BRPI1011136B1

BRPI1011136B1 - vidraça laminada para a visualização de informações do tipo para-brisas para automóvel ou vidraça para construção, processo de fabricação de uma vidraça laminada e dispositivo de visualização de uma imagem sobre uma vidraça transparente

Info

Publication number: BRPI1011136B1
Application number: BRPI1011136A
Authority: BR
Inventors: Sablayrolles Jean; Breniaux Marie-Hélène; Labrot Michael
Original assignee: Saint Gobain; Sekisui Chemical Co Ltd
Priority date: 2009-06-03
Filing date: 2010-06-01
Publication date: 2019-10-22
Also published as: ES2412083T3; EA201171298A1; EA019874B1; BRPI1011136A2; CN102458835A; CN102458835B; PL2437937T3; FR2946336A1; FR2946336B1; JP2012528778A; US20120068083A1; KR20120028902A; MX2011012886A; US8487277B2; WO2010139889A1; KR101766312B1; EP2437937B1; EP2437937A1; PT2437937E; JP5587992B2

Abstract

vidraça laminada para a visualização de informações do tipo para-brisas para automóvel ou vidraça para construção, processo de fabricação de uma vidraça laminada e dispositivo de visualização de uma imagem sobre uma vidraça transparente a presente invenção se refere à uma vidraça laminada para a visualização de informações do tipo para-brisas para automóvel ou vidraça para construção, compreendendo uma montagem pelo menos de duas lâminas transparentes de vidro inorgânico ou de uma matéria orgânica resistente, ligadas entre si por um intercalar de um material termoconformável ou lâminas multicamadas que incorporam tal intercalar, a referida vidraça sendo caracterizada pelo fato de que um material luminóforo do tipo hidroxitereftalato é integrado no referido intercalar, permitindo a referida visualização. a invenção se refere, além disso, a um dispositivo de visualização de uma imagem sobre uma vidraça transparente, compreendendo uma vidraça laminada do tipo precedente e uma fonte geradora de radiação uv concentrada do tipo laser cuja radiação é compreendida entre 350 e 410 nm, a radiação uv sendo dirigida para as zonas da vidraça que compreendem a camada luminóforo do tipo tereftalato.

Description

Relatório Descritivo da Patente de Invenção para “VIDRAÇA LAMINADA PARA A VISUALIZAÇÃO DE INFORMAÇÕES DO TIPO PARA-BRISAS PARA AUTOMÓVEL OU VIDRAÇA PARA CONSTRUÇÃO, PROCESSO DE FABRICAÇÃO DE UMA VIDRAÇA LAMINADA E DISPOSITIVO DE VISUALIZAÇÃO DE UMA IMAGEM SOBRE UMA VIDRAÇA TRANSPARENTE”.

[0001] A presente invenção se refere ao domínio dos sistemas de visualização projetados sobre telas do tipo transparente, em particular os para-brisas automotivos ou as vidraças para construção.

[0002] Muito particularmente, mesmo que ela se limite a ele, a presente invenção se refere ao domínio dos sistemas de visualização ditos cabeça alta, chamados HUD ou Head Up Display na técnica. Tais sistemas são notadamente úteis nas cabines do piloto de avião, em trens mas igualmente hoje em dia nos veículos automotivos particulares (automóveis, caminhões, etc.).

[0003] Em tais sistemas, a vidraça em geral é constituída de uma estrutura em sanduíche, compreendendo a mais simplesmente possível duas lâminas de material resistente como lâminas de vidro. As lâminas de material resistente são ligadas entre si por uma lâmina intercalar termoconformável que compreende ou é constituída frequentemente pelo polivinilbutiral (PVB).

[0004] Tais sistemas de visualização cabeça alta, que permitem apresentar informações projetadas sobre uma vidraça que é reflete para o motorista ou observador já são conhecidos. Estes sistemas permitem notadamente informar ao motorista do veículo sem que este afaste seu olhar do campo de visão na frente do veículo, o que permite aumentar amplamente a segurança. O motorista percebe uma imagem virtual que se situa a uma certa distância atrás do para-brisas.

