PT86951B - Processo de fabricacao de cimento - Google Patents
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Description
uma proporção menor de pelo menos uma matéria mineral contendo o óxido de cálcio CaO , no estado livre ou combinado, e por tratamento térmico dos grânulos assim formados . a uma temperatura entre 130 e 230°C, durante um periodo de tempo tal gue o teor de humidade seja levado até um valor de 0,1 a 1% em peso.
O presente invento tem por objecto um processo de fabricação de cimento por cozedura a alta temperatura duma mistura de calcário e argila, ou duma mistura de sílica, cal, alumina e óxidos de ferro, adição de gesso ao produto resultante desta cozedura e moagem da mistura final assim obtida.
Como se sabe, a fabricação do cimento pelo processo usual acima mencionado necessita de uma grande quantidade de energia térmica, geralmente fornecida pela combustão dum combustível apropriado, tal como o carvão os hidrocarbonetos líquidos ou o gas natural para efectuar a cozedura a alta temperatura da mistura dos ingredientes de partida. Com efeito, a quantidade de energia térmica necessária para fabricar 1 kg de clinquer de cimento é da ordem de 700 a 1500 quilocalorias.
Por outro lado, é sabido que a quantidade de lixos e de resíduos, tais como os lixos domésticos e os desperdícios industriais susceptiveis de serem juntos aos lixos domésticos com vista à sua eliminação, aumenta constantemente nos paises industrializados. A eliminação destes lixos e resíduos põe problemas cada vez mais difíceis de resolver.
Mais precisamente, os lixos são geralmente, ou simplesmente depositados nas zonas de descarga, ou incinerados ou pirolisados. Estes dois processos apresentam graves inconvenientes que são bem conhecidos. Nos dois casos, há um risco muito importante de poluição. Em particular, no caso de incineração ou de pirólise, determinadas substancias que estão frequentemente presentes nos lixos são susceptiveis de libertar os gazes tóxicos que se espalham pela atmosfera. Isto resulta em fortes limitações quanto às possibilidades de praticar este tipo de tratamento dos lixos e desperdícios.
A acumulação progressiva de volumes consideráveis de resíduos não tratados ou de resíduos de incineração que não são susceptiveis de qualquer utiliza-3-
ção ulterior põe igualmente graves problemas.
No entanto, embora a composição dos lixos seja susceptivel de variar de maneira importante e mais ou menos aleatoriamente em função do lugar e das condições da sua recolha, e igualmente segundo as estações, ela corresponde a uma composição média geralmente compreendida dentro de certos limites que, nos paises industriais, são aproximadamente os seguintes (expressos em percentagens ponderais):
Papeis e cartões
Trapos e outras matérias
Metais
45 | a | 53 | |
texteis | 10 | a | 13 |
7 | a | 9 |
Vidro a 12
Materiais pedregosos e arenosos
Materiais putrescíveis (nomeadamente, resíduos de legumes e de outras substâncias vegetais) 4 a 8
Materiais plásticos
Borracha
Por consequência, os lixos incluem em todos os casos uma proporção notável de substâncias combustíveis,será geralmente da ordem de 25% em peso.
As ideias precedentes conduziram à ideia de utilizar os lixos moídos (previamente libertados dos corpos metálicos) como combustível sólido, seja no estado pulverulento, seja sob a forma de briquetes, para o aquecimento dos fornos rotativos de cimento. Por outro lado, dado que as cinzas obtidas por combustão dos lixos compreendem matérias minerais, nomeadamente o óxido de cálcio, a sílica, a alumina e o óxido de ferro, que se encontram igualmente na composição dos clinqueres, pensou-se incorporar as cinzas dos lixos assim queimados para aquecer os fornos de cimento nos ingredientes de partida da fabricação dos clinqueres. Os processos baseados nestes princípios são descritos nas patentes Britânicas No. 1.405.294 e 1.510.392.
