PT991811E - Um processo para estabilizar o ph de uma suspensao de pasta de papel e para produzir papel a partir da pasta de papel estabilizada - Google Patents
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Description
- 1 - DESCRIÇÃO "UM PROCESSO PARA ESTABILIZAR O pH DE UMA SUSPENSÃO DE PASTA DE PAPEL E PARA PRODUZIR PAPEL A PARTIR DA PASTA DE PAPEL ESTABILIZADA" A invenção refere-se a um processo para estabilizar o pH de uma suspensão de pasta de papel para o fabrico de papel com agentes tampão e a um processo para produzir papel a partir dessa suspensão de pasta de papel estabilizada.
Durante os últimos dez a quinze anos muitos fabricantes de papel converteram os seus processos de pH acídico para neutro por várias razões como, por exemplo, para obterem maior resistência e para poderem usar carbonato de cálcio, CaCCb, como enchimento. A expressão "pH neutro" corresponde, nestes processos, a um pH na circulação curta de cerca de 7-8,5, mais preferivelmente 7-8. Aplica-se a papel produzido a partir de pasta de papel química, mecânica ou reciclada, branqueada ou não branqueada.
Se a pasta de papel para o fabrico de papel for acídica, quando entra na preparação da matéria-prima, e a circulação curta se fizer a um pH neutro ou alcalino, a maneira tradicional de aumentar e controlar o pH é adicionar hidróxido de sódio, NaOH. O NaOH é, contudo, uma base muito forte, o que significa que apenas são necessárias pequenas quantidades para ajustar o pH. Qualqer sobre-dosagem causará um aumento demasiado grande no pH, o que significa que é difícil efectuar o ajuste do pH de maneira controlada. Isto deve-se à reduzida capacidade tampão inerente a uma suspensão de pasta de papel. O fabricante de papel poderia acabar por se encontrar numa situação em que o pH da pasta de papel de entrada fosse desigual o que teria um impacto negativo na qualidade do papel e no modo de funcionamento da máquina de papel.
Através da preparação da matéria-prima e da circulação curta adicionam-se vários químicos para papel e águas de diluição, alguns dos quais são acídicos e, portanto, diminuem o pH da pasta de papel. O fabricante de papel poderia, portanto, acabar por ter um pH demasiado baixo na circulação curta e, mais uma vez, ver-se-ia obrigado a ajustar o pH usando NaOH. O pH também pode ser alterado na refinação ou nas torres de armazenamento.
Se, em vez disso, a pasta de papel para o fabrico de papel for alcalina, quando entra na preparação da matéria-prima, e se a circulação curta se fizer a pH neutro ou alcalino, não há, naturalmente, necessidade de usar qualquer NaOH para controlar o pH. Contudo, o fabricante de papel deve certificar-se de que o pH é suficientemente elevado para evitar vir a ficar com um pH demasiado baixo depois da adição de químicos acídicos para papel.
Na técnica anterior, uma maneira de evitar que se acabe por ficar com valores de pH demasiado baixos era adicionar bicarbonato de sódio dissolvido, NaHCOs, à pasta de papel. O NaHC03 dissocia-se na suspensão de pasta de papel formando iões de bicarbonato, HC03-, que têm um efeito tampão e, portanto, contrariam qualquer diminuição do pH. O NaHC03 é um pó sólido que, geralmente, é fornecido nos chamadas sacões e é necessário que, na fábrica de papel, exista espaço de manobra, equipamento para a dissolução e tanques para o armazenamento. Trabalhar com o NaHC03 é sujo, quando em contacto com humidade ou com água.
Numa fase de branqueamento por dióxido de cloro, descrita no pedido de patente GB-A-815.247, a reacção é tamponada com NaHCC>3 contra uma queda de pH provocada pela formação de substâncias acídicas durante o branqueamento. O NaHCC>3 pode ser adicionado como tal ou pode ser formado in situ passando C02 numa lama contendo NaOH ou Na2CC>3. A acção de tamponamento é consumida na reacção.
