PT751719E

PT751719E - Pecas de vestuario de friccao reduzida

Info

Publication number: PT751719E
Application number: PT95912915T
Authority: PT
Inventors: Robert T Gunn
Original assignee: Robert T Gunn
Priority date: 1994-03-24
Filing date: 1995-03-15
Publication date: 2000-11-30
Also published as: GR3034172T3; CN1135075C; CN1144461A; WO1995025444A1; DE69517162D1; KR100237062B1; MX9603917A; EP0751719A4; JP2972804B2; HK1017229A1; DK0751719T3; AU693172B2; ATE193186T1; CA2183974C; JPH09507270A; ES2148501T3; KR970701508A; US5829057A; CA2183974A1; AU1992695A

Description

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DESCRIÇÃO "PEÇAS DE VESTUÁRIO DE FRICÇÃO REDUZIDA”

ANTECEDENTES DA INVENÇÃO

Esta invenção diz respeito a peças de vestuário de fricção reduzida e a métodos para a produção das mesmas, em que o vestuário é definido como roupa, calçado, tecidos e artigos semelhantes. Mais particularmente, a invenção diz respeito a peças de vestuário de fricção reduzida que incorporem tecidos ou produtos químicos que tenham um reduzido coeficiente de fricção quer na totalidade quer em zonas específicas da peça de vestuário que minimizem o aparecimento de bolhas, calosidades e irritação na superfície do corpo de quem use essa peça de vestuário. A invenção também inclui métodos para a produção das peças de vestuário de reduzida fricção e métodos para utilizar um material de fricção reduzida destinado a diminuir o coeficiente de fricção de um artigo de vestuário acabado ou de artigos semelhantes, a fim de reduzir a irritação.

Esta invenção também se refere a peças de vestuário com uma superfície exterior que provoque uma fricção reduzida e a métodos para a produção das mesmas. Mais particularmente, a invenção diz respeito a peças de vestuário cuja superfície exterior provoque fricção reduzida que incorporem tecidos ou produtos químicos tendo um reduzido coeficiente de fricção quer na totalidade quer em zonas específicas da superfície exterior da peça de vestuário, de maneira a que seja apresentada uma superfície de fricção reduzida na superfície exterior da peça de vestuário. A invenção também inclui métodos para a produção de peças de vestuário de fricção reduzida e métodos para utilizar um -2- material de fricção reduzida para diminuir o coeficiente de fricção do exterior de um artigo de vestuário acabado ou de artigos semelhantes.

As peças de vestuário podem ser fabricadas a partir de muitos materiais, naturais e sintéticos. Entre eles encontram-se incluídos o algodão, a lã, a seda, o linho, o couro, o vinilo, o nylon - poliamidas e co-polímeros de poliamida, LYCRA SPANDEX® em diferentes configurações de filamentos, fluoreto de polivinilideno de orlon, tal como KYNAR®, poliéster, por exemplo, tereftalato de polietileno, poliésteres modificados de glicol, tais como PETG, KODURA , rayon, misturas de fibras celulósicas de orlon, e outros materiais semelhantes, bem como misturas dos materiais anteriormente referidos.

Claro que as peças de vestuário, quer directa quer indirectamente, contactam com a superfície do corpo do utilizador. O movimento do utilizador provoca um contacto de fricção entre a superfície do corpo do utilizador e a peça de vestuário. Este contacto de fricção é particularmente problemático em vestuário de desporto em que a formação de irritações, bolhas e calosidades é exacerbada pela rapidez e/ou repetitividade dos movimentos do corpo relativos à actividade particular. Adicionalmente, é de notar que a maioria das peças de vestuário tem zonas específicas onde o contacto entre a superfície do corpo e a peça de vestuário é grande e o qual produz a maior parte das irritações, bolhas e calosidades.

