PT1284689E

PT1284689E - Armação intersomática com enxertos unificados

Info

Publication number: PT1284689E
Application number: PT01936592T
Authority: PT
Inventors: Jean Huppert
Original assignee: Ldr Medical
Priority date: 2000-05-18
Filing date: 2001-05-18
Publication date: 2007-10-10
Also published as: EP1284689B1; ATE365519T1; AU2001262468A1; WO2001087194A1; KR100865367B1; US9532882B2; FR2808995B1; US7291170B2; KR20030017973A; FR2808995A1; DE60129129D1; ES2288956T3; US20030195626A1; EP1284689A1; US20140121778A1; DE60129129T2; JP2004500922A; US20080021562A1; JP4938955B2; US8623087B2

Description

A presente invenção diz respeito a uma armação intersomática destinada a ser colocada entre duas vértebras para restituir e/ou manter o espaço intervertebral, em substituição do disco intervertebral. 0 espaço intervertebral, após a colocação da armação ou do implante, é preenchido com osso esponjoso autólogo ou com substitutos ósseos adaptados. A presente invenção diz igualmente respeito a uma instrumentação servindo a colocação da armação intersomática. Finalmente, refere-se também a um par de armações intersomáticas deste tipo. 0 documento WO-A-99/09914 é considerado como sendo o estado da técnica mais próxima. Já se conhecem na prática as anteriores armações intersomáticas, por exemplo, as armações Stryker. Estas armações têm a forma de um paralelepípedo, o fundo e o topo da armação estão completamente abertas, as aberturas do fundo e do topo destinam-se a fazer face as duas vértebras que se desejam manter afastadas uma da outra. Compacta-se em seguida osso esponjoso no interior da armação para obter finalmente uma fusão óssea (ou artrodese) das duas vértebras separadas por um espaço discai conveniente.

No caso da colocação por via posterior, coloca-se em geral no espaço intervertebral duas armações, uma ao lado da outra, afastadas uma da outra, e, por outro lado, compacta-se enxerto 2-11 no interior das duas armações, e por outro lado, o espaço entre ambas é preenchido com osso esponjoso ou substituto ósseo.

Acontece que os três tipos de enxertos independentes (dois no interior das armações e outro entre elas) tenham crescimentos que variam uns em relação aos outros. Nomeadamente, o enxerto colocado entre as armações participa de forma mais rápida na fusão, que os enxertos compactados no interior das armações. Trata-se evidentemente de um inconveniente, sobretudo em relação a estabilidade destes enxertos e das duas vértebras mantidas por estes enxertos, assim como no que diz respeito ao tempo necessário para obter uma boa estabilidade.

Conhecem-se armações intersomáticas igualmente a partir do documento WO/98/55052.

Num primeiro caso, são constituídas por uma parte principal incurvada de grande espessura que cresce do meio até as extremidades. Essas armações são, portanto, de fabrico complicado, devido a esta forma incurvada.

Num segundo caso, são constituídas por uma parte principal direita e partes de retorno prolongando-se cada uma por uma parte de extremidade formando entre elas um pequeno intervalo, inferior a 25% da extensão longitudinal do interior da armação. A presente invenção restringe os inconvenientes mencionados anteriormente ao propor uma armação intersomatica que, 3-11 permitindo, nomeadamente no caso da colocação do implante por via posterior em que duas armações intersomáticas estão dispostas lado a lado separadas entre elas, obter um bom crescimento do enxerto ou enxertos, colocados entre as vértebras, ê igualmente de construção fácil, nomeadamente pelo facto de ter paredes longitudinais direitas, e resistir bem aos esforços de compressão exercida pelas placas vertebrais. Segundo a invenção, a armação intersomática é constituída por um anel, tendo uma parede principal fina que se prolonga em duas partes de retorno, tendo a parede principal fina uma espessura sensivelmente constante e cada parte de retorno prolongando-se por uma parte de extremidade, estando as partes de extremidade face a face e a uma distância uma da outra, deixando entre elas um intervalo livre, a parede, as partes de retorno e as partes de extremidade delimitando uma cavidade interior, a extensão de intervalo livre paralelamente a parede direita sendo de 50% a 100% da maior dimensão da cavidade paralelamente a parede, de preferência 70% a 90%.

