PT1470426E - Dispositivo de arrastamento de uma banda de cuvetes em análise - Google Patents

Description

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DESCRIÇÃO

"DISPOSITIVO DE ARRASTAMENTO DE UMA BANDA DE CUVETES EM ANÁLISE" A presente invenção refere-se um aperfeiçoamento num aparelho de análise automático utilizável, designadamente, na determinação de tempos de modificação do estado fisico de um meio.

Este aparelho é aplicável particularmente, mas não exclusivamente, à determinação do tempo de coagulação do sangue de acordo com um processo segundo o qual a amostra sanguínea é disposta no fundo de uma cuvete que contem uma esfera ferromagnética arrastada num movimento periódico sob o efeito de um campo magnético exterior. As modificações dos movimentos da esfera ferromagnética (por exemplo as variações de amplitude e/ou de frequência) que são representativas das mudanças do estado físico do sangue, são então detectadas com o auxílio de meios adequados.

Um desses aparelhos é divulgado na patente EP 0325874 depositada em nome da Sociedade Diagnostica Stago e no pedido WO 99.64839 depositado em nome da Sociedade Júnior Instrumentos. A patente EP 0325874 compreende um distribuidor de cuvetes de uso único que compreende, cada uma, um fundo arqueado que constitui o caminho de rolamento da esfera e uma face oposta ao fundo que apresenta uma abertura. Dos bordos transversais desta abertura estendem-se dois rebordos em ângulo recto em relação às faces das cuvetes. As cuvetes são dispostas lado a lado e fixadas de maneira 2 destacável numa banda de suporte flexível que obtura as suas aberturas. A banda equipada com cuvetes pode ser enrolada numa bobina que se pode engatar num cubo previsto num compartimento de armazenamento e distribuição do aparelho. As cuvetes desfilam uma a uma num posto de detecção.

Verifica-se que esta solução apresenta, designadamente, o inconveniente de não garantir um bom posicionamento da cuvete no posto de detecção. Por conseguinte, a análise dos movimentos da esfera corre o risco de ser falseada. Isto pode, portanto, conduzir a um risco de erro sobre o resultado da análise. A patente WO 9964839 descreve um aparelho de dosagem imunológico que utiliza uma sucessão de cuvetes tornadas solidárias por uma película, de maneira a formar uma banda. As cuvetes apresentam uma abertura ao nível da qual se estendem dois rebordos opostos salientes para o exterior da cuvete. 0 arrastamento da banda é assegurado por meio de duas bandas sem fim guiadas por rodízios e que se apoiam nas faces laterais das cuvetes. Esta solução não é visivelmente adequada a um dispositivo de detecção que faz intervir meios electromagnéticos dispostos lateralmente relativamente às cuvetes.

Por conseguinte, a invenção tem, mais particularmente por objectivo, suprimir estes inconvenientes.

Para este efeito, propõe um dispositivo de arrastamento de uma sucessão de cuvetes tornadas solidárias por uma película, de modo a formar uma banda num aparelho de análise automático que compreende, pelo menos, uma 3 correia dentada cujos dentes actuam sobre as cuvetes para assegurar o arrastamento da banda.

As cuvetes apresentam uma abertura ao nível da qual se estendem dois rebordos opostos salientes para o exterior da cuvete, apresentando estes rebordos conformações que cooperam com a correia dentada para assegurar ao mesmo tempo um arrastamento, uma centragem e uma indexação das cuvetes.

De acordo com a invenção, os rebordos acima referidos apresentam, cada um, dois bordos oblíquos em relação ao eixo longitudinal da banda, de modo que o conjunto banda/cuvetes que apresenta dois bordos laterais denteados assegure uma função de cremalheira.

Além disso, as cercaduras laterais da película apresentam, cada uma, um perfil denteado cujos dentes são acentuados pela presença dos rebordos das cuvetes.

Graças ao engrenamento dos entalhes da correia entre os dentes do conjunto película/cuvetes, o arrastamento permite indexar a posição das cuvetes.