[0005] Da maneira mais clássica, obtém-se tal imagem projetando uma informação sobre um para-brisas que tem uma estrutura laminada,

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2/16 ou seja, formado de duas lâminas de vidro e de um intercalar plástico. Entretanto o motorista observa então uma imagem dupla: uma primeira imagem refletida pela superfície do para-brisas orientada para o interior da cabina e uma segunda imagem por reflexão da superfície externa do para-brisas, estas duas imagens sendo ligeiramente deslocadas uma em relação à outra. Este deslocamento pode perturbar a visão da informação. Para remediar este problema, pode-se citar a solução proposta na patente US 5.013.134, na qual é descrito um sistema de visualização cabeça alta que utiliza um para-brisas laminado formado de duas lâminas de vidro e do intercalar polivinilbutiral (PVB) cujas duas faces externas não são paralelas mas em forma de cunha, de modo que a imagem projetada por uma fonte de exibição e refletida pela face do para-brisas orientada para a cabine do piloto esteja praticamente sobreposta à mesma imagem que provém da mesma fonte refletida pela face do para-brisas orientada para o exterior. Para suprimir a imagem dupla, realiza-se classicamente uma vidraça laminada na forma de cunha utilizando uma folha intercalar cuja espessura diminui da borda superior da vidraça para a borda inferior. No entanto, é necessário que o perfil do PVB seja bastante regular e não apresente variações de espessura, pois estas são transmitidas durante a montagem no parabrisas e conduzem à variações locais de ângulo.

[0006] Alternativamente, propõe-se na patente US 6,979,499 B2 que envie um feixe incidente, de comprimento de onda apropriado, sobre luminóforos diretamente integrados na vidraça, susceptíveis de responder à excitação pela emissão de uma radiação luminosa no domínio da luz visível. Desta maneira, uma imagem real e não mais virtual é formada diretamente sobre o para-brisas. Esta imagem é, além disso, visível por todos os passageiros do veículo. A patente US 6,979,499 B2 descreve em particular uma vidraça laminada com uma lâmina intercalar do tipo polivinilbutiral (PVB) cujas duas faces externas

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3/16 são paralelas e na qual uma camada de luminóforos adicional é incorporada. Os luminóforos são escolhidos em função do comprimento de onda da radiação de excitação incidente. Este comprimento de onda pode ser no domínio do ultravioleta ou do IR. Os luminóforos, sob esta radiação incidente, reemitem uma radiação no domínio do visível. Falase então de down conversion quando a radiação incidente é o UV e de up conversion quando a radiação incidente é IR. Tal construção permite de acordo com este documento restituir diretamente sobre o para-brisas ou a vidraça uma imagem de qualquer objeto. De acordo com esta divulgação, materiais luminóforos são depositados sobre o conjunto de uma superfície principal de uma das lâminas que constituem a vidraça laminada (PVB ou vidro) sob forma de camada contínua que compreende vários tipos luminóforos. A imagem procurada é obtida pela excitação seletiva de uma área determinada da camada de luminóforo. A localização da imagem e sua forma são obtidas através de uma fonte de excitação pilotada e modulada por meios externos.

[0007] No entanto, as experiências efetuadas pelo requerente mostraram que tais dispositivos HUD, incorporando luminóforos na vidraça montada, caracterizam-se por uma luminância muito baixa sob uma fonte de excitação UV convencionalmente não focalizada. Além disso, a concentração dos luminóforos é limitada pelo valor de nebulosidade do para-brisas que não deve ser muito elevado para não obstruir a visão do motorista.

[0008] Em particular, parece que a intensidade luminosa obtida com tais dispositivos continua ainda muito insuficiente quando a luminosidade externa é forte, e de uma maneira geral em visão diurna, pois ela não ultrapassa cerca de dezenas de candelas. Tipicamente, mediu-se em um sistema do tipo “HUD” clássico, ou seja, funcionamento de acordo com os princípios da reflexão, que uma radiação monocromática era visível de um observador, por exemplo, no nível da

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4/16 zona de visão do motorista de um veículo, se a luminância fosse da ordem de várias centena de cd/m2, notadamente superior a 500 cd/m2, ou mesmo 1000 cd/m2, em condições normais de iluminação externa, de dia, do para-brisas.