Assim, segundo a invenção, a armação intersomática tem de facto apenas três paredes, ou seja, a parede principal direita e as duas partes de retorno prolongadas pelas partes de extremidade, de maneira a que o enxerto que foi compactado no interior de cada armação antes da colocação da mesma (no caso da colocação por via posterior, em que duas armações são utilizadas, estando dispostas lado a lado e afastadas uma da 4-11 outra) e o enxerto que se faz aumentar entre as duas armações são todas as três em contacto mútuo, de maneira a que haja, de facto, um único enxerto que vai então aumentar de maneira homoqénea e permitir assim a obtenção de um contacto placa vertebral-enxerto-placa vertebral ideal, ou seja, muito homoqéneo e muito estável e que ao mesmo tempo tornar a armação mais resistente, apesar de ter apenas uma parede principal direita e um qrande intervalo entre as partes extremas. A requerente da patente, antes de mais ninguém, apercebeu-se que no caso em que há uma parte principal em forma de parede direita, pode-se mesmo assim afastar sensivelmente as partes da extremidade das partes de retorno, uma da outra, sem por isso pôr em perigo a estabilidade e a solidez das armações intersomáticas entre as placas vertebrais. A requerente da patente pensa, e trata-se apenas de uma hipótese que não compromete a requerente, que o facto de o enxerto central e os enxertos compactados nas partes internas das duas armações colocadas tendo a abertura frente a frente, fundem-se bem juntas e ajudam a tornar as duas armações mais resistentes em relação as tracções exercidas pelas placas vertebrais, sendo, portanto, possível alargar o intervalo livre entre as partes de extremidade apesar de a parte principal ser unicamente uma simples parede direita de pouca espessura.

Segundo um modo de realização preferido da invenção, a parede 5-11 principal estreita é uma parede direita.

Segundo um modo de realização vantajoso, as partes de extremidade têm uma espessura igual a espessura da parede estreita principal.

Segundo um modo de realização vantajoso, a parede estreita principal tem uma espessura compreendida entre lmm e 5mm, de preferência entre 2 e 4mm, por exemplo 3mm.

Segundo um modo de realização vantajoso, a parte da extremidade saída da parte de retorno de maicr dimensão, comporta na face da frente, que faz frente a outra parte de extremidade, pelo menos um orifício, de preferência dois orifícios e a outra parte de retorno comporta, na parte exterior ao anel, um orifício roscado, destinando-se esses orifícios a cooperar com os pernos associados a uma instrumentação de colocação, para a colocação do implante, ou da armação intersomática no espaço intervertebral. A presente invenção visa igualmente uma instrumentação servindo a colocação, nomeadamente por via posterior, de uma armação intersomática.

Segundo a presente invenção, a instrumentação para a colocação entre duas vértebras, no espaço discai, de uma armação intersomática inclui uma vara destinada a cooperar com meios de acoplagem associados, formados numa superfície exterior da armação intersomática.

Segundo um aperfeiçoamento da presente invenção, a 6-11 instrumentação inclui, do lado da extremidade distai da vara, um prolongamento em forma de parede rectangular ou ligeiramente incurvada cujas dimensões e o posicionamento são tais que, em posição de cooperação da vara com os meios de acoplagem, a parede tape o intervalo livre entre as duas partes da extremidade. A parede rectangular substitui-se a "parede em falta" da armação durante a colocação, por um lado para manter o enxerto no devido lugar que foi compactado na armação antes da colocação da mesma e, por outro lado, para tornar o conjunto mais rigido para auxiliar a sua colocação no espaço intervertebral.

Por exemplo, os meios de acoplagem são constituídos por um orifício formado na superfície exterior da armação; o orifício apresenta uma dimensão que permite a inserção da vara no seu seio.

Segundo a presente invenção, podem prever-se meios de blocagem, destinados a bloquear a rotação mútua da armação e da instrumentação em posição de cooperação da vara com os meios de acoplagem.

Por exemplo, esses meios de blocagem podem ser constituídos pelo facto de prever uma forma da periferia do orifício sextavado ou com pelo menos uma região plana, e uma extremidade da vara de forma correspondente.

Segundo um aperfeiçoamento da presente invenção, prevêem-se 7-11 igualmente meios de fixação destinados a fixar a vara aos meios de acoplagem. Esses meios de fixação, nomeadamente, removíveis, permitem a inserção da armação com a segurança necessária para esta não sair inadvertidamente da sua cooperação com a vara.

Por exemplo, estes meios de fixação podem ser constituídos por uma rosca interior do orifício e uma rosca exterior associada a extremidade distai da vara. Neste caso, a rosca interior e a rosca exterior formam também os meios de blocagem.

Segundo um aperfeiçoamento da presente invenção, o bordo exterior distai da parede comporta dois pinos que podem penetrar em orifícios colocados na face da parte da extremidade da armação.

Segundo a presente invenção, a parede está deslocada em relação ao eixo da vara principal, nomeadamente com uma distância que corresponde a metade da dimensão da parte de retorno do lado da vara. A presente invenção visa igualmente um par de armações intersomáticas podendo, segundo a presente invenção, as duas armações intersomáticas do par serem nomeadamente simétricas uma em relação a outra, como num espelho.

Descreve-se nos desenhos, dados unicamente a titulo de exemplo, um modo de utilização de uma armação intersomatica segundo a presente invenção assim como uma instrumentação servindo à colocação no espaço intervertebral. Μ*.

