PT2528930E - Nucleósidos de 4'-azido como compostos anti-vhc - Google Patents

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Description

DESCRIÇÃO
NUCLEÓSIDOS DE 4'-AZIDO COMO COMPOSTOS ANTI-VHC
DOMÍNIO DA INVENÇÃO A presente invenção tem por objecto nucleósidos acilados que são pró-fármacos de um inibidor da polimerase virai de ARN dependente do ARN do vírus da hepatite C (VHC). Estes compostos, quando administrados oralmente são prontamente absorvidos no tracto GI e revertem eficazmente, para o nucleósido parental, no sangue. Estes pró-fármacos são inibidores da replicação virai do ARN dependente do ARN e são úteis como inibidores da polimerase NS5b do VHC, como inibidores da replicação do VHC e para o tratamento da infecção da hepatite C em mamíferos. Em particular, a presente invenção tem por objecto a utilização de compostos de nucleósidos de pirimidina acilada que providenciam uma melhor absorção do fármaco quando o nucleósido é administrado oralmente.
ANTECEDENTES 0 vírus da hepatite C é a causa principal da doença crónica do fígado em todo o mundo. (Boyer, N. et al. , J. Hepatol. 2000, 32: 98-112). Os doentes infectados com o VHC estão em risco de desenvolver cirrose do fígado e o subsequente carcinoma hepatocelular e, por isso, o VHC é a principal indicação para o transplante do fígado. O VHC tem sido classificado como um membro da família dos vírus Flaviviridae que inclui o género dos flavivírus, pestivírus e hapaceivírus, que inclui os vírus da hepatite C (Rice, C. M., Flaviviridae: The viruses and their 1 replication. Em: Fields Virology, Editors: B. N. Fields, D. M. Knipe e P. M. Howley, Lippincott-Raven Publishers, Philadelphia, Pa., capítulo 30, 931-959, 1996). O VHC é um vírus envelopado que contém um genoma de ARN de hélice simples, de sentido positivo, de aproximadamente 9,4 kb. O genoma virai consiste numa região não traduzida (RNT) 5' altamente conservada, um quadro de leitura aberta longo que codifica um precursor de poliproteína com aproximadamente 3011 aminoácidos e uma RNT 3' curta. A análise genética de VHC identificou seis genótipos principais que divergem mais de 30 % da sequência do ADN. Distinguiram-se mais do que 30 subtipos. Nos EUA, aproximadamente 70 % dos indivíduos infectados têm uma infecção do tipo la e lb. O tipo lb é o subtipo mais prevalente na Ásia. (X. Forns e J. Bukh, Clinics in Liver Disease 1999 3: 693-716; J. Bukh et al., Semin. Liv. Dis. 1995, 15: 41-63). Infelizmente, as infecções do tipo 1 são mais resistentes à terapia do que os genótipos quer do tipo 2, quer do tipo 3 (N. N. Zein, Clin. Microbiol. Rev., 2000 13 : 223-235) .
As proteínas estruturais virais incluem uma proteína do núcleo da cápside (C) e duas glicoproteínas do envelope, EI e E2. 0 VHC também codifica duas proteases, uma metalo-proteinase dependente de zinco, codificada por meio da região NS2-NS3 e uma protease de serina codificada na região NS3. Estas proteases são necessárias para a clivagem de regiões específicas da poliproteína precursora em péptidos maduros. A metade de carboxilo da proteína não estrutural 5, NS5B, contém a polimerase de ARN dependente de ARN. A função das proteínas estruturais remanescentes, NS4A e NS4B e das de NSSA (a metade do terminal de amino da proteína não estrutural 5) permanece desconhecida. Crê-se 2 que a maior parte das proteínas nao estruturais codificadas pelo genoma do ARN de VHC estão envolvidas na replicação do ARN.
Actualmente está disponível um número limitado de terapias aprovadas para o tratamento da infecção por VHC. Têm sido revistas as abordagens terapêuticas existentes e as novas para o tratamento da infecção por VHC e para a inibição da actividade da polimerase NS5B de VHC: R. G. Gish, Sem. Liver. Dis., 1999 19 : 5; Di Besceglie, A. M. e Bacon, B. R., Scientific American, Outubro: 1999, 80-85; G. Lake-Bakaar, Current and Future therapy for Chronic
Hepatitis C Virus Liver Disease, Curr. Drug Targ. Infect Dis. 2003, 3 (3): 247-253; P. Hoffmann et al., Recent patent on experimental therapy for hepatitis C virus infection (1999-2002), Exp. Opin. Ther. Patents 2003, 13 (11): 1707-1723; Μ. P. Walker et al., Promising Candidates for the treatment of chronic hepatitis C, Exp. Opin. Investing. Drugs 2003, 12 (8): 1269-1280; S.-L. Tan et al., Hepatitis C therapeutics: Current Status and Emerging Strategies, Nature Rev. Drug Discov. 2002, 1: 867-881; J. Z. Wu e Z. Hong, Targeting NS5B RNA-Dependent RNA Polymerase for Anti-HCV Chemotherapy, Curr. Drug Targ. Infect. Dis. 2003, 3 (3): 207-219.
Actualmente há um número limitado de terapias aprovadas que estão actualmente disponíveis para o tratamento da infecção por VHC. Têm sido revistas as abordagens terapêuticas existentes e novas para o tratamento do VHC e para a inibição da actividade de polimerase de NS5B de VHC: R. G. Gish, Sem. Liver. Dis., 1999, 19: 5; Di Besceglie, A. M. e Bacon, B. R., Scientific American, Outubro 1999, 80- 85; G. Lake-Bakaar, Current and Future Therapy for Chronic Hepatitis C Virus Liver Disease, Curr. Drug Targ. Infect 3
Dis. 2003, 3 (3): 247-253; P. Hoffmann et al., Recent patents on experimental therapy for hepatitis C virus infection (1999-2002), Exp. Opin. Ther. Patents, 2003, 13 (11): 1707-1723; F. F. Poordad et al. Developments in Hepatitis C Therapy during 2000-2002, Exp. Opin. Emerging Drugs, 2003, 8 (1) : 9-25; Μ. P. Walker et al. , Promising Candidates for the treatment of chronic hepatitis C, Exp. Opin. Investig. Drugs. 2003, 12 (8): 1269-1280; S.-L. Tan et al., Hepatitis C therapeutics: Current Status and Emerging Strategies, Nature Rev. Drug Discov. 2002, 1: 867— 881; R. De Francesco et al. Approaching a new era for hepatitis C virus therapy: inhibitors of the NS3-4A serine protease and the NS5B RNA-dependent RNA polymerase, Antiviral Res. 2003, 58: 1-16; Q. M. Wang et al. Hepatitis C virus encoded proteins: targets for antiviral therapy, Drugs of the Future, 2000, 25 (9): 933-8-944; J. A. Wu e Z. Hong, Targeting NS5B-Dependent RNA Polymerase for Anti-HCV Chemoterapy Cur. Drug Targ.-Inf Dis. 2003, 3: 207-219. As revisões citam compostos que estão presentemente em vários estágios do processo de desenvolvimento. A terapia de combinação, com dois ou três agentes, dirigida a alvos iguais ou diferentes tem-se tornado uma terapia-padrão para evitar ou retardar o desenvolvimento de estirpes resistentes de um virus e os compostos descritos nas revisões anteriores podem ser utilizados em terapia de combinação com compostos da presente invenção e essas revisões são aqui incorporadas, na sua totalidade, como referência.