[0009] Para obter tal luminância, é possível utilizar fontes excitatrizes que geram uma luz UV concentrada e dirigida, emitida por fontes mais específicas do tipo diodo laser. Por concentrado, entendese na acepção da presente descrição que a potência superficial, no nível da vidraça, do feixe proveniente da fonte geradora é superior a 120 mW.cm2 e de preferência compreendida entre 200 mW.cm2 e 20.000 mW.cm2, ou mesmo compreendida entre 500 mW.cm2 e 10.000 mW.cm2. No entanto, a utilização de tais fontes pode ser considerada não mais do potências que permanecem alcançando um limite, a fim de evitar os problemas ligados aos perigos do feixe, notadamente fora do veículo. Em particular, trabalhando com um comprimento de onda inferior a 410 nm, pode-se evitar a passagem da maior parte da radiação laser para o exterior pois nestes comprimentos de onda o PVB absorve fortemente a radiação UV.

[00010] Outro problema primordial ligado à utilização das fontes concentradas de luz tipo laser se encontra na escolha do luminóforo utilizado: este deve apresentar um rendimento de conversão da radiação incidente elevado mas não deve se degradar sob a radiação UV externa nem sobretudo sob a radiação UV concentrado incidente notadamente do tipo laser, a fim de assegurar à função de visualização uma duração de vida conveniente.

[00011] Em tal vidraça que permite a visualização de informações diretamente em sua superfície, a escolha do luminóforo torna-se assim primordial e é necessariamente um compromisso entre diferentes características e propriedades ligadas a uma tal utilização entre as quais:

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- uma forte luminância assegurada por um bom rendimento quantum sob a excitação UV incidente,

- uma transparência tal que a nebulosidade (“haze”) não seja superior a 2% e a transmissão luminosa superior a 70%,

- uma compatibilidade química com a lâmina termoplástica que compõe da vidraça,

- uma coloração neutra, notadamente quando está presente em forte concentração na vidraça, como por exemplo, medida pelo teste dito “Yellowness Index” de acordo com a norma DIN 6167,

- uma durabilidade máxima aos testes de envelhecimento às radiações UV solares incidentes, tais como notadamente medidos pelo teste Arizona ® no domínio,

- uma durabilidade máxima aos testes envelhecimento à radiação UV concentrado incidente, notadamente laser, tais como notadamente foi medido pelo tempo observado antes que a luminância inicial, medida em cd/m², seja reduzida a metade.

[00012] Mais precisamente, a presente invenção se refere a uma vidraça laminada para a visualização de informações do tipo para-brisas para automóvel ou vidraça para construção, compreendendo uma montagem pelo menos de duas lâminas transparentes de vidro inorgânico ou de uma matéria orgânica resistente, ligadas entre si por um intercalar de um material termoconformável ou lâminas multicamadas que incorporam tal intercalar, a referida vidraça sendo caracterizada pelo fato de que um material luminóforo do tipo hidroxitereftalato é integrado no referido intercalar, permitindo a referida visualização.

[00013] Entende-se por hidroxitereftalato um diéster derivado do ácido tereftálico que responde à fórmula geral:

R-OOC-0(OH)x-COOR,

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na qual

- Φ designa um núcleo benzeno substituído pelo menos por um grupamento hidroxi OH,

- R é uma cadeia hidrocarboneto que compreende de 1 a 10 átomos, de preferência de 1 a 5 átomos de carbono, em particular de 1 ou 2 átomos de carbono, e

- x é igual a 1 ou 2.

[00014] De preferência, o grupamento hidroxi está posição 2 e/ou posição 5 sobre o ciclo aromático. Em particular, o referido luminóforo pode ser um dialquil 2-5 di-hidroxitereftalato de acordo com a fórmula desenvolvida:

[00015] Por exemplo, o referido luminóforo pode ser o dietil-2,5-dihidroxitereftalato (HO)2C6H2(CO2CH2CH2)2, cujo comprimento de onda de emissão é próximo de 450 nm:

[00016] Tipicamente na vidraça luminóforo do tipo tereftalato é de acordo com a invenção, o solvatado no referido material

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7/16 termoplástico.