Mais precisamente, a patente britânica No.1.405.294 descreve um processo de fabricação de cimento segundo o qual se introduzem as matérias primas da fabricação do clinquer numa extremidade do forno rotativo e se insufla na zona de combustão do forno, na outra extremidade deste, uma mistura de pelo menos um combustível (constituído, por exemplo, por carvão em pó, hidrocarbonetos líquidos ou gás combustível destinado a assegurar o aquecimento do forno, e de uma quantidade suficiente de ar, sendo os lixos moídos injectados em mistura com o referido combustível, numa proporção que poderá ir até 60% em peso relativamente a este último, regulando-se a composição das matérias primas normais da fabricação do clinquer tendo em conta a incorporação das cinzas resultantes da combustão dos lixos moídos.
De acordo com o processo descrito na patente britânica No. 1.510.392, utilizam-se igualmente os lixos moidos como combustível para o aquecimento do forno de cimento e incorporam-se igualmente as cinzas resultantes da combustão dos lixos nas matérias primas da fabricação do clinquer, mas de maneira diferente à do processo descrito na patente britânica No. 1.405.294, a combustão dos lixos é efectuada numa zona exterior ao forno de cimento, em vez de o ser na zona de combustão deste último .
Deste modo, pode-se de uma vez resolver o problema posto pela acumulação de lixos nos depósitos públicos e realizar uma importante economia nos cus tos de aquecimento dos fornos de cimento.
Por outro lado, constatámos que, se se fizer passar os gases de combustão dos lixos através do forno rotativo de cimento, pode-se obter uma taxa de emissão de gases poluentes inferiores àquela que se observa no caso das instalações habituais de pirólise dos lixos.
Todavia, a proporção de lixos que se podem eliminar da maneira acima mencionada, relativamente à quantidade de clinquer produzido no forno fica limitada a um valor inferior a cerca de 10%, porque para além deste valor, a poluição provocada pelos gases libertados pela combustão dos lixos torna-se demasiado elevada e, por outro lado a composição do clinquer contendo as cinzas dos lixos sai das normas estabelecidas.
invento tem precisamente por objectivo permitir a incorporação de maiores quantidades pon derais nos ingredientes de partida da fabricação do cimento, sem mudança da composição do clinquer obtido, eliminando de maneira praticamente total o risco de poluição causado pela pirólise dos lixos dentro do forno de cozedura.
Assim, o processo de acordo com o invento é caracterizado por se incorporar na mistura dos ingredientes de partida da fabricação do clinquer um produto obtido por granulação sob pressão duma mistura homogénea compreendendo uma proporção maior de lixos moidos praticamente isentos de corpos metálicos e uma proporção menor de pelo menos uma substância mineral contendo óxido de cálcio, no estado livre ou combinado, e por tratamento térmico dos grânulos assim formados a uma temperatura compreendida entre 130 e 230°C, durante um periodo de tempo tal que o seu teor em humidade seja lavado até um valor de 0,1 a 1% em peso.
O invento provém da constatação do facto surpreendente que, se se incorporar na mistura dos ingredientes de partida usuais da fabricação de cimento, um produto resultante dum tratamento termo-quimico e mecânico dos lixos, em vez de se incinerarem estes mesmos lixos numa instalação de incineração ou de pirólise, se elimina o risco de poluição por libertação de gases tóxicos.
Uma outra vantagem importante do processo de acordo com o invento reside no facto de, quando da sua colocação em prática, se poder facilmente dosear a mistura de lixos moidos e de substância mineral contendo o óxido de cálcio de maneira que o produto resultante do tratamento térmico dos grânulos formados a partir desta
-7mistura possua uma composição bem definida e perfeitamente reproduzível, mesmo no caso de variação da composição dos lixos de partida. Isto permite conferir ao produto obtido por tratamento térmico da mistura de lixos moidos e de substância mineral contendo o óxido de cálcio uma composição prédeterminada adaptada à sua utilização em mistura com os ingredientes usuais da fabricação do clinquer de cimento.
Além disso, o produto obtido por tratamento da mistura de lixos moidos e de substância mineral contendo o óxido de cálcio é praticamente neutro e imputrescível e por isso pode ser facilmente armazenado durante períodos de longa duração, o que, evidentemente, não pode ser feito com os lixos não tratados. Por outro lado, apresenta a vantagem suplementar de possuir um poder calorífico superior ao dos lixos moidos de partida.