HO OH la: R = C(=0)NH2 lb: R = C(=NH+)NH2 4 A ribavirina (la; amida do ácido 1-((2R,3R,4S,5R)-3,4-di-hidroxi-5-hidroximetil-tetra-hidro-furan-2-il)-1H-[1,2,4]triazol-3-carboxílico; VIRAZOLE®) é um análogo sintético de nucleósido anti-viral, de largo espectro, gue não induz nenhum interferão. A ribavirina tem actividade, in vitro, contra vários vírus do ADN e do ARN incluindo Flaviviridae (Gari L. Davis, Gastroenterology, 2000, 118: S104-S114) . Em monoterapia a ribavirina reduz os niveis de amino-transferase no soro para niveis normais em 40 % dos doentes, mas não baixa os niveis no soro do ARN de VHC. A ribavirina também exibe uma toxicidade significativa e sabe-se que induz anemia. A ribavirina é um inibidor de desidrogenase de monofosfato de inosina. A ribavirina não está aprovada para monoterapia contra o VHC mas o composto está aprovada para uma terapia de combinação com o interferão a-2a e com o interferão a-2b. A viramidina lb é um pró-fármaco convertido em la nos hepatócitos.
Os interferões (IFN) têm estado disponíveis para o tratamento de hepatite crónica há já aproximadamente uma década. Os IFN são glicoproteínas produzidas por células imunitárias em resposta a infecção virai. Reconhecem-se dois tipos distintos de interferões: o do tipo 1 inclui vários interferões alfa e nenhum interferão β, o do tipo 2 inclui o interferão γ. O interferão do tipo 1 é produzido principalmente por células infectadas e protege as células na vizinhança da infecção de novo. Os IFN inibem a replicação virai de muitos vírus, incluindo o VHC e, quando utilizado como o único tratamento para a infecção por hepatite C, o IFN suprime o ARN do VHC no soro para niveis indetectáveis. Adicionalmente, o IFN normaliza os níveis de amino-transferase no soro. Infelizmente, os efeitos do IFN são temporários. A cessação da terapia resulta numa taxa de recaída de 70 % e apenas 10-15 % exibem uma resposta 5 virológica sustentada, com níveis normais de transferase de alanina no soro. (L.-B. Davis, supra)
Uma limitação da terapia recente com IFN é o rápido desaparecimento da proteína do sangue. A derivação química do IFN com polietileno-glicol (PEG) tem resultado em proteínas com propriedades farmaco-cinéticas substancialmente melhoradas. 0 PEGASYS® é um conjugado de interferão cx-2a com um PEG mono-metoxilado, ramificado, de 40 kD e o PEG-INTRON® é um conjugado de interferão cx-2b e um PEG mono-metoxilado de 12 kD. (B. A. Luxon et al., Clin. Therap. 2002, 24 (9): 1363-1383; A. Kozlowski e J. M. Harris, J. Control. Release, 2001, 72: 217-224). O interferão cx-2a e o interferão a-2b estão actualmente aprovados como uma monoterapia para o tratamento do VHC. O ROFERON-A® (Roche) é a forma recombinante do interferão a-2a. O PEGASYS® (Roche) é a forma peguilada (isto é, modificada com polietileno-glicol) do interferão a-2a. O INTRON-A® (Schering Corporation) é a forma recombinante do interferão a-2b e o PEG-INTRON® (Schering Corporation) é a forma peguilada do interferão a-2b.
Outras formas do interferão a, assim como os interferões β, γ, τ e ω estão hoje em desenvolvimento clínico para o tratamento do VHC. Por exemplo, o INFERGEN® (interferão alfacon-1) da InterMune, o OMNIFERON® (interferão natural) da Viragen, o ALBUFERON® da Human Genome Sciences, o REBIF® (interferão β-la) da Ares-Serono, o Omega Interferon da BioMedicine, o interferão oral alfa da Amarillo Biosciences e o interferão γ, o interferão i e o interferão γ-lb da InterMune estão em desenvolvimento. 6 A terapia de combinação do VHC com ribavirina e o interferão cx representam actualmente a terapia óptima. A combinação de ribavirina e PEG-IFN (infra) resulta numa resposta virai sustentada em 54-56 % dos doentes. 0 SVR aborda 80 % dos VHC do tipo 2 e 3. (Walker, supra) Infelizmente, a combinação também produz efeitos secundários que põem desafios clínicos. A depressão, sintomas semelhantes à gripe e reacções da pele estão associados ao IFN-α e a anemia hemolítica está associada com o tratamento sustentado com ribavirina.
Outros compostos macromoleculares actualmente em desenvolvimento pré-clínico ou clínico para o tratamento de infecção por vírus da hepatite C incluemi: interleucina-10 da Schering-Plough, IP-SOl da Intemeuron, Merimebodib (VX-497) da Vertex, HEPTAZYME® da RPI, IDN-6556 da Idun Pharma., XTL-002 da XTL., HCV/MFS9 da Chiron, CIVACIR® (globulina imunitária da hepatite C) da NABI, ZADAXIN® (timosina oí-1) da SciClone, timosina com interferão modificado com PEG da SciClone, CEPLENE®; uma vacina terapêutica dirigida a E2, da Innogenetics, uma vacina terapêutica da Intercell, uma vacina terapêutica da Epimmune/Genencor, uma vacina terapêutica da Merix, uma vacina terapêutica, Chron-VacC, da Tripep.
Outras abordagens macromoleculares incluem ribozimas dirigidas ao ARN do VHC. As ribozimas são moléculas curtas de ocorrência natural com actividade de endonuclease que catalisam a clivagem de ARN específica da sequência. Uma abordagem alternativa consiste na utilização do oligo-nucleótido anti-paralelo ligado ao ARN e na estimulação da clivagem mediada por ARNaseH. 7
Um certo número de alvos moleculares potenciais para o desenvolvimento de fármacos, como agentes terapêuticos anti-VHC, foi agora identificado incluindo, mas não se limitando à autoprotease de NS2-NS3, à protease de N3, à helicase de N3 e à polimerase de NS5B. A polimerase de ARN, dependente de ARN, é absolutamente essencial para a replicação do genoma de ARN, de hélice única, de sentido positivo e esta enzima provocou um interesse significativo entre os químicos clínicos.
Os inibidores de nucleósidos podem actuar quer como um terminador de cadeia, quer como um inibidor concorrente que interefere com a ligação do nucleósido à polimerase. Para funcionar como um terminador de cadeia, o análogo de nucleósido deve ser absorvido pela célula e convertido in vivo na sua forma de trifosfato para concorrer como um substrato no sítio de ligação do nucleótido da polimerase. Esta conversão em trifosfato é normalmente mediada pelas cinases celulares que conferem limitações estruturais adicionais em qualquer um dos nucleósidos. As polimerases de nucleósidos são também componentes essenciais na divisão normal das células e, para limitar os potenciais efeitos secundários tóxicos, os inibidores de nucleósidos devem inibir selectivamente as polimerases virais sem causarem disrupção do crescimento e da reparação celular essenciais, por meio da inibição das polimerases hospedeiras. Assim, o requisito para a fosforilação por meio de cinases endógenas e para a selectividade, no que respeita às polimerases endógenas, impõe requisitos estrictos à estrutura de potenciais agentes terapêuticos de nucleósidos.
