BRPI0721392A2 - traje a prova de choque elétrico - Google Patents

Abstract

TRAJE A PROVA DE CHOQUE ELéTRICO. A presente invenção se refere a conjuntos protetores integrais (5) para as operações em cabos desencapados de alta tensão, os quais compreendem uma primeira camada condutora a qual a área de superficie é substancialmente igual a superfície dos conjuntos (5) é obtida a partir de uma fibra de polímero coberta com prata. Os conjuntos da presente invenção podem também incluir uma segunda camada conectada à primeira camada de uma forma que seja estável.

Description

Traje a prova de choque elétrico.

A presente invenção se refere a um traje protetor contra choques elétricos de acordo com o preâmbulo da reivindicação 1.

Tais trajes são conhecidos, por exemplo, como um traje de proteção para os técnicos os quais executam as operações de manutenção em cabos elétricos de alta tensão.

Quando um cabo elétrico de alta tensão se encontra danificado, é necessário com que se realizem reparos nestes, para que se previna a sua ruptura e que se causem maiores danos, tanto à estrutura quanto nas conseqüências da interrupção do fornecimento de energia elétrica.

Obviamente, a atividade dos técnicos é dirigida a minimizar os riscos de uma descarga (ou o de um curto circuito) entre duas fases diferentes de um circuito de alta tensão, o que pode atingir diferenças potenciais da ordem 800 kV AC ou 600 kV DC.

É claramente desejável que se possa dispor de trajes os quais sejam capazes de propiciar a proteção mesmo no caso em que um curto circuito venha a ser criado, mesmo com todas as precauções de segurança que tenham sido tomadas.

Os trajes os quais foram descritos até aqui, no estado anterior da arte, são feitos de cabos de aço trançados com trama de algodão; no entanto, eles apresentam um bom número de desvantagens: a sua resistência elétrica, a qual é medida entre dois quaisquer pontos é relativamente alta, eles devem ser "ativados" antes do uso por meios de uma forte descarga elétrica de tal forma a restaurar a sua condutividade elétrica original; finalmente, e devido a sua rigidez, os cabos de aço fazem com que a veste seja desconfortavelmente rígida, dificultando os movimentos do operador, e como conseqüência, diminuindo ainda mais as margens de segurança.

Por este motivo, uma Norma européia, a IEC 60898: 2002, a qual foi recentemente aprovada, define alguns parâmetros os quais devem ser medidos para que se caracterizem as vestes as quais são adequadas para estes propósitos, entre elas:

Resistência a abrasão e ao vestir; - Propriedades de retardar as chamas;

Baixa resistência elétrica;

Proteção e capacidade de escudo;

Resistência aos ciclos de limpeza;

Proteção contra fagulhas.

Alem destes parâmetros, a norma define outros parâmetros que são específicos para as vestes as quais protegem algumas partes específicas do corpo, isto é: para as luvas, para as botas, para as meias, e para a proteção dos pés, as máximas medidas de resistência são definidas; para a parte da veste a qual protege a cabeça e a face, a eficiência da proteção da face também é definida.

A necessidade para trajes de proteção os quais sejam ainda mais efetivos e simples de usar, neste campo é continuamente destacada pelos freqüentes acidentes que ocorrem em uma base diária, por todo o mundo.

A presente invenção é, portanto, destinada à satisfação específica das necessidades dos operadores, os quais levam a cabo o trabalho de manutenção em linhas elétricas de alta tensão.

Em vista do estado da arte, o qual foi descrito, o objetivo da presente invenção é o de se obter um traje de proteção o qual permite que os técnicos venham a trabalhar com uma segurança maior, durante as operações em cabos de alta tensão que se encontrem exposto, com a eficiência do traje sendo medida de acordo com os parâmetros definidos pela norma a qual foi indicada logo acima.

De acordo com a presente invenção, este objetivo é atingido por meio de um traje protetor à prova de choque, para as operações em cabos de alta tensão, a presente invenção compreendendo uma primeira camada condutora de eletricidade, na qual a área da superfície da primeira camada é substancialmente igual é área da superfície do traje.