[00017] Por exemplo o material termoconformável que constitui o referido intercalar é escolhido no grupo dos PVB, PVC plastificados, poliuretano PU ou etilenos vinila acetato EVA.

[00018] De preferência, o material termoconformável é o PVB.

[00019] De acordo com um modo de realização possível, as lâminas transparentes são ligadas entre si por uma lâmina multicamada que integra um intercalar PVB, por exemplo, uma lâmina que compreende uma sucessão de camadas PVB/PET/PVB, no qual PET é o polietileno tereftalato.

[00020] A invenção se refere, além disso, a um processo de fabricação de uma vidraça laminada de acordo com uma das realizações precedentes, na qual se deposita a camada fina sobre a lâmina termoplástica do tipo PVB por uma técnica escolhida entre as técnicas de serigrafia, as técnicas do tipo jato de tinta ou ainda as técnicas do tipo offset, flexogravura ou ainda heliogravura, sob forma de solução de um álcool com um ligante do tipo PVB, e depois efetua-se a laminação da vidraça sob autoclave.

[00021] A invenção se refere por último a um dispositivo de visualização de uma imagem sobre uma vidraça transparente, compreendendo uma vidraça laminada de acordo com uma das realizações precedentes e uma fonte geradora de radiação UV concentrada do tipo laser cuja radiação é compreendida entre 350 e 410 nm, a radiação UV sendo dirigida para a ou as zonas da vidraça, o luminóforo do tipo tereftalato.

[00022] No dispositivo de visualização, a fonte geradora de radiação UV compreende tipicamente pelo menos um diodo laser que emite uma radiação de excitação UV cujo comprimento de onda é inferior a 410 nm e de preferência é compreendido entre 350 e 405 nm.

[00023] Por exemplo, a potência superficial do feixe proveniente da

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8/16 fonte geradora é superior a 120 mW.cm² e de preferência compreendida entre 200 mW.cm² e 20.000 mW.cm², ou mesmo compreendida entre 500 mW.cm² e 10.000 m W. cm2.

[00024] De preferência, o dispositivo de visualização compreende, além dos meios de modulação da potência, a fonte geradora de radiação UV notadamente a fim de adaptar a luminância às condições de iluminação externa da vidraça, por exemplo, em função das condições de insolação da vidraça.

[00025] Por exemplo os meios de modulações podem definir pelo menos uma potência conveniente para uma utilização de dia e pelo menos uma potência, inferior à precedente e que convém para uma utilização a noite.

[00026] A invenção e as suas vantagens serão melhor compreendidas à leitura do modo de realização da invenção que segue, em relação com a única figura anexa.

[00027] A figura em anexo permite ilustrar a invenção e suas vantagens:

[00028] Nesta figura, esquematizou-se um para-brisas e um dispositivo de acordo com a invenção:

[00029] O para-brisas 1 se compõe de duas lâminas 2 e 9 tipicamente de vidro mas que poderiam igualmente ser constituídas de lâminas de material plástico resistente do tipo policarbonato. Entre as duas lâminas, está presente uma lâmina intercalar plástico 3 como o PVB (polivinilbutiral), PVC plastificado, PU ou EVA ou ainda uma lâmina termoplástica multicamada que incorpora, por exemplo, o PET (de polietileno tereftalato), cuja sucessão das camadas é, por exemplo, PVB/PET/PVB.

[00030] Sobre pelo menos uma parte da face interna da lâmina termoplástica intercalar 3 foram depositadas antes da laminação, ou seja, antes da montagem das diferentes lâminas, das partículas de