Além disso, a superfície exterior da peça de vestuário entra em contacto com objectos externos e superfícies tais como paredes, soalhos, mobiliário e outras peças de vestuário (usadas por outras pessoas ou pelo próprio utilizador). O movimento do utilizador faz com que o contacto provoque -3- fricção entre a peça de vestuário do utilizador e os objectos e superfícies exteriores. Este contacto provocando fricção pode ser, por vezes, muito indesejável. Em geral, o contacto provocando fricção de qualquer objecto com ar, água ou superfícies sólidas faz com que o movimento de um objecto seja retardado ou interrompido (ou, no caso de um objecto em queda, que atinja uma velocidade terminal). Este contacto provocando fricção é particularmente um problema em desportos em que a energia cinética corporal de um participante é interrompida de uma maneira abrupta ou de uma maneira gradual com deslizamento. Se a energia cinética corporal pudesse ser dissipada como no caso de um movimento de deslizamento, poderiam ser minimizadas as lesões que ocorrem neste tipo de desportos.

Outra situação em que o contacto de fricção pode ser muito indesejável é o que ocorre nos desportos em que existe contacto corporal. Nos desportos que exigem que um praticante agarre ou prenda um praticante adversário, seria vantajoso que o adversário usasse vestuário que fosse difícil de agarrar. Além disso, nos desportos em que os praticantes (sejam adversários ou jogadores de uma mesma equipa) estabelecem contacto corporal, seria vantajoso minimizar o efeito de contacto por empurrão ou colisão (isto é, choques, tropeções, etc.) durante o jogo.

Outra situação, em que o contacto provocando fricção pode ser muito indesejável é nos desportos de alta velocidade e nos desportos em que a diferença entre ganhar e perder é determinada em fracções de segundo. Nestes desportos, qualquer perda de velocidade ou de energia cinética devido à fricção pode significar a diferença entre ganhar e perder.

Seria altamente vantajoso que houvesse vestuário com um coeficiente de fricção geralmente reduzido ou que tenha material com um baixo -4- coefíciente de fricção nas zonas de elevado contacto entre a superfície do corpo e o vestuário, de maneira a serem evitadas ou minimizadas as irritações, as bolhas e as calosidades.

Seria também muito desejável que houvesse vestuário com um baixo coeficiente de fricção na sua totalidade ou que contivesse material com um reduzido coeficiente de fricção em zonas de grande contacto entre a superfície exterior do vestuário e um objecto exterior, de maneira a minimizar o contacto de fricção.

No documento US 4.494.247 que foi usado para formular o preâmbulo das reivindicações 1 e 6 da patente é divulgado um resguardo para joelhos/cotovelos tratado com uma mistura contendo politetrafluoretileno, de maneira a que o material tenha um coeficiente de fricção substancialmente inferior.

No pedido de patente europeia EP 0.105.773 AI é divulgada uma meia para atletas com uma dobra interior, tendo uma das superfícies da mesma características de fricção relativamente reduzida. A luva para uso cirúrgico descrita na US 3.813.695, feita de borracha ou de látex, é laminada com um revestimento plástico interior de material hidrófilo que reduz a fricção entre a luva e a mão do utilizador. Na US 4.881.276 é divulgada uma luva para desporto em que pelo menos um dos dedos do polegar tem uma zona de reduzido coeficiente de fricção e em que pelo menos um ou vários dedos opostos têm uma zona de elevado coeficiente de fricção. A zona de fricção reduzida é formada por almofadas de nylon.

Finalmente, a US 4.438.531 proporciona, na construção de um fato -5- de mergulho, umas camisas feitas num material de baixa fricção em locais adjacentes às aberturas através das quais o mergulhador insere a cabeça, as mãos e os pés. O material de fricção reduzida é nylon ou outro material sintético suave.

SUMÁRIO DA INVENÇÃO

Um objectivo principal da invenção consiste em proporcionar vestuário que provoque fricção reduzida de maneira a evitar ou minimizar o aparecimento de irritações, bolhas e calosidades.

