BR112020019196A2 - processo para fabricar uma solução aquosa de peróxido de hidrogênio - Google Patents

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BR112020019196A2
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Juan-Teva Carlier
Pierre Dournel
Karol Lorent
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Solvay Sa
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Abstract

Processo para fabricar uma solução aquosa de peróxido de hidrogênio, compreendendo as seguintes etapas: - hidrogenação de uma solução de trabalho que compreende uma alquilantraquinona e/ou tetra-hidroalquilantraquinona e uma mistura de um solvente orgânico apolar e um solvente orgânico polar, em que a concentração de solvente orgânico apolar na dita mistura é igual ou maior que 30% em peso; - oxidação da solução de trabalho hidrogenada para produzir peróxido de hidrogênio; e - isolamento do peróxido de hidrogênio, em que o solvente orgânico polar é uma ciclo-hexano-carbonitrila substituída.

Description

“PROCESSO PARA FABRICAR UMA SOLUÇÃO AQUOSA DE PERÓXIDO DE HIDROGÊNIO”
[0001] Este pedido reivindica prioridade ao pedido Europeu Nº EP18162441.2 depositado em 19 de março de 2018, sendo o teor na íntegra deste pedido incorporado na presente invenção a título de referência para todas as finalidades.
[0002] A presente invenção se refere a um processo para fabricar uma solução aquosa de peróxido de hidrogênio.
[0003] O peróxido de hidrogênio é um dos produtos químicos inorgânicos mais importantes a serem produzidos em todo o mundo. As suas aplicações industriais incluem branqueamento de têxteis, celulose e papel, síntese orgânica (óxido de propileno), a fabricação de produtos químicos inorgânicos e detergentes, aplicações ambientais e outras aplicações.
[0004] A síntese do peróxido de hidrogênio é predominantemente realizada usando o processo de Riedl- Pfleiderer (originalmente revelado nas Patentes US Nº
2.158.525 e 2.215.883), também chamado de processo em ciclo [loop] de antraquinona ou processo de AO (auto-oxidação).
[0005] Este processo cíclico bem conhecido faz uso tipicamente da auto-oxidação de pelo menos uma alquilantra- hidroquinona e/ou de pelo menos uma tetra-hidroalquilantra- hidroquinona, mais frequentemente, 2-alquilantraquinona, à correspondente alquilantraquinona e/ou tetra- hidroalquilantraquinona, o que resulta na produção de peróxido de hidrogênio.
[0006] A primeira etapa do processo AO é a redução em um solvente orgânico (geralmente uma mistura de solventes) da quinona escolhida (alquilantraquinona ou tetra- hidroalquilantraquinona) na hidroquinona correspondente (alquilantra-hidroquinona ou tetra-hidroalquilantra- hidroquinona) com o uso de gás hidrogênio e um catalisador. A mistura de solventes orgânicos, hidroquinona e espécies de quinona (solução de trabalho, WS) é, então, separada do catalisador e a hidroquinona é oxidada usando oxigênio, ar ou ar enriquecido com oxigênio, regenerando assim a quinona com formação simultânea de peróxido de hidrogênio. O solvente orgânico de escolha é tipicamente uma mistura de dois tipos de solventes, um sendo um bom solvente do derivado de quinona (geralmente um solvente apolar, por exemplo, uma mistura de compostos aromáticos) e o outro sendo um bom solvente do derivado de hidroquinona (geralmente um solvente polar, por exemplo, um álcool de cadeia longa ou um éster). O peróxido de hidrogênio é, então, tipicamente extraído com água e recuperado sob a forma de uma solução aquosa de peróxido de hidrogênio aquoso e a quinona é devolvida ao hidrogenador para completar o ciclo [loop].
[0007] O uso de di-isobutil-carbinol (DIBC) como solvente polar é especificamente descrito nos pedidos de patente EP 529723, EP 965562 e EP 3052439 em nome do Requerente. O uso de uma mistura comercial de aromáticos comercializados sob a marca Solvesso®-150 (CAS nº 64742-94- 5) como solvente apolar também é descrito nos ditos pedidos de patente. Essa mistura de aromáticos também é conhecida como Caromax, Shellsol, A150, Hydrosol, Indusol, Solvantar, Solvarex e outras, dependendo do fornecedor. Pode ser vantajosamente usada em combinação com Sextate (acetato de metilciclo-hexila) como solvente polar (vide, por exemplo, a Patente US 3617219).
