BR112021001135A2 - compostos e composições farmacêuticas para tratar epilepsia ou transtorno convulsivo epiléptico - Google Patents

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Jeffrey Paul Bechard
Robin Paul Sherrington
Jean-Jacques Alexandre CADIEUX
Parisa Karimi Tari
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Abstract

Em certas modalidades, a presente invenção é dirigida a métodos e usos para tratar um mamífero tendo um transtorno convulsivo epiléptico ou estando em risco de ter um transtorno convulsivo epiléptico, compreendendo administrar certos enantiômeros de fenfluramina isolados revelados na presente invenção que são surpreendentemente eficazes como fármacos antiepilépticos (AEDs), apesar de terem potência anticonvulsiva mais baixa do que racemato de fenfluramina, em virtude de serem também menos cardiotóxicos do que racemato de fenfluramina. As modalidades preferidas contemplam o tratamento de síndrome de Dravet; outras modalidades preferidas contemplam o tratamento de outros transtornos convulsivos epilépticos.

Description

COMPOSTOS E COMPOSIÇÕES FARMACÊUTICAS PARA TRATAR EPILEPSIA OU TRANSTORNO CONVULSIVO EPILÉPTICO
1. CAMPO
[001] A presente invenção é dirigida ao uso do (R)-enantiômero de fenfluramina ou seu metabólito ativo, norfenfluramina, ou um pró-fármaco do mesmo para tratar epilepsia, incluindo síndrome de Dravet.
2. FUNDAMENTOS
[002] Epilepsia e transtornos convulsivos epilépticos representam uma classe de doenças, transtornos e condições neurológicos que estima-se que aflijam mais de 65 milhões de pessoas em todo o mundo, incluindo pelo menos três milhões nos Estados Unidos. Aproximadamente 150.000 novos casos de epilepsia são relatados nos Estados Unidos a cada ano. Transtornos convulsivos epilépticos são condições crônicas caracterizadas por convulsões generalizadas ou focais esporádicas de frequência, intensidade e duração amplamente variadas (por exemplo, Berg et al., 2010 Epilepsia 51(4):676 - 685). Convulsões epilépticas podem se manifestar como um ou mais de convulsões transitórias, interrupção da respiração, perda de consciência, habilidades da fala ou motoras prejudicadas, perda do tônus postural, contrações musculares involuntárias, ou outras consequências de transmissão de sinal excessiva ou anormal por neurônios corticais do sistema nervoso central (SNC). Convulsões epilépticas podem, assim, prejudicar a capacidade de um indivíduo de realizar com segurança atividades de rotina tais como caminhar, nadar ou dirigir, ou podem ser a causa subjacente de lesões corporais tais como hematomas, cortes, queimaduras, lesões ortopédicas, lesões por quedas, etc. Mais dramaticamente, convulsões epilépticas podem resultar ocasionalmente em Morte Súbita Inesperada em Epilepsia (SUDEP), da qual existem uma estimativa de 40.000 casos nos Estados Unidos a cada ano.
[003] Um grande número de transtornos convulsivos epilépticos foi caracterizado e classificado, incluindo convulsões parciais (tais como simples, complexas, generalizadas secundárias, e de início focal), convulsões generalizadas (tais como de ausência, mioclônicas, atônicas, tônicas e tônicas clônicas), e transtornos incluindo epilepsia fotossensível, síncope autoinduzida, epilepsia intratável, síndrome de Angelman, síndrome rolândica benigna, transtorno de CDKL5, epilepsia de ausência infantil e juvenil, síndrome de Dravet, epilepsia do lobo frontal, síndrome da deficiência de Glut1, hamartoma hipotalâmico, espasmos infantis/síndrome de West, epilepsia mioclônica juvenil, síndrome de Landau-Kleffner, síndrome de Lennox-Gastaut (LGS), epilepsia com ausências mioclônicas, síndrome de Ohtahara, síndrome de Panayiotopoulos, epilepsia de PCDH19, epilepsias mioclônicas progressivas, síndrome de Rasmussen, síndrome do cromossomo 20 em anel, epilepsias reflexas, epilepsia do lobo temporal, epilepsia mioclônica progressiva de Lafora, síndromes neurocutâneas, complexo de esclerose tuberosa, encefalopatia epiléptica infantil precoce, encefalopatia epiléptica de início precoce, epilepsia generalizada com convulsões febris mais (GEFS+), síndrome de Rett, esclerose múltipla, doença de Alzheimer, autismo, ataxia, hipotonia e discinesia paroxística.
[004] Aproximadamente 25 fármacos antiepilépticos (AEDs) foram desenvolvidos para controlar ou tratar convulsões epilépticas, muitas das quais AEDs agem no SNC como bloqueadores de canal de sódio não seletivos. (Macdonald RL, Meldrum BS. Principles of antiepileptic drug action. In Antiepileptic Drugs, Fourth Edition. Levy RH, Mattson RG, Meldrum BS, eds. New York: Raven Press, 1995:61-77). A responsividade a AEDs, entretanto, varia entre os pacientes, tornando difícil prever a eficácia de qualquer AED particular em um dado indivíduo: Nenhum dos AEDs é considerado como uma cura para qualquer transtorno convulsivo epiléptico. Além disso, AEDs são ineficazes em aproximadamente um terço de pacientes com epilepsia, levando ao reconhecimento de que múltiplos defeitos genéticos distintos estão sujeitos a diferentes transtornos convulsivos epilépticos (por exemplo, Striano et al., 2016 Pharmacol. Res. 107:426 - 429).
[005] Síndrome de Dravet, também conhecida como epilepsia mioclônica severa na infância (SMEI), é um transtorno convulsivo epiléptico que foi primeiro descrito em 1978 (Dravet, 1978 Vie Méd 8:543-548). A síndrome de Dravet ocorre com uma taxa de natalidade aproximada entre um em 40.000 e um em
20.000 e é caracterizada por uma convulsão no primeiro ano de vida, frequentemente inicialmente provocada por uma febre, com convulsões subsequentes não necessariamente sendo desencadeadas por febre. Pacientes com síndrome de Dravet podem sofrer de convulsões frequentes e imprevisíveis, convulsões induzidas por temperatura ou por fotossensibilidade, anormalidades motoras, e/ou desenvolvimento mental prejudicado, parado ou regressivo.
[006] Um defeito genético em um canal de sódio dependente de voltagem específico de neurônio (SCN1A) foi identificado em 2001 como uma causa subjacente da maioria dos casos (mas não todos) de síndrome de Dravet (Claes et al., 2001 Am. J. Hum. Genet. 68:1327 - 1332; Marini et al., 2011 Epilepsia 52(Suppl.2):24 - 29; Ceulemans et al., 2012 Epilepsia 53(7):1131 - 1139). Consequentemente, AEDs tendo atividade de bloqueio de canal de sódio neuronal incluindo SCN1A como seu mecanismo de ação são contraindicados para o tratamento de síndrome de Dravet.
[007] Fenfluramina ((R/S)-N-etil-1-[3-(trifluorometil)fenil]propan-2-amina) é um fármaco supressor de apetite semelhante à anfetamina que existe como uma mistura racêmica de dois enantiômeros, e foi comercializado por mais de 20 anos em uma formulação com fentermina (2-metil-1-fenilpropan-2-amina)
como um medicamento antiobesidade. Fenfluramina é capaz de cruzar a barreira sangue-cérebro (BBB) e aumenta os níveis de serotonina (5- hidroxitriptamina, 5-HT) no SNC rompendo-se depósitos de 5-HT vesiculares e revertendo-se a captação de 5-HT por intermédio de transportadores de serotonina seletivos. Acredita-se que estes efeitos serotonérgicos estejam sujeitos às propriedades supressoras de apetite de fenfluramina, e também tenham sido investigados quanto a efeitos antiepilépticos potenciais em um modelo de córtex entorrinal de rato induzido por rato in vitro (Gentsch et al., 2000 Epilepsia 41(8):925 - 928).
[008] Fenfluramina foi retirada do mercado farmacêutico, entretanto, quando foi descoberta ser responsável por efeitos cardiovasculares adversos, incluindo hipertrofia da válvula cardíaca, hipertensão pulmonar e fibrose cardíaca resultantes de atividade agonista de fenfluramina por intermédio do receptor de serotonina 5-HT2B que é expresso no tecido cardíaco (Andrejak et al., Arch. Cardiovascular Dis. (2013) 106:333 - 339; Elangbam et al., Exp Toxicol Pathol (2008) 60(4 - 5):253 - 262; Cambon et al., Arch Cardiovascular Dis (2015) 108:172 - 180). Fenfluramina exibiu um grau de eficácia aparente - por intermédio de seu principal metabólito, norfenfluramina - em limitar a frequência ou a severidade de convulsões em coortes de pacientes com síndrome de Dravet (Ceulemans et al., 2012; Boel et al., 1996 Neuropediatrics 27:171 - 173; Lagae, L. et al., “ZX008 (Fenfluramine HCl Oral Solution) in Dravet Syndrome: Results of a Phase 3, Randomized, Double-Blind, Placebo-Controlled Trial,” Poster No 2.434, American Epilepsy Society Annual Meeting, Dec. 1 - 5, 2017), mas permanece não disponível como um AED devido ao seu histórico de cardiotoxicidade. O composto estruturalmente relacionado benfluorex (benzoato de (R/S)-2-(1-(3-(trifluorometil)fenil)propan-2-ilamino)etila), que é também uma mistura racêmica de dois enantiômeros, é um pró-fármaco de norfenfluramina que promove similarmente a liberação de 5-HT (tendo atividade agonista sobre receptores de 5HT2 por intermédio de seu metabólito norfenfluramina) e foi comercializado como um agente antidiabético por um tempo antes que ele, também, fosse retirado devido a efeitos cardiovasculares adversos análogos àqueles associados com fenfluramina. Benfluorex, entretanto, não foi previamente investigado como um AED.
[009] Claramente permanece uma necessidade na técnica de tratamentos eficazes para epilepsia e outros transtornos convulsivos epilépticos, incluindo síndrome de Dravet. A presente invenção direciona esta necessidade fornecendo-se composições e métodos para tratar transtornos convulsivos epiléptico, e oferece outras vantagens relacionadas.
3. SUMÁRIO
[010] A presente invenção é dirigida em certas modalidades ao uso do (R)- enantiômero de fenfluramina, do (R)-enantiômero de benfluorex, ou do (R)- enantiômero do metabólito ativo de fenfluramina ou de benfluorex, norfenfluramina ou um pró-fármaco do mesmo, para tratar ou prevenir epilepsia, incluindo síndrome de Dravet.
[011] Consequentemente, em uma modalidade, a invenção fornece um método para tratar ou prevenir um transtorno convulsivo epiléptico em um mamífero, compreendendo administrar ao mamífero uma quantidade terapeuticamente eficaz de um, dois ou todos os três de: (i) (R)-fenfluramina ou um sal farmaceuticamente aceitável, solvato ou pró-fármaco do mesmo; (ii) (R)- norfenfluramina ou um sal farmaceuticamente aceitável, solvato ou pró-fármaco do mesmo, e (iii) (R)-benfluorex ou um sal farmaceuticamente aceitável, solvato ou pró-fármaco do mesmo, em que (R)-fenfluramina é substancialmente livre de (S)-fenfluramina (por exemplo, maior do que 80 % de ee), (R)-norfenfluramina é substancialmente livre de (S)-norfenfluramina (por exemplo, maior do que 80%
de ee), e (R)-benfluorex é substancialmente livre de (S)-benfluorex (por exemplo, maior do que 80% de ee). Em certas modalidades é fornecido um método para tratar um mamífero tendo ou em risco de ter um transtorno convulsivo epiléptico, compreendendo administrar ao mamífero simultaneamente ou sequencialmente e em qualquer ordem: (a) uma quantidade terapeuticamente eficaz de um, dois ou todos os três de: (i) (R)-fenfluramina ou um sal farmaceuticamente aceitável, solvato ou pró-fármaco do mesmo; (ii) (R)- norfenfluramina ou um sal farmaceuticamente aceitável, solvato ou pró-fármaco do mesmo, e (iii) (R)-benfluorex ou um sal farmaceuticamente aceitável, solvato ou pró-fármaco do mesmo; e (b) uma quantidade terapeuticamente eficaz de fentermina, ou um sal farmaceuticamente aceitável, solvato ou pró-fármaco do mesmo, em que (R)-fenfluramina é substancialmente livre de (S)-fenfluramina (por exemplo, maior do que 80 % de ee), (R)-norfenfluramina é substancialmente livre de (S)-norfenfluramina (por exemplo, maior do que 80% de ee), e (R)- benfluorex é substancialmente livre de (S)-benfluorex (por exemplo, maior do que 80% de ee).
[012] Em certas modalidades adicionais dos presentes métodos, o transtorno convulsivo epiléptico é síndrome de Dravet. Em certas outras modalidades adicionais dos presentes métodos, o transtorno convulsivo epiléptico é selecionado a partir de epilepsia fotossensível, síncope autoinduzida, epilepsia intratável, síndrome de Angelman, síndrome rolândica benigna, transtorno de CDKL5, epilepsia de ausência infantil e juvenil, síndrome de Dravet, epilepsia do lobo frontal, síndrome da deficiência de Glut1, hamartoma hipotalâmico, espasmos infantis/síndrome de West, epilepsia mioclônica juvenil, síndrome de Landau-Kleffner, síndrome de Lennox-Gastaut (LGS), epilepsia com ausências mioclônicas, síndrome de Ohtahara, síndrome de Panayiotopoulos, epilepsia de PCDH19, epilepsias mioclônicas progressivas,
síndrome de Rasmussen, síndrome do cromossomo 20 em anel, epilepsias reflexas, epilepsia do lobo temporal, epilepsia mioclônica progressiva de Lafora, síndromes neurocutâneas, complexo de esclerose tuberosa, encefalopatia epiléptica infantil precoce, encefalopatia epiléptica de início precoce, epilepsia generalizada com convulsões febris mais (GEFS+), síndrome de Rett, esclerose múltipla, doença de Alzheimer, autismo, ataxia, hipotonia, discinesia paroxística, convulsões de início focal, convulsões de início generalizado, convulsões de ausência, Síndrome de Jeavon, encefalopatia epiléptica, síndrome do girassol, síndrome do X frágil, hemiplegia alternada, epilepsia do lobo frontal noturna dominante autossômica (ADNFLE), síndrome rolândica benigna, Síndrome de Doose, encefalopatia mioclônica precoce, epilepsia da infância com convulsões focais migratórias, epilepsia com convulsões tônicas-clônicas generalizadas, epilepsia com ausências mioclônicas, encefalopatia epiléptica com pico e onda contínuos durante o sono, convulsões de ausência juvenil, epilepsias mioclônicas progressivas, epilepsia relacionada a SCN8A, epilepsia relacionada a SCN2A, epilepsia relacionada a KCNQ2, e síndrome da deficiência mental (ID) relacionada à Cinase Contendo Domínio de TBC1 (TBCK).
[013] Em certas outras modalidades, é fornecido um método para tratar um mamífero tendo ou em risco de ter um transtorno convulsivo epiléptico, compreendendo administrar ao mamífero uma quantidade terapeuticamente eficaz de norfenfluramina racêmica [(R/S)-1-(3-(trifluorometil)fenil)propan-2- amina] ou um pró-fármaco do mesmo.
[014] Em certas modalidades, é fornecido um método para tratar um mamífero tendo ou em risco de ter um transtorno convulsivo epiléptico, compreendendo administrar ao mamífero simultaneamente ou sequencialmente e em qualquer ordem: (a) uma quantidade terapeuticamente eficaz de norfenfluramina racêmica [(R/S)-1-(3-(trifluorometil)fenil)propan-2-
amina] ou um pró-fármaco do mesmo; e (b) uma quantidade terapeuticamente eficaz de fentermina, ou um sal farmaceuticamente aceitável, solvato ou pró- fármaco do mesmo.
[015] Em certas modalidades adicionais, o transtorno convulsivo epiléptico é síndrome de Dravet. Em certas modalidades o transtorno convulsivo epiléptico é selecionado a partir de epilepsia fotossensível, síncope autoinduzida, epilepsia intratável, síndrome de Angelman, síndrome rolândica benigna, transtorno de CDKL5, epilepsia de ausência infantil e juvenil, síndrome de Dravet, epilepsia do lobo frontal, síndrome da deficiência de Glut1, hamartoma hipotalâmico, espasmos infantis/síndrome de West, epilepsia mioclônica juvenil, síndrome de Landau-Kleffner, síndrome de Lennox-Gastaut (LGS), epilepsia com ausências mioclônicas, síndrome de Ohtahara, síndrome de Panayiotopoulos, epilepsia de PCDH19, epilepsias mioclônicas progressivas, síndrome de Rasmussen, síndrome do cromossomo 20 em anel, epilepsias reflexas, epilepsia do lobo temporal, epilepsia mioclônica progressiva de Lafora, síndromes neurocutâneas, complexo de esclerose tuberosa, encefalopatia epiléptica infantil precoce, encefalopatia epiléptica de início precoce, epilepsia generalizada com convulsões febris mais (GEFS+), síndrome de Rett, esclerose múltipla, doença de Alzheimer, autismo, ataxia, hipotonia, discinesia paroxística, convulsões de início focal, convulsões de início generalizado, convulsões de ausência, Síndrome de Jeavon, encefalopatia epiléptica, síndrome do girassol, síndrome do X frágil, hemiplegia alternada, epilepsia do lobo frontal noturna dominante autossômica (ADNFLE), síndrome rolândica benigna, Síndrome de Doose, encefalopatia mioclônica precoce, epilepsia da infância com convulsões focais migratórias, epilepsia com convulsões tônicas-clônicas generalizadas, epilepsia com ausências mioclônicas, encefalopatia epiléptica com pico e onda contínuos durante sono, convulsões de ausência juvenil, epilepsias mioclônicas progressivas, epilepsia relacionada a
SCN8A, epilepsia relacionada a SCN2A, epilepsia relacionada a KCNQ2, e síndrome da deficiência mental (ID) relacionada à Cinase Contendo Domínio de TBC1 (TBCK).
[016] Em algumas modalidades, a presente invenção fornece um método para tratar epilepsia ou um transtorno convulsivo epiléptico, compreendendo administrar a um indivíduo humano em necessidade do mesmo uma quantidade terapeuticamente eficaz de (R)-fenfluramina ou um sal farmaceuticamente aceitável do mesmo, em que (R)-fenfluramina ou sal farmaceuticamente aceitável do mesmo tem um excesso enantiomérico (ee) maior do que 80%, por exemplo maior do que 90%, 95%, 97%, 98%, 99%, ou 99,5%, ou tal como um ee entre 80% e 99% ou 90% e 99%. Em certas modalidades, o referido método para tratar epilepsia ou um transtorno convulsivo epiléptico com um excesso enantiomérico de (R)-fenfluramina ou um sal farmaceuticamente aceitável do mesmo reduz a frequência de convulsões epilépticas, tal como reduzindo-se a frequência de convulsão ou frequência de crise convulsiva média a partir do valor de referência em pelo menos 20%, tal como em pelo menos 25, 35, 50, 60, 65, 70, 75, ou 80% a partir do valor de referência, particularmente em pelo menos 25, 50, ou 75% a partir do valor de referência.
[017] Em certas modalidades, a presente invenção fornece uma composição farmacêutica compreendendo (R)-fenfluramina ou um sal farmaceuticamente aceitável do mesmo e um ou mais excipientes farmaceuticamente aceitáveis, em que o (R)-fenfluramina ou sal farmaceuticamente aceitável do mesmo tem um ee maior do que 80 %, por exemplo maior do que 90%, 95%, 97%, 98%, 99%, ou 99,5%, ou tal como um ee entre 80% e 99% ou 90% e 99%.
[018] Em algumas modalidades, a presente invenção fornece um método para tratar epilepsia ou um transtorno convulsivo epiléptico, compreendendo administrar a um indivíduo humano em necessidade do mesmo uma quantidade terapeuticamente eficaz de (R)-norfenfluramina ou um sal farmaceuticamente aceitável ou pró-fármaco do mesmo, em que a (R)-norfenfluramina ou sal farmaceuticamente aceitável ou pró-fármaco do mesmo tem um excesso enantiomérico ee maior do que 80%, por exemplo maior do que 90%, 95%, 97%, 98%, 99%, ou 99,5%, ou tal como um ee entre 80% e 99% ou 90% e 99%. Em certas modalidades, o referido método para tratar epilepsia ou um transtorno convulsivo epiléptico com um excesso enantiomérico de (R)-norfenfluramina ou um sal farmaceuticamente aceitável ou pró-fármaco do mesmo reduz a frequência de convulsões epilépticas, tal como reduzindo-se a frequência de convulsão ou frequência de crise convulsiva média a partir do valor de referência em pelo menos 20%, tal como em pelo menos 25, 35, 50, 60, 65, 70, 75, ou 80% a partir do valor de referência, particularmente em pelo menos 25, 50, ou 75% a partir do valor de referência.
[019] Em certas modalidades, a presente invenção fornece uma composição farmacêutica compreendendo (R)-norfenfluramina ou um sal farmaceuticamente aceitável ou pró-fármaco do mesmo e um ou mais excipientes farmaceuticamente aceitáveis, em que a (R)-norfenfluramina ou sal farmaceuticamente aceitável ou pró-fármaco do mesmo tem um ee maior do que 80%, por exemplo maior do que 90%, 95%, 97%, 98%, 99%, ou 99,5%, ou tal como um ee entre 80% e 99% ou 90% e 99%.