Um outro objectivo da invenção é o que consiste em proporcionar um método próprio para a produção de vestuário que provoque fricção reduzida por meio de tratamento químico das fibras ou do fio, ou de quaisquer outros elementos semelhantes, constitutivos do material a partir do qual é feita a peça de vestuário, antes ou depois de da produção do material.

Outro objectivo da invenção é o que consiste em proporcionar um método próprio para a produção de peças de vestuário de fricção reduzida através da incorporação de fios, fibras ou material de fricção reduzida, no tecido a partir do qual é feita a peça de vestuário.

Ainda outro objectivo da invenção é o que consiste em proporcionar um método próprio para a produção de peças de vestuário que provoquem fricção reduzida por meio da aplicação de produtos químicos próprios para conferir um reduzido coeficiente de fricção directamente ao tecido ou à peça de vestuário quer na sua totalidade quer em zonas de grande contacto entre a superfície exterior da peça de vestuário e o objecto externo. -6-

Ainda outro objectivo essencial da invenção é o que consiste em proporcionar peças de vestuário que tenham uma superfície exterior de fricção reduzida.

Ainda outro objectivo da invenção é o que consiste em proporcionar um método próprio para a produção de peças de vestuário com uma superfície exterior de fricção reduzida por meio do tratamento químico das fibras, do fio ou de outros artigos semelhantes do material a partir do qual será feita a peça de vestuário antes ou depois de se produzir o material.

Outro objectivo da invenção é o que consiste em proporcionar um método próprio para a produção de peças de vestuário com uma superfície exterior de fricção reduzida pela incorporação de fios, fibras ou material que confiram fricção reduzida no tecido a partir do qual é feita a peça de vestuário.

Ainda outro objecto da invenção é o que consiste em proporcionar um método próprio para a produção de peças de vestuário com uma superfície exterior que provoque fricção reduzida através da aplicação de produtos químicos que confiram um reduzido coeficiente de fricção directamente ao tecido ou à peça de vestuário quer na sua totalidade quer em zonas de grande contacto entre a superfície exterior do vestuário e objectos externos.

Estes objectivos são conseguidos pelo artigo de acordo com a reivindicação 1 e por um método de acordo com a reivindicação 6.

DESCRICÂO PORMENORIZADA DA INVENÇÃO

Tal como anteriormente indicado, a presente invenção proporciona peças de vestuário de fricção reduzida para evitar ou minimizar irritações, bolhas e calosidades que podem resultar do contacto abrasivo entre a superfície do corpo -7- de um utilizador e a peça de vestuário. 0 vestuário de reduzida fricção pode ser feito com materiais de fricção reduzida. Estes materiais de fricção reduzida podem ser fibras que, inerentemente, tenham um baixo coeficiente de atrito e sejam incorporadas no material sozinhas ou em combinação com outros materiais; produtos químicos de fricção reduzida que podem ser directamente aplicados nas fibras, material ou peça de vestuário acabados, a fim de conferir propriedades de fricção reduzida; fibras que sejam tratadas com produtos químicos de fricção reduzida e que sejam depois tecidas no seio do material sozinhas ou em combinação com outros materiais; ou qualquer combinação daquilo que foi anteriormente referido. Estes materiais de fricção reduzida podem ser incorporadas em toda a peça de vestuário ou em zonas específicas de grande contacto entre a superfície do corpo e a peça de vestuário.

As fibras de alguns materiais têm inerentemente um reduzido coeficiente de atrito. Esses materiais incluem, mas não se limitam a, silicone, grafite, TEFLON®, KYNAR®, boro, polipropileno, polietileno e GORTEX®. Estes materiais podem ser incorporados directamente na peça de vestuário quer na sua totalidade quer em zonas específicas de grande contacto entre a superfície do corpo e a peça de vestuário, de maneira a produzirem peças de vestuário de fricção reduzida.

