PT1965649E - Protecção de plantas contra os seus agentes patogénicos - Google Patents

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Description

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DESCRIÇÃO "PROTECÇAO DE PLANTAS CONTRA OS SEUS AGENTES PATOGENICOS" A presente invenção refere-se a métodos para a protecção de plantas contra vários agentes patogénicos como fungos, virus e bactérias. A invenção pode ser utilizada só ou em alternância e/ou em associação com outros meios de protecção das plantas, e é adequado para o tratamento de múltiplas variedades vegetais.
Entre os agentes patogénicos, os fungos responsáveis pelas doenças fúngicas ou criptogâmicas, são os que têm o maior impacto económico. Cada espécie vegetal é sensível a uma ou mais doenças principais, susceptíveis de reduzir fortemente o seu vigor, o seu crescimento e finalmente a quantidade e/ou a qualidade da colheita. Vários parâmetros influenciam o desenvolvimento de doenças como as condições do solo e a fertilização, a susceptibilidade varietal, o sistema de cultura (cultura precedente, lavra, número de plantas ou plântulas por hectare, sistema de poda, etc.) e especialmente as condições climáticas. Mas a actuação sobre alguns desses parâmetros geralmente não é suficiente para limitar suficientemente os danos causados pelas doenças. Além disso, para se proteger o agricultor que deseja optimizar e assegurar o 2 ΡΕ1965649 seu rendimento, vai tratar a sua cultura no momento oportuno com um produto fitossanitário, muitas vezes preventivo. Mais frequentemente os produtos utilizados são produtos químicos, na maioria muito eficazes, mas podendo apresentar riscos sanitários para as pessoas que os manipulam e geradores de resíduos nos produtos tratados, nos solos e nas águas. Além disso, a utilização repetida de certas matérias activas fungicidas que actuam no mesmo sítio metabólico selecciona estirpes resistentes a esses fungicidas.
Na tentativa de remediar esta situação, é necessário limitar o número de utilizações anuais de produtos químicos da mesma família, alternar as famílias químicas com modos de acção diferentes e utilizar todos os outros meios desfavoráveis ao agente patogénico.
Neste contexto, existe portanto uma necessidade real e significativa de soluções alternativas contra as doenças das plantas. Idealmente, estas soluções devem actuar de maneira diferente da dos fungicidas químicos existentes, não gerar resíduos químicos nas culturas e no ambiente, e serem mais seguras e saudáveis para os utilizadores. Esses tratamentos poderiam ser utilizados sós ou em alternância e/ou em associação com tratamentos químicos actuais ou quaisquer outros tratamentos, para impedir o aparecimento ou limitar o desenvolvimento destes agentes patogénicos e das suas estirpes resistentes, nas plantas, e limitar os riscos para o homem e o ambiente. 3 ΡΕ1965649
SUMÁRIO DA INVENÇÃO A presente invenção proporciona novos métodos para o tratamento ou a protecção de plantas contra os agentes patogénicos. Mais particularmente, a invenção reside na constatação de que, de maneira inesperada, as paredes celulares ou revestimentos exteriores das leveduras têm a capacidade de proteger eficazmente as plantas contra a infecção por agentes patogénicos. Este efeito é obtido por simples contacto das paredes celulares ou revestimentos exteriores com a planta, por meio de uma pulverização por exemplo.
Os resultados obtidos mostram que o tratamento com paredes celulares ou revestimentos exteriores de leveduras confere uma protecção não apenas aos orgãos ou partes de plantas tratadas (acção directa no ponto de contacto), mas também aos orgãos que surgem posteriormente. Uma vez que as paredes ou revestimentos exteriores não podem penetrar na planta para ser transportados pela seiva, não se trata de uma acção sistémica. Pelo contrário, este resultado sugere que um efeito indutor de mecanismos de defesas naturais da planta e permite portanto prever um prazo de protecção longo, igual ou superior a um mês, e acção polivalente das composições e métodos da invenção.
Um objecto da invenção reside, portanto, na utilização de paredes celulares ou revestimentos exteriores 4 ΡΕ1965649 de levedura(s) como matéria activa para o tratamento ou protecção de plantas contra as doenças causadas ou provocadas por agentes patogénicos, nomeadamente fúngicos, bacterianos ou virais.
Um outro objecto da invenção reside na utilização de paredes celulares ou revestimentos exteriores de levedura(s) como matéria activa para indução ou estimulação numa planta de defesas naturais contra agentes patogénicos. A invenção também se refere à utilização para o tratamento ou protecção de plantas contra as doenças causadas ou provocadas por agentes patogénicos, nomeadamente fúngicos, bacterianos ou virais, compreendendo a aplicação na planta ou numa sua parte de paredes celulares ou revestimentos exteriores de levedura(s). A invenção tem ainda como objecto a utilização para a indução ou estimulação numa planta de defesas naturais (contra os agentes patogénicos), compreendendo a aplicação na planta ou numa sua parte de paredes celulares ou revestimentos exteriores de levedura(s).
Como vai ser descrito com mais pormenor no texto que se segue, a invenção é aplicável a todos os tipos de plantas, incluindo gramineas e dicotiledóneas, plantas anuais, bienais e perenes, legumes, cereais incluindo trigo, cevada e arroz, milho, sorgo, milho painço, oleaginosas, proteaginosas, batatas, beterrabas, cana-de- 5 ΡΕ1965649 açúcar, tabaco, plantas lenhosas, árvores, de fruto ou não, vinhas, plantas ornamentais, etc. Além disso, o agente patogénico pode ser de natureza diversa, como um fungo, uma bactéria, um vírus, um micoplasma, um espiroplasma ou um viróide.
As paredes celulares ou revestimentos exteriores de levedura(s) utilizados na invenção podem ser provenientes de todas as espécies de leveduras, particularmente as leveduras do género Saccharomyces, nomeadamente S. cerevisiae, e podem ser obtidas ou preparadas de acordo com as técnicas conhecidas pelo perito na arte, que serão descritas adiante, incluindo por autólise, separação, concentração, etc. É igualmente descrita uma composição (fitofarma-cêutica) compreendendo as paredes celulares ou revestimentos exteriores de leveduras, que pode ser administrada ou aplicada numa planta ou posta em contacto com ela, ou apenas com alguns dos seus orgãos, quaisquer que sejam, escolhidos nomeadamente de folhas, flores, frutos, caule, tronco ou raízes. Essa composição pode ser descrita como uma preparação fitofarmacêutica. A referida composição pode estar na forma de líquido, concentrado ou não, de pó molhável ou não, de granulados, dispersíveis ou outros, ou em qualquer outra forma adaptada para pôr em contacto paredes celulares ou revestimentos exteriores de leveduras com a planta ou 6 ΡΕ1965649 órgãos da planta alvo de tratamento, por exemplo, pulverização após diluição, colocação em suspensão ou outra, em água ou noutro veiculo, nas partes aéreas da planta, aplicação no solo ou por solução nutriente, ao nível das raízes da planta, etc.
Em formas de realização preferidas, as composições da invenção podem compreender ainda agentes de formulação, dispersantes, estabilizadores, tensoactivos, etc. É igualmente descrita uma composição (fitofarma-cêutica) compreendendo paredes celulares ou revestimentos exteriores de levedura em associação com um agente fungicida, antiviral ou antibacteriano, para aplicação simultânea, separada ou espaçada ao longo do tempo.
Ainda outro objecto da invenção reside na utilização para lutar contra as doenças causadas por agentes patogénicos em plantas, compreendendo a aplicação numa planta de revestimentos exteriores ou de paredes celulares de levedura(s), opcionalmente em alternância ou em associação com outro tratamento activo contra o referido agente patogénico.
Outro objecto da invenção reside na utilização para prevenir ou retardar o desenvolvimento de agentes patogénicos resistentes a uma família de substâncias activas, caracterizada por a planta ser tratada com revestimentos exteriores ou paredes celulares de levedura(s) 7 ΡΕ1965649 para reduzir a pressão de selecção de estirpes resistentes à referida família de substâncias activas, ou por o(s) tratamento(s) da planta com uma substância da referida família de substâncias activas ser (serem) alternado(s) ou associado(s) com um (dos) tratamento(s) com os referidos revestimentos exteriores ou paredes celulares de leve-dura(s), ou uma composição compreendendo revestimentos exteriores ou paredes celulares de levedura(s).
Descreve-se ainda a utilização de uma composição compreendendo revestimentos exteriores ou paredes celulares de levedura(s) para aumentar a eficácia do conjunto da protecção fitossanitária, pela diminuição do nível de infecção e/ou a redução de remissão do inoculo.
Descreve-se também a utilização de uma composição compreendendo revestimentos exteriores ou paredes celulares de levedura(s) para se obter uma protecção fitossanitária parcial ou completa, de longa duração, por exemplo de um mês e meio pelo menos. A invenção descreve um processo para limitar a quantidade de resíduos de produtos agroquímicos dentro ou sobre os produtos consumíveis, nos solos e águas durante o tratamento de culturas ou de uma planta, compreendendo o processo um (dos) tratamento(s) da referida cultura ou planta com revestimentos exteriores ou paredes celulares de levedura(s), ou uma composição compreendendo revestimentos exteriores ou paredes celulares de levedura(s). ΡΕ1965649 A invenção descreve a utilização de revestimentos exteriores ou paredes celulares de levedura(s) para a prevenção ou tratamento de doenças na agricultura biológica ou ecológica.
DESCRIÇÃO PORMENORIZADA DA INVENÇÃO
Como indicado anteriormente, a invenção refere-se à utilização de produtos para combater, a titulo preventivo ou curativo, contra os agentes patogénicos em plantas. A invenção baseia-se nomeadamente na constatação das propriedades vantajosas e inesperadas de paredes celulares e revestimentos exteriores de levedura e propõe a sua utilização na luta contra as doenças provocadas por agentes patogénicos de plantas. A presente invenção decorre, nomeadamente, da constatação de que os revestimentos exteriores e/ou paredes celulares de levedura são capazes de proteger os órgãos ou partes da planta tratadas directamente pelas composições da invenção (quer dizer que exercem uma acção directa no sitio de contacto), e também os órgãos ou partes de plantas que aparecem depois do tratamento. Não podendo as paredes celulares ou revestimentos exteriores penetrar na planta, para serem transportados pela seiva, não se trata de uma acção sistémica. Pelo contrário, esta propagação da protecção à planta inteira e aos orgãos formados de novo sugere um mecanismo de indução ou estimulação de defesas 9 ΡΕ1965649 naturais, como os já conhecidos com o ácido b-amino-butírico, ácido 2, β-dicloroisonicotinico, acibenzolar-S-metilo, ou certos extractos de algas (patentes ou pedidos de patente n° FR 2868253; WO03/092384; WO97/14310 e W099/53761) ou ainda com os oligo β(1-3)glucanos (WO99/03346) ou a quitina ou a quitosana (Ozereskovskaya 0. L. et ai., Russian Journal of Plant Physiology, 43(5), 1996, 648-655) e permite prever uma duração de protecção longa, igual ou superior a um mês, e uma acção polivalente das composições da invenção.
