PT957806E - Composições para controlar os niveis orais de oxidação redução microbiana ( ex ). - Google Patents
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Description
1
DESCRIÇÃO "COMPOSIÇÕES PARA CONTROLAR OS NÍVEIS ORAIS DE OXIDAÇÃO-REDUÇÃO MICROBIANA (EH) "
ÁREA DA INVENÇÃO A presente invenção proporciona composições orais que compreendem um composto de zinco que contém zinco livre disponível e pelo menos um composto que aumenta o Eh estabilizado ou estável distribuídos num veiculo oral. A presente invenção é suplementarmente dirigida a uma composição para inibir a formação de espécies aniónicas de enxofre na cavidade oral e prevenir uma diminuição do Eh da cavidade oral. Esta invenção também proporciona uma composição para reduzir simultaneamente halitose, gengivite e periodontite por prevenção ou redução da putrefacção oral.
CONTEXTO DA INVENÇÃO
Os tecidos duros e moles da boca estão recobertos por populações microbianas que contêm bactérias com diferentes capacidades metabólicas. As bactérias Gram-positivas presentes nestas populações microbianas conseguem catabolizar facilmente hidratos de carbono para produzir ácidos que atacam os tecidos duros da cavidade oral, o que resulta na formação de lesões de cáries dentárias (cavidades). Em contraste, as bactérias Gram-negativas, especialmente os anaeróbios, metabolizam facilmente vários aminoácidos que estão contidos em péptidos e proteínas salivares (e noutros em menor extensão) presentes na cavidade oral, formando produtos finais que favorecem a formação de halitose e periodontite. Este processo de degradação de péptidos, proteínas e aminoácidos pelas 2 bactérias da boca é referido como putrefacção oral por actividade bacteriana. A mistura de compostos com mau cheiro produzidos pelas bactérias anaeróbicas Gram-negativas durante a degradação de putrefacção de proteínas, péptidos e aminoácidos inclui sulfureto de hidrogénio, metilmercaptano e sulfureto de dimetilo (formados a partir dos aminoácidos que contêm enxofre cisteína, cistina e metionina); indolo e escatolo (formados durante o metabolismo do triptofano); cadaverina e putrescina (produzidos a partir de lisina e ornitina), e butirato e valerato (produzidos a partir do metabolismo de outros aminoácidos). A produção destes compostos com mau cheiro na cavidade oral resulta num estado geralmente referido como halitose.
Sulfureto de hidrogénio, metilmercaptano, butirato e propionato são produtos finais da putrefacção que também desempenham papéis não inflamatórios de alteração de células e tecidos no processo de periodontite. 0 sulfureto de hidrogénio e metilmercaptano são compostos particularmente eficazes no que se refere a facilitar a penetrabilidade no epitélio oral de toxinas e outros compostos de elevado peso molecular produzidos por bactérias Gram-negativas, que dá origem às características de inflamação e degradação de tecidos da gengivite e periodontite. A gengivite é um estado no qual a gengiva está vermelha, inchada e sangra. Se não for tratada, a gengivite pode desenvolver-se em periodontite, um estado caracterizado por destruição do periodonto, incluindo perda da ligação epitelial, destruição da membrana e ligamento periodontais e perda de gengiva e osso alveolar. A periodontite grave que resulta em bolsas periodontais profundas pode acabar por conduzir à perda do dente. 3
Estudos anteriores centraram-se amplamente na utilização de agentes germicidas para tratar gengivite-periodontite e halitose. Até às descobertas da presente invenção, os estudos anteriores não reconheceram que a gengivite-periodontite e halitose surgem de um processo comum, putrefacção oral por actividade bacteriana, e também que esta putrefacção pode ser inibida diminuindo simultaneamente a capacidade das bactérias orais para reduzir o potencial de oxidação-redução (Eh) da cavidade oral e, ao mesmo tempo, aumentando o Eh existente para um valor em que o Eh do ambiente oral não conduz a putrefacção oral nem ao surgimento de doenças orais. 0 metabolismo e crescimento de bactérias anaeróbicas na cavidade oral são favorecidos quando o Eh é diminuído. Na presente invenção descobriu-se que o potencial de oxidação-redução (Eh) é um factor regulador chave da putrefacção oral por actividade bacteriana. Descobriu-se que a diminuição do Eh da cavidade oral ocorre em dois passos, uma depleção de oxigénio seguida de geração de compostos ricos em electrões. A partir de estudos sobre o isolamento e catabolismo, pelas bactérias orais, de substratos azotados presentes na saliva humana, na presente invenção descobriu-se que os compostos primários responsáveis pela diminuição do Eh da cavidade oral são aniões não voláteis que contêm enxofre derivados maioritariamente de cisteína e cistina (Tabela 1) . Estes incluem as espécies aniónicas de enxofre sulfureto (S=), sulfureto de hidrogénio (HS“) e metilmercaptano (CH3S“) . Esses aniões favorecem um ambiente ecológico de redução (Eh menor) que permite às bactérias anaeróbicas Gram-negativas presentes na boca crescerem, participarem na putrefacção oral e produzirem compostos ricos em electrões que conduzem e mantêm uma diminuição 4 prolongada do Eh da cavidade oral e os estados indesejáveis de halitose, gengivite e periodontite. Um Eh mais baixo favorece o processo de putrefacção oral por actividade bacteriana, ao passo que um Eh mais elevado é inibidor.
Tabela 1. Eh mais baixo atingido com os aminoácidos comuns quando incubados com as bactérias misturadas em sedimento salivar
Eh (miliVolts) aminoácidos Grupo A Grupo B Grupo C alanina 100 arginina 25 asparagina 70 aspártico 80 cisteina 20 cistina -10 glutámico 30 glutamina 100 histidina 70 isoleucina 115 leucina 110 lisina 85 metionina 20 ornitina 55 fenilalanina 100 prolina 1Q0 serina 115 treonina 110 triptofano 85 tirosina 40 valina 105 sobrenadante salivar -25; controlo de água 142 A presente invenção proporciona compostos que, simultaneamente, (i) inibem a formação destes compostos ricos em electrões e, desse modo, evitam que o Eh diminua para niveis nocivos e (ii) reagem com quaisquer compostos ricos em electrões formados e, assim, neutralizam-nos, aumentando o Eh para niveis mais seguros. Foi surpreendentemente descoberto, de acordo com a presente invenção, que uma composição oral que contenha um composto 5 de zinco capaz de proporcionar zinco livre disponível e um composto que aumente o Eh estabilizado ou estável pode prevenir eficazmente a diminuição do Eh. Isto é crucial para prevenir a putrefacção oral por actividade bacteriana, o processo metabólico subjacente e que resulta no desenvolvimento de halitose e qengivite-periodontite.