Na aplicação de goma não acídica no papel com dímeros de alquilceteno foram usados iões de bicarbonato para catalisar a reacção entre os dímeros de alquilceteno e a celulose. De acordo com o pedido de patente US-A-5.378.322, os iões de bicarbonato podem ser gerados pela dissociação de dióxido de carbono C02 na pasta de papel aquosa. O dióxido de carbono é um gás, que se dissolve facilmente sob condições alcalinas, por exemplo, em água ou numa suspensão de pasta de papel formando ácido carbónico e/ou iões de bicarbonato, de acordo com a reacção: co2 + h2o < = > h2co3 < = > H+ + HC03' A um pH elevado, especialmente superior a 10, a reacção predominante é: C02 + OH' < = > HC03'
Na reciclagem de desperdícios ou de papel destruído que contenham gesso, a acumulação de sulfato de cálcio suscita um problema visto o sulfato de cálcio solubilizado poder precipitar e perturbar o processo de fabrico do papel. De acordo com o pedido de patente US-A-5.262.006 este problema pode ser ultrapassado pela adição de iões de carbonato e/ou iões de bicarbonato à suspensão aquosa de pasta de papel e pelo ajuste do pH até um valor alcalino para precipitar cálcio como carbonato de cálcio. Os iões de bicarbonato podem ser criados in situ, por exemplo, adicionando primeiro um hidróxido de metal solúvel adequado e, depois, adicionar dióxido de carbono. De acordo com a Patente, a geração de carbonato de cálcio a partir de sulfato de cálcio com dióxido de carbono requer um controlo apertado do pH visto o dióxido de carbono ter o efeito de baixar o pH de modo que existe o risco de o pH se tomar demasiado baixo para o processo de carbonação.
De acordo com G. Õstberg, na 5a Conferência Internacional sobre Nova Técnica Disponível, A Semana Mundial do Papel e da Pasta de Papel, Junho, 4-7, 1996, Estocolmo, pp. 508-515, a inerente capacidade tampão do dióxido de carbono usado na lavagem da pasta de papel tem uma influência benéfica nas fibras processadas numa fábrica de pasta de papel.
Tem sido usado dióxido de carbono para controlar também o pH das suspensões de pasta de papel, por exemplo, num processo descrito no pedido de patente europeia EP-A-0.281.273, onde o dióxido de carbono gasoso é introduzido para ajustar e manter o pH a um valor que, preferivelmente, está entre 7,0 e 5,5.
Assim, na técnica anterior, o dióxido de carbono foi usado para criar iões de bicarbonato para o seu efeito de catálise, carbonação ou de baixar o pH. Contudo, um fabricante de papel também tem necessidade de conseguir um pH estável de maneira que as adições químicas e os vários passos de processamento não provoquem uma flutuação indesejável do pH.
Um objecto da presente invenção é, assim, fornecer uma estabilização do pH das suspensões aquosas de pasta de papel. - 5-
Outro objecto da invenção é fornecer uma suspensão (le pasta de papel para o fabrico de papel tendo uma maior capacidade de tamponamento, isto é, uma resistência a uma alteração de pH.
Ainda outro objecto da invenção é fornecer um processo tecnicamente v jp.uono para tamponar uma suspensão de pasta de papel. I m objecto é também fornecer uma suspensão de polpa tendo um pH controlado que é mantido a um nível desejado. I m objecto da invenção é também fornecer um processo de produzir papel a partir de uma suspensão de pasta de papel tendo um pH estabilizado. A invenção, de acordo com a presente aplicação é definida nas reivindicações em anexo, cujo teor está aqui incluído para referência.