Podem ser usados produtos químicos para tratar fibras de materiais ou materiais acabados que não tenham, inerentemente, um coeficiente de fricção reduzido, a fim de lhes conferir um coeficiente de fricção reduzido. Adicionalmente, este tratamento químico pode ser usado com materiais que, inerentemente, tenham um reduzido coeficiente de fricção, a fim de lhas conferir um coeficiente de fricção ainda mais reduzido. Este tratamento químico é incorporado no material de modo a que não seja apenas de natureza temporária. Mais preferivelmente, este tratamento químico é incorporado no seio do material de maneira a tomá-lo funcional substancialmente durante todo o tempo de vida útil do artigo tratado. Estes produtos químicos incluem, mas não se limitam a, silicone, co-polímeros de silicone, elastómeros de silicone, politetrafluoretileno, homopolímeros e copolímeros como TEFLON®, grafite, e outros produtos semelhantes, bem como qualquer combinação dos produtos químicos anteriormente referidos. As fibras podem ser tratadas com estes produtos químicos por co-extrusão na altura de se produzirem as fibras, por mistura com as fibras depois da produção, por adição em forma de banho ou de pulverização sobre as fibras ou sobre o material, ou por meio de técnicas semelhantes. O material acabado pode ser tratado com estes produtos químicos por adição em forma de banho ou de pulverização sobre o material, ou por meio de técnicas semelhantes. Esta invenção usa um produto químico à base de politetrafluoretileno.

Numa aplicação típica da invenção, uma fibra, um fio ou um tecido ou um artigo acabado (como por exemplo uma peça de vestuário) são tratados com o material de fricção reduzida para diminuir o coeficiente de fricção da fibra, do fio, do tecido ou do artigo tratado até um coeficiente que seja inferior ao coeficiente de fricção da fibra, do fio, do tecido ou do artigo acabado não tratado.

Prefere-se que o coeficiente de fricção do objecto tratado seja inferior a cerca de 80%, preferivelmente inferior a cerca de 60% e, mais preferivelmente, inferior a cerca de 50% do coeficiente de fricção do objecto não tratado.

Se o material de fricção reduzida for incorporado no artigo ou tecido acabado pela incorporação de uma fibra ou de um fio de fricção reduzida na tecedura do artigo ou do tecido, a fibra ou o fio de fricção reduzida pode ser incorporada em quantidades indo de 5% a 100% em peso da zona tratada.

Preferivelmente, a fibra ou fio é incorporada em quantidades entre 30 e 70% em peso da zona tratada. Mais preferivelmente, estas quantidades vão de 30 a 50% em peso. r E claro que deve entender-se que quando o material acabado é tratado com produtos químicos de maneira a conferir-lhe um reduzido coeficiente de fricção, em particular quando pulverizado sobre o material, a quantidade incorporada no material acabado pode ser tão pequena quanto uma fracção de uma percentagem em peso da zona tratada. A adição do material de fricção reduzida à fibra, ao fio, ao tecido ou ao artigo pode também ser útil para secar a pele ajudando a evitar que fique irritada e húmida.

Prefere-se que zonas de objectos tratados sejam tipicamente zonas que habitualmente estejam em contacto com a pele durante o uso. Além disso, preferir-se-ia que as zonas tratadas fossem as zonas capazes de induzir movimento de fricção contra a pele durante o uso. É também preferido que o coeficiente de fricção entre a zona tratada do objecto e a superfície do corpo seja reduzida até menos de cerca de 0,9. Mais preferivelmente, o coeficiente de fricção é reduzido até menos de cerca de 0,6.

Os exemplos que se seguem foram concebidos para ilustrarem modelos de realização específicos da invenção para vestuário de fricção reduzida. - 10- EXEMPLO 1