Além disso, as paredes celulares ou revestimentos exteriores da levedura de acordo com a invenção não tendo a priori um efeito directo sobre os agentes patogénicos, são menos susceptiveis de provocar fenómenos de resistência.
Os resultados apresentados na invenção são especialmente surpreendentes, porque indicam que não é necessário utilizar moléculas purificadas, mas que as paredes celulares ou revestimentos exteriores de leveduras inteiros são activos sem os seus componentes tenham sido previamente isolados ou separados. Além disso, não é necessário proceder a modificações químicas subsequentes dos revestimentos exteriores ou paredes celulares de levedura. A invenção refere-se portanto à utilização de paredes celulares ou revestimentos exteriores de levedura (s) como matéria activa para a protecção das plantas contra as doenças provocadas por agentes patogénicos. 10 ΡΕ1965649 A invenção também se refere à utilização de paredes celulares ou revestimentos exteriores de levedura (s) como matéria activa para a indução ou estimulação numa planta das defesas naturais da planta contra agentes patogénicos. A invenção refere-se igualmente à utilização para a indução ou estimulação numa planta de defesas naturais contra agentes patogénicos, compreendendo a aplicação na planta ou numa sua parte de paredes celulares ou revestimentos exteriores de levedura(s).
As paredes celulares e revestimentos exteriores de levedura utilizados na presente invenção podem ser produzidos a partir de diferentes tipos de leveduras, eventualmente em mistura(s) . A levedura é de preferência é um fermento de padeiro. Um fermento de padeiro é uma levedura que pertence ao género Saccharomyces, produzida principalmente por multiplicação ou cultura aeróbia como descrito no capitulo 6, Baker's yeast production, da obra de referência "Yeast technology". A levedura também pode ser uma levedura de cerveja, uma levedura enológica ou uma levedura de destilaria. Outros tipos de leveduras são utilizados no contexto da presente invenção, como as leveduras dos géneros Kluyveromyces spp, Pichia spp, Metschnikowia spp ou Candida spp. esquematicamente
Uma levedura é uma célula 11 ΡΕ1965649 constituída por um envelope e um conteúdo. 0 envelope é chamado "revestimento exterior" ou "parede celular".
Os produtos industriais denominados "paredes celulares" ou "revestimentos exteriores" de leveduras podem ser produzidos de diferentes maneiras, a partir de diferentes tipos de levedura(s), opcionalmente em misturais), seguindo os protocolos que são conhecidos per se por um perito na arte.
Numa forma de realização específica, os revestimentos exteriores ou paredes celulares de levedura(s) podem ser produzidos por lise (autólise ou heterólise) de células de leveduras, como por exemplo Saccharomyces cerevisiae, seguida pela separação das partes solúveis e insolúveis, por exemplo por meios físicos como a centrifugação, e a recuperação da parte insolúvel. A parte insolúvel é assim tipicamente recuperada por eliminação da parte solúvel por centrifugação. A parte insolúvel é chamada "revestimento exterior das leveduras" ou "paredes celulares das leveduras". A parte solúvel resultante desse processo, de cor clara e baixa turbidez, é chamada "extracto de levedura". A autólise das leveduras é uma hidrólise do conteúdo celular da levedura pelas suas próprias enzimas. É tipicamente obtida por colocação de uma suspensão de levedura(s) em certas condições físicas de meio e/ou em contacto com activadores que provocam a morte das leveduras 12 ΡΕ1965649 e a libertação das suas enzimas no corpo celular. A hidrólise do conteúdo celular produz compostos solúveis. Separada e recuperada, esta fracção solúvel constitui o "extracto de levedura". A fracção insolúvel recuperada na sequência da referida separação constitui o produto denominado "revestimentos exteriores de leveduras" ou "paredes celulares de leveduras". Este produto compreende o citoesqueleto das leveduras, e as membranas e componentes não solubilizados pela autólise ou pela heterólise. A fracção insolúvel é geralmente recuperada na forma de uma suspensão aquosa de revestimentos exteriores de leveduras, cuja concentração de matéria seca é tipicamente de 10 a 15% (peso/volume). Os revestimentos exteriores correspondem a cerca de 25 a 45% do peso seco das células inteiras de levedura, em média cerca de 35%.
Pode utilizar-se revestimentos exteriores ou paredes celulares que tenham sido submetidos a tratamentos químicos adicionais, de extracção ou de funcionalização por exemplo, como uma deslipidação. Numa forma de realização preferida da invenção, utiliza-se revestimentos ou paredes celulares não modificadas, isto é, nomeadamente não submetidas a esses tratamentos.
Para a realização da presente invenção, pode utilizar-se paredes celulares ou revestimento exteriores de levedura(s) ou qualquer composição compreendendo paredes celulares ou revestimentos exteriores de levedura(s) provenientes de um mesmo tipo de levedura ou de vários tipos ou espécies diferentes. 13 ΡΕ1965649
Esses produtos também estão disponíveis comercialmente, como nomeadamente Springcell 8001 0 PW da Biospringer SA (F-94 Maison-Alfort) ou Pronady de Prodesa (Bra. Valinhos).
Para a realização da invenção, pode utilizar-se como matéria-prima qualquer preparação compreendendo paredes celulares ou revestimentos exteriores de leveduras, mais ou menos desidratadas. Numa forma de realização preferida, utiliza-se uma suspensão aquosa de revestimentos exteriores ou paredes celulares de leveduras, de preferência concentrada até menos de 20% de matéria seca, de preferência até menos de 17% ou mesmo de 14% de matéria seca. Numa outra forma de realização preferida, utiliza-se preparações provenientes da secagem da suspensão liquida, por exemplo por atomização, e contendo de preferência mais de 80% de matéria seca, de preferência mais de 85, 90, 93 ou 95%.
Numa forma de realização específica da invenção, prepara-se composições (ou preparações) fitossanitárias (ou fitofarmacêuticas) mais ou menos concentradas, destinadas a ser misturadas para sua aplicação a um veículo líquido ou sólido, e compreendendo, como matéria activa, revestimentos exteriores e/ou paredes celulares de levedura(s), como os definidos acima. A agricultura profissional utiliza frequentemente preparações fitossanitárias concentradas que são diluídas em água para pulverização, ou misturadas com 14 ΡΕ1965649 um fertilizante ou agente melhorador do solo. Numa forma de realização especifica, a composição da invenção é assim uma composição fitossanitária concentrada, de formulação seca ou liquida.
De acordo com outra forma de realização especifica da invenção, prepara-se composições prontas a utilizar, que podem estar em forma líquida ou sólida. Numa preparação pronta a utilizar, o ingrediente activo (incluindo os revestimentos exteriores ou paredes celulares de levedura(s)) já está misturado com um veículo adequado para utilização em plantas, como por exemplo um líquido para encher um pulverizador, um fertilizante, um substrato de cultura subterrânea, etc.
Essas preparações ou composições podem compreender, para além do ingrediente activo, qualquer agente de formulação adequado.
Assim, pode utilizar-se de acordo com a invenção qualquer composição, nomeadamente do tipo fitofarmacêutico ou fitossanitário, compreendendo paredes celulares ou revestimentos exteriores de levedura.
De acordo com uma primeira variante de realização, a composição é uma composição em forma seca, por exemplo de pó ou granulado.
De acordo com uma outra variante de realização, a 15 ΡΕ1965649 composição é uma composição em forma liquida, de preferência em forma liquida aquosa. Pode tratar-se nomeadamente de uma suspensão, de um gel, de um creme, de uma pasta, etc.
Numa forma de realização preferida, as composições compreendem adicionalmente um ou mais agentes de formulação. De forma geral, as composições de acordo com a invenção compreendem de 0,1% a 99,9% (em peso) de ingrediente activo e um ou mais agentes de formulação, sólidos ou liquidos. O ou os agentes de formulação podem ser constituídos por todo o composto ou toda a matéria inerte que permita, facilite ou optimize o transporte, armazenagem, manipulação e/ou aplicação da matéria activa na planta ou partes suas. Esses agentes são adequados ao objectivo procurado: conservação dos agentes activos, manutenção em suspensão das paredes celulares ou revestimentos exteriores ou outras substâncias activas durante a armazenagem ou durante a utilização na preparação da poção de tratamento, anti-espuma, anti-poeira, aderência à planta e outros. Este ou estes agentes podem ser sólidos, líquidos, sós ou em mistura. O ou os agentes de formulação, e nomeadamente os adequados para pulverização, podem ser escolhidos nomeadamente de todos os agentes tensoactivos, dispersantes, conservantes, molhantes, emulsionantes, agentes de adesão, tampão de pH, etc., sós ou em misturas. 16 ΡΕ1965649
Numa forma de realização específica, a composição compreende ainda um outro agente activo, de preferência um fungicida, antibacteriano ou anti-viral. 0 agente fungicida pode ser seleccionado, por exemplo, de fungicidas agro-químicos orgânicos ou de fungicidas minerais inorgânicos à base de enxofre e/ou de cobre, por exemplo.
Exemplos de fungicidas agroquímicos orgânicos actualmente disponíveis são nomeadamente cloronitrilos como clorotalonil, carbamatos entre os quais ditiocarbamatos como mancozebe, ftalimidas como o captano, sulfamidas, gua-nidinas, quinonas, quinoleínas, tiadiazinas, anilidas, hi-droxianilidas e fenilamidas, imidazolinonas oxazolidino-dionas, estrobilurinas, cianoimidazoles, fluaziname, dino-cape, sitiofame, dicarboximidas, fludioxonil, organo-fosfo-rados, propamocarb HC1, difenilamina, piridilaminas, ini-bidores da biossíntese dos esteróis (IBS), imidazoles, pirimidinas, hidroxipirimidinas, anilinopirimidinas, tria-zoles, espiroxamina, morfolinas e piperidinas, fenexamida, himexazole, zoxamida, dietofencarbe, benzimidazoles, penci-curão, quinoxifeno, iprovalicarbe, cimoxanil, dimetomorfe, fosfonatos, triazinas, etc. A invenção também pode ser utilizada em alternância, associação ou combinação com um ou mais compostos que eliciam defesas das plantas como, por exemplo, o ácido β-aminobutírico, o ácido 2,6-dicloroisonicotínico, o acibenzolar-s-metilo ou certos extractos de algas (patentes 17 ΡΕ1965649 ou pedidos de patente FR 2868253; WO03/092384; WO97/14310 e W099/53761). Exemplos desses compostos são nomeadamente a laminarina e os ulvanos.
Os produtos ou as composições utilizados de acordo com a invenção podem ser aplicados de diferentes maneiras e em diferentes protocolos ou programas de tratamento .