As características e vantagens da presente invenção se tornarão evidentes a partir da seguinte descrição detalhada de uma forma prática de realização dada como um exemplo o qual não é Iimitante sob nenhuma forma, com referência aos desenhos que se encontram em anexo, nos quais:

- A figura 1 exibe uma vista de uma forma preferencial de realização de um traje de acordo com a presente invenção; e

- A figura 2 exibe uma vista esquemática de um dos componentes da presente invenção.

De acordo com a presente invenção, o traje 1 compreende ao menos uma primeira camada condutora de eletricidade a qual se estende de uma forma substancial e coincidente com o traje 1 propriamente dito. A primeira camada pode incluir uma trama 2 a qual, de forma vantajosa, é composta exclusivamente por esta trama condutora 2.

Isto significa que o traje 1 é composto de uma camada substancialmente condutora de eletricidade, na qual se encontra sobreposta outras diferentes camadas, mesmo camadas parciais, sem no entanto fazerem parte da composição do traje 1 onde esta primeira camada condutora de eletricidade é ausente.

Caso a primeira camada seja composta de um produto têxtil, de tal forma que, os espaços entre duas áreas adjacentes não sejam consideradas áreas de descontinuidade substancial, para o propósito da presente invenção.

A trama condutora 2 que é visível da figura 2, pode conter prata, por exemplo ela pode possuir um cerne 3 coberto por uma camada 4 de prata, por exemplo, por meio de pulverização.

De uma forma que é vantajosa, o cerne 3 é de um polímero, por exemplo, composto de poliamida. Em uma das formas preferenciais de realização para a presente invenção, em torno de 80% da massa da trama condutora 2 é de prata.

O uso da prata como condutora, é vantajosa no traje 1, pois este é propiciado com propriedades à prova de bactérias e bacteriostáticas.

A trama condutora 2 também pode ser como aquela descrita no pedido de patente internacional, com o título "Tecido de trama condutora" ('CONDUCTIVE TEXTILE YARN') datado de 22 de março de 2007 em nome do requerente deste presente pedido, por exemplo produzido por meio do entrelaçamento de filamentos de poliamida cobertos com prata com uma trama de aramido, ou torcida em conjunto com as fibras de poliamida cobertas com prata e fibras de aramido.

De uma forma preferencial, o traje 1 é em seu conjunto 5 capaz de cobrir as pernas, os braços e o torço de um operador. Em uma forma preferencial de realização para a presente invenção, o traje 1 também compreende um capuz 6 e/ou um visor 7 e uma ou mais faixas de fechamento 8, para cobrir a nuca e o pescoço e parte da face do operador. É vantajoso que estes elementos estejam todos integrados em conjunto.

Além do mais, o traje 1 pode também cobrir os pés e/ou mãos, por exemplo através do uso das botas 9 e das luvas 10, integradas com o conjunto 5, ou que a este podem vir a ser conectados.

Desta forma, é possível que se obtenha uma cobertura contínua a qual produz uma gaiola da Faraday quase que perfeita, permitindo com que o traje 1 satisfaça as requisições as quais se relacionam às propriedades elétricas, as quais são estabelecidas por meio da Norma supra citada.

O tecido condutor produz de uma forma que é vantajosa, um tecido preferivelmente tricotado, por exemplo, feito com um tear de aproximadamente 80 cm (30 polegadas) de diâmetro, ou com fineza 28, com fiação de bloqueio ('interlock' weave), e com um peso de em torno de 200 g/m2 (± 5%) depois da remoção do maquinário.

Claramente estes valores se referem à melhor das formas de realização para a presente invenção, mas os produtos adequados também podem vir a ser obtidos com máquinas de tricotar circulares, ou retas, ou com teares de fiação (dobra e preenchimento). De uma forma similar, a fineza e o peso depois da remoção do maquinário também podem variar. De acordo com uma das formas de realização que são vantajosas, o traje 1 compreende, conectado de maneira estável à primeira camada, de ao menos uma segunda camada a qual propicia ao traje 1 das propriedades mecânicas e/ou químicas e/ou de resistência às chamas, da forma como é descrita na Norma a qual foi citada ao início deste presente trabalho. A forma ideal é aquela na qual uma única camada propicie todas estas propriedades.