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9/16 luminóforo orgânico do tipo tereftalato de acordo com a invenção. [00031] As partículas de luminóforo apresentam uma distribuição de dimensão majoritariamente compreendida entre 1 e 100 mícrons. Por majoritariamente entende-se que mais de 90% das partículas que compõem o pó comercial têm um diâmetro compreendido entre 1 e 100 mícrons. De maneira preferida, as partículas de luminóforo do tipo tereftalato sofrem um tratamento prévio que favorecem sua impregnação na lâmina termoplástica de PVB. Mais precisamente, as partículas são revestidas previamente em um ligante à base de PVB. [00032] Uma fonte laser 4 que emite uma radiação luminosa de excitação é utilizada para enviar uma radiação concentrada incidente 7 de comprimento de onda próximo de 400 nm. O luminóforo do tipo tereftalato 10, solvatado sob forma molecular na lâmina termoplástica intercalar 3, apresenta um forte coeficiente de absorção da radiação incidente. Ele reemite em seguida uma radiação no domínio visível, ou seja, uma radiação próxima de 450 nm com um rendimento superior a 80%.

[00033] A radiação visível emitida pelo luminóforo é então diretamente perceptível pelo olho 5 do motorista, que visualiza assim o objeto sobre o para-brisas sem ter que irar os olhos da estrada. Desta maneira, uma imagem pode ser materializada diretamente sobre um para-brisas laminado sem precisar adaptar a estrutura deste, por exemplo, a espessura da lâmina intercalar, o que permite uma fabricação econômica dos sistemas HUD.

[00034] A fonte utilizada para gerar a radiação concentrada é, por exemplo, uma fonte UV do tipo fonte UV laser. Ela é, por exemplo, mas não limitativamente, do tipo laser sólido, diodo laser com semicondutores, lasers a gás, lasers com corante, laser com excímero. De modo geral qualquer fonte conhecida que gera um fluxo concentrado e dirigido, na acepção da presente invenção, de uma radiação UV pode

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10/16 ser utilizada como fonte de excitação de acordo com a invenção. [00035] De acordo com um modo possível de realização, é possível utilizar um projetor DLP para modular a onda excitatriz de acordo com o modo descrito no pedido US 2005/231652, parágrafo [0021]. É igualmente possível, de acordo com a invenção, utilizar como fonte de excitação UV um dispositivo tal como descrito no pedido

US2004/0232826, notadamente como descrito em conexão com a figura 3.

[00036] O depósito luminóforo sobre o folheto PVB pode ser realizado, por exemplo, por técnicas de serigrafia, técnicas do tipo jato de tinta ou ainda técnicas do tipo offset, flexogravura ou heliogravura.

[00037] De preferência, o depósito por uma das técnicas precedentes é efetuado por dissolução ou dispersão das partículas de luminóforos em pelo menos uma matriz que é escolhida para facilitar a incorporação e a dissolução muito rápida do luminóforo na lâmina termoplástica, notadamente durante a passagem em autoclave que permite a montagem da vidraça laminada. Ligantes à base de PVB ou de outros materiais plásticos do tipo PMMA se mostraram particularmente eficientes para tal função.

[00038] De acordo com uma das características essenciais da invenção, parece que luminóforos 10 da família tereftalato podiam assim ser incorporados na lâmina plástica PVB de maneira suficientemente íntima de modo que sua presença não possa mais ser detectada pelas técnicas clássicas de microscopia luminosa. Sem que isso possa ser interpretado como uma teoria qualquer, uma explicação possível seria que as moléculas tereftalato são inteiramente solvatadas na lâmina PVB após passagem em autoclave, ou seja que reencontram-se ao finais sob a forma de partículas individualizadas no material plástico.

[00039] Certamente em função deste fenômeno, foi encontrado pelo requerente que no quadro de uma aplicação de visualização de uma

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11/16 imagem através de uma vidraça transparente, a utilização de luminóforos do tipo tereftalato permite responder eficazmente aos seguintes imperativos, necessários a tal aplicação:

a) uma clareza da imagem aceitável,

b) uma intensidade de luminescência suficiente de modo que seja perceptível pelo motorista,

c) uma nebulosidade, gerada pela aposição da camada sobre o para-brisas, medida de acordo com a norma Ansi Z26.1 1996, inferior a 2% até mesmo inferior 1%,

d) uma transmissão luminosa superior a 70% e de preferência superior a 75%.

[00040] Além disso, como ilustrado pelos exemplos abaixo, os luminóforos do tipo tereftalato mostraram propriedades de durabilidade à radiação UV solar incidente e à radiação UV de excitação, notadamente laser, muito superiores aos outros luminóforos orgânicos ou inorgânicos.