Nos desenhos a figura 1 é uma vista em perspectiva de uma armação intersomática, segundo a presente invenção, a figura 2 é uma vista de baixo, da figura 1, a figura 3 é uma vista de lado da armação intersomática da figura 1, a figura 4 representa uma instrumentação servindo a colocação de uma armação intersomática, de acordo com a presente invenção comportando igualmente a armação intersomática da figura 1, a figura 5 é uma vista ampliada de uma parte da figura 4; e

Na figura 1, está representada uma armação 1 intersomática segundo a presente invenção. A armação intersomática comporta uma parede 2 principal da qual partem duas partes 3 e 4 de retorno. As duas partes 3 e 4 de retorno prolongam-se respectivamente por uma primeira parte 5 de extremidade e uma segunda parte 6 de extremidade. As duas partes 5, 6 de extremidade são sensivelmente paralelas a parede 2 principal. A parede 2, as partes 3 e 4 de retorno e as partes 5, 6 das extremidades, delimitam ao prolongarem em pensamento as duas partes de extremidade uma em direcção a outra, uma cavidade 30 interna da armação.

As duas partes 5, 6 de extremidade estão separadas uma da outra, estabelecendo entre elas um intervalo livre. O 9-11 intervalo livre estende-se, seguindo o sentido do comprimento, paralelamente a parede 2 principal, num comprimento igual a 78% do maior comprimento da cavidade 30 interna.

As duas partes 5, 6 de extremidade ficam frente a frente por uma primeira face 7 de extremidade e uma segunda face 8 de extremidade, respectivas. A parede 2 principal tem uma espessura igual a 3m. As partes de extremidade têm uma espessura igual a da parede 2 principal. As duas partes de retorno 3 e 4 são sensivelmente perpendiculares a parede 2 principal. As duas partes 5 e 6 de extremidade estendem-se a partir das partes 3 e 4 de retorno sensivelmente perpendicularmente a estas, paralelamente a parede 2 principal. De maneira a que o anel 1 que forma a armação intersomática tem, num plano de corte transversal (ver figura 2) sensivelmente a forma de um C com as costas direitas.

Os bordos superior 9 e inferior 10 do anel que formam a armação intersomática têm uma forma dentada 11. Esses recortes em forma de dentes, ou ressaltos, asseguram uma boa ancoragem da armação nas placas vertebrais.

Na face 8, em relação a parte 5 de extremidade, são feitos dois orifícios 12. Do lado exterior da parte 4 de retorno, é feito um orifício 13 roscado. Esses orifícios 12 e 13 destinam-se a cooperar com os pernos respectivos de um instrumento 14 para a colocação de uma armação intersomática desse tipo entre duas vértebras, nomeadamente por via 10-11 posterior. Esta instrumentação 14 está representada nomeadamente nas figuras 4 a 6.

Inclui uma vara 15 oca que é prolongada na sua extremidade 16 por uma peça 17 em forma de cunha comportando uma superfície 18 perpendicular ao eixo da vara 15 e uma parede 19 que faz um ângulo de cerca de 75° em relação a superfície 18. A parede 19 tem uma forma rectangular. 0 ângulo entre a parede 19 e a superfície 18 depende da extensão em comprimento do intervalo livre. Foi calculado para que a parede 19 vede completamente a abertura entre as duas partes 5, 6 de extremidade.

No lado de corte oposto a vara 15, a placa ou parede 19 comporta dois pernos destinados a cooperar com os orifícios feitos na face 8 da armação intersomática 1. Para além disto, a instrumentação 14 comporta uma vara roscada (não visível nas figuras) destinada a cooperar com o orifício roscado feito na parte exterior da parte 4 de retorno da armação intersomática. Esta vara roscada estende-se no interior da vara 15 e vai até a extremidade dessa vara 15, a nível da superfície 18, por um orifício que é feito aí. A vara roscada é aparafusada e desaparafusada pelo utilizador a nível do punho de manobra 22. 0 facto da vara ser aparafusada assegura por um lado a blocagem em rotação da vara e da armação e por outro lado a fixação da vara a armação. 0 comprimento da placa 19 corresponde sensivelmente a da parede 2 principal, de maneira a que quando a vara roscada e 11-11 aparafusada dentro do orifício 13 roscado, os pernos (não visíveis nas figuras) penetrem nos orifícios 12. Poderemos assim introduzir a armação intersomática entre duas vértebras e depois retirar a instrumentação. As duas faces 7 e 8 em relação as partes 5 e 6 de extremidade estão deslocadas uma em relação a outra numa dimensão correspondente a espessura da placa 19. A parede 19 substitui-se a "parede em falta" da armação durante a colocação, por um lado, para manter no lugar o enxerto gue foi compactado na armação antes da colocação da mesma e, por outro, para tornar o conjunto mais rígido para ajudar a sua colocação no espaço intervertebral.