Da mesma forma, preferencialmente ambas as camadas são produzidas sob a forma de um tecido tricotado, estes podem vir a ser conectados um ao outro de uma forma estável. A segunda camada pode vir a ser composta a partir de um

segundo produto têxtil, por exemplo, uma fibra a qual venha a favorecer a propriedade anti-chamas, ou então a propriedade de retardador de chamas, tal como por exemplo, uma fibra a qual é selecionada a partir do grupo o qual é constituído de fibras de aramido, fibras tratadas naturalmente, fibras retardadoras de chamas, viscose retardadora de flamas, algodão retardador de chamas, Lenzing FR ®.

As duas camadas podem vir a ser acopladas em conjunto de uma forma estável por meio de acolchoamento, ou ainda melhor, por meio de acoplamento (químico ou mecânico) por sobre toda a extensão das superfícies de contato.

O acoplamento pode vir a ser obtido tanto de forma química,

isto é, por meio do colocamento de uma resina entre as duas tramas, por exemplo uma resina a prova de chamas e de preferência poliuretano, a qual age Omo um adesivo sem que venha a comprometer as propriedades elásticas do tricotado, e mecanicamente, isto é, por meio da tecelagem de ao menos uma trama condutiva para que seja a primeira camada e ao menos uma outra trama para a segunda camada ao menos tempo, mas separadas, na mesma máquina de tricotar.

Para que se contribua para que se mantenha a resistência elétrica do traje 1 baixa, ao menos alguns dos pontos de costura, internos entre as duas partes de tecido (por exemplo, uma manga interna, ou uma manga externa), de uma forma preferível, todos os pontos sejam pontos por cima e/ou com duplo overloque.

O traje 1 pode incluir, no peito, uma estrutura de metal coberta por uma aba 11. A aba 11 pode vir a ser fechada no peito do traje 1 por meio de uma certa quantidade de botões 12, por exemplo, se alternando com faixas de velcro 13, dispostos da borda livre da aba 11 propriamente dita. Correspondente a zonas sujeitas às maiores forças

mecânicas, o traje 1 possui enchimento reforçado, de uma forma preferível de material entrelaçado/não entrelaçado. Por exemplo, tais reforços estão presentes nas vizinhanças dos botões 12 de fechamento ou na vizinhança do velcro 13. O capuz 6 do traje 1 pode incluir uma ou mais faixas de fechamento 8, para que se proteja o pescoço e a face, de forma respectiva; para que se protejam os olhos, já foi provado ser o suficiente que se produza um visor substancialmente rígido 7, por exemplo reforçado por material não tecido. Para que se garanta um maior escudo de proteção para os olhos e o nariz, o visor 7 é costurado no capuz 6 por pontos inclinados e empurrados para que rodem para baixo.

Desta forma o uso de um escudo nos olhos se torna supérfluo. O traje 1 de acordo com a presente invenção desta forma, não necessita incluir um escudo transparente para que se protejam os olhos, o que permite um ainda maior conforto para o uso.

Como se torna evidente, com a presente invenção um traje 1 protetor extremamente condutor foi produzido, um traje que é muito mais elástico dos que atualmente se encontram disponíveis comercialmente, e desta forma obtendo-se um traje 1 capaz de uma maior segurança do operador tanto por meio do uso de proteção contra agentes externos propriamente ditos (eletricidade, produtos quimícamente agressivos e/ou agentes mecânicos, chamas), e devido a isto é muito mais confortável do que os trajes que eram de conhecimento até este presente momento.