[00041] O modo de realização que precede obviamente não é de nenhuma maneira limitativo da presente invenção, sob nenhum dos aspectos previamente descritos.

Exemplos:

[00042] Os exemplos que seguem permitem ilustrar um exemplo de realização de um para-brisas laminado de acordo com a presente invenção e as suas vantagens:

[00043] Primeiramente sintetizou-se um para-brisas laminado de acordo com a presente invenção, compreendendo a sucessão de duas lâminas de vidro ligadas por uma lâmina intercalar de PVB de espessura 760 mícrons. A montagem é realizada de acordo com as técnicas bem conhecida da arte.

[00044] Previamente à laminação, de acordo com um quadrado de vidro de dimensões de cerca de 10 x 10 cm², uma camada de luminóforo

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12/16 é depositada. O luminóforo é escolhido entre diferentes pós de luminóforos bem conhecidos para absorção elevada no domínio do UV, tal como reportado na tabela 1 que segue. O luminóforo é incorporado na vidraça por uma técnica de serigrafia clássica. O luminóforo é depositado sobre a face da lâmina de vidro interna 2, sobre a face voltada para a lâmina PVB antes da etapa de montagem (ver figura). Sem sair do quadro da invenção, o luminóforo pode igualmente ser depositado sobre a face interna do PVB.

[00045] Mais precisamente, realiza-se previamente uma diluição do luminóforo em um ligante de tipo PVB. A diluição é ajustada para a obtenção final de uma concentração em luminóforo de 1% em massa de pigmento em relação à massa de ligante. Geralmente, o ligante contém um diluidor à base de etanol ou outros solventes a fim de otimizar a viscosidade para a deposição por serigrafia. Os ensaios efetuados pela requerente mostraram que era possível trabalhar com concentrações que vão de 0,1% a 10% em massa de pigmento em um diluidor, concentrações de 0,5 a 5% dando, além disso, os melhores compromissos entre a resultante da nebulosidade obtida e a luminância observada.

[00046] As misturas são em seguida serigrafias, de acordo com as técnicas clássicas, sobre a lâmina de vidro. A espessura da camada inicial depositada por serigrafia, incorporando o luminóforo na mistura PVB/etanol, é de cerca de 10 a 40 mícrons.

[00047] Deixa-se em seguida o solvente se evaporar e depois laminação é realizada entre as duas lâminas de vidro e a lâmina PVB de acordo com as técnicas em autoclave clássicas no domínio. Obtémse assim um para-brisas tal como descrito na figura.

[00048] Sobre as diferentes vidraças obtidas, mediu-se os parâmetros característicos da aplicação descritos previamente de acordo com os protocolos seguintes:

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13/16 [00049] A nebulosidade foi medida de acordo com a norma automóvel Ansi Z26.1 (1996).

[00050] A resistência ao calor da vidraça foi realizada em conformidade com o teste descrito na norma européia ECE R43 A3/5.

[00051] A durabilidade às radiações UV solares incidentes foi medida pelo teste Arizona® que consiste em expor a vidraça à uma radiação emitida por uma lâmpada ao arco ao xenônio para simular a radiação solar de acordo com a norma ISO 4892 (parte 2) a uma temperatura de 90oC. Tal exposição permite um envelhecimento acelerado do luminóforo. A medida do tempo necessário para que a luminância inicial seja reduzida a metade permite estimar e comparar direta e simplesmente as propriedades de durabilidade de diferentes luminóforos testados sob a radiação solar.

[00052] A coloração da vidraça foi medida pelo teste dito “Yellowness Index” de acordo com a norma DIN 6167, após 400 horas de exposição da vidraça ao teste o Arizona previamente descrito.

[00053] A durabilidade à uma radiação laser UV de excitação foi medida de acordo com o seguinte método:

[00054] Dirigiu-se um feixe laser de intensidade de potência 200 mW e de comprimento de onda igual a 405 nm diretamente sobre a parte da vidraça que compreende a camada de luminóforo, sobre uma superfície de cerca de 2 m2. Uma luminância-metro é dirigida para o foco de luz emitido e mede-se continuamente a luminância em cd/m2.