Compostos de zinco, peróxido de hidrogénio e dióxido de cloro têm sido utilizados como agentes terapêuticos em composições orais para destruir bactérias nocivas envolvidas na formação de halitose e gengivite-periodontite. Estudos anteriores onde o zinco foi identificado como exercendo efeitos antimicrobianos e anti-formação de tártaro dentário não distinguiram entre compostos de zinco nos quais o zinco está disponível livremente e aqueles em que não está (ver, por exemplo, Patente U.S. N° 4 289 755, atribuída a Dhabhar). A espécie de zinco é um elemento importante desta invenção, pois é necessário na cavidade oral zinco livre disponível (ião zinco) para inibir a capacidade de diminuição do Eh da microbiota patogénica com actividade de putrefacção. Os compostos de zinco utilizados nas composições previamente descritas incluem compostos em que o zinco não está livremente disponível. Zinco que esteja ligado ou complexado a vários ligandos e espécies de zinco que têm baixa solubilidade e formam precipitados não conseguem reagir com as enzimas que diminuem o Eh e produtos resultantes da microbiota com actividade de putrefacção e, assim, são pouco adequados para os objectivos desta invenção. A solubilidade de compostos de zinco varia como mostrado na tabela abaixo. 6
Solubilidade de ct impostos de zinco seleccionados Campos to Fórmula Solubilidade (g/100 cm3) cloreto de zinco ZnCÍ2 432 @ 25:"C citrato de zinco Zri3iCsHs07) infinit amente solúvel acetato de zinco ZeXC^HjGH;^ 30 :i|: 20*C lactato de zinco ZrxCsHsO^ 5/7@ 15*C salicilato de zinco Zn(CjH^03^2 5 @ 20T sulfato de zinco ZnSO.t solúvel óxido d* jl 2 inco ZnO 0^00018 @29°C nitrato de zinco ZnNO$)2 infinitament e solúvel
Dados retirados do "Handbook of Chemistry and Physics", Chemical Rubber Company, 67a Edição, CRC Press, Boca Raton, Florida, 1986-87.
Desta tabela é evidente que a quantidade de zinco que será solúvel e estará disponível na cavidade oral para controlar microbiota patogénica irá variar consideravelmente. Aqueles compostos de zinco que proporcionam níveis baixos de ião zinco em solução, como óxido de zinco, não são adequados para a presente invenção. Esta distinção entre os vários compostos de zinco não foi reconhecida antes desta invenção. Essencialmente, para inibir a diminuição do Eh para níveis nocivos é crucial que os iões zinco estejam livremente disponíveis.
Estudos anteriores também identificaram o peróxido de hidrogénio e dióxido de cloro como sendo agentes germicidas. 0 dióxido de cloro deriva habitualmente do ião clorito. 0 peróxido de hidrogénio deve a sua actividade germicida à libertação de oxigénio e formação de radicais livres, que proporcionam mecanismos químicos e mecânicos 7 para matar bactérias anaeróbicas orais, limpar feridas e remover tecido e outros detritos de áreas inacessíveis (tais como entre os dentes). A libertação de oxigénio pelo peróxido de hidrogénio é particularmente pronunciada na presença de catalase, matéria orgânica, metais e composições metálicas. Nesta invenção, a utilização de ião cloro evita que isto aconteça, de modo que o peróxido actuará como composto que aumenta o Eh e não como agente germicida. As Patentes U.S. N°s 5 104 644, 5 174 990 e 5 310 546, atribuídas a Douglas, descrevem a utilização de peróxido de hidrogénio como agente germicida. Especificamente, na composição oral descrita por Douglas, o peróxido de hidrogénio liberta oxigénio molecular na presença de catalase e peroxidase teciduais, actuando contra as bactérias anaeróbicas orais. Estudos anteriores não estabilizam o peróxido de hidrogénio de modo a não se degradar. A composição oral descrita aqui actua como composto que aumenta o Eh, não como composto que resulte na formação de produtos de degradação. Nesta invenção evita-se a degradação destas espécies para produzir um efeito germicida. O peróxido de hidrogénio presente na composição descrita aqui é estabilizado usando ião cloreto, um pH acídico e evitando misturá-lo com ião zinco até imediatamente antes da utilização. O dióxido de cloro é um composto oxigenado e halogenado amplamente utilizado na indústria para desinfecção e controlo de bioincrustações bacterianas. Também é utilizado para controlar o sabor, odor, oxidação de iões metálicos e remoção de cor noutras aplicações. Foram descritos vários estudos que utilizam dióxido de cloro como agente 8 antimicrobiano em aplicações de lavagens bucais. Por exemplo, a Patente U.S. N° 4 696 811, atribuída a Ratcliff, descreve um método e uma composição para destruir compostos com mau cheiro; A Patente N° υκ 2290233A, atribuída a Drayson e Butcher, descreve composições para branqueamento dos dentes. Outras incluem invenções em que as capacidades oxidantes e germicidas do dióxido de cloro são activadas por formação de dióxido de cloro imediatamente antes da utilização. 0 principal motivo por que o dióxido de cloro é gerado deste modo é o facto do dióxido de cloro ser um gás instável à temperatura ambiente (ponto de ebulição 11 °C) e ser sensível à decomposição por luz visível e ultravioleta. Em estudos anteriores, o dióxido de cloro é habitualmente gerado a partir do ião clorito por acidificação. É habitualmente fornecido como clorito de sódio tamponado para um pH em redor de 7 até 8 e superior e, como tal, é referido como dióxido de cloro estabilizado (Patentes U.S. N°s 4 689 215 e 4 837 009, atribuídas a Ratcliff, Patente N° UK 2290233A, atribuída a Drayson e Butcher, e Patente N° WO 95/27472, atribuída a Richter). O dióxido de cloro, como o peróxido de hidrogénio acima, é tipicamente gerado para matar bactérias presentes na boca. Quando se procede à acidificação do clorito, os níveis produzidos de dióxido de cloro são habitualmente adequados para a sua finalidade germicida. Mas naquelas composições em que o dióxido de cloro está estabilizado como clorito de sódio a pH neutro ou alcalino, a formação de dióxido de cloro a partir do ião clorito é um processo relativamente lento. Em conformidade, nestas composições está disponível na cavidade oral muito pouco dióxido de cloro como agente antibacteriano. Em contraste, nas composições apresentadas aqui, não se utilizam iões clorito como agentes germicidas. Ao invés, são utilizados como compostos eficazes e estáveis que 9 aumentam o Eh, se for evitada a sua degradação em dióxido de cloro.
Em invenções anteriores, a utilização do ião clorito envolve fornecer (em vez de remover) electrões para permitir a dismutação do ião clorito e formar o composto bactericida, dióxido de cloro, um processo estimulado por adição de ácido. A alteração de oxidação-redução envolve alteração do estado de oxidação de +3 para +4. Por outro lado, quando o clorito actua como composto que aumenta o Eh, como nesta invenção, o seu estado de oxidação diminui de +3 para -1. A redução do ião clorito dá origem a ião cloreto depois de passar por uma série de reacções que envolvem vários intermediários. Desta análise é evidente que o ião clorito consegue actuar como agente oxidante ou redutor, dependendo das condições reaccionais. Poucos compostos exibem esses múltiplos passos e, consequentemente, efeitos atípicos de tampão redox. Ainda assim, este comportamento permite-lhes contrariar ou resistir, juntamente com o ião zinco, aos tipos de alterações do nível do Eh que permitem o desenvolvimento de putrefacção oral, sendo adequados para esta invenção.
Utilizar clorito de sódio como composto que aumenta o Eh, em vez de utilizá-lo como fonte de dióxido de cloro, é muito importante porque o dióxido de cloro, em níveis elevados, combina-se com certos aminoácidos, produzindo compostos que são potencialmente mutagénicos. Em consequência, a inibição ou prevenção de formação significativa de dióxido de cloro a partir de clorito de sódio é desejável e preferida, sendo contra-indicada a utilização de clorito de sódio para gerar, a partir deste, grandes quantidades de dióxido de cloro com a finalidade de 10 matar bactérias suficientes para produzir efeitos orais significativos. É essencial um pH neutro e mais elevado para a estabilidade do ião clorito e para evitar a formação de dióxido de cloro. O ião cloreto também é útil para estabilizar adicionalmente o clorito de sódio quando ocorrer qualquer diminuição do pH. Isto deve-se ao facto de ser produzido ião cloreto quando o clorito se transforma em ácido cloroso e ocorre dismutação do ácido cloroso: 5 HC102 -> 4 C102 + Cl" + H+ + 2 H20.