Um tal dispositivo não apresenta folga no seu funcionamento, tanto num sentido como no outro.

Uma forma de realização da invenção será descrita a seguir, a título de exemplo não limitativo, com referência aos desenhos anexos nos quais: A figura 1 é uma representação esquemática de um aparelho de análise automático de dimensão média; 4 A figura 2 é uma vista em perspectiva esquemática de uma cuvete montada na película; A figura 3 é uma vista esquemática de topo da película equipada com as suas cuvetes e do sistema de arrastamento de cremalheira; A figura 4 é um corte esquemático vertical segundo A/A da figura 3.

Neste exemplo, o aparelho de análise automático 1 faz intervir uma alimentação em cuvetes que compreende uma sucessão de uma centena de cuvetes C que formam uma banda 2 .

Tal como ilustrado na figura 2, as cuvetes C realizadas por moldagem de uma matéria plástica transparente apresentam, cada uma, um corpo de forma plana paralelepipédica cujo fundo arqueado FI constitui um caminho de rolamento para uma esfera BE em material ferromagnético. Em oposição a este fundo FI, a cuvete C apresenta uma abertura ao nível da qual os seus dois bordos opostos BOi, BO2 são prolongados em ângulo recto por dois rebordos respectivos Ri, R2 dotados, cada um, de uma protuberância cilíndrica PC que se estende do lado oposto ao corpo. Estas duas protuberâncias são destinadas a vir engatar-se à força nos dois orifícios respectivos TR, previstos respectivamente nas duas cercaduras laterais da película. Os rebordos Ri, R2 apresentam, por exemplo, a forma de um trapézio isósceles, cuja base maior é solidária com a cuvete. As cercaduras laterais de uma película de suporte 3 apresentam então, no intervalo dos rebordos Ri, 5 R-2 das cuvetes sucessivas, cortes trapezoidais, cujos bordos oblíquos se estendem na perpendicular dos bordos oblíquos dos rebordos Ri, R2. Graças a estas disposições, as cercaduras laterais da película apresentam, cada uma, um perfil denteado cujos dentes são acentuados pela presença dos rebordos Ri, R2 das cuvetes. A película é flexível é constituída num material absorvente, papel, por exemplo. É perfurado por cima de cada cuvete com um orifício 4 para permitir a passagem de uma pipeta.

De acordo com o dispositivo representado na figura 4, a banda de cuvetes 2 é guiada por um carril 5. Este carril possui uma secção transversal em forma de U cujas duas asas verticais são prolongadas em ângulo recto por dois rebordos R3, R4, em que os rebordos Ri, R2 das cuvetes repousam sobre os rebordos R3, R4. A banda passa sucessivamente por um posto de pipetagem 6, por um posto de detecção 7 e por um posto de corte 8, à saída do qual cada cuvete é recuperada num recipiente 9 previsto para esse efeito. 0 funcionamento destes diferentes postos é gerido por um processador P que compreende uma unidade central, assim como periféricos, tais como, por exemplo, um conjunto ecrã 10/teclado 11. 0 arrastamento da película é assegurado por meio de um mecanismo de arrastamento que faz intervir uma correia sem fim 12 guiada em cada extremidade por rodízios 13, 14, um dos quais é arrastado em rotação por um motor passo a passo M. Esta correia compreende um denteado cujos entalhes são espaçados numa distância igual a um múltiplo da largura das 6 cuvetes (por exemplo 4 a 5 cuvetes). Estes entalhes apresentam um perfil de extremidade de círculo que corresponde a um cremalheira de forma dentada normal de maneira a engrenar perfeitamente entre os dentes do perfil denteado da banda; são assim capazes de arrastar a banda de cuvetes com precisão, com auto-centragem e compensação das eventuais folgas (os entalhes que se engatam mais ou menos profundamente entre os dentes acima referidos). 0 posto de pipetagem 6 é servido por uma pipeta vertical automatizada 15, móvel em altura, de maneira a poder tomar uma posição baixa de pipetagem ou lavagem e uma posição alta que permite as suas deslocações num plano horizontal.

