PT2151313E

PT2151313E - Método para aplicar uma borracha vedante líquida a uma cápsula

Info

Publication number: PT2151313E
Application number: PT08160410T
Authority: PT
Inventors: Daniel Abegglen; Thomas Kaeser; Alp Sarioglu; Alexandre Kollep; Marco Bacchi
Original assignee: Nestec Sa
Priority date: 2008-07-15
Filing date: 2008-07-15
Publication date: 2012-02-02
Also published as: AU2009272891B2; DK2318199T3; CA2730053A1; HK1138540A1; CA2730053C; CN102099177B; IL209659A0; PT2318199E; PL2151313T3; BRPI0915757A2; US20110259204A1; ES2515196T3; KR20110043586A; ZA201101172B; EP2318199B1; JP2011527920A; PL2318199T3; EP2318199A1; US20150225148A1; RU2511367C2

Description

DESCRIÇÃO "MÉTODO PARA APLICAR UMA BORRACHA VEDANTE LIQUIDA A UMA CÁPSULA"

Campo da invenção A presente invenção refere-se, de um modo geral, ao campo das cápsulas estanques contendo ingredientes de bebida doseados. Mais particularmente, a invenção refere-se a um método de aplicação de uma composição de vedação a uma cápsula deste tipo para permitir uma interacção à prova de água com um meio envolvente dedicado de um dispositivo de produção de bebidas concebido para preparar um liquido comestível à base dos ingredientes contidos na cápsula.

Antecedentes da invenção

Os dispositivos para preparar uma bebida através da injecção de fluido pressurizado numa cápsula são bem conhecidos, especialmente no campo da produção de café ou de bebidas do tipo café. Além disso, outros ingredientes comestíveis, tais como chocolate ou produtos lácteos, podem estar contidos dentro da cápsula. Por meio de uma interacção destes ingredientes com um líquido, uma bebida ou outros víveres, tais como, por exemplo, sopa, podem ser produzidos. A interacção pode ser, por exemplo, um processo de extracção, infusão, dissolução, etc. Uma cápsula deste tipo está, particularmente, adaptada para conter café moido de modo a produzir uma bebida de café através da 1 introdução de água quente sob a pressão na cápsula e na descarga de uma bebida de café da cápsula.

As vantagens de um sistema deste tipo são, em particular, a preservação e frescura dos ingredientes, bem como a possibilidade de facilitar as operações de preparação da bebida.

Conhecem-se sistemas e métodos para obter comestíveis fluidos a partir de cápsulas contendo substâncias, por exemplo, do documento EP-A-512470 (equivalente do documento US 5402707) . A cápsula 101, como mostrada na Figura 1, tem uma taça 102 de forma troncocónica que pode ser preenchida, e. g., com café 103 torrado e moído e que é fechada por uma cobertura 104 com uma face passível de ser rasgada em forma de folha soldada e/ou engastada numa borda tipo flange que se estende lateralmente desde a parede lateral da taça 102. Um porta-cápsulas 111 compreende uma grelha 112 de escoamento com elementos 113 de superfície em relevo. O porta-cápsulas 111 é acomodado no seu suporte 115 que tem uma parede 124 lateral e um furo 127 para a passagem da bebida de café extraída.

Como se pode ver na figura 1, o sistema de extracção compreende, ainda, um injector 107 de água tendo um canal 120 de entrada de água e um elemento 108 anelar com uma reentrância interna cuja forma corresponde, substancialmente, à forma exterior da cápsula. Na sua parte exterior, o elemento 108 anelar compreende uma mola 122 que prende um anel 123 para libertar a cápsula depois de concluída a extracção. 2

Durante o funcionamento, uma cápsula 101 é colocada no porta-cápsulas 111. O injector 107 de água perfura a face superior da taça 102. A face 104 inferior passível de ser rasgada da cápsula está assente nos elementos 113 dispostos radialmente do porta-cápsulas 111. A água é injectada através do canal 120 do injector 107 de água e colide com a camada 103 de café. A pressão na cápsula 101 aumenta e a face 104 passível de ser rasgada acompanha, cada vez mais, a forma dos elementos 113 de relevo de abertura radial. Tais elementos de relevo de abertura radial podiam ser substituídos por elementos de relevo de forma piramidal ou por outras formas de relevo. Quando o material constituinte da face passível de ser rasgada atinge o seu ponto de ruptura, a face passível de ser rasgada é rasgada ao longo dos elementos de relevo. O café extraído escoa-se através dos orifícios da grelha 112 de escoamento e é recuperado num recipiente (não mostrado) por baixo do furo 127.

Os princípios deste processo de extracção, até onde podem ser mantidos em associação com a presente invenção, podem ser resumidos do seguinte modo: - Uma cápsula inicialmente estanque é introduzida num meio porta-cápsulas; - O meio porta-cápsulas é, depois, introduzido em associação com o meio de injecção de água da máquina, de modo a que um elemento anelar (108 na Fig. 1) envolva a cápsula estanque. 3 - Numa primeira parede da cápsula, gera-se, pelo menos, uma abertura. - A água que entra na cápsula através da abertura na primeira parede interage com os ingredientes contidos na cápsula ao atravessar o interior da cápsula e é, depois, levada a sair da cápsula através de, pelo menos, uma abertura/perfuração criada na segunda parede.

Desse modo, os ingredientes na cápsula constituem o "engarrafamento" do trajecto de escoamento da água e irão, por conseguinte, fazer cair a pressão entre o lado a montante e lado a jusante do escoamento de liquido através da cápsula, aumentando, ainda, essa queda de pressão durante a interacção entre o liquido e os ingredientes, por exemplo, devido a uma expansão dos ingredientes. Correspondentemente, tem que se assegurar que o único escoamento de água ocorre, realmente, através do interior da cápsula (seta Al) e que não há qualquer escoamento de água proveniente do injector de água no interstício entre o elemento 108 envolvente anelar e o exterior da cápsula 101 e, depois, para o furo 127 de descarga do dispositivo. A seta A2 ilustra este trajecto indesejado do escoamento de água. Por outras palavras, qualquer escoamento de água exterior à cápsula 101 tem que ser parado por um acoplamento estanque posicionado no interstício entre o elemento 108 anelar e a cápsula 101 (ou elemento anelar e o porta-cápsulas) e no trajecto de escoamento entre o injector de água e o furo de descarga de bebida. Na forma de realização, como mostrado na figura 1, tal acoplamento estanque pode ser conseguido, pelo menos, em determinada medida, pelo acoplamento de aperto entre o 4 elemento 108 anelar, a borda em forma de flange da parede lateral da cápsula 101 e o porta-cápsulas.