Esta reacção é inibida pela lei de acção das massas quando é fornecido ião cloreto. O peróxido de hidrogénio, tal como o clorito de sódio, comporta-se como um composto que aumenta o Eh, pois também pode reagir facilmente como agente oxidante ou redutor. O sistema oxigénio molecular/peróxido de hidrogénio/água é análogo ao sistema dióxido de cloro/clorito/cloreto, em que o ião clorito e peróxido de hidrogénio estão semelhantemente posicionados como intermediários de oxidação-redução. Em estudos prévios, o peróxido é utilizado para gerar oxigénio e/ou espécies reactivas de oxigénio com a finalidade de matar as bactérias orais envolvidas na doença oral. Tal como verificado para o ião clorito, o peróxido nesta invenção funciona como composto que aumenta o Eh ao remover os electrões em excesso da putrefacção e produzir iões hidroxilo, em vez de ser um dador de electrões e sofrer dismutação, como em patentes anteriores. 11 A reacção de dismutação do peróxido de hidrogénio: 2 H202 -> 2 H20 + 02 é muito lenta em condições comuns, mas é rápida na presença das enzimas catalase e peroxidase presentes em certas bactérias da cavidade oral. Mais uma vez, o peróxido de hidrogénio é uma espécie, tal como o ião clorito, que é termodinamicamente instável relativamente à dismutação e que pode funcionar como intermediário em reacções de oxidação-redução. Suplementarmente e mais uma vez, o ião cloreto inibe a dismutação do peróxido de hidrogénio, mas fá-lo por inibição da catalase. A ligação simples oxigénio-oxigénio do peróxido de hidrogénio é uma das ligações covalentes mais fracas conhecidas. É facilmente quebrada, indicando que aceita electrões facilmente e, em resultado, é capaz de produzir iões hidroxilo. Alternativamente, o peróxido de hidrogénio é convertido na molécula de oxigénio estável. Estudos anteriores mostraram, utilizando peróxido de hidrogénio etiquetado com 180, que o oxigénio produzido deriva inteiramente da espécie peróxido e não da água. Isto sugere que a degradação do peróxido não envolve a quebra da ligação 0-0 mas fornece electrões para um agente oxidante apropriado. H202, quando utilizado como composto que aumenta o Eh, não é utilizado como fonte de oxigénio molecular.
Estudos recentes de Douglas (Patentes N°s 5 104 644, 5 174 990 e 5 310 546) descreveram composições orais que combinam cloreto de zinco e peróxido de hidrogénio para tratar gengivite-periodontite. A Patente U.S. N° 5 174 990 12 descreve uma lavagem bucal que contém cloreto de zinco e peróxido de hidrogénio. Nestas patentes de Douglas é necessário contrariar a instabilidade antes da utilização das formulações descritas, que é amplamente causada pela presença do zinco metálico. Para ajudar a estabilizar o zinco são adicionados ligandos que se ligam bem ao zinco, como citrato e laurilsulfato. No entanto, estas adições reduzem a disponibilidade do zinco livre, especialmente quando estes ligandos estão presentes em razões elevadas de ligando para zinco. As lavagens bucais das Patentes N°s 5 174 990 e 5 310 546 têm uma concentração de cloreto de zinco que varia desde 0,005% até 0,1% e uma concentração de peróxido de hidrogénio que varia desde 0,25% até 0,65%. Na ausência de ligandos que se ligam ao zinco, a concentração do ião zinco para estes niveis de cloreto de zinco varia entre 0,002% e 0,047%. Além disso, estudos recentes mostraram que o peróxido de hidrogénio nas concentrações descritas aqui é degradado por catalase bacteriana oral e não é eficaz in vivo. Ryan e Kleinberg (1995) Archs. Oral Biol., 4_0, 753-763. Em conformidade, para compensar a degradação rápida do peróxido de hidrogénio pela catalase é necessário utilizar concentrações mais elevadas de peróxido de hidrogénio (1% ou superior). Para concentrações de peróxido de hidrogénio superiores a 3,0 até 3,5%, estudos mostraram que o peróxido de hidrogénio pode ser nocivo para os tecidos moles da cavidade oral. Assim, para que uma composição oral contendo peróxido de hidrogénio seja eficaz como agente terapêutico e, ao mesmo tempo, não danifique os tecidos moles ou duros da cavidade nem seja nocivo se for engolido, é necessário que a sua concentração se situe entre cerca de 1% e 3%. 13
Em contraste, as composições orais descobertas nesta invenção contêm iões cloreto suficientes para inibir a hidrólise do peróxido pela catalase, desse modo permitindo que o peróxido permaneça intacto, mesmo para níveis do peróxido inferiores a 1%, e para que o peróxido sirva como composto que aumenta o Eh sendo evitada a formação de produtos tóxicos do peróxido.
Muitas reacções que envolvem peróxido de hidrogénio em solução produzem espécies de radicais livres, como H02 e OH. Estes agentes são eficazes para matar bactérias, e essa formação é a base da utilização do peróxido de hidrogénio como desinfectante. A decomposição do peróxido de hidrogénio catalisada por iões de metais de transição pode facilmente formar radicais livres. Os efeitos desestabilizadores do zinco são evitados nesta invenção utilizando uma abordagem de dois compartimentos, em que a combinação com o composto de zinco é proporcionada imediatamente antes da utilização para assegurar disponibilidade máxima de zinco livre. As composições descritas aqui dão origem a uma sinergia entre os iões zinco, o peróxido utilizado como composto que aumenta o Eh e os iões cloreto. Este sistema em dois compartimentos é uma abordagem mais desejável e eficaz do que composições orais previamente descritas. 0 azul-de-metileno tem sido utilizado como composto que aumenta o Eh. Aceita electrões facilmente e, deste modo, ajuda a evitar a acumulação de electrões que produz o Eh baixo que favorece a putrefacção oral. Na patente U.S. N° 5 087 451, atribuída a Wilson e Harvey, o azul-de-metileno é utilizado para inibir periodontite. O efeito benéfico do azul-de-metileno isoladamente é significativamente inferior 14 ao atingido quando utilizado em conjunção com ião zinco, tal como nas composições desta invenção.
RESUMO DA INVENÇÃO A presente invenção é dirigida a composições orais que têm um primeiro compartimento que contém um composto de zinco, em que os iões zinco estão livremente disponíveis, e um segundo compartimento que tem pelo menos um composto que aumenta o Eh estabilizado ou estável distribuídos num veículo oral. Numa especificação, as composições orais compreendem um composto de zinco que contém iões zinco livremente disponíveis, peróxido de hidrogénio e um composto que contém iões cloreto. Noutra especificação, a composição oral contém um composto com iões zinco e um composto oxigenado e halogenado. Uma especificação suplementar desta invenção inclui uma composição oral que contém um composto com iões zinco e azul-de-metileno. A presente invenção é suplementarmente dirigida a uma composição destinada a inibir a formação de espécies aniónicas de enxofre e, assim, a prevenir uma diminuição do Eh da cavidade oral. Especificamente, o método compreende distribuir na cavidade oral uma quantidade terapeuticamente eficaz de uma composição oral que contém um composto de zinco livre disponível e pelo menos um composto que aumenta o Eh estabilizado ou estável distribuídos num veículo oral.