Numa forma de realização preferida de utilização, os produtos ou as composições são aplicadas por pulverização, nomeadamente a pulverização foliar ou no solo.
Numa variante, é possível aplicar os produtos ou as composições na forma de mistura com fertilizantes, substrato de cultura, água de rega ou outra. A composição pode então ser administrada nas raízes por pulverização no solo, incorporação mecânica, em misturas com fertilizantes, alterações, em pré-mistura ou outros.
Assim, a invenção refere-se a qualquer composição, em particular do tipo fitofarmacêutico (ou fitos-sanitário) ou pronta a utilizar, compreendendo paredes celulares ou revestimentos exteriores de levedura como ingrediente activo. Essas composições compreendem com vantagem um ou mais excipientes adequados para aplicação em plantas, como por exemplo na forma de pulverização, aspersão ou polvilhamento, em particular para utilização doméstica ou em jardinagem. Essas composições também podem 18 ΡΕ1965649 incluir um ou mais agentes activos adicionais como, por exemplo, um agente fungicida, bactericida, antiviral, ou um ou mais fertilizantes, para a sua aplicação simultânea, separada ou sequencial em plantas. Podem ser utilizadas outras composições prontas a utilizar, por exemplo misturadas com fertilizantes para absorção no solo ou com um substrato de cultura.
Os produtos ou composições utilizados de acordo com a invenção podem ser aplicados na planta inteira ou apenas numa ou mais partes suas, por exemplo, folhas, caules, flores, frutos, tronco e/ou raizes. Também podem ser utilizados em material de propagação de plantas, como por exemplo plântulas, sementes ou plantas, em torrões ou não. Tendo em conta o seu modo de acção proposto, os produtos da invenção devem permitir proteger eficazmente as plantas contra agentes patogénicos durante um período de tempo significativo, que pode ser superior a um mês. É claro que pode ser prevista uma aplicação repetida, a intervalos a definir pelo utilizador. A quantidade aplicada é definida pelo perito na arte, em função nomeadamente do agente patogénico a tratar, do tipo de planta, das combinações utilizadas, etc. A quantidade aplicada é de preferência suficiente para proteger a planta contra um agente patogénico, ou para limitar ou suprimir o desenvolvimento e os efeitos do agente patogénico presente. Esta quantidade pode ser determinada, por exemplo, por ensaios de campo. 19 ΡΕ1965649
De acordo com a invenção, a composição é aplicada ou utilizada numa dose eficaz superior a 1 mg/L de revestimentos exteriores ou paredes celulares de levedura quando o produto é aplicado por pulverização até ao ponto de escorrer, ou superior a 1 g/ha no caso de pulverização num pequeno volume de água. De preferência, a dose eficaz está compreendida entre 1 e 1000 mg/L de revestimentos exteriores ou paredes celulares de levedura quando o produto é aplicado por pulverização até ao ponto de escorrimento, ou então entre 1 e 1000 g/ha noutros casos.
Numa forma de realização especifica, a composição é aplicada ou utilizada numa dose eficaz compreendida entre 1 e 250 mg/L de revestimentos exteriores ou paredes celulares de levedura, de preferência entre 2,5 mg e 25 mg/L, quando o produto é aplicado por pulverização até ao ponto de escorrimento, ou então entre 1 e 250 g/ha, de preferência entre 2,5 e 25 g/ha noutros casos. Indepen-dentemente da dose de utilização, a composição pode ser produzida, transportada e/ou vendida em diversas concentrações. Assim, quando a preparação está em forma seca, pode conter por exemplo 96% em peso de paredes celulares ou revestimentos exteriores de leveduras. Uma preparação líquida pode estar na forma de suspensão compreendendo por exemplo 13% de paredes celulares ou revestimentos exteriores de leveduras em matéria seca. A preparação também pode estar pronta para utilização, isto é, por exemplo, compreender paredes celulares ou revestimentos 20 ΡΕ1965649 exteriores de leveduras numa concentração de cerca de 25 mg/L. Entende-se que a concentração de ingrediente activo nas preparações da invenção ou quando da sua aplicação pode ser adaptada pelo perito na arte, e que podem ser utilizadas doses superiores às aqui mencionadas acima.
Além disso, tal como foi indicado anteriormente, os produtos e composições da invenção podem ser utilizados em alternância e/ou em combinação com um ou mais outros tratamentos.
Um objecto particular da invenção reside numa utilização para lutar contra as doenças causadas por fungos em plantas, compreendendo a aplicação numa planta de revestimentos exteriores ou paredes celulares de levedura(s), em alternância ou em combinação com um tratamento antifúngico.
Outro objecto da invenção reside numa utilização para lutar contra as doenças causadas por bactérias em plantas, compreendendo a aplicação numa planta de revestimentos exteriores ou paredes celulares de leve-dura(s), em alternância ou em combinação com um tratamento antibacteriano.
Outro objecto da invenção reside numa utilização para prevenir ou retardar o desenvolvimento de estirpes de fungos resistentes a uma família de agentes fungicidas, caracterizada por a referida planta ser tratada com revestimentos exteriores ou paredes celulares de leve- 21 ΡΕ1965649 dura(s) ou uma composição compreendendo revestimentos exteriores ou paredes celulares de levedura(s), para reduzir a pressão de selecção das estirpes resistentes à referida família de agentes fungicidas, ou por o(s) tratamento(s) da planta com uma substância da referida familia de agentes fungicidas ser (serem) alternado(s) ou combinado(s) com um (dos) tratamento(s) da referida planta com revestimentos exteriores ou paredes celulares de levedura(s), ou uma composição compreendendo revestimentos exteriores ou pareces celulares de levedura(s).
Outro objecto da invenção reside numa utilização para prevenir ou retardar o desenvolvimento de estirpes de bactérias resistentes a uma família de agentes antibac-terianos, caracterizada por a referida planta ser tratada com revestimentos exteriores ou paredes celulares de levedura(s), ou uma composição compreendendo revestimentos exteriores ou paredes celulares de levedura(s), para reduzir a pressão de selecção das estirpes resistentes à referida familia de agentes antibacterianos, ou por o(s) tratamento(s) da planta com o referido agente antibac-teriana ser (serem) alternado(s) ou combinado(s) com um (dos) tratamento (s) da referida planta com revestimentos exteriores ou paredes celulares de levedura(s), ou uma composição compreendendo revestimentos exteriores ou paredes celulares de levedura(s). A invenção é aplicável ao tratamento de qualquer tipo de planta, ao ar livre, pomar, floresta, estufa ou 22 ΡΕ1965649 plantas de interior ou de jardim. A invenção é assim aplicável nomeadamente a gramineas e dicotiledóneas, às plantas anuais, bienais e perenes, às plantas hortícolas, aos frutos com sementes, cereais incluindo o trigo, cevada e arroz, ao milho, sorgo, milho painço, às oleaginosas, às proteaginosas, às batatas, beterrabas, canas-de-açúcar, tabaco, às plantas lenhosas, às árvores, de fruto ou não, às vinhas, às plantas ornamentais, etc.
Numa primeira forma de realização específica, a planta é uma árvore de fruto, por exemplo uma árvore de fruto como caroços, em particular seleccionada de macieira, pereira e os citrinos.
Noutra forma de realização específica, a planta é seleccionada de videira, cereais nomeadamente o trigo, colza, beterraba, batata, feijoeiro, tomate, pepino, alface ou então morangueiro.
Entende-se a invenção não está limitada a um tipo específico de planta, podendo ser utilizada em todas as plantas. A invenção pode ser aplicada na luta contra todos os tipos de agentes patogénicos, incluindo fungos, vírus, bactérias, micoplasmas, espiroplasmas ou viróides. Como exemplos específicos de agentes patogénicos, pode citar-se nomeadamente os fungos dos géneros Alternaria spp por exemplo A. solani, Ascochyta spp por exemplo A. fabae ou A. 23 ΡΕ1965649 pinodella, Botrytis spp por exemplo B. cinerea, Bremia spp por exemplo B. lactucae, Cercospora spp por exemplo C. beticola, Cladosporium spp por exemplo C. allii-cepae, Colletotrichum spp por exemplo C. graminicola, Erysiphe spp por exemplo E. graminis, Fusarium spp por exemplo F. oxysporum et F. roseum, Gloeosporium spp por exemplo G. fructigenum, Guignardia spp por exemplo G. bidwellii, Helminthosporium spp por exemplo H. tritici-repentis, Marssonina spp por exemplo M. rosae, Monilia spp por exemplo M. fructigena, Mycosphaerella spp por exemplo M. brassicicola, Penicilium spp por exemplo P. expansum ou P. digitatum, Peronospora spp por exemplo P. parasitica, Pezicula spp, Phragmidium spp por exemplo P. rubi-idaei, Phytophtora spp incluindo P. infestans, Plasmopara spp incluindo P. vitícola, Podosphaera spp por exemplo P. leucotricha, Pseudocercosporella spp incluindo P. brassicae, Pseudoperonospora spp por exemplo P. cubensis, Pseudopeziza spp por exemplo P. medicaginis, Puccinia spp P. graminis, Pythium spp, Ramularia spp incluindo R. betae, Rhizoctonia spp por exemplo R. solani, Rhizopus spp por exemplo R. nigricans, Rynchosporium spp como R. secalis, Sclerotinia spp como S. sclerotiorum, Septoria spp por exemplo S. nodorum ou S. tritici, Sphaerotheca spp como S. macularis, Taphrina spp por exemplo T. pruni, Uncinula spp por exemplo U. necator, Ustilago spp por exemplo U. tritici e Venturia spp por exemplo V. inaegualis.
Um agente patogénico especifico é Venturia inaegualis, que é responsável pelo pedrado da macieira. - 24 - ΡΕ1965649
Exemplos de bactérias que afectam as culturas incluem os géneros Corynebacterium, Clavibacter, Curtobacterium, Streptomyces, Pseudomonas, Xanthomonas, Erwinia spp e particularmente E. amylovora, E. carotovora, E. chrysanthemi. Exemplos de vírus que afectam as culturas são por exemplo o vírus do mosaico do tabaco ou o vírus Y da batata.