Consequentemente, a presente invenção refere-se a um processo para estabilizar o pH de uma suspensão de pasta de papel na preparação da matéria-prima numa máquina de papel utilizando dióxido de carbono. A estabilização é fornecida pelo aumento da capacidade de tamponamento da referida suspensão de pasta de papel para o fabrico de papel, pela adição à mesma de uma combinação de uma alimentação de hidróxido de metal alcalino e de uma alimentação de dióxido de carbono, alimentações essas que substancialmente contrariam o efeito mutável do pH de cada uma delas, sendo as referidas alimentações fornecidas numa quantidade suficiente para conseguir um efeito tampão significativo da referida suspensão de pasta de papel. 0 processo inclui o ajuste do pH da referida suspensão de pasta de papel pela adição de um excesso do referido hidróxido ou do referido dióxido de carbono. Assim, o pH é mantido a um nível desejado através do subsequente fabrico de papel. A alimentação de um hidróxido e de um dióxido de carbono em quantidades substancialmente contrariadoras aumenta o nível de tamponamento, ou de iões formadores de alcalinidade, na suspensão sem realmente afectarem o seu pH. O aumento da capacidade de tamponamento estabiliza a suspensão contra flutuações do pH provocadas por adições subsequentes de fluidos acídicos ou básicos e fornece um pH estável em todos os passos seguintes. A capacidade de tamponamento da presente invenção é também chamada "alcalinidade" e é uma medida de "resistência ao ácido", ou seja, o teor em iões de tamponamento, num líquido ou suspensão de pasta de papel, que contraria a diminuição do pH ao serem adicionados os iões de hidrogénio, H+. Uma via de expressar a alcalinidade é a quantidade de iões de HCO3- e de C032' em gramas por litro. Quando uma combinação de hidróxido e de dióxido de carbono é usada de acordo com a presente invneção, a capacidade de tamponamento ou de alcalinidade da suspensão de pasta de papel é aumentada, criando, assim, maior "resistência ao ácido". O hidróxido usado de acordo com a invenção devia, preferivelmente, ser adicionado antes da adição do dióxido de carbono para assegurar que o dióxido de carbono é adicionado sob condições alcalinas. A "quantidade suficente para conseguir um efeito tampão significativo" deveria ser considerada como significando uma quantidade que produzisse um efeito tampão substancial e reconhecível na suspensão de pasta de papel. Normalmente, a quantidade varia dependendo das características da pasta de papel e das condições de tratamento. O formulador especializado na técnica saberá calcular a quantidade necessária baseado nos seus conhecimentos gerais ou por meio de testes simples a que submeterá a suspensão de pasta de papel em que estiver a trabalhar, por exemplo, como no Exemplo 9 desta descrição.
Tipicamente, a quantidade de NaOH na combinação de tampona-mcnto estará entre cerca de 0,5 e 5 kg de NaOH/tonelada de celulose seca e a quantidade dc dióxido de carbono na referida combinação estará entre cerca de 0,5 e 5 kg de C02/tonelada de celulose seca. Uma combinação de tamponamento típica incluiria cerca de 2 a 3 kg de NaOH e C02 por tonelada de celulose seca. No âmbito da presente invenção podem usar-se maiores ou menores quantidades dc ambos os componentes do que as atrás referidas mas, em geral, não será económico usar mais do que o necessário para obter uma acção de tamponamento desejada. É claro que o excesso de quer NaOH quer C02, que é adicionalmente usado para efeitos de ajuste do pH, pode significativamente exceder as quantidades atrás referidas que produzem o efeito tampão. O efeito tampão obtido desta forma pela adição de NaOH e de C02 corresponde ao que é possível obter por uma adição de NaHC03 dissolvido mas tem a vantagem de sc evitar a ocupação de espaço e a sujeira no manuseamento do NaHC03 sólido. Por outro lado, o hidróxido de sódio é um químico que existe em grandes quantidades na fábrica de papel visto ser utilizado para muitos outros fins. O gás dióxido de carbono pode ser gerado localmente ou pode ser comprado à medida das necessidades. A alimentação de dióxido de carbono na suspensão é tecnicamente limpa e fácil.
Outra vantagem reside no facto de o hidróxido e dióxido de carbono usados de acordo com a presente invenção servirem a dupla finalidade de aumentar a capacidade de tamponamento e de ajuste do pH. Assim, de acordo com o modelo de realização preferido da invenção, o pH da referida suspensão de pasta de papel é aumentado pela adição de um excesso de hidróxido de metal alcalino, como hidróxido de sódio aquoso, ou diminuído pela adirão de um excesso de dióxido de carbono. O dióxido de carbono está preferivelmente em forma gasosa, embora possa ser adicionado como um líquido aquoso pela dissolução de dióxido dc carbono sólido ou gasoso em água. O hidróxido e o dióxido de carbono podem scr combinados antes de serem introduzidos na suspensão de pasta de papel embora seja preferido introduzi-los directamente no sistema de circulação da pasta de papel tal como um tubo que conduza a um tanque de preparação da matéria prima. A suspensão de pasta de papel é, preferivelmente, tamponada pela referida combinação até um pH entre cerca de 7 e 9.