[020] Em algumas modalidades, a presente invenção fornece um método para tratar epilepsia ou um transtorno convulsivo epiléptico, compreendendo administrar a um indivíduo humano em necessidade do mesmo uma quantidade terapeuticamente eficaz de (R)-benfluorex ou um sal farmaceuticamente aceitável do mesmo, em que o (R)-benfluorex ou sal farmaceuticamente aceitável do mesmo tem um excesso enantiomérico ee maior do que 80%, por exemplo maior do que 90%, 95%, 97%, 98%, 99%, ou 99,5%, ou tal como um ee entre 80% e 99% ou 90% e 99%. Em certas modalidades, o referido método para tratar epilepsia ou um transtorno convulsivo epiléptico com um excesso enantiomérico de (R)-benfluorex ou um sal farmaceuticamente aceitável do mesmo reduz a frequência de convulsões epilépticas, tal como reduzindo-se a frequência de convulsão ou frequência de crise convulsiva média a partir do valor de referência em pelo menos 20%, tal como em pelo menos 25, 35, 50, 60, 65, 70, 75, ou 80% a partir do valor de referência, particularmente em pelo menos 25, 50, ou 75% a partir do valor de referência.
[021] Em certas modalidades, a presente invenção fornece uma composição farmacêutica compreendendo (R)-benfluorex ou um sal farmaceuticamente aceitável do mesmo e um ou mais excipientes farmaceuticamente aceitáveis, em que o (R)-benfluorex ou sal farmaceuticamente aceitável do mesmo tem um ee maior do que 80%, por exemplo maior do que 90%, 95%, 97%, 98%, 99%, ou 99,5%, tal como um ee entre 80% e 99% ou 90% e 99%, ou tal como um ee entre 80% e 99% ou 90% e 99%.
[022] Em algumas modalidades, a presente invenção fornece um método para tratar epilepsia ou um transtorno convulsivo epiléptico, compreendendo administrar a um indivíduo humano em necessidade do mesmo uma quantidade terapeuticamente eficaz de norfenfluramina racêmica ou um sal farmaceuticamente aceitável ou pró-fármaco do mesmo. Em algumas modalidades, a presente invenção fornece norfenfluramina racêmica ou um sal farmaceuticamente aceitável ou pró-fármaco do mesmo para o uso em tratamento, tal como no tratamento de epilepsia ou um transtorno convulsivo epiléptico em um indivíduo humano. Em certas modalidades, o referido método para tratar epilepsia ou um transtorno convulsivo epiléptico com norfenfluramina racêmica ou um sal farmaceuticamente aceitável ou pró- fármaco do mesmo reduz a frequência de convulsões epilépticas, tal como reduzindo-se a frequência de convulsão ou frequência de crise convulsiva média a partir do valor de referência em pelo menos 20%, tal como em pelo menos 25, 35, 50, 60, 65, 70, 75, ou 80% a partir do valor de referência, particularmente em pelo menos 25, 50, ou 75% a partir do valor de referência.
[023] Em certas modalidades, a presente invenção fornece uma composição farmacêutica compreendendo norfenfluramina racêmica ou um sal farmaceuticamente aceitável ou pró-fármaco do mesmo e um ou mais excipientes farmaceuticamente aceitáveis. Em certas modalidades, a composição farmacêutica é para o uso em tratamento, tal como no tratamento de epilepsia ou um transtorno convulsivo epiléptico em um indivíduo humano.
[024] Em algumas modalidades, a presente invenção fornece um composto selecionado a partir de (R)-fenfluramina ou um sal farmaceuticamente aceitável do mesmo, (R)-norfenfluramina ou um sal farmaceuticamente aceitável ou pró- fármaco do mesmo, e (R)-benfluorex ou um sal farmaceuticamente aceitável do mesmo para o uso em terapia, tal como no tratamento de epilepsia ou um transtorno convulsivo epiléptico em um indivíduo humano, em que o composto tem um ee maior do que 80%, por exemplo maior do que 90%, 95%, 97%, 98%, 99%, ou 99,5%, ou tal como um ee entre 80% e 99% ou 90% e 99%.
[025] Em certas modalidades, a presente invenção fornece uma composição farmacêutica compreendendo um composto e um ou mais excipientes farmaceuticamente aceitáveis, em que o composto é selecionado a partir de (R)-fenfluramina ou um sal farmaceuticamente aceitável do mesmo, (R)-norfenfluramina ou um sal farmaceuticamente aceitável ou pró-fármaco do mesmo, e (R)-benfluorex ou um sal farmaceuticamente aceitável do mesmo para o uso em tratamento, tal como no tratamento de epilepsia ou um transtorno convulsivo epiléptico em um indivíduo humano, em que o composto tem um ee maior do que 80%, por exemplo maior do que 90%, 95%, 97%, 98%, 99%, ou 99,5%, ou tal como um ee entre 80% e 99% ou 90% e 99%.
[026] Estes e outros aspectos e modalidades da presente invenção estarão evidentes após referência à descrição detalhada seguinte e desenhos anexos. Todas as patentes dos EUA, publicações de pedido de patente dos EUA, pedidos de patente dos EUA, patentes estrangeiras (que não dos EUA), pedidos de patente estrangeiros (que não dos EUA) e publicações que não de patente referidos neste relatório descritivo e/ou listados na Application Data Sheet são incorporados na presente invenção a título de referência em sua totalidade, como se cada um fosse incorporado individualmente. Aspectos e modalidades da presente invenção podem ser modificados, se necessário, para utilizar conceitos das várias patentes, pedidos e publicações para fornecer ainda mais modalidades.
4. BREVE DESCRIÇÃO DAS FIGURAS
[027] A FIG. 1 mostra os resultados do teste de compostos de AED candidatos no ensaio de convulsão de 6 Hz em camundongos CF-1. Barras representam a porcentagem de camundongos protegidos depois da administração IP de fenfluramina racêmica, (R)-fenfluramina, norfenfluramina racêmica, e (R)-norfenfluramina a 20 mg/kg, ou controle de veículo, uma hora antes do ensaio in vivo (n=16 por grupo).
[028] A FIG. 2 mostra os resultados dos efeitos anticonvulsivantes de (R/S)- fenfluramina e (R)-fenfluramina no teste de convulsão audiogênica de camundongo utilizando camundongos DBA/2 machos (n=10/grupo). A contagem de resposta audiogênica foi designada como 0 (nenhuma convulsão), 1 (corrida selvagem), 2 (convulsão clônica), 3 (extensão tônica), ou 4 (morte). Os resultados são expressos como média ± SEM com cada ponto de dado individual mostrado.
5. DESCRIÇÃO DETALHADA
5.1 Definições
[029] Como usado no relatório descritivo e reivindicações anexas, a menos que especificado ao contrário, os termos seguintes têm o significado indicado:
[030] “Enantiômeros” se refere a moléculas assimétricas que podem existir em duas formas isoméricas diferentes que têm configurações diferentes no espaço. Outros termos usados para designar ou se referir a enantiômeros incluem “estereoisômeros” (por causa do diferente arranjo ou estereoquímica em torno do centro quiral; embora todos os enantiômeros sejam estereoisômeros, nem todos os estereoisômeros são enantiômeros) ou “isômeros ópticos” (por causa da atividade óptica de enantiômeros, que é a capacidade de diferentes enantiômeros de girar a luz polarizada no plano em diferentes direções). Porque eles não têm um plano de simetria, os enantiômeros não são idênticos com suas imagens especulares; moléculas que existem em duas formas enantioméricas são quirais, o que significa que elas podem ser consideradas como ocorrendo em formas “para a esquerda” e “para a direita”. A causa mais comum de quiralidade em moléculas orgânicas é a presença de um carbono tetraédrico ligado a quatro substituintes ou grupos diferentes. Tal carbono é referido como um centro quiral ou centro estereogênico. Um método para indicar o arranjo tridimensional de átomos (ou a configuração) em um centro estereogênico é referido ao arranjo da prioridade dos grupos quando o grupo de prioridade mais baixa é orientado longe de um observador hipotético: Se o arranjo dos três grupos remanescentes da propriedade mais alta à mais baixa for no sentido horário, o centro estereogênico tem uma configuração “R”; se o arranjo for no sentido anti- horário, o centro estereogênico tem uma configuração “S”.
[031] Enantiômeros têm a mesma fórmula química empírica, e são geralmente quimicamente idênticos em suas reações, suas propriedades físicas, e suas propriedades espectroscópicas. Entretanto, enantiômeros podem mostrar diferente reatividade química para outros compostos assimétricos, e podem responder diferentemente para distúrbios físicos assimétricos. O distúrbio físico assimétrico mais comum é luz polarizada.
[032] Um enantiômero pode girar a luz polarizada no plano; assim, um enantiômero é opticamente ativo. Dois enantiômeros diferentes do mesmo composto girarão a luz polarizada no plano na direção oposta; assim, a luz pode ser girada para a esquerda ou sentido anti-horário para um observador hipotético (isto é, levógiro ou “l” ou menos ou “-”) ou ela pode ser girada para a direita ou sentido horário (isto é, dextrógiro ou “d” ou mais ou “+”). O sinal de rotação óptica (+) ou (-), não é relacionado à designação R ou S. Uma mistura de quantidades iguais de dois enantiômeros quirais é chamada uma mistura racêmica, ou racemato, e é denotada pelo símbolo (+/-) ou pelo prefixo “d/l” para indicar uma mistura de formas de dextrógiro e levógiro. Racematos ou misturas racêmicas mostram zero rotação óptica porque quantidades iguais das formas (+) e (-) estão presentes. Em geral, a presença de um único enantiômero gira a luz polarizada em apenas uma direção; assim, um único enantiômero é referido como opticamente puro.
[033] As designações “R” e “S” são usadas para denotar a configuração absoluta da molécula sobre seu(s) centro(s) quiral(is). As designações podem aparecer como um prefixo ou como um sufixo; elas podem ser ou não separadas do nome enantiomérico por um hífen; elas podem ser ou não hifenizadas; e elas podem ser ou não envolvidas por parênteses.
[034] “Resolução” ou “resolver” quando usado em referência a um composto ou mistura racêmicos se refere à separação de um racemato em suas duas formas enantioméricas (isto é, (+) e (-); formas (R) e (S)).
[035] “Excesso enantiomérico” ou “ee” se refere a um produto em que um enantiômero está presente em excesso do outro, e é definido como a diferença absoluta na fração em mol de cada enantiômero. Excesso enantiomérico é tipicamente expresso como uma porcentagem de um enantiômero presente em uma mistura em relação ao outro enantiômero. Para os propósitos da presente invenção, o enantiômero (R) de um composto objeto é considerado como “substancialmente livre” do enantiômero (S) quando o enantiômero (R) está presente em excesso enantiomérico maior do que 80%, preferivelmente maior do que 90%, mais preferivelmente maior do que 95% e o mais preferivelmente maior do que 99%.
[036] O protocolo de nomenclatura química e os diagramas de estrutura usados na presente invenção são uma forma modificada do sistema de nomenclatura IUPAC, usando o programa de software ACD/Name Versão 9.07. Por exemplo, o (R)-enantiômero de norfenfluramina, tem a seguinte estrutura: ; e tem um nome químico de (R)-1-(3-(trifluorometil)fenil)propan-2-amina.
[037] “Pró-fármaco” destina-se a indicar um composto que pode ser convertido por condições fisiológicas ou por solvólise a um composto biologicamente ativo da presente invenção. Assim, o termo “pró-fármaco” se refere a um precursor metabólico de um composto da presente invenção que é farmaceuticamente aceitável. Um pró-fármaco pode ser inativo quando administrado a um indivíduo em necessidade do mesmo, mas é convertido in vivo a um composto ativo da presente invenção. Pró-fármacos são tipicamente rapidamente transformados in vivo para produzir um composto da presente invenção, por exemplo, por hidrólise no sangue. O composto de pró-fármaco frequentemente oferece vantagens de solubilidade, compatibilidade tecidual ou liberação retardada em um organismo mamífero (Vide, Bundgard, H., Design of Prodrugs (1985), páginas 7 - 9, 21 - 24 (Elsevier, Amsterdam)). Uma discussão de pró-fármacos é fornecida em Higuchi et al., “Pro-drugs as Novel Delivery Systems,” A.C.S. Symposium Series, Vol. 14, e em Bioreversible Carriers in Drug Design, Ed. Edward B. Roche, American Pharmaceutical Association and Pergamon Press, 1987, ambos os quais são completamente incorporados a título de referência na presente invenção.
[038] O termo “pró-fármaco” também destina-se a incluir quaisquer carreadores covalentemente ligados, que liberam o composto ativo da presente invenção in vivo quando tal pró-fármaco é administrado a um indivíduo mamífero. Pró-fármacos de um composto da presente invenção podem conter grupos funcionais, que quando clivados por processos in vivo, fornecem um composto da presente invenção. Pró-fármacos incluem compostos da presente invenção em que um grupo hidroxila, amino ou mercapto é ligado a qualquer grupo que, quando o pró-fármaco é administrado a um indivíduo mamífero, cliva para formar um grupo hidroxila livre, amino livre ou mercapto livre, respectivamente. Exemplos de pró-fármacos incluem, mas não são limitados à, derivados de acetato, formiato e benzoato de derivados de álcool ou amida de grupos funcionais amina nos compostos da presente invenção e semelhantes.
[039] Para os propósitos da presente invenção, (R)-fenfluramina e (R)- benfluorex são ambos considerados pró-fármacos de (R)-norfenfluramina em que tanto (R)-fenfluramina quanto (R)-benfluorex metabolizam in vivo a (R)- norfenfluramina, que demonstra a atividade antiepiléptica desejada dos métodos e usos de acordo com certas modalidades descritas na presente invenção.
[040] A presente invenção também destina-se a abranger os (R)- enantiômeros dos compostos objetos sendo isotopicamente marcados tendo-se um ou mais átomos substituídos por um átomo tendo uma massa atômica ou número de massa diferentes. Exemplos de isótopos que podem ser incorporados nos compostos revelados incluem isótopos de hidrogênio, carbono, nitrogênio, oxigênio, tais como 2H, 3H, 11 C, 13 C, 14 C, 13 N, 15 N, 15 O, 17 O, 18 O, e 18 F, respectivamente. Estes compostos radiomarcados podem ser úteis para ajudar a determinar ou medir a efetividade dos enantiômeros dos compostos objetos, caracterizando-se, por exemplo, o mecanismo de ação, ou afinidade de ligação ao sítio de ação farmacologicamente importante. Compostos isotopicamente marcados são úteis em estudos de distribuição tecidual de fármaco e/ou substrato. Os isótopos radioativos trítio, isto é, 3H, e carbono-14, isto é, 14C, são particularmente úteis para este propósito em vista de sua facilidade de incorporação e meios de detecção prontos. Um radioligante que incorpora trítio (3H) é particularmente útil para estudos de ligação de ligante com membranas porque trítio tem uma meia-vida longa de desintegração e a emissão é de energia relativamente baixa e o radioisótopo é, portanto, relativamente seguro. O radioligante é tipicamente preparado por troca de trítio com um hidrogênio em um composto não marcado.
[041] A substituição com isótopos mais pesados tais como deutério, isto é, 2 H, pode fornecer certas vantagens terapêuticas resultantes da maior estabilidade metabólica, por exemplo, meia-vida in vivo aumentada ou requisitos de dosagem reduzidos, e consequentemente pode ser preferida em algumas circunstâncias.
[042] A substituição com isótopos de emissão positrônica, tais como 11C, 18 F, 15O e 13N, pode ser útil em estudos de Topografia de Emissão Positrônica (PET) para examinar a ocupação do receptor de substrato. Enantiômeros isotopicamente marcados dos compostos objetos podem ser geralmente preparados por técnicas convencionais conhecidas àqueles técnicos no assunto ou por processos análogos àqueles descritos na presente invenção usando um reagente isotopicamente marcado apropriado no lugar do reagente não marcado previamente utilizado.
[043] A presente invenção também destina-se a abranger os produtos metabólicos in vivo dos (R)-enantiômeros revelados. Tais produtos podem resultar, por exemplo, da oxidação, redução, hidrólise, amidação, esterificação, e semelhantes do composto administrado, principalmente devido a processos enzimáticos. Consequentemente, a presente invenção inclui produtos metabólicos produzidos por um processo compreendendo contatar um enantiômero dos compostos objetos com um mamífero por um período de tempo suficiente para produzir o produto metabólico. Tais produtos metabólicos podem ser identificados administrando-se um enantiômero radiomarcado dos compostos objetos em uma dose detectável a um animal, tal como um rato, camundongo, porquinho-da-índia, macaco, ou humano, deixando tempo suficiente para que o metabolismo ocorra, e isolando o produto metabólico da urina, sangue ou outras amostras biológicas.
[044] “Seletividade” e “seletiva” como usado na presente invenção é uma medida relativa da tendência de um composto da presente invenção preferencialmente (por exemplo, em uma maneira estatisticamente significativa) se associar com uma coisa em oposição a outra (ou grupo de outras).
[045] “Enantiômero estável” e “estrutura estável” destinam-se a indicar um composto que é suficientemente robusto para sobreviver ao isolamento a um grau útil de pureza a partir de uma mistura de reação, e formulação em um agente terapêutico eficaz.
[046] “Mamífero” inclui humanos e ambos os animais domésticos tais como animais de laboratório e animais domésticos, (por exemplo, gatos, cães, suínos,
gado, ovelha, cabras, cavalos, e coelhos), e animais não domésticos tais como animais selvagens e semelhantes.
[047] “Carreador, diluente ou excipiente farmaceuticamente aceitável” inclui sem limitação qualquer adjuvante, carreador, excipiente, deslizante, agente adoçante, diluente, conservante, pigmento/corante, realçador de sabor, surfactante, agente umectante, agente dispersante, agente de suspensão, estabilizante, agente isotônico, solvente, ou emulsionante que é adequado para o uso em humanos ou animais domésticos. Preferivelmente, o carreador, diluente ou excipiente foi aprovado por uma agência reguladora, para exemplo não limitante, a United States Food and Drug Administration, Health Canada ou a European Medicines Agency, como sendo aceitável para uso farmacêutico humano ou animal.
[048] Uma “composição farmacêutica” se refere a uma formulação de um composto da presente invenção e um meio geralmente aceito na técnica para a liberação do composto biologicamente ativo a mamíferos, por exemplo, humanos. Tal meio inclui todos os carreadores, diluentes ou excipientes farmaceuticamente aceitáveis do mesmo.
[049] As composições farmacêuticas da presente invenção compreendem um ou mais excipientes farmaceuticamente aceitáveis, que incluem, mas não são limitados à, qualquer solvente, adjuvante, realçador de biodisponibilidade, carreador, deslizante, agente adoçante, diluente, conservante, pigmento/corante, realçador de sabor, surfactante, agente umectante, agente dispersante, agente de suspensão, estabilizante, agente isotônico, tampão e/ou emulsionante. Preferivelmente, um ou mais excipientes são aprovados, para exemplo não limitante, pela United States Food and Drug Administration, Health Canada ou pela European Medicines Agency, como sendo aceitáveis para o uso em humanos ou animais domésticos.
[050] “Prevenção” de epilepsia ou um outro transtorno convulsivo epiléptico descrito na presente invenção se refere à prevenção ou redução, em uma maneira estatisticamente significativa (por exemplo, em relação a um controle apropriado), da probabilidade de ocorrência do referido transtorno em um mamífero, em particular, quando tal mamífero é predisposto à condição, mas não foi ainda diagnosticado como a tendo.
[051] “Quantidade terapeuticamente eficaz” se refere àquela quantidade de um composto da presente invenção que, quando administrado, é suficiente para efetuar o tratamento, como definido abaixo, de epilepsia ou um outro transtorno convulsivo epiléptico no mamífero receptor, preferivelmente um humano. A quantidade de um composto da presente invenção que constitui uma “quantidade terapeuticamente eficaz” variará dependendo do composto, da condição epiléptica e sua severidade, da maneira de administração, e da idade do mamífero a ser tratado, mas pode ser determinada rotineiramente por um técnico no assunto tendo consideração ao seu próprio conhecimento e a esta invenção.
[052] “Tratar ou “tratamento” como usado na presente invenção se refere ao tratamento de epilepsia ou um outro transtorno convulsivo epiléptico em um mamífero, preferivelmente um humano, tendo a doença ou condição de interesse, e inclui, um ou mais dos seguintes para exemplos: (i) inibir a epilepsia ou um outro transtorno convulsivo epiléptico, isto é, parar seu desenvolvimento, por exemplo, reduzir em uma maneira estatisticamente significativa (por exemplo, em relação a um controle apropriado) o aumento na severidade, duração, ou frequência de convulsões epilépticas ou outros sintomas do transtorno; (ii) aliviar a epilepsia ou um outro transtorno convulsivo epiléptico, isto é, causar a regressão estatisticamente significativa (por exemplo, em relação a um controle apropriado) da epilepsia; ou (iii) aliviar os sintomas resultantes da epilepsia ou um outro transtorno convulsivo epiléptico, por exemplo, reduzindo em uma maneira estatisticamente significativa (por exemplo, em relação a um controle apropriado) a severidade, duração, ou frequência de convulsões epilépticas ou outros sintomas do transtorno.
[053] Em certas modalidades, o tratamento com um ou mais dos (R)- enantiômeros dos compostos objetos como descrito na presente invenção inclui reduzir a frequência de convulsões epilépticas em uma maneira estatisticamente significativa (por exemplo, em relação a um controle apropriado), tal como reduzir a frequência de convulsão ou frequência de crise convulsiva média a partir do valor de referência. Em algumas modalidades, o tratamento com um ou mais dos (R)-enantiômeros dos compostos objetos reduz a frequência de convulsão ou a frequência de crise convulsiva média a partir do valor de referência em pelo menos 20%, tal como em pelo menos 25, 35, 50, 60, 65, 70, 75, ou 80% a partir do valor de referência, particularmente em pelo menos 25, 50, ou 75% a partir do valor de referência.