No caso de o acoplamento estanque não estiver a funcionar correctamente e a água se escoar para fora da cápsula, não há qualquer aumento de pressão suficiente para rasgar a face passível de ser rasgada no interior da cápsula ou, em alternativa, a pressão não rasgará totalmente a face passível de ser rasgada e, por conseguinte, a extracção da substância será fraca. Num cenário deste tipo, a água será descarregada do dispositivo de produção de bebidas sem ter interagido, ou ter interagido a cem por cento em condições de pressão suficiente, com os ingredientes contidos na cápsula.

Pode conceber-se um melhoramento de acordo com o qual este acoplamento estanque é ainda mais melhorado ao alinhar a parede interna do elemento anelar com um material de borracha elástico. Por outras palavras, de acordo com a referida abordagem, o acoplamento estanque é assegurado por estruturas fixas ou unidas ao dispositivo de produção de bebidas. Isto é desvantajoso na medida em que, depois da utilização de um número substancial de cápsulas, pode ocorrer um desgaste dos meios de vedação fixos levando a que a qualidade da bebida produzida se deteriore cada vez mais pelo facto de a água passar pela vedação já não totalmente eficaz.

Qualquer "fuga" no exterior da cápsula reduz a acumulação da pressão dentro da cápsula. Se a pressão for insuficiente, a membrana passível de ser rasgada pode não abrir ou pode abrir apenas parcialmente. Por outro lado, é do conhecimento geral que uma pressão de extracção suficiente é um factor chave para a qualidade do café tipo expresso. 5 A presente invenção visa, correspondentemente, um melhoramento do acoplamento estanque posicionado entre a entrada de liquido e o lado de descarga de bebida de um tal sistema de produção de bebidas. É, desse modo, a ideia central da presente invenção, transferir uma parte resiliente do acoplamento estanque do dispositivo de produção de bebidas para a cápsula. A vantagem é que qualquer elemento de vedação resiliente só é utilizado uma vez (i. e., apenas com a cápsula associada) pelo que se pode assegurar um funcionamento apropriado da vedação, podendo ocorrer menos problemas associados com a higiene, limpeza e/ou depósitos calcários no elemento de vedação. A presente invenção, assim, visa especialmente um melhoramento das cápsulas, de modo a que dispositivos de produção de bebidas do estado da técnica com meios de vedação incorporados, como, por exemplo, mostrado no documento EP-A-512470, também possam ser utilizados em associação com uma cápsula de acordo com a presente invenção. 0 documento EP 1654966 BI refere-se a uma cápsula que está configurada para ser inserida num dispositivo de produção de bebidas de modo a fazer com que um liquido sob pressão entre na cápsula e interaja com os ingredientes na cápsula. Desse modo, a cápsula compreende um elemento de vedação resiliente na forma de uma junta circular tórica ou de um anel tendo uma secção transversal em forma de L que seja unido ao corpo da cápsula, por exemplo, por meio de um adesivo ou soldadura. 6 0 documento ΕΡ 1702543 Α2 divulga um método de acordo com o preâmbulo da reivindicação 1.

Uma forma possível de aplicação de um meio de vedação desse tipo à cápsula seria por moldagem por injecção, mas este processo é desvantajoso na medida em que requer moldes para cada corpo da cápsula e uma precisão muito elevada em termos de injecção e maquinagem. Por conseguinte, um modo mais barato e mais conveniente é aplicar o meio de vedação por deposição de borracha líquida na cápsula e vulcanizar a borracha no corpo da cápsula.

Deve salientar-se que a posição do meio de vedação, assim como a sua distribuição na cápsula, são importantes para obter uma vedação eficaz da cápsula. É, por conseguinte, um objectivo da presente invenção, melhorar, ainda mais, a eficiência do meio de vedação proporcionado na cápsula e, em particular, melhorar o processo de posicionamento do meio de vedação na cápsula.

Desse modo, o vedante tem que ser colocado com precisão na intersecção da borda e da parede lateral do corpo da cápsula de modo a formar uma parte de vedação em forma de L tendo uma superfície exterior côncava.

Além disso, pretende-se um processo que requeira apenas uma pequena quantidade de borracha líquida, mantendo, ao mesmo tempo, uma vedação eficiente da cápsula. Uma quantidade pequena e discreta de borracha líquida permite reduzir a força de fecho do dispositivo de produção de bebidas sobre a cápsula e isso também poupa custos importantes de fabrico. 7 0 objectivo é conseguido por meio das caracteristicas das reivindicações independentes. As reivindicações dependentes desenvolvem, ainda mais, a ideia central da presente invenção.

Objectivo e Sumário da invenção A presente invenção propõe um método para dispor um elemento de vedação de borracha elástica sobre uma cápsula, em que a cápsula tem uma parte cilíndrica ou troncocónica do corpo tendo uma parede lateral e uma parte de borda tipo flange, em que a parte da borda se estende desde a parede lateral da parte de corpo, compreendendo o método as etapas de: - aplicar uma composição de vedação não vulcanizada num estado líquido ou viscoso sobre a parte de borda da cápsula, - aquecer a referida composição de vedação aplicada para que a composição de vedação migre, pelo menos parcialmente, para a parede lateral até alcançar a parede lateral, e - vulcanizar a composição de vedação após a migração para a parede lateral.

De acordo com o método, uma composição de vedação pode ser, com precisão e de modo conveniente, colocada na intersecção da parede lateral com a parte de borda tipo flange do corpo da cápsula, para se obter uma vedação à prova de água na referida intersecção.

De um modo geral, a aplicação da composição de vedação é 8 realizada numa instalação situada longe das linhas de enchimento por uma questão de segurança alimentar, respectivamente, por razões higiénicas e logísticas. Portanto, a composição de vedação é aplicada, de um modo preferido, após um processo de produção dos corpos de cápsula. Numa segunda etapa, os corpos de cápsula são empilhados e enviados para a fábrica de enchimento e vedação onde o corpo da cápsula é enchido com os ingredientes correspondentes e a vedação da cápsula por meio de uma membrana dedicada é realizada posteriormente.

Numa forma de realização preferida, o posicionamento da composição de vedação não vulcanizada sobre a parte de borda da cápsula é realizado por um elemento de agulha ou bocal que é ligado para fornecimento da composição de vedação. De um modo preferido, uma multiplicidade de cápsulas que devem ser preenchidas com a composição de vedação são colocadas numa bandeja móvel que pode ser deslocada horizontalmente.

Desse modo, o aquecimento descrito da composição de vedação não vulcanizada, que ocorre antes da vulcanização da composição de vedação, conduz à migração da referida composição de vedação desde a parte de borda para a parede lateral da cápsula devido a forças de atracção, tais como forças eletrostáticas e tensão superficial entre a composição de vedação e o lado do corpo da cápsula.