Num modelo de realização, podem ser produzidas peúgas ou meias de fricção reduzida pela incorporação de materiais de fricção reduzida na sua totalidade ou em zonas específicas de elevado contacto como a zona do calcanhar, a zona em redor da almofada da planta do pé, a zona que vai da almofada do pé até aos lados direito e esquerdos do pé, na região onde o pé é mais largo, e a zona em redor dos dedos. As zonas do pé que estão em contacto com atacadores, fivelas ou tiras são também zonas onde se poderia utilizar protecção. O material de fricção reduzida pode também ser incorporado no exterior da meia, o que reduz a fricção entre a meia e a peça exterior de vestuário, como um sapato. O material de fricção reduzida pode ser incorporado no interior da meia o que reduz a fricção entre o pé do utilizador e a meia. Além disso, o material de fricção reduzida pode ser incorporado em ambos os lados interior e exterior da meia o que, é claro, reduz simultaneamente a fricção entre a meia e o calçado, e entre o pé do utilizador e a meia. EXEMPLO 2

Noutro modelo de realização, o calçado, como um sapato, um sapato de ténis, uma bota, uma bota de esqui, uma sandália, um chinelo e outros artigos semelhantes, pode ter material de fricção reduzida incorporado no tecido de revestimento do calçado em grandes zonas de contacto entre a superfície do corpo e a peça de calçado, reduzindo assim a fricção entre o pé do utilizador, ou a meia, e o calçado. E também de notar que no calçado que não é revestido a tecido, o material do próprio calçado, como o couro, pode ser tratado com produtos químicos de reduzido coeficiente de fricção em grandes zonas de contacto entre as superfícies corporais e o calçado para proporcionar um resultado semelhante. - 11 - O material de fricção reduzida é particularmente útil em zonas onde o produto roça na pele e provoca irritação, bolhas ou calosidades. Nos pés, estas zonas seriam o calcanhar, a planta, as almofadas dos pés e a vasta porção do pé ou parte superior do pé que esteja em contacto com atacadores, fivelas ou tiras. EXEMPLO 3

Noutro modelo de realização, vestuário desportivo como calças de aquecimento, calções, fatos de treino, calças de ciclista, fatos de mergulho, calças de treino e outros artigos semelhantes, podem ter material de fricção reduzida incorporada em grandes zonas de contacto entre a superfície do corpo e peça de vestuário, tais como a zona das virilhas e ao longo das costuras, tal como a costura interior da coxa, para evitar assaduras e irritações. Adicionalmente, o vestuário de desporto como camisolas de desporto, camisolas de aquecimento e outros artigos semelhantes, podem ter material de fricção reduzida incorporada em grandes zonas de contacto entre a superfície do corpo e a peça de vestuário, como a região do pescoço e as zonas debaixo dos braços, também para evitar assaduras e irritações. EXEMPLO 4

Ainda noutro modelo de realização, luvas de trabalho e de desporto como luvas utilizadas com ferramentas, tacos de golfe, bastões de “basebol”, malhos de pólo e raquetes de ténis, de “squash” e de ténis de mesa, podem ter material de fricção reduzida incorporado na luva em grandes zonas de contacto entre a superfície do corpo e a peça de vestuário, de maneira a evitar bolhas e calosidades nas mãos. EXEMPLO 5 O material de fricção reduzida pode ser utilizado nas peças que se podem colocar dentro do calçado tradicional, de maneira a evitar bolhas e calosidades ao reduzirem a fricção do pé contra as zonas de pressão do calçado, como almofadas de calcanhar, palmilhas, ortótica, almofadas e outros suportes (ligaduras). EXEMPLO 6 O material de fricção reduzida também pode ser usado em ligaduras e invólucros que suportem rupturas e lesões musculares, ligamentos e articulações, e como forro de moldes de gesso. EXEMPLO 7 O material de fricção reduzida pode ser incorporado em coberturas para equipamento desportivo, ferramentas e outros dispositivos que se utilizam e que podem provocar irritação, bolhas, calosidades ou lesões devidas a fricção.

Pegas de bastões de basebol, punhos de raquetes de ténis e de ténis de mesa, pás, picaretas, ferramentas de construção e de jardinagem, martelos, chaves de parafusos, alicates, etc., punhos dos “bâtons” de esqui, canas de pesca, laçadas para os cabos de esqui aquático e cabos de reboque, tacos de golfe, arcos para tiro ao arco, assentos de bicicleta, assentos e costas de bancos de automóvel, pesos e equipamento para exercício, etc., são todas zonas em que pode ser incorporado o material de fricção reduzida.