Outra especificação da presente invenção consiste numa composição para reduzir halitose e gengivite-periodontite, que compreende distribuir na cavidade oral uma quantidade terapeuticamente eficaz de uma composição oral que contém um composto com iões zinco e pelo menos um composto que aumenta o Eh estabilizado ou estável. 15
DESCRIÇÃO BREVE DAS FIGURAS A Figura 1 mostra a relação entre a concentração de ião zinco e a taxa à qual as bactérias orais conseguem produzir compostos voláteis de enxofre e aniões de enxofre associados a partir de cisteina. A inibição é exponencial e o seu máximo ocorre quando a concentração de ião zinco atinge cerca de 0,2%. A Figura 2 mostra as alterações do Eh durante uma incubação de bactérias orais misturadas e (i) sobrenadante salivar, (ii) glucose, (iii) sobrenadante salivar e glucose e (iv) um controlo de água. A Figura 3 mostra as alterações do Eh durante uma incubação de bactérias orais misturadas e sobrenadante salivar com (i) cloreto de zinco, (ii) peróxido de hidrogénio e (iii) ião cloreto de zinco mais peróxido de hidrogénio. Também é mostrada uma incubação de controlo que contém bactérias orais misturadas com sobrenadante salivar. O peróxido de hidrogénio, por si só, perde alguma da sua capacidade para inibir a diminuição do Eh devido à degradação do peróxido de hidrogénio por catalase bacteriana durante a incubação. A Figura 4 mostra os valores médios de Eh, índice da intensidade do odor, nível de compostos voláteis de enxofre (VSC) e o nível de indolo/escatolo produzidos em amostras recolhidas em intervalos num período de 4 horas após lavagem com uma lavagem bucal que contém cloreto de zinco (0,08%), peróxido de hidrogénio (1%) e NaCl (2,9%). Os níveis de VSC são medidos com um instrumento denominado Halímetro. 16 A Figura 5 mostra a concentração de compostos voláteis de enxofre e o Eh in vivo após lavagem com cisteina (respostas de VSC e Eh) antes e depois de aplicar uma lavagem bucal que contém cloreto de zinco a 6 mM (0,08%). A Figura 6 mostra a concentração de compostos voláteis de enxofre e o Eh in vivo após lavagem com cisteina (respostas de VSC e Eh) antes e depois de aplicar uma lavagem bucal que contém cloreto de zinco a 6 mM (0,08%), peróxido de hidrogénio a 1% e cloreto de sódio a 500 mM (2,9%) . A Figura 7 mostra a concentração de compostos voláteis de enxofre e o Eh in vivo após lavagemcom cisteina (respostas de VSC e Eh) antes e depois de aplicar uma lavagem bucal que contém cloreto de zinco a 6 mM (0,08%) e clorito de sódio a 0,5%. A Figura 8 mostra a concentração de compostos voláteis de enxofre in vivo após lavagem com cisteina (respostas de VSC e Eh) antes e depois de aplicar uma lavagem bucal que contém clorito de sódio a 0,1%. A Figura 9 mostra a concentração de compostos voláteis de enxofre in vivo após lavagem com cisteina (respostas de VSC e Eh) antes e depois de aplicar uma lavagem bucal que contém clorito de sódio a 0,1% e cloreto de zinco a 6 mM (0,08%) .
DESCRIÇÃO PORMENORIZADA DA INVENÇÃO
Apresentam-se abaixo os componentes essenciais e suas proporções relevantes nas composições da invenção. 17 A presente invenção refere-se a uma composição oral que contém um composto com iões zinco, em que é proporcionada uma concentração elevada de zinco livre disponível, e pelo menos um composto que aumenta o Eh distribuídos num veículo oral. Um composto com iões zinco, como definido pela presente invenção, é um composto que contém iões zinco livremente disponíveis capazes de inibir a diminuição do Eh da cavidade oral. A este respeito, é importante inibir a degradação de cisteína ou cistina da saliva, tecidos mucosos (especialmente a língua) e alimentos pelas bactérias orais. Iões zinco livremente disponíveis são iões que não estão ligados. Os compostos de zinco presentes nas composições orais desta invenção incluem, por exemplo, cloreto de zinco, acetato de zinco, lactato de zinco, salicilato de zinco, sulfato de zinco e nitrato de zinco. Numa especificação da presente invenção, o composto de zinco é cloreto de zinco. A concentração de iões zinco na composição oral pode variar desde 0,02% até 0,2%. Numa especificação preferida, a concentração de iões zinco varia desde 0,04% até 0,12%.
Um composto que aumenta o Eh estabilizado, como definido aqui, é um composto capaz de aumentar, directa ou indirectamente, o Eh da cavidade oral. Exemplos de compostos que aumentam o Eh incluem, por exemplo, peróxido de hidrogénio, espécies oxigenadas e halogenadas, como clorito de sódio, e tampões de oxidação-redução (redox) biologicamente compatíveis, como azul-de-metileno. Exemplos adicionais de compostos que aumentam o Eh incluem açúcares comuns fermentáveis, como glucose, galactose, frutose, maltose, lactose e sucrose. Estes compostos, quando metabolizados por bactérias orais e, em particular, os 18 estreptococos orais, na presença de oxigénio produzem, ínter alia, peróxido de hidrogénio. A concentração do composto que aumenta o Eh nos compostos orais desta invenção pode variar desde 0,1% até 3,0% por peso da composição. Numa especificação preferida, a concentração do composto que aumenta o Eh é cerca de 0,1% até cerca de 1,0%. Quando o composto que aumenta o Eh é peróxido de hidrogénio ou um açúcar fermentável, adiciona-se à composição oral um composto que contém iões cloreto numa quantidade suficiente para inibir a degradação do peróxido de hidrogénio pela catalase presente na cavidade oral. O composto que contém iões cloreto é um composto capaz de inibir a actividade da catalase na cavidade oral. Compostos adequados que contêm iões cloreto incluem sais cloreto de metais alcalinos e sais cloreto de metais alcalino-terrosos, tais como, por exemplo, NaCl e CaCl2. Em geral, a concentração na composição oral do composto que contém iões cloreto varia desde 0,5% até 2,5% por peso da composição. Uma vez que alguma microbiota oral produz peróxido de hidrogénio na presença de açúcares fermentáveis, também se adicionam iões cloreto para aumentar a sua eficácia.
Numa especificação desta invenção, o composto de zinco é cloreto de zinco, o composto que aumenta o Eh é peróxido de hidrogénio e o composto que contém iões cloreto é cloreto de sódio. Noutra especificação desta invenção, a composição oral contém cloreto de zinco, um açúcar fermentável e cloreto de sódio. Numa especificação suplementar desta invenção, a composição oral contém cloreto de zinco e a espécie oxigenada e halogenada clorito de sódio, com ou sem cloreto de sódio. Outra especificação 19 da presente invenção consiste em composições orais que contêm cloreto de zinco e azul-de-metileno, com ou sem cloreto de sódio.
Descobrimos que o pH das composições orais da presente invenção é especifico da combinação utilizada de composto de zinco e composto que aumenta o Eh. Quando o composto que aumenta o Eh é peróxido de hidrogénio, o pH preferido das composições orais varia geralmente desde 3,0 até 6,0. Numa especificação, o pH varia desde 3,5 até 4,5. Um pH acídico tem dois efeitos desejáveis. Em primeiro lugar, um pH acídico assegura a disponibilidade do ião zinco, uma vez que, a pH 6,0, o ião zinco se combina com iões hidroxilo em solução formando hidróxido de zinco fracamente solúvel, desse modo tornando o ião zinco indisponível. Em segundo lugar, um pH acídico converte aniões de enxofre nas formas acídicas, o que dá origem a um Eh mais elevado. No caso do sulfureto de hidrogénio, uma vez que o sulfureto de hidrogénio é volátil, a sua formação é um meio eficaz para fazer desaparecer electrões transportados pelo anião sulfureto, que conduzem particularmente à diminuição do Eh. Em terceiro lugar, a degradação pela catalase do peróxido de hidrogénio é inibida a pH acídico. Um pH acídico e a presença de ião cloreto asseguram que o peróxido de hidrogénio presente na composição não é degradado por armazenamento e, desse modo, retém a sua eficácia.