Numa forma de realização preferida, a cápsula é fabricada em metal, tal como alumínio e formada por uma operação de estampagem profunda. Portanto, o corpo da cápsula pode ficar coberto com um verniz e um resíduo de lubrificante necessário durante a estampagem profunda do corpo, o que pode promover a atracção da composição de vedação ao corpo da cápsula. 9

Consequentemente, o referido aquecimento da composição de vedação antes do processo de vulcanizaçao permite uma distribuição igual desejada da composição de vedação não vulcanizada na intersecção entre a parte de borda e a parte de corpo da cápsula.

Note-se que a deposição da composição de vedação é, de um modo preferido, efectuada no corpo da cápsula após a sua formação, mas antes do seu enchimento com o café e a sua vedação na parte de borda, e. g., por meio de uma membrana disposta na parte de borda. A composição de vedação é, de um modo preferido, um material de borracha elástico e resiliente que é seleccionado de elastómeros, silicones, plásticos, látex, balata ou outros. A composição de vedação é, de um modo preferido, transparente.

Utiliza-se, de um modo preferido, uma borracha de silicone com o nome comercial de "Addisil 1540d", comercializada pela General Electric Company, como borracha de silicone liquida para a composição de vedação.

Numa forma de realização preferida, a composição de vedação é aplicada de um modo não continuo. Isto significa que, de um modo preferido, se distribui um cordão de composição de vedação sobre a parte de borda tipo flange de modo a formar-se uma folga entre o ponto de inicio e do fim da distribuição. Portanto, antecipa-se o escoamento da composição de vedação não vulcanizada antes da etapa de vulcanização. Por conseguinte, evita-se uma sobrecarga local de material de vedação na linha de junção entre o ponto de inicio e do fim. 10

Numa forma de realização preferida, a aplicação da composição de vedação é realizada, de um modo preferido, por impulsos. Em particular, a aplicação por impulsos pode ser realizada no inicio da distribuição da composição de vedação liquida na parte de borda da cápsula. Portanto, pode evitar-se, eficazmente, a sobredosagem denominada "cabeça de serpente", em que uma gota maior de material é depositada na ponta da agulha no início da distribuição devido à acumulação de material entre as etapas de distribuição. Consequentemente, a distribuição do cordão de composição de vedação é reforçada de um modo mais suave dentro do elemento distribuidor e cria-se uma espessura mais exacta do cordão na área de aplicação. A composição de vedação é aplicada, de um modo preferido, na parte de borda da cápsula a uma distância predefinida da intersecção da parte de borda com a parede lateral da cápsula. Portanto, uma distância predefinida da composição de vedação aplicada à parede lateral da cápsula é mantida de modo a que a composição de vedação possa migrar para a parede lateral da cápsula durante um processo de aquecimento. Desse modo, a distância da parte de corpo da cápsula é escolhida, de um modo preferido, de modo a que a composição de vedação seja aplicada sobre uma parte central da parte de borda. A composição de vedação é aplicada de modo circunferencial sobre a parte de borda e, assim, a distância do cordão aplicado de composição de vedação à parede lateral da cápsula é, de um modo preferido, igual em cada lado da cápsula, i. e., o cordão da composição de vedação é, de um modo preferido, disposto de modo concêntrico em relação ao eixo central do corpo de cápsula. A quantidade de material de vedação distribuída pela parte 11 de borda da cápsula está, de um modo preferido, compreendida entre 10 e 150 mg e, de um modo mais preferido, entre 40 e 80 mg e, de um modo muito preferido, é de, aproximadamente, 53(+/-3) mg. Portanto, pode formar-se um meio de vedação eficaz na cápsula com uma quantidade muito pequena de material de vedação. Devido à quantidade muito pequena envolvida, o vedante é quase invisível a olho nu, sendo, no entanto, suficiente para criar um vedante à prova de água no fecho do dispositivo de preparação de bebidas. O seu impacto no ambiente é, assim, limitado e o aumento de custo da cápsula é mínimo. A dureza do material de vedação aplicado no seu estado vulcanizado está, de um modo preferido, compreendida entre 20 e 40 Shore A. 0 tempo que demora a distribuir um cordão de componente de vedação na parte de borda da cápsula é, de um modo preferido, inferior a um segundo e, de um modo mais preferido, está compreendido entre 400 e 900 ms. A migração da composição de vedação para a parede lateral da cápsula é obtida, de um modo preferido, por aquecimento da composição de vedação a uma temperatura de forno de 60 a 80 °C, durante 1 a 4 minutos. A migração da composição de vedação para o corpo da cápsula forma, de um modo preferido, uma parte de vedação contínua presente na parte de borda e numa parte do corpo da cápsula. Desse modo, não há qualquer folga dentro da referida parte de vedação contínua. Isto significa que a extremidade do cordão distribuído sobre a parte de borda, i. e., o ponto de início e de fim da distribuição, ficam unidos após a referida migração. 12

Portanto, a referida parte de vedação é, de um modo preferido, distribuída igualmente em torno da intersecção circunferencial entre a borda e a parte de corpo da cápsula. De acordo com isto, obtém-se um posicionamento exacto e uma espessura unitária da composição de vedação.

Além disso, após o aquecimento e, assim, após a migração da composição de vedação, a referida parte de vedação contínua compreende, de um modo preferido, uma secção transversal em forma de L e côncava quando vista numa vista em corte lateral. De acordo com esta forma de realização, uma vedação eficaz da cápsula é obtenível com uma quantidade mínima de material de vedação. A vulcanização da composição de vedação é, de um modo preferido, realizada a uma temperatura de 110 a 160 °C, durante, 4 a 10 minutos. Consequentemente, após o processo de vulcanização, forma-se um meio de vedação estável e resiliente na cápsula.

As etapas de aquecimento e vulcanização, de acordo com a presente invenção, são realizadas, de um modo preferido, num forno, no qual as cápsulas são deslocadas suportadas por uma bandeja. Desse modo, o forno está, de um modo preferido, equipado com uma pluralidade de câmaras de aquecimento diferentes que são colocadas às temperaturas desejadas. 0 forno tem, de um modo preferido, quatro câmaras, uma das quais está regulada entre 60 a 80 °C e as 3 outras estão reguladas entre 110 a 160 °C. As três câmaras de vulcanização, de um modo preferido, têm uma temperatura diferente para que o processo de vulcanização possa ser ligeiramente afinado. A temperatura durante a vulcanização não deve exceder 160 °C, dado que isto 13 danificaria o elemento de vedaçao ou outros componentes da cápsula.