PRÓ-FÁRMACOS DE NUCLEÓSIDOS
Embora os nucleósidos sejam, muitas vezes, agentes quimioterapêuticos e anti-virais potentes, a sua utilidade prática está muitas vezes limitada por dois factores. Em primeiro lugar, as fracas propriedades fármaco-cinéticas frequentemente limitam a absorção do nucleósido no intestino e; em segundo lugar, as propriedades físicas sub-óptimas restringem as opções de formulação que poderão ser utilizadas para melhorar a libertação do princípio activo.
Albert introduziu o termo pró-fármaco para descrever um composto a que falta actividade biológica intrínseca, mas que é capaz de uma transformação metabólica para a substância que é um fármaco activo (A. Albert, Selective Toxiciti, Chapman and Hall, Londres, 1951). Os pró-fármacos foram recentemente revistos (P. Ettmayer et al., J. Med Chem. 2004, 47 (10): 2393-2404; K. Beaumont et al., Curr. Drug Metab. 2003, 4: 461-485; H. Bundgaard, Design of Prodrugs: Bioreversible derivatives for various functional groups and Chemical entities in Design of Prodrugs, H. Bundgaard (ed) Elsevier Science Publishers, Amersterdam 1985; G. M. Pauletti et al. Adv. Drug Deliv. Rev. 1997 27: 235-256; R. J. Jones e N. Bischofberger, Antiviral Res. 1995, 27; 1-15 e C. R. Wagner et al., Med. Res. Rev., 2000, 20: 417-45). Embora a transformação metabólica possa ser catalisada por enzimas específicas, muitas vezes hidrolases, o composto activo pode também ser regenerado por processos químicos não específicos.
Os pró-fármacos, aceitáveis sob o ponto de vista farmacêutico, referem-se a compostos que são metabolizados, por exemplo, hidrolisados ou oxidados, no hospedeiro, para formar o composto da presente invenção. A bioconversão deve 9 evitar a formação de fragmentos com riscos toxicológicos. Exemplos típicos de pró-fármacos incluem compostos que têm grupos de protecção lábeis, sob o ponto de vista biológico, ligados a um radical funcional do composto activo. Tem-se utilizado alquilação, acilação ou outras modificações lipofílicas dos grupos hidroxi no radical de açúcar, na concepção de pro-nucleótidos. Estes pró-nucleótidos podem ser hidrolisados ou desalquiladosin vivo para gerar o composto activo.
Os factores que limitam frequentemente a bio-disponibilidade oral são a absorção no tracto gastrointestinal e a excreção de primeira passagem pela parede do intestino e do fígado. A optimização da absorção transcelular, através do tracto GI, requer um D (7,4) superior a zero. A optimização do coeficiente de distribuição contudo, não assegura o sucesso. 0 pró-fármaco pode ter que evitar os transportadores do efluxo activo no enterócito. 0 metabolismo intracelular no enterócito pode resultar no transporte passivo ou no transporte activo do metabólito por efluxo que o bombeia novamente para trás, para o lúmen do intestino. 0 pró-fármaco deve também resistir a biotransformações indesejáveis no sangue, antes de atingir as células-alvo ou os receptores.
Os níveis elevados de circulação de medicamentos anti-virais são frequentemente necessários para manter os níveis de API no sangue suficientemente elevados para minimizar o risco de gerar populações resistentes. Por exemplo, ensaios recentes utilizaram doses até 1500 mg BID e QID de éster (2R,3R,4R,5R)-5-(4-amino-2-oxo-2H-pirimidin-l-il)-4-fluoro-2-isobutiriloximetil-4-metil-tetra-hidro-furan-3-ílico do ácido isobutírico (II: R7128). (S. Le Pogam et al., "No Evidence of R7128 Drug Resistance After Up To 4 Weeks 10
Treatment of GT1, 2 and 3 Hepatitis C Virus Infected Individuais", 44t Annual Meeting of te European Association for the Study of the Liver (EASL), Copenhagen, Dinamarca, 22-26 Abr 2009). Isto muitas vezes resulta em doses diárias elevadas que requerem comprimidos ou cápsular grandes ou uma administração mais frequente da forma farmacêutica. Quando são necessárias doses elevadas de um ingrediente activo sob o ponto de vista farmacêutico, a oportunidade para adicionar diluentes ou excipientes, para melhorar a biodisponibilidade, é muitas vezes limitada. Assim, a concepção de novos inibidores de polimerase de VHC requer a identificação de compostos que estão biodisponiveis, que são convertidos nos trifosfatos correspondentes e são inibidores potentes de polimerase de VHC. 0 requisito obrigatório para a fosforilação in vivo levou recentemente ao interesse em pró-fármacos de monofosfato de nucleósido contendo um radical de fosfato mascarado que é susceptível de activação enzimática intracelular, levando a um monofosfato de nucleósido. Dado que a etapa de limitação da taxa de formação de trifosfatos de nucleósidos é a primeira etapa que leva a um monofosfato, a adição subsequente do segundo e do terceiro fosfatos forma-se facilmente a partir do monofosfato. (ver, por exemplo, P. Perrone et al., J. Med. Chem., 2007, 50 (8) : 1840; S.J. Hecker e M.D. Erion, J. Med Chem. 2008 51 (8): 2328) A modificação química de um composto activo, para se obter um potencial pró-fármaco, produz uma entidade molecular completamente nova que pode exibir propriedades físicas, químicas e biológicas indesejáveis, ausentes no composto parental. Os requisitos regulamentares para a identificação de metabólitos podem pôr desafios se as 11 diferentes vias levarem a uma variedade de metabólitos. Assim, a identificação de pró-fármacos permanece um exercício desafiador e incerto. Além disso, a avaliação das propriedades farmacocinéticas de potenciais pró-fármacos é uma diligência desafiante e cara. Os resultados farmacocinéticos de modelos de animais podem ser difíceis de extrapolar para seres humanos. 0 objecto da presente invenção consiste em providenciar novos compostos, processos e composições para o tratamento de um hospedeiro infectado com o vírus da hepatite C.
Alguns exemplos têm sido descritos nas patentes WO 2004/046159 e WO 2009/069095.