[00055] Mede-se assim:

- a luminância monocromática inicial da radiação de emissão, uma luminância monocromática da ordem de várias centenas de cd/m² sendo julgada suficiente de modo que o foco seja perfeitamente visível pelo motorista que olha a estrada em condições normais de insolação, como descrito previamente,

- o comprimento de onda máximo da radiação emitida e

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14/16 a cor observada pelo motorista do veículo, por exemplo,

- o tempo necessário de modo que a luminância inicial seja reduzida pela metade, este valor caracterizando de acordo com a invenção a durabilidade do luminóforo sob a radiação concentrada incidente.

[00056] A iluminação contínua de um foco pequeno e imóvel conduz à uma degradação rápida do luminóforo e consequentemente uma diminuição rápida de sua luminância. Este método severo permite obter um envelhecimento acelerado do luminóforo, conservando ao mesmo tempo o comprimento de onda do feixe excitador final, mas é muito afastado das condições normais de utilização, pelas quais a duração de vida do luminóforo será obviamente muito mais longa.

[00057] O objetivo de tal envelhecimento acelerado é assim obter uma discriminação rápida dos luminóforos na aplicação procurada.

[00058] O conjunto dos resultados observados é reportado na tabela 1:

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Natureza do luminóforo	BAM (mineral)*	Lum 1 (Red):** Eu(TPBDTFA)3Fen	Lum 2: β-quinoftalona	Lum 3: Naftalimida	Lum 4: Dietil (2-5 di-hidroxi tereftalato)
Índice de amarelecimento (DIN 6167) após 400h		amarelecimento	Nenhum amarelecimento	amarelecimento	Nenhum amarelecimento
Resistência ao calor (ECE R43 A3/5)		Não de acordo (amarelecimento)	de acordo	de acordo	de acordo
Nebulosidade (haze) (%) (Ansi Z26.1 (1996))	> 5	0,80	0,47	0,70	0,79
Durabilidade sob radiação UV (Arizona)	-	15 horas	27 horas	1600 horas	1600 horas
λ máximo de emissão (nm) sob feixe laser (405 nm, 200 mW)	450 nm	620 nm	520 nm	430 nm	450 nm
Cor percebida	azul	vermelho	verde	Azul-violeta	Azul
Luminância inicial sob feixe laser (405 nm, 200 mW)	< 30 Cd/m²	< 500 Cd/m²	> 500 Cd/m²	-1800 Cd/m²	-4700 Cd/m²
Durabilidade sob excitação laser (405 nm, 200 mW)	-	1,5 horas	15 minutos	21 horas	49 horas

BAM: BaMgAlioOi7: Eu²⁺

Eu(TPBDTFA) 3Fen:

TPBDTFA = 1-(4'-5-(4-terc-butilfenil)-1,3,4-oxadiazol-2- il) bifenil-4-il)-4,4,4-trifluorobutano-1,3-diona fen = (1,1015/16 fenantrolina) *** 4,5-dimetiloxi-N- (2etil-hexil) naftalimida

Tabela 1

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16/16 [00059] Os resultados relatados na tabela 1 mostram que luminóforos inorgânicos não permitem obter substratos suficientemente transparentes para a aplicação, a nebulosidade sendo superior a 5% para todos os ensaios efetuados, enquanto que a luminância é muito inferior à observada para luminóforos orgânicos.

[00060] Dentre luminóforos orgânicos, vê-se que luminóforos convencionalmente conhecidos para sua forte luminescência sob excitação UV apresentam durabilidades extremamente baixa sob um feixe de excitação concentrado do tipo Laser ou mais radicalmente sob condições de insolação clássicas. O luminóforo de acordo com a invenção, do tipo hidroxitereftalato, apresenta as melhores propriedades de durabilidade, permitindo considerar aplicações do tipo HUD, sob um feixe incidente concentrado, notadamente laser.