[0008] A maioria dos processos de AO usa amilantraquinona (AQ), 2-butilantraquinona (BQ) ou 2- etilantraquinona (EQ). Especialmente no caso da EQ, a produtividade da solução de trabalho é limitada pela ausência de solubilidade da forma reduzida de ETQ (ETQH). Assim, a EQ é transformada em ETQ (a tetra- hidroalquilantraquinona correspondente) de forma ampla e relativamente rápida no processo. Na prática, a ETQ é hidrogenada em ETQH para fornecer H2O2 após a oxidação. A quantidade de EQH produzida é marginal em relação à ETQH. Isso significa que a produtividade do processo é diretamente proporcional à quantidade de ETQH produzida. A lógica é a mesma de um processo em que se trabalha com AQ ou BQ em vez de EQ.
[0009] A questão de solubilidade da quinona hidrogenada é conhecida na técnica anterior e houve algumas tentativas de resolvê-la, por exemplo, no documento JP 2004099541 que se refere a um processo para produzir um composto de epóxi a partir de uma olefina e peróxido de hidrogênio de acordo com o que o dito peróxido de hidrogênio é primeiro gerado em duas etapas sucessivas de hidrogenação e oxidação de EQ, e que ensina o uso de benzonitrila pura como solvente. Os parágrafos 58 a 60 desse documento se referem a exemplos comparativos com outros solventes (tolueno, xileno e 2- metilnaftaleno) que se mostram muito menos eficazes do que a EQH. O problema é que a benzonitrila é um solvente que tem uma densidade muito próxima daquela da água, sendo também, ao contrário, solúvel em água. Portanto, para promover a extração de peróxido de hidrogênio a partir da solução de trabalho, NaCl é adicionado à água de extração e a solução final de peróxido de hidrogênio, contém, portanto, NaCl e é, portanto, muito agressiva como um agente de corrosão. Além disso, o processo descrito nesse documento é uma produção de passagem única de peróxido de hidrogênio e não um processo em ciclo contínuo. Essas práticas são apenas economicamente adequadas para testes laboratoriais e/ou para fornecer uma solução de peróxido de hidrogênio para consumo imediato e não para a produção industrial de peróxido de hidrogênio.
[0010] Além disso, a vantagem de uma mistura de solventes como atualmente usada nos processos industriais de AO e que principalmente serve para conferir solubilidade suficiente de quinonas oxidadas em solução, não pode ser atingida com o único solvente de benzonitrila. Adicionalmente, vale a pena observar que solventes apolares aromáticos, como o Solvesso acima mencionado, são geralmente baratos em relação ao uso de uma mistura de solventes como a vantagem adicional de ter baixo custo.
[0011] O Requerente descobriu agora que, com o uso de um solvente do tipo nitrila cíclica não aromática como solvente polar na mistura, é possível aumentar a solubilidade das formas de quinona reduzida (hidrogenada) e, portanto, a produtividade de fábricas de AO, especialmente aquelas que usam EQ. Constatou-se que as ciclo-hexano-carbonitrilas, e especialmente aquelas substituídas (nas quais a função nitrila é protegida da degradação química) são particularmente adequadas para a aplicação, uma vez que permitem aumentar a solubilidade da espécies de ETQH enquanto mantém condições aceitáveis de trabalho do processo.
[0012] A presente invenção, portanto, se refere a um processo para fabricar uma solução aquosa de peróxido de hidrogênio compreendendo as seguintes etapas: - hidrogenação de uma solução de trabalho que compreende uma alquilantraquinona e/ou tetra- hidroalquilantraquinona e uma mistura de um solvente orgânico apolar e um solvente orgânico polar, em que a concentração de solvente orgânico apolar na dita mistura é igual ou maior que 30 % em peso; - oxidação da solução de trabalho hidrogenada para produzir peróxido de hidrogênio; e - isolamento do peróxido de hidrogênio, em que o solvente orgânico polar é uma ciclo-hexano- carbonitrila substituída.