De acordo com o modelo de realização preferido da invenção, a capacidade de tamponamento da suspensão de pasta de papel é aumentada se se fornecer uma quantidade molar substancialmente igual de hidróxido de metal alcalino e dióxido de carbono dissolvidos, sendo a referida quantidade suficiente para produzir um efeito de tamponamento significativo a cerca de pH 8. A suspensão de pasta de papel pode ser pasta de papel mecânica ou química, branqueada ou não branqueada, embora a preferida seja a pasta de papel química branqueada. O carbonato de cálcio pode, vantajosamente, ser usado como um enchimento para a pasta de papel, visto o pH estabilizado assegurar que o enchimento se mantém em forma sólida na suspensão. Uma flutuação do pH até 6 ou 5,5, por exemplo, devido a um influxo de águas brancas de circulação a esse pH, poderia dissolver o enchimento de carbonato. Um efeito tão indesejável será eficazmente evitado pela acção de tamponamento da presente invenção. A presente invenção também se refere a um processo de produzir papel, compreendendo o referido processo os passos de fornecer uma suspensão de pasta de papel para o fabrico de papel na preparação de matéria-prima de uma máquina de papel; aumentar a capacidade de tamponamento da referida suspensão de pasta de papel, adicionando-lhe uma combinação de uma alimentação de hidróxido de metal alcalino e de uma alimentação de dióxido de carbono, alimentações essas que contrariam substancialmente o efeito mutável do pH de cada uma, sendo essas alimentações produzidas em quantidade suficiente para se conseguir um efeito de tamponamento substancial da referida suspensão de pasta de papel e ajustar o pH da referida suspensão de pasta de papel pela adição de um excesso do referido hidróxido ou do referido dióxido de carbono para manter o pH a um nível desejado através do subsequente fabrico de papel; ajustar, opcionalmente, o pH da referida suspensão de pasta de papel até um valor desejado entre 7 e 9 pela adição de um agente alcalino como NaOH ou de um agente acídico como CO2; formar a referida suspensão de pasta de papel numa teia; e secar a referida teia para formar papel. A produção de papel de acordo com a presente invenção faz-se de maneira convencional em todos os outros aspectos, excepto no que respeita ao aumento da capacidade de tamponamento da pasta de papel antes da circulação curta. Esses processos de fabricar papel são bem conhecidos na técnica e não se considera necessário descrevê-los aqui mais pormenorizadamente. A invenção será agora ilustrada por alguns exemplos.
Exemplo 1 (Exemplo de referência)
Numa fábrica de papel parcialmente integrada introduzem-se fardos de pasta de papel kraft completamente branqueada num desintegrador. O pH no desintegrador é ajustado com NaOH aquoso até um pH de aproxi-madamente 11.
Depois da desintegração, adicionam-se à suspensão de pasta de papel desintegrada químicos para o fabrico de papel e água de diluição que tenham um efeito acídico. Como consequência, o pH da suspensão de pasta de papel baixa de pH 11 até cerca de pH 6,5-6,8. Este pH é demasiado baixo para a circulação curta, que é efectuada a um nível de pH de 7-7,5. Assim, o pH é ajustado outra vez por meio de uma adição de NaOH aquoso.
Devido à acção fortemente básica do NaOH é difícil conseguir desta forma um controlo exacto do pH. A sobredosagem conduz a um pH demasiado elevado.
Exemplo 2 O processo de Exemplo 1 é modificado para melhorar a situação, de maneira que se adiciona ao desintegrador uma combinação de NaOH e de C02. A quantidade de NaOH adicionada à suspensão é substancialmente aumentada comparada com o processo do Exemplo 1. Para contrabalançar, adiciona-se uma quantidade de C02 de maneira a produzir um pH de aproximadamente pH 9. - 11 -
Depois da desintegração, são adicionados à suspensão de pasta de papel os mesmos químicos para papel referidos no Exemplo 1. Devido ao efeito tampão do NaOH e do C02 combinados, as adições acídicas apenas baixam o pH até pH 7,2. Este é um pH adequado para a circulação curta e não há necessidade de efectuar qualquer controlo do pH usando NaOH.