Compreenda-se que a invenção não se limita a vestuário para uso - 13- - 13-

humano. A invenção também pode ser utilizada em cobertores para cavalos, vestuário para animais de estimação e outros artigos semelhantes.

Tal como atrás indicámos, a presente invenção proporciona peças de vestuário com uma superfície exterior de fricção reduzida para minimizar o efeito de fricção provocado pelo contacto entre a superfície exterior do vestuário e um objecto externo. As peças de vestuário com uma superfície exterior de fricção reduzida podem ser feitas a partir de materiais de fricção reduzida. Estes materiais de fricção reduzida podem ser fibras que tenham inerentemente um reduzido coeficiente de fricção e que sejam incorporadas no material sozinhas ou em combinação com outros materiais; produtos químicos de fricção reduzida que podem ser aplicados directamente em fibras, material ou vestuário acabados para conferirem propriedades de fricção reduzida; fibras que são tratadas com produtos químicos de fricção reduzida e depois incorporadas no material sozinhas ou em combinação com outro material; ou qualquer combinação dos materiais anteriormente referidos. Estes materiais de fricção reduzida podem ser incorporados em toda a superfície exterior do vestuário ou em zonas específicas de elevado contacto entre a superfície do vestuário e um objecto ou uma superfície externa.

Os materiais de reduzido coeficiente de fricção atrás referidos podem ser directamente incorporados na peça de vestuário quer na totalidade quer em zonas específicas de elevado contacto entre a superfície do vestuário e um objecto ou uma superfície externa para produzirem vestuário com uma superfície exterior que provoque uma fricção reduzida.

As técnicas de tratamento com produtos químicos aqui anteriormente analisadas também se aplicam à produção de vestuário com uma superfície exterior que provoque fricção reduzida. - 14-

Numa aplicação típica da invenção, uma fibra, fio, tecido ou artigo acabado (como uma peça de vestuário) é tratado com o material de reduzido coeficiente de fricção para diminuir o coeficiente de fricção da fibra, fio, tecido ou artigo tratado para um valor que seja inferior ao do coeficiente de fricção da fibra, fio, tecido ou artigo acabado não tratado.

Se o material de fricção reduzida for incorporado no artigo ou no tecido acabado pela incorporação de uma fibra ou fio de fricção reduzida por tecedura no artigo ou no tecido, a fibra ou fio de fricção reduzida pode ser incorporado em quantidades que podem ir de 5% a 100% em peso da zona tratada. Preferivelmente, as fibras ou os fios são incorporados em quantidades entre 30 e 70% em peso da zona tratada. Mais preferivelmente, estas quantidades são de 30 a 50%, em peso.

Claro que deve entender-se que, quando o material acabado é tratado com produtos químicos destinados a conferirem-lhe um reduzido coeficiente de fricção, em particular quando o material é pulverizado, a quantidade incorporada no material acabado pode ser tão pequena quanto uma fracção de uma percentagem em peso da zona tratada. A adição do material de fricção reduzida à fibra, fio, tecido ou artigo pode também ser útil para absorver a humidade da pele, a fim de ajudar a proteger a pele contra irritações, assim como para evitar que esta fique molhada. -15-

Claro que deve entender-se que podem ser produzidas peças de vestuário tanto com zonas de fricção reduzida entre a superfície do corpo e o vestuário, que evitem ou minimizem o aparecimento de irritações, bolhas e calosidades, como com zonas de contacto de fricção reduzida entre a superfície exterior e o objecto externo de maneira a minimizar o contacto que provoca fricção.

Prefere-se que as zonas de tratamento do vestuário sejam, tipicamente, zonas que habitualmente estejam em contacto com a superfície de contacto externo durante o uso.