A proporção de produto à base de lixos tratados que se pode incorporar, de acordo com o invento, na mistura dos ingredientes usuais da fabricação do cimento, antes de efectuar a cozedura a alta temperatura pode atingir e mesmo ultrapassar, 20% em peso em relação à mistura inicial destes ingredientes, sem afectar a qualidade do clinquer obtido.
De preferência, as composições do produto à base de lixos tratados e da mistura dos ingredientes usuais da fabricação do clinquer, bem como as suas proporções relativas, são tais que a proporção CaO/SiO^ na mistura final esteja compreendida entre 3 e 4.
Como substância mineral contendo o óxido de cálcio no estado livre ou combinado, utilizado em mistura com os lixos moídos, podem-se nomeadamente mencionar as seguintes substâncias: cal viva, cinzas volantes, calcite, escórias de ingredientes de partida usuais na fabricação de cimento (ou seja, misturas de calcário e de argila ou misturas de silica, cal, alumina e óxidos de ferro, em proporções apropriadas para a obtenção do cimento).
Vantajosamente, as proporções relativas de lixos moidos e de substancia mineral contendo a cal viva são tais que a sua mistura contém de 90 a 95% em pe_ so de lixos e de 5 a 10% em peso, daquela substância mineral.
Podem-se eventualmente incorporar diversos aditivos na mistura de lixos moidos e de substância mineral contendo o óxido de cálcio, nomeadamente pelo menos um ligante e/ou pelo menos uma substância que permite conferir a mistura uma plasticidade e propriedades reológicas óptimas para a operação de granulação sob pressão.
Podem-se efectuar as diferentes operações necessárias para a realização do processo de acordo com o invento de qualquer maneira apropriada, nomeadamente por utilização das técnicas conhecidas e equipamentos clássicos para o tratamento dos lixos.
Em particular, para obtenção de lixos que não contenham praticamente corpos metálicos, podem-se utilizar os lixos provenientes dos locais de recolha e submetidas às operações habituais de separação e crivagem, a fim de se separarem os objectos eventualmente recuperáveis e/ou recicláveis, tais como as massas metálicas de grandes
dimensões,
Seguidamente, os lixos podem ser postos sob a forma duma mistura pulverulenta homogénea praticamente isenta de materiais metálicos, e particularmente o ferro. Para isto, podem-se submeter os lixos a operação de moagem e mistura efectuadas simultaneamente ou separadamente e eventualmente combinados com uma ou mais operações de separação destinadas à separação dos bocados metálicos e mais particularmente, dos pedaços de materiais à base de ferro. Por exemplo, podem-se submeter os lixos separados ou escolhidos a uma primeira moagem, moendo até um tamanho médio de partícula de 50 milímetros, sendo esta operação de moagem efectuada antes ou depois de uma operação de separação magnética destinada a retirar as partículas de ferro e de outro materiais ferro-magnéticos e sendo seguida por uma segunda moagem efectuada, por exemplo, num moinho rotativo de martelos e num destroçador, de maneira a reduzir os lixos a partículas (sob a forma de grãos e de fibras) com as dimensões máximas inferiores a 10-20 milímetros.
A operação de mistura da massa de lixos moidos com a substância mineral contendo o óxido de cálcio pode igualmente ser efectuada por utilização de qualquer técnica ou equipamentos apropriados, particularmente por meio de dispositivos doseadores e misturadores automáticos funcionando de maneira intermitente ou continua.
Para a preparação dos grânulos a partir da mistura de lixos moidos e de substância mineral contendo o óxido de cálcio, pode-se vantajosamente utilizar um granulador rotativo, de rolos e fieira, por exemplo um aparelho do tipo utilizado na produção de alimentos granulados para gado que produz comprimidos com a forma de corpos
cilindricos com, por exemplo, um comprimento de 6 a 30 milímetros, e um diâmetro de 2 a 20 milímetros, por granulação sob uma pressão da ordem de 15.000 a 90.000 kPa (150 a 900 bars).