Exemplo 3 (Exemplo de Referência)
Numa fábrica de papel, uma suspensão de pasta de papel kraft tendo um pH de 5,1 é introduzida numa torre de armazenamento. Antes de entrar na torre, o pH da suspensão de pasta de papel é ajustado a pH 8 por uma adição de NaOH aquoso no tubo que conduz à torre. A suspensão de pasta de papel é introduzida num refínador, partindo da torre de armazenamento. Na refinação o pH diminui para cerca de pH 6. O pH baixo causa problemas na subsequente adição de goma à pasta de papel.
Exemplo 4
Repete-se o processo do Exemplo 3 com a diferença de que, em vez de se introduzir apenas a quantidade necessária de NaOH na suspensão de pasta de papel, se introduz primeiro um excesso de NaOH no tubo seguindo-se a introdução de C02 gasoso no tubo para contrariar o excesso de NaOH. A suspensão resultante tem, novamente, um pH de 8 quando entra na torre de armazen amento. -12-
Partindo da torre de armazenamento, a pasta de papel c introduzida no refmador. Na refinação o pH mantém-se em cerca de pH 8 e não há problemas na aplicação da goma.
Exemplo 5
Num teste de laboratório, foi usada uma suspensão de pasta de papel tendo um pH de 5,1. O pH da suspensão de pasta de papel foi ajustado até pH 8 usando a) apenas NaOH e b) usando um excesso de NaOH em combinação com CO:. O efeito de tamponamento da suspensão foi testado com um ácido forte (alúmen, pH 3,0).
Os resultados estão indicados no Quadro 1 que se segue.
Quadro 1 PH1 NaOH (ml) C02 (g) pH2 alúmen (ml) pH3 a) (NaOH) 5,1 2 - 8,0 1 6,4 b) (NaOH + C02) 5,1 3 1 8,0 1 7,9 o pH da suspensão de pasta de papel inicial 2 o pH depois da adição de NaOH/NaOH + CO2 3 o pH depois da adição de ácido
No processo atrás referido, 1 ml do NaOH aquoso corresponde a cerca de 2,5 kg/tonelada de celulose calculada na base do peso em seco; similarmente, 1 g de CO2 corresponde a cerca de 2,5 kg/tonelada de celulose; e 1 ml de alúmen corresponde a cerca de 2,8 kg/tonelada de celulose.
Os resultados atrás indicados mostram claramente que a adição de quantidades oponíveis de NaOH e C02 estabilizam o pH da suspensão de pasta de papel.
Exemplo 6 (Exemplo de referência)
Uma suspensão de pasta de papel foi armazenada num tanque de armazenamento de pasta de papel numa fábrica de pasta de papel a um pH de 5,5 a 6. A pasta de papel foi introduzida na fábrica com este pH, a uma consistência de 3 a 4%, por meio de uma prensa que aumentou a consistência para cerca de 10%. A pasta de papel foi introduzida no tanque de armazenamento da fábrica de papel, com esta consistência, a um pH de 5,5 a 6.
Introduziram-se no tanque de armazenamento águas brancas provenientes da máquina de papel a um pH de 7,5 a 8. O papel foi produzido com CaC03 como enchimento. Parte do enchimento circulou com as águas brancas para o tanque de armazenamento. Quando entrou no tanque de armazenamento, o CaC03 contido nas águas brancas dissolveu-se ao entrar em contacto com a suspensão de pasta de papel a pH 5,5 a 6. A dissolução do CaC03 provocou a perda de enchimento e, para além disso, os iões de cálcio aumentaram a dureza da água e provocaram precipitações em posições indesejadas.
Partindo do tanque de armazenamento, a suspensão foi introduzida num refmador. Para melhorar a refinação, o pH da suspensão de pasta de papel foi ajustado a 7,5 com NaOH antes do refmador. Foi necessário um controlo cuidadoso da alimentação de NaOH para evitar um doseamento a mais ou a menos. -14-
No refinador, o pH diminuiu para 6 até 6,5 o que significou maior consumo de energia na refinação. O pH era demasiado baixo para a aplicação de goma. Assim, o pH teve de ser novamente ajustado para a aplicação de goma.