[0013] No processo da invenção, que é de preferência um processo contínuo operado em ciclos, é usada uma solução de trabalho que é, portanto, de preferência, circulada em um ciclo através das etapas de hidrogenação, oxidação e purificação.
[0014] O termo “alquilantraquinona” pretende designar uma 9,10-antraquinona substituída na posição 1, 2 ou 3 com pelo menos uma cadeia lateral de alquila do tipo alifática linear ou ramificada compreendendo pelo menos um átomo de carbono. Geralmente, estas cadeias de alquila compreendem menos de 9 átomos de carbono e, de preferência, menos de 6 átomos de carbono. Exemplos de tais alquilantraquinonas são etilantraquinonas como 2-etilantraquinona (EQ), 2-
isopropilantraquinona, 2-sec e 2-terc-butilantraquinona (BQ), 1,3-, 2,3-, 1,4- e 2,7-dimetilantraquinona, amilantraquinonas (AQ) como 2-iso- e 2-terc- amilantraquinona, e misturas destas quinonas.
[0015] O termo “tetra-hidroalquilantraquinona” deve denotar as 9,10-tetra-hidroquinonas correspondentes às 9,10-alquilantraquinonas especificadas acima. Portanto, para EQ e AQ, elas são respectivamente designadas por ETQ e ATQ, sendo suas formas reduzidas (tetra-hidroalquilantra- hidroquinonas) ETQH e ATQH, respectivamente.
[0016] De preferência, uma AQ ou uma EQ é usada, sendo a última a preferencial.
[0017] Como explicado acima, a principal característica da invenção é o recurso a uma mistura de um solvente orgânico polar e um solvente orgânico apolar, em que o solvente orgânico polar é uma ciclo-hexano-carbonitrila substituída. A ciclo-hexano-carbonitrila não substituída não foi considerada adequada, pois a função nitrila não é protegida, de modo que a molécula sofre degradação durante o processo de AO. O(s) substituinte(s) é(são), de preferência, grupos alquila, de preferência grupo(s) metila e/ou etila. A estrutura básica da ciclo-hexano-carbonitrila é, de preferência, metilada, de preferência com pelo menos 2 grupos metila (e, portanto, tem pelo menos 9 átomos de carbono no total) a fim de proteger a nitrila e, com a máxima preferência, com pelo menos 3 e, com mais preferência, com pelo menos 4 grupos metila para obter 10 ou 11 carbonos no total na molécula. Outra alternativa seria usar pelo menos uma propila, dietila, metil- isopropila, butila, t-butila...sendo a última a preferencial.
[0018] O(s) grupo(s) substituinte(s) ligado(s) ao ciclo de hidrocarboneto está(estão), de preferência, próximo(s) da função nitrila a fim de protegê-la, tipicamente na posição 1, 2 e/ou 6.
[0019] Uma ciclo-hexano-carbonitrila C9 substituída adequada disponível comercialmente é 3,5-dimetilciclo- hexano-1-carbonitrila.
[0020] As moléculas de ciclo-hexano-carbonitrila C10 substituída que foram sintetizadas no passado são 2,2,6- trimetil-ciclo-hexano-carbonitrila e 1,3,3-trimetil-ciclo- hexano-carbonitrila.
[0021] A primeira delas (2,2,6-trimetil-ciclo-hexano- carbonitrila) foi sintetizada por Shive et al. (JACS, 1942, vol. 64, pp.385-389) começando a partir do ácido correspondente (ácido 2,2,6-trimetil-ciclo-hexano- carboxílico), que foi primeiro transformado no cloreto de acila correspondente usando cloreto de tionila, então na amida correspondente usando amônia e, por fim, na carbonitrila correspondente por desidratação usando pentóxido de fósforo. Portanto, em uma modalidade preferencial, uma ciclo-hexano-carbonitrila substituída é 2,2,6-trimetilciclo-hexano-carbonitrila que foi sintetizada como descrito acima.