[054] Como usado na presente invenção, os termos “melhora”, “melhorado”, “alívio” ou “aliviado” devem ser fornecidos com suas definições geralmente aceitáveis. Por exemplo, “melhorar” geralmente significa tornar melhor ou melhorar uma condição em relação à condição antes do evento de melhora. “Aliviar” geralmente significa tornar uma condição mais suportável em relação à condição antes do evento de alívio. Como usado na presente invenção, “melhora” ou “melhorado” pode se referir à epilepsia ou um outro transtorno convulsivo epiléptico ou condições de epilepsia ou o transtorno convulsivo epiléptico que são tornados melhores ou melhorados pela administração de um composto de acordo com as modalidades reveladas na presente invenção. Como usado na presente invenção, “alívio” ou “aliviado” pode se referir à epilepsia ou um outro transtorno convulsivo epiléptico ou uma condição de epilepsia ou tal outro transtorno convulsivo epiléptico que é tornado suportável pela administração de um composto de acordo com as modalidades reveladas na presente invenção. Por exemplo, o “alívio” das convulsões epilépticas incluiria a redução (por exemplo, diminuição em uma maneira estatisticamente significativa) da severidade ou incidência de convulsões epilépticas.
5.2 (R)-Enantiômeros da presente invenção
[055] Os (R)-enantiômeros dos compostos objetos da presente invenção são o (R)-enantiômero de fenfluramina, o (R)-enantiômero de benfluorex e o (R)- enantiômero de norfenfluramina, incluindo os (R)-enantiômeros tendo vários excessos enantioméricos como descrito na presente invenção, bem como seus sais farmaceuticamente aceitáveis, solvatos ou pró-fármacos dos mesmos.
[056] Fenfluramina, que é uma mistura racêmica de dois enantiômeros, tem a seguinte estrutura: ; e tem um nome químico de (R/S)-N-etil-1-(3-(trifluorometil)fenil)propan-2- amina. A preparação de fenfluramina foi primeiro revelada na Patente Francesa M1658 (1963). O (R)-enantiômero e (S)-enantiômero de fenfluramina têm as estruturas seguintes, respectivamente: e ; e os respectivos nomes químicos de (R)-N-etil-1-(3-
(trifluorometil)fenil)propan-2-amina e (S)-N-etil-1-(3- (trifluorometil)fenil)propan-2-amina. Para os propósitos da presente invenção, o (R)-enantiômero de fenfluramina é identificado na presente invenção como (R)-fenfluramina e o (S)-enantiômero de fenfluramina é identificado na presente invenção como (S)-fenfluramina. É entendido na técnica que (R)-fenfluramina corresponde a levofenfluramina, l-fenfluramina, ou (-)-fenfluramina e que (S)- fenfluramina corresponde a dexfenfluramina, d-fenfluramina, ou (+)- fenfluramina.
[057] Benfluorex, que é uma mistura racêmica de dois enantiômeros, tem a seguinte estrutura: ; e o nome químico de benzoato de (R/S)-2-(1-(3- (trifluorometil)fenil)propan-2-ilamino)etila. A preparação de benfluorex é descrita na Patente dos EUA No 3.607.909.
[058] O (R)-enantiômero e o (S)-enantiômero de benfluorex têm as seguintes respectivas estruturas: e ; e os respectivos nomes químicos de benzoato de (R)-2-(1-(3- (trifluorometil)fenil)propan-2-ilamino)etila e benzoato de (S)-2-(1-(3- (trifluorometil)fenil)propan-2-ilamino)etila. Para os propósitos da presente invenção, do (R)-enantiômero de benfluorex é identificado na presente invenção como (R)-benfluorex e o (S)-enantiômero de benfluorex é identificado na presente invenção como (S)-benfluorex.
[059] O metabólito ativo tanto de fenfluramina quanto de benfluorex é norfenfluramina, que é também uma mistura racêmica de dois enantiômeros. Norfenfluramina tem a seguinte estrutura: ; e um nome químico de (R/S)-1-(3-(trifluorometil)fenil)propan-2-amina. Racemato de norfenfluramina (Registro CAS No [1886-26-6]) está disponível comercialmente (por exemplo, da Toronto Research Chemicals, North York, Ontario, Canada; Clearsynth, Mississauga, Ontario, Canada; ou DrugImpurities, North Harrow, UK. Os enantiômeros de norfenfluramina podem ser isolados por técnicas de resolução padrão conhecidas a um técnico no assunto, ou podem ser preparados de acordo com métodos conhecidos a um técnico no assunto ou pelos métodos revelados na presente invenção.
[060] O (R)-enantiômero e o (S)-enantiômero de norfenfluramina têm as seguintes respectivas estruturas: e ; e os respectivos nomes químicos de (R)-1-(3-(trifluorometil)fenil)propan-2- amina e (R)-1-(3-(trifluorometil)fenil)propan-2-amina. Para os propósitos da presente invenção, o (R)-enantiômero de norfenfluramina é identificado na presente invenção como (R)-norfenfluramina e o (S)-enantiômero de norfenfluramina é identificado na presente invenção como (S)-norfenfluramina. É entendido na técnica que (R)-norfenfluramina corresponde a l- norfenfluramina, ou (-)-norfenfluramina e que (S)-norfenfluramina corresponde a d-norfenfluramina, ou (+)-norfenfluramina.
[061] Em certas modalidades, os (R)-enantiômeros dos compostos objetos (isto é, um ou mais de fenfluramina, benfluorex, e/ou norfenfluramina) são utilizados nos métodos, usos, e composições como descrito na presente invenção em excesso enantiomérico (ee), tal como com um ee maior do que 20%, 30%, 40%, 50%, 60%, 70%, 80%, 85%, 90%, 95%, 96%, 97%, 98%, 99%, ou 99,5%. Em algumas modalidades, os (R)-enantiômeros dos compostos objetos são utilizados nos métodos, usos, e composições como descrito na presente invenção com um ee entre 20% e 97%, 98%, ou 99%, tal como entre 30% e 99%, 40% e 99%, 50% e 99%, 60% e 99%, 70% e 99%, 80% e 99%, 85% e 99%, 90% e 99%, 95% e 99%, 96% e 99%, ou 97% e 99%, particularmente 90% e 99%.
5.3 Utilidade e Teste dos Compostos da Presente Invenção
[062] A presente invenção se refere, em certas modalidades preferidas, a métodos de uso ou ao uso dos (R)-enantiômeros dos compostos objetos (isto é, um ou mais de fenfluramina, benfluorex, e/ou norfenfluramina), e composições farmacêuticas compreendendo os mesmos para o tratamento ou prevenção como fornecido na presente invenção de epilepsia ou um outro transtorno convulsivo epiléptico.
[063] As modalidades presentemente reveladas são baseadas em parte nas descobertas inesperadas e previamente imprevisíveis (i) de que os (R)- enantiômeros dos compostos objetos possuem múltiplas atividades benéficas específicas de fenfluramina (ou seu metabólito norfenfluramina), e são assim terapeuticamente eficazes para o tratamento ou prevenção como fornecido na presente invenção de um transtorno convulsivo epiléptico, e (ii) de que tais (R)- enantiômeros terapeuticamente eficazes podem ser preparados em uma forma substancialmente livre (por exemplo, maior do que 80% de ee) dos (S)- enantiômeros correspondentes, nos quais reside a atividade deletéria específica de fenfluramina (ou seu metabólito norfenfluramina) que contribui indesejavelmente para a cardiotoxicidade prejudicial da fenfluramina.
[064] Especificamente, é revelado na presente invenção pela primeira vez que as atividades anticonvulsivas desejáveis de fenfluramina residem em (R)- fenfluramina ou seu metabólito, (R)-norfenfluramina, e que estes enantiômeros específico possuem apenas níveis baixos de atividade cardiotóxica de fenfluramina indesejável e assim são AEDs eficazes. Reciprocamente, a maior parte de atividade cardiotóxica de fenfluramina reside em (S)-fenfluramina ou seu metabólito, (S)-norfenfluramina, e estes enantiômeros são, portanto, inadequados como AEDs candidatos. Como também descrito na presente invenção, fornecendo-se os (R)-enantiômeros dos compostos objetos substancialmente livres (por exemplo, maior do que 80% de ee) dos (S)- enantiômeros correspondentes, composições farmacêuticas de AED, métodos, e usos são revelados pela primeira vez que fornecem efeitos de fenfluramina terapeuticamente benéficos para o tratamento ou prevenção (como fornecido na presente invenção) de transtornos convulsivos epilépticos enquanto substancialmente evitando a cardiotoxicidade prejudicial associada com fenfluramina e norfenfluramina.
[065] Ainda mais especificamente, a cardiotoxicidade indesejável de fenfluramina reside em atividade agonista de receptor 2B de serotonina (atividade agonista de receptor de 5-HT2B), que segrega predominantemente com (S)-fenfluramina e seu metabólito (S)-norfenfluramina. Consequentemente, a preparação de (R)-fenfluramina que é substancialmente livre (por exemplo, maior do que 80% de ee) de (S)-fenfluramina surpreendentemente resulta em uma preparação enantiomericamente enriquecida caracterizada por efeitos cardiotóxicos significativamente mais baixos em relação a uma preparação preparada a partir de (S)-fenfluramina, (S)-norfenfluramina, fenfluramina ou norfenfluramina, desse modo fornecendo um AED útil.
[066] Adicionalmente, a preparação de (R)-fenfluramina que é substancialmente livre (por exemplo, maior do que 80% de ee) de (S)- fenfluramina surpreendentemente resulta em uma composição de AED enantiomérica que possui atividade agonista de receptor 2A de serotonina (receptor de 5-HT2A) e também atividade agonista de receptor 2C de serotonina (receptor de 5-HT2C), e que pode ser metabolizada a (R)-norfenfluramina, que exibe atividade agonista de 5-HT2A/5-HT2C realçada junto com a propriedade de AED desejável de promover a liberação de norepinefrina (NE). De acordo com a teoria não limitante, para certas modalidades, um AED tem o seguinte perfil de atividade: agonista de 5-HT2A/agonista de 5-HT2C/promotor de liberação de NE/agonista de 5-HT2B deficiente. Como revelado na presente invenção, (R)- fenfluramina e seu metabólito (R)-norfenfluramina inesperadamente exibem este perfil preferido para fornecer um AED candidato sem precedente para o uso nos presentes métodos.
[067] Antes da presente invenção, foi avaliado na técnica que a atividade agonista de 5-HT2A potente, atividade agonista de 5-HT2C potente, e atividade promotora de liberação de NE potente, estavam todas presentes em (S)- norfenfluramina, que, portanto, teria sido considerado como um AED candidato. Porque (S)-norfenfluramina também exibe atividade agonista de 5-HT2B potente, entretanto, ele também teria sido considerado como uma fonte de cardiotoxicidade de fenfluramina indesejável que pode não ser separada de atividades de AED de fenfluramina desejavelmente potentes. (Rothman et al., Pharmacol. Biochem. Behav. 71:825 (2002); Rothman et al., J. Pharmacol. Exp. Therapeut. 305:1191 (2003)).
[068] A presente invenção pela primeira vez mostra que um AED terapeuticamente eficaz pode ser obtido por seleção da (R)-fenfluramina menos potente, apesar do fato de que (R)-fenfluramina e seu metabólito (R)- norfenfluramina exibem atividades agonistas de 5-HT2A e promotoras de liberação de NE subideais (isto é, atividades que são menos potentes do que para (S)-fenfluramina e (S)-norfenfluramina, respectivamente). Sem desejar ser ligado pela teoria, a presente seleção da (R)-fenfluramina ou (R)-norfenfluramina menos potente como um AED para tratar ou prevenir (como fornecido na presente invenção) um transtorno convulsivo epiléptico fornece eficácia terapêutica de modo que os (R)-enantiômeros são também agonistas de 5-HT2B deficientes em relação a fenfluramina ou norfenfluramina. Consequentemente, as vantagens associadas com a seleção de (R)-fenfluramina e (R)- norfenfluramina para o uso nos presentes métodos para tratar ou prevenir (como fornecido na presente invenção) um transtorno convulsivo epiléptico não teriam sido preditas antes da presente invenção, onde a adequabilidade destes enantiômeros como AEDs não foi previamente reconhecida.
[069] A presente invenção é, portanto, dirigida, em certas modalidades, a métodos para tratar um mamífero, preferivelmente um humano, tendo ou em risco de ter um transtorno convulsivo epiléptico, compreendendo administrar ao mamífero uma quantidade terapeuticamente eficaz de um, dois ou todos os três de: (i) (R)-fenfluramina ou um sal farmaceuticamente aceitável, solvato ou pró- fármaco do mesmo; (ii) (R)-norfenfluramina ou um sal farmaceuticamente aceitável, solvato ou pró-fármaco do mesmo, e (iii) (R)-benfluorex ou um sal farmaceuticamente aceitável, solvato ou pró- fármaco do mesmo, em que (R)-fenfluramina é substancialmente livre de (S)-fenfluramina (por exemplo, maior do que 80% de ee), (R)-norfenfluramina é substancialmente livre de (S)-norfenfluramina (por exemplo, maior do que 80% de ee), e (R)-benfluorex é substancialmente livre de (S)-benfluorex (por exemplo, maior do que 80% de ee).
[070] A presente invenção é do mesmo modo dirigida ao uso de um, dois ou todos os três dos compostos acima - (i), (ii), e (iii) - para tratar um mamífero, preferivelmente um humano, tendo ou em risco de ter um transtorno convulsivo epiléptico.
[071] Em certas outras modalidades, a presente invenção é dirigida a um método para tratar um mamífero tendo ou em risco de ter um transtorno convulsivo epiléptico, compreendendo administrar ao mamífero uma quantidade terapeuticamente eficaz de norfenfluramina racêmica [(R/S)-1-(3- (trifluorometil)fenil)propan-2-amina]. A presente invenção é também dirigida ao uso de norfenfluramina racêmica para tratar um mamífero tendo ou em risco de ter um transtorno convulsivo epiléptico.
[072] Em algumas modalidades, a presente invenção é dirigida a um, dois ou todos os três dos compostos acima - (i), (ii), e (iii) - ou norfenfluramina racêmica para o uso em terapia.
5.3.1 Epilepsia e Transtornos convulsivos epilépticos
[073] Os métodos e usos da presente invenção, em algumas modalidades, são dirigidos ao tratamento de mamíferos, preferivelmente humanos, para epilepsia. Em modalidades particulares, os métodos e usos da presente invenção são dirigidos ao tratamento de mamíferos, preferivelmente humanos, tendo ou em risco de terem um transtorno convulsivo epiléptico.
[074] Epilepsia e transtornos convulsivos epilépticos são descritos acima. Os técnicos no assunto estarão familiares com qualquer número de critérios diagnósticos, prognósticos, cirúrgicos, genéticos e/ou outros clínicos para identificar um indivíduo ou paciente tendo ou estando em risco de ter epilepsia ou qualquer transtorno convulsivo epiléptico, como pode indicar a apropriabilidade clínica de, e/ou ao que pode ser adaptado, administração das composições de AED descritas na presente invenção. Vide, por exemplo, Sontheimer, Diseases of the Nervous System, 2015 Academic Press/Elsevier, Waltham, MA; "Neurologic Disorders" in The Merck Manual of Diagnosis and Therapy 19th Ed. (R.S. Porter, Ed., 2011, Merck, Inc., NJ); "Neurological Diagnostic Tests and Procedures" at the website of the National Institute of Neurological Disorders and Stroke, National Institutes of Health, Bethesda, MD, www. ninds. nih. gov/disorders/ misc/ diagnostic_tests.htm; Neurology in Clinical Practice – Vol. II, 4th Edition, Bradley et al., (Eds), 2004 Butterworth Heinemann/ Elsevier, Philadelphia, PA; Non-Neoplastic Diseases of the Central Nervous System (Atlas of Nontumor Pathology- First Series Fascicle), D.N. Lewis et al., (eds.), 2010 Amer. Registry of Pathology, Annapolis Junction, MD; Bradley’s Neurology in Clinical Practice (6th Ed.), R.B. Daroff et al. (eds.), 2012 Saunders/Elsevier, Waltham, MA; veja também, por exemplo, Wright et al., 2016 Molec. Genet. Genom. Med. 4(2):197; Claes et al., 2001 Am. J. Hum. Genet. 68:1327-1332; Marini et al., 2011 Epilepsia 52(Suppl.2):24-29; Ceulemans et al., 2012 Epilepsia 53(7):1131-1139). Critérios para o diagnóstico e monitoramento clínico de pacientes tendo ou suspeitos de terem epilepsia ou qualquer outro transtorno convulsivo epiléptico são assim bem conhecidos àqueles técnicos no assunto.
[075] Consequentemente, as composições e métodos na presente invenção descritos são úteis no tratamento ou prevenção (como fornecido na presente invenção) de uma ampla faixa de doenças, transtornos ou condições que se referem à epilepsia ou um transtorno convulsivo epiléptico, incluindo mas não limitado a epilepsia fotossensível, síncope autoinduzida, epilepsia intratável, epilepsia de início focal, síndrome de Angelman, síndrome rolândica benigna,
transtorno de CDKL5, epilepsia de ausência infantil e juvenil, síndrome de Dravet, epilepsia do lobo frontal, síndrome da deficiência de Glut1, hamartoma hipotalâmico, espasmos infantis/síndrome de West, epilepsia mioclônica juvenil, síndrome de Landau-Kleffner, síndrome de Lennox-Gastaut (LGS), epilepsia com ausências mioclônicas, síndrome de Ohtahara, síndrome de Panayiotopoulos, epilepsia de PCDH19, epilepsias mioclônicas progressivas, síndrome de Rasmussen, síndrome do cromossomo 20 em anel, epilepsias reflexas, epilepsia do lobo temporal, epilepsia mioclônica progressiva de Lafora, síndromes neurocutâneas, complexo de esclerose tuberosa, encefalopatia epiléptica infantil precoce, encefalopatia epiléptica de início precoce, epilepsia generalizada com convulsões febris mais (GEFS+), síndrome de Rett, esclerose múltipla, doença de Alzheimer, autismo, ataxia, hipotonia e discinesia paroxística.
5.3.2 Ensaios In Vitro
[076] Ensaios in vitro para determinar a eficácia dos (R)-enantiômeros como agonistas de 5HT2C e/ou 5HT2A são conhecidos. Vide, por exemplo, Rothman et al., 2003 J. Pharmacol. Exp. Therapeut. 305(3):1191 - 1199; Lawrence et al., 2000 Molecular Pharmacology, 57:75 - 81; Porter et al., 1999 Brit. J of Pharmacology 128:13 - 20.
5.3.3 Modelos Animais
[077] Modelos animais para testar a eficácia dos (R)-enantiômeros dos compostos objetos no tratamento ou prevenção (como fornecido na presente invenção) de epilepsia ou transtornos convulsivos epilépticos são bem conhecidos. Vide, por exemplo, os modelos animais descritos abaixo nos Exemplos Biológicos.
5.3.4 Dosagem
[078] Tipicamente, um agente terapêutico bem sucedido de certas modalidades reveladas satisfará alguns ou todos os seguintes critérios. A disponibilidade oral deve ser 20% ou acima. A eficácia do modelo animal é menos do que cerca de 0,1 μg a cerca de 100 mg/kg de peso corpóreo e a dose humana alvo é entre 0,1 μg e cerca de 100 mg/kg de peso corpóreo, embora doses fora desta faixa possam ser aceitáveis (“mg/kg” significa miligramas de composto por quilograma de massa corporal do indivíduo a quem ele está sendo administrado). O índice terapêutico (ou razão de dose tóxica para dose terapêutica) deve ser maior do que 100. A potência (por exemplo, como expresso por valor de IC50 como determinado por caracterização in vitro contra seu alvo) deve ser menos do que 10 μM, preferivelmente abaixo de 1 μM e o mais preferivelmente abaixo de 50 nM.
[079] Em certas modalidades, os métodos e usos revelados na presente invenção incluem a administração de uma dose de cerca de 0,1 mg/kg a cerca de 50 mg/kg de um (R)-enantiômero de um ou mais dos compostos objetos, tal como fenfluramina, incluindo cerca de 0,25, 0,5, 0,75, 1, 1,5, 2, 2,5, 5, 10, 15, 20, ou 25 mg/kg a cerca de 35, 40, 45, ou 50 mg/kg, tal como cerca de 20 a 40 mg/kg ou 25 a 35 mg/kg, tal como 20, 25, 30, 35, ou 40 mg/kg +/- 5%, incluindo 30 mg/kg +/- 5%. Em certas modalidades, os métodos e usos revelados na presente invenção incluem a administração de uma dose de cerca de 0,1 mg/kg a cerca de 10 mg/kg de um (R)-enantiômero de um ou mais dos compostos objetos, tal como fenfluramina, incluindo cerca de 0,25, 0,5, 0,75, ou 1 mg/kg a cerca de 2, 2,5, 5, ou 10 mg/kg, tal como cerca de 0,5 mg/kg a cerca de 2,5 mg/kg ou cerca de 1 mg/kg a cerca de 2 mg/kg, tal como 0,5, 0,75, 1, 1,5, 2, 2,25, ou 2,5 mg/kg +/- 5%, incluindo 1 mg/kg +/- 5 % ou 2 mg/kg +/- 5%. Em uma modalidade particular, uma dose de 1 mg/kg a 2 mg/kg é administrada a um indivíduo humano para o tratamento de epilepsia ou um transtorno convulsivo epiléptico, por exemplo síndrome de Dravet. Em modalidades onde mais do que um dos compostos objetos é administrado de acordo com os presentes métodos e usos, as doses acima podem representar as doses totais combinadas dos compostos administrados, ou as doses acima podem representar as doses individuais de cada um dos compostos administrados.