SUMÁRIO DA INVENÇÃO
Actualmente não há nenhum tratamento preventivo nem há nenhuma terapia geralmente eficaz para o tratamento de infecções por vírus da hepatite C (VHC). As terapias actualmente aprovads, que existem apenas contra o VHC, têm uma eficácia limitada e estão associadas a efeitos secundários graves. A concepção e o desenvolvimento de novas terapias, mais eficazes, com menor toxicidade, são por isso essenciais. A presente invenção tem por objecto compostos de fórmula I na qual:
12 R1 e R2 representam (i) independentemente, em cada ocorrência, um grupo seleccionado no grupo que consiste em hidrogénio, (alquil Ci_6)-carbonilo, alcoxicarbonilo Ci_6 e amino-(alquil Ci_6)-carbonilo ou (ii) considerados em conjunto, os dois radicais R1 e R2, em conjunto, representam C(=0). R3 representa hidrogénio, alquil Ci_6) -carbonilo, (alcoxi Ci_6) carbonilo ou amino-(alquil Ci_6)-carbonilo. um seu sal aceitável sob o ponto de vista farmacêutico, com a condição de que pelo menos um de R1, R2 e R3 seja diferente de hidrogénio. A presente invenção também tem por objecto um processo para o tratamento de uma doença que seja uma infecção por virus da hepatite C (VHC), por meio da administração de uma quantidade eficaz, sob o ponto de vista terapêutico, de um composto de acordo com a fórmula I, a um paciente que disso tenha necessidade. 0 composto pode ser administrado isoladamente ou co-administrado com outros compostos antivirais ou imunoreguladores. A presente invenção também tem por objecto um processo para inibir a replicação de VHC numa célula, por meio da administração de um composto de acordo com a fórmula I, numa quantidade eficaz para inibir o VHC. A presente invenção também tem por objecto uma composição farmacêutica que contém um composto de acordo com a fórmula I e pelo menos um veiculo, diluente ou excipiente, aceitável sob o ponto de vista farmacêutico. 13
BREVE DESCRIÇÃO DAS FIGURAS A figura la descreve o perfil de fosforilação de 4'-AU (4'-azido-uracilo) em células que replicam VHC. A figura lb descreve o perfil de fosforilação de 4'-AU em hepatócitos humanos. A figura 2a descreve o perfil de fosforilação de 4'-AU em CMSP. A figura 2b e a figura 2c descrevem o perfil de fosforilação de 4'-azido-citidina (4'-AC) em CMSP, após 1 hora de incubação e 120 h de incubação, respectivamente. A figura 3a e a figura 3b fazem uma comparação do perfil de fosforilação de 4'-AU em hepatócitos humanos primários, células da medula óssea e em CMSP. Obtiveram-se perfis similares em 3 dadores. A figura 4 descreve a eficácia de 4'AU vs 4'AC em hepatócitos humanos.
DESCRIÇÃO DETALHADA DA PRESENTE INVENÇÃO
Investigaram-se derivados de triacilo de 4'-azido-citidina (4'-AC), como inibidores da polimerase de VHC NS5B. (K. Klumpp et al., J. Bio. Chem., 2008 283 (4): 2167-2176). Infelizmente, embora 4'-AC seja um inibidor potente da replicação virai, pararam-se os estudos clínicos por causa do desenvolvimento de efeitos colaterais inaceitáveis. O nucleósido de pirimidina relacionado, a 4'-azido-uridina (4'-AU), estava inactivo no ensaio de replicação, que é largamente utilizado para avaliar os potenciais inibidores de polimerase. (V. Lohmann et al., J. 14
Virol. 2003, 77 : 3007-3019, K.J. Blight et al., Science 2000, 290 (5498): 1870-1871). Quando se preparou o trifosfato quimicamente e se avaliou no ensaio da polimerase de VHC, inibiu a enzima com uma Ki de 0,038 ± 8 μΜ, em comparação com uma K± de 0,040 ± 25 μΜ para o trifosfato de 4'-azido-citidina. (D. Smith et al., Bioorg. Med. Chem. Lett. 2007, 17: 2570) A falta de actividade no ensaio de replicação foi assim assumida para indicar que 4'-AU não fora fosforilado in vivo. Esta explanação foi suportada pela demonstração que, enquanto 4'-AC foi fosforilada por CMSP (células mononucleares de sangue periférico), 4'-AU não foi convertida no correspondente nucleósido fosforilado. (FIG 1).
Agora, surpreendentemente, verificou-se que a fosforilação de 4'-AU ocorre, de forma eficaz, em hepatócitos humanos primários. (FIG 2) . Uma vez que a fosforilação especifica das células tem lugar em tecidos-alvo para a replicação de VHC, há potencial para a terapia com um nucleósido fosforilado selectivamente o que sugere ainda que a fosforilação limitada noutras células pode resultar em menos oportunidades para a toxicidade adversa. A entidade "um" ou "uma" numa frase, tal como se utiliza aqui, refere-se a uma ou mais dessas entidades; por exemplo, um composto refere-se a um ou mais compostos ou pelo menos um composto. Assim, os termos "um" (ou "uma"), "um ou mais" e "pelo menso um", podem ser utilizados, aqui, intermutavelmente. A frase "tal como definido aqui antes" refere-se à definição mais ampla para cada grupo, tal como providenciado no sumário da presente invenção ou na reivindicação mais abrangente . Em todas as outras 15 modalidades indicadas a seguir, os substituintes, que podem estar presente em cada modalidade e que não são explicitamente definidos, retêm a definição mais abrangente dada no sumário da invenção.
Tal como utilizado na presente memória descritiva, quer numa frase transicional ou no corpo da reivindicação, os termos "compreende" e "compreendendo" devem ser interpretados como tendo um significado não limitativo. Isto é, os termos devem ser interpretados como sinónimos com as frases "tendo pelo menos" ou "incluindo pelo menos". Quando utilizado no contexto de um processo, o termo "compreendendo" significa que o processo inclui pelo menos as etapas citadas, mas pode incluir etapas adicionais. Quando utilizado no contexto de um composto ou de uma composição, o termo "compreendendo" significa que o composto ou a composição incluem pelo menos as caracteristicas citadas, mas podem incluir características ou componentes adicionais. 0 termo "independentemente" é utilizado aqui para indicar que uma variável se aplica em qualquer circunstância, independentemente da presença ou da ausência de uma variável que tenha a mesma definição ou uma definição diferente, dentro do mesmo composto. Assim, num composto em que R' ' aparece duas vezes e é definido, independentemente, como "carbono ou azoto", ambos os R' ' podem ser carbono, ambos os R' ' podem ser azoto ou um de R'' pode ser carbono e o outro azoto.
Quando qualquer variável (por exemplo, R1, R4a, Ar, X1 ou Het) ocorre mais do que uma vez em qualquer radical ou fórmula que defina ou descreva os compostos utilizados ou reivindicados na presente invenção, a sua definição, em 16 cada ocorrência, é independente da sua definição em qualquer outra ocorrência. As combinações de substituintes e/ou de variáveis também são permitidas apenas se esses compostos resultarem em compostos estáveis.
Os símbolos no fim de uma ligação ou "-----", desenhado numa ligação referem, cada um, o ponto de ligação de um grupo funcional ou de outro radical químico ao resto da molécula de que faz parte. Assim, por exemplo:
MeC(=0)OR4 em que R4 = *—<3 ou 4-<] => MeC(=0)0—0
Uma ligação desenhada num sistema de anel (em oposição a ligada num vértice distinto) indica que a ligação pode ser ligada a qualquer um dos átomos apropriados do anel. 0 termo "eventual" ou "eventualmente", tal como se utiliza aqui, significa que um evento ou circunstância subsequentemente descritos podem ocorrer, mas não é necessário que isso aconteça e que a descrição inclui exemplos em que 0 evento ou a circunstância ocorrem e exemplos em que não ocorrem. Por exemplo, "eventualmente substituído" significa que o radical eventualmente substituído pode incorporar um hidrogénio ou um substituinte. 0 termo "cerca de" é utilizado aqui com o significado de aproximadamente, na região de, grosso modo ou próximo de. Quando o termo "cerca de" é utilizado em conjunto com um intervalo numérico modifica esse intervalo alargando as suas fronteiras para cima e para baixo dos valores 17 numéricos estabelecidos. Em geral, o termo "cerca de " é utilizado aqui para modificar um valor numérico para cima ou para baixo do valor estabelecido, com uma variação de 20 %.