[0022] Esta última (1,3,3-trimetil-ciclo-hexano- carbonitrila) foi sintetizada por Dischino et al. (J. Labelled Cpd. Radiopharm. 42, 965-974, 1999) usando um processo compreendendo as seguintes etapas: - reação de cianeto de dietilalumínio com isoforona; - redução do grupo cetona com boro-hidreto de sódio para proporcionar uma mistura de diastereômeros de 3-ciano- 3,5,5-trimetilciclo-hexanol; - reação desta mistura com cloreto de metanossulfonila; - eliminação de metanossulfônico, deixando uma mistura das ciano-olefinas; - hidrogenação das olefinas resultantes sobre Pd a 10 %/C em metanol.
[0023] Bons resultados foram obtidos com 2,2,6-trimetil- ciclo-hexano-carbonitrila (daqui em diante abreviada como TMCH-CN).
[0024] Em uma modalidade, uma ciclo-hexano-carbonitrila substituída foi sintetizada em uma reação de 2 etapas compreendendo, primeiro, reagir um dieno conjugado com um dienófilo que possui um grupo nitrila para obter uma ciclo- hexeno-carbonitrila substituída e, segundo, hidrogenar a ligação dupla da ciclo-hexeno-carbonitrila substituída, em que pelo menos um entre o dieno conjugado e o dienófilo é substituído de preferência por pelo menos um grupo metila.
[0025] A primeira etapa de reação (que é uma reação de Diels-Alder) é, de preferência, catalisada por ácidos de Lewis, como ZnC12, BF3, BC13, SnC14, A1C13, TiC14, TiC12- isopropóxido e derivados de terra-rara, como tricloreto, triflato ou triflamida de itérbio. Embora as reações de Diels-Alder possam ocorrer simplesmente por térmica ativação, a catálise com ácido de Lewis permite que elas ocorram em baixas temperaturas, ou seja, sem ativação térmica.
[0026] A segunda etapa de reação (hidrogenação) é, de preferência, catalisada por metais insolúveis, como paládio, na forma de Pd-C, platina na forma de PtO2, e níquel na forma de Ra-Ni.
[0027] Alguns conjugados de dieno preferenciais, dienófilos e seus produtos de reação estão resumidos na Tabela 2 anexa.
[0028] Para também poder solubilizar a quinona, a polaridade da mistura de solventes não deve ser muito alta. Portanto, deve haver pelo menos 30 % em peso de solvente apolar na mistura de solventes orgânicos e, com mais preferência, pelo menos 40 % em peso. De modo geral, não há mais que 80 % em peso deste solvente apolar, de preferência não mais que 60 % em peso deste na mistura de solventes orgânicos.
[0029] O solvente apolar é, de preferência, um solvente aromático ou uma mistura de solventes aromáticos. Os solventes aromáticos são, por exemplo, selecionados entre benzeno, tolueno, xileno, terc-butilbenzeno, trimetilbenzeno, tetrametilbenzeno, naftaleno, misturas de metilnaftaleno de benzenos polialquilados, e misturas destes. O solvente de hidrocarboneto aromático comercialmente disponível do tipo 150 da série Solvesso® (ou equivalente de outro fornecedor) proporciona bons resultados. O S-150 (Solvesso®-150; CAS nº 64742-94-5) é conhecido como um solvente aromático com alto teor de aromáticos e que oferece alta solvência e características de evaporação controlada que os tornam excelentes para uso em diversas aplicações industriais e, em particular, como fluidos de processo. Os hidrocarbonetos aromáticos Solvesso® estão disponíveis em três faixas de ebulição com volatilidade variável, ou seja, com uma faixa de destilação de 165 a 181 °C, de 182 a 207 °C ou de 232 a 295 °C. Também podem ser obtidos graus de naftaleno reduzido ou como naftaleno ultrabaixo. O Solvesso® 150 (S-150) é caracterizado como a seguir: faixa de destilação de 182 a 207 °C; ponto de fulgor de 64 °C; teor de aromático maior que 99 % em peso; ponto de anilina de 15 °C; densidade de 0,900 a 15 °C; e uma taxa de evaporação (nButAc=100) de 5,3.