Exemplo 7 (Exemplo de Referência)
Repetiu-se o processo do Exemplo 6, com a diferença de que o NaHCC>3 foi introduzido no tanque de armazenamento da fábrica de papel para obter o desejado pH de cerca de 7,5 a 8. O CaCC>3 nas águas brancas não se dissolveu e o problema da perda de enchimento foi resolvido. O pH da alimentação ao refinador foi de cerca de 7,5 e não se introduziu nenhum NaOH na suspensão. Contudo, no refinador, o pH diminuiu como anteriormente e foi necessário fazer um ajuste do pH com NaOH para a aplicação da goma.
Exemplo 8
Repetiu-se o processo do Exemplo 6, com a diferença de que se introduziu NaOH e CO2 no tubo que conduz ao tanque de armazenamento da fábrica de papel. O pH foi ajustado até 8 e não ocorreu qualquer perda de enchimento no tanque de armazenamento. O pH da alimentação ao refinador foi de cerca de 8 e não se introduziu NaOH na suspensão. Ao refinar, a capacidade de tamponamento da suspensão contrariou o efeito de baixar o pH em grau suficiente para manter 0 pH a 7,5 a 8. Não houve necessidade de ajustar o pH para a aplicação da goma. A pasta de papel foi usada para a produção de papel com um excelente resultado.
Exemplo 9
Uma suspensão de pasta de papel tendo uma consistência de 10% e um pH de 7,4 foi dividida em dois lotes, Pasta de Papel 1 e Pasta de Papel 2, respcctivamente, pesando 2030 g cada. O pH da suspensão de pasta de papel foi ajustado, por um lado, com ácido sulfurico (uma solução aquosa a 10% em peso de H2S04) e, por outro lado, com dióxido de carbono gasoso e uma combinação de hidróxido de sódio de 1 M e gás dióxido de carbono. O pH da Pasta de Papel 1 foi ajustado até 6,2 com o referido ácido sulfurico. O pH da Pasta de Papel 2 foi ajustado até 6,2 pela adição de 15 ml de hidróxido de sódio e 1,02 g de dióxido de carbono. As resultantes suspensões de pasta de papel foram tituladas com ácido sulfurico a 10% para estudar a sua respectiva resistência a alterações de pH.
Os resultados estão indicados no Quadro 2 que se segue.
Quadro 2
Titulação H2S04 (kg/t) pH Pasta de Papel 1 Ph Pasta de Papel 2 0 6,22 6,20 1,4 6,18 6,20 2,4 6,10 6,21 4,7 6,03 6,17 10,6 5,82 6,12 - 16- 0 ácido sultunco no Quadro 2 está indicado em kg de H2SO4 a 100%, por tonelada de celulose seca.
Para o atrás referido ajuste do pH e tamponamento da Pasta de Papel 2, adicionou-se NaOH numa quantidade de 2,9 kg/tonelada de celulose e usou-se CO2 numa quantidade de 5,1 kg/tonelada de celulose. O CO2 foi usado tanto para ajustar o pH como para contrabalançar a adição de hidróxido de sódio. O teste mostra que quantidades relativamente pequenas de uma combinação de hidróxido de sódio e de dióxido de carbono produzem uma acção de tamponamento eficaz. O atrás referido pH final de 6,12 tomaria a Pasta de Papel 2 perfeitamente útil para o fabrico de papel, ao passo que o pH final da Pasta de Papel 1 seria demasiado baixo. E evidente que a invenção pode ser alterada de muitas maneiras, que são óbvias para os especialistas na técnica, sem se desviar do âmbito das reivindicações.