[080] Em algumas modalidades, os métodos e usos revelados na presente invenção incluem a administração de uma dose humana de um (R)-enantiômero de um ou mais dos compostos objetos, tal como fenfluramina, que corresponde a uma dose de camundongo de cerca de 1 mg/kg a cerca de 50 mg/kg, incluindo uma dose de camundongo de cerca de 1, 5, 10, 15, 20, ou 25 mg/kg a cerca de 35, 40, 45, ou 50 mg/kg, tal como cerca de 20 a 40 mg/kg ou 25 a 35 mg/kg, tal como 20, 25, 30, 35, ou 40 mg/kg +/- 5%, incluindo 30 mg/kg +/- 5%. Em modalidades onde mais do que um dos compostos objetos é administrado de acordo com os presentes métodos e usos, as doses acima podem representar as doses totais combinadas dos compostos administrados, ou as doses acima podem representar as doses individuais de cada um dos compostos administrados.
5.4 Composições Farmacêuticas da Presente Invenção e Administração
[081] A presente invenção também se refere em certas modalidades a composições farmacêuticas compreendendo os (R)-enantiômeros dos compostos objetos, incluindo os (R)-enantiômeros tendo vários excessos enantioméricos como descrito na presente invenção, e um ou mais excipientes farmaceuticamente aceitáveis. Em uma modalidade, a presente invenção se refere a composições farmacêuticas compreendendo os (R)-enantiômeros dos compostos objetos, individualmente ou em combinação dos mesmos, em um carreador ou excipiente farmaceuticamente aceitável e em uma quantidade eficaz para tratar ou prevenir (como fornecido na presente invenção) epilepsia ou um outro transtorno convulsivo epiléptico quando administradas a um animal, preferivelmente um mamífero, o mais preferivelmente um paciente humano.
[082] Em uma outra modalidade, a presente invenção se refere a composições farmacêuticas compreendendo uma quantidade terapeuticamente eficaz de um, dois ou todos os três de: (i) (R)-fenfluramina ou um sal farmaceuticamente aceitável, solvato ou pró- fármaco do mesmo; (ii) (R)-norfenfluramina ou um sal farmaceuticamente aceitável, solvato ou pró-fármaco do mesmo, e (iii) (R)-benfluorex ou um sal farmaceuticamente aceitável, solvato ou pró- fármaco do mesmo; e um excipiente farmaceuticamente aceitável, em que (R)-fenfluramina é substancialmente livre de (S)-fenfluramina (por exemplo, maior do que 80 % de ee), (R)-norfenfluramina é substancialmente livre de (S)-norfenfluramina (por exemplo, maior do que 80% de ee), e (R)-benfluorex é substancialmente livre de (S)-benfluorex (por exemplo, maior do que 80% de ee).
[083] Em algumas modalidades, a presente invenção se refere a uma composição farmacêutica compreendendo (R)-fenfluramina ou um sal farmaceuticamente aceitável do mesmo e um ou mais excipientes farmaceuticamente aceitáveis, em que a (R)-fenfluramina ou sal farmaceuticamente aceitável do mesmo está em excesso enantiomérico como descrito na presente invenção, tal como tendo mais do que 80%, 90%, 95%, 97%, 98%, 99%, ou 99,5% de ee. Em algumas modalidades, tal composição farmacêutica inclui uma quantidade do (R)-fenfluramina ou um sal farmaceuticamente aceitável do mesmo que não é 30 mg, isto é, inclui uma quantidade que é menor do que ou maior do que 30 mg, tal como maior do que 31, 32, 35, 40, 45, ou 50 mg ou menor do que 29, 27, ou 25 mg. Em certas modalidades, a composição farmacêutica inclui uma quantidade da (R)- fenfluramina ou um sal farmaceuticamente aceitável do mesmo de 31, 32, 35, 40, 45, ou 50 mg a 100, 150, 200, 250, 300, 350, ou 400 mg, tal como 31 mg a 150 mg, 32 mg a 150 mg, 35 mg a 150 mg, 40 mg a 150 mg, 50 mg a 150 mg, 31 mg a 200 mg, 32 mg a 200 mg, 35 mg a 200 mg, 40 mg a 200 mg, 50 mg a 200 mg, 31 mg a 300 mg, 32 mg a 300 mg, 35 mg a 300 mg, 40 mg a 300 mg, 50 mg a 300 mg, 31 mg a 400 mg, 32 mg a 400 mg, 35 mg a 400 mg, 40 mg a 400 mg, ou 50 mg a 400 mg. Em algumas modalidades, a composição farmacêutica inclui uma quantidade da (R)-fenfluramina ou um sal farmaceuticamente aceitável do mesmo de 1, 2, 3, 5, 7, ou 10 mg a 25, 27, ou 29 mg, tal como de 5 mg a 25 mg, 5 mg a 27 mg, 5 mg a 29 mg, 10 mg a 25 mg, 10 mg a 27 mg, ou 10 mg a 29 mg. Em alguns exemplos, a composição farmacêutica inclui uma quantidade da (R)- fenfluramina ou um sal farmaceuticamente aceitável do mesmo de 5, 10, 15, ou 20 mg a 100, 150, 200, 250, 300, 350, ou 400 mg, tal como 10, 15, 20, 25, 30, 35, 40, 45, 50, 60, 75, 80, 100, 125, 150, 175, 200, 225, 250, 300, 350, ou 400 mg.
[084] Em algumas modalidades, a presente invenção se refere a uma composição farmacêutica compreendendo (R)-benfluorex ou um sal farmaceuticamente aceitável do mesmo e um ou mais excipientes farmaceuticamente aceitáveis, em que o (R)-benfluorex ou sal farmaceuticamente aceitável do mesmo está em excesso enantiomérico como descrito na presente invenção, tal como tendo mais do que 80%, 90%, 95%, 97%, 98%, 99%, ou 99,5% de ee. Em algumas modalidades, tal composição farmacêutica inclui uma quantidade do (R)-benfluorex ou um sal farmaceuticamente aceitável do mesmo que não é 30 mg, isto é, inclui uma quantidade que é menor do que ou maior do que 30 mg, tal como maior do que 31, 32, 35, 40, 45, ou 50 mg ou menor do que 29, 27, ou 25 mg. Em certas modalidades, a composição farmacêutica inclui uma quantidade do (R)-
benfluorex ou um sal farmaceuticamente aceitável do mesmo de 31, 32, 35, 40, 45, ou 50 mg a 100, 150, 200, 250, 300, 350, ou 400 mg, tal como 31 mg a 150 mg, 32 mg a 150 mg, 35 mg a 150 mg, 40 mg a 150 mg, 50 mg a 150 mg, 31 mg a 200 mg, 32 mg a 200 mg, 35 mg a 200 mg, 40 mg a 200 mg, 50 mg a 200 mg, 31 mg a 300 mg, 32 mg a 300 mg, 35 mg a 300 mg, 40 mg a 300 mg, 50 mg a 300 mg, 31 mg a 400 mg, 32 mg a 400 mg, 35 mg a 400 mg, 40 mg a 400 mg, ou 50 mg a 400 mg. Em algumas modalidades, a composição farmacêutica inclui uma quantidade do (R)-benfluorex ou um sal farmaceuticamente aceitável do mesmo de 1, 2, 3, 5, 7, ou 10 mg a 25, 27, ou 29 mg, tal como de 5 mg a 25 mg, 5 mg a 27 mg, 5 mg a 29 mg, 10 mg a 25 mg, 10 mg a 27 mg, ou 10 mg a 29 mg. Em alguns exemplos, a composição farmacêutica inclui uma quantidade do (R)- benfluorex ou um sal farmaceuticamente aceitável do mesmo de 5, 10, 15, ou 20 mg a 100, 150, 200, 250, 300, 350, ou 400 mg, tal como 10, 15, 20, 25, 30, 35, 40, 45, 50, 60, 75, 80, 100, 125, 150, 175, 200, 225, 250, 300, 350, ou 400 mg.
[085] Em algumas modalidades, a presente invenção se refere a uma composição farmacêutica compreendendo (R)-norfenfluramina ou um sal farmaceuticamente aceitável ou pró-fármaco do mesmo e um ou mais excipientes farmaceuticamente aceitáveis, em que a (R)-norfenfluramina ou sal farmaceuticamente aceitável ou pró-fármaco do mesmo está em excesso enantiomérico como descrito na presente invenção, tal como tendo mais do que 80%, 90%, 95%, 97%, 98%, 99%, ou 99,5% de ee. Em algumas modalidades, tal composição farmacêutica inclui uma quantidade da (R)-norfenfluramina ou um sal farmaceuticamente aceitável ou pró-fármaco do mesmo que não é 30 mg, isto é, inclui uma quantidade que é menor do que ou maior do que 30 mg, tal como maior do que 31, 32, 35, 40, 45, ou 50 mg ou menor do que 29, 27, ou 25 mg. Em certas modalidades, a composição farmacêutica inclui uma quantidade da (R)-norfenfluramina ou um sal farmaceuticamente aceitável ou pró-fármaco do mesmo de 31, 32, 35, 40, 45, ou 50 mg a 100, 150, 200, 250, 300, 350, ou 400 mg, tal como 31 mg a 150 mg, 32 mg a 150 mg, 35 mg a 150 mg, 40 mg a 150 mg, 50 mg a 150 mg, 31 mg a 200 mg, 32 mg a 200 mg, 35 mg a 200 mg, 40 mg a 200 mg, 50 mg a 200 mg, 31 mg a 300 mg, 32 mg a 300 mg, 35 mg a 300 mg, 40 mg a 300 mg, 50 mg a 300 mg, 31 mg a 400 mg, 32 mg a 400 mg, 35 mg a 400 mg, 40 mg a 400 mg, ou 50 mg a 400 mg. Em algumas modalidades, a composição farmacêutica inclui uma quantidade da (R)-norfenfluramina ou um sal farmaceuticamente aceitável ou pró-fármaco do mesmo de 1, 2, 3, 5, 7, ou 10 mg a 25, 27, ou 29 mg, tal como de 5 mg a 25 mg, 5 mg a 27 mg, 5 mg a 29 mg, 10 mg a 25 mg, 10 mg a 27 mg, ou 10 mg a 29 mg. Em alguns exemplos, a composição farmacêutica inclui uma quantidade da (R)-norfenfluramina ou um sal farmaceuticamente aceitável ou pró-fármaco do mesmo de 5, 10, 15, ou 20 mg a 100, 150, 200, 250, 300, 350, ou 400 mg, tal como 10, 15, 20, 25, 30, 35, 40, 45, 50, 60, 75, 80, 100, 125, 150, 175, 200, 225, 250, 300, 350, ou 400 mg.
[086] Em certas modalidades, a presente invenção se refere a uma composição farmacêutica que fornece um excesso enantiomérico de (R)- norfenfluramina ou um sal farmaceuticamente aceitável ou pró-fármaco do mesmo. Em tais modalidades, o excesso enantiomérico pode ser como descrito na presente invenção, tal como tendo mais do que 80%, 90%, 95%, 97%, 98%, 99%, ou 99,5% de ee. Tal composição farmacêutica pode incluir um ou mais excipientes farmaceuticamente aceitáveis como descrito na presente invenção.
[087] Em uma outra modalidade, a presente invenção se refere a uma composição farmacêutica compreendendo uma quantidade terapeuticamente eficaz de racemato de norfenfluramina ou um sal farmaceuticamente aceitável ou pró-fármaco do mesmo.
[088] A administração dos (R)-enantiômeros da presente invenção (ou em certas modalidades racemato de norfenfluramina), em forma pura ou em uma composição farmacêutica apropriada, pode ser realizada por intermédio de qualquer um dos modos de administração aceitos de agentes para servir utilidades similares.
As composições farmacêuticas da presente invenção podem ser preparadas por combinação de um composto objeto com um carreador, diluente ou excipiente farmaceuticamente aceitável apropriado, e podem ser formuladas em preparações em formas sólidas, semissólidas, líquidas ou gasosas, tais como comprimidos, cápsulas, pós, grânulos, unguentos, soluções, supositórios, injeções, inalantes, géis, microesferas, e aerossóis.
As vias de administração típicas de tais composições farmacêuticas incluem, sem limitação, orais, tópicas, transdérmicas, por inação, parenterais, sublinguais, retais, vaginais, e intranasais.
O termo parenteral como usado na presente invenção inclui injeções subcutâneas, técnicas de injeção ou infusão intravenosa, intramuscular, intraesternal.
As composições farmacêuticas da presente invenção são formuladas de modo a permitir que os ingredientes ativos contidos nestas estejam biodisponíveis após a administração da composição a um paciente.
As composições que serão administradas a um indivíduo ou paciente, preferivelmente um mamífero, mais preferivelmente um humano, podem tomar a forma de uma ou mais unidades de dosagem, onde por exemplo, um comprimido pode ser uma unidade de dosagem única, e um recipiente de um composto da invenção na forma de aerossol pode manter uma pluralidade de unidades de dosagem.
Métodos reais para preparar tais formas de dosagem são conhecidos, ou estarão evidentes, aos técnicos no assunto; por exemplo, vide The Science and Practice of Pharmacy, 20a Edição (Philadelphia College of Pharmacy and Science, 2000). A composição a ser administrada, em qualquer evento, conterá uma quantidade terapeuticamente eficaz de um composto objeto, ou um sal farmaceuticamente aceitável do mesmo, para o tratamento ou prevenção (como fornecido na presente invenção) de uma doença ou condição de interesse de acordo com os ensinamentos desta invenção.
[089] As composições farmacêuticas úteis na presente invenção também contêm um carreador farmaceuticamente aceitável, incluindo qualquer diluente ou excipiente adequado, que inclui qualquer agente farmacêutico que não induz por si só a produção de anticorpos prejudiciais ao indivíduo que recebe a composição, e que podem ser administrados sem toxicidade indevida. carreadores farmaceuticamente aceitáveis incluem, mas não são limitados à, líquidos, tais como água, solução salina, glicerol e etanol, e semelhantes. Uma discussão completa de carreadores, diluentes, e outros excipientes farmaceuticamente aceitáveis é apresentada em Remington’s Pharmaceutical Sciences (Mack Pub. Co., N.J., edição corrente).
[090] Uma composição farmacêutica da presente invenção pode estar na forma de um sólido ou líquido. Em um aspecto, o(s) carreador(es) são particulados, de modo que as composições estejam, por exemplo, na forma de comprimido ou pó. O(s) carreador(es) podem ser líquidos, com as composições sendo, por exemplo, um xarope oral, líquido injetável ou um aerossol, que é útil em, por exemplo, administração inalatória.
[091] Quando intencionado para a administração oral, a composição farmacêutica é preferivelmente na forma sólida ou líquida, onde formas semissólidas, semilíquidas, em suspensão e gel são incluídas dentro das formas consideradas na presente invenção como sólido ou líquido.
[092] Como uma composição sólida para a administração oral, a composição farmacêutica pode ser formulada em um pó, grânulo, comprimido, pílula, cápsula, goma de mascar, hóstia ou forma semelhante. Tal composição sólida tipicamente conterá um ou mais diluentes inertes ou carreadores comestíveis. Além disso, um ou mais dos seguintes podem estar presentes: aglutinantes tais como carboximetilcelulose, etil celulose, celulose microcristalina, goma tragacanto ou gelatina; excipientes tais como amido, lactose ou dextrinas, agentes desintegrantes tais como ácido algínico, alginato de sódio, Primogel, amido de milho e semelhantes; lubrificantes tais como estearato de magnésio ou Sterotex; deslizantes tais como dióxido de silício coloidal; agentes adoçantes tais como sacarose ou sacarina; um agente flavorizante tal como hortelã-pimenta, salicilato de metila ou flavorizante de laranja; e um agente corante.
[093] Quando a composição farmacêutica está na forma de uma cápsula, por exemplo, uma cápsula de gelatina, ela pode conter, além de materiais do tipo acima, um carreador líquido tal como polietilenoglicol ou óleo.
[094] A composição farmacêutica pode estar na forma de um líquido, por exemplo, um elixir, xarope, solução, emulsão ou suspensão. O líquido pode ser para a administração oral ou para a liberação por injeção, como dois exemplos. Quando intencionadas para a administração oral, as composições preferidas contêm, além dos (R)-enantiômeros dos compostos objetos, um ou mais de um agente adoçante, conservantes, pigmento/corante e realçador de sabor. Em uma composição intencionada a ser administrada por injeção, um ou mais de um surfactante, conservante, agente umectante, agente dispersante, agente de suspensão, tampão, estabilizante e agente isotônico podem ser incluídos.
[095] As composições farmacêuticas líquidas da presente invenção, sendo elas soluções, suspensões ou outra forma semelhante, podem incluir um ou mais dos seguintes adjuvantes: diluentes estéreis tais como água para injeção, solução salina, preferivelmente solução salina fisiológica, solução de Ringer, cloreto de sódio isotônico, óleos fixos tais como mono ou diglicerídeos sintéticos que podem servir como o solvente ou meio de suspensão, polietilenoglicóis, glicerina, propilenoglicol ou outros solventes; agentes antibacterianos tais como álcool benzílico ou metilparabeno; antioxidantes tais como ácido ascórbico ou bissulfito de sódio; agentes quelantes tais como ácido etilenodiaminotetra- acético (EDTA); tampões tais como acetatos, citratos ou fosfatos e agentes para o ajuste de tonicidade tais como cloreto de sódio ou dextrose. A preparação parenteral pode ser incluída em ampolas, seringas descartáveis ou frascos de doses múltiplas fabricados de vidro ou plástico. Solução salina fisiológica é um adjuvante preferido. Uma composição farmacêutica injetável é preferivelmente estéril.
[096] Uma composição farmacêutica líquida da presente invenção intencionada para administração parenteral ou oral deveria conter uma quantidade de um (R)-enantiômero dos compostos objetos, tal que uma dosagem adequada será obtida. Tipicamente, esta quantidade de um (R)- enantiômero dos compostos objetos é pelo menos 0,01 % em peso da composição. Quando intencionada para administração oral, esta quantidade pode ser variada para estar entre 0,1 e cerca de 70% em peso da composição. Composições farmacêuticas orais preferidas contêm entre cerca de 4% a cerca de 50% de um (R)-enantiômero dos compostos objetos, tal como entre cerca de 5%, 7%, 10%, ou 15% a cerca de 20%, 25%, 30%, 35%, 40%, ou 45%. As composições e preparações farmacêuticas preferidas de acordo com a presente invenção são preparadas de modo que uma unidade de dosagem parenteral contenha entre 0,01 a 10% em peso do (R)-enantiômero dos compostos objetos antes da diluição, tal como entre 0,01% e 4%, 5%, 6%, 7%, 8%, ou 9% em peso antes da diluição, ou entre 0,01%, 0,2%, 0,5%, 0,8%, 1%, 1,5%, 2%, 3%, 4% ou 5% e 10% em peso antes da diluição.
[097] A composição farmacêutica da presente invenção pode ser intencionada para administração tópica, caso este em que o carreador pode compreender adequadamente uma base de solução, emulsão, unguento ou gel. A base, por exemplo, pode compreender um ou mais dos seguintes: petrolato,
lanolina, polietilenoglicóis, cera de abelha, óleo mineral, diluentes tais como água e álcool, e emulsionantes e estabilizantes. Agentes espessantes podem estar presentes em uma composição farmacêutica para administração tópica. Se intencionada para administração transdérmica, a composição pode incluir um emplastro transdérmico ou dispositivo de iontoforese. As formulações tópicas podem conter uma concentração do (R)-enantiômero dos compostos objetos de cerca de 0,1 a cerca de 10% p/v (peso por volume unitário), tal como entre 0,01% e 4%, 5%, 6%, 7%, 8%, ou 9% em peso antes da diluição, ou entre 0,01%, 0,2%, 0,5%, 0,8%, 1%, 1,5%, 2%, 3%, 4% ou 5% e 10% em peso antes da diluição.
[098] A composição farmacêutica da presente invenção pode ser intencionada para administração retal, na forma, por exemplo, de um supositório, que dissolverá no reto e liberará o fármaco. A composição para administração retal pode conter uma base oleaginosa como um excipiente não irritante adequado. Tais bases incluem, sem limitação, lanolina, manteiga de cacau e polietilenoglicol.
[099] Uma formulação típica para a administração intramuscular ou intratecal consistirá em uma suspensão ou solução de ativo em um óleo ou solução de ingrediente ativo em um óleo, por exemplo óleo de arachis ou óleo de gergelim. Uma formulação típica para administração intravenosa ou intratecal consistirá em solução aquosa isotônica estéril contendo, por exemplo ingrediente ativo e dextrose ou cloreto de sódio ou uma mistura de dextrose e cloreto de sódio. As composições da presente invenção podem ser formuladas de modo a fornecer liberação rápida, sustentada ou retardada do ingrediente ativo, isto é, do (R)-enantiômero dos compostos objetos (ou em certas modalidades racemato de norfenfluramina), depois da administração ao paciente utilizando-se procedimentos conhecidos na técnica. Sistemas de liberação de fármaco de liberação controlada incluem sistemas de bomba osmótica e sistemas dissolucionais contendo reservatórios revestidos com polímero ou formulações de matriz de fármaco-polímero. Exemplos de sistemas de liberação controlada são fornecidos nas Pat. dos EUA Nos 3.845.770 e
4.326.525 e em P. J. Kuzma et al., Regional Anesthesia 1997, 22(6):543 - 551, todos os quais são incorporados na presente invenção a título de referência.