Esta pipeta 15 é fixada numa das extremidades de um braço 16, montado de modo rotativo pela sua outra extremidade em torno de um eixo vertical 17. 0 arrastamento em rotação do braço 16 é assegurado por um motor comandado pelo processador P.

Graças a este mecanismo particularmente simples, a pipeta 15 pode ser conduzida sucessivamente para a área de pipetagem do posto de pipetagem 6, para uma área de lavagem 18 diametralmente oposta, equipada com uma ou várias cubas de lavagem e para duas áreas de colheita 19, 20, dispostas simetricamente em relação ao eixo que passa pela área de pipetagem 6 e pela área de lavagem 18.

As áreas de colheita 19, 20 estão situadas no trajecto de recipientes Ri, R2 levados por dois carrosséis respectivos CRi, CR2, móveis em rotação em torno de dois eixos verticais 21,22 e comandados por dois motores pilotados pelo processador P. 7

Um destes carrosséis CRi destina-se a conter os recipientes Ri de amostras sanguíneas a analisar, enquanto o outro, CR2, contem recipientes R2 afectos aos diferentes reagentes utilizáveis no quadro das análises que se pretendem efectuar.

Naturalmente, o processador P é programado de maneira a comandar sequências de pipetagem adequadas à natureza das análises a efectuar, e que podem compreender sucessivamente: uma lavagem prévia da pipeta 15, a colheita de uma dose de amostra contida num dos recipientes Ri do carrossel CRi, a injecção desta dose numa cuvete C situada no posto de pipetagem 6, a lavagem da pipeta 15, a colheita de uma dose de reagente contido num dos recipientes R2 do carrossel CR2, a injecção desta dose de reagente na cuvete C, a identificação das amostras sanguíneas a analisar, assim como a dos reagentes, efectuam-se automaticamente graças a um leitor de código de barras 23 apto a efectuar a leitura de códigos de barras presentes nos recipientes Ri, R2 levados pelos carrosséis CRi, CR2. 8

Neste exemplo, para estas leituras, o leitor de códigos de barras único 23 é montado na extremidade de um braço 24 que gira em torno de um eixo vertical 25 de maneira a poder ocupar três posições, a saber: uma posição Pi de leitura dos códigos de barras dos recipientes Ri do carrossel CRi, uma posição P2 de leitura dos códigos de barras dos recipientes R2 do carrossel CR2, e uma posição P3 de leitura de recipientes colocados pelo operador num posto de leitura, por exemplo, com o propósito da recolha de informações exploradas pelo processador no quadro do funcionamento do aparelho. 0 posto de medição 7 compreende aqui três posições de medições sucessivas que compreendem, cada uma (figura 4) , um par de electroimans coaxiais Elr E'i - 2, E'2 - E3, E'3 situados de ambos os lados da película 3, na vertical das faces laterais das cuvetes C. 0 posto 7 compreende igualmente: uma fonte de luz infravermelha 26 situada por cima da cuvete, uma câmara electrónica 27 situada por baixo das cuvetes C levadas pela película sobre a qual é projectada a imagem da esfera iluminada pela fonte de luz. 9 0 emprego de várias posições de medição sobre o trajecto da película tem a vantagem de permitir maior flexibilidade de funcionamento.

Os electroímans Ei, E'i - 2, E'2 - E3, E'3 são excitados por um circuito de potência PR pilotado pelo processador P de maneira a gerar um campo magnético impulsionai susceptível de arrastar a esfera BE de acordo com uma deslocação alternativa do fundo da cuvete C. A câmara 27 é acoplada ao processador P que analisa, em tempo real, a imagem graças a um "software" adequado, de maneira a medir a amplitude das oscilações da esfera BE e a determinar o momento crítico onde esta amplitude passa para baixo de um limiar determinado (por exemplo 50% da amplitude inicial).