Tal como se utiliza aqui, a citação de um intervalo numérico para uma variável significa que a presente invenção pode ser praticada com a variável igual a um qualquer dos valores dentro desse intervalo. Assim, para uma variável que é inerentemente discreta, a variável pode ser igual a qualquer número inteiro do intervalo numérico, incluindo as extremidades do intervalo. Do mesmo modo, para uma variável que é inerentemente continua, a variável pode ser igual a qualquer valor real do intervalo numérico, incluindo as extremidades do intervalo. Como exemplo, uma variável que é descrita como tendo valores entre 0 e 2, pode ser 0, 1 ou 2 para as variáveis que são inerentemente discretas e pode ser 0,0, 0,1, 0,01, 0,001 ou qualquer outro valor real que seja inerentemente continuo.
Os compostos de fórmula I exibem tautomerismo. Os compostos tautoméricos podem existir como duas ou mais espécies interconvertiveis. Os tautómeros prototrópicos resultam da migração de um átomo de hidrogénio ligado covalentemente entre dois átomos. Os tautómeros existem geralmente em equilíbrio e as tentativas para isolar tautómeros individuais normalmente produz uma mistura cujas propriedades químicas e físicas são consistentes com uma mistura de compostos. A posição de equilíbrio depende das características químicas dentro da molécula. Por exemplo, em muitos aldeídos e cetonas alifáticos, tais como acetaldeído, a forma ceto predomina, enquanto nos fenóis, a forma de enol predomina. Tautómeros prototrópicos comuns incluem tautómeros de ceto/enol (-C(=0)-CH- f»-C(-OH)=CH-), 18 amida/ácido imídico (-C(=0)-NH- ^ -C(-OH)=N-) e amidina (—C(=NR)—NH— ^ -C(-NHR)=N-). Estes últimos dois são particularmente comuns em anéis de heteroarilo e heterocíclicos e a presente invenção engloba todas as formas tautoméricas dos compostos.
Numa primeira modalidade da presente invenção, providencia-se um composto, de acordo com a fórmula I, na qual R1, R2 e R3 têm os significados definidos antes.
Numa segunda modalidade da presente invenção, providencia-se um composto, de acordo com a fórmula I na qual R1, R2 e R3 têm representam (alquil Ci-6) -carbonilo.
Numa terceira modalidade da presente invenção, providencia-se um composto, de acordo com a fórmula I na qual R1 e R2 representam (alquil Ci_6) -carbonilo e R3 representa hidrogénio.
Numa quarta modalidade da presente invenção, providencia-se um composto, de acordo com a fórmula I, na qual R1 e R2 representam hidrogénio e R3 representa (alquil Ci-ç) —carbonilo ou amino-(alquil Ci_6) -carbonilo .
Numa quinta modalidade da presente invenção, providencia-se um composto seleccionado entre os compostos I—1 a 1-6 do quadro I.
Numa sexta modalidade da presente invenção, providencia-se um processo de tratamento de uma infecção por VHC que compreende a administração, a um doente que disso necessite, de uma quantidade eficaz, sob o ponto de vista terapêutico, de um composto e acordo com a fórmula I, em que R1, R2 e R3 têm os significados definidos antes. Em 19 todas as outras modalidades indicadas a seguir, os substituintes que podem estar presentes em cada modalidade e que não são explicitamente definidos retêm a definição mais abrangente dada no sumário da presente invenção.
Numa sétima modalidade da presente invenção, providencia-se um processo de tratamento de uma infecção por VHC que compreende a administração, a um doente que disso necessite, de uma quantidade eficaz, sob o ponto de vista terapêutico, de um composto de acordo com a fórmula I em que R1, R2 e R3 representam (alquil Ci_6) -carbonilo.
Numa oitava modalidade da presente invenção, providencia-se um processo de tratamento de uma infecção por VHC que compreende a administração, a um doente que disso necessite, de uma quantidade eficaz, sob o ponto de vista terapêutico, de um composto e acordo com a fórmula I em que R1 e R2 representam (alquil Ci_6) -carbonilo e R3 representa hidrogénio.
Numa nona modalidade da presente invenção, providencia-se um processo de tratamento de uma infecção por VHC que compreende a administração, a um doente que disso necessite, de uma quantidade eficaz, sob o ponto de vista terapêutico, de um composto de acordo com a fórmula I, em que R1 e R2 representam hidrogénio e R3 representa (alquil Ci_6) -carbonilo ou amino (alquil C1-6) -carbonilo .
Numa décima modalidade da presente invenção, providencia-se um processo de tratamento de uma infecção por VHC que compreende a administração, a um doente que disso necessite, de uma quantidade eficaz, sob o ponto de vista terapêutico, de um composto e acordo com a fórmula I, em que R1, R2 e R3 têm os significados definidos aqui antes 20 e co-administra-se pelo menos um regulador do sistema imunitário e/ou pelo menos um agente antiviral que iniba a replicação de VHC.
Numa décima primeira modalidade da presente invenção, providencia-se um processo de tratamento de uma infecção por VHC que compreende a administração, a um doente que disso necessite, de uma quantidade eficaz, sob o ponto de vista terapêutico, de um composto e acordo com a fórmula I, em que R1, R2 e R3 têm os significados definidos aqui antes e co-administra-se pelo menos um regulador do sistema imunitário que se selecciona no grupo que consiste em interferão, interleucina, factor de necrose de tumor e factor de estimulação de colónias.
Numa décima segunda modalidade da presente invenção, providencia-se um processo de tratamento de uma infecção por VHC que compreende a administração, a um doente que disso necessite, de uma quantidade eficaz, sob o ponto de vista terapêutico, de um composto e acordo com a fórmula I, em que R1, R2 e R3 têm os significados definidos aqui antes e co-administra-se pelo menos um regulador do sistema imunitário em que o regulador do sistema imunitário é um interferão ou um interferão derivado quimicamente.
Numa décima terceira modalidade da presente invenção, providencia-se um processo de tratamento de uma infecção por VHC que compreende a administração, a um doente que disso necessite, de uma quantidade eficaz, sob o ponto de vista terapêutico, de um composto e acordo com a fórmula I, em que R1, R2 e R3 têm os significados definidos aqui antes e co-administra-se pelo menos um agente antiviral que inibe a replicação de VHC. 21
Numa décima quarta modalidade da presente invenção, providencia-se um processo de tratamento de uma infecção por VHC que compreende a administração, a um doente que disso necessite, de uma quantidade eficaz, sob o ponto de vista terapêutico, de um composto e acordo com a fórmula I, em que R1, R2 e R3 têm os siqnificados definidos aqui antes e co-administra-se pelo menos um aqente antiviral seleccionado no grupo que consiste num inibidor de protease de VHC, outro inibidor da polimerase de VHC nucleósido, um inibidor da polimerase de VHC não nucleósido, um inibidor de helicase de VHC, um inibidor de primase de VHC e um inibidor de fusão de VHC.