Um objecto particular do presente pedido refere-se à utilização de paredes celulares ou revestimentos exteriores de levedura (s) como matéria activa, para o tratamento do pedrado, especialmente em árvores de fruto, incluindo o pedrado da macieira. Um outro objecto da invenção refere-se a um processo para o tratamento do pedrado, em particular de árvores de fruto, mais particularmente da macieira, compreendendo a aplicação na planta de paredes celulares ou revestimentos exteriores de levedura(s), ou de uma composição compreendendo paredes celulares ou revestimento exteriores de levedura. A invenção refere-se à indução ou estimulação das defesas naturais de uma planta plantas contra o pedrado, especialmente em árvores de fruto, compreendendo a aplicação na referida planta ou numa parte dessa planta de paredes celulares ou revestimentos exteriores de levedura(s), ou de uma composição compreendendo paredes celulares ou revestimentos exteriores de levedura(s). 25 ΡΕ1965649 A invenção refere-se à prevenção ou travagem do desenvolvimento de estirpes de Venturia resistentes a um agente fungicida, caracterizada o(s) tratamento(s) da planta com o referido agente fungicida ser (serem) alternado(s) ou combinado(s) com um (ou mais) tratamento(s) da referida planta com revestimentos exteriores ou paredes celulares de levedura(s), ou uma composição compreendendo revestimentos exteriores ou paredes celulares de levedura(s). Numa forma de realização especifica, o procedimento é utilizado para travar o desenvolvimento de estirpes resistentes de Venturia inequalis e/ou Venturia pirina.
Descreve-se a utilização de revestimentos exteriores ou paredes celulares de levedura (s) ou de uma composição compreendendo revestimentos exteriores ou paredes celulares de levedura (s) para a prevenção ou tratamento do pedrado na agricultura biológica ou ecológica. 0 presente pedido descreve a utilização de paredes celulares ou revestimentos exteriores de levedura(s) ou de uma composição compreendendo paredes celulares ou revestimentos exteriores de levedura(s), para o tratamento da cercosporiose, especialmente na beterraba. Um outro objecto da invenção refere-se a um processo para o tratamento da cercosporiose, especialmente na beterraba, compreendendo a aplicação na planta de paredes celulares ou revestimentos exteriores de levedura(s), ou de uma composição compreendendo paredes celulares ou revestimentos exteriores de levedura. 26 ΡΕ1965649 A invenção descreve um processo para induzir ou estimular as defesas naturais de uma planta contra a cercosporiose, nomeadamente na beterraba, compreendendo a aplicação na referida planta ou numa sua parte de paredes celulares ou revestimentos exteriores de levedura(s), ou de uma composição compreendendo paredes celulares o revestimentos exteriores de levedura(s).
Um outro objecto da invenção reside na utilização de revestimentos exteriores ou paredes celulares de levedura(s) como ingrediente activo para a prevenção ou o tratamento da cercosporiose na agricultura biológica ou ecológica.
Outros aspectos e vantagens da presente invenção serão evidentes após a leitura dos exemplos seguintes, que devem ser considerados como ilustrativos e não limitativos.
EXEMPLOS
Exemplo 1: Ensaio de eficácia contra o pedrado da macieira de composições compreendendo revestimentos exteriores de leveduras. 0 pedrado é a principal doença das árvores de fruto com sementes. Na macieira, o agente responsável é a Venturia inaequalis. 27 ΡΕ1965649
Na ausência de tratamento, o pedrado provocaria perdas de rendimentos e da qualidade das colheitas podendo atingir até 70% do valor da colheita, o que leva o agricultor a proteger o seu pomar ao preço de 10 a 15 tratamentos fitossanitários no decurso da temporada. As consequências económicas e ambientais são muito pesadas.
As quantidades de ingredientes activos assim utilizadas representam por si só mais da metade das contribuições de ingredientes activos agroquímicos globalmente aplicadas nas macieiras, uma das culturas mais consumidoras de produtos fitossanitários. Essas contribuições geram quantidades significativas de resíduos no solo, águas e nos próprios frutos.
Os tratamentos actualmente disponíveis contra o pedrado podem ser agrupados em quatro famílias de produtos:
Os produtos de contacto, não penetrantes, e portanto sensíveis à lixiviação pela chuva, não móveis e deixando portanto sem protecção os orgãos que surgem após o tratamento, o que implica ter de repetir o tratamento quando os novos orgãos (folhas, frutos) despontaram ou cresceram.
As anilinopirimidinas, parcialmente penetrantes, mas que também não protegem os orgãos que surgem após o tratamento, e seleccionam as estirpes resistentes de
Venturia. 28 ΡΕ1965649
As estrobilurinas, ligeiramente móveis na planta, e que desenvolvem estirpes resistentes.
Os inibidores da síntese de esteróis (IBS) são sistémicos: difundem-se pela seiva. Protegem assim os orgãos que se desenvolvem após o tratamento. Estes produtos também estão sujeitos ao desenvolvimento de resistências.
Limitar as resistências implica limitar a 2 ou 3 a repetição dos tratamentos à base de produtos agroquímicos da mesma família, e de alternar as famílias.
Neste contexto, a disponibilização de uma nova composição que actue de forma diferente, produza um efeito duradouro e não produza resíduos químicos, seria uma vantagem real para o fruticultor, o consumidor e o ambiente. Este primeiro exemplo demonstra a eficácia dos revestimentos exteriores e paredes celulares de leveduras para a protecção contra das macieiras contra o pedrado.
Materiais e métodos A experiência foi realizada em estufa em condições controladas, em macieiras jovens cultivadas a partir de sementes. A população de sementes provenientes de uma polinização aberta é posta a vernalizar a 4°C em placas de 29 ΡΕ1965649
Petri cheias com areia e humedecidas até à saturaçao durante 90 a 120 dias. A humidade da areia é mantida de 15 em 15 dias. A partir da germinação das primeiras sementes, é feita uma sementeira de todas as sementes em tabuleiros de plástico de 40 x 30 x 15 cm, à razão de sessenta sementes por tabuleiro, de que só 50 serão seleccionadas para os ensaios. As sementes são depositadas em pastilhas de turfa reidratadas colocadas sobre um leito de terra para vasos (CombiTree B MG da empresa DCM) contendo uma mistura de fertilizantes (NPK 7-7-10 e NPK 15-8-12 de difusão lenta, a 2 kg/m3) .
Os tabuleiros são cobertos com terra, humedecidos e mantidos a uma temperatura próxima de 10°C durante uma semana antes de serem colocados numa estufa a 18°C. Sempre que necessário, é assegurada uma protecção insecticida durante o ensaio.
As plântulas são tratadas a partir do estádio de 3-4 folhas abertas, à razão de dois tratamentos sucessivos, separados por uma semana. O agente patogénico (Venturia inaequalis) é inoculado três dias após o segundo tratamento. As classificações são feitas 14 dias e 21 dias após a inoculação. O quadro estatístico é de 3 repetições, cada uma correspondendo a um tabuleiro de 50 plântulas. 30 ΡΕ1965649 O ensaio compara 3 doses de uma suspensão aquosa (água desmineralizada) OY de revestimentos exteriores de leveduras correspondentes a respectivamente 2,5 mg/L, 25 mg/L e 250 mg/L de revestimentos exteriores) a um controlo tratado com água desmineralizada.
Os revestimentos exteriores aqui utilizados correspondem ao produto Springcell 8001 de Biospringer SAS (Maisons-Alfort, França), composto por revestimentos exteriores a 96% de matéria seca.
Tabela 1
Objectos Produtos Concentração (mg/L) OY1 Revestimentos exteriores 250 OY2 Revestimentos exteriores 25 OY3 Revestimentos exteriores 2,5 Controlo não tratado Água — O tratamento é feito por pulverização após agitação com um pulverizador manual de 500 mL (marca BIRCHMEIER). A pulverização foi interrompida no limite de escorrimento. A última folha aberta no dia anterior ao tratamento é designada «Fl» e marcada por uma ligação fixa ao peciolo. A folha recém-formada ou aberta após o tratamento e que não recebeu a composição tratamento é designada «F0». Quando esta folha é formada mas não está aberta durante o 31 ΡΕ1965649 processamento, fica mascarada durante a pulverização. Inoculação envolveu três dias após o tratamento, FO é pelo menos parcialmente implantados durante esta operação. Sendo a inoculação feita 3 dias após o tratamento, FO está pelo menos parcialmente aberta durante esta operação. 0 inoculo de Venturia inaequalis é preparado como se segue.
Após secagem durante 20 dias, as folhas são colocadas em sacos de plástico e conservadas no congelador a -18°C. No dia da utilização, coloca-se as folhas numa garrafa de 1 litro, contendo 200 mL de água da chuva, depois agita-se manualmente durante 10 minutos. A suspensão é filtrada através de gaze e determina-se o volume obtido.
Conta-se os conídios obtidos num microscópio num hematocimetro de Burker, à razão de 2 contagens de 2 x 144 quadrados, cuja média se determina. Este número de conídios é multiplicado pela constante de Burker (250000) e, para se obter um número de conídios viáveis, corrigido por um factor de germinação de conídios, ele próprio resultado de um ensaio efectuado na véspera.
Nesta base, a suspensão de esporos é diluída até se obter 150000 conídios viáveis por mL. É preciso então cerca de 1 litro de suspensão para inocular 1000 plantas.
As plantas são inoculadas por pulverização manual de uma suspensão de 150000 conídios viáveis de Venturia por 32 ΡΕ1965649 mL e transferido para uma câmara húmida à saturação durante 48 horas.
As pontuações referem-se a F1 et FO. Exprimem a superfície esporulante da folha em percentagem da superfície da folha. É calculada uma pontuação média das 50 plantas para cada repetição. A média das 3 repetições de cada objecto (ou modalidade) conduz à média por objecto. Finalmente, calcula-se a eficácia de Abott de acordo com a fórmula:
Eficácia = [(Pontuação «água»)-(Pontuação «objecto de teste»)]/ (Pontuação «água»)
Resultados
Os resultados estão apresentados na Tabela 2 a seguir.
Tabela 2
Pontuações Superfície esporu! .ante/folha (%) Eficácia (%) Objectos F1 FO F1 FO Água 41, 46 15, 83 0 0 OY1 17, 75 10,39 57,2 34, 4 OY2 14,59 7,6 64, 8 52,0 OY3 16,9 8,9 59,2 43,8 33 ΡΕ1965649
Os resultados obtidos mostram que os produtos de acordo com a invenção são capazes de induzir uma diminuição significativa da superfície esporulante, tanto nas folhas tratadas Fl, como nas folhas FO formadas após o tratamento.
Neste último caso, as paredes celulares ou revestimentos exteriores não podem penetrar na planta para serem transportados pela seiva, não se trata provavelmente de uma acção sistémica. Pelo contrário, este resultado sugere um efeito indutor de mecanismos de defesas naturais da planta.
Exemplo 2: Ensaio de eficácia contra o pedrado de composições compreendendo revestimentos exteriores de leveduras. 0 ensaio foi realizado em plantas enxertadas, em vasos. Foram utilizadas três variedades: "Reinette des Capucins", "Jonagold" e "Reinette de Waleffe", enxertadas em porta-enxerto M9. 0 crescimento das variedades em túnel de plástico foi feito em alturas diferentes de forma a que as plantas estivessem todas no mesmo estádio quando do ensaio. A "Reinette de Waleffe", 15 dias depois a "Reinette des Capucins" e 1 semana mais tarde a "Jonagold".