Num segundo aspecto, a invenção propõe uma cápsula para conter ingredientes de bebida que é concebida para ser inserida num dispositivo de produção de bebidas, em que um liquido sob pressão entra na cápsula de modo a interagir com os ingredientes na cápsula e para descarregar uma bebida da cápsula, em que a cápsula compreende um corpo, uma borda tipo flange e um elemento de vedação resiliente formado numa superfície exterior da cápsula, caracterizada por o referido elemento de vedação formar uma parte contínua que é distribuída igualmente sobre a intersecção circunferencial entre a borda e o corpo da cápsula.

Desse modo, o elemento de vedação é, de um modo preferido, aplicado ao corpo da cápsula por meio do método como indicado acima.

Numa forma de realização preferida, a superfície exterior do meio de vedação vulcanizado é linear ou em forma de menisco quando vista segundo uma vista em corte. 0 meio de vedação tem, de um modo preferido, uma espessura máxima, quando medido num ângulo de 45° desde a transição da parte de borda para a parede lateral do corpo base, de entre 0,3 e 0,7 mm e, de um modo mais preferido, de entre 0,4 e 0,6 mm. De acordo com esta forma de realização, a interacção entre o meio de vedação e um elemento envolvente dedicado de um dispositivo de produção de bebidas no qual se pode dispor a cápsula é reforçada, pelo que se obtém uma vedação eficaz da cápsula durante o processo de produção de bebidas. 14

Numa forma de realização preferida, a espessura do meio de vedação decresce, continuamente, na direcção da extremidade na parede lateral da parte de corpo base e da extremidade na parte de borda, respectivamente. Portanto, pode dispor-se um meio de vedação eficaz na cápsula por uma quantidade mínima de material de vedação aplicado. De acordo com isto, pode obter-se uma forma de realização do meio de vedação muito económica.

Note-se que de modo a obter uma vedação eficiente e à prova de água no corpo da cápsula, é necessária uma aplicação muito regular e precisa da composição de vedação na intersecção entre uma parte de borda e o corpo da cápsula, o que é conseguido por meio do método de acordo com a presente invenção. No entanto, pode aplicar-se um outro processo familiar para obter as vantagens descritas. Por exemplo, o cordão de composição de vedação líquida ou viscosa pode ser aplicado à parede lateral do corpo da cápsula e, depois, é possível fazê-lo migrar para a parte de borda por um processo de aquecimento de modo a deslocar o meio de vedação na intersecção do corpo e da parte de borda. 0 sistema de produção descrito permite uma interacção eficaz entre uma cápsula de acordo com a presente invenção e um dispositivo de produção de bebidas dedicado que seja concebido para fornecer um líquido aquecido e pressurizado ao interior da cápsula. De acordo com a invenção, uma bebida pode ser preparada pelo sistema de produção descrito sem qualquer fuga da cápsula.

Breve Descrição dos desenhos

Outras características, vantagens e objectivos da presente 15 invenção tornar-se-ão óbvios para os especialistas na técnica após a leitura de descrição pormenorizada que se segue de formas de realização da presente invenção, quando feita em associação com as figuras dos desenhos anexos.

Fig. 1 mostra uma cápsula de extracçao conhecida do documento EP-A-512470 da técnica anterior.

Fig. 2 mostra um corpo da cápsula de acordo com a presente invenção numa vista lateral em corte.

Fig. 3 mostra uma vista ampliada da área Z indicada na figura 2.

Figs. 4a a 4c mostra a aplicaçao da composição de vedação na parte de borda do corpo da cápsula.

Figs. 5a a 5c mostra a composição de vedaçao aplicada após a etapa de aquecimento e a etapa de vulcanização.

Fig. 6 mostra uma forma de realização preferida do dispositivo de produção de bebidas compreendendo um elemento envolvente apropriado para envolver uma cápsula de acordo com a presente invenção de modo a permitir uma preparação de bebida.

Fig. 7 mostra a interacção da composição de vedação aplicada à intersecção entre a parte de borda e a parte de corpo da cápsula e um elemento envolvente dedicado de uma máquina de produção de bebidas. 16

Descrição detalhada de formas de realização A Figura 2 mostra uma forma de realização preferida de uma cápsula, de acordo com a presente invenção, numa vista lateral em corte. A cápsula 1 compreende uma parte 3 de corpo troncocónica tendo uma parede 3a lateral e uma parte 3b de base fechada e substancialmente transversal. A referida parte 3b de base compreende uma reentrância 3c central. No extremo oposto da parte 3 de corpo troncocónica, uma parte 2 de borda tipo flange está ligada à parede 3a lateral da cápsula. Desse modo, a parte 2 de borda do tipo flange tem uma orientação, de um modo preferido, perpendicular ao eixo c central da cápsula 1. A cápsula 1 é, de um modo preferido, uma parte integral fabricada em metal, tal como aluminio. Desse modo, a forma de realização mostrada da cápsula 1 na figura 2 é, de um modo preferido, obtida por uma operação de estampagem profunda. A cápsula 1 tem uma superfície 7a exterior e uma superfície 7b interna.

Na intersecção da parede 3a lateral da parte 3 de corpo e da parte 2 de borda tipo flange, aplica-se um meio de vedação com, de um modo preferido, uma forma linear ou de menisco quando visto na vista em corte. A altura h indicada da cápsula está, de um modo preferido, compreendida entre 10 e 30 mm. 0 diâmetro dl indicado do lado do corpo 3 da cápsula 1 ao qual a parte 2 de borda tipo flange está ligado, de um modo preferido, compreendido entre 20 e 50 mm. Além disso, o diâmetro d2 indicado de um segundo lado da parte 3 17 de corpo da cápsula 1 que compreende a reentrância 3c está, de um modo preferido, compreendido entre 20 e 30 mm. A Figura 3 é uma vista ampliada da área Z indicada na figura 2 que se refere a uma vista lateral em corte da transição 8 entre a parte 3 de corpo e a parte 2 de borda da cápsula. A parte 2 de borda compreende uma superfície 13a superior disposta de modo adjacente à superfície 7a da parede 3a lateral e uma superfície 13b inferior adjacente à superfície 7b interna da parede 3a lateral da parte 3 de corpo de cápsula.

Como se pode ver na figura 3, a parte 2 de borda e a parede 3a lateral intersectam-se, de um modo preferido, por meio de uma transição 19 que é, de um modo preferido, curva, para que não se forme nenhuma margem afiada entre a parte 2 de borda e a parte 3 de corpo. Desse modo, a intersecção 19 compreende, de um modo preferido, um raio da curvatura entre r=0,2 cm a r=0,8 cm.