Numa outra modalidade da presente invenção, providencia-se a utilização de um composto, de acordo com a fórmula I na qual R1, R2 e R3 têm os significados definidos antes, para o tratamento de uma infecção por VHC.
Numa outra modalidade da presente invenção, providencia-se a utilização de um composto, de fórmula I na qual R1, R2 e R3 têm os significados definidos antes, para o fabrico de um medicamento para o tratamento de uma infecção por VHC.
Numa outra modalidade da presente invenção, providencia-se a utilização de um composto, de acordo com a fórmula I na qual R1, R2 e R3 representam (alquil Ci_6)-carbonilo para o tratamento de uma infecção por VHC.
Numa outra modalidade da presente invenção, providencia-se a utilização de um composto, de fórmula I na qual R1, R2 e R3 representam (alquil Ci_6) -carbonilo, para o fabrico de um medicamento para o tratamento de uma infecção por VHC. 22
Numa outra modalidade da presente invenção, providencia-se a utilização de um composto, de acordo com a fórmula I na qual R1 e R2 representam (alquil Ci_6) — carbonilo e R3 representa hidroqénio, para o tratamento de uma infecção por VHC.
Numa outra modalidade da presente invenção, providencia-se a utilização de um composto, de acordo com a fórmula I, na qual R1 e R2 representam (alquil Ci_6)-carbonilo e R3 representa hidrogénio, para o fabrico de um medicamento para o tratamento de uma infecção por VHC'
Numa outra modalidade da presente invenção, providencia-se a utilização de um composto, de acordo com a fórmula I na qual R1 e R2 representam hidrogénio e R3 representa (alquil Ci-6) -carbonilo ou amino (alquil Ci-β)-carbonilo para o tratamento de uma infecção por VHC.
Numa outra modalidade da presente invenção, providencia-se a utilização de um composto, de fórmula I na qual R1 e R2 representam hidrogénio e R3 representa (alquil Ci-6) -carbonilo ou amino (alquil Ci_6) -carbonilo para o fabrico de um medicamento para o tratamento de uma infecção por VHC.
Numa outra modalidade da presente invenção, providencia-se a utilização de um composto, de fórmula I na qual R1, R2 e R3 têm os significados descritos antes, em combinação com pelo menos um regulador do sistema imunitário e/ou pelo menos um agente antiviral que inibe a replicação de VHC, para o tratamento de uma infecção por VHC. 23
Numa outra modalidade da presente invenção, providencia-se a utilização de um composto, de acordo com a fórmula I na qual R1, R2 e R3 têm os significados definidos aqui antes para o tratamento de uma infecção por VHC, em combinação com pelo menos um regulador do sistema imunitário seleccionado no grupo que consiste em interferão, interleucina, factor de necrose de tumor e factor de estimulação de colónias.
Numa outra modalidade da presente invenção, providencia-se a utilização de um composto, de acordo com a fórmula I na qual R1, R2 e R3 têm os significados definidos aqui antes para o tratamento de uma infecção por VHC, em combinação com pelo menos um regulador do sistema imunitário em que o regulador do sistema imunitário consiste num interferão ou num interferão derivado quimicamente.
Numa outra modalidade da presente invenção, providencia-se a utilização de um composto, de acordo com a fórmula I na qual R1, R2 e R3 têm os significados definidos aqui antes para o tratamento de uma infecção por VHC, em combinação com pelo menos um agente antiviral que inibe a replicação do VHC.
Numa outra modalidade da presente invenção, providencia-se a utilização de um composto de acordo com a fórmula I em que R1, R2 e R3 têm os significados definidos aqui antes, para o tratamento de uma infecção por VHC, em combinação com pelo menos um agente antiviral seleccionado no grupo que consiste num inibidor de protease de VHC, outro inibidor da polimerase de VHC nucleósido, um inibidor da polimerase de VHC não nucleósido, um inibidor de 24 helicase de VHC, um inibidor de primase de VHC e um inibidor de fusão de VHC.
Numa outra modalidade da presente invenção, providencia-se uma composição farmacêutica que contém uma quantidade eficaz, sob o ponto de vista terapêutico, de um composto de acordo com a fórmula I em que R1, R2 e R3 têm os significados definidos aqui antes, misturado com pelo menos um veiculo, diluente ou excipiente, aceitáveis sob o ponto de vista farmacêutico. 0 termo "alquilcarbonilo", tal como utilizado aqui, indica um grupo de fórmula C(=0)R na qual R representa alquilo, tal como foi definido antes. 0 termo acilo Ci_6 [ou "alcanoílo"] refere-se a um grupo -C(=0)R que contém 1 a 6 átomos de carbono. 0 grupo acilo Ci [ou "alcanoílo"] é um grupo formilo em que R = H e um grupo acilo C6 refere-se a hexanoílo quando a cadeia de alquilo não está ramificada. 0 termo "arilcarbonilo" ou "aroílo", tal como utilizado aqui, significa um grupo de fórmula C(=0)R na qual R representa um grupo arilo; o termo "benzoílo", tal como utilizado aqui, significa um grupo "arilcarbonilo" ou um grupo "aroílo" em que R representa fenilo.
Os termos "alcoxicarbonilo" e "ariloxicarbonilo", tal como utilizados aqui, indicam um grupo de fórmula C(=0)0R na qual R representa alquilo ou arilo, respectivamente e alquilo e arilo têm os significados definidos antes. 0 termo "aminoalquilcarbonilo", tal como utilizado aqui, refere-se a uma radical de alquilcarbonilo, tal como definido aqui, em que um hidrogénio está substituído por um grupo amino. 0 termo amino(alquil Ci_6) -carbonilo especifica um grupo (alquil Ci_6> -carbonilo. Exemplos de radicais 25 aminoalquilcarbonilo incluem, mas não se limitam a glicilo [COCH2NH2] , alanilo [COCH(NH2)Me], valinilo [COCH (NH2) CHMe2] , leucinilo [COCH (NH2) CH2CHMe2] , iso-leucinilo [COCH (NH2)CHMeEt] e norleucinilo [C0CH(NH2) (CH2)3Me] e similares. Esta definição não se limita aos aminoácidos de ocorrência natural.