Prefere-se, também, que o coeficiente de fricção entre a zona tratada da peça de vestuário e a superfície de contacto externo seja reduzida até menos de cerca de 0,9. Mais preferivelmente, o coeficiente de fricção é reduzido até menos de cerca de 0,6.

Os exemplos que se seguem destinam-se a ilustrar modelos de realização específicos do vestuário com uma superfície exterior de fricção reduzida. EXEMPLO 8

Num modelo de realização, o vestuário de desporto como os uniformes usados no futebol, na luta livre e no râguebi, em que um jogador da equipa contrária, que seja agarrado ou preso durante o jogo, pode ter um material de fricção reduzida incorporado directamente no vestuário, quer na sua totalidade quer em zonas específicas de contacto superficial de maneira a proporcionar peças de vestuário com uma superfície exterior de reduzida fricção que seja difícil de segurar e que faça com que se tome difícil agarrar ou manobrar o adversário.

Além disso, o vestuário de desporto, tal como os uniformes usados no futebol americano, no basebol, no basquetebol, na luta livre, no ténis de mesa, no “squash”, no râguebi, no futebol, no “lacrosse”, no hóquei, no hóquei em campo e no andebol, em que os jogadores (quer da equipa contrária quer da mesma equipa) estabelecem um contacto corporal, podem ter material de fricção reduzida incorporado directamente no vestuário quer na sua totalidade quer em zonas específicas de contacto superficial para produzirem peças de vestuário com uma superfície exterior de fricção reduzida destinadas a minimizar o efeito dos empurrões e das colisões provocados pelos contactos durante o jogo. EXEMPLO 9

Noutro modelo de realização, as peças de vestuário desportivo de protecção, como joelheiras, cotoveleiras e protecção para as mãos usadas no voleibol, no basquetebol e na patinagem (particularmente com patins em linha), na patinagem sobre pranchas com rodas (skates) e no futebol, podem ter material de fricção reduzida incorporado directamente nas peças de vestuário de protecção quer na sua totalidade quer em zonas específicas de contacto superficial para reduzir as lesões que ocorrem nestes desportos.

Em geral, o contacto de fricção de qualquer objecto com o ar, a água, ou com superfícies sólidas faz com que o movimento de um objecto seja retardado ou interrompido. Este contacto de fricção é particularmente um problema nos desportos em que a energia cinética corporal de um participante é interrompida abrupta ou gradualmente. Se a energia cinética corporal se dissipar por um movimento gradual que seria provocado pela incorporação de material de fricção reduzida, as lesões que ocorrem nestes desportos poderiam ser minimizadas. - 17- EXEMPLO 10

Noutro modelo de realização, vestuário de desporto como o que é usado nos desportos em que a fricção é muito indesejável. Em desportos de alta velocidade e em desportos em que a diferença entre ganhar e perder é determinada em fracções de segundo, como a natação, a corrida e as descidas em esqui ou os saltos em esqui, o material de fricção reduzida pode ser incorporado directamente no vestuário, quer na sua totalidade quer em zonas específicas de contacto superficial, para produzir peças de vestuário com superfície exterior de fricção reduzida destinada a minimizar a fricção provocada pelo contacto com o ar ou com a água.

Adicionalmente, o material de fricção reduzida pode ser incorporado em vestuário para uso aquático como fatos de mergulho, para minimizar a fricção provocada pelo contacto com a água.

Entenda-se, também, que a invenção não se limita à descrição pormenorizada da invenção, a qual pode ser modificada sem se sair do âmbito das reivindicações anexas.