As plantas são etiquetadas com o nome da variedade e o número do tratamento que vão receber antes da inoculação. 34 ΡΕ1965649
Os métodos de tratamento, a preparação do inoculo, a inoculação e a pontuação são semelhantes aos descritos no exemplo 1.
As plantas são tratadas à razão de dois tratamentos sucessivos, separados por 10 dias. No dia seguinte ao segundo tratamento, a última folha aberta «Fl» foi identificada.
Dois dias após o segundo tratamento, o agente patogénico (Venturia inaequalis) é inoculado com uma dose de 1,5 x 105 conídios/mL, directamente numa câmara húmida. A inoculação é seguida por uma incubação durante 48 horas numa câmara húmida a 18°C e depois as plantas permanecem em cubículos condicionados a 18 ± 2°C e 80 ± 10% de HR. O dispositivo estudado é o seguinte (Tabela 3):
Tabela 3
Variedades Objectos Produtos Concentrações (mg(L) Jonagold OY2 Revestimentos exteriores 25 Jonagold BABA Ácido β-aminobutírico 2000 Jonagold Controlo Água _ Waleffe OY2 Revestimentos exteriores 25 Waleffe BABA Ácido β-aminobutírico 2000 Waleffe Controlo Água _ Capucins OY2 Revestimentos exteriores 25 Capucins BABA Ácido β-aminobutírico 2000 Capucins Controlo Água — 35 ΡΕ1965649
Os revestimentos de leveduras OY2 correspondem a uma suspensão aquosa a 25 mg/L do produto Springcell 8001 de Biospringer SAS (Maisons-Alfort) , França, ele próprio constituído por revestimentos exteriores a 96% de matéria seca.
As pontuações são atribuídas no vigésimo primeiro dia após a inoculação nas 2 últimas folhas tratadas (F2 e Fl) e a folha formada de novo após o tratamento F0, em cerca de 25 rebentos por objecto. O conjunto dos resultados está aqui apresentado a seguir na tabela 4.
Tabela 4
Superfície espo-rulante/folha(%) Eficácia (%) Variedades Objectos F2 Fl F0 F2 Fl F0 F tratadas Todas as F Capucins água 17, 5 19, 8 7,8 - — _ _ _ Capucins baba 4,2 8, 0 4,3 75, 8 59, 8 45, 3 67, 8 60,3 Capucins OY2 3,2 7,1 4,2 81,6 64, 4 46, 7 73, 0 64,2 Jonagold água 40,3 36,1 22, 4 _ _ _ _ Jonagold baba 6,0 17,9 13,9 85, 1 50,5 38,0 67, 8 57,9 Jonagold OY2 13,6 12, 7 13, 7 66,2 64, 8 38,8 65,6 56,6 Waleffe água 31,1 31,4 23,3 _ _ _ _ Waleffe baba 18,6 20,4 20,9 40,3 35,2 10,3 37, 8 28,6 Waleffe OY2 5,5 14,5 10, 7 82,2 54, 0 54, 1 68,1 63,4 Todas água 29,6 29,1 17, 8 _ _ _ Todas baba 9,6 15, 4 13, 0 67, 6 47, 1 27, 0 57, 4 47, 2 Todas OY2 7,5 11,4 9,5 74, 8 60, 8 46,6 67, 8 60,8 36 ΡΕ1965649
Reunidas todas as variedades e todas as folhas, a eficácia dá uma média de: 60,8%. É em média de 68,8% nas folhas tratadas F2 e Fl, e de 46,6% nas folhas formadas de novo F0.
Esta eficácia está próxima, mas sempre superior à obtida com o BABA no mesmo período.
Uma pontuação aos 41 dias após o tratamento dá os seguintes resultados:
Tabela 5
Superfície esporulante/folha(%) Eficácia (%) Variedades Objectos F2 Fl F0 F-l F-2 Folhas tratadas Folhas formadas de novo Todas as folhas Cbpucins água 90,00 33,55 36,13 22,57 4,33 _ _ _ Capucins baba 4,00 10,62 14,07 9,95 4,00 88,2 55,5 77,1 Capucins OY2 1,80 7,76 15,69 11,07 1,92 92,3 54,5 79,5 Jonagold água 50,73 67,69 64,92 51,54 22,44 _ _ _ Jonagold baba 10,57 27,57 37,79 29,57 3,43 67,8 49,0 57,7 Jonagold OY2 20,42 35,71 52,19 32,56 12,29 52,6 30,1 40,5 Waleffe água 50,00 54,30 61,35 56,06 20,18 _ _ _ Waleffe baba 15,55 42,00 41,05 45,16 18,42 44,8 24,0 33,0 Waleffe OY2 0,50 15,40 18,59 17,31 8,07 84,8 68,0 75,2 Todas água 63,6 51,8 54,1 43,4 15,7 _ _ _ Todas baba 10,0 26,7 31,0 28,2 8,6 68,1 40,1 54,2 Todas OY2 7,6 19,6 28,8 20,3 7,4 76,4 50,0 63,4 37 ΡΕ1965649
Nesta altura, as folhas novas tinham-se aberto: F-l e F-2, e a doença progrediu por contaminação natural, sem nova inoculação.
Tomando o conjunto de todas as variedades e todas as folhas, a eficácia média é de 63,4%. É em média de 76% nas folhas tratadas, F2 e Fl, e de 50% nas folhas formadas de novo; F0, F-l e F-2.
Mais uma vez, esta eficácia está próxima, mas sempre superior à obtida com o BABA no mesmo período.
Nota-se a longa persistência do efeito fungicida, muito superior à dos produtos agroquímicos (da ordem de 7 a 15 dias).
Exemplo 3: Ensaio de protecção contra a cercospo-riose da beterraba
Um ensaio em pequena escala foi realizado na cercosporiose da beterraba em estufa. Esta doença fúngica é provocada por Cercospora beticola.
Sementes de beterraba da variedade FORTIS conhecida pela sua sensibilidade à cercosporiose foram semeadas em germinadores. No momento da sua emergência, as plântulas jovens foram repicadas em vasos mantidos a 24°C, sob um fotoperíodo de 16 horas de luz por dia. O dispositivo experimental tinha 2 blocos (2 repetições) de 8 plantas por modalidade (ou objecto). 38 ΡΕ1965649
As plantas foram tratadas uma vez, na fase de 4 folhas por pulverização das folhas com uma solução compreendendo revestimentos exteriores de leveduras.
As preparações, codificadas OY, eram constituídas por revestimentos exteriores de leveduras (Springcell 8001 de Biospringer SAS, composto por revestimentos de leveduras a 96% de matéria seca) em suspensão aquosa. O tratamento consistiu em pulverizar após agitação as preparações obtidas, com a ajuda de um pulverizador manual. O tratamento, efectuado no estádio de 4 folhas da beterraba, tinha por alvo as últimas 2 folhas completamente desenvolvidas e assegurava uma cobertura das 2 faces foliares até ao limite de escorrimento.
As plantas tratadas foram mantidas num espaço fechado em atmosfera mantida húmida por rega regular do substrato.
As plantas foram inoculadas 1 semana mais tarde, no estádio de 6 folhas, por pulverização de uma suspensão de conídios de C. beticola estirpe 524, a 20000 esporos por mL, em ambas as duas faces foliares, até ao limite de escorrimento, e depois as plantas foram mantidas em atmosfera húmida. A estirpe 524 de Cercospora beticola fornecida 39 ΡΕ1965649 pela Unidade de Fitopatologia da Faculdade Universitária de Gembloux (Bélgica) foi seleccionada pela sua agressividade. A estirpe foi cultivada em placas de Petri em meio V8 na forma de colónias individualizadas. Ao fim de 5 dias de incubação na obscuridade numa câmara de cultura à temperatura de 24°C, as colónias individualizadas foram recuperadas num tubo estéril contendo 3 mL de água destilada estéril. A preparação assim obtida foi então vortexada para libertar os conídios do agente patogénico. A suspensão conidiana foi em seguida utilizada para cultivar novas caixas de Petri contendo meio V8 preparado de fresco. As culturas assim preparadas foram incubadas a 24°C numa câmara de cultura onde o fotoperiodo era de 16 horas de luz. Ao fim de uma semana de incubação, a cultura foi recuperada e foi preparada uma suspensão de conidios por raspagem superficial da cultura em água destilada utilizando uma lâmina de bisturi. Procedeu-se em seguida a uma contagem do número de conidios na suspensão conidiana utilizando uma célula de Burker, e a suspensão conidiana foi ajustada para 20000 conidios por mililitro em água destilada,
As plantas assim inoculadas são mantidas nestas condições de humidade elevada. A importância dos sintomas é avaliada um mês mais tarde com a ajuda de uma escala visual utilizada pelo Institut Royal Belge pour 1'Amélioration de la Betterave (IRBAB) , que tem 10 valores de 0 a 9, em que o valor 9 40 ΡΕ1965649 corresponde a 100% da superfície foliar sã (não coberta por lesões) e o valor 0 indica que 0% da superfície foliar está sã (não coberta por lesões). O tratamento é realizado por meio de uma suspensão de revestimentos exteriores codificado OY, em diferentes concentrações, OY1, OY2, OY3, descritas na tabela 6 adiante.
Tabela 6
Objectos Produtos Concentrações (mg/mL) OY1 Revestimentos exteriores 250 OY2 Revestimentos exteriores 25 OY3 Revestimentos exteriores 2,5 Controlo não tratado Água _ A pontuação obtida por cada objecto, como a média de duas repetições, está descrita na tabela 7 adiante.
Tabela 7
Objectos Pontuaçao média Superfície sã em % Qualificador IRBAB Controlo não tratado 3,94 85 Insuficiente OY1 4,69 91 Aceitável OY2 6,34 97, 5 Muito aceitável OY3 6,22 97,1 Muito aceitável 41 ΡΕ1965649
Neste exemplo 3, os revestimentos exteriores permitem passar com uma apreciação média de desgaste qualificado de insuficiente para uma apreciação qualificada como muito aceitável.
Exemplo 4: Ensaio de protecção de trigo contra a septoriose. A septoriose (Septaria nodorum e/ou Septaria tritici) é a principal doença foliar do trigo na Europa, provocando ainda perdas de rendimentos que podem chegar aos 40% da colheita. A luta química consiste geralmente num tratamento sistemático no estádio de 2-3 nós podendo ser seguido por um tratamento no estádio de desenvolvimento da espiga. Este ensaio mostra que a utilização precoce de uma preparação à base de paredes celulares ou revestimentos exteriores de leveduras permite retardar o aparecimento da doença e substituir o primeiro tratamento químico. 0 que se traduz em vantagens nos planos toxicológicos para o operador e o consumidor (resíduos) e no plano ambiental.
Material e métodos O ensaio foi realizado em França, em campo aberto, numa cultura de trigo-mole de inverno da variedade Orvantis, iniciada em 06.10.2005.