Naturalmente, o processador P efectua uma contagem do tempo entre o momento em que o reagente foi injectado na cuvete C e este momento crítico, de maneira a deduzir um tempo de coagulação.

As deslocações da película são sincronizadas com os tempos de funcionamento de cada um dos postos do aparelho e, designadamente, com os impulsos de campo magnético gerados pelas bobinas.

Eventualmente, o posto de pipetagem poderá estar situado num mesmo lugar que o posto de medição.

Naturalmente, a invenção não se limita ao modo de realização previamente descrito. 10

Assim, por exemplo, cada conjunto fonte infravermelha/câmara poderá apresentar um campo que inclui várias cuvetes excitadas cada uma por um par de electroimans distintos, de maneira seguir a cuvete num avanço de vários passos com um processador P programado de maneira a detectar simultaneamente as deslocações das esfera de diferentes cuvetes.

Lisboa, 31 de Outubro de 2006

Claims (12)

1 REIVINDICAÇÕES 1. Dispositivo de arrastamento de uma sucessão de cuvetes (C) tornadas solidárias por uma película (3) de maneira a formar uma banda (2) num aparelho de análise automático (1), compreendendo este dispositivo pelo menos uma correia dentada cujos entalhes actuam sobre as cuvetes para assegurar o arrastamento da banda, em que as cuvetes acima referidas apresentam uma abertura ao nível da qual se estendem dois rebordos opostos (Ri, R2) salientes para o exterior da cuvete e que apresentam conformações para assegurar, além do referido arrastamento, uma centragem e uma indexação das cuvetes, apresentando cada um dos rebordos acima referidos (Ri, R2) dois bordos oblíquos em relação ao eixo longitudinal da banda (2) de modo que o conjunto banda (2)/cuvetes apresente uma função de cremalheira.

2. Dispositivo de acordo com a reivindicação 1, caracterizado por a película acima referida ser fixada de maneira destacável (PC, TR) aos rebordos acima referidos.

3. Dispositivo de acordo com a reivindicação 1, caracterizado por os referidos rebordos t—1 cc R2) apresentarem a forma de um trapézio isósceles cuja base grande é solidária com a cuvete (C).

4. Dispositivo de acordo com a reivindicação 1, caracterizado por as cercaduras laterais da película (3) apresentarem cada uma um perfil denteado cujos dentes são acentuados pela presença dos rebordos (Ri, R2) das cuvetes. 2

5. Dispositivo de acordo com a reivindicação 1, caracterizado por a correia acima referida ser uma correia sem fim (12) guiada em cada extremidade por rodízios (13, 14) .

6. Dispositivo de acordo com a reivindicação 5, caracterizado por pelo menos um dos rodízios ser arrastado em rotação por um motor (M) .

7. Dispositivo de acordo com a reivindicação 1, caracterizado por os entalhes da referida correia estarem espaçados numa distância igual a um múltiplo da largura das cuvetes (C).

8. Dispositivo de acordo com a reivindicação 7, caracterizado por os referidos entalhes apresentarem um perfil de extremidade de círculo gue corresponde a uma cremalheira de forma de dentado normal.

9. Dispositivo de acordo com a reivindicação 1, caracterizado por as referidas cuvetes (C) serem fixadas de maneira destacável

• 10. Dispositivo de acordo com a reivindicação 1, caracterizado por as referidas cuvetes serem guiadas por um carril (5).

11. Dispositivo de acordo com a reivindicação 10, caracterizado por o referido carril (5) possuir uma secção transversal em U cujas duas asas verticais são prolongadas em ângulo recto por dois rebordos (R3, R4) · 3

12. Dispositivo de acordo com uma das reivindicações 10 e 11, caracterizado por os rebordos (Ri, R2) da cuvete (C) repousar sobre os rebordos (R3, R4) do carril (5). Lisboa, 31 de Outubro de 2006