O tratamento térmico dos grânulos pode ser vantajosamente efectuado por passagem segundo a direcção axial através dum forno rotativo tubular com o seu eixo de rotação e posição praticamente vertical e munido de uma parede interior helicoidal que assegura a cir culação dos grânulos. A duração do aquecimento apropriado para a obtenção do teor de humidade requerido, compreendido entre 0,1 e 1% em peso, é, por exemplo, da ordem dos 30 minutos.
De preferência, incorpora-se, na mistura dos ingredientes da fabricação do clinquer, o produto obtido por granulação da mistura de lixos moídos e de substância mineral contendo o óxido de cálcio e tratamento térmico dos grânulos assim formados, por injecção deste produto, vantajosamente reduzido previamente a um pó fino, só ou em mistura com pelo menos uma substância combustível do tipo usual, pelo menos num queimador secundário fazendo parte de um pré-calcinador colocado a montante do forno de cimento. Como se sabe, um tal pré-calcinador permite efectuar o aquecimento dos ingredientes da fabricação do clinquer antes da sua introdução no forno rotativo de cimento.
Como substância combustível ever tualmente misturada com o produto à base de lixos tratados quimica e termicamente para alimentação do(s) queimador(es) secundáriofs) do forno de cimento, pode-se utilizar não só as substâncias combustíveis clássicas, tais como o carvão em pó, os hidrocarbonetos líquidos e os gases combustíveis
mas também praticamente qualquer outra substância combustível, por exemplo os combustíveis pobres, ou seja aqueles com um valor calórico baixo. Na prática pode-se utilizar qualquer substância combustível com um poder calorífico pelo menos igual a 2000 kcal/kg.
Pode-se igualmente efectuar a incorporação do produto obtido por granulação da mistura de lixos moidos e de substancia mineral contendo o óxido de cálcio na mistura dos ingredientes da fabricação do clinquer por mistura deste produto, quer na forma de grânulos, quer no estado em pó obtido por moagem destes grânulos, com os referidos ingredientes, antes da sua introdução no forno de cimento.
Para permitir a regulação da composição do clinquer com vista à obtenção de um clinquer com a composição desejada, e particularmente de um clinquer de acordo com as normas usuais para a composição do cimento, pode ser eventualmente necessário incorporar na mistura das matérias primas submetidas à cozedura a alta temperatura no forno de cimento, pelo menos uma matéria prima adicional que contém os ingredientes destinados a se encontrarem tal e qual no clinquer ou que seja susceptível de ser convertida pelo menos em parte nos tais ingredientes durante ussa cozedura .
Uma tal matéria prima adicional pode particularmente consistir numa substância mineral contendo o óxido de cálcio, numa substância siliciosa ou numa substância compreendendo ferro sob a forma de óxido de ferro Fe2°3 ou suscep·^^! de ser pelo menos em parte convertida neste óxido durante a cozedura no forno de cimento.
Como substância mineral adicional contendo o óxido de cálcio, pode-se vantajosamente utilizar a calcite térmica, correspondendo a um teor de 92% em peso de CaO no estado calcinado. Como substância mineral siliciosa adicional, pode-se utilizar vantajosamente a argila, as cinzas volantes siliciosas, o quartzo ou os resíduos de vidro. Como substância mineral adicional susceptível de ser pelo menos em parte convertida em óxido de ferro durante a cozedura a alta temperatura no frono de cimento, pode-se utilizar vantajosamente a pirite.
As proporções relativas dos diferentes constituintes da mistura de matérias primas destinadas a serem submetidas a cozedura a alta temperatura no forno de cimento (ou seja as proporções do produto à base de lixos tratados mecânica e termoquimicamente, da mistura de matérias primas habituais da fabricação do clinquer e as matérias primas adicionais eventuais) podem ser facilmente calculadas por aplicação das regras de mistura bem conhecidas pelo especialista da técnica particularmente a regra da mistura, tendo em conta, por um lado, a composição das cinzas do produto à base de lixos tratados e, por outro lado a composição do clinquer que se obterá unicamente a partir das matérias primas habituais da fabricação do cimento.