O ensaio foi realizado segundo o método CEB N 42 ΡΕ1965649 Μ189 (Commission des Essais Biologiques, da Association Française pour la Protection des Plantes, Paris) e respeitando as Boas Práticas Experimentais. 0 quadro estatistico consiste em blocos de Fisher randomizados. Cada modalidade conta com 4 repetições, correspondente cada uma a uma parcela elementar de 8 x 2,5 m (20 m2) . O ensaio visa comparar o efeito de revestimentos exteriores de leveduras utilizados em suspensão aquosa (Springcell 8001 de Biospringer SAS, constituído por revestimentos externos a 96% de matéria seca), codificados OY, quando são utilizados no início de um programa de tratamento contra a septoriose. A referência química aqui utilizada é o Opus (epoxiconazole a 125 g/L, BASF Agro) utilizado a 1 L/ha. O tratamento é realizado à razão de 200 L/ha com a ajuda de um pulverizador sobre carro de mão equipado com uma rampa de pulverização de 2,50 m.
De acordo com as modalidades, o programa de tratamento varia como indicado na tabela seguinte. Todas as modalidades recebem Opus a 1 L/ha 40 dias após o primeiro tratamento. ΡΕ1965649 43
Tabela 8 N° da T no estádio de "fim de T + 7 dias Estádio de 2° tratamento, modalidade afilhamento/espiga ccm 1 cm" "2-3 nós" a T + 40 dias 1 Controlo seco não tratado _ _ OPUS 1 L/ha 2 Controlo tratado ccm água _ _ OPUS 1 L/ha 3 _ _ Cpus 1 L/ha OPUS 1 L/ha 4 ΟΥ a 2,5 g/ha _ _ OPUS 1 L/ha 5 ΟΥ a 25 g/ha — _ OPUS 1 L/ha 6 ΟΥ a 250 g/ha _ _ OPUS 1 L/ha 7 ΟΥ a 50 g/ha _ _ OPUS 1 L/ha 8 ΟΥ a 25 g/ha ΟΥ a 25 g/ha — OPUS 1 L/ha
Foram feitas cinco pontuações durante o período do ensaio para avaliar a frequência e a intensidade de ataque da septoriose:
Pontuação 1: em 04.04.06 de Ti (BBCH 31) Estádio de espiga com 1 cm.
Pontuação 2: em 28.04.06 de T3 (BBCH 32) Estádio do segundo nó;
Pontuação 3: EM 15.05.06 de T4 (BBCH 39) Último estádio de folha aberta
Pontuação 4: em 29.05.06 de T4 + 15 dias (BBCH 55)
Estádio de semi-desenvolvimento da espiga.
Pontuação 5: em 22.06.06 de BBCH 71 estádio do grão aquoso. O calendário de realização do ensaio é portanto o seguinte (N = pontuação) 44 ΡΕ1965649 ΤΙ Π Τ3 Τ4 04.04,06 11.04.06 BBCH 31 BBCH 32 28.04.06 BBCH 33 15.05.06 BBCH 39 29,05.06 BBCH 55 22.06.06 BBCH 71 NI N2 J.3 N4 | N5 septoriose septoriose septoriose septoriose septoriose prévia Para cada pontuação, a frequência e intensidade foram estimadas nos estádios de 3 folhas (F1 , F2, F3), designando F1 a última folha visível completamente desenrolada para 25 pés colhidos ao acaso. A frequência corresponde à percentagem de folhas atingidas pela septoriose. A intensidade corresponde à percentagem média de superfície foliar atingida pela doença. A média dos 25 pés é calculada para cada repetição. A média das 4 repetições para cada modalidade conduz à média por modalidade. Finalmente, é calculada a eficácia segundo Abott.
Resultados
Para as primeiras 4 pontuações, a intensidade da doença manteve-se fraca (<3% no controlo não tratado). A eficácia das modalidades OY não pareceu estatisticamente significativa. Na 5a pontuação, a doença está declarada e a intensidade é superior a 95% no controlo não tratado na folha F3. 45 ΡΕ1965649
Nesta altura, os resultados, significância das diferenças e percentagens de eficácia são os seguintes:
Tabela 9 % de superfície Folha Fl = Folha F2 = MÉdia de F1+F2 = Folha F3 = foliar atingida % de eficácia % de eficácia % de eficácia % de eficácia 1. Controlo seco 13,5 A _ 45,2 A _ 29,35 A — 96,3 AB - 2. Controlo tratado com água 12,7 A - 33,6 B - 23,15 A - 96,1 AB - 3. Opus 1 L/ha 3,4 B 74,8% 13 C 71,20% 8,2 B 73,00% 87,5 AB 9,10% 4. OY a 2,5 g/ha 4,4 B 67,40% 13,3 C 70,60% 8,85 B 69,00% 98,2 A -2,00% 5. OY a 25 g/ha 4,7 B 65,20% 15,3 C 66,10% 10 B 65,65% 95,6 AB 0,70% 6. OY a 250 g/ha 3,7 B 72,60% 13,9 c 69,20% 8,8 B 70,90% 84,8 AB 11,90% 7. OY a 50 g/ha 3,2 B 76,30% 15,4 c 65,90% 9,3 B 71,10% 92,9 AB 3,50% 8. OY a 25 g/há + OY a 25 g/ha 3,6 B 73,30% 9,7 c 78,50% 6,65 B 75,90% 90,2 AB 6,30%
Os resultados mostram uma diminuição significativa da intensidade da doença em F1 e F2, 80 dias após a aplicação do primeiro tratamento, e qualquer que seja a dose testada de OY. Melhor ainda, as eficácias obtidas em média com F1 e F2 com OY são todas estatisticamente equivalentes à obtida com a referência química Opus.
Exemplo 5: Ensaio de protecção da ervilha proteaginosa contra a antracnose. A antracnose é uma das principais doenças foliares da ervilha e penalize fortemente o rendimento dos grãos. É provocada pelo fungo Ascochyta pisi. ΡΕ1965649 46
Material e métodos 0 ensaio foi realizado em França, em campo aberto, numa cultura de primavera de ervilhas proteaginosas da variedade Lumina. A cultura estava pronta em 22 de Março. 0 ensaio foi realizado de acordo com o método CEB N° M215 (Commission des Essais Biologiques, da Association Francaise pour la Protection des Plantes, Paris) e respeitando as Boas Práticas Experimentais. A estrutura estatística consiste em blocos de Fisher randomizados. Cada modalidade conta com 4 repetições, cada uma correspondente a uma parcela elementar de 8 x 2,5 m (20 cm2) . 0 ensaio compreende: 2 controlos: 1 seco e 1 tratado com água: modalidades 1 e 2 1 referência química (Dithane Neotec :
Mancozebe a 75%, Dow Agroscience) aplicada duas vezes: modalidade 3 - 3 modalidades de revestimentos exteriores de leveduras, utilizados em suspensão aquosa em diferentes concentrações (Springcell 8001 de Biospringer SAS, constituído por revestimentos exteriores a 96% de matéria seca), codificadas OY, modalidades 4 a 6: ΡΕ1965649 - 47 - - Modalidade 4: 25 g/ha - Modalidade 5: 250 g/ha - Modalidade 6: dois tratamentos espaçados de uma semana, a 25 g/há e depois 25 g/ha O tratamento é realizado à razão de 200 L/há com a ajuda de um pulverizador sobre carro de mão equipado com uma rampa de 2,50 m.
As primeiras aplicações foram realizadas em 17.05.2006 no estádio de 7-8 folhas.
Faz-se uma contaminação artificial em 19.05.06 com a ajuda de micélio e esporos frescos de Ascochyta pisi em grãos de cevada (20 kg de grãos/1000 m2) , fornecidos pela empresa ARBIOTECH. O posicionamento dos tratamentos é o seguinte:
Tabela 10 N° da modalidade T: Ia folha T + 7 dias Floraçao trifoliada 1 Controlo _ _ 2 Controlo água — — 3 Dithane Neotec - Dithane Neotec (2,1 kg/ha) (2,1 kg/ha) 4 OY a 25 g/ha _ _ 5 OY a 250 g/ha — — 6 OY a 25 g/ha OY a 25 g/ha — 48 ΡΕ1965649
Realiza-se a pontuação em 10.06.06 no estádio BBCH 67 (estádio de floração), para avaliar a frequência e a intensidade do ataque da antracnose nas folhas. O calendário de realização do ensaio é portanto o seguinte:
Tt C«iitaírtS»ata Tí TJ 17J5J6 l$J5.0e SKLMJé 1ÍUMJ6 noi ir ma* eacu ss b»ch m bbcíi *? ............1...........1..................1_t........................1__
Classificação da antracnose nas folhas
Durante a pontuação, a frequência e a intensidade foram calculadas em 3 patamares foliares (baixo-médio-alto) em 25 pés por parcela elementar. A frequência corresponde a uma percentagem de folhas atingidas pela doença. A intensidade corresponde a uma percentagem média da superfície foliar atingida. A média dos 25 pés é calculada para cada repetição. A média das 4 repetições para cada modalidade conduz à média por modalidade. Finalmente, calcula-se a eficácia segundo Abott.
Faz-se uma análise de variância, bem como um teste de Neuman e Keuls, para avaliar a significância das 49 ΡΕ1965649 diferenças entre modalidades (mesmas letras: resultados não diferentes com risco de 5%; letras diferentes: resultados diferentes com risco de 5%).
Resultados
Apesar da contaminação artificial, as infestações de antracnose ficaram num nível bastante fraco (intensidade < 8% no controlo não tratado).
Na pontuação, os resultados e as percentagens de eficácia são os seguintes:
Tabela 11: Intensidade de ataques de antracnose a folhas e eficácia
Intensidade de ataques de antracnose às folhas em % (10.06.2006 BECH 67) e eficácia (Ef.) N° Tratamentos Nível baixo Ef. Nível médio Ef. Nédio baixo + médio Nível alto 1 Controlo seco 6,20 A — 3,35 A — — 0,07 B 2 Controlo tratado com água 5,83 AB - 3,31 A - - 0,2 B 3 Dithane Neotec (2,1 kg/ha)(2 vezes) 4,35 C 30% 2,07 EC 38% 34% 0 B 4 OY a 25 g/ha 4,72 C 24% 2,25 BC 33% 29% 0,38 B 5 OY a 250 g/ha 4,87 CB 21% 1,52 C 54% 38% 0,02 B 6 OY a 25 g/ha + OY a 25 g/ha 4,33 C 30% 2,45 B 27% 29% 0,07 B
Nao estando o nível alto ainda atacado, a avaliação faz-se ao nível baixo e médio. Todas as doses testadas de OY mostram uma eficácia equivalente à da referência química. 50 ΡΕ1965649
Exemplo 6: Ensaio de protecção da vinha contra o oídio (Erysiphe necator) . 0 oídio (Uncinula necator, Erysiphe necator) é uma doença fúngica da vinha presente em todas as vinhas com intensidades diferentes segundo as regiões e as castas. É a doença da vinha mais disseminada no mundo. O oídio ataca todos os orgãos da vinha e pode implicar perdas de produção muito grandes.