Por outro lado, quando o composto que aumenta o Eh é o oxicloreto, clorito de sódio, um pH entre 3,0 e 6,0 não é adequado para a estabilidade do clorito de sódio durante o seu armazenamento. A pH acídico é produzido dióxido de cloro instável e menos desejável. Para ser útil para o objectivo desta invenção, é necessário que o pH do clorito 20 de sódio durante o armazenamento se situe entre 7,0 e 8,5, onde é mais estável. A instabilidade do ião zinco a um pH de 6,0 e superior e a instabilidade do clorito a um pH de cerca de 6,0 e inferior faz surgir a necessidade de manter os dois componentes separadamente num sistema de dois compartimentos até à utilização. Quando entram em contacto imediatamente antes da utilização da mistura, o pH preferido situa-se entre 5,5 e 6,0. A adição de ião cloreto na forma de cloreto de sódio e/ou como parte do cloreto de zinco proporciona estabilidade juntamente com actividade sinergética. O pH das composições orais descritas aqui pode ser controlado com ácidos, como ácido clorídrico e benzóico, e com bases, como hidróxido de sódio.
Para além da composição zinco-peróxido-ião cloreto, da composição zinco-composto oxigenado e halogenado e da composição zinco-azul-de-metileno, as composições orais descritas de acordo com a presente invenção podem conter qualquer ingrediente convencional para a composição oral particular. Por exemplo, lavagens bucais liquidas podem conter um solvente, como água destilada ou desionizada e etanol; um agente adoçante, como sorbitol, manitol, xilitol, sacarina e aspartame, e um agente aromatizante, como essência de hortelã-pimenta e essência de hortelã (ver Patentes U.S. N°s 4 226 851, 4 209 754, 4 289 755 e 5 104 644). Devido às dificuldades de formulação associadas à instabilidade do ião zinco a cerca de pH 6,0 e superior, resultantes da formação de hidróxido de zinco fracamente solúvel, e instabilidades de muitos compostos que aumentam o Eh, como clorito de sódio e peróxido de hidrogénio, utilizam-se sistemas de dois compartimentos em que o composto com iões zinco e o composto que aumenta o Eh estão em compartimentos respectivos, mas podem ser misturados 21 imediatamente antes da utilização. Apresenta-se na Tabela 2 um exemplo de uma composição em dois compartimentos para cloreto de zinco e clorito de sódio.
Os dentifricos podem conter, por exemplo, um agente abrasivo convencional, como pirofosfato de cálcio, hidróxido de alumínio, resinas, metafosfatos insolúveis de metais alcalinos e sílica, numa quantidade padrão de 20-60% por peso; um aglutinante, tal como hidroxietilcelulose, goma de xantino e carboximetilcelulose sódica, numa quantidade padrão de 0,5-5,0% por peso; um agente espumante, como laurilsulfato de sódio, monoglicérido-sulfonato de coco sódico e N-metil-N-palmitoiltaurida de sódio, numa quantidade padrão de 0,5-3,0% por peso; um agente aromatizante; um agente adoçante; um agente antisséptico, e qualquer outro ingrediente necessário para a formulação particular (ver Patente U.S. N° 5 372 802). São preferidos sistemas de distribuição em dois compartimentos. Pastilhas e pós podem conter, por exemplo, um veículo, como lactose ou manitol; um aglutinante, como amido de milho ou carboximetilcelulose, e um desintegrador, mais uma vez em sistemas de distribuição em dois compartimentos. A presente invenção também é dirigida a uma composição para inibir a formação de aniões que contêm enxofre na cavidade oral e prevenir uma diminuição do Eh da cavidade oral ao distribuir, na cavidade oral, uma quantidade terapeuticamente eficaz de uma composição oral que contém um composto com iões zinco e pelo menos um composto que aumenta o Eh distribuídos num veículo oral. Tal como definido pela presente invenção, aniões que contêm enxofre incluem, por exemplo, sulfureto (S=), anião sulfureto de 22 hidrogénio (HS“) e anião metilmercaptano (CH3S~) . Uma quantidade terapeuticamente eficaz da composição oral é uma quantidade suficiente para inibir a formação de aniões que contêm enxofre e prevenir uma diminuição do Eh da cavidade oral. Por exemplo, uma quantidade terapeuticamente eficaz da composição oral num dentifrico ou lavagem bucal pode variar desde 0,5% até 5% por peso e, preferivelmente, 2% até 3% por peso da composição.
Veículos orais aceitáveis incluem, por exemplo, qualquer sistema de distribuição oral convencional, como produtos de higiene dentária, produtos alimentares e pastilha elástica. Exemplos de produtos de higiene dentária incluem, por exemplo, dentifricos, soluções ou pastas tópicas, lavagens bucais na forma de líquidos, pós, géis ou pastilhas e fios dentais. Exemplos de produtos alimentares que contêm as composições orais descritas aqui incluem, por exemplo, rebuçados e artigos de confeitaria. A presente invenção é suplementarmente dirigida a um método para reduzir halitose, gengivite e periodontite por distribuição, na cavidade oral, de uma quantidade terapeuticamente eficaz de uma composição oral que contém um composto com iões zinco e pelo menos um composto que aumenta o Eh distribuídos num veículo oral aceitável. Tal como definido pela presente invenção, uma quantidade terapeuticamente eficaz de uma composição oral é uma quantidade suficiente para aumentar o Eh da cavidade oral para níveis normais e prevenir ou reduzir halitose, gengivite e periodontite. Por exemplo, uma quantidade terapeuticamente eficaz de uma composição oral é uma quantidade suficiente para reduzir ou prevenir a formação de compostos com mau cheiro, como sulfureto de hidrogénio, 23 e o crescimento de bactérias anaeróbicas Gram-negativas nocivas que podem causar gengivite e periodontite. Uma quantidade terapeuticamente eficaz da composição oral num dentifrico ou lavagem bucal pode variar desde 0,5% até 5% por peso e, preferivelmente, 2% até 3% por peso da composição. A presente invenção proporciona suplementarmente um produto manufacturado que compreende um material de empacotamento e as composições orais descritas aqui contidas nesse material de empacotamento, em que a referida composição oral é eficaz na prevenção e/ou redução de qualquer decréscimo do Eh, putrefacção oral e desenvolvimento de halitose, gengivite e periodontite, e em que o referido material de empacotamento contém uma etiqueta que indica que a referida composição oral é eficaz para aumentar o Eh e reduzir putrefacção oral, halitose, gengivite e periodontite. O material de empacotamento utilizado para conter as composições orais pode compreender vidro, plástico, metal ou qualquer outro material adequadamente inerte. Por exemplo, um dentifrico que contém a composição oral da presente invenção pode estar contido num tubo colapsável, tipicamente de alumínio, chumbo revestido ou plástico, ou num distribuidor de compressão, bomba ou pressurizado para medir a quantidade aplicada, ou numa saqueta descartável.
Para ilustrar suplementarmente a presente invenção realizaram-se as experiências descritas nos exemplos seguintes.
