 25 e 26 um ângulo pelo menos aproximadamente recto no seu local de transição 27. São ainda mostrados os dentes 32. Estes dentes 32 destinam-se a receber uma ferramenta quando da retirada de dentro do molde, ferramenta essa -7 por intermédio da qual a cápsula de roscar 1 é rodada a fim de ser desenroscada da rosca do respectivo molde.

Reportamo-nos agora às Figuras 3 e 4 dos desenhos, nas quais é representada uma parte do recipiente 2. Este recipiente 2 destina-se a receber por exemplo gotas oftálmicas, sendo fabricado num plástico adequado e configurado de modo a ser compressível para efeito da dispensa das gotas oftálmicas. O gargalo do recipiente é circundado por elementos de bloqueio externos 9, configurados como complementares dos elementos de bloqueio internos 6 da cápsula de roscar 1 e consequentemente providos de uma rampa de ascensão 33 e de uma superfície de bloqueio 34. Acima dos elementos de bloqueio 9 encontra-se uma rosca externa 35 a qual é fechada pelo bico dispensador 36.

Para fechar o recipiente 2, a cápsula de roscar 1 é colocada sobre o bico 36 e enroscada. Próximo do fim do movimento de enroscamento, as rampas de ascensão 7 dos elementos de bloqueio 6 da secção em banda 4 começam a deslizar sobre as rampas de ascensão 33 dos elementos de bloqueio 9 do recipiente 2. Dado que os elementos de bloqueio 6 podem sofrer desvios elásticos graças aos elementos elásticos 11 e 13, fica excluída a possibilidade de deformação plástica tanto dos elementos de bloqueio 6 como dos elementos de bloqueio 9, sendo de sublinhar que os elementos de bloqueio 6 e 9 também aparentam exibir uma certa elasticidade própria.

Uma vez completamente enroscada a cápsula de roscar 1 não é possível voltar a desenroscá-la pelo facto de um tal movimento de rotação ser impedido pelas superfícies de bloqueio sobrepostas 8 e 34 da secção em banda circundante 4 da cápsula de roscar ou do recipiente 2.

Para remover a cápsula de roscar 1 do recipiente 2 a fim de abri-lo, a tira destacável 5 é agarrada pela sua secção dentada 28 e levantada, o que provoca a ruptura das pontes quebráveis 12 do segundo grupo. Dado serem menos resistentes que as pontes quebráveis do primeiro grupo, estas últimas não são de início influenciadas pela força causadora da ruptura das primeiras. Uma vez rompidas todas, em número de 3 no exemplo de execução representado, as pontes quebráveis do segundo grupo, o puxar continuado da tira destacável 5 curva para o exterior, ou seja, e no caso representado na Figura 1, no sentido t horário, o elemento de transição rígido 19 começa a curvar-se para fora. E então rasgada a zona de ligação entre o primeiro braço 16 e o troço local da secção em banda local a partir do entalhe para destaque 29. A prossecução do rompimento da tira destacável 5 provoca a ruptura sucessiva das pontes quebráveis do primeiro grupo, podendo finalmente ser removida da cápsula de roscar 1 a totalidade da banda de garantia, ou seja, da secção em banda 4 e da tira destacável 5, e podendo proceder-se ao desenroscamento da referida cápsula.

Voltamos agora a reportar-nos às Figuras 2 e 4. Na Figura 4, o bico 36 foi representado como exibindo uma aresta viva 37 em tomo do orifício de saída 38.

Quando a cápsula de roscar é enroscada sobre o recipiente 2, o cone 22 penetra no orifício de saída 38. A aresta 37 começa a deslizar ao longo da secção curva 25, sendo deformada no sentido interno por forma a que a zona superficial superior do orifício de saída 38 acabe por ficar encostada à secção rectilínea 26. Deste modo, o bico 36 é plasticamente deformado junto ao orifício de saída 38, deixando de estar presente uma aresta viva que possa ser causadora de ferimentos.