Material e métodos 0 ensaio foi realizado em estufa, em vasos, com plantas jovens da casta Cinsaut. As condições foram controladas e a contaminação artificial.
As plantas eram produzidas em estufa a partir de estacas com um botão e foram constituídos lotes homogéneos. O quadro estatístico tinha 6 repetições de um vaso cada uma. A repetição que deu o resultado mais afastado da média foi eliminada durante a análise.
Os tratamentos foram efectuados com um banco de pulverização de jacto projectado e pressão constante no conjunto da planta e as plantas de um mesmo lote foram tratadas simultaneamente. O banco é constituído por um carrinho de pulverização que se desloca num carril a 51 ΡΕ1965649 velocidade constante e tem 5 bicos (2 de cada lado e um por baixo da planta). 0 volume de tratamento era equivalente a 600 litros por ha.
Durante o tratamento, os níveis foliares eram marcados por uma união colorida fixada sob a 3 a folha completamente desenvolvida de modo a permitir a observação do efeito do tratamento em folhas formadas de novo (formadas após o tratamento).
Os tratamentos foram aplicados 14 ou 7 dias antes da contaminação artificial. Um lote de plantas foi tratado duas vezes, ou seja 14 e depois 7 dias antes da contaminação.
Os produtos testados eram revestimentos exteriores de leveduras utilizados em suspensão aquosa (Springcell 8001 da Biospringer SAS, constituído por revestimentos externos a 96% de matéria seca), codificados OY. Foram testadas 4 doses: - dose N/10: 2,5 g/ha - dose N: 25 g/ha - dose 2N: 50 g/ha - dose 10N: 250 g/ha
As doses foram testadas seguindo o calendário de tratamento seguinte: ΡΕ1965649 52
Tabela 12 Número de dias entre tratamento e inoculação N° da modalidade T 14 d antes da inoculação T 7 d antes da inoculação 1 Controlo não tratado _ 2 ΟΥ N (25 g/ha) _ 3 _ Controlo não tratado 4 _ ΟΥ N/10 (2,5 g/ha) 5 _ ΟΥ N (25 g/ha) 6 _ ΟΥ 2N (50 g/ha) 7 _ ΟΥ 10N (250 g/ha) 8 ΟΥ N (25 g/ha) ΟΥ N (25 g/ha) 0 material fúngico era constituído por um conjunto de conídios provenientes de uma estirpe de sensibilidade normal aos fungicidas.
Todas as plantas do ensaio foram contaminadas por polvilhação a seco de esporos por cima das plantas colocadas no interior de uma torre de inoculação em Plexiglas. 0 material fúngico utilizado é constituído por um conjunto de esporos de uma estirpe de oídio previamente multiplicada em grande quantidades em folhas sobreviventes ou em plantas. 0 inoculo utilizado tem 12 a 14 dias de idade para o oídio da vinha. A qualidade da inoculação foi verificada por meio de uma célula de Malassez colocada ao nível das plantas no interior da torre de inoculação. Utilizou-se uma densidade de 800 a 1000 esporos por cm2. 53 ΡΕ1965649
Todas as plantas foram postas em incubação após a sua contaminação numa sala climatizada a 21 ± 2°C e ilumina durante 14 horas por dia. Cada condição do ensaio foi perfeitamente isolada das outras sob mini recintos fechados.
As plantas ficaram nestas condições durante 14 dias. No final deste período, foi feita uma pontuação das lesões do fungo.
Pontuações
As folhas dos níveis foliares superiores F2, F1 e FO (nível formado após o tratamento) foram pontuadas. Cada folha é pontuada por observação visual. A frequência (percentagem de folhas atingidas pela doença) não é registada porque é igual a 100. A intensidade (percentagem média da superfície foliar atingida) é avaliada de acordo com uma escala de 0 a 100. A eficácia de acordo com Abott é calculada para as intensidades médias e efectua-se uma análise de variância. Um teste de Neuman e Keuls permite avaliar a significância das diferenças entre modalidades (letras iguais: resultados não diferentes com um risco de 5%; letras diferentes: resultados diferentes com um risco de 5%) . ΡΕ1965649 54
Resultados
Tabela 13: Taxa de lesão em plantas tratadas em datas diferentes (14 e 7 dias antes da inoculação com E. necator com a especialidade codificada OY (Springcell 8001 de Biospringer SAS) . Observação das folhas sensíveis F2, Fl, F0 :
Modalidade Número de dias entre o tratamento e a infecção Intensidade do ataque Eficácia Controlo 14 dias 47,4 AB _ N 14 dias 48,0 AB 0 Controlo 7 dias 61,3 A — N/10 7 dias 40,1 AB 34,6 N 7 dias 32,7 ABC 46,7 2N 7 dias 23,3 BC 62 10N 7 dias 21,3 BC 65,3 N+N 14 dias + 7 dias 14,1 C 70,3
Uma só aplicação 14 dias antes da inoculação não permitiu proteger as folhas. Pelo contrário, as aplicações efectuadas 7 dias antes da contaminação produzem um efeito de protecção contra o oídio. As doses mais fortes (2N ou seja 50 g/ha, e 10 N, ou seja 250 g/ha) têm um efeito mais significativo.
Uma aplicação de 25 g/ha (dose N) 14 dias antes da inoculação, seguida por uma idêntica, 7 dias antes da inoculação, dá um excelente resultado. 55 ΡΕ1965649
Exemplo 7: Ensaio de protecção da vinha contra o míldio (Plasmopara vitícola). 0 míldio deve-se ao fungo (Plasmopara vitícola) . Presente em graus diversos na maioria das vinhas mundiais, afecta o rendimento e a qualidade da colheita, a ponto de poder aniquilar esta na ausência de tratamento.
Material e métodos 0 ensaio foi realizado em estufa, em vasos, com plantas jovens da casta Cabernet-Sauvignon. As condições eram controladas e a contaminação artificial.
As plantas foram produzidas em estufa a partir de estacas com um botão e foram constituídos lotes homogéneos 0 esquema estatístico incluía 6 repetições de 1 vaso cada uma. A repetição que tinha o resultado mais afastado da média foi eliminado durante a análise.
Os tratamentos foram efectuados com um banco de pulverização de jacto projectado e pressão constante no conjunto da planta e as plantas de um mesmo lote são tratadas simultaneamente. 0 banco é constituído por um carrinho de pulverização que se desloca num carril a velocidade constante e tem 5 bicos (2 de cada lado e um por 56 ΡΕ1965649 baixo da planta). 0 volume de tratamento era equivalente a 600 litros por ha.
Durante o tratamento, os níveis foliares eram marcados por uma união colorida fixada sob a 3a folha completamente desenvolvida de modo a permitir a observação do efeito do tratamento em folhas formadas de novo (formadas após o tratamento).
Os tratamentos foram aplicados 14 ou 7 dias antes da contaminação artificial. Um lote de plantas foi tratado duas vezes, ou seja 14 e depois 7 dias antes da contaminação.
Os produtos testados eram revestimentos exteriores de leveduras utilizados em suspensão aquosa (Springcell 8001 da Biospringer SAS, constituído por revestimentos externos a 96% de matéria seca), codificados OY. Foram testadas 4 doses: - dose N/10: 2,5 g/ha - dose N: 25 g/ha - dose 2N: 50 g/ha - dose 10N: 250 g/ha
As doses foram testadas seguindo o calendário de tratamento seguinte: ΡΕ1965649 57
Tabela 14 Número de dias entre tratamento e inoculação N° da modalidade T 14 d antes da inoculação T 7 d antes da inoculação 1 - - 2 ΟΥ N/10 (2,5 g/ha) 3 - ΟΥ N (25 g/ha) 4 - ΟΥ 10N (250 g/ha) 5 - ΟΥ 2N (50 g/ha) 6 ΟΥ N (25 g/ha) ΟΥ N (25 g/ha) 7 ΟΥ N (25 g/ha) -
As plantas foram inoculadas simultaneamente por pulverização de uma suspensão de esporocistos provenientes de uma estirpe de Plasmopara vitícola normalmente sensível aos fungicidas. A suspensão de esporocistos foi preparada imediatamente antes da contaminação. As esporulações do fungo foram recuperadas por lavagem das folhas infectadas com água permutada. Foi realizada uma titulação utilizando uma célula de Malassez. A concentração utilizada foi de 50000 esporos/mL.
Foram pulverizados 10 mL de suspensão de esporos por planta, na face inferior das folhas. Cada planta foi contaminada individualmente, em todos os níveis das folhas existentes. 58 ΡΕ1965649
As plantas foram depois reagrupadas por modalidade, e as modalidades foram isoladas umas das outras por câmaras fechadas
As plantas foram então mantidas sob nebulização para favorecer o desenvolvimento da doença, a uma temperatura de 21 °C e 14 horas de iluminação por dia, durante 8 dias. No final deste período, foram efectuadas as observações.
Pontuações
Cada folha foi pontuada por observação visual. A frequência (percentagem de folhas atingidas pela doença) não é pontuada porque é igual a 100. A intensidade (percentagem média da superfície foliar atingida) é avaliada numa escala de 0 a 100. A eficácia segundo Abott é calculada com base nas intensidades médias.
Resultados
Os resultados da intensidade e das eficácias foram reagrupados consoante se tratava de folhas tratadas ou de folhas formadas de novo, não tratadas. ΡΕ1965649 59
Tabela 15
Folhas tratadas Folhas formadas de novo Modalidade Número de dias entre Intensidade Eficácia Intensidade Eficácia o tratamento e a infecção do ataque (%) (%) do ataque (%) (5) Controlo 14 dias 68,0 _ 67,3 - N 14 dias 31,3 54 45,0 33,1 Controlo 7 dias 82,0 _ 48,1 — N/10 7 dias 62,7 23,5 40,5 15,8 N 7 dias 54,7 33,3 23,6 50,9 2N 7 dias 50,0 39 23,5 51,1 10N 7 dias 42,7 47,9 28,0 41,8 N+N 14 dias + 7 dias 25,4 62,6 40,7 39,5
Todas as doses de revestimentos exteriores testadas tiveram uma eficácia sobre o míldio das folhas tratadas ou formadas de novo, qualquer que fosse o período entre o tratamento e a contaminação. A eficácia tende a crescer com a dose.
