[0001] A invenção é relativa a um trem de aterrissagem de aeronave do tipo com balancim e paralelogramo deformável.
PLANO DE FUNDO TECNOLÓGICO DA INVENÇÃO
[0002] Numerosas aeronaves anfíbias são também dotadas de trens de aterrissagens com paralelogramo deformável. Paralelogramo deformável é o termo consagrado para uma estrutura deformável com quatro articulações paralelas, mesmo se, na prática, os lados da estrutura não têm com muita freqüência comprimentos dois a dois idênticos.
[0003] Serão citados por exemplo aviões tais como o Grumman Widgeon ou o Grumman Goose. Esse último compreende dois painéis montados articulados na estrutura da aeronave de acordo com primeiros eixos paralelos, um invólucro sendo montado articulado em cada um dos painéis de acordo com segundos eixos paralelos aos primeiros eixos. O invólucro leva uma roda em sua extremidade inferior. O conjunto pode se retrair então na maneira de um paralelogramo deformável, a roda permanecendo paralela a ela própria por ocasião da retração.
[0004] O avião se transporte militar Boeing C17 é também equipado com trens de aterrissagem principais do tipo com paralelogramo deformável. Nesses trens de aterrissagem, o invólucro recebe um pivô de eixo de pivotamento substancialmente vertical, o pivô recebendo em sua parte inferior um balancim que leva as rodas, e em sua parte alta o amortecedor ligado ao balancim. Um conjunto de bielas permite fazer girar o pivô, e portanto o balancim, o amortecedor e as rodas, por ocasião da retração ou da extensão do trem de aterrissagem.
OBJETO DA INVENÇÃO
[0005] A invenção tem como objeto um trem de aterrissagem do tipo com paralelogramo deformável, muito simples.
BREVE DESCRIÇÃO DA INVENÇÃO
[0006] A invenção é relativa a um trem de aterrissagem de aeronave de tipo com paralelogramo deformável, que compreende: - uma perna que compreende um invólucro com uma extremidade inferior na qual um balancim que leva pelo menos uma roda é articulado, um amortecedor sendo conectado entre o balancim e o invólucro; - dois painéis cada um deles articulado por um lado na estrutura da aeronave e por outro lado na perna, de acordo com eixos paralelos;
[0007] tudo formando uma estrutura articulada deformável. De acordo com a invenção, um dos painéis é articulado na perna sendo para isso fixado em uma extremidade de um pivô do balancim no invólucro.
[0008] Assim, a articulação do dito painel e do invólucro não necessita de nenhuma forma complexa no invólucro, e notadamente nenhum estribo que se estende lateralmente em balanço do invólucro, o que simplifica a concepção do invólucro.
BREVE DESCRIÇÃO DAS FIGURAS
[0009] A invenção será melhor compreendida à luz da descrição que se segue de um modo de realização especial não limitativo da invenção, em referência às figuras anexas entre as quais: - as figuras 1 a 4 são vistas em perspectiva de frente, em perspectiva de trás, de lado e de frente de um trem de aterrissagem de acordo com a invenção em posição estendida; - as figuras 5 a 8 são vistas em perspectiva de frente, em perspectiva de trás, de lado e de frente do mesmo trem de aterrissagem em posição retraída; - a figura 9 é uma vista de detalhe da ligação entre o painel interior e o pivô do balancim do trem de aterrissagem das figuras 1 a 8.
[0010] Em referência às figuras 1 a 4, o trem de aterrissagem da invenção compreende uma perna que compreende um invólucro 1 do qual a extremidade inferior forma uma forquilha com duas abas em forma de estribo para receber um pivô 2 no qual um balancim 3 que leva rodas 4 é articulado. Um amortecedor 5 é conectado entre o invólucro 1 e o balancim 3.
[0011] A perna é ligada à fuselagem da aeronave com o auxílio de uma estrutura articulada e deformável para permitir o movimento do trem de aterrissagem entre a posição estendida das figuras 1 a 4 e a posição retraída das figuras 5 a 8. Essa estrutura articulada compreende: - um painel superior 10 que é articulado por um lado na estrutura da aeronave de acordo com um eixo X1, e por outro lado na parte alta da perna de acordo com um eixo X2 paralelo ao eixo X1; - um painel inferior 11 que é articulado por um lado na estrutura da aeronave de acordo com um eixo X3 paralelo aos eixos X1 e X2, e por outro lado na parte inferior da perna de acordo com um eixo X4 paralelo ao eixo X1.
[0012] O conjunto formado pela perna e pelos dois painéis forma uma estrutura do tipo com paralelogramo deformável que pode ser deformada à vontade entre a posição estendida da figura 1 e a posição retraída da figura 4. Para isso, um elemento de manobra 6 (aqui um macaco hidráulico) é conectado entre o painel superior 10 e o painel inferior 11 para provocar as deformações do trem de aterrissagem (aqui, a ligação entre o elemento de manobra 6 e o painel inferior 11 não foi representada, para maior clareza, mas é bem evidente que o elemento de manobra 6 é articulado no painel inferior).
[0013] Um elemento de reforço, aqui uma escora quebradora 7 também conectada entre os dois painéis, permite estabilizar o trem de aterrissagem na posição estendida. Um elemento de travamento 8 conectado entre o painel inferior 11 e a escora 7 trava a escora na posição alinhada quando o trem de aterrissagem está na posição estendida. Será notado que as únicas interfaces mecânicas do trem de aterrissagem com a estrutura da aeronave são as articulações dos painéis 10, 11 de acordo com os eixos X1 e X3.
[0014] Em variante, o elemento de manobra e/ou o elemento de reforço poderão ser conectados entre um dos painéis e a estrutura da aeronave se a configuração do trem de aterrissagem não deixa espaço suficiente para alojar o elemento de manobra e/ou o elemento de reforço entre os painéis como aqui. No entanto, essa disposição cria novas interfaces com a estrutura da aeronave.
[0015] Aqui, o painel superior 10 é diretamente articulado no invólucro. Em contrapartida, e de acordo com a invenção, o painel inferior 11 não é articulado no próprio invólucro 1, mas em uma extremidade 12 do pivô 2 que é saliente lateralmente do invólucro 1, mais especialmente visível na figura 9. Essa extremidade é aqui conformada em forma de estribo que vem se inserir entre as duas abas 13 da extremidade do painel inferior 11, um pino 14 se estendendo nas abas e no estribo para definir a articulação do painel inferior e da perna.
[0016] Essa disposição permite evitar usinar no invólucro uma ou várias abas que formam estribo para receber o pino de articulação do painel inferior. Ainda por cima, a ligação assim formada faz função de anti-rotação do pivô 2 em relação ao invólucro 1.
[0017] A invenção não está limitada ao que acaba de ser descrito, mas ao contrário engloba qualquer variante que entra no âmbito definido pelas reivindicações.
[0018] Em especial, será possível interpor uma rótula entre o pino e o estribo da extremidade do pivô. Será possível também conformar a extremidade do pivô para apresentar duas abas, o painel inferior compreendendo nesse caso um estribo terminal que vem se inserir entre as duas abas, ainda que a priori essa disposição seja menos vantajosa.