Este traje 1 é o único até agora capaz de atender a Norma IEC 60895: 2002. De uma forma em particular, o traje 1 de acordo com a presente invenção, e depois de ter sido sujeito a vários testes especificados pela Norma referida, mostrou os seguintes resultados:

- uma resistência máxima de menos de 10 ohms, sendo ainda mais preciso, inferior a 3 ohms, ainda mais preciso, inferior a 1 ohm, para os testes de resistência elétrica;

- uma resistência medida de menos de 5 ohms, ou mais precisamente de menos de 2 ohms, e mesmo mais preciso de menos de 0,5 ohm, para o teste de resistência

elétrica em amostras de tecido;

- uma eficiência de proteção maior do que 40 dB, de uma forma mais precisa maior do que 60 dB, sendo ainda mais preciso maior do que 70 dB, melhor do que maior do que 75 dB, por exemplo maior do que 79 dB em amostras novas e maior do que 78,8

dBs em amostras lavadas.

Obviamente todos aqueles indivíduos com fluência na arte, para o propósito de satisfazer à necessidades específicas e de contingência, irão ser capazes de apresentar diversas modificações e variantes na configuração a qual foi descrita acima, mas todas contidas dentro do escopo da proteção da presente invenção da forma como é definida pelas reivindicações que se seguem.

Claims (13)

1. Um traje (1) protetor contra choques elétricos para a operação em cabos elétricos de alta tensão, traje o qual compreende uma primeira camada condutora de eletricidade, onde que a área da superfície da referida primeira camada é substancialmente igual a área de superfície do traje (1).

2. Um traje (1) protetor contra choques elétricos de acordo com a reivindicação precedente, no qual a referida primeira camada condutora venha a ser obtida de um fio condutor (4) coberto de prata.

3. Um traje (1) de acordo com qualquer uma das reivindicações precedente, o qual compreende ao menos de um segundo fio o qual possui propriedades de retardo com relação às chamas, o qual é obtido a partir de fibra de poliamida.

4. Um traje (1) de acordo com a reivindicação precedente, no qual as referidas primeira e segunda camadas sejam acopladas em conjunto de uma forma estável por toda a extensão das superfícies de contato mutuo, das referidas primeira e segunda camadas.

5. Um traje (1) de acordo com a reivindicação precedente, no qual a eficiência de proteção medida de acordo com a Norma IEC 60895: 2002 seja maior do que 20 dB, preferivelmente maior do que 70 dB.

6. Um traje (1) de acordo com a reivindicação precedente, o qual compreende uma calça, uma cobertura para o abdômen, e mangas, produzidos sem nenhuma interrupção na sua continuidade entre esses elementos.

7. Um traje (1) de acordo com a reivindicação precedente, o qual compreende botas (9) e/ou luvas (10), sendo cada um capaz de se juntar ao referido traje (1) através de ao menos dois botões de pressão (11), os quais possuem um diâmetro que não seja inferior a 10 mm.

8. Um traje (1) de acordo com a reivindicação precedente, no qual reforçado de acordo com os botões de pressão (11), de tal forma que a referida camada condutora esteja presente com continuidade também no interior do referido traje (1), de tal forma que se forma um contato elétrico entre ambas, a porção externa e com a porção interna dos referidos botões de pressão.

9. Um traje (1) de acordo com a reivindicação precedente, no qual compreenda pontos duplos ou de overloque.

10. Um traje (1) de acordo com a reivindicação precedente, no qual compreenda um capuz (6) o qual é capaz de se dispor em torno da cabeça do usuário, o referido capuz (6) sendo tal, que deixe somente a face descoberta.

11. Um traje (1) de acordo com a reivindicação precedente, no qual o referido capuz (6) seja equipado com uma ou mais tiras de fechamento (8) capazes de serem dispostas em torno da face, de tal forma que deixem descobertos os olhos do usuário.

12. Um traje (1) de acordo com qualquer uma das reivindicações 10 ou 11 nos quais o referido capuz (6) compreende um visor rígido (7).

13. Um traje (1) de acordo com a reivindicação precedente, no qual o referido visor rígido (7) seja costurado ao referido capuz (6) peio uso de pontos cobrindo na direção para cima, de tal forma que faça com que o referido visor (7) tenha um torque o qual tende a rotacioná-lo em direção a face do usuário.