[0100] As composições da presente invenção também podem ser liberadas através de sistemas de liberação de fármaco intranasal para terapias médicas locais, sistêmicas, e nariz ao cérebro. Tecnologia de Dispersão de Partícula Controlada (CPD)™, frascos de pulverização nasal tradicionais, inaladores ou nebulizadores são conhecidos por aqueles técnicos no assunto para fornecer liberação local e sistêmica eficaz de fármacos alvejando-se a região olfativa e o seio paranasal.
[0101] A presente invenção também se refere a um dispositivo de liberação de fármaco de casca ou núcleo intravaginal adequado para administração à mulher ou fêmea. O dispositivo pode ser compreendido do ingrediente ativo farmacêutico em uma matriz polimérica, circundado por uma bainha, e capaz de liberar o (R)-enantiômero dos compostos objetos em um padrão de ordem substancialmente zero em uma base diária similar aos dispositivos usados para aplicar testosterona como descrito no Pedido de Patente Publicado PCT No WO 98/50016 e Pat. dos EUA No 6.416.780.
[0102] A via de administração mais adequada dependerá da natureza e severidade da condição sendo tratada. Técnicos no assunto são também familiarizados em determinar os métodos de administração (por exemplo, oral, intravenosa, por inalação, subcutânea, retal etc.), formas de dosagem, excipientes farmacêuticos adequados e outros assuntos relevantes para a liberação de um (R)-enantiômero dos compostos objetos a um indivíduo em necessidade do mesmo.
[0103] A composição farmacêutica da presente invenção pode incluir vários materiais, que modificam a forma física de uma unidade de dosagem sólida ou líquida. Por exemplo, a composição pode incluir materiais que formam uma casca de revestimento em torno dos ingredientes ativos. Os materiais que formam a casca de revestimento são tipicamente inertes, e podem ser selecionados a partir de, por exemplo, açúcar, goma-laca, e outros agentes de revestimento entérico. Alternativamente, os ingredientes ativos podem ser envolvidos em uma cápsula de gelatina.
[0104] A composição farmacêutica da presente invenção na forma sólida ou líquida pode incluir um agente que se liga a um (R)-enantiômero dos compostos objetos e desse modo auxilia na liberação do composto. Agentes adequados que podem agir nesta capacidade incluem um anticorpo monoclonal ou policlonal, uma proteína ou um lipossomo.
[0105] A composição farmacêutica da presente invenção pode consistir em unidades de dosagem que podem ser administradas como um aerossol. O termo aerossol é usado para denotar uma variedade de sistemas variando daqueles de natureza coloidal a sistemas consistindo em embalagens pressurizadas. A liberação pode ser por um gás liquefeito ou comprimido ou por um sistema de bomba adequado que dispensa os ingredientes ativos. Aerossóis de um (R)- enantiômero dos compostos objetos podem ser liberados em sistemas de fase única, bifásicos, ou trifásicos de modo a liberar o(s) ingrediente(s) ativo(s). A liberação do aerossol inclui o recipiente necessário, ativadores, válvulas, sub- recipientes, e semelhantes, que juntos podem formar um kit. Um técnico no assunto, sem experimentação indevida pode determinar os aerossóis preferidos.
[0106] As composições farmacêuticas da presente invenção podem ser preparadas por metodologia bem conhecida na técnica farmacêutica. Por exemplo, uma composição farmacêutica intencionada a ser administrada por injeção pode ser preparada por combinação de um (R)-enantiômero dos compostos objetos (ou em certas modalidades, racemato de norfenfluramina) com água destilada, estéril de modo a formar uma solução. Um surfactante pode ser adicionado para facilitar a formação de uma solução ou suspensão homogênea. Surfactantes são compostos que não interagem covalentemente com um (R)-enantiômero dos compostos objetos de modo a facilitar a dissolução ou suspensão homogênea do composto no sistema de liberação aquosa.
[0107] Geralmente, uma dose diária terapeuticamente eficaz de um (R)- enantiômero dos compostos objetos (ou em certas modalidades, racemato de norfenfluramina) é (para um mamífero de 70 kg) de cerca de 0,001 mg/kg (isto é, 0,07 mg) a cerca de 100 mg/kg (isto é, 7,0 g); preferivelmente uma dose diária terapeuticamente eficaz é (para um mamífero de 70 kg) de cerca de 0,01 mg/kg (isto é, 0,70 mg) a cerca de 50 mg/kg (isto é, 3,5 g); e mais preferivelmente uma dose diária terapeuticamente eficaz é (para um mamífero de 70 kg) de cerca de 1 mg/kg (isto é, 70 mg) a cerca de 25 mg/kg (isto é, 1,75 g). Em algumas modalidades, uma dose diária terapeuticamente eficaz de um (R)-enantiômero dos compostos objetos (ou em certas modalidades, racemato de norfenfluramina) é (para um mamífero de 70 kg), de cerca de 0,5 mg/kg a cerca de 2,5 mg/kg, tal como 0,75 mg/kg a cerca de 2,25 mg/kg, 1 mg/kg a cerca de 2 mg/kg, ou cerca de 1 mg/kg ou cerca de 2 mg/kg.
[0108] As faixas de doses eficazes fornecidas na presente invenção não são intencionadas a serem limitantes e representam as faixas de dose preferidas. Entretanto, a dosagem mais preferida será adaptada ao indivíduo individualmente, como é entendido e determinável por um técnico no assunto (Vide, por exemplo, Berkow et al., eds., The Merck Manual, 19a edição, Merck and Co., Rahway, N.J., 2011; Brunton et al., eds., Goodman and Gilman’s The Pharmacological Basis of Therapeutics, 12a edição, McGraw-Hill 2011; Avery’s
Drug Treatment: Principles and Practice of Clinical Pharmacology and Therapeutics, 3a edição, ADIS Press, LTD., Williams and Wilkins, Baltimore, MD. (1987), Ebadi, Pharmacology, Little, Brown and Co., Boston, (1985); Osolci al., eds., Remington’s Pharmaceutical Sciences, edição corrente, Mack Publishing Co., Easton, PA; Katzung, Basic and Clinical Pharmacology, Appleton and Lange, Norwalk, CT (1992)).
[0109] A dose total necessária para cada tratamento pode ser administrada por doses múltiplas ou em uma única dose durante o curso do dia, se desejado. Geralmente, o tratamento é iniciado com dosagens menores, que são menos do que a dose ideal do composto. Posteriormente, a dosagem é aumentada por pequenos incrementos até que o efeito ideal sob as circunstâncias seja atingido. Os presentes compostos ou composições farmacêuticas podem ser administrados sozinhos ou em combinação com outros produtos diagnósticos e/ou produtos farmacêuticos dirigidos para a patologia, ou dirigidos para outros sintomas da patologia. Quantidades eficazes do (R)-enantiômero dos compostos objetos (ou em certas modalidades, racemato de norfenfluramina) ou composição farmacêutica da presente invenção são de cerca de 0,1 μg a cerca de 100 mg/kg de peso corpóreo, administradas em intervalos de 4 a 72 horas, por um período de 2 horas a 1 ano, e/ou qualquer faixa ou valor entre os mesmos, tal como 0,0001 a 0,001, 0,001 a 0,01, 0,01 a 0,1, 0,1 a 1,0,1,0 a 10, 5 a 10, 10 a 20, 20 a 50 e 50 a 100 mg/kg, em intervalos de 1 a 4, 4 a 10, 10 a 16, 16 a 24, 24 a 36, 24 a 36, 36 a 48, 48 a 72 horas, por um período de 1 a 14, 14 a 28, ou 30 a 44 dias, ou 1 a 24 semanas, ou qualquer faixa ou valor entre os mesmos.
[0110] Os receptores da administração de um (R)-enantiômero dos compostos objetos (ou em certas modalidades, racemato de norfenfluramina) e/ou composições farmacêuticas da presente invenção podem ser qualquer mamífero, incluindo mamíferos das Ordens Primata (incluindo humanos, símios e macacos), Arteriodactyla (incluindo cavalos, cabras, vacas, ovelhas, porcos), Rodenta (incluindo camundongos, ratos, e hamsters), Lagamorpha (incluindo coelhos) e Carnivora (incluindo gatos e cães). Os receptores mais preferidos são humanos.
5.5 Terapia de Combinação
[0111] Os (R)-enantiômeros dos compostos objetos (ou em certas modalidades, racemato de norfenfluramina) podem ser utilmente combinados com um ou mais outro agente terapêutico ou como qualquer combinação dos mesmos, no tratamento ou prevenção (como fornecido na presente invenção) de epilepsia ou um outro transtorno convulsivo epiléptico em mamíferos, preferivelmente humanos. Por exemplo, os (R)-enantiômeros dos compostos objetos (ou em certas modalidades, racemato de norfenfluramina) podem ser administrados simultaneamente, sequencialmente ou separadamente em combinação com outros agentes terapêuticos, incluindo, mas não limitados a: • Agonistas de TAAR1, tal como fentermina (que de acordo com a teoria não limitante pode aumentar a liberação de norepinefrina como um complemento ou suplemento para, por exemplo, efeitos de (R)-norfenfluramina sobre receptores de 5HT2C e/ou 5HT2A como descrito na presente invenção); • Analgésicos de opiatos, por exemplo, morfina, heroína, cocaína, oximorfona, levorfanol, levalorfan, oxicodona, codeína, diidrocodeína, propoxifeno, nalmefeno, fentanil, hidrocodona, hidromorfona, meripidina, metadona, nalorfina, naloxona, naltrexona, buprenorfina, butorfanol, nalbufina e pentazocina; • Analgésicos que não de opiato, por exemplo, acetaminofeno, salicilatos (por exemplo, aspirina); • Fármacos anti-inflamatórios não esteroidais (NSAIDs), por exemplo, ibuprofeno, naproxeno, fenoprofeno, cetoprofeno, celecoxibe, diclofenaco,
diflusinal, etodolaco, fenbufeno, fenoprofeno, flufenisal, flurbiprofeno, ibuprofeno, indometacina, cetoprofeno, cetorolaco, ácido meclofenâmico, ácido mefenâmico, meloxicam, nabumetona, naproxeno, nimesulida, nitroflurbiprofeno, olsalazina, oxaprozina, fenilbutazona, piroxicam, sulfasalazina, sulindac, tolmetina e zomepirac; • Anticonvulsivantes, por exemplo, carbamazepina, oxcarbazepina, lamotrigina, valproato, topiramato, gabapentina e pregabalina; • Antidepressivos tais como antidepressivos tricíclicos, por exemplo, amitriptilina, clomipramina, despramina, imipramina e nortriptilina, • Inibidores seletivos de COX-2, por exemplo, celecoxibe, rofecoxibe, parecoxibe, valdecoxibe, deracoxibe, etoricoxibe, e lumiracoxibe; • Alfa-adrenérgicos, por exemplo, doxazosina, tamsulosina, clonidina, guanfacina, dexmetatomidina, modafinil, e 4-amino-6,7-dimetóxi-2-(5-metano sulfonamido-1,2,3,4-tetraidroisoquinol-2-il)-5-(2-piridil) quinazolina; • Sedativos de barbiturato, por exemplo, amobarbital, aprobarbital, butabarbital, butabital, mefobarbital, metarbital, meto-hexital, pentobarbital, fenobartital, secobarbital, talbutal, teamilal e tiopental; • Antagonista de taquiquinina (NK), particularmente um antagonista de NK- 3, NK-2 ou NK-1, por exemplo, (αR,9R)-7-[3,5-bis(trifluorometil)benzil)]- 8,9,10,11-tetraidro-9-metil-5-(4-metilfenil)-7H-[1,4]diazocino[2,1-g][1,7]- naftiridina-6-13-diona (TAK-637), 5-[[2R,3S)-2-[(1R)-1-[3,5- bis(trifluorometilfenil]etóxi-3-(4-fluorofenil)-4-morfolinil]-metil]-1,2-diidro-3H- 1,2,4-triazol-3-ona (MK-869), aprepitanto, lanepitant, dapitant ou 3-[[2- metoxi5-(trifluorometoxi)fenil]-metilamino]-2-fenilpiperidina (2S,3S); • Analgésicos de carvão-alcatrão, por exemplo, acetaminofeno; • Inibidores de recaptação de serotonina, por exemplo, paroxetina, sertralina, norfluoxetina (metabólito de desmetil fluoxetina), metabólito de demetilsertralina, ‘3 fluvoxamina, paroxetina, citalopram, metabólito de citalopram desmetilcitalopram, escitalopram, d,l-fenfluramina, femoxetina, ifoxetina, cianodotiepina, litoxetina, dapoxetina, nefazodona, cericlamina, trazodona e fluoxetina; • Inibidores de recaptação de noradrenalina (norepinefrina), por exemplo, maprotilina, lofepramina, mirtazepina, oxaprotilina, fezolamina, tomoxetina, mianserina, bupropriona, metabólito de bupropriona hidroxibupropriona, nomifensina e viloxazina (Vivalan®)), especialmente um inibidor de recaptação seletivo de noradrenalina tal como reboxetina, em particular (S,S)-reboxetina, e sedativos neurolépticos/ansiolíticos de venlafaxina duloxetina; • Inibidores de recaptação dupla de serotonina-noradrenalina, tais como venlafaxina, metabólito de venlafaxina O-desmetilvenlafaxina, clomipramina, metabólito de clomipramina desmetilclomipramina, duloxetina, milnacipran e imipramina; • Inibidores de acetilcolinesterase tal como donepezil; • Antagonistas de 5-HT3 tal como ondansetron; • Antagonistas ou agonistas de receptor de glutamato metabotrópico glutamato receptor (mGluR) ou potenciadores alostéricos de glutamato em mGluR’s; • Anestésico local tal como mexiletina e lidocaína; • Corticosteroide tal como dexametasona; • Antiarritimicos, por exemplo, mexiletina e fenitoína; • Antagonistas muscarínicos, por exemplo, tolterodina, propiverina, cloreto de tróspio, darifenacina, solifenacina, temiverina e ipratrópio; • Agonistas muscarínicos ou potenciadores alostéricos de acetilcolina em receptores muscarínicos • Canabinoides ou potenciadores alostéricos de endorfinas em receptores canabinoides; • Agonistas (por exemplo, resinferatoxina) ou antagonistas (por exemplo, capsazepina) do receptor vaniloide; • Sedativos, por exemplo, glutetimida, meprobamato, metaqualona, e dicloralfenazona; • Ansiolíticos tais como benzodiazepinas, • Antidepressivos tais como mirtazapina, • Agentes tópicos (por exemplo, lidocaína, capsaicina e resiniferotoxina); • Relaxantes musculares tais como benzodiazepinas, baclofeno, carisoprodol, clorzoxazona, ciclobenzaprina, metocarbamol e orfrenadina; • Anti-histamínicos ou antagonistas de H1; • Antagonistas do receptor de NMDA; • Agonistas/antagonistas do receptor de 5-HT; • Inibidores de PDEV; • Tramadol®; • Analgésicos colinérgicos (nicotínicos); • Ligantes alfa-2-delta; • Antagonistas do subtipo E2 de prostaglandina; • Antagonistas B4 de leucotrieno; e • Inibidores de 5-lipoxigenase.
[0112] Como usado na presente invenção “combinação” se refere a qualquer mistura ou permutação de um (R)-enantiômero dos compostos objetos (ou em certas modalidades, racemato de norfenfluramina) com um ou mais agentes terapêuticos adicionais. A menos que o contexto torne claro de outro modo, “combinação” pode incluir liberação simultânea ou sequencial do (R)- enantiômero dos compostos objetos (ou em certas modalidades, racemato de norfenfluramina) com um ou mais agentes terapêuticos, incluindo um outro (R)-
enantiômero dos compostos objetos. A menos que o contexto torne claro de outro modo, “combinação” pode incluir formas de dosagem do (R)-enantiômero dos compostos objetos (ou em certas modalidades, racemato de norfenfluramina) com um outro agente terapêutico. A menos que o contexto torne claro de outro modo, “combinação” pode incluir vias de administração do (R)-enantiômero dos compostos objetos (ou em certas modalidades, racemato de norfenfluramina) com um outro agente terapêutico. A menos que o contexto torne claro de outro modo, “combinação” pode incluir formulações do (R)- enantiômero dos compostos objetos (ou em certas modalidades, racemato de norfenfluramina) com um outro agente terapêutico. Formas de dosagem, vias de administração e composições farmacêuticas incluem, mas não são limitadas àquelas descritas na presente invenção.
[0113] Em uma modalidade, a presente invenção se refere a um método descrito na presente invenção compreendendo administrar uma quantidade terapeuticamente eficaz de um (R)-enantiômero dos compostos objetos (ou em certas modalidades, racemato de norfenfluramina) simultaneamente, sequencialmente ou separadamente em combinação com fentermina. Do mesmo modo, a presente invenção se refere a um uso descrito na presente invenção de um (R)-enantiômero dos compostos objetos (ou em certas modalidades, racemato de norfenfluramina) simultaneamente, sequencialmente ou separadamente em combinação com fentermina.
5.6 Kits de Partes
[0114] A presente invenção também fornece kits que contêm uma composição farmacêutica descrita na presente invenção. O kit também inclui instruções para o uso da composição farmacêutica para tratar ou prevenir (como fornecido na presente invenção) epilepsia ou um outro transtorno convulsivo epiléptico. Preferivelmente, um kit conterá uma ou mais dose unitárias da composição farmacêutica. Por exemplo, tal dose unitária pode ser uma quantidade suficiente para a preparação de uma injeção intravenosa. Estará evidente aos técnicos no assunto que tais composições que são sensíveis à luz e/ou ao ar podem necessitar de empacotamento e/ou formulação especiais. Por exemplo, o empacotamento pode ser usado que seja opaco à luz, e/ou selado do contato com ar ambiente, e/ou formulado com revestimentos ou excipientes adequados.
5.7 Preparação dos (R)-Enantiômeros da Invenção A. Preparação de (R)-fenfluramina e (S)-fenfluramina.
[0115] (R)-Fenfluramina e (S)-fenfluramina podem ser preparados usando síntons quirais ou reagentes quirais por métodos conhecidos a um técnico no assunto, ou resolvidos a partir de fenfluramina usando técnicas convencionais, tal como HPLC usando uma coluna quiral. A resolução óptica de fenfluramina por cristalização em seu (R)-enantiômero e (S)-enantiômero foi revelada em, por exemplo, Coquerel et al., Chemistry Letters (1988), páginas 1081 - 1084. B. Preparação de (R)-norfenfluramina e (S)-norfenfluramina.
[0116] (R)-Norfenfluramina e (S)-norfenfluramina podem ser preparados usando síntons quirais ou reagentes quirais por métodos conhecidos a um técnico no assunto, ou resolvidos a partir de norfenfluramina (disponível comercialmente, por exemplo, da Toronto Research Chemicals, North York, Ontario, Canada) usando técnicas convencionais, tal como HPLC usando uma coluna quiral.
[0117] (R)-Norfenfluramina e (S)-norfenfluramina também podem ser preparados de acordo com os métodos revelados nos Esquemas de Reação 1 e 2 abaixo em que as abreviações seguintes são usadas: Ni de Raney se refere a Níquel de Raney; atm se refere à atmosfera;
AcOH se refere a ácido acético; MeOH se refere a metanol; h se refere a horas; Pd/C se refere a paládio em carbono; e rt se refere à temperatura ambiente.
[0118] O Esquema de Reação 1 mostra a preparação de (R)- norfenfluramina: Esquema de Reação 1.
[0119] Os Compostos 101 e 102 estão comercialmente disponíveis ou podem ser preparados por métodos conhecidos a um técnico no assunto.
[0120] Em geral, (R)-norfenfluramina pode ser preparado pelo método mostrado no Esquema de Reação 1 tratando-se primeiro o composto 101 com o composto 102 sob condições de aminação redutiva padrão para formar o composto 103, que depois é tratado sob condições de hidrogenação catalítica padrão para formar (R)-norfenfluramina.
[0121] Em uma maneira similar, (S)-norfenfluramina é preparada como mostrado abaixo no Esquema de Reação 2 em que os compostos 101 e 201 estão comercialmente disponíveis: Esquema de Reação 2.
C. Preparação de (R)-benfluorex e (S)-benfluorex.
[0122] (R)-Benfluorex e (S)-benfluorex podem ser preparados a partir de (R)-norfenfluramina e (S)-norfenfluramina pelos métodos revelados em EP
1321445. Especificamente, esta metodologia envolve a reação de (R)- norfenfluramina e (S)-norfenfluramina com óxido de etileno para formar os aminoálcoois correspondentes, seguido por acilação da porção álcool com cloreto de benzoíla.
5.8 Modalidades Numeradas
[0123] Modalidade 1. Um método para tratar um mamífero tendo ou em risco de ter um transtorno convulsivo epiléptico, compreendendo administrar ao mamífero uma quantidade terapeuticamente eficaz de um, dois ou todos os três de: (i) (R)-fenfluramina ou um sal farmaceuticamente aceitável, solvato ou pró- fármaco do mesmo; (ii) (R)-norfenfluramina ou um sal farmaceuticamente aceitável, solvato ou pró-fármaco do mesmo, e (iii) (R)-benfluorex ou um sal farmaceuticamente aceitável, solvato ou pró- fármaco do mesmo, em que (R)-fenfluramina é substancialmente livre de (S)-fenfluramina, (R)- norfenfluramina é substancialmente livre de (S)-norfenfluramina e (R)-
benfluorex é substancialmente livre de (S)-benfluorex.