JORGE CRUZ Agente Oficial da Propriedade Industrie RUA VICTOR CORDON, 14 1200 LISBOA

Lisboa, 26 de Setembro de 2000

Claims (4)

1. - 1 -

   REIVINDICAÇÕES 1. Cápsula de roscar (1) para o fecho de um recipiente (2), em que a cápsula de roscar (1) é constituída por um corpo (3) e por um dispositivo de garantia em banda (4, 5), o qual é composto por uma secção em banda circundante (4) e uma tira destacável (5) ligada àquela, secção em banda (4) essa que contém no seu lado interno elementos de bloqueio internos (6), cada um dos quais com uma rampa de ascensão (7) e uma superfície de bloqueio (8), em que o recipiente (2) exibe, dispostos ao longo do perímetro externo da sua abertura e engrenando com os elementos de bloqueio internos (6), elementos de bloqueio externos (9), e em que a secção em banda (4) se encontra ligada ao corpo (3) da cápsula de roscar por intermédio de um primeiro conjunto de pontes quebráveis (10), estando cada um dos elementos de bloqueio internos (6) ligados por intermédio de um elemento elástico de um primeiro grupo (11) a uma das pontes quebráveis do primeiro grupo (10), caracterizada por a tira destacável (5) se encontrar ligada à secção em banda circundante (4) por intermédio de um segundo grupo de pontes quebráveis (12) e por os elementos de bloqueio internos existentes na zona da tira destacável (5) se encontrarem ligados por meio de elementos elásticos (13) ao segundo grupo de pontes quebráveis (12), sendo a resistência à ruptura do primeiro grupo de pontes quebráveis (10) superior à resistência à ruptura do segundo grupo de pontes quebráveis (12).
2. 2. Cápsula de roscar de acordo com a reivindicação 1, caracterizada por a secção em banda circundante (4) exibir secções em forma alternadamente de arco de círculo (14) e de U (15), sendo cada secção em forma de U (15) composta por um primeiro braço (16) e por um segundo braço (17), braços (16, 17) esses que se encontram ligados entre si por meio de uma secção de base (18), e por cada um dos primeiros braços (16) ser solidário com uma das -2- pontes quebráveis do primeiro grupo (10) e cada uma das secções de base (18) ser solidária com uma das pontes quebráveis do segundo grupo (12).
3. 3. Cápsula de roscar de acordo com a reivindicação 2, caracterizada por uma das extremidades da tira destacável (5) estar ligada ao primeiro braço (16) de uma secção em forma de U (15) por intermédio de um elemento de transição rígido (19) e, para efeito da constituição de um entalhe para destaque (29), formar um ângulo agudo com a secção em banda em forma de arco de círculo (14) vizinha da secção em forma de U (15).
4. 4. Cápsula de roscar de acordo com uma das reivindicações precedentes, caracterizada por o corpo (3) da cápsula de roscar ser um corpo oco alongado com uma parede interna (20) e uma parede externa (21), uma das extremidades do qual, aquela que contém os elementos de bloqueio internos (6), é aberta e outra das extremidades do qual é fechada para efeito da constituição de um zénite, por do zénite se projectar, apontando para o interior do corpo oco, um cone (22) com uma parede circundante (23), assim dando forma, entre a parede interna do corpo oco e a parede circundante (23) do cone (22), a um espaço anelar (24), e por a secção (25) da parede interna (20) do corpo oco adjacente ao espaço anelar (24) se curvar no sentido do cone (22) e ser prolongada por uma secção plana (26) da parede, a qual se encosta à parede circundante (23) do cone (22) e, na zona de transição (27) para a secção curva (25) da parede, forma com esta um ângulo aproximadamente recto. Lisboa, 26 de Setembro de 2000

   JORGE CRUZ Agente Oficial da Propriedade Industrie RUA VICTOR CORDON, 14 1200 LISBOA