Lisboa, 17 de Agosto de 2000

V

JORGE CRUZ

Agente Oficial da Propriedade Industrial RUA VICTOR CORDON, 14 1200 LISBOA

Claims

REIVINDICAÇÕES 1. Artigo de vestuário próprio para estar directa ou indirectamente em contacto com uma superfície do corpo de um utilizador, sendo o referido artigo tratado de maneira a reduzir a fricção provocada pelo contacto entre o artigo e a superfície do corpo de quem o usa e/ou para reduzir a fricção provocada pelo contacto entre uma superfície exterior do referido artigo e uma superfície de um objecto externo, caracterizado pelo facto de ser conferido ao artigo um coeficiente de fricção que é inferior ao coeficiente de fricção de um artigo não tratado através da incorporação por tecedura ou tricotagem de um material tendo uma característica de reduzido coeficiente de fricção no referido artigo, e/ou através do revestimento de uma superfície do referido artigo com um produto químico à base de politetrafluoretileno de maneira que a referida porção tenha um coeficiente de fricção que seja inferior a 80% do coeficiente de fricção da superfície não revestida.
2. Artigo de acordo com a reivindicação 1, em que o artigo é tratado em zonas específicas de grande contacto entre a superfície exterior do artigo e um objecto externo e tratado em zonas específicas de grande contacto entre a superfície do corpo e o artigo.
3. Artigo de acordo com a reivindicação 1, em que tanto o coeficiente de fricção entre a superfície exterior do artigo e um objecto externo como o coeficiente de fricção entre uma superfície do corpo e o artigo é inferior a cerca de 0,9.
4. Artigo de acordo com a reivindicação 1, em que tanto o coeficiente de fricção entre a superfície exterior do artigo e um objecto externo -2- como o coeficiente de fricção entre uma superfície do corpo e o artigo é inferior a cerca de 0,6.
5. Artigo de acordo com a reivindicação 1, em que o artigo é uma peça de roupa que foi tratada em zonas específicas de elevado contacto entre um objecto externo e a peça de roupa e de elevado contacto entre a superfície do corpo e a roupa.
6. Método de produzir uma peça de roupa tratada que é própria para ser usada por um utilizador, em que a fricção provocada pelo contacto entre uma superfície exterior do referido artigo e uma superfície de um ou mais objectos externos e/ou a fricção provocada pelo contacto entre o artigo e a superfície do corpo do utilizador é reduzida, compreendendo as seguintes etapas: fornecer material não tratado; e tratar o material não tratado de modo a conferir ao artigo tratado um coeficiente de fricção que seja inferior ao coeficiente de fricção de um artigo não tratado, caracterizado pelo facto da etapa de tratamento incluir a incorporação, através de tecedura e/ou tricotagem, de um material com uma reduzida característica de coeficiente de fricção no seio do referido material não tratado, e/ou revestindo uma superfície do referido material não tratado com um produto químico à base de politetrafluoretileno, de maneira a que a referida porção tenha um coeficiente de fricção inferior a 80% do coeficiente de fricção da superfície não revestida.
7. Método de acordo com a reivindicação 6, em que a etapa de tratamento do material compreende a aplicação de produtos químicos de fricção reduzida a um primeiro material de maneira a conferir-lhe um reduzido coeficiente de fricção, e depois a incorporação do primeiro material no material -3 - não tratado.
8. Método de acordo com a reivindicação 6, em que a etapa de tratamento do material não tratado confere um valor inferior a cerca de 0,9 ao coeficiente de fricção entre um objecto externo e o artigo tratado e ao coeficiente de fricção entre uma superfície do corpo e o artigo.
9. Método de acordo com a reivindicação 6, em que a etapa de tratamento do material não tratado confere um valor inferior a cerca de 0,6 ao coeficiente de fricção entre um objecto externo e o artigo tratado e ao coeficiente de fricção entre uma superfície do corpo e o artigo.
10. Método de acordo com a reivindicação 6, em que o material não tratado é uma peça de roupa.
11. Método de acordo com a reivindicação 10, em que a etapa de tratamento da peça de roupa não tratada compreende o tratamento de zonas específicas de elevado contacto entre um objecto externo e a peça de roupa e o tratamento em zonas específicas de elevado contacto entre a superfície do corpo e roupa. Lisboa, 17 de Agosto de 2000

JORGE CRUZ Agente Oficiai da Propriedade Industrial RUA VICTOR COROON, 14 1200 LISBOA