[0124] Modalidade 2. Um método para tratar um mamífero tendo ou em risco de ter um transtorno convulsivo epiléptico, compreendendo administrar ao mamífero simultaneamente ou sequencialmente e em qualquer ordem: (a) uma quantidade terapeuticamente eficaz de um, dois ou todos os três de: (i) (R)-fenfluramina ou um sal farmaceuticamente aceitável, solvato ou pró- fármaco do mesmo; (ii) (R)-norfenfluramina ou um sal farmaceuticamente aceitável, solvato ou pró-fármaco do mesmo, e (iii) (R)-benfluorex ou um sal farmaceuticamente aceitável, solvato ou pró- fármaco do mesmo; e (b) uma quantidade terapeuticamente eficaz de fentermina, ou um sal farmaceuticamente aceitável, solvato ou pró-fármaco do mesmo, em que (R)-fenfluramina é substancialmente livre de (S)-fenfluramina, (R)- norfenfluramina é substancialmente livre de (S)-norfenfluramina e (R)- benfluorex é substancialmente livre de (S)-benfluorex.
[0125] Modalidade 3. O método da modalidade 1 ou modalidade 2 em que o transtorno convulsivo epiléptico é síndrome de Dravet.
[0126] Modalidade 4. O método da modalidade 1 ou modalidade 2 em que o transtorno convulsivo epiléptico é selecionado a partir de epilepsia fotossensível, síncope autoinduzida, epilepsia intratável, síndrome de Angelman, síndrome rolândica benigna, transtorno de CDKL5, epilepsia de ausência infantil e juvenil, síndrome de Dravet, epilepsia do lobo frontal, síndrome da deficiência de Glut1, hamartoma hipotalâmico, espasmos infantis/síndrome de West, epilepsia mioclônica juvenil, síndrome de Landau-Kleffner, síndrome de Lennox- Gastaut (LGS), epilepsia com ausências mioclônicas, síndrome de Ohtahara,
síndrome de Panayiotopoulos, epilepsia de PCDH19, epilepsias mioclônicas progressivas, síndrome de Rasmussen, síndrome do cromossomo 20 em anel, epilepsias reflexas, epilepsia do lobo temporal, epilepsia mioclônica progressiva de Lafora, síndromes neurocutâneas, complexo de esclerose tuberosa, encefalopatia epiléptica infantil precoce, encefalopatia epiléptica de início precoce, epilepsia generalizada com convulsões febris mais (GEFS+), síndrome de Rett, esclerose múltipla, doença de Alzheimer, autismo, ataxia, hipotonia, discinesia paroxística, convulsões de início focal, convulsões de início generalizado, convulsões de ausência, Síndrome de Jeavon, encefalopatia epiléptica, síndrome do girassol, síndrome do X frágil, hemiplegia alternada, epilepsia do lobo frontal noturna dominante autossômica (ADNFLE), síndrome rolândica benigna, Síndrome de Doose, encefalopatia mioclônica precoce, epilepsia da infância com convulsões focais migratórias, epilepsia com convulsões tônicas-clônicas generalizadas, epilepsia com ausências mioclônicas, encefalopatia epiléptica com pico e onda contínuos durante sono, convulsões de ausência juvenil, epilepsias mioclônicas progressivas, epilepsia relacionada a SCN8A, epilepsia relacionada a SCN2A, epilepsia relacionada a KCNQ2, e síndrome da deficiência mental (ID) relacionada à Cinase Contendo Domínio de TBC1 (TBCK).
[0127] Modalidade 5. Um método para tratar um mamífero tendo ou em risco de ter um transtorno convulsivo epiléptico, compreendendo administrar ao mamífero uma quantidade terapeuticamente eficaz de norfenfluramina racêmica [(R,S)-1-(3-(trifluorometil)fenil)propan-2-amina].
[0128] Modalidade 6. Um método para tratar um mamífero tendo ou em risco de ter um transtorno convulsivo epiléptico, compreendendo administrar ao mamífero simultaneamente ou sequencialmente e em qualquer ordem: (a) uma quantidade terapeuticamente eficaz de norfenfluramina racêmica
[(R,S)-1-(3-(trifluorometil)fenil)propan-2-amina]; e (b) uma quantidade terapeuticamente eficaz de fentermina, ou um sal farmaceuticamente aceitável, solvato ou pró-fármaco do mesmo.
[0129] Modalidade 7. O método da modalidade 5 ou modalidade 6 em que o transtorno convulsivo epiléptico é síndrome de Dravet.
[0130] Modalidade 8. O método da modalidade 5 ou modalidade 6 em que o transtorno convulsivo epiléptico é selecionado a partir de epilepsia fotossensível, síncope autoinduzida, epilepsia intratável, síndrome de Angelman, síndrome rolândica benigna, transtorno de CDKL5, epilepsia de ausência infantil e juvenil, síndrome de Dravet, epilepsia do lobo frontal, síndrome da deficiência de Glut1, hamartoma hipotalâmico, espasmos infantis/síndrome de West, epilepsia mioclônica juvenil, síndrome de Landau-Kleffner, síndrome de Lennox- Gastaut (LGS), epilepsia com ausências mioclônicas, síndrome de Ohtahara, síndrome de Panayiotopoulos, epilepsia de PCDH19, epilepsias mioclônicas progressivas, síndrome de Rasmussen, síndrome do cromossomo 20 em anel, epilepsias reflexas, epilepsia do lobo temporal, epilepsia mioclônica progressiva de Lafora, síndromes neurocutâneas, complexo de esclerose tuberosa, encefalopatia epiléptica infantil precoce, encefalopatia epiléptica de início precoce, epilepsia generalizada com convulsões febris mais (GEFS+), síndrome de Rett, esclerose múltipla, doença de Alzheimer, autismo, ataxia, hipotonia, discinesia paroxística, convulsões de início focal, convulsões de início generalizado, convulsões de ausência, Síndrome de Jeavon, encefalopatia epiléptica, síndrome do girassol, síndrome do X frágil, hemiplegia alternada, epilepsia do lobo frontal noturna dominante autossômica (ADNFLE), síndrome rolândica benigna, Síndrome de Doose, encefalopatia mioclônica precoce, epilepsia da infância com convulsões focais migratórias, epilepsia com convulsões tônicas-clônicas generalizadas, epilepsia com ausências mioclônicas,
encefalopatia epiléptica com pico e onda contínuos durante sono, convulsões de ausência juvenil, epilepsias mioclônicas progressivas, epilepsia relacionada a SCN8A, epilepsia relacionada a SCN2A, epilepsia relacionada a KCNQ2, e síndrome da deficiência mental (ID) relacionada à Cinase Contendo Domínio de TBC1 (TBCK).
[0131] Os exemplos seguintes, que são dirigidos à síntese dos enantiômeros dos compostos objetos; e os Exemplos Biológicos seguintes são fornecidos como um guia para auxiliar na prática dos presentes métodos e uso dos compostos objetos, e não são intencionados como uma limitação no escopo da invenção reivindicada.
6. EXEMPLOS
6.1 Exemplo Sintético 1
[0132] Síntese de (R)-norfenfluramina ((R)-1-((3- trifluorometil)fenil)propan-2-amina)
[0133] A. A uma mistura de 1-(3-(trifluorometil)fenil)propan-2-ona (10,0 g, 49,5 mmol) em metanol (60 mL) foi adicionado (R)-1-feniletan-1-amina (6,00 g, 49,5 mmol), níquel de Raney (800 mg de uma pasta fluida a 50 % p/p em água) e ácido acético glacial (1,49 g). A mistura foi purgada por 5 minutos com gás hidrogênio, aquecida até 75 °C e agitada por 24 h sob uma atmosfera de hidrogênio (8 atm). A mistura foi deixada resfriar até a temperatura ambiente e foi filtrada através de almofada de terra diatomácea. O pH do filtrado foi ajustado para o pH ~1 pela adição de ácido clorídrico concentrado (5 mL). Água (30 mL) foi adicionada e a mistura foi agitada a 40 °C por 1 h. A mistura depois foi resfriada até 5 °C e deixada repousar por 20 minutos nesta temperatura, durante o tempo este que um precipitado incolor foi depositado. O sólido foi coletado por filtração e lavado com uma mistura de metanol e água (1:1 v/v, 200 mL) para fornecer (R)-N-((R)-1-feniletil)-1-(3-(trifluorometil)fenil)propan-2- amina (7,65 g, 22,2 mmol, 45%) como seu sal de cloridrato correspondente. O filtrado foi concentrado à secura a vácuo e o resíduo lavado com éter dietílico (3  30 mL) para fornecer uma quantidade adicional de (R)-N-((R)-1-feniletil)-1-(3- (trifluorometil)fenil)propan-2-amina (4,52 g, 13,1 mmol, 26%) como seu sal de cloridrato correspondente. O rendimento total foi 71%.
[0134] B. Uma solução de cloridrato de (R)-N-((R)-1-feniletil)-1-(3- (trifluorometil)fenil)propan-2-amina (2,23 g, 6,50 mmol) em metanol (25 mL) foi purgada com nitrogênio seco por 10 minutos. Paládio em carbono (0,44 g, Pd a 10% p/p) foi adicionado. A mistura foi purgada com nitrogênio seco por 10 minutos e subsequentemente com hidrogênio por 10 minutos. A mistura depois foi agitada por 20 h sob uma atmosfera de hidrogênio (1 atm, balão) e filtrada através de uma almofada de terra diatomácea. O filtrado foi concentrado à secura a vácuo e o resíduo foi dissolvido em ácido clorídrico 0,2 M (20 mL). A solução resultante foi lavada com hexanos (3  20 mL) e o pH da camada aquosa depois foi ajustado para pH ~12 pela adição de hidróxido de sódio (~1 g). A mistura foi extraída com acetato de etila (3  20 mL) e os extratos orgânicos combinados lavados com cloreto de sódio aquoso saturado (50 mL), secos em sulfato de sódio anidro e concentrados à secura a vácuo para fornecer (R)- norfenfluramina ((R)-1-((3-trifluorometil)fenil)propan-2-amina) (1,12 g, 5,52 mmol, 85%) como um óleo incolor. RMN de 1H (400 MHz, CDCl3):  7,52 - 7,39 (m, 4H), 3,22 - 3,18 (m, 1H), 2,80 - 2,73 (m, 1H), 2,63 - 2,56 (m, 1H), 1,13 (d, J = 6,0 Hz, 3H); MS (ES+) 204,2 (M + H); []D20 -16,0 (c = 1,0, CHCl3).
6.2 Exemplo Sintético 2
[0135] Síntese de (S)-norfenfluramina ((S)-1-((3- trifluorometil)fenil)propan-2-amina)
[0136] A. A uma mistura de 1-(3-(trifluorometil)fenil)propan-2-ona (10,0 g, 49,5 mmol) em metanol (60 mL) foi adicionado (S)-1-feniletan-1-amina (6,00 g, 49,5 mmol), níquel de Raney (800 mg de uma pasta fluida a 50% p/p em água) e ácido acético glacial (1,49 g). A mistura foi purgada por 5 minutos com gás hidrogênio, aquecida até 75 °C e agitada por 24 h sob uma atmosfera de hidrogênio (8 atm). A mistura foi deixada resfriar até a temperatura ambiente e foi filtrada através de almofada de terra diatomácea. O pH do filtrado foi ajustado ao pH ~1 pela adição de ácido clorídrico concentrado (5 mL). Água (30 mL) foi adicionada e a mistura foi agitada a 40 °C por 1 h. A mistura depois foi resfriada até 5 °C e deixada repousar por 20 minutos nesta temperatura, durante o tempo este em que um precipitado incolor foi depositado. O sólido foi coletado por filtração e lavado com uma mistura de metanol e água (1:1 v/v, 200 mL) para fornecer (S)-N-((S)-1-feniletil)-1-(3-(trifluorometil)fenil)propan-2-amina (8,01 g, 23,3 mmol, 47%) como seu sal de cloridrato correspondente. O filtrado foi concentrado à secura a vácuo e o resíduo lavado com éter dietílico (3  30 mL) para fornecer uma quantidade adicional de (S)-N-((S)-1-feniletil)-1-(3- (trifluorometil)fenil)propan-2-amina (4,78 g, 13,9 mmol, 28%) como seu sal de cloridrato correspondente. O rendimento total foi 75%.
[0137] B. Uma solução de cloridrato de (S)-N-((S)-1-feniletil)-1-(3- (trifluorometil)fenil)propan-2-amina (2,23 g, 6,50 mmol) em metanol (25 mL) foi purgada com nitrogênio seco por 10 minutos. Paládio em carbono (0,44 g, Pd a 10% p/p) foi adicionado. A mistura foi purgada com nitrogênio seco por 10 minutos e subsequentemente com hidrogênio por 10 minutos. A mistura depois foi agitada por 20 h sob uma atmosfera de hidrogênio (1 atm, balão) e filtrada através de uma almofada de terra diatomácea. O filtrado foi concentrado à secura a vácuo e o resíduo foi dissolvido em ácido clorídrico 0,2 M (20 mL). A solução resultante foi lavada com hexanos (3  20 mL) e o pH da camada aquosa depois foi ajustado ao pH ~12 pela adição de hidróxido de sódio (~1 g). A mistura foi extraída com acetato de etila (3  20 mL) e os extratos orgânicos combinados lavados com cloreto de sódio aquoso saturado (50 mL), secos em sulfato de sódio anidro e concentrados à secura a vácuo para fornecer (S)-norfenfluramina ((S)- 1-((3-trifluorometil)fenil)propan-2-amina) (1,16 g, 5,72 mmol, 88%) como um óleo incolor. RMN de 1H (400 MHz, CDCl3):  7,52 - 7,39 (m, 4H), 3,22 - 3,18 (m, 1H), 2,80 - 2,73 (m, 1H), 2,63 - 2,56 (m, 1H), 1,13 (d, J = 6,0 Hz, 3H); MS (ES+) 204,2 (M + H); []D20 +16,0 (c = 1,0, CHCl3).
6.3 Ensaios Biológicos
[0138] Várias técnicas são conhecidas na técnica para testar a atividade dos (R)-enantiômeros da invenção. De modo que a invenção descrita na presente invenção pudesse ser mais completamente entendida, os ensaios biológicos seguintes são apresentados. Deve ser entendido que estes exemplos são para propósitos ilustrativos apenas e não devem ser interpretados como limitando esta invenção em qualquer maneira.
6.3.1 Exemplo Biológico 1. Modelo de camundongo com síndrome de Dravet
[0139] Síndrome de Dravet, uma encefalopatia epiléptica é causada por uma mutação com perda da função heterozigótica (LOF) no gene que codifica o canal de sódio dependente de voltagem específico de neurônio, SCN1A. Camundongos tendo uma deleção alvejada heterozigótica do gene que codifica SCN1A recapitulam muitas características da síndrome de Dravet e fornecem um modelo de doença útil para testar compostos de fenfluramina e relacionados à fenfluramina como descrito na presente invenção, incluindo enantiômeros isolados de tais compostos. Camundongos knockout Scn1a (Scn1a+/−)
heterozigóticos também têm convulsões e são um modelo de síndrome de Dravet.
[0140] Por exemplo, camundongos Scn1a+/− F1 em cepas 129S6/SvEvTac e C57BL/6J exibem epilepsia severa e letalidade prematura e são considerados como um modelo mamífero de síndrome de Dravet em humanos. A densidade de corrente de sódio (INa) reduzida bem como descarga do potencial de ação prejudicado foram descritas em interneurônios hipocampais de camundongos F1 Scn1a+/−, resultando em neurotransmissão GABAérgica inibitória dependente de potencial de ação reduzido e excitabilidade neuronal realçada (Han et al., 2012 Nature 489:385; Mistry et al., 2014 Neurobiol. Dis. 65:1). Estes camundongos são suscetíveis a convulsões induzidas por hipertermia a partir da terceira semana de vida, como relatado por Oakley et al., (2009) Proc. Natl. Acad. Sci. U.S.A. 106(10):3994 - 3999; Oakley et al., (2013) J. Pharmacol. Exp. Ther. 345(2):215 - 224).
[0141] Indução da convulsão por flurotila. Camundongos Scn1a+/− F1 entre 5 e 12 semanas de idade são colocados em uma câmara clara Plexiglas™ (Poli(metacrilato de metila), PMMA), , e flurotila (2,2,2-trifluroetiléter) (Sigma- Aldrich, St. Louis, MO) é lentamente introduzido na câmara por intermédio de uma bomba de seringa em uma taxa de 20 ml/min e deixado volatilizar. Os limiares de convulsão são determinados medindo-se a latência até o primeiro MJ (reflexo mioclônico) e até a GTCS (convulsão tônica clônica generalizada). Os limiares de convulsão podem ser medidos quando os camundongos são dosados com controle de veículo ou composto ativo (por exemplo, enantiômero de fenfluramina isolado) administrado em veículo. O MJ é a primeira resposta comportamental observável, e é caracterizada por um breve reflexo dos ombros e/ou pescoço. A GTCS é caracterizada por convulsões do corpo inteiro e uma perda de postura. Os camundongos são também classificados quanto à progressão da GTCS até extensão tônica do membro posterior.
[0142] Indução da convulsão de KA. Camundongos Scn1a+/− F1 entre 3 e 4 meses de idade são injetados intraperitonealmente (i.p.) com 15, 20 ou 30 mg/kg de ácido caínico KA (Ocean Produce International, Shelburne, Nova Scotia, Canada). KA é dissolvido em solução salina aquosa a 0,9 % (em peso/vol) a uma concentração de 2,5 mg/ml de modo a obter um volume de injeção apropriado. Todos os camundongos são injetados entre 12 h e 16 h para minimizar a variação comportamental devido ao ritmo circadiano. Depois da injeção de KA, os camundongos são observados por 2 h e classificados de acordo com uma escala de Racine modificada (Racine, R.J. 1972 Electroencephalogr. Clin. Neurophysiol. 32(3):281 - 294). Esta escala modificada é baseada nos seguintes critérios: estágio 0 - nenhuma resposta; estágio 1 - olhar fixo; estágio 2 - aceno de cabeça; estágio 3 - clônus do membro anterior; estágio 4 - elevação e queda; estágio 5 - GTCS; estágio 6 - morte. As classificações de escala de Racine modificada são comparadas para camundongos dosados com veículo sozinho (controle) e camundongos que recebem o composto derivado de fenfluramina ativo.
[0143] Ensaio de convulsões induzidas por temperatura. As convulsões são obtidas induzindo-se a hipertermia em filhotes de camundongo Scn1a+/− F1. Um camundongo P14 a P22 é colocado em uma câmara de PMMA Plexiglas™, o fundo da qual é forrado com papel absorvente. A temperatura de núcleo do corpo do camundongo é monitorada por uma sonda de temperatura retal conectada a um controlador de temperatura de roedor e os camundongos são deixados aclimatar à câmara de teste de PMMA por 10 minutos, mantendo sua temperatura de núcleo a 37,0 °C. A temperatura de núcleo depois é elevada em 0,5 °C a cada 2 min através do uso de uma lâmpada de aquecimento posicionada acima da câmara de teste até que comportamentos indiquem o início das convulsões, ou até que a temperatura de núcleo do corpo atinja 42,5 °C. A temperatura de núcleo no início das convulsões, o comportamento e o tempo são observados. A duração máxima da hipertermia é 22 minutos.
[0144] Pontos finais Experimentais e Clínicos: Uma convulsão é definida como reflexos mioclônicos, clônus da pata dianteira, e/ou extensão tônica dos membros. A latência e a duração da convulsão são registradas. Compostos com atividade pró-convulsionante diminuem a latência para convulsão enquanto compostos com atividade anticonvulsivante a aumentam. A duração global de exposição à hipertermia é 22 minutos e todos os animais são eutanasiados no final do ensaio.
[0145] Indução Térmico e EEG. Em um grupo de camundongos Scn1a+/− F1, cada temperatura de núcleo do corpo do animal é continuamente monitorada por uma sonda de temperatura retal e controlada por um circuito de retroalimentação em linha com uma lâmpada de aquecimento. A temperatura corporal é aumentada em etapas de 0,5 °C em intervalos de 2 min até que uma convulsão ocorresse ou uma temperatura de 42 °C fosse atingida. O limiar de convulsão é medido pela latência até a primeira convulsão e é comparado quando os camundongos são dosados com veículo (controle) ou composto ativo administrado no veículo. O animal depois é resfriado e devolvido à sua gaiola. A indução térmica é realizada em P22, e o processo de indução e as convulsões resultantes são classificados por monitoramento por vídeo. As convulsões são registradas na escala de Racine usando os mesmos critérios como descrito abaixo sob registro e análise de convulsão espontânea.
[0146] Registro e análise de convulsão espontânea. Camundongos Scn1a+/− F1 são continuamente monitorados por vídeo de P19 a P27. Os arquivos de vídeo resultantes são revistos, por exemplo, em velocidade de ∼8×. Os eventos suspeitos de convulsão são depois revistos em uma velocidade diminuída, por exemplo em velocidade de 2×, e classificados de 1 a 5 quanto à severidade da convulsão com base no sistema de classificação de Racine: 1, movimentos bucais e faciais; 2, aceno de cabeça; 3, clônus do membro anterior, usualmente um membro; 4, clônus do membro anterior com elevação; e 5, convulsão tônica-clônica generalizada (GTC), elevação, clônus e queda. As classificações de Racine são comparadas para camundongos dosados com veículo sozinho (controle) versus aqueles dosados com composto ativo no veículo (teste).