Vantajosamente, regulam-se estas proporções de maneira que o teor em CaO que será unicamente obtido a partir duma mistura do produto à base dos lixos tratados e de uma matéria prima adicional contendo o óxido de cálcio, seja idêntico ao do clinquer obtido unicamente a partir das matérias primas habituais da fabricação do cimento.
Ê igualmente vantajoso regular as proporções da mistura de matérias primas de maneira que a composição final do clinquer seja idêntica, à parte do teor em cloro, àquela do clinquer que se obtém unicamente a partir das matérias primas habituais da fabricação do cimento.
Para assegurar o valor da proporção relativa da substância à base de lixos tratados e da mistura das outras matérias primas submetidas à cozedura a alta temperatura não sai dos limites apropriados para a obtenção dum cimento possuindo uma composição conveniente, quaisquer que sejam as variações da composição média dos lixos utilizados como materiais de partida, é vantajoso pro ceder-se a uma análise do produto à base de lixos tratados bem como, eventualmente, a uma análise das outras matérias primas da fabricação do cimento e de se regular convenientemente o doseamento destas matérias em função dos resultados destas análises. Para isso, pode-se utilizar toda a aparelhagem de análise e doseamento apropriada, particularmente os aparelhos automáticos que funcionam em contínuo.
Pode-se igualmente manter a composição do produto à base de lixos tratados dentro dos limites pré-determinados mesmo em caso de variação da composição média dos lixos de partida, por análise desta última com posição e regulação das proporções relativas de lixos moidos e de substância contendo o óxido de cálcio em função dos resultados desta análise. Pode-se assim modificar de maneira apropriada a composição da substância contendo o óxido de cálcio, no caso desta composição ser constituído por uma mistura de diversos materiais.
14EXEMPLO 1
a) Preparação de um produto à base de lixos tratados mecânica e termoquimicamente (designado pelo termo
Mistura No. 1 i
Prepara-se uma mistura homogénea pulverulenta constituída por 90%, em peso, de lixos moidos não contendo corpos metálicos e por 10% em peso, de calcite técnica (com um teor ponderai de 51,5% de CaO). Esta mistura é granulada sob uma pressão de 60.000 kPa (600 bars), por meio dum granulador rotativo de rolos e fieira de maneira a se formarem comprimidos cilíndricos com um diâmetro de 8 mm e um comprimento variando entre 10 e 30 mm, contendo estes comprimidos cerca de 20 a 40% em peso de humidade.
Submetem-se estes comprimidos a um aguecimento à temperatura de 200°C, durante 30 minutos num forno rotativo tubular. Este tratamento térmico permite transformar os comprimidos em grânulos com um teor de humidade na ordem dos 0,5% em peso. Moiem-se os grânulos num moinho de martelos, de maneira a se formar uma mistura (designada em cima por Mistura No. 1) contendo grãos e fibras possuindo tendo as dimensões máximas compreendidas entre 0,5 e 4 mm, com um valor médio de 2 mm.
Esta mistura No. 1 corresponde a uma taxa de cinzas (obtidas por calcinação a 1450°C até um peso constante) de 46,8% em peso, cuja análise deu os seguintes resultados (em percentagem ponderai):
CaO | : 15,72 | MqO | : 2,36 |
sío2 | : 45,45 | so3 | : 2,8 |
ai2o3 | : 8,52 | Cl | : 2,6 |
Fe2°3 | : 12,31 | K2o | : 2,2 |
Na2O | : 2,3 |
outras substâncias complemento minerais: para 100
Fabrica-se um clinquer proceden do-se da maneira usual por cozedura a 1450°C num forno rotativo de cimento duma mistura de materiais de partida possuindo a composição seguinte (em partes ponderais):
- Mistura No. 1 (preparada da maneira descrita em a) : 7,14
Calcite técnica (correspondente a um teor ponderai de 92% em CaO no estado calcinado): 12,93
- Mistura de matérias primas tradicionais para a fabricação do cimento (mistura de 69% em peso de calcite técnica e de 31% em peso de argila, produzindo-se por cozedura no forno de cimento um clinquer cuja composição corresponde aos valores indicados anteriormente): 150,4É
- Área de quartzo a 98% em peso de SiC>2 (com um titulo de substância siliciosa que permite a obtenção de teor desejado de 21% em peso de S1O2 no clinquer final):
0,53Ί
A composição da calcite técnica utilizada corresponde aos valores seguintes de análise obtidos após calcinação (em percentagem ponderai):
CaO | : 92 | so3 | : 0,1 |
SiO2 | : 3 | Cl | : 0 |
A12°3 | : 2 | K2O | : 0 |
Fe2°3 | : 0,8 | Na20 | : 0 |
MgO | : 1,2 | outras substâncias minerais | : complemento para 100% |
Obtém-se assim um clinquer final cuja composição corresponde aos valores seguintes (em percentagem ponderai):
CaO : 66,5
SiO2 : 21
S03 : 4 %
Cl : 0,1 %
Esta composição, à parte do teor em cloro, é idêntica à do clinquer obtido unicamente a partir da mistura de calcite técnica e de argila utilizada.