As abreviaturas normalmente utilizadas incluem: acetilo (Ac), aquoso (aq.), 4AC (4-azidocitidina), 4 AU (4-azidouridina), 4AU-MP (monofosfato de 4-azidouridina), 4AU-DP (difosfato de 4-azidouridina), 4AU-TP (trifosfato de 4-azidouridina), atmosferas (Atm), terc-butoxicarbonilo (Boc), policarbonato de di-terc-butilo ou anidrido de boc (BOC2O) , benzilo (Bn), butilo (Bu), número de registo no Chemical Abstracts (NRCAS), benziloxicarbonilo (CBZ ou Z) , carbonil-di-imidazol (CDI), N,N'-diciclo-hexilcarbodi-imida (DCC), 1,2-dicloroetano (DCE), diclorometano (DCM), azodicarboxilato de dietilo (DEAD), di-iso-propilazodi-carboxilato (DIAD), hidreto de di-iso-butilaluminio (DIBAL ou DIBAL-H), di-iso-propiletilamina (DIPEA), N,N-dimetil-acetamida (DMA), 4-N,N-dimetilaminopiridina (DMAP), N, N-dimetilformamida (DMF), dimetil-sulfóxido (DMSO), etilo (Et), etanol (EtOH), cloridrato de 1-(3-dimetilamino-propil)-3-etilcarbodi-imida (EDCI), acetato de etilo (EtOAc), éster etílico do ácido 2-etoxi-2H-quinolino-l-carboxílico (EEDQ), éter dietílico (Et20) , ácido acético (HOAc), 1-N-hidroxibenzotriazol (HOBt), cromatografia líquida de alta resolução (CLAR), iso-propanol (IPA), metanol (MeOH), ponto de fusão (pf), MeS02” (mesilo ou Ms), metilo (Me), acetonitrilo (MeCN), ácido m-cloroperbenzóico (MCPBA), espectro de massa (em) , éter terc-butil-metílico (MTBE), N-metilmorfolina (NMM), N-metilpirrolidona (NMP), fenilo (Fen), propilo (Pr), iso-propilo (i-Pr), libras por polegada quadrada (psi), piridina (pir), temperatura 26 ambiente (ta ou TA), sat. (saturado), terc-butildimetil-sililo ou t-BuMe2Si (TBDMS), trietilamina (TEA ou Et3N) , triflato ou CF3S02- (Tf), ácido trifluoroacético (TFA), tetrafluoroborato de O-benzotriazol-l-il-N,N,N',N'-tetra-metilurónio (TBTU), cromatografia em camada fina (CCF), tetra-hidrofurano (THF), tetrametiletilenodiamina (TMEDA), trimetilsililo ou Me3Si (TMS), mono-hidrato de ácido p-tolueno-sulfónico (TsOH ou pTsOH), 4-Me-C6H4S02- ou tosilo (Ts) , N-uretano-N-carboxianidrido (UNCA) . A nomenclatura convencional, incluindo os prefixos normal (n-), iso (i-), secundário (sec-) , terciário (terc-) e neo-, têm o seu significado habitual quando utilizados com um radical alquilo. (J. Rigaudi e D. P. Klesnei, Nomenclature in Organic Chemistry, IUPAC, 1979, Pergamon Press, Oxford.).
COMPOSTOS E PREPARAÇÃO
Exemplos de compostos representativos englobados na presente invenção e dentro do âmbito da presente invenção, são dados no quadro que se segue. Estes exemplos e preparações são dados para permitir que os especialistas na matéria compreendam de forma clara e pratiquem a presente invenção. Não devem ser considerados como limitativos do âmbito da presente invenção, sendo meramente ilustrativos e representativos da mesma.
Em geral, a nomenclatura utilizada neste pedido de patente baseia-se no sistema computorizado AUTONOM™ v.4.0, do Beilstein Institute para a geração da nomenclatura sistemática da IUPAC. Se houver uma discrepância entre uma estrutura descrita e um nome dado a essa estrutura, deve-se atribuir maior peso à estrutura descrita. Além disso, se a estereoquímica de uma estrutura ou uma porção de uma estrutura não for indicada, por exemplo, com linhas a 27 escuro ou a tracejado, a estrutura ou a porção da estrutura devem ser interpretadas como englobando todos os seus estereoisómeros. QUADRO 1 Comp. n° Λ ROv. \ / JfV ° ro . Í = RO OR2 Processo EM (M+H)+ PF R1 R2 Processo EM PF 1-1 H EtC(=0) C 398 118-120 1-2 i-PrC(=0) i-PrC(=0) A 496 1-3 EtC(=0) EtC(=0) A 111-113 1 H MeC(=0) MeC(=0) A 158 m 1 H n-BuC(=0) n- BuC(=0) A 64 1-6 EtC(=0) H B 340 [M~H] 148-150 H 1 -J C7H15C(=0) H B 412
Os compostos da presente invenção podem ser preparados por meio de uma variedade de processos descritos nos esquemas de reacção de sínteses ilustrativos mostrados e descritos a seguir. Os materiais iniciais e os regaentes utilizados na preparação destes compostos geralmente estão disponíveis nos fornecedores comerciais, tal como a Aldrich Chemical Co. ou são preparados por processos conhecidos dos especialistas na matéria, seguindo procedimentos estabelecidos em referências como Fieser and Fieser' s Reagents for Organic Synthesis; Wiley & Sons: Nova Iorque, volumes 1-21; R. C. LaRock, Comprehensive Organic Transformations, 2a edição Wiley-VCH, Nova Iorque 1999; Comprehensive Organic Sinthesis, B. Trost e I. Fleming (Eds.) vol. 1-9 Pergamon, Oxford, 1991; Comprehensive 28
Heterocyclic Chemistry, A. R. Katritzky e C. W. Rees (Eds) Pergamon, Oxford 1984, vol. 1-9; Comprehensive Heterocyclic Chemistry II, A. R. Katritzki e C. W. Rees (Eds) Pergamon, Oxford 1996, vol. 1-11; e Organic Reactions, Wiley & Sons: Nova Iorque, 1991, volumes 1-40. Os esquemas de reacções de síntese que se seguem são meramente ilustrativos de alguns processos por meio dos quais os compostos da presente invenção podem ser sintetizados e podem-se fazer várias modificações a estes esquemas de reacções de síntese e serão sugeridos aos especialistas na matéria com referência à memória descritiva contida neste pedido de patente.
Os materiais iniciais e os produtos intermédios dos esquemas de reacções de síntese podem ser isolados e purificados, se desejado, utilizando técnicas convencionais, incluindo, mas não se limitando a filtração, destilação, cristalização, cromatografia e similares. Esses materiais podem ser caracterizados utilizando meios convencionais, incluindo constantes físicas e dados espectrais.
Salvo indicação em contrário, as reacções aqui descritas são realizadas, preferencialmente, em atmosfera inerte, à pressão atmosférica, a uma temperatura de reacção de cerca de -78 °C até cerca de 150 °C, mais preferencialmente de cerca de 0 °C até cerca de 125 °C e, o que é mais preferencial e conveniente, próxima da temperatura ambiente, por exemplo, a cerca de 20 °C.
Alguns compostos, nos esquemas que se seguem, estão descritos com substituintes generalizados; contudo, um especialista na matéria saberá imediatamente que a natureza dos grupos R pode variar para se obter os vários compostos contemplados na presente invenção. Além disso, as condições 29 de reacção são exemplos de condições e as condições alternativas são bem conhecidas. As sequências de reacção, nos exemplos que se seguem, não são limitativas do âmbito da presente invenção que está estabelecido nas reivindicações.