[0147] Nos antecedentes de C57BL/6J (B6), 50% de heterozigotos de Scn1a+/− null desenvolvem convulsões espontâneas e morte esporádica começando na terceira semana de vida (Yu et al., 2006 Nat. Neurosci. 9:1142 - 1149; Mistry et al., 2014 Neurobiol. Dis. 65:1 - 11). Camundongos heterozigóticos P17-P20 (n=2 a 4) são colocados em uma câmara de registro. Alimento e água são fornecidos à vontade. O comportamento do camundongo é classificado continuamente 24 horas por dia por 10 a 14 dias usando câmeras análogas (um por câmara) conectadas a um gravador de DVR ou um computador. Os camundongos são sacrificados dentro de cinco horas depois do último registro. Um grupo de controle de camundongos tratados com veículo sozinho é incluído em quaisquer estudos que testam a eficácia de candidatos de AED contra convulsões espontâneas. Os compostos são administrados diariamente ou cronicamente usando uma bomba osmótica de acordo com as instruções do fabricante (Alzet Inc., Cupertino, CA, USA) dependendo de suas propriedades.
[0148] Análise de Arquivos de Vídeo: Os investigadores alheios ao estado do grupo experimental (controle vs. composto de teste) analisam os vídeos, varrendo quanto a convulsões comportamentais manualmente ou usando o software de detecção de convulsão (Ethovision XT, Noldus Information Technology, Leesburg, VA).
[0149] Análise estatística. Para ajustes de dados paramétricos, a análise estatística é realizada usando o teste t de Student. Ajustes de dados dicotômicos (o número de camundongos que exibem um GTCS e as taxas de mortalidade) são analisados quanto à significância estatística usando o teste Fisher Exact, enquanto dados não paramétricos (o estágio de convulsão de KA) são analisados usando um teste Mann-Whitney Rank Sum.
[0150] Os exemplos seguintes descrevem outros modelos de epilepsia in vivo para testar os (R)-enantiômeros da presente invenção.
6.3.2 Exemplo Biológico 2. Teste de Convulsão em 6 Hz
[0151] Este ensaio testa a capacidade de um composto de teste de bloquear uma convulsão psicomotora induzida por estímulo em baixa frequência (6 Hz) de longa duração, e fornece um modelo aceito na técnica de convulsão parcial resistente à terapia (Brown et al., 1953 J. Pharmacol. Exp. Therapeut. 107(3):273 - 283; White HS, Woodhead JH, Wilcox KS, General principles: discovery and preclinical development of antiepileptic drugs, In: Levy RH, Mattson RH, Meldrum BS, Perucca E, editors. Antiepileptic drugs 5th ed Philadelphia: Lippincott Williams & Wilkins; 2002. pp. 36–48; Hartman et al., 2008 Epilepsia 49(2):334-339).
[0152] Os compostos investigacionais tal como os (R)-enantiômeros descritos da invenção (por exemplo, “compostos de teste”), incluindo aqueles descobertos serem inativos nos testes de convulsão com eletrochoque máximo (MES) (Suzuki et al., 1995 Neuroscience 64(3):665 - 674; Bouilleret et al., 1999 Neuroscience 89(3):717 - 729; Riban et al., 2002 Neuroscience 112(1):101 - 111) ou Metrazol subcutâneo (s.c. Met) (Swinyard, E.A., 1969 Epilepsia 10(2):107 - 119), são triados quanto à sua capacidade de bloquear as convulsões psicomotoras induzidas por um estímulo de baixa frequência (6 Hz), de longa duração (3 s) liberado através de eletrodos corneanos. Por exemplo, levetiracetam é altamente eficaz (ED50: 19 mg/kg, 30 min depois de injeção i.p.)
no modelo de 6 Hz originalmente descrito no início da década de 1950 (Toman et al., 1952 Texas Reports on Biology and Medicine 10:96; Swinyward, E.A. Electrically induced convulsions, in Experimental Models of Epilepsy, D.B. Purpura, et al., Editors. 1972, Raven Press: New York. pp. 443-458; Swinyard, E.A., Experimental Models of Epilepsy: A Manual for the Laboratory Worker, in Electrically Induced Convulsions, eds. J.K.P. D.P Purpura, D. Tower, D.M. Woodbry, R. Walter. 1972, New York: Raven Press, pp. 433-438) ao passo que ele é ineficaz no teste de MES (Barton et al., 2001 Epilepsy Res. 47(3):217 - 227). Além disso, o teste de 6 Hz demonstra resistência parcial a completa a bloqueadores de canal de Na+ conhecidos incluindo muitos AEDs, tornando assim este teste útil como uma triagem de identificação e diferenciação inicial para AEDs candidatos. Os compostos descobertos como eficazes neste ensaio de baixa frequência (6 Hz) e longa duração podem, portanto, ser eficazes no tratamento de convulsões parciais resistentes à terapia.
[0153] Métodos. Camundongos CF1 machos adultos (18 a 25 g) são pré- tratados intraperitonealmente (i.p.) com o composto de teste em uma dose de 20 a 100 mg/kg. Se a toxicidade for observada em uma triagem pré-teste quanto a efeitos tóxicos quando o composto de teste é administrado i.p. em dosagens variadas, a dose é modificada para evitar efeitos tóxicos evidentes. Cada grupo de tratamento (n = 4 a 16 camundongos/grupo) é examinado quanto a efeitos anticonvulsivos em um ou mais de cinco pontos no tempo (1/4, 1/2, 1, 2, e 4 h) depois do tratamento com o composto de teste. A seguir do pré-tratamento, cada camundongo recebe uma gota de cloridrato de tetracaína a 0,5 % aplicada a cada olho. O camundongo depois é desafiado com estímulo de baixa frequência (6 Hz) por 3 s liberado através de eletrodos corneanos. Os estímulos de baixa frequência e longa duração são inicialmente liberados em intensidade de 32 mA. Os animais são manualmente contidos e liberados imediatamente a seguir do estímulo e observados quanto à presença ou ausência de atividade de convulsão. Se o composto de teste for eficaz na triagem de 32 mA, um ensaio adicional é realizado em que a corrente de estímulo é aumentada para 44 mA mas de outro modo usando o mesmo protocolo como descrito acima. Para estudos de resposta de dose, um n de 8 camundongos é usado por dose e uma curva de resposta de dose é gerada no momento do efeito de pico (TPE) na intensidade de estímulo específica.
[0154] Tipicamente, o estímulo de 6 Hz resulta em uma convulsão caracterizada por uma fase clônica mínima que é seguida por comportamentos automáticos estereotipados, incluindo clônus do maxilar, clônus do membro anterior, contração muscular das vibrissas, e/ou cauda Straub. Os animais que não exibem tais comportamentos são considerados protegidos. A classificação de convulsão pode ser usada como uma medida adicional da eficácia do composto investigacional (Racine, R.J. 1972 Electroencephalogr. Clin. Neurophysiol. 32(3):281 - 294). Os dados são analisados pelo teste Mann- Whitney U, com p<0,05 determinado como sendo estatisticamente significativo. Para os dados obtidos em cada ponto no tempo, os resultados são expressos como o número total de animais protegidos do número de animais testados com o passar do tempo (por exemplo, 2/4 representa 2 de 4 camundongos testados são protegidos).
[0155] Os compostos de teste que produzem efeitos anticonvulsivantes (por exemplo, pelo menos 2/4 protegidos em dois ou mais pontos no tempo) são opcionalmente testados em outros modelos de epilepsia crônica ou farmacorresistência, incluindo o teste de camundongo com inflamação de córnea (Rowley and White 2010 Epilepsy Res. 92(2 - 3):163 - 169), o teste de rato com inflamação de hipocampo (Lothman, E.W. 1988 Epilepsy Res. 2(6):367 - 379) ou o teste de rato com inflamação de amídala resistente à lamotrigina
(Srivastava and White 2013 Epilepsy Res. 104:26).
[0156] As convulsões típicas induzidas pelo modelo de 6 Hz exibem um estado de choque momentâneo inicial seguido imediatamente por clônus do membro anterior, contração muscular das vibrissas, e cauda de Straub (Barton et al., 2001). Estes comportamentos fornecem relevância de tradução visto que eles foram originalmente descritos como sendo similares à aura de pacientes humanos com convulsões parciais (Toman et al., 1952 Texas Reports on Biology and Medicine 10:96; Roman, J.E.P., 1951 Neurology 1:444). As convulsões de 6 Hz são sensíveis às benzodiazepinas, succinamidas, barbituratos, ácido valpróico e outros AEDs que elevam o limiar de convulsão (Barton et al., 2001).
6.3.3 Exemplo Biológico 3. Modelo de rato com inflamação de hipocampo
[0157] Este modelo testa a capacidade de um composto de teste de bloquear convulsões comportamentais e/ou diminuir a duração pós-descarga (ADD) em um modelo de rato com inflamação de hipocampo de convulsões focais. O modelo de inflamação foi um adjunto útil aos testes anticonvulsivantes mais tradicionais para identificar a utilidade potencial de uma substância de teste para tratar convulsões parciais complexas. O rato com inflamação de hipocampo fornece um modelo experimental de convulsões focais que se toram secundariamente generalizadas, por exemplo, o modelo de inflamação hipocampal descrito por Lothman e colegas (Lothman, E.W. 1988).
[0158] Métodos. Os animais são primeiro cirurgicamente preparados para aquisição da inflamação. Ratos Sprague-Dawley machos, adultos (275 a 300 g) são cirurgicamente implantados com eletrodos bipolares (Lothman, E.W. 1988). Brevemente, um eletrodo bipolar é estereotaxicamente implantado no hipocampo ventral (AP -3,6, ML -4,9, VD -5,0 a partir da barra incisora, dura, +5,0) sob anestésica com cetamina-xilazina. Os animais são deixados recuperar por uma semana antes que o regime de inflamação comece. O paradigma de inflamação hipocampal rápida consiste em aplicar um regime de estímulo repetido em dias alternados por um total de 5 dias de estímulo, como descrito previamente (Lothman and Williamson 1994 Brain Res. 649(1 - 2):71 - 84). Durante o regime de estímulo, uma série de 50 Hz de 10 s de pulsos de 200 µA bifásicos de 1 ms é liberada a cada 30 min por 6 horas, desse modo fornecendo 12 estímulos por dia de estímulo. Uma vez que os animais são inflamados para apresentar consistentemente com uma convulsão comportamental de Estágio 5, o composto de teste é avaliado quanto à sua capacidade de modificar a convulsão com inflamação completamente expressada e duração pós-descarga depois de um período livre de estímulo de uma semana. Cada rato com inflamação é deixado pelo menos cinco dias entre os testes para “lavar” qualquer composto investigacional depois do teste.
[0159] Convulsões Focais em Ratos Com Inflamação de Hipocampo. Substâncias candidatas são avaliadas quanto à sua capacidade de bloquear completamente convulsões generalizadas secundariamente de inflamação depois da aquisição da inflamação (Lothman, E.W. 1988). As contagens de convulsão comportamental (BSS) são classificadas de acordo com os critérios seguintes (Racine, R.J. 1972): Estágio 1 - clônus da boca e facial Estágio 2 - estágio 1 mais aceno de cabeça Estágio 3 - estágio 2 mais clônus do membro anterior Estágio 4 - estágio 3 mais elevação Estágio 5 - estágio 4 mais elevação e queda repetidas
[0160] Para os testes seguintes (“Teste 11”, “Teste 12”, Teste 13”), os valores médios e S.E.M. são calculados durante a duração da pós-descarga (ADD), e valores de p são determinados por teste t de Student. As diferenças significativas em BSS de grupos de controle e tratados são determinadas pelo teste não paramétrico Mann-Whitney U, com p<0,05 determinado como estatisticamente significativo.
[0161] Teste 11: Identificação da neurotoxicidade e capacidade de bloquear convulsões focais com inflamação hipocampal.
[0162] Em preparação para o teste de rato com inflamação de hipocampo, uma dose apropriada do AED candidato (destituído de deficiência motora mínima (MMI)) é determinada. Para o estudo de MMI, três grupos de dois ratos por ponto no tempo são administrados como o composto de teste em 300, 100, e 30 mg/kg e MMI é monitorado em 1/4, 1/2, 1, 2, e 4 h em um campo aberto. Com base nos resultados do estudo de MMI, dois ratos com inflamação são depois administrados com uma dose não tóxica do fármaco de teste e fornecidos com o estímulo de inflamação em 15, 45, 75, 105, 135, 165, e 195 min pós- administração de fármaco. Os efeitos do tratamento em seu BSS e duração pós- descarga são classificados. Se os resultados desta triagem inicial sugerem que um AED candidato possui atividade contra a convulsão de inflamação completamente expressada, o tamanho do grupo é aumentado para oito ratos para teste subsequente (Testes 12 e 13).
[0163] Para grupo de tempo, os resultados são expressos como o número total de animais protegidos do número de animais testados com o passar do tempo (por exemplo, 2 de 2 protegidos). Os compostos de teste que produzem efeitos anticonvulsivantes (por exemplo, pelo menos 1/2 protegido em dois ou mais pontos no tempo) depois serão triados novamente com um n aumentado (por exemplo, n=6 a 8). Compostos ativos são depois candidatos para outros modelos de farmacorresistência, incluindo o teste de 6 Hz (supra) e o teste de rato com inflamação de amídala resistente à lamotrigina (Srivastava and White 2013 Epilepsy Res. 104:26)
[0164] Teste 13: Quantificação da capacidade de um fármaco antiepiléptico candidato de bloquear convulsões focais com base em BSS.
[0165] Os grupos separados de ratos com inflamação (n = 6 a 8) recebem doses crescentes do AED candidato com base nos resultados do Teste 11 (supra). Ratos são depois testados em 15, 45, 75, 105, 135, 165, e 195 min depois da administração do fármaco. O BSS e ADD de cada rato são observados, com média e S.E.M. sendo calculados. Os animais que exibem uma contagem de convulsão de 3 ou menos são considerados protegido. Estes dados são usados para estabelecer uma curva de resposta de dose e subsequente ED50. Mudanças significativas em ADD são também registradas. Quando um AED candidato (fármaco de teste) é observado como reduzindo significativamente tanto a contagem de convulsão (3 ou mais baixa) quanto a duração pós-descarga (ADD), um estudo de resposta de dose é iniciado. O BSS e ADD para cada dose são ponderados no momento do efeito de pico (TPE), e a média e o S.E.M. são comparados para controlar os valores pelo teste não paramétrico Mann- Whitney U. a capacidade de um AED candidato de reduzir a severidade da convulsão é quantificada e uma ED50 é determinada por análise de probit.
[0166] O BSS e ADD para cada dose do AED candidato são ponderados no TPE, o S.E.M. calculado, e comparado para controlar os valores. A capacidade de uma substância candidata para reduzir a severidade da convulsão é quantificada por resultados coletados de várias doses demonstrando proteção (BSS ≤3) e um ED50 é determinado por análise de probit.
[0167] Teste 12: Efeito sobre o Limiar Pós-descarga em Ratos com Inflamação de Hipocampo.
[0168] Este ensaio de modelo animal avalia a capacidade de um fármaco antiepiléptico candidato (AED) de aumentar o Limiar Pós-descarga (ADT) no rato completamente inflamado. O estímulo inicial é conduzido em uma intensidade de 20 µA. A intensidade do estímulo é aumentada em incrementos de 10 µA a cada 1 a 2 min até que uma pós-descarga seja induzida. Quinze minutos depois da determinação de limiar pré-fármaco, uma dose única do fármaco de teste é administrada a cada um de dois animais. O ADT depois é redeterminado para cada rato individual em tempos variados, por exemplo, 1/4, 1, 2, e 4 horas depois da administração do fármaco. Tanto BSS quanto ADD são classificados em cada um dos pontos no tempo testados. A classificação de convulsão e ADD são também registradas no ADT. As convulsões comportamentais são registradas de acordo com os critérios descritos acima (Racine, R.J. 1972). Contagens de convulsões individuais, ADDs, e ADTs são classificados. No caso de um fármaco candidato (teste) exibir atividade de AED putativa, quatro ou mais animais são usados, e os resultados são depois ponderados e a média e S.E.M. do grupo são calculados.
6.3.4 Exemplo Biológico 4. Modelo Quimioconvulsionante
[0169] Este modelo avalia o efeito de um AED candidato contra os efeitos dos quimioconvulsionantes conhecidos, bicuculina e picrotoxina. Neste modelo animal aceito na técnica, uma convulsão é induzida pelo antagonista do receptor GABA A (GABAA), bicuculina (BIC), e pelo bloqueador de canal de cloreto de GABAA, picrotoxina (PIC) (Vide, por exemplo, White et al., 2012 Epilepsia 53(1):134 - 146; Shih et al., 2001 Toxicol. 162(1):35 - 42; White et al., 1997 Epilepsy Res. 28:167; Swinyard et al., 1993 Epilepsy Res. 15(1):35 - 45; Coleman et al., 1985 Life Sci. 37(8):749 - 755; Wood, J.D. 1975 Prog. Neurobiol. 5:77 - 95; Snodgrass, S.R. 1992 J. Child Neurol. 7(1):77 - 86; Newland e Cull-Candy 1992 J. Physiol. 447(1):191 - 213).
[0170] Métodos. Em estudos iniciais, o fármaco de teste (AED candidato) é administrado a camundongos de laboratório em várias dosagens em um veículo adequado para avaliar sua capacidade de prevenir uma convulsão clônica produzida pela injeção subcutânea (s.c.) de BIC (2,7 mg/kg) ou PIC (2,5 mg/kg);
grupos de controle recebem o veículo e BIC ou PIC, ou veículo apenas. A seguir da administração de BIC, camundongos CF1 são colocados em gaiolas de isolamento e observados por 30 min quanto à presença ou ausência de uma convulsão; aqueles que recebem PIC são observados por 45 min por causa da absorção mais lenta deste convulsionante. Convulsões induzidas por BIC e PIC tipicamente consistem em um episódio de espasmos clônicos dos membros anteriores e posteriores, maxilas e vibrissas. Convulsões clônicas induzidas por BIC são geralmente seguidas por extensão tônica dos membros posteriores e morte.
[0171] Para os compostos de AED candidatos em dosagens que exibem uma capacidade de prevenir, retardar o início, ou reduzir a severidade de convulsão clônica nos estudos iniciais, a atividade é quantificada em grupos de acompanhamento de oito animais e o ED50 e intervalo de confiança de 95 % do composto de teste são determinados por análise de probit.
6.3.5 Exemplo Biológico 5. Modelo de Peixe-zebra
[0172] Este modelo avalia o efeito de um AED candidato in vivo em um modelo aceito na técnica utilizando peixe-zebra mutante (Danio rerio) para a caracterização comportamental e eletrofisiológica de efeitos de AED em um organismo vertebrado intacto (Dinday et al., 2015 ENEURO 2(4) e0068 – 15.2015 1 - 19). Peixes-zebras que são homozigóticos para uma mutação no scn1Lab neuronal de canal de sódio dependente de voltagem recapitulam um fenótipo semelhante à síndrome de Dravet caracterizado por convulsões, letalidade precoce, e resistência a vários AEDs. Peixes-zebras de scn1Lab mutantes homozigóticos são criados e selecionados como descrito (Dinday et al., 2015).
[0173] Monitoramento da convulsão. Para avaliação de efeitos de AED candidato sobre o comportamento do peixe-zebra, larvas homozigóticas mutantes de scn1Lab únicas (5 a 6 dias pós-fertilização) são colocadas em poços individuais de uma placa de 96 poços de fundo plano em “meio embrionário” (Dinday et al., 2015) contendo azul de metileno, na ausência ou presença de 1 a 500 µM (por exemplo, 100 µM) de AED candidato, e monitoradas quanto à atividade de nado usando equipamento de vídeo com detecção de movimento com software de plotagem de locomoção como descrito (Id.). A atividade é classificada em uma escala de zero (pouca ou nenhuma atividade de nado), estágio I (episódios breves de atividade de nado), estágio II (nado rápido em círculos), ou estágio III (convulsões corporais totais paroxísticas com breve perda de postura). AEDs candidatos que reduzem os níveis de atividade do estágio II ou estágio III ao estágio zero ou estágio I sem toxicidade são considerados como tendo atividade de potencial anticonvulsivo para acompanhamento de eletrofisiologia.
[0174] Eletrofisiologia. Medições eletrofisiológicas são feitas dos mesmos organismos em que a atividade anticonvulsiva de AED aparente sem toxicidade é observada em pelo menos duas experiências independentes da atividade do teste de nado, como descrito (Dinday et al., 2015). Brevemente, os peixes-zebras são transitoriamente paralisados com α-bungarotoxina (1 mg/ml) e imobilizados em 1,2 % de agarose, e estruturas específicas do prosencéfalo desejadas (por exemplo, telencéfalo, teto óptico, etc.) são contatadas com eletrodos de campo local para eletroencefalografia para avaliar a atividade de descarga eletrográfica epileptiforme na ausência ou presença do AED candidato como descrito (Id.).
[0175] Exemplo Biológico 6. Efeitos anticonvulsivantes no Teste de Convulsão em 6 Hz In vivo
[0176] Neste Exemplo, os efeitos anticonvulsivantes in vivo de AEDs candidatos foram testados em camundongos usando o teste de convulsão em 6 Hz. O teste de convulsão em 6 Hz foi realizado essencialmente como descrito acima no Exemplo Biológico 2, com modificações menores como apresentado na presente invenção, incluindo coleta de dados em um ponto no tempo que foi uma hora depois da administração dos AEDs candidatos. Materiais e Métodos.
[0177] Compostos: Compostos de AED candidatos foram preparados como descrito acima a menos que de outro modo observado, e foram como segue: Fenfluramina racêmica (cloridrato de [rac]-fenfluramina); (R)-fenfluramina (cloridrato de [R]-(-)-fenfluramina); Norfenfluramina racêmica ([rac]-norfenfluramina) foi adquirido da Toronto Research Chemicals, North York, Ontario, Canada; (R)-norfenfluramina ([R]-(-)-norfenfluramina.