Estes valores estão de acordo com as normas usuais de composição do cimento.
Note-se que a composição do clinquer, dito clinquer No.l, obtido unicamente a partir da Mistura No. 1 e da calcite técnica corresponde aos valores seguintes (em percentagem ponderai):
CaO : | 66,5 | SO3 | : 0,99 |
SiO2 : | 16,9 | Cl | : 0,87 |
A12°3: | 4,2 | K2o | : 0,73 |
Fe2°3: | 4,65 | Na2° | : 0,73 |
Vê-se portanto que o teor em CaO no clinquer No.l é idêntico ao teor deste composto no clinquer obtido a partir da mistura dos ingredientes usuais da fabricação do cimento. 0 teor de 21% de SiO2 no clinquer final (idêntico ao do clinquer obtido a partir da mistura dos ingredientes usuais) é atingido graças à adição da areia de quartzo como substância siliciosa adicional.
Os lixos moídos utilizados como matéria prima têm um valor térmico de cerca de 3000 kcal/kg e a cozedura no forno de cimento de toda a mistura de materiais de partida indicados anteriormente para a obtenção do clinquer final necessita de uma quantidade total de energia térmica de 900 kcal/kg (relativamente ao peso de clinquer obtido). Portanto, a utilização de 0,3 kg de lixos moídos como maá teria prima, em mistura nas preparações acima mencionadas com os outros ingredientes indicados, permite fornecer a energia necessária para a fabricação de 1 kg de clinquer. Isto resulta numa economia de 11% sobre o custo do combustivel nas condições do presente exemplo.
-18Procede-se de maneira semelhante
EXEMPLO 2:
à descrita no Exemplo 1 para a preparação duma substância pulverulenta à base de lixos tratados mecânica e termoquimicamente (Mistura No.2) e para a fabricação dum dinquer.
Os lixos moídos de partida têm uma composição tal que a análise das cinzas da Mistura No.2 tem os resultados seguintes (em percentagem ponderai):
CaO | : 14,7 | so3 | : 0 % |
sío2 | : 47,35 | Cl | : 1 % |
A12°3 | : 20,83 | K2o | : 1,9 |
Fe2°3 | : 5,68 | Na20 | : 2 % |
clinquer final tem a mesma composição que aquele obtido de acordo com o exemplo 1.
A mistura total dos materiais submetidos à cozedura no forno de cimento apresenta a seguinte composição fen partes ponderais):
- Mistura No. 2 (quantidade indicada em peso de cinzas correspondente ao peso de mistura utilizada 24
- Calcite técnica
- Mistura de 72% em peso de calcite técnica e de 28% em peso de argila (idêntico ao utilizado no exemplo 1):
22,78
111,28
- Areia de quartzo com 98% em peso de SiO2
- Pirite (quantidade indicada em peso equivalente de Fe^O^):
1,44
0,69
A composição do clinquer, dito Clinquer No.2, obtido unicamente a partir da Mistura No.2 e da calcite técnica (nas proporções relativas especificadas em cima) corresponde aos valores seguintes (em percentagem ponderai):
CaO | : 66,5 | so3 | : 0,07 |
sío2 | : 17,63 | Cl | : 0,33 |
A12°3 | : 8,21 | K2O | : 0,62 |
Fe2°3 | : 2,40 | Na2O | : 0,66 |
MgO | : 1,35 |
O clinquer final tem a mesma composição que aquele obtido de acordo com o exemplo 1.