Além disso, como indicado na figura 3, a parte 2 de borda é orientada segundo um determinado ângulo α em relação à parede 3a lateral da parte 3 de corpo que é, de um modo preferido, igual a ou ligeiramente superior ou inferior a 90°.

Na parte 9 de extremidade da parte 2 de borda tipo flange, forma-se, de um modo preferido, uma extremidade enrolada e, portanto, não sobressaem quaisquer margens afiadas da cápsula na parte 2 de flange. Consequentemente, impede-se que um utilizador seja cortado quando manipula a cápsula 1. A espessura tl da parede 3a lateral é, de um modo preferido, 18 igual à espessura da parte 2 de borda. Desse modo, a espessura tl está, de um modo preferido, compreendida entre 0,1 e 0,5 mm. O meio 4 de vedação proporcionado na transição 19 entre a parte 2 de borda e a parede 3a lateral da parte 3 de corpo tem, de um modo preferido, uma forma de L quando visto numa vista lateral em corte. O número de referência "a" indica um eixo que está disposto segundo um ângulo de 45° em relação à parte 2 de borda e que intersecta o ponto 8 de intersecção indicado da parte 2 de borda e da parede 3a lateral da cápsula 1. Desse modo, a espessura t2 máxima do meio 4 de vedação está, de um modo preferido, compreendida entre 0,3 e 0,7 milímetros e, de um modo mais preferido, entre 0,4 mm e 0,6 mm na direcção do eixo a indicado. Consequentemente, proporciona-se uma espessura t2 máxima do meio 4 de vedação na transição 19 entre a parte 2 de borda e a parede 3a lateral da parte 3 de corpo. Portanto, um meio envolvente de um dispositivo de produção de bebidas dedicado pode interagir, eficazmente, com a cápsula 1 de modo a permitir a vedação eficaz da cápsula 1 durante um processo de produção de bebida.

Além disso, a espessura t2 do meio 4 de vedação diminui, continuamente, na direcção da extremidade 9 da parte 2 de borda e na direcção da extremidade 15 indicada do meio 4 de vedação na parede 3a lateral da parte 3 de corpo, como indicado pelos algarismos de referência t2 ' e t2" na figura 3. De acordo com esta forma de realização, obtém-se uma forma côncava em L do meio 4 de vedação. 0 meio 4 de vedação é, de um modo preferido, aplicado entre 19 a parede 3a lateral da cápsula 1 e a extremidade 9 da parte 2 de borda, i. e., o meio 4 de vedação compreendem um diâmetro d4 exterior que está, de um modo preferido, compreendido entre 30 e 40 mm. 0 diâmetro interno da cápsula 1 é indicado pelo número de referência d3 e está, de um modo preferido, compreendido entre 25 e 35 mm.

No que se refere às figuras 4a a 4c, o processo de aplicação da composição 4 de vedação à parte 2 de borda da cápsula 1 será descrito a seguir.

Como se pode ver na figura 4a, uma composição 4 de vedação não vulcanizada e, assim, liquida ou viscosa, é distribuída sobre a superfície 13a superior da parte 2 de borda tipo flange. Desse modo, a composição 4 de vedação liquida ou viscosa é distribuída por meio de um elemento 11 distribuidor de agulha ou bocal que está ligado a uma fonte 12 de alimentação da composição de vedação. Além disso, dispõe-se uma bomba 13 entre a fonte 12 de alimentação e o elemento 11 de bocal e, assim, pode fornecer-se uma pressão predefinida ao elemento 11 de bocal de modo a permitir distribuir a composição 4 de vedação líquida. Além disso, pode proporcionar-se uma unidade 14 de controlo que está, pelo menos, ligada à bomba 13 e, assim, permite regular a pressão aplicada. A composição 4 de vedação é seleccionada, de um modo preferido, de entre elastómeros, silicones, plásticos, látex, balata ou outros. De um modo mais preferido, utiliza-se como composição de vedação um adesivo de silicone de vulcanização a quente que tem as vantagens de se ligar a muitos substratos sem uma camada primária e cuja vulcanização ocorre rapidamente a temperaturas elevadas. Uma composição de vedação preferida é uma 20 de borracha de silicone. Em particular, prefere-se um sistema de silicone de vulcanização de um componente, tal como "Addisil 1540 D". Este sistema é sensível à temperatura e deve ser mantido a uma temperatura fresca (5-8 °C) antes da deposição. Deve, também, ser aplicado a uma atmosfera controlada, à temperatura ambiente, de modo a controlar a sua viscosidade durante a deposição, de modo a que o doseamento seja exacto e se evitem problemas de obstrução do meio de doseamento. O meio 12 de alimentação pode ser um tambor de vedante inviolável. 0 material é, de um modo preferido, mantido em condições de temperatura fresca antes de ser depositado na cápsula 1 para se assegurar que a vulcanização não se inicia, o que afectaria a viscosidade do material e, assim, as potencialidades de distribuição e formação na cápsula 1. Antes do processo de distribuição, a tampa do tambor pode ser removida e substituída por um pistão. Por conseguinte, o tambor pode servir como um cilindro para a distribuição da borracha líquida. Através do meio 14 de controlo descrito e da bomba 13 de pistão, o tempo de distribuição e a pressão de distribuição podem ser regulados para o processo de distribuição.

De um modo preferido, a unidade 14 de controlo regula a pressão aplicada da bomba 13 para que ocorra a aplicaçao de impulsos no início do processo de distribuição.

Consequentemente, pode impedir-se o assim denominado "efeito de cabeça de serpente" e, assim, nenhuma (ou, pelo menos, uma quantidade reduzida de) composição de vedação se acumula na parte 11a de ponta do elemento 11 de agulha ou bocal. A composição 4 de vedação líquida é, de um modo preferido, distribuída a uma distância d predefinida à transição 19 da 21 parede 3a lateral e da parte 2 de borda. Desse modo, a composição 4 de vedação é distribuída, de um modo preferido, sobre uma parte 5 central da parte 2 de borda, como indicado na figura 4a. Consequentemente, proporciona-se bastante espaço para o elemento 11 de bocal ou agulha se aproximar da parte 2 de borda durante o processo de distribuição.