[0178] Animais: Camundongos albinos CF-1 machos adultos (25 a 35 g) adquiridos da Harlan-Envigo (East Millstone, NJ). Os camundongos foram alojados quatro por gaiola e tinham acesso a água filtrada e comida à vontade, por todo o experimento.
[0179] Preparação e Administração do Composto: Todos os quatro compostos foram solubilizados em solução salina aquosa estéril (NaCl a 0,9%). Os compostos foram administrados aos animais (16 camundongos em cada grupo de tratamento) por intermédio de injeção intraperitoneal (IP) em volume de 10 ml/kg, uma hora antes do ensaio. Os animais de controle receberam veículo (solução salina) apenas.
[0180] Ensaio de 6Hz: Compostos de AED candidatos foram triados quanto à sua capacidade, uma hora depois da administração aos animais de teste, para bloquear as convulsões psicomotoras induzidas por um estímulo de baixa frequência (6 Hz) de corrente alternada (44 mA) e longa duração (3 s) que foi liberado através de eletrodos corneanos. Acredita-se que estas convulsões moldem as convulsões parciais observadas em humanos. Uma gota de solução alcalina a 0,5% foi colocada na córnea do cada olho do animal antes da liberação da corrente elétrica. Os eletrodos conectados a um fornecimento de energia regulado (Modelo 57800 Electro-Convulsive Therapy Unit, Ugo Basile Srl, Gemonio, Italy) foram subsequentemente colocados suavemente sobre os olhos do animal e o choque elétrico foi iniciado desencadeando-se um pulso de corrente de três segundos (6 Hz, 44 mA) usando um acionador de pedal. Os animais foram contidos pelas mãos e suavemente liberados conforme o choque elétrico foi liberado e a convulsão começou. Tipicamente, a convulsão foi caracterizada por um estado de choque momentâneo inicial seguido imediatamente por clônus maxilar, clônus do membro anterior, contração muscular das vibrissas, e cauda de Straub durante pelo menos um segundo. Os animais que não exibem este comportamento foram considerados “protegidos”.
[0181] Distribuição e bioanálise farmacológica. Imediatamente a seguir da caracterização dos comportamentos de convulsão no ensaio de 6 Hz, os animais foram humanamente sacrificados e amostras de cérebro e plasma foram coletadas para análise da distribuição dos compostos administrados a estes compartimentos teciduais.
[0182] Homogeneização da amostra cerebral. Cérebros de camundongo totais pré-pesados foram descongelados e 1 mL de água deionizada e 1 mL de acetonitrila foram adicionados a cada frasco de amostra contendo tecido cerebral. As amostras foram homogeneizadas usando um homogeneizador Omni™TH portátil (Omni International, Kennesaw, GA, USA) até que uma pasta fluida uniforme fosse obtida. Alíquotas de 1 mL da pasta fluida foram transferidas para tubos Eppendorf de plástico de 1,5 mL limpos e os tubos foram centrifugados em 13.000 rpm (15.871 x g) por 20 minutos. O sobrenadante foi coletado e armazenado em frascos Eppendorf de plástico marcados limpos a - 80 °C.
[0183] Preparação de amostra de homogeneizado de plasma e cérebro de camundongo. Homogeneizados de cérebro de camundongo e amostras de plasma de camundongo, bem como padrões de calibração e amostras de QC preparadas a partir de plasma de camundongo não tratado de controle (“branco”), foram extraídos por precipitação de proteína. Brevemente, 50 µL de cada homogeneizado de cérebro e amostra de plasma de camundongo (bem como cada padrão de calibração, amostra de QC e amostra de plasma de camundongo em branco) foi misturado com 50 µL de solução padrão interno [uma solução a 2.500 ng/mL de (S)-5-((1-benzilpyrrolidin-3-il)(metil)amino)-6- metil-N-(tiazol-4-il)piridina-2-sulfonamida em água deionizada/acetonitrila (1:1 v/v)], seguido por adição de 50 µL de ácido fosfórico a 6% (v/v) em água. Isto foi seguido pela adição de 200 µL de acetonitrila. As amostras foram turbilhonadas por 30 segundos e depois centrifugadas por 20 min em 13.000 rpm (15.871 x g). Os sobrenadantes foram diluídos ainda quatro vezes com acetonitrila: água (1:1 v/v) e transferidos para uma placa de 96 poços antes da análise. Amostras de calibração e QC foram preparadas em plasma de camundongo K2EDTA em branco na faixa de concentração de 2,3 ng/mL a 4800 ng/mL com amostras de QC, incluindo QC baixa (14 ng/mL), QC média (225 ng/mL), e QC alta (3600 ng/mL).
[0184] Análise de UHPLC-ESI-MS/MS. Amostras foram depois analisadas por espectroscopia de massa em tandem com cromatografia líquida de pressão ultra-alta/ionização por eletropulverização (UHPLC-ESI MS/MS) usando um espectrômetro de massa Sciex™ TQ-5500 (AB Sciex™ LP, Concord, ON, Canada) equipado com uma bomba UHPLC Shimadzu Nexera™, compartimento de coluna e autoamostrador (Shimadzu Scientific Instruments, Inc., Columbia, MD, USA), usando um eluição por gradiente binário começando com 80% de água (A)/20% de acetonitrila (B), ambos os solventes contendo 0,1% de ácido fórmico. Depois de 0,6 minutos, a fase móvel B foi aumentada linearmente para 100% a 1 minuto e a eluição foi mantida em fase móvel B a 100% até 1,5 minutos, e depois deixada reequilibrar na razão inicial de fase móvel A a 80% e fase móvel B a 20% por um tempo de execução total de 2,5 minutos em uma vazão de 0,4 mL/min. A coluna usada foi ACE Excel™ 2 C18-PFP (2,1 mm i.d. x 5,0 mm de comprimento, 2 µm de tamanho de partícula) (Advanced Chromatography Technologies Ltd, Aberdeen, Scotland). Os analitos e o padrão interno foram ionizados por eletropulverização no modo de íon positivo e detectado por monitoramento de reação múltipla (MRM) usando as transições listadas na Tabela 1. Tabela 1: Monitoramento de Reação Múltipla (MRM) para Fenfluramina, Norfenfluramina e o Padrão Interno Composto Íon Íon de DP CE CXP RT Precursor Fragmento (V) (eV) (V) (min) (m/z) (m/z) Fenfluramina 232,0 158,9 300 30 10 1,49 Norfenfluramina 204,1 158,8 300 25 10 1,44 Padrão interno 464,02 91,0 776 67 12 1,42 DP=Potencial de decomposição, CE=energia de colisão, CXP=Potencial de saída, RT=tempo de retenção
[0185] Resultados. Os animais foram aleatoriamente designados a grupos de veículo (n=16) ou de dose diferentes (n=16 por dose) e o ensaio de 6Hz foi realizado por um experimentador cego às condições de tratamento. (rac)- Fenfluramina e (R)-fenfluramina, quando administrados a animais em 20 mg/kg, ambos mostraram uma tendência similar na porcentagem de camundongos que foram protegidos contra convulsões psicomotoras (Fig. 1). A porcentagem de animais que foram protegidos por (rac)-fenfluramina foi 37,5% (p=0,018 por teste exato de Fisher), e por (R)-fenfluramina foi 31,3% (p=0,043), e pelo veículo apenas (controle) foi 0%. Similarmente, a administração de (rac)-
norfenfluramina e (R)-norfenfluramina a animais em 20 mg/kg mostrou níveis de proteção similares contra convulsões psicomotoras (Fig. 1). A porcentagem de animais que foram protegidos por (rac)-norfenfluramina foi 50% (p=0,002 por teste exato de Fisher), e por (R)-norfenfluramina foi 20% (p=0,002), e pelo veículo apenas (controle) foi 0%.
[0186] A análise de UHPLC-ESI-MS/MS de amostras de cérebro e plasma coletadas de camundongos imediatamente depois do teste de eficácia no ensaio de 6 Hz revelou as concentrações cerebrais e plasmáticas totais seguintes dos compostos administrados (Tabela 2): Tabela 2. Análise de Biodistribuição de Fenfluramina/Norfenfluramina In vivo Composto (20 mg/kg) Cérebro Plasma (rac)-Fenfluramina 146,5 µM (33870 ng/g) 10,74 µM (2484 ng/g) (R)-Fenfluramina 193,7 µM (44797 ng/g) 15,02 µM (3474 ng/g) (rac)-Norfenfluramina 151,2 µM (30718 ng/g) 12,97 µM (2636 ng/g) (R)-Norfenfluramina 179,6 µM (36501 ng/g) 17,73 µM (3604 ng/g)
[0187] Em resumo, no ensaio de 6Hz tanto fenfluramina quanto norfenfluramina exibiram atividade protetiva contra convulsões no ensaio de convulsão psicomotora de 6Hz. (R)-Enantiômeros de fenfluramina e norfenfluramina forneceram níveis similares de proteção de convulsão no ensaio de 6Hz quando comparados com as preparações racêmicas de fenfluramina e norfenfluramina.
6.3.7 Exemplo Biológico 7. Efeitos anticonvulsivantes de (R/S)-Fenfluramina e (R)-Fenfluramina no Teste de Convulsão Audiogênica
[0188] DBA/2 é uma cepa inata amplamente usada de camundongo suscetível a convulsões audiogênicas devido à mutação asp2. Quase 100% da cepa DBA/2 de camundongos passam por uma suscetibilidade dependente de idade a convulsões audiogênicas e exibem corrida selvagem seguido por convulsões clônicas e uma extensão tônica, frequentemente terminando em parada respiratória e morte quando expostas a um som de alta intensidade (DeSarro et al., 2017 Epilepsy Behav. 71:165 - 173). O objetivo deste estudo foi avaliar a atividade anticonvulsivante de (R/S)-fenfluramina e compará-la à (R)- fenfluramina no camundongo DBA/2.
[0189] O método segue aquele descrito por Dürmüller et al., Neuroreport 4(6):683 - 686. Camundongos (DBA/2, 3 a 4 semanas de idade) foram individualmente transferidos (em intervalos de 3 a 5 minutos) do ambiente de preparação em um ambiente experimental adjacente e colocados em um jarro Plexiglas™ (Diâmetro = 40 cm; Altura = 35 cm) montado com um sino elétrico (110 a 120 dB). Após a ativação do sino, as ocorrências e latências a ajustes de corrida selvagem, convulsões clônicas e tônicas foram medidas. O número de mortes foi também classificado. Uma contagem de resposta audiogênica foi designada para cada camundongo como 0 (nenhuma convulsão), 1 (corrida selvagem), 2 (convulsão clônica), 3 (extensão tônica), ou 4 (morte). O sino foi ativado até que uma convulsão tônica ocorresse ou por um máximo de 60 segundos. Dez (10) camundongos foram estudados por grupo. O teste foi realizado cego. Todos os compostos de teste foram dissolvidos em solução salina a 0,9% (veículo) e foram administrados por injeção intraperitoneal (IP) em um volume de dose de 10 mL/kg. Veículo sozinho, (R/S)-fenfluramina (15 ou 30 mg/kg) ou (R)-fenfluramina (30 mg/kg) foram administrados 60 minutos antes da indução da convulsão. O composto de referência positiva (valproato; 180 mg/kg) foi administrado 30 minutos antes da indução da convulsão.
[0190] A FIG. 2 e a Tabela 3 mostram os resultados dos efeitos anticonvulsivantes de (R/S)-fenfluramina e (R)-fenfluramina no teste de convulsão audiogênica de camundongo utilizando camundongos DBA/2 machos
(n=10/grupo).
[0191] Em controles de veículo, todos os camundongos DBA/2 mostraram corrida selvagem seguido por convulsões clônicas e tônicas. Os sintomas convulsivos foram observados com uma latência média compreendida entre 2,8 ± 0,4 e 8,1 ± 0,8 segundos depois de ativar o sino. Dois camundongos morreram dos 10 testados. A contagem global de resposta audiogênica foi 3,2 ± 0,13. (R/S)- Fenfluramina (15 e 30 mg/kg) diminuiu dependentemente da dose o número de camundongos mostrando convulsões clônicas (-40% e -90%, respectivamente) e convulsões tônicas (-100% para cada dose), e aumentaram as latências para convulsões clônicas (+441% e +853%, respectivamente) e tônicas (+641% para cada dose). A contagem global de resposta audiogênica foi reduzida em 50 % e 72% em 15 e 30 mg/kg, respectivamente. (R)-Fenfluramina (30 mg/kg) diminuiu o número de camundongos mostrando convulsões clônicas (-40%), completamente suprimiu as convulsões tônicas (-100%) e aumentou a latência a convulsões clônicas e tônicas (+450% e +641%, respectivamente). A contagem global de resposta audiogênica foi reduzida em 50%.
[0192] Estes resultados demonstram uma atividade anticonvulsivante clara para (R/S)-fenfluramina em 15 e 30 mg/kg e (R)-fenfluramina em 30 mg/kg no teste de convulsão audiogênica no camundongo DBA/2. A magnitude do efeito anticonvulsivante foi comparável entre (R/S)-fenfluramina em 15 mg/kg e (R)- fenfluramina em 30 mg/kg. Tabela 3. Sumário dos efeitos anticonvulsivantes de (R/S)-Fenfluramina ou (R)-Fenfluramina no teste de convulsão audiogênica de camundongo utilizando camundongos DBA/2 machos (n=10/grupo) Tratamento Dose Contagem de Corrida selvagem Convulsão clônica Extensão tônica (mg/ resposta Incidência Latência Incidência Latência Incidência Latência kg) audiogênica (%) (s) (%) (s) (%) (s) Veículo 0 3,2 ± 0,13 100 2,8 ± 0,4 100 5,8 ± 0,7 100 8,1 ± 0,8
(R/S)-Fen 15 1,6 ± 0,16 100 4,0 ± 0,7 60 31,4 ± 7,8 0 60,0 ± 0,0 30 0,9 ± 0,18 80 16,6 ± 7,4 10 55,3 ± 4,8 0 60,0 ± 0,0 (R)-Fen 30 1,6 ± 0,16 100 5,0 ± 1,4 60 31,9 ± 7,7 0 60,0 ± 0,0 Valproato 180 0,4 ± 0,16 40 38,1 ± 9,0 0 60,0 ± 0,0 0 60,0 ± 0,0
[0193] Dados da contagem de resposta audiogênica e latência são apresentados como média ± SEM.
[0194] Todas as patentes dos EUA, publicações do pedido de patente dos EUA, pedidos de patente dos EUA, patentes estrangeiras, pedidos de patente estrangeiros e publicações que não de patente referidos neste relatório descritivo são incorporados na presente invenção a título de referência em suas totalidades, incluindo o Pedido Provisório dos EUA No 62/711.051, depositado em 27 de julho de 2018.
[0195] Embora os compostos, composições, métodos, e usos precedentes tenham sido descritos em algum detalhe para facilitar o entendimento, estará evidente que certas mudanças e modificações podem ser praticadas dentro do escopo das reivindicações anexas. Consequentemente, as modalidades descritas devem ser consideradas como ilustrativas e não restritivas, e a invenção reivindicada não deve ser limitada aos detalhes fornecidos na presente invenção, mas pode ser modificada dentro do escopo e equivalentes das reivindicações anexas.

Claims (34)

REIVINDICAÇÕES
1. Composto, caracterizado pelo fato de ser selecionado a partir de (R)- fenfluramina ou um sal farmaceuticamente aceitável do mesmo, (R)- norfenfluramina ou um sal farmaceuticamente aceitável do mesmo, e (R)- benfluorex ou um sal farmaceuticamente aceitável do mesmo para uso no tratamento de epilepsia ou de um transtorno convulsivo epiléptico em um indivíduo humano; em que o composto tem um excesso enantiomérico (ee) maior do que 80%.
2. Composto de acordo com a reivindicação 1, caracterizado pelo fato de que o composto tem um ee maior do que 90%.
3. Composto de acordo com a reivindicação 1, caracterizado pelo fato de que o composto tem um ee maior do que 95%.
4. Composto de acordo com a reivindicação 1, caracterizado pelo fato de que o composto tem um ee maior do que 97%.
5. Composto de acordo com a reivindicação 1, caracterizado pelo fato de que o composto tem um ee maior do que 99%.
6. Composto de acordo com a reivindicação 1, caracterizado pelo fato de que o composto tem um ee entre 80% e 99%.
7. Composto de acordo com a reivindicação 1, caracterizado pelo fato de que o composto tem um ee entre 90% e 99%.
8. Composto de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 7, caracterizado pelo fato de que o indivíduo sofre de síndrome de Dravet.
9. Composto de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 8, caracterizado pelo fato de que o composto é (R)-fenfluramina ou um sal farmaceuticamente aceitável do mesmo.
10. Composto de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 8, caracterizado pelo fato de que o composto é (R)-norfenfluramina ou um sal farmaceuticamente aceitável do mesmo.
11. Composto de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 8, caracterizado pelo fato de que o composto é (R)-benfluorex ou um sal farmaceuticamente aceitável do mesmo.
12. Composição farmacêutica, caracterizada pelo fato de que compreende um composto e um ou mais excipientes farmaceuticamente aceitáveis; em que o composto é selecionado a partir de (R)-fenfluramina ou um sal farmaceuticamente aceitável do mesmo, (R)-norfenfluramina ou um sal farmaceuticamente aceitável do mesmo, e (R)-benfluorex ou um sal farmaceuticamente aceitável do mesmo; e em que o composto tem um excesso enantiomérico (ee) maior do que 80%.
13. Composição farmacêutica de acordo com a reivindicação 12, caracterizada pelo fato de que o composto tem um ee maior do que 90%.
14. Composição farmacêutica de acordo com a reivindicação 12, caracterizada pelo fato de que o composto tem um ee maior do que 95%.
15. Composição farmacêutica de acordo com a reivindicação 12, caracterizada pelo fato de que o composto tem um ee maior do que 97%.
16. Composição farmacêutica de acordo com a reivindicação 12, caracterizada pelo fato de que o composto tem um ee maior do que 99%.
17. Composição farmacêutica de acordo com a reivindicação 12, caracterizada pelo fato de que o composto tem um ee entre 80% e 99%.
18. Composição farmacêutica de acordo com a reivindicação 12, caracterizada pelo fato de que o composto tem um ee entre 90% e 99%.
19. Composição farmacêutica de acordo com qualquer uma das reivindicações 12 a 18, caracterizada pelo fato de que o composto é (R)- fenfluramina ou um sal farmaceuticamente aceitável do mesmo.
20. Composição farmacêutica de acordo com a reivindicação 19,
caracterizada pelo fato de que a composição compreende mais do que 30 mg da (R)-fenfluramina ou sal farmaceuticamente aceitável do mesmo.
21. Composição farmacêutica de acordo com a reivindicação 19, caracterizada pelo fato de que a composição compreende mais do que 35 mg da (R)-fenfluramina ou sal farmaceuticamente aceitável do mesmo.
22. Composição farmacêutica de acordo com a reivindicação 19, caracterizada pelo fato de que a composição compreende mais do que 40 mg do (R)-fenfluramina ou sal farmaceuticamente aceitável do mesmo.
23. Composição farmacêutica de acordo com a reivindicação 19, caracterizada pelo fato de que a composição compreende de 40 mg a 300 mg da (R)-fenfluramina ou sal farmaceuticamente aceitável do mesmo.
24. Composição farmacêutica de acordo com a reivindicação 19, caracterizada pelo fato de que a composição compreende de 40 mg a 150 mg da (R)-fenfluramina ou sal farmaceuticamente aceitável do mesmo.
25. Composição farmacêutica de acordo com qualquer uma das reivindicações 12 a 18, caracterizada pelo fato de que o composto é (R)- norfenfluramina ou um sal farmaceuticamente aceitável do mesmo.
26. Composição farmacêutica de acordo com qualquer uma das reivindicações 12 a 18, caracterizada pelo fato de que o composto é (R)- benfluorex ou um sal farmaceuticamente aceitável do mesmo.
27. Composição farmacêutica de acordo com qualquer uma das reivindicações 12 a 26, caracterizada pelo fato de ser para uso no tratamento de epilepsia ou de um transtorno convulsivo epiléptico em um indivíduo humano.
28. Composição farmacêutica de acordo com a reivindicação 27, caracterizada pelo fato de que o indivíduo sofre de síndrome de Dravet.
29. Composto, caracterizado pelo fato de ser selecionado a partir de (R)- fenfluramina ou um sal farmaceuticamente aceitável do mesmo, (R)-
norfenfluramina ou um sal farmaceuticamente aceitável do mesmo, e (R)- benfluorex ou um sal farmaceuticamente aceitável do mesmo para uso no tratamento; em que o composto tem um excesso enantiomérico (ee) maior do que 80 %.
30. Composto, caracterizado pelo fato de ser selecionado a partir de norfenfluramina racêmica ou um sal farmaceuticamente aceitável do mesmo para uso no tratamento de epilepsia ou de um transtorno convulsivo epiléptico em um indivíduo humano.
31. Composto de acordo com a reivindicação 30, caracterizado pelo fato de que o indivíduo sofre de síndrome de Dravet.
32. Composição farmacêutica, caracterizada pelo fato de que compreende norfenfluramina racêmica ou um sal farmaceuticamente aceitável do mesmo e um ou mais excipientes farmaceuticamente aceitáveis.
33. Composição farmacêutica de acordo com a reivindicação 32, caracterizada pelo fato de ser para uso no tratamento de epilepsia ou de um transtorno convulsivo epiléptico em um indivíduo humano.
34. Composição farmacêutica de acordo com a reivindicação 33, caracterizada pelo fato de que o indivíduo sofre de síndrome de Dravet.
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