[0030] Como explicado acima, a reação de hidrogenação ocorre na presença de um catalisador (como, por exemplo, aquele objeto do documento WO 2015/049327 em nome do Requerente) e, por exemplo, como descrito no documento WO 2010/139728 também em nome do requerente (sendo o teor de ambas as referências incorporado a título de referência no presente pedido). Tipicamente, a hidrogenação é realizada a uma temperatura de pelo menos 45 °C e, de preferência, de até 120 °C, com mais preferência até 95 °C ou ainda até 80 °C somente. Também, tipicamente, a hidrogenação é realizada a uma pressão que varia de 0,2 a 5 bar. O hidrogênio é tipicamente alimentado no vaso a uma velocidade de 650 a 750 normal m3 por tonelada de peróxido de hidrogênio a ser produzido.
[0031] A etapa de oxidação pode ocorrer de uma maneira convencional conforme conhecida par ao processo de AO. Os típicos reatores de oxidação conhecidos para o processo cíclico de antraquinona podem ser usados para a oxidação. Reatores de borbulhamento, através dos quais o gás contendo oxigênio e a solução de trabalho são passados no sentido da corrente ou contra a corrente, são frequentemente usados. Os reatores de borbulhamento podem ser livres de dispositivos internos ou, de preferência, contêm dispositivos internos na forma de placas de empacotamento ou de peneira. A oxidação pode ser realizada a uma temperatura na faixa de 30 a 70 °C, particularmente entre 40 e 60 °C. A oxidação é normalmente realizada com um excesso de oxigênio, de modo que, de preferência, mais que 90 %, particularmente mais que 95 %, das alquilantra- hidroquinonas contidas na solução de trabalho na forma de hidroquinona sejam convertidas na forma de quinona.
[0032] Após a oxidação, durante a etapa de purificação, o peróxido de hidrogênio formado é separado da solução de trabalho geralmente por meio de uma etapa de extração, por exemplo, usando água, sendo o peróxido de hidrogênio recuperado na forma de uma solução aquosa bruta de peróxido de hidrogênio. A solução de trabalho que sai da etapa de extração é, então, reciclada na etapa de hidrogenação a fim de reiniciar o ciclo de produção do peróxido de hidrogênio, depois de, por fim, ter sido tratada/regenerada.
[0033] Em uma modalidade preferencial, após sua extração, a solução aquosa bruta de peróxido de hidrogênio é lavada várias vezes, ou seja, pelo menos duas vezes consecutivamente ou ainda mais vezes conforme necessário para reduzir o teor de impurezas a um nível desejado.
[0034] O termo “lavagem” deve denotar qualquer tratamento que for bem-conhecido na indústria química (conforme revelado no documento GB841323A, 1956 (Laporte), por exemplo), de uma solução aquosa bruta de peróxido de hidrogênio com um solvente orgânico que serve para reduzir o teor de impurezas na solução aquosa de peróxido de hidrogênio. Essa lavagem pode consistir, por exemplo, na extração de impurezas na solução aquosa bruta de peróxido de hidrogênio por meio de um solvente orgânico em equipamentos como extratores centrífugos ou colunas de extração líquido-líquido, por exemplo, que operam contra a corrente. As colunas de extração líquido-líquido são preferenciais. Entre as colunas de extração líquido- líquido, as colunas com empacotamento aleatório ou estruturado (como, por exemplo, anéis de Pall) ou placas perfuradas são preferenciais. As primeiras são especialmente preferenciais.
[0035] Em uma modalidade preferencial, um agente quelante pode ser adicionado ao solvente de lavagem para reduzir o teor de determinados metais. Por exemplo, um agente quelante organofosforado pode ser adicionado ao solvente orgânico conforme descrito no pedido de patente acima mencionado EP 3052439 em nome do Requerente, cujo teor é incorporado a título de referência no presente pedido.