De um modo preferido, a distância d é escolhida de modo a estar compreendida entre 0,5 e 3 mm. Deve salientar-se que a composição 4 de vedação não deve ser distribuída demasiado afastada da parede 3a lateral da parte 3 de corpo da cápsula 1, dado que isto resultaria numa vedação insuficiente, podendo, assim, aparecer fugas durante o processo de produção de bebidas. Em particular, a posição também é crítica por causa do vedante muito fino que é aplicado na cápsula 1. A figura 4b mostra uma vista de topo da cápsula 1 após a distribuição da composição 4 de vedação na parte 2 de borda. Como se pode ver na figura 4b, um cordão 15 é distribuído, de modo circunferencial, no corpo 3 da cápsula 1 sobre a superfície 13a superior da parte 2 de borda tipo flange. Desse modo, o processo de distribuição não é, de um modo preferido, contínuo, i. e., forma-se uma folga 16 entre o ponto 15a de início de distribuição e o ponto 15b de fim do processo de distribuição. Consequentemente, antecipa-se o escoamento do material de borracha antes da vulcanização. A distância da folga pode, por exemplo, estar compreendida entre 0,5 a 3 mm. 0 tempo que o processo de distribuição do material de vedação de borracha líquida ou viscosa demora está, de um modo preferido, compreendido entre 400 e 900 ms. Dado que a quantidade de material de vedação depositado é, de um modo 22 preferido, pequena, i. e., compreendida, de um modo preferido, entre 40 e 80 mg, o meio de distribuição que compreende, pelo menos, o elemento 11 de bocal, a bomba 13, o meio 14 de controlo e o meio 12 de alimentação é, de um modo preferido, concebido de modo a obter uma precisão de +/- 3 mg. Portanto, obtém-se uma distribuição muito precisa do componente 4 de vedação. A folga 16 entre o ponto de inicio e de fim 15a, 15b de distribuição do cordão 15 de composição de vedação está, de um modo preferido, compreendida entre 0,1 e 0,5 milímetros. Deve salientar-se que se pode formar mais de uma folga 16 no cordão 15 durante o processo de distribuição. Por exemplo, o cordão 15 pode ser aplicado à parte 2 de borda de modo intermitente.

Como se pode ver na figura 4b, o cordão 15 de composição de vedação aplicado à parte 2 de borda está disposto de modo circunferência em relação ao corpo 3 da cápsula 1 e é, de um modo preferido, concêntrico em relação ao eixo c central da cápsula 1. Desse modo, o cordão 15 tem uma largura t3 unitária que está, de um modo preferido, compreendida entre 1 e 2 mm. A figura 4c refere-se a uma vista lateral em corte da parte 2 de borda (A-A indicado na figura 4b) após a aplicação da composição 4 de vedação. Como se pode ver na figura 4c, a composição 4 de vedação líquida ou viscosa está situada a uma distância d fixa da transição 19 da parte 2 de borda e da parede 3a lateral.

As figuras 5a a 5c referem-se a uma forma de realização preferida da composição de vedação aplicada após a etapa de aquecimento e de vulcanização. 23 A figura 5a mostra o processo da migração da composição 4 de vedação durante o aquecimento. Desse modo, o número 4' de referência refere-se à composição de vedação mostrada na figura 4b e 4c que foi aplicada à parte 2 de borda por meio de um processo de distribuição. Agora, durante o aquecimento da cápsula 1, a migração da composição 4 de vedação para a parede 3a lateral do corpo 3 é reforçada como indicado pela seta M. 0 aquecimento da composição 4 de vedação liquida ou viscosa é realizado, de um modo preferido, a uma temperatura entre 60 e 80 °C, de um modo mais preferido, a temperatura de aquecimento é regulada para 70 (+/- 2) °C. 0 aquecimento do componente 4 de vedação é realizado durante 1 a 4 minutos, de um modo preferido, 3 minutos.

Deve-se compreender que o escoamento ou migração do componente 4' de vedação se deve a forças de atracção, tais como forças eletrostáticas ou a tensão superficial, no lado do corpo da cápsula. As forças podem ser influenciadas pelo material utilizado da cápsula. Além disso, devido ao facto de o corpo 3 de cápsula e parte 2 de borda serem, de um modo preferido, formados por uma operação de estampagem profunda, a cápsula 1 pode ficar coberta com um verniz e resíduo de lubrificante que foram necessários para a operação de estampagem profunda e que podem influenciar a atracção da composição 4' de vedação liquida ou viscosa. Determinados lubrificantes podem ser preferidos devido à sua afinidade com o material do elemento de vedação, tais como lubrificantes à base de silicone. Outros lubrificantes devem ser evitados porque poderiam afectar negativamente a reticulação. Por exemplo, os lubrificantes à base de esteres não são desejados. 2 4

Durante a migração do componente 4' de vedação, a folga 16 proporcionada desaparece, i. e., o ponto 15a de inicio e o ponto 15b de fim de distribuição são unidos, o que dá origem a uma parte 4 de vedação contínua com uma largura t4 exacta e unitária, como mostrado na figura 5b. Dado que o componente 4 de vedação se escoa para a parede 3a lateral da parte 3 de corpo da cápsula, deixa de haver folgas entre a parede 3 lateral e o componente 4 de vedação. A largura t4 está, de um modo preferido, compreendida entre 0,5 e 2 mm.

Após o processo de aquecimento, realiza-se a vulcanização do componente 4 de vedação. A vulcanização é realizada, de um modo preferido, a uma temperatura entre 110 e 160 °C, de um modo mais preferido, entre 115 a 125 °C. Desse modo, o componente 4 de vedação é vulcanizado por um tempo predefinido de 4 a 10 minutos. De um modo mais preferido, a vulcanização é realizada durante 6 minutos.

Devido à vulcanização da composição 4 de vedação, obtém-se uma reticulação do material depois deste se ter escoado para a parede 3a lateral do corpo 3. A figura 5c refere-se a uma vista lateral em corte (B-B na figura 5b) de uma forma de realizaçao preferida da composição 4 de vedação após o processo de vulcanização. Devido à vulcanização, a composição 4 de vedação pode retrair-se ligeiramente. No entanto, a forma geral em L ou de menisco côncava da composição 4 de vedaçao não é afectada pelo processo de vulcanização de acordo com a invenção. A figura 6 mostra um estado em que uma cápsula 1, de acordo 25 com a presente invenção, foi colocada num dispositivo de produção de bebidas. Desse modo, a cápsula 1 é dotada com o meio 4 de vedação de acordo com a invenção. Além disso, o interior da cápsula 1 foi preenchido com ingredientes 21 doseados e a cápsula 1 foi vedada por meio de um elemento 25 de folha. Desse modo, o elemento 25 de folha é preso de modo estanque à parte 2 de borda tipo flange para fechar hermeticamente a parte 3 de corpo da cápsula 1.

Os ingredientes 21 dentro da cápsula 1 são seleccionados de modo a poder produzir-se uma bebida quando se introduz liquido na cápsula na região da reentrância 3c da cápsula 1 e, depois, este liquido interage com esses ingredientes 3. Os ingredientes preferidos são, e. g., café moido, chá ou quaisquer outros ingredientes a partir dos quais se pode produzir uma bebida ou outros comestíveis líquidos ou viscosos (e. g., sopa).