Os resultados obtidos nas experiências descritas nos exemplos estão apresentados nas tabelas e figuras adjuntas. 24
Exemplo I
Este Exemplo demonstra a capacidade do sobrenadante salivar para diminuir o Eh e a capacidade da glucose para actuar como composto que aumenta o Eh para aumentar o Eh no modelo do sistema de sedimento salivar desenvolvido por Kleinberg (1967 e 1970) Archs. Oral Biol. 12: 1457-1473; Advances Oral Biol. (Volume 4) Nova Iorque, N.I., Academic Press, páginas 49-50 (ver Figura 2). Este modelo utiliza as bactérias orais misturadas recolhidas no sedimento salivar obtido de saliva completa por centrifugação. Estudos extensos mostraram que este sistema se comporta metabolicamente como o tártaro dentário (Singer et al. (1983) Archs. Oral Biol. 2_8: 29-35; Wijeyeweera e Kleinberg (1989 a e b) Archs. Oral Biol. 34_: 43-64; Salako e Kleinberg (1992) Archs. Oral Biol. 3_7: 821-829; Ryan e Kleinberg (1995) Archs. Oral Biol. _40: 743-752). Este modelo é reconhecido na área como sendo uma representação efectiva para estudar os processos metabólicos microbianos e bioquímicos relacionados da cavidade oral. Apresenta-se na Tabela 1 a capacidade dos diferentes aminoácidos disponíveis de péptidos e proteínas salivares para diminuir o Eh no sistema do sedimento salivar.
Para recolher sedimento salivar e sobrenadante salivar para o ensaio, saliva estimulada pela acção de mascar cera parafínica foi expectorada para tubos de teste arrefecidos em gelo picado. Os dadores não tinham lavado os dentes durante 24 horas antes da recolha. Também foi pedido aos dadores que jejuassem durante pelo menos 12 horas, para fornecer saliva completa estimulada que contém um nível mínimo de hidratos de carbono endógenos (Kleinberg e Jenkins (1964) Archs. Oral Biol., 9_: 493-516). Após a recolha, a saliva foi centrifugada a 1740 X g durante 15 25 minutos e o sobrenadante foi subsequentemente removido por pipetagem e mantido em gelo até à realização do ensaio. Em seguida, o sedimento foi lavado três vezes com água destilada gelada, para remover qualquer sobrenadante salivar residual. 0 sedimento salivar lavado foi arrefecido em gelo picado até à realização do ensaio. Antes da incubação das amostras e da realização do ensaio, o sedimento salivar lavado foi novamente suspenso em água destilada para uma concentração final de 50 por cento (V/V) .
Para avaliar a capacidade de vários aminoácidos e sobrenadante salivar para diminuir o Eh, prepararam-se tubos de incubação que continham o seguinte: sedimento salivar 16,7% (V/V), tampão fosfato 60 mM e sobrenadante salivar 33,3% (V/V) ou aminoácido 3 mM. Um tubo de controlo continha sedimento e água. Todas as preparações de misturas de incubação foram feitas com os tubos de teste arrefecidos em gelo picado até serem transferidos para um banho de água para incubação a 37 °C durante 24 horas. As medições foram feitas nos seguintes intervalos de tempo: 0 e 30 minutos e 1, 2, 3, 8 e 24 horas.
Determinou-se o potencial de oxidação-redução (Eh) de cada mistura de incubação utilizando um eléctrodo de platina e uma ponte salina de cloreto de potássio conducente a um eléctrodo de referência de calomelanos ligado a um medidor de pH utilizado como milivoltímetro. Todas as medições de Eh estavam relacionadas com o eléctrodo padrão de hidrogénio por adição do valor 242 miliVolts à leitura feita com este sistema electrométrico. Apresenta-se na Tabela 1 o valor mais baixo do Eh obtido com cada aminoácido. Os níveis mais baixos de Eh 26 correspondentes com sobrenadante salivar e o controlo de água estão apresentados na base da tabela. 0 Eh do sobrenadante atinge o valor mais baixo de Eh e só é acompanhado pelo aminoácido cistina. Dos vários aminoácidos testados, os aminoácidos que contêm enxofre - cistina, cisteina e metionina (Grupo C) - exibiram o Eh mais baixo; arginina, glutâmico, ornitina e tirosina (Grupo B) exibiram os seguintes mais baixos, e os restantes (Grupo A) exibiram os níveis mais elevados de Eh. Por experiências de fraccionamento de sobrenadante salivar identificaram-se pequenos péptidos com cistina como sendo o constituinte maioritariamente responsável pela actividade de diminuição do Eh do sobrenadante salivar.
Exemplo II
Realizou-se um tipo de experiência in vitro semelhante ao do Exemplo I para avaliar a capacidade do (i) cloreto de zinco, (ii) peróxido de hidrogénio e (iii) cloreto de zinco e peróxido de hidrogénio para prevenir uma diminuição do Eh da cavidade oral. Prepararam-se tubos de incubação que continham sedimento 16,7%, tampão fosfato 60 mM e (i) cloreto de zinco a uma concentração de 6,0 mM (0,08%), (ii) peróxido de hidrogénio a uma concentração de 0,5% ou (iii) cloreto de zinco a uma concentração de 6,0 mM e peróxido de hidrogénio a uma concentração de 0,5%. Preparou-se um tubo que continha apenas sedimento salivar e sobrenadante salivar (controlo de água). A Figura 2 mostra o Eh das misturas durante a incubação a 37 °C durante um período de tempo de 24 horas.
Como mostrado na Figura 3, o cloreto de zinco e peróxido de hidrogénio isolados ou em combinação aumentaram 27 significativamente o Eh da mistura de incubação em comparação com o controlo de sobrenadante salivar mais sedimento salivar. A mistura de incubação de controlo que continha apenas sedimento e sobrenadante exibiu uma diminuição rápida e extensa do Eh. As misturas de incubação com cloreto de zinco isoladamente e peróxido de hidrogénio isoladamente exibiram algum decréscimo do Eh. 0 peróxido de hidrogénio isolado perdeu progressivamente alguma da sua capacidade de redução do Eh, pois não estava presente cloreto, ao contrário o sistema com cloreto de zinco, para inibir a sua degradação pela catalase. Quando se combinaram na incubação cloreto de zinco e peróxido de hidrogénio ocorreu apenas um ligeiro decréscimo do Eh. Os resultados deste exemplo demonstram a capacidade de uma composição que contenha cloreto de zinco e peróxido de hidrogénio para reduzir a diminuição do Eh e, assim, reduzir a putrefacção oral que conduz ao desenvolvimento de halitose, gengivite e periodontite.
Exemplo III
Este exemplo mostra a capacidade das composições de ião zinco-peróxido-ião cloreto da presente invenção para retardar ou reduzir a capacidade de diminuição do Eh das bactérias orais e a sua capacidade para produzir halitose. Como mostrado no Exemplo II, o peróxido de hidrogénio pode exercer um efeito inibidor na produção de odor pelas bactérias misturadas que constituem a microflora do sistema do sedimento salivar. No entanto, será difícil que o peróxido permaneça neste sistema ou no sistema dentogengival ou placa lingual in situ porque as respectivas microfloras contêm bactérias com actividades excepcionalmente elevadas de catalase e peroxidase (Ryan e Kleinberg (1995) Archs. Oral Biol. 40: 743-752). Em 28 consequência, para que o peróxido seja eficaz na boca é necessário inibir esta actividade de catalase. De outro modo, serão necessários níveis de peróxido bem superiores a 1% para reduzir a halitose, e esta concentração pode ser nociva para os tecidos orais moles. Um agente presentemente documentado como inibidor da actividade de catalase é o ião cloreto.
Neste ensaio examinaram-se os efeitos da lavagem com uma combinação de ZnCl2, H202 e NaCl sobre o Eh e actividade produtora de odor das bactérias orais. A lavagem oral consistiu em ZnCl2 a 6 mM (0,08%), NaCl a 500 mM (2,9%) e H202 a 1%.