[0036] A expressão “solução aquosa bruta de peróxido de hidrogênio” deve denotar as soluções obtidas diretamente a partir de uma etapa de síntese de peróxido de hidrogênio ou a partir de uma etapa de extração de peróxido de hidrogênio ou a partir de uma unidade de armazenamento. A solução aquosa bruta de peróxido de hidrogênio pode ter sido submetida a um ou mais tratamentos para separação das impurezas antes da operação de lavagem de acordo com o processo da invenção. Possui tipicamente uma concentração de H2O2 na faixa de 30 a 50 % em peso.
[0037] Os exemplos a seguir ilustram algumas modalidades preferidas da presente invenção. Exemplos: Exemplos: Teste de solubilidade de quinonas hidrogenadas em diferentes misturas de solventes
[0038] A solubilidade de QH foi determinada em soluções de trabalho de EQ/ETQ sintéticas. Essas quinonas misturadas nos solventes testados foram hidrogenadas até um nível fixo e resfriadas sucessivamente até 3 temperaturas diferentes antes da medição (mínimo de 3 horas para estabilizar o sistema entre cada medição). As condições aplicadas para esses testes foram: • Concentração de EQ 100 g/kg • Concentração de ETQ 140 g/kg • Polar solvente variável (*) • Nível de hidrogenação 10,8N1 H2/kg de WS (~116 g de QH/kg de WS ou um TL (Nível de Teste) de 16,3 g de H2O2/kg de WS) • Temperatura de hidrogenação 75 °C • Temperaturas de precipitação 70, 65 e 60 °C (*) os solventes polares testados foram Sextate, decanonitrila e TMCH-CN.
[0039] Estes foram usados na mistura com S-150 nas proporções indicadas na Figura 1 anexa, a qual também mostra os resultados obtidos. Nessa Figura, Kb significa o coeficiente de partição de peso do peróxido de hidrogênio entre a água e a solução de trabalho (mistura de quinonas e solventes orgânicos). É calculado usando a seguinte fórmula: Kb = (g H2O2/kg de fase aquosa) / (g H2O2/kg de fase orgânica)
[0040] A Figura 1 demonstra o altíssimo potencial de estruturas de ciclo-hexanocarbonitrila em relação a nitrilas lineares como a decanonitrila.
[0041] Os dados completos estão disponíveis na Tabela 1 anexa.
[0042] A máxima solubilidade de uma quinona hidrogenada (QH) em uma mistura de solventes está diretamente correlacionada à produtividade da solução de trabalho. Quanto maior for a solubilidade da QH, maior será a quantidade teórica de peróxido de hidrogênio atingível por kg de WS (Produtividade). Esses valores teóricos, designados pelos termos “Produtividade (gH2O2/kg de WS) medida” na Tabela 1, foram calculados como a seguir:
[0043] 1 mol (240 g) de ETQH (que na verdade é a QH em nossos Exemplos) por kg de WS produzirá 1 mol (34 g) de H2O2 por kg de WS. Portanto, o nível de teste em nossos Exemplos é igual a: 34*QH/240.
[0044] Novamente, os valores obtidos com TMCH-CN são muito maiores (na verdade, quase o dobro) do que com Sextate ou uma nitrila linear como a decanonitrila.
[0045] Se a revelação de quaisquer patentes, pedidos de patente e publicações que são incorporados ao presente documento a título de referência entrarem em conflito com a descrição do presente pedido na medida em que possa gerar um termo ambíguo, a presente descrição deve prevalecer.

Claims (14)

REIVINDICAÇÕES
1. Processo para fabricar uma solução aquosa de peróxido de hidrogênio caracterizado por compreender as seguintes etapas: - hidrogenação de uma solução de trabalho que compreende uma alquilantraquinona e/ou tetra- hidroalquilantraquinona e uma mistura de um solvente orgânico apolar e um solvente orgânico polar, em que a concentração de solvente orgânico apolar na dita mistura é igual ou maior que 30 % em peso; - oxidação da solução de trabalho hidrogenada para produzir peróxido de hidrogênio; e - isolamento do peróxido de hidrogênio, em que o solvente orgânico polar é uma ciclo-hexano- carbonitrila substituída.
2. Processo, de acordo com a reivindicação 1, caracterizado por ser um processo contínuo em que a solução de trabalho é circulada em um ciclo através das etapas de hidrogenação, oxidação e purificação.