Deve salientar-se que o elemento 25 de folha, como mostrado, não é exactamente plano devido a uma sobrepressão definida dentro da cápsula, em que a sobrepressão é gerada pela desgasificação natural do café moído na cápsula e, eventualmente, pela introdução adicional de, e. g., um gás protector, quando se produz a cápsula 1 cheia.

Um porta-cápsulas 20 do dispositivo de produção de bebidas está, de um modo preferido, equipado com elementos 22 de relevo que são concebidos para rasgar e perfurar o elemento 25 de folha da cápsula 1. Este rasgar do elemento de folha pode, e. g., ocorrer assim que a pressão dentro da cápsula exceder um valor limiar. Deve salientar-se que os elementos 22 de relevo podem ter uma qualquer forma saliente apta a rasgar (parcialmente) o 26 elemento de folha. Citam-se, como exemplo, apenas pirâmides, agulhas, protuberâncias, cilindros e nervuras alongadas.

Como mostrado na figura 6, a cápsula 1 é colocada num porta-cápsulas 20 do dispositivo de produção de bebidas, o elemento 25 de folha está assente no lado do elemento 22 de relevo do porta-cápsulas 20 e o corpo 3 base da cápsula 1 está já parcialmente envolvido pela parede 24 circunferencial de um elemento 23 envolvente do dispositivo de produção de bebidas. O elemento 23 envolvente mostrado tem a forma de um sino. No entanto, são viáveis outras formas, em que a concepção dos contornos interiores (reentrância) do elemento 23 envolvente está, de um modo geral, adaptada para coincidir, substancialmente, com os contornos da cápsula 1. O elemento 23 envolvente pode compreender uma rosca 26 externa para montar o elemento envolvente num dispositivo de produção de bebidas e uma abertura 27 de entrada de água para o fornecimento de um líquido, tal como, por exemplo, água quente sob pressão, a um injector 28 de água que é montado de forma amovível (enroscado) no elemento 23 envolvente.

Deve salientar-se que a rosca 26 mostrada é apenas um exemplo de meio de conexão e, por conseguinte, pode utilizar-se qualquer outro meio de ligação amovível ou permanente para ligar o elemento 23 envolvente a um dispositivo de produção de bebidas.

Os outros componentes do dispositivo de produção de bebidas, tais como, e. g., o mecanismo para deslocar o elemento 23 envolvente e, talvez, também o porta-cápsulas 20 são conhecidos da técnica anterior no campo das máquinas de expresso à base de cápsulas. 27 0 injector 28 de água pode ser equipado com um elemento de agulha ou bocal (não mostrado) para perfurar entradas de água no corpo da cápsula 1.

Além disso, o injector 28 de água compreende, de um modo preferido, um meio 29 de abertura para abrir uma face da cápsula 1. Esse meio 29 de abertura pode, por exemplo, ser um elemento de perfuração, tal como uma lâmina, pino, etc., concebido para produzir uma abertura na reentrância 3c ou na parede 3b de topo da cápsula 1 quando o porta-cápsulas 20 e o elemento 23 envolvente são aproximados, e. g., por um mecanismo manual ou automático. De acordo com isto, um liquido, tal como água, pode ser fornecido ao interior da cápsula 1 depois de o elemento 29 de perfuração penetrar no interior da cápsula 1.

De um modo preferido, o elemento 23 envolvente está equipado com um meio 30 de libertação para libertar a cápsula 1 após a injecção de liquido na mesma. O referido meio 30 de libertação impede um "efeito vácuo" quando a cápsula 1 vai ser libertada depois de ter sido envolvida pelo elemento 23 envolvente e pelo porta-cápsulas 20. Consequentemente, quando o porta-cápsulas 20 é aberto, o risco de a cápsula 1, em vez de cair, permanecer colada ao elemento 23 envolvente, devido a um "efeito vácuo" pode ser evitado. De um modo preferido, o referido meio 30 de libertação são aberturas ou reentrâncias proporcionadas na circunferência da margem 23a inferior do elemento 23 envolvente que permitem a entrada de ar no espaço entre a parede 3b de topo e as paredes 3a laterais da cápsula 1 e a parede 23b interna do elemento 23 envolvente, respectivamente. A figura 7 refere-se à interacção do meio 4 de vedação 28 aplicado à intersecção entre a parte 2 de borda e a parte 3a de corpo da cápsula 1 e o elemento 23 envolvente de um dispositivo de produção de bebidas.

Como se pode ver na figura 7, a composição 4 de vedação vulcanizada que foi aplicada na cápsula 1 é compressivel. Consequentemente, quando o elemento 23 envolvente e o porta-cápsulas 20 (ver figura 6) são posicionados de modo a envolver a cápsula 1, uma margem 23a inferior do elemento 23 envolvente é pressionada de encontro ao meio 4 de vedação e, assim, de encontro à parte 2 de borda. Desse modo, a parte 23c de transição da margem 23a inferior e da parede 23b interna do elemento 23 envolvente tem, de um modo preferido, uma forma arredondada, como indicado na figura 7. No entanto, a parte 23c de transição também pode ser biselada. A margem 23a inferior está equipada, de um modo preferido, com ranhuras ou reentrâncias 30 radiais, como já descrito, de modo a impedir um "efeito vácuo" quando se liberta a cápsula 1 do meio 23 envolvente e do porta-cápsulas 20.

Além disso, o elemento 23 envolvente compreende uma aba 31 anelar e uma reentrância 23d circular para promover a evacuação de através da zona de aperto quando não há qualquer cápsula inserida no dispositivo, como descrito no pedido de patente co-pendente N° 08153050.3 intitulado: "Beverage production device for producing a beverage from a single-use capsule".

Se se injectar água na cápsula 1 por meio do injector 28 (ver figura 6), pode haver liquido pressurizado presente entre uma parede 23b interna do elemento 23 envolvente e a parede 3a lateral da cápsula 1, como indicado pela seta P (ver figura 7) . 29

Devido à interacção da margem 23a inferior com o meio 4 de vedação proporcionado na cápsula 1, o referido liquido pressurizado fica, no entanto, impedido de contornar a cápsula 1. Consequentemente, obtém-se uma vedação eficaz da cápsula 1 durante o processo de produção de bebidas.