Testaram-se os efeitos da lavagem oral na diminuição do Eh e actividade de formação de halitose das bactérias orais. A formação de halitose foi avaliada de forma organoléptica, medindo o VSC com um Halímetro (Modelo RH-17A "InterScan Portable Analyzer") e medindo a formação de indolo/escatolo utilizando o método de Kovac. Gadebusch H. H. e Gabriel S. (1956) "Modified Stable Kovac's Reagent for the Detection of índole" Amer. J. Clin. Path. 2_6, 1373- 1375. As medições organolépticas foram feitas com um indivíduo treinado cheirando o odor produzido e a taxa de odor numa escala de 0 - 4, em que 0 indica ausência de mau cheiro e quatro indica mau cheiro forte. No método de Kovac, adicionou-se a cada amostra de ensaio Reagente de Kovac (P-Dimetilaminobenzaldeído dissolvido em álcool amílico e acidificado com HC1) e mediu-se a cor azulada/vermelha a 567 nm num espectrofotómetro.
As experiências foram conduzidas em sujeitos que tinham jejuado e que não tinham procedido a nenhum tipo de higiene 29 oral durante as últimas 12 horas. 0 teste foi iniciado entre aproximadamente as 9 horas e 10 horas da manhã. Para a amostra de referência, o sujeito tirou saliva da boca por expectoração suave e permaneceu em repouso durante um período de 2 minutos, para permitir a recolha de saliva fresca. Em seguida, esta saliva foi cuspida para um tubo de teste arrefecido em gelo picado. Quando a quantidade da saliva recolhida foi inferior a 750 ml utilizou-se um período suplementar de 2 minutos para a recolha. Após a recolha de referência, o sujeito lavou a sua boca com 5 ml da solução de teste durante 20 segundos e recolheu-se uma amostra de saliva como acima. Mais uma vez, a recolha foi feita num período de 2 minutos. Também se recolheram amostras de saliva em instantes diferentes até quatro horas após a lavagem. Incubaram-se imediatamente 750 ml de cada amostra de saliva num banho de água a 37 °C e determinaram-se o Eh, índice da intensidade do odor e compostos voláteis com enxofre (VSC) em cada amostra aos 0, 15 e 30 minutos e às 1, 2, 3, 4, 8 e 24 horas; tirou-se a média destes valores para obter um valor médio do ensaio de cada parâmetro em cada amostra. Os sujeitos foram testados em 3 dias diferentes. No dia um não foi utilizada a lavagem, no dia dois utilizou-se uma lavagem com água e no dia três utilizou-se uma lavagem com zinco-peróxido-ião cloreto. A Figura 4 mostra os resultados após a lavagem com zinco-peróxido de hidrogénio-ião cloreto. Como mostrado por esta figura, a composição de zinco-peróxido de hidrogénio-ião cloreto da presente invenção favoreceu um nivel de Eh mais positivo e o seu efeito no odor foi dramático. A produção de odor, determinada de forma organoléptica e por formação de indolo/escatolo, foi quase totalmente retardada e a produção de VSC foi significativamente reduzida. Não se 30 observaram alterações relativamente ao nível de referência (REF) quando a solução de lavagem consistiu em água ou quando não foi feita nenhuma lavagem. A composição oral da presente invenção afectou positivamente o Eh e suprimiu os parâmetros de odor mesmo após 4 horas a seguir à lavagem. Só começou a ocorrer formação de indolo/escatolo passadas 4 horas. Estes resultados demonstram a capacidade das composições orais descritas aqui para reduzir halitose ao prevenir a capacidade das bactérias orais para reduzir o Eh da cavidade oral.
Exemplo IV
Estudou-se neste Exemplo a capacidade de uma solução de lavagem de cloreto de zinco para reduzir ou prevenir a formação de compostos voláteis com enxofre (VSC) in vivo após provocações sucessivas com uma lavagem de cisteína. A solução de lavagem consistiu em cloreto de zinco a 6 mM (0,08%). As experiências foram conduzidas em sujeitos que tinham jejuado e que não tinham procedido a nenhum tipo de higiene oral durante pelo menos 12 horas. O sujeito lavou a sua boca com 5 ml de uma solução de cisteína 6 mM durante 30 segundos, para estimular uma produção substancial de VSC pelas bactérias orais. Este teste é análogo à utilização do substrato de provocação de glucose para determinar a actividade glicolítica de bactérias do tártaro dentário (Stephan, R. M., 1944, J. Dent. Res. 23, 257) ou ingestão de uma quantidade fixa de glucose como provocação num ensaio para avaliar a actividade de diabetes. Antes e após a lavagem utilizou-se um instrumento Halímetro para medir os compostos voláteis com enxofre (VSC) produzidos. Simultaneamente, colocou-se um eléctrodo de platina na superfície do dorso posterior da língua, imediatamente antes das papilas circunvalares, para medir o Eh. Passados 31 20 minutos, o sujeito lavou a sua boca com 5 ml da solução de cloreto de zinco durante 30 segundos. Mediu-se novamente o VSC do ar da boca do sujeito e o Eh. Em seguida, o sujeito lavou sucessivamente a boca com a solução de cisteina 6 mM aos 40, 60, 140, 320 e 380 minutos e, em cada instante, mediram-se novamente o VSC e o Eh da cavidade oral do sujeito (ver Figura 5), utilizando o Halimetro e o eléctrodo de platina. Como mostrado na Figura 5, a lavagem com cloreto de zinco reduziu a capacidade das bactérias orais para produzir a resposta de VSC à lavagem com cisteina e retardou a resposta de VSC a lavagens subsequentes com cisteina durante cerca das 5 horas seguintes. A mesma figura também mostra a resposta de Eh concomitante com a resposta de VSC após a provocação com cisteina. O Eh aumentou em pequena extensão durante a lavagem com a solução de cloreto de zinco. A remoção da cisteina pela saliva e a utilização rápida da cisteina pelas bactérias orais facilitam a remoção da cisteina e retorno do VSC aos seus niveis de referência respectivos durante cada episódio de provocação com cisteina. Como demonstrado por este ensaio in vivo, o cloreto de zinco é um composto que consegue reduzir a capacidade das bactérias orais para gerar compostos voláteis com enxofre. Este facto contribui para uma actividade reduzida de putrefacção oral e, por sua vez, produção reduzida de halitose e gengivite-periodontite.
Exemplo V
Estudou-se neste Exemplo a capacidade de uma composição de zinco-peróxido de hidrogénio-sal para reduzir ou prevenir a formação de VSC in vivo após provocações sucessivas com uma lavagem de cisteina, tal como no Exemplo IV. A lavagem oral consistiu em cloreto de zinco a 6 mM 32 (0,08%), peróxido de hidrogénio a 1% e cloreto de sódio a 500 mM (2,9%). Tal como anteriormente, aplicou-se uma lavagem de 5 ml de composição de zinco/peróxido/ião cloreto desta invenção durante 30 segundos. As medições de VSC e Eh também foram feitas como anteriormente, e os resultados estão apresentados na Figura 6. A lavagem de zinco-peróxido-ião cloreto desta invenção exibiu maior inibição da produção de VSC e durante mais tempo do que no Exemplo IV, quando o cloreto de zinco foi testado sem peróxido nem ião cloreto. O Eh aumentou fortemente e mais com a composição de cloreto de zinco-peróxido-cloreto de sódio, após a sua aplicação, do que com cloreto de zinco isoladamente no Exemplo IV; as respostas subsequentes de Eh foram inicialmente inibidas e o regresso à resposta de referência foi retardado. Este Exemplo mostra que a composição oral da presente invenção consegue inibir significativamente a produção de VSC a partir de cisteina e a sua capacidade para diminuir o Eh, e tem capacidade para aumentar o Eh quando introduzida in vivo.