Claims

REIVINDICAÇÕES

1. Vidraça laminada, caracterizado pelo fato de que compreende:

pelo menos duas lâminas transparentes de vidro inorgânico ou de uma matéria orgânica resistente, e uma intercamada de um material termoconformável, ou uma lâmina multicamada compreendendo uma intercamadade um material termoconformável, em que a intercamada ou a lâmina se liga às lâminas transparentes, e a intercamada compreende um luminóforo do tipo hidroxitereftalato.
2. Vidraça laminada de acordo com a reivindicação 1, caracterizada pelo fato de que o luminóforo é um hidroxialquiltereftalato, de fórmula:

o

o em que R é uma cadeia de hidrocarboneto que compreende de 1 a 10 átomos de carbono, e x 1 ou 2.
3. Vidraça laminada de acordo com a reivindicação 1 ou 2, caracterizada pelo fato de que o luminóforo compreende um grupamento hidroxi em uma posição 2, uma posição 5 ou ambas posições 2 e 5 em um anel benzênico.
4. Vidraça laminada de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 3, caracterizada pelo fato de que o luminóforo é um dialquil 2-5 di-hidroxitereftalato de fórmula:

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2/4 ο

ΗΟ ₅ Λ. R /°\ ΧΧ-.

ρ: [] ⁰¹¹ ο

em que R é uma cadeia de hidrocarboneto que compreende de 1 a 10 átomos de carbono.
5. Vidraça laminada de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 4, caracterizada pelo fato de que o luminóforo é dietil-

2,5-di-hidroxitereftalato.
6. Vidraça laminada de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 5, caracterizada pelo fato de que o luminóforo é solvatado no material termoplástico.
7. Vidraça laminada de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 6, caracterizada pelo fato de que o material termoconformável é selecionado do grupo consistindo em polivinil butiral (PVB), PVC plastificado, poliuretano (PU) ou etileno vinil acetato (EVA).
8. Vidraça laminada de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 7, caracterizada pelo fato de que o material termoconformável é o PVB.
9. Vidraça laminada de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 8, caracterizada pelo fato de que compreende uma lâmina multicamada compreendendo uma intercamada PVB.
10. Vidraça laminada de acordo com a reivindicação 9, caracterizada pelo fato de que a lâmina multicamada compreende uma sucessão de camadas PVB/PET/PVB, na qual PET é o polietileno tereftalato.
11. Processo de fabricação da vidraça laminada como definida em qualquer uma das reivindicações 1 a 10, caracterizado pelo

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3/4 fato de que compreende:

depositar uma solução de um álcool com um ligante do PVB sobre a intercamada ou a lâmina através técnicas de serigrafia, impressão a jato de tinta, impressão tipo offset, impressão flexogravura ou impressão fotogravura, e depois laminar a vidraça em uma autoclave.
12. Dispositivo de visualização de uma imagem sobre uma vidraça transparente, caracterizado pelo fato de que compreende:

a vidraça laminada como definida em qualquer uma das reivindicações 1 a 10 e uma fonte adaptada para gerar radiação UV concentrada do tipo laser, em que um comprimento de onda da radiação é de 350 a 410 nm, e a fonte está adaptada para direcionar a radiação UV a uma zona ou zonas da vidraça que compreendem o luminóforo.
13. Dispositivo de acordo com a reivindicação 12, caracterizado pelo fato de que a fonte compreende:

pelo menos um diodo laser adaptado para emitir uma radiação de excitação UV, com um comprimento de onda inferior a 410 nm.
14. Dispositivo de acordo com a reivindicação 13, caracterizado pelo fato de que o comprimento de onda da radiação de excitação UV é de 350 a 405 nm.
15. Dispositivo de visualização de acordo com qualquer uma das reivindicações 12 a 14, caracterizado pelo fato de que a fonte produz um feixe com a potência por unidade de área superior a 120 mW.cm^-2.
16. Dispositivo de visualização de acordo com a reivindicação 15, caracterizado pelo fato de que a potência por unidade

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4/4 de área é de 200 mW.cm^-2 a 20.000 mW.cm^-2.
17. Dispositivo de visualização de acordo com qualquer uma das reivindicações 12 a 16, caracterizado pelo fato de que uma potência da fonte é configurada para modulação de modo a adaptar condições de iluminação externa.