Deve salientar-se que as ranhuras ou reentrâncias 30 radiais proporcionadas na margem 23a inferior do elemento 23 envolvente são concebidas de modo a ficarem totalmente cobertas e/ou preenchidas pelo meio 4 de vedação numa posição fechada do meio 23 envolvente em relação ao porta-cápsulas 20. Assim, devido à forma em L côncava do meio 4 de vedação, as referidas ranhuras ou reentrâncias 30 radiais podem ser cobertas de modo eficaz, incluindo no lado interior do meio 23 envolvente, obtendo-se, assim, uma vedação eficaz. Consequentemente, é impossível que um liquido contorne a cápsula através das referidas ranhuras ou reentrâncias 30.

Durante o engate à pressão de fecho mostrado do elemento 23 envolvente, porta-taças 20 e cápsula 1, a água que entra no interior da cápsula 1 através de uma parede ou face 3c, 3b aberta da cápsula 1 aumenta a pressão dentro da cápsula. Além disso, devido ao aumento de pressão no interior da cápsula, os elementos 22 de relevo produzem aberturas no elemento 25 de folha da cápsula 1. Consequentemente, quando houver uma acumulação de pressão suficiente de água dentro da cápsula 1, a bebida produzida devido a uma interacção entre a água injectada e os ingredientes doseados alojados dentro da cápsula pode ser descarregada em pequenos interstícios entre os elementos 22 de relevo e o elemento 25 de folha envolvente. Desse modo, devido ao meio 4 de vedação, o líquido fornecido à cápsula 1 só pode escoar-se através da cápsula, mas não pelo exterior da cápsula. 30

Embora a presente invenção tenha sido descrita recorrendo a formas de realização preferidas da mesma, muitas modificações e alterações podem ser feitas por um especialista na técnica sem divergir do âmbito desta invenção que é definida pelas reivindicações apensas.

Por exemplo, a invenção é explicada recorrendo a uma determinada concepção de uma cápsula, i. e., uma concepção segundo a qual a cápsula compreende um corpo de base cilíndrico ou troncocónico e um elemento de folha de fecho. No entanto, deve compreender-se que há outras concepções de cápsula viáveis, tais como, e. g., cápsulas tendo uma forma lenticular com duas paredes essencialmente correspondentes e opostas (e. g., folhas) vedadas, e. g., na margem em forma de anel. De um modo geral, uma cápsula de acordo com a presente invenção compreende, pelo menos, dois elementos de parede opostos que estão ligados entre si nas margens para formar uma área de borda tipo flange vedada, envolvendo, assim, um interior vedado.

Para melhorar ainda mais o processo de produção da composição de vedação aplicada, após a vulcanização da composição de vedação, pode realizar-se um processo de controlo de qualidade para verificar se o vedante foi aplicado correctamente e se a geometria é correcta. 0 controlo é feito, de um modo preferido, por meios, tais como por um sistema de vídeo ou por raios X. Um sistema de vídeo desse tipo pode ser equipado com uma câmara dedicada, e. g., uma câmara Cognex que produz muitos flashes de luzes azuis/vermelhas, em que as luzes reflectidas são analisadas e tratadas por um software dedicado adequado. Além disso, podem utilizar-se meios para a aplicação 31 de raios X vedação. à vedaçao para detectar quaisquer defeitos da

Lisboa, 19 de Janeiro de 2012 32

Claims

REIVINDICAÇÕES 1. Método para dispor um elemento de vedação de borracha elástica sobre uma cápsula (1) destinado a produzir uma bebida num dispositivo de produção de bebidas, em que a cápsula tem uma parte (3) de corpo tendo uma parede (3a) lateral e uma parte (2) de borda do tipo flange, em que a parte (2) de borda se estende desde a parede (3a) lateral da parte (3) de corpo, compreendendo o método as etapas de: aplicar uma composição (4) de vedação não vulcanizada num estado liquido ou viscoso sobre a parte (2) de borda da cápsula (1); caracterizado pelas seguintes etapas: aquecer a referida composição (4) de vedação aplicada para que a composição de vedação migre, pelo menos parcialmente, para a parede (3a) lateral até alcançar a parede lateral, e vulcanizar a composição (4) de vedação após a migração para a parede (3a) lateral.
2. Método para dispor um elemento de vedação de borracha elástica sobre uma cápsula de acordo com a reivindicação 1, em que a composição (4) de vedação é seleccionada de elastómeros, silicones, plásticos, látex, balata ou outros. 1
3. Método para dispor um elemento vedação sobre uma cápsula de acordo com a reivindicação 1 ou 2, em que a aplicação da composição (4) de vedação é realizada de um modo não continuo, de um modo preferido, por impulsos.
4. Método para dispor um elemento de vedação sobre uma cápsula de acordo com qualquer das reivindicações anteriores, em que a composição (4) de vedação é aplicada sobre a parte (2) de borda a uma distância (d) da intersecção da parede (3a) lateral com a parte (2) de borda da cápsula.
5. Método para dispor um elemento de vedação sobre uma cápsula de acordo com qualquer das reivindicações anteriores, em que a composição (4) de vedação é aplicada sobre a parte (2) de borda numa parte (5) central da referida borda.
6 . Método para dispor um elemento de vedação sobre uma cápsula de acordo com qualquer das reivindicações anteriores, em que a composição (4) de vedação migra, parcialmente, para formar uma parte contínua presente sobre a borda (2) e sobre uma parte do corpo de parede (3a) lateral da cápsula (3).
7. Método para dispor um elemento de vedação sobre uma cápsula de acordo com a reivindicação 6, em que a parte (4) contínua é distribuída em torno de uma transição (19) circunferencial entre a borda (2) e a parede (3a) lateral.
8. Método para dispor um elemento de vedação sobre uma cápsula de acordo com a reivindicação 7, em que a parte (4) contínua tem uma secção transversal em forma de L e côncava. 2
9. Método para dispor um elemento de vedação sobre uma cápsula de acordo com qualquer das reivindicações anteriores, em que o aquecimento da composição (4) de vedação é efectuado a uma temperatura de forno de 70-80 °C.
10. Método para dispor um elemento de vedação sobre uma cápsula de acordo com qualquer das reivindicações anteriores, em que a vulcanização da composição (4) de vedação é efectuada a uma temperatura de forno de 120-160 °C.
11. Método para dispor um elemento de vedação sobre uma cápsula de acordo com qualquer das reivindicações anteriores, em que a composição (4) de vedação é aplicada numa quantidade de 10-150 mg, de um modo preferido, 40-80 mg.
12. Cápsula (1) com um meio (4) de vedação de borracha elástica numa transição entre uma parede (3a) lateral de uma parte (3) de corpo e parte (2) de borda estendendo-se a partir dai, podendo obter-se a cápsula por um método de acordo com qualquer das reivindicações 1 a 11. Lisboa, 19 de Janeiro de 2012 3