Exemplo VI
Estudou-se neste Exemplo a capacidade de uma composição de zinco-cloreto-clorito de sódio para reduzir ou prevenir a formação de VSC in vivo após provocações sucessivas com uma lavagem de cisteina, tal como nos Exemplos IV e V. A lavagem oral consistiu em cloreto de zinco a 6 mM (0,08%) e clorito de sódio a 0,5%. Tal como antes, aplicou-se uma lavagem de 5 ml de composição de zinco/peróxido/ião cloreto desta invenção durante 30 segundos. As medições de VSC e Eh também foram feitas como anteriormente, e os resultados estão apresentados na Figura 7. A lavagem de zinco-cloreto-clorito de sódio desta invenção exibiu, tal como no Exemplo V, maior inibição da produção de VSC e durante mais tempo 33 do que no Exemplo IV, quando o cloreto de zinco foi testado sem clorito de sódio. 0 Eh aumentou fortemente e mais com a composição de cloreto de zinco-clorito de sódio, após a sua aplicação, do que com cloreto de zinco isoladamente no Exemplo IV; as respostas subsequentes de Eh foram inicialmente inibidas e o regresso à resposta de referência foi retardado. Este Exemplo mostra que a composição oral da presente invenção consegue inibir significativamente a produção de VSC a partir de cisteina e a sua capacidade para diminuir o Eh, e tem capacidade para aumentar o Eh quando introduzida na cavidade oral.
Exemplo VII
Neste Exemplo compararam-se as capacidades de soluções de lavagem de clorito de sódio 0,1%, uma sem e uma com cloreto de zinco a 6 mM (0,08%) para reduzir ou prevenir a formação de VSC in vivo após provocações sucessivas com uma lavagem de cisteina, como anteriormente. A lavagem oral consistiu em aplicar 5 ml, durante 30 segundos, de uma solução de clorito de sódio 0,1% ou de uma solução de clorito de sódio 0,1% à qual se tinha adicionado cloreto de zinco a 0,08%. As medições de VSC e Eh foram efectuadas como anteriormente, e os resultados estão apresentados nas Figuras 8 e 9. O clorito de sódio não exibiu inibição da produção de VSC (Figura 8), ao passo que a combinação de cloreto de zinco-clorito de sódio foi inibidora e mais do que o observado para o cloreto de zinco isoladamente (Figura 5) no Exemplo IV. Este Exemplo mostra que a combinação de cloreto de zinco e clorito de sódio consegue produzir um efeito maior do que o esperado a partir da simples adição dos seus efeitos individuais.
Lisboa, 30 de Abril de 2007
Claims (25)
1 REIVINDICAÇÕES 1. Composição oral para utilização como medicamento que compreende, num primeiro compartimento, um composto de zinco capaz de proporcionar iões zinco livremente disponíveis e, num segundo compartimento, pelo menos um composto que aumenta o potencial de oxidação, em que o composto de zinco e o pelo menos um composto que aumenta o potencial de oxidação estão separados até à utilização e em que a concentração dos iões zinco livremente disponíveis na referida composição varia desde cerca de 0,02% até cerca de 0,2% por peso.
2. Composição oral da Reivindicação 1, em que o referido composto de zinco e o referido pelo menos um composto que aumenta o potencial de oxidação estão distribuídos, cada um, num veículo oral.
3. Composição oral da Reivindicação 1 ou 2, em que a concentração dos iões zinco livremente disponíveis varia desde cerca de 0,04% até cerca de 0,12% por peso.
4. Composição oral de qualquer uma das Reivindicações 1 até 3, em que a concentração do pelo menos um composto que aumenta o potencial de oxidação varia desde cerca de 0,1% até cerca de 3,0% por peso.
5. Composição oral de qualquer uma das Reivindicações 1 até 4, em que o composto de zinco é seleccionado do grupo que consiste em cloreto de zinco, sulfato de zinco, acetato de zinco, lactato de zinco, salicilato de zinco e nitrato de zinco. 2
6. Composição oral de qualquer uma das Reivindicações 1 até 5, em que o composto de zinco é cloreto de zinco.
7. Composição oral de qualquer uma das Reivindicações 1 até 6, em que o pelo menos um composto que aumenta o potencial de oxidação é seleccionado do grupo que consiste em peróxido de hidrogénio, composto oxigenado e halogenado, azul-de-metileno e clorito de sódio.
8. Composição oral de qualquer uma das Reivindicações 1 até 7, em que o pelo menos um composto que aumenta o potencial de oxidação é peróxido de hidrogénio.
9. Composição oral de qualquer uma das Reivindicações 1 até 7, em que o pelo menos um composto que aumenta o potencial de oxidação é clorito de sódio.
10. Composição oral de qualquer uma das Reivindicações 1 até 4, em que o composto de zinco é cloreto de zinco, o pelo menos um composto que aumenta o potencial de oxidação é peróxido de hidrogénio, que compreende suplementarmente um composto com iões cloreto.
11. Composição oral de qualquer uma das Reivindicações 1 até 4, em que o composto de zinco é cloreto de zinco, o pelo menos um composto que aumenta o potencial de oxidação é clorito de sódio, que compreende suplementarmente um composto com iões cloreto.
12. Composição oral da Reivindicação 10 ou 11, em que o composto com iões cloreto é cloreto de sódio. 3
13. Composição oral de qualquer uma das Reivindicações 10 até 12, em que a concentração do composto com iões cloreto varia desde cerca de 0,5% até cerca de 2,5% por peso.
14. Composição oral de qualquer uma das Reivindicações 1 até 13, em que o referido primeiro compartimento e/ou o referido segundo compartimento compreendem suplementarmente um meio de controlo do pH.
15. Composição oral de qualquer uma das Reivindicações 1 até 8 e 10, em que o pH do primeiro compartimento que compreende o composto de zinco varia desde cerca de 3,0 até cerca de 6,0, e o pH do segundo compartimento que compreende peróxido de hidrogénio varia desde cerca de 3,0 até cerca de 6,0.
16. Composição oral de qualquer uma das Reivindicações 1 até 7, 9 e 11, em que o pH do primeiro compartimento que compreende o composto de zinco varia desde cerca de 3,0 até cerca de 6,0, e o pH do segundo compartimento que compreende clorito de sódio varia desde cerca de 7,0 até cerca de 8,5.
17. Composição oral de qualquer uma das Reivindicações 2 até 16, em que o veiculo oral é um produto de higiene dentária ou um produto alimentar ou uma pastilha elástica.
18. Composição oral de qualquer uma das Reivindicações 2 até 16, em que o referido composto de zinco e/ou o referido pelo menos um composto de oxidação estão distribuídos num veículo oral que é um produto alimentar. 4
19. Composição oral da Reivindicação 17 ou 18, em que o produto alimentar é um rebuçado ou artigo de confeitaria.
20. Composição oral da Reivindicação 17, em que o produto de higiene dentária é seleccionado do grupo que consiste em solução dentifrica tópica, pasta tópica, lavagem bucal liquida, lavagem bucal em pó, gel de lavagem bucal, pastilha de lavagem bucal e fio dental.
21. Estojo para prevenir ou tratar putrefacção oral por actividade bacteriana que compreende a composição oral de qualquer uma das Reivindicações 1 até 20 contida num material de empacotamento.
22. Utilização da composição oral de qualquer uma das Reivindicações 1 até 20 para o fabrico de um medicamento destinado a prevenir ou tratar halitose ou gengivite e periodontite.
23. Utilização da composição oral da Reivindicação 21 ou 22, em que o composto do primeiro compartimento e o composto do segundo compartimento são misturados antes da utilização.
24. Utilização da composição oral da Reivindicação 22 ou 23, em que a referida prevenção ou tratamento inibe a formação de aniões que contêm enxofre numa cavidade oral e previne uma diminuição do potencial de oxidação numa cavidade oral.
25. Utilização da composição oral de qualquer uma das Reivindicações 22 até 24, em que a referida prevenção ou 5 5 actividade tratamento inibe a putrefacção oral por bacteriana. Lisboa, 30 de Abril de 2007
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