Lisboa, 3 de Outubro de 2001 Ç\ £-A-* ALBERTO CANELAS Agente Oficia! da Propriedade Industriai
RUA VICTOR CORDON, 14 1200 LISBOA
Claims (12)
- REIVINDICAÇÕES 1. Um processo para estabilizar o pH de uma suspensão de pasta de papel na preparação da matéria-prima de uma máquina de papel, usando dióxido de carbono, caracterizado pelo aumento da capacidade de tamponamento da referida suspensão de pasta de papel para o fabrico de papel adicionando-lhe uma combinação de uma alimentação de hidróxido de metal alcalino e de uma alimentação de dióxido de carbono, alimentações essas que contrariam o efeito de alteração do pH de uma e de outra, sendo as referidas alimentações produzidas em quantidade suficiente para conseguirem um efeito de tamponamento significativo da referida suspensão de pasta de papel, e pelo ajuste do pH da referida suspensão de pasta de papel por adição de um excesso do referido hidróxido ou do referido dióxido de carbono para manter o pH a um nível desejado através do subsequente fabrico de papel.
- 2. Processo, de acordo com a reivindicação 1, caracterizado pelo facto de o pH da referida suspensão de pasta de papel ser ajustado até um pH entre cerca de 7 e 9, pela adição de um excesso do referido hidróxido de metal alcalino, ou pela adição de um excesso do referido dióxido de carbono.
- 3. Processo, de acordo com a reivindicação 1, caracterizado pelo facto de o referido hidróxido de metal alcalino ser hidróxido de sódio aquoso e de o referido dióxido de carbono ser dióxido de carbono gasoso.
- 4. Processo, de acordo com a reivindicação 1, caracterizado pelo facto de o referido hidróxido de metal alcalino ser introduzido na referida suspensão de pasta de papel antes da alimentação do referido dióxido de carbono. -2-
- 5. Processo, de acordo com a reivindicação 1, caracterizado pelo facto de a capacidade de tamponamento da referida suspensão de pasta de papel aumentar pelo fornecimento de uma quantidade molar substancialmente igual de hidróxido de metal alcalino e dióxido de carbono dissolvido, sendo a referida quantidade suficiente para produzir um efeito de tamponamento significativo a cerca de pH 8.
- 6. Processo, de acordo com a reivindicação 1, caracterizado pelo facto de a referida suspensão de pasta de papel ser pasta de papel química ou mecânica.
- 7. Processo, de acordo com a reivindicação 6, caracterizado pelo facto de a referida suspensão de pasta de papel ser pasta de papel química branqueada.
- 8. Processo, de acordo com a reivindicação 1, caracterizado pelo facto de a referida suspensão de pasta de papel conter e/ou se destinar a conter um enchimento de carbonato de cálcio.
- 9. Processo, de acordo com a reivindicação 1, caracterizado pelo facto de as referidas alimentações de hidróxido de metal alcalino e de dióxido de carbono serem adicionadas à referida suspensão de pasta de papel fluindo num tubo que conduz ao tanque de preparação da matéria-prima.
- 10. Processo, de acordo com a reivindicação 1, caracterizado pelo facto de o referido hidróxido de metal alcalino e do referido dióxido de carbono serem combinados antes de serem introduzidos na suspensão de pasta de papel. -3-
- 11. Um processo para produzir papel, compreendendo: produzir uma suspensão de pasta de papel para o fabrico de papel na preparação da matéria-prima de uma máquina de papel; aumentar a capacidade de tamponamento da referida suspensão tio pasta de papel adicionando-lhe uma combinação de uma alimentação de hidróxido de metal alcalino e uma alimentação de dióxido de carbono, alimentações essas que, substancialmente, contrariam o efeito de alteração do pH de uma e de outra, sendo as referidas alimentações produzidas em quantidade suficiente para conseguirem um efeito de tamponamento significativo da referida suspensão de pasta de papel, e pelo ajuste do pH da referida da referida suspensão de pasta de papel por adição de um excesso do referido hidróxido ou do referido dióxido de carbono para manter o pH a um nível desejado durante todo o subsequente fabrico de papel; formar a referida suspensão de pasta de papel numa teia; e secar a referida teia para formar papel.
- 12. Processo, de acordo com a reivindicação 14, caracterizado pelo facto de o pH da referida suspensão de pasta de papel ser ajustado até um valor desejado entre 7 e 9 pela adição de um excesso do referido hidróxido de metal alcalino ou do referido dióxido de carbono. Lisboa, 3 de Outubro de 2001 /fV.Ur li^ALBERTO CANELAS Agente Oficial da Propriedade Industrial RUA VICTOR CORDON, 14 1200 USBOA
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