Exemplo 8 : Ensaio em campo aberto de protecção da vinha contra o míldio
Material e métodos 0 ensaio foi realizado em França, próximo de Bordéus, em campo aberto, em vinha da variedade Cabernet-Sauviqnon. 0 ensaio foi realizado respeitando as Boas Práticas Experimentais. A instalaçao dos talhões de ensaio e as primeiras 60 ΡΕ1965649 aplicações foram realizadas em 25.05.2006 no estádio BBCH 55. O esquema estatístico consiste em blocos de Fisher randomizados. Cada modalidade conta com 4 repetições, correspondente cada uma a uma parcela elementar de 10 pés de videira. O ensaio compreende: - 1 testemunho não tratado - 2 modalidades usando OY em suspensão aquosa (Springcell 18001 de Biospringer SAS, constituído por revestimentos exteriores a 96% de matéria seca). O tratamento é realizado à razão de 1000 L/ha com um atomizador da marca Solo. O posicionamento dos tratamentos consiste numa aplicação semanal a partir de 25 de Maio (estádio BBCH55).
Tabela 16
Modalidade N° Tratamento semanal 1 Não tratado 2 ΟΥ 4N (100 g/ha) 3 ΟΥ 10N (250 g/ha) A pontuaçao é feita antes da aplicação, tendo a doença chegado tardiamente, a pontuação é feita no dia 18.08.2006. 61 ΡΕ1965649 A frequência e a intensidade nas folhas foram estimadas em 50 folhas colhidas ao acaso, por talhão elementar, isto é, 5 folhas por pé de videira. A frequência corresponde a uma percentagem de folhas atingidas pela doença. A intensidade corresponde a uma percentagem média de superfície foliar atingida. A média das 50 folhas é calculada para cada repetição. A média das 4 repetições para cada modalidade conduz à média por modalidade.
Por fim, calcula-se a eficácia segundo Abott com base nas intensidades médias.
Resultados
Os resultados e as percentagens de eficácia são os seguintes.
Tabela 17. Pontuação do mildio nas folhas de 18 de Agosto - BBCH 83 N° Tratamentos Frequência/ Intensidade/ Eficácia folhas (%) folhas (%) (%) 1 Controlo não tratado 48,8 13,3 — 2 ΟΥ 4N (100 g/ha) 53,0 9,9 25,56 3 ΟΥ 10N (250 g/ha) 45,5 5,5 58,64 ΡΕ1965649 62 testadas,
Observa-se uma eficácia do produto nas duas doses ou seja, 100 e 250 g/ha.
Lisboa, 1 1 de novembro de 2013

Claims (24)

  1. ΡΕ1965649 1 REIVINDICAÇÕES 1. Utilização de paredes celulares ou revestimentos exteriores de levedura(s) como substância activa para o tratamento ou protecção de plantas contra as doenças provocadas por agentes patogénicos ou para induzir ou estimular numa planta defesas naturais contra agentes patogénicos.
  2. 2. Utilização de acordo com a reivindicação 1 caracterizada por a planta ser seleccionada de gramineas e dicotiledóneas, plantas anuais, bienais e perenes, legumes, cereais, oleaginosas, proteaginosas, batatas, beterrabas, canas-de-açúcar, tabaco, plantas lenhosas, árvores, de fruto ou não, vinhas e plantas ornamentais.
  3. 3. Utilização de acordo com a reivindicação 3, caracterizada por a planta ser uma árvore de fruto.
  4. 4. Utilização de acordo com gualguer das reivindicações anteriores, caracterizada por o agente pato-génico ser um fungo, um virus, uma bactéria, um micoplasma, um espiroplasma ou um viróide.
  5. 5. Utilização de acordo com a reivindicação 4, caracterizada por o agente patogénico ser seleccionado dos fungos dos géneros Alternaria spp, Botrytis spp, Bremia spp, Cercospora spp, Cladosporium spp, Colletotrichum spp, 2 ΡΕ1965649 Erysiphe spp, Fusarium spp, Gloeosporium spp, Guignardia spp r Helminthosporium spp, Marssonina spp, Monilia spp, Mycosphaerella spp, Penicilium spp, Peronospora spp, Pezi-cula spp, Phragmidium spp, Phytophtora spp, Plasmopara spp, Podosphaera spp, Pseudocercosporella spp, Pseudoperonospora spp, Pseudopeziza spp, Puccinia spp, Pythium spp, Ramularia spp, Rhizoctonia spp, Rhizopus spp, Rynchosporium spp, Sclerotinia spp, Septoria spp, Sphaerotheca spp, Taphrina spp, Uncinula spp, Ustilago spp e Venturia spp.
  6. 6. Utilização de acordo com qualquer das reivindicações anteriores, caracterizada por as paredes celulares ou revestimentos exteriores de levedura(s) serem do género Saccharomyces.
  7. 7. Utilização de acordo com qualquer das reivindicações anteriores, caracterizada por as paredes celulares ou revestimentos exteriores de levedura poderem ser obtidas por lise de células de leveduras, separação das fracções solúveis e insolúveis, seguida por recuperação da fracção insolúvel.
  8. 8. Utilização de acordo com a reivindicação 7, caracterizada por a fracção insolúvel ser recuperada por eliminação da fracção solúvel por centrifugação.
  9. 9. Utilização de acordo com qualquer das reivindicações anteriores, caracterizada por as paredes celulares ou revestimentos exteriores de leveduras serem deslipidifiçadas. 3 ΡΕ1965649
  10. 10. Utilização de acordo com qualquer das reivindicações anteriores, caracterizada por as paredes celulares ou revestimentos exteriores de leveduras estarem associadas a um ou mais aqentes de formulação.
  11. 11. Utilização de acordo com qualquer das reivindicações anteriores, caracterizada por as paredes celulares ou revestimentos exteriores de levedura estarem ainda associados a um aqente fungicida, antiviral ou antibacteriano.
  12. 12. Utilização de acordo com a reivindicação 11, em que o agente fungicida é seleccionado de fungicidas agroquimicos orgânicos ou fungicidas minerais inorgânicos à base de enxofre e/ou de cobre.
  13. 13. Utilização de acordo com a reivindicação 12, em que os fungicidas agroquimicos orgânicos são selecci-onados de cloronitrilos, carbamatos, ftalimidas, sulfami-das, guanidinas, quinonas, quinoleinas, tiadiazinas, anili-das, hidroxianilidas, fenilamidas, imidazolinonas, oxazoli-dinodionas, estrobilurinas, cianoimidazoles, fluaziname, dinocape, sitiofame, dicarboximidas, fludioxonil, organo-fosforados, propamocarb HC1, difenilamina, piridilaminas, inibidores da biossintese dos esteróis, imidazoles, piri-midinas, hidroxipirimidinas, anilinopirimidinas, triazoles, espiroxamina, morfolinas e piperidinas, fenexamida, hime-xazole, zoxamida, dietofencarbe, benzimidazoles, pencicu- 4 ΡΕ1965649 rão, quinoxifeno, iprovalicarbe, cimoxanil, dimetomorfe, fosfonatos e triazinas.
  14. 14. Utilização de acordo com qualquer das reivindicações anteriores, caracterizada por as paredes celulares ou revestimentos exteriores de leveduras estarem associados a um ou mais compostos que eliciam defesas em plantas seleccionados de ácido b-aminobutirico, ácido 2,6-dicloroisonicotinico, acibenzolar-S-metilo ou certos extractos de algas.
  15. 15. Utilização de acordo com qualquer das reivindicações anteriores, caracterizada por as paredes celulares ou revestimentos exteriores de leveduras estarem numa composição fitossanitária concentrada, de formulação seca ou liquida.
  16. 16. Utilização de acordo com qualquer das reivindicações anteriores, caracterizada por as paredes celulares ou revestimentos exteriores de leveduras estarem numa composição pronta a utilizar.
  17. 17. Utilização de acordo com qualquer das reivindicações anteriores, caracterizada por as paredes celulares ou revestimentos exteriores de leveduras serem administradas por pulverização foliar ou no solo.
  18. 18. Utilização de acordo com qualquer das reivindicações anteriores, caracterizada por as paredes 5 ΡΕ1965649 celulares ou revestimentos exteriores de leveduras serem administradas nas raízes por pulverização no solo, incorporação mecânica, em mistura com fertilizantes, correc-tores, em pré-mistura ou outros.
  19. 19. Utilização de acordo com qualquer das reivindicações anteriores, caracterizada por as paredes celulares ou revestimentos exteriores de leveduras serem administradas em toda ou numa parte da planta, seleccionada de folhas, caule, flores, frutos, tronco ou raizes.
  20. 20 . Utilização de acordo com qualquer das reivindicações anteriores, caracterizada por as paredes celulares ou revestimentos exteriores de leveduras serem aplicados ou utilizados numa dose eficaz superior a 1 mg/L de revestimentos exteriores ou paredes celulares de levedura quando o produto é aplicado por pulverização até ao limite de escorrimento, ou superior a 1 g/ha no caso de pulverização com pequeno volume de água.
  21. 21. Utilização de acordo com a reivindicação anterior, caracterizada por as paredes celulares ou revestimentos exteriores de leveduras serem aplicados ou utilizados numa dose eficaz compreendida entre 1 e 250 mg/L de revestimentos exteriores ou paredes celulares de levedura quando o produto é aplicado por pulverização até ao limite de escorrimento, ou entre 1 e 250 g/ha no caso de pulverização com pequeno volume de água. 6 ΡΕ1965649
  22. 22. Utilização de acordo com qualquer das reivindicações anteriores, caracterizada por as paredes celulares ou revestimentos exteriores de leveduras serem utilizadas em alternância e/ou em combinação com ou mais outros tratamentos.
  23. 23. Utilização de acordo com a reivindicação 1, para prevenir ou retardar o desenvolvimento de agentes patogénicos resistentes a uma família de substâncias acti-vas, caracterizada por a planta ser tratada com revestimentos exteriores ou paredes celulares de levedura(s), para reduzir a pressão de selecção de estirpes resistentes à referida família de substâncias activas, ou por o(s) tratamento (s) da planta com uma substância da referida família de substâncias activas ser (serem) alternado(s) ou combinado(s) com um (ou mais) tratamento(s) da referida planta com revestimentos exteriores ou paredes celulares de levedura(s).
  24. 24. Utilização de acordo com qualquer das reivindicações anteriores, caracterizada por as paredes celulares ou revestimentos exteriores de leveduras serem provenientes de Saccharomyces cerevisiae. Lisboa, 11 de novembro de 2013 1 ΡΕ1965649 REFERENCIAS CITADAS NA DESCRIÇÃO Esta lista de referências citadas pelo requerente é apenas para conveniência do leitor. A mesma não faz parte do documento da patente Europeia. Ainda que tenha sido tomado o devido cuidado ao compilar as referências, podem não estar excluídos erros ou omissões e o IEP declina quaisquer responsabilidades a esse respeito. Documentos de patentes citadas na Descrição ♦ FR 2868253 * WO §853761 A » WQ 03092384 A * WO 8903348 A * WO 9714310 A Literatura que não é de patentes citada na Descrição * OZERESKQVSKAYE O.L. et al RtmÍan Jowtâ of PÍsrd Fhyv-iogy, 1396. vof. 43 (5), 848-855
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