A utilização de lixos moídos nas proporções e condições acima especificadas no presente invento permite realizar uma economia de 25% sobre o custo do combustível necessário à cozedura das matérias primas da fabricação do clinquer no forno de cimento.
Claims (10)
- lâ. - Processo de fabricação de cimento, por cozedura a alta temperatura duma mistura de calcário e argila, ou duma mistura de sílica, cal, alumina e óxidos de ferro, adição de gesso ao clinquer resultante dessa cozedura e moagem da mistura final assim obtida, caracterizado por se incorporar na mistura dos ingredientes de partida da fabricação do clinquer um produto obtido por granulação sob pressão duma mistura homogénea compreendendo uma proporção maior de lixos moídos, praticamente isentos de corpos metálicos , e uma proporção menor de pelo menos uma matéria mineral contendo o óxido de cálcio CaO, no estado livre ou combinado, e por tratamento térmico dos grânulos assim formados, a uma temperatura entre 130 e 230°C, durante um periodo de tempo tal que o teor de humidade seja levado até um valor de 0,1 a 1% em peso.
- 2i. - Processo de acordo com a reivindicação 1 caracterizado por se efectuar a incorporação do produto obtido por granulação da mistura de lixos moídos e de matéria mineral contendo o óxido de cálcio na mistura dos ingredientes da fabricação do clinquer, por injecção daquele produto em pelo menos um queimador secundário de aquecimento do forno de cimento, colocado a montante deste último, tendo em conta o sentido de deslocamento dos ingredientes da fabricação do clinquer.
- 3ê. - Processo de acordo com a reivindicação 2, caracterizado por se injectar o referido produto no queimador secundário em mistura pelo menos com uma substancia combustível do tipo normal.
- 4a. - Processo de acordo com qualquer uma das reivindicações a e 3 caracterizado por o referido produto ser reduzido a pó fino antes da sua injecção no queimador secundário.
- 5a. - Processo de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 4, caracterizado por a proporção de CaO/SiC>2 na mistura final obtida após incorporação do produto à base de lixos tratados na mistura dos ingredientes de partida da fabricação do clinquer, estar compreendida entre 3 e 4.
- 6a. - Processo de acordo com qualquer das reivindicações 1 a 5, caracterizado por a matéria mineral contendo o óxido de cálcio ser escolhida entre a cal viva, as cinzas volantes, a calcite, as escórias e as misturas de ingredientes de partida correntes na fabricação do cimento.
- 7a. - Processo de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 5, caracterizado por a mistura de lixos moídos e de matéria mineral contendo o óxido de cálcio conter de 90 a 95%, em peso, de lixos e de 5 a 10% daquela matéria mineral.
- 8a. - Processo de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 7, caracterizado por se incorporar, para além da mistura dos ingredientes de partida da fabricação do clinquer, pelo menos uma matéria mineral contendo o óxido de cálcio, ou susceptível de ser pelo menos em parte transformada em óxido de cálcio durante a cozedura, à temperatura elevada daqueles ingredientes.-229ã. - Processo de acordo com a reivindicação 8, caracterizado por a referida matéria mineral contendo o óxido de cálcio ser a calcite.
- 10 â. - Processo de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 9,caracterizado por se incorpoί rar pelo menos uma substancia siliciosa adicional na mistura dos ingredientes de partida da fabricação do clinquer.llâ. - Processo de acordo com a reivindicação 10, caracterizado por a referida substancia siliciosa ser escolhida entre a argila, as cinzas volantes siliciosas, o vidro, a areia de quartzo e a sílica.
- 12â. - Processo de acordo com umaI das reivindicações 1 a 11, caracterizado por se incorporar, na mistura dos ingredientes de partida da fabricação do clinquer pelo menos uma substancia compreendendo ferro sob a forma de óxido de ferro e/°u susceptível de ser pelo menos em parte convertida em óxido de ferro durante a cozedura dos referidos ingredientes.
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