3. Processo, de acordo com a reivindicação 1 ou 2, caracterizado pelo fato de que a alquilantraquinona é escolhida a partir do grupo que consiste em etilantraquinonas como 2-etilantraquinona (EQ), 2- isopropilantraquinona, 2-sec e 2-terc-butilantraquinona (BQ), 1,3-, 2,3-, 1,4- e 2,7-dimetilantraquinona, amilantraquinonas (AQ) como 2-iso- e 2-terc- amilantraquinona, e misturas destas quinonas.
4. Processo, de acordo com a reivindicação 3, caracterizado pelo fato de que a quinona é EQ, BQ ou AQ, de preferência EQ.
5. Processo, de acordo com qualquer uma das reivindicações anteriores, caracterizado pelo fato de que o(s) substituinte(s) da ciclo-hexano-carbonitrila substituída é(são) grupo(s) alquila, de preferência grupo(s) metila e/ou etila.
6. Processo, de acordo com a reivindicação 5, caracterizado pelo fato de que a ciclo-hexano-carbonitrila é substituída com pelo menos 2 grupos metila, de preferência pelo menos 3 grupos metila e com mais preferência com pelo menos 4 grupos metila.
7. Processo, de acordo com qualquer uma das reivindicações anteriores, caracterizado pelo fato de que o(s) grupo(s) substituinte(s) do ciclo-hexano-carbonitrila está(estão) próximo(s) da função nitrila, de preferência na posição 1, 2 e/ou 6.
8. Processo, de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 6, caracterizado pelo fato de que a ciclo-hexano-carbonitrila substituída é 3,5-dimetilciclo- hexano-1-carbonitrila.
9. Processo, de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 6, caracterizado pelo fato de que a ciclo-hexano-carbonitrila substituída é 2,2,6-trimetil- ciclo-hexano-carbonitrila ou 1,3,3-trimetil-ciclo-hexano- carbonitrila.
10. Processo, de acordo com a reivindicação anterior, caracterizado pelo fato de que a ciclo-hexano-carbonitrila substituída é 2,2,6-trimetil-ciclo-hexano-carbonitrila que foi sintetizada a partir do ácido (2,2,6-trimetil-ciclo- hexano-ácido carboxílico) correspondente, que foi primeiro transformado no carboxilcloreto correspondente usando cloreto de tionila, então na amida correspondente usando amônia e, por fim, na carbonitrila correspondente usando pentóxido de fósforo.
11. Processo, de acordo com a reivindicação 9, caracterizado pelo fato de que a ciclo-hexano-carbonitrila substituída é 1,3,3-trimetil-ciclo-hexano-carbonitrila que foi sintetizada por um processo que compreende as seguintes etapas: - reação de cianeto de dietilalumínio com isoforona; - redução do grupo cetona com boro-hidreto de sódio para proporcionar uma mistura de diastereômeros de 3-ciano- 3,5,5-trimetilciclo-hexanol; - reação desta mistura com cloreto de metanossulfonila; - eliminação de metanossulfônico, deixando uma mistura das ciano-olefinas; - hidrogenação das olefinas resultantes sobre Pd a 10 %/C em metanol.
12. Processo, de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 7, caracterizado pelo fato de que a ciclo-hexano-carbonitrila substituída foi sintetizada em uma reação de 2 etapas compreendendo, primeiro, reagir um dieno conjugado com um dienófilo que possui um grupo nitrila para obter uma ciclo-hexeno-carbonitrila substituída e, segundo, hidrogenar a ligação dupla da ciclo-hexeno-carbonitrila substituída, em que pelo menos um entre o dieno conjugado e o dienófilo é substituído de preferência por pelo menos um grupo metila.
13. Processo, de acordo com qualquer uma das reivindicações anteriores, caracterizado por não haver mais que 80 % em peso de solvente orgânico apolar na mistura de solventes orgânicos, de preferência não mais que 60 % em peso.
14. Processo, de acordo com qualquer uma das reivindicações anteriores, caracterizado pelo fato de que o solvente orgânico apolar é um solvente aromático ou uma mistura de solventes aromáticos.
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