Finalmente, a armação pode ter, na direcção longitudinal, uma forma chanfrada (ver figura 3) . Esta forma chanfrada permite restituir a lordose.

Lisboa,27 de Setembro de 2007

Claims

t. Armação intersomática (1) constituída por um anel, tendo uma parede (2) principal estreita que se prolonga por duas partes (3,4) de retorno, sendo que a parede principal fina é direita e apresenta uma espessura sensivelmente constante, e sendo que cada parte (3,4) de retorno se encontra sensivelmente perpendicular a parede (2) principal, caracterizada por cada parte (3,4) ser prolongada por uma parte (5 e 6) de extremidade, estando as partes (5,6) de extremidade cada uma sensivelmente perpendicular a uma das partes (3,4) de retorno e frente a frente com uma determinada distância uma da outra, deixando entre si um intervalo livre no eixo longitudinal da armação, sendo que a parede (2), as partes (3,4) de retorno e as partes (5,6) da extremidade, delimitam uma cavidade (30) interior e que a extensão do intervalo livre paralelamente a parede (2) é de 50% a 100% da dimensão maior da cavidade (30) paralelamente a parede (2) . 2* Armação intersomática segundo a reivindicação 1 caracterizada por o intervalo livre paralelamente a parede (2) estar compreendida de preferência entre 708 e 90% da dimensão maior da cavidade (30) paralelamente a parede (2) . .& Armação intersomática segundo a reivindicação 1 ou 2, 2-4 caracterizada por possuir, na sua direcção longitudinal, uma forma chanfrada permitindo restaurar uma lordose.
4. Armação intersomática segundo uma das reivindicações 1 a 3 caracterizada por as duas partes de retorno (3,4) serem simétricas em relação ao plano mediano da armação.
5. Armação segundo uma das reivindicações 1 a 4, caracterizada por a parede direita (2) ter uma espessura compreendida entre lmm e 5mm, de preferência entre 2 a 4mm, por exemplo 3mm.
6. Armação intersomática segundo uma das reivindicações precedentes caracterizada por uma das partes de retorno comportar na sua parte exterior ao anel, meios (13) de acoplagem destinados a cooperar com a instrumentação de colocação, na colocação do implante ou da armação intersomática no espaço intervertebral.
7. Armação intersomática segundo uma das reivindicações precedentes e instrumentação de colocação dessa armadura intersomática no espaço discai entre duas vértebras, comportando uma vara destinada a cooperar com os meios (13) de acoplagem associados formados numa superfície exterior da armação intersomática, a instrumentação comportando, do lado da extremidade distai da vara, um prolongamento em forma de parede (19) de obturação rectangular ou ligeiramente curva, inclinada em relação à vara para que em posição de cooperação da vara com os 3-4 meios (13) de acoplagem, a parede (19) veda o intervalo livre entre as duas partes de extremidade.
8. Armação intersomática e instrumentação segundo a reivindicação 7, caracterizada por a parede (19) de obturação estar deslocada em relação ao eixo da vara (21), nomeadamente a uma distância correspondente a metade da dimensão da parte (3) de retorno.
9. Armação intersomática e instrumentação segundo uma das reivindicações 6 a 8, caracterizada por estarem previstos meios de blocagem, destinados a bloquearem a rotação mútua da armação e da instrumentação quando a vara (21) coopera com os meios (13) de acoplagem.
10. Armação intersomática e instrumentação segundo uma das reivindicações 6 a 9, caracterizada por estarem previstos meios de fixação, destinados a fixar a vara aos meios (13) de acoplagem quando a vara (21) coopera com os meios de acoplagem.
11. Armação intersomática e instrumentação segundo uma das reivindicações 6 a 10, caracterizada por os meios (13) de acoplagem serem constituídos por um orifício de dimensão que permita a vara de penetrar, nomeadamente segundo um ajuste apertado.
12. Armação intersomática e instrumentação segundo reivindicação 11 caracterizada por os meios de blocagem serem constituídos por uma forma da periferia do 4-4 orifício com pelo menos uma região plana, por exemplo, uma forma sextavada, e por uma forma correspondente da extremidade da vara.
13. Armação intersomática e instrumentação segundo uma das reivindicações 9 a 12, caracterizada por os meios de fixação e/ou os meios de blocagem serem constituídos por um orifício (13) com rosca interior e uma extremidade com rosca exterior associada da vara (21).
14. Armação intersomática e instrumentação segundo uma das reivindicações 6 a 13, caracterizada por o bordo exterior distai da parede (19) comportar dois pernos (20) pcdendo penetrar em orifícios (12) geridos na face (8) da parte (5) de extremidade. Lisboa, 27 de Setembro de 2007