Os compostos da presente invenção podem ser preparados por acilação de 4-azido-uracilo (NRCAS 139442-01-6) ou um seu derivado protegido, por exemplo, a 2', 3'-acetonida (NRCAS 690271-27-3). Ao tratar 4'AU com um derivado activado de ácido carboxílico, tal como ácido clorídrico ou anidrido de ácido, obtêm-se derivados de triacilo. Ao tratar as acetonidas correspondentes obtém-se o derivado de 5'-acilo, que em seguida é desprotegido. A expressão "grupo de protecção", tal como se utiliza aqui, refere-se a um grupo químico que (a) se combina, com eficácia, com um grupo reactivo numa molécula; (b) previne que um grupo reactivo participe numa reacção química indesejável; e (c) possa ser facilmente removido, depois da protecção do grupo reactivo não ser mais necessária. Os grupos de protecção são utilizados na síntese para mascarar temporariamente as características químicas de um grupo funcional porque interfere com outra reacção. Os reagentes e os protocolos para a introdução e a eliminação de grupos de protecção são bem conhecidos e têm sido revistos em numerosos textos (por exmeplo, T. W. Greene e P. G. M. Wuts, Protective Groups in Organic Synthesis, 3a edição, John Wiley & Sons, Nova Iorque, 1999, e Harrison e Harrison et al., Compendium of Synthetic Organic Methods, vols. 1-8 John Wiley and Sons, 1971-1996). Um especialista nas técnicas químicas reconhecerá que os protocolos de cada ocasião devem ser optimizados para uma molécula particular 30 e essa optimizaçao está bem dentro das capacidades de um especialista nestas técnicas.
Os derivados de 2',3'-diacil-4'-AU foram preparados por um processo enzimático. Os derivados de 5'-acil-4'-AU foram preparados por acetilação do 2',3'-acetonido de 4'-AU (exemplo 3) ou por uma acilação selectiva de 4'-AU catalisada por uma enzima.
DOSAGEM E ADMINISTRAÇÃO
Os compostos da presente invenção podem ser formulados numa vasta variedade de formas de dosagem de administração oral e de veiculos. A administração oral pode ser feita sob a forma de comprimidos, comprimidos revestidos, drageias, cápsulas de gelatina dura e mole, soluções, emulsões, xaropes ou suspensões. Os compostos da presente invenção são eficazes quando administrados por outras vias de administração incluindo a administração parentérica tópica continua (gotejamento intravenoso), intramuscular, intravenosa, subcutânea, transdérmica (que pode incluir um agente de melhoria da penetração), bucal, nasal, inalação e administração de supositórios, entre outras vias de administração. A forma de administração preferida é geralmente a administração oral utilizando um regime conveniente de dosagem diária que pode ser ajustado de acordo com o grau de aflição e a resposta do doente ao principio activo.
Um composto ou os compostos da presente invenção, assim como os seus sais, utilizáveis sob o ponto de vista farmacêutico, em conjunto com um ou mais excipientes, veiculos ou diluentes convencionais, podem ser transformados sob a forma de composições farmacêuticas e 31 doses unitárias. As composições farmacêuticas e as doses unitárias podem conter ingredientes convencionais, em proporções convencionais, com ou sem compostos ou princípios activos adicionais e as formas de dosagem unitárias podem conter qualquer quantidade eficaz apropriada do princípio activo comensurável com o pretendido intervalo de dose diária a ser utilizado. As composições farmacêuticas podem ser utilizadas como sólidos, tais como comprimidos ou cápsulas cheias, semi-sólidos, pós, formulações de libertação sustentada ou líquidos tais como soluções, suspensões, emulsões, elixires ou cápsulas cheias para utilização oral; ou sob a forma de supositórios para administração rectal ou vaginal; ou sob a forma de soluções injectáveis esterilizadas para utilização parentérica. Uma preparação típica conterá cerca de 5 % a cerca de 95 % de composto ou dos compostos activos (p/p) . As expressões "preparação" ou "forma farmacêutica" supõem a inclusão tanto de formulações sólidas como líquidas do composto activo e um especialista na matéria reconhecerá que um princípio activo pode existir em diferentes preparações consoante o órgão ou o tecido-alvo e na dose e com os parâmetros farmacocinéticos desejados. 0 termo "excipiente", tal como se utiliza aqui, refere-se a um composto que é útil na preparação de uma composição farmacêutica, de uma forma genérica segura, não tóxica e que não seja biologicamente ou de qualquer outra forma indesejável e inclui excipientes que são aceitáveis para utilização em veterinária, assim como utilização farmacêutica em seres humanos. Os compostos da presente invenção podem ser administrados isoladamente, mas geralmente serão administrados em mistura com um ou mais excipientes, diluentes ou veículos farmacêuticos apropriados, seleccionados tendo em vista a via de 32 administraçao pretendida e a prática farmacêutica normalizada. "Aceitável sob o ponto de vista farmacêutico" significa que é útil na preparação de uma composição farmacêutica que geralmente é segura, não tóxica e que não é biologicamente ou de qualquer outra forma indesejável e inclui as que são aceitáveis para a utilização farmacêutica em seres humanos.
Uma forma de "sal aceitável sob o ponto de vista farmacêutico" de um principio activo pode também conferir inicialmente uma propriedade farmacocinética desejável ao principio activo que está ausente nas formas que não são sais e, ainda, pode afectar positivamente a farmacodinâmica do principio activo, no que respeita à sua actividade terapêutica no corpo. A frase "sal aceitável sob o ponto de vista farmacêutico" de um composto significa um sal que é aceitável sob o ponto de vista farmacêutico e que possui a actividade farmacológica desejada do composto parental. Esses sais incluem: (1) sais de adição de ácidos, formados com ácidos inorgâncios tais como ácido clorídrico, ácido bromidrico, ácido sulfúrico, ácido nitrico, ácido fosfórico e similares; ou formados com ácidos orgânicos tais como ácido acético, ácido propiónico, ácido hexanóico, ácido ciclopentanopropiónico, ácido glicólico, ácido pirúvico, ácido láctico, ácido malónico, ácido succinico, ácido málico, ácido maleico, ácido fumárico, ácido tartárico, ácido cítrico, ácido benzóico, ácido 3-(4-hidroxibenzoil)-benzóico, ácido cinâmico, ácido mandélico, ácido metano-sulfónico, ácido etano-sulfónico, ácido 1,2-etano-di-sulfónico, ácido 2-hidroxietano-sulfónico, ácido benzeno-sulfónico, ácido 4-clorobenzeno-sulfónico, ácido 2-naftaleno-sulfónico, ácido 4-tolueno-sulfónico, ácido canforsulfónico, ácido 4-metilbiciclo[2.2.2]-oct-2-eno-l- 33 ácido 3-fenil- carboxílico, ácido glico-heptónico, propiónico, ácido trimetilacético, ácido butilacético terciário, ácido lauril-sulfúrico, ácido glicónico, ácido glutâmico, ácido hidroxinaftóico, ácido salicilico, ácido esteárico, ácido mucónico e similares; ou (2) sais formados quando um protão ácido, presente no composto parental, é substituído por um ião metálico, por exemplo, um ião de metal alcalino, um ião de um metal alcalino-terroso ou um ião de alumínio; ou coordena-se com uma base orgânica tal como etanolamina, dietanolamina, trietanolamina, trometamina, N-metilglucamina e similares.
As preparações sob a forma sólida incluem pós, comprimidos, pílulas, cápsulas, hóstias, supositórios e grânulos dispersáveis. Um veículo sólido pode ser uma ou mais substâncias que podem também actuar como diluentes, agentes aromatizantes, solubilizantes, lubrificantes, agentes de suspensão, ligantes, conservantes, agentes de deseintegração de comprimidos ou um material de encapsulação. Nos pós, o veículo é, geralmente, um sólido finamente dividido que é misturado com o componente activo finamente dividido. Nos comprimidos, o componente activo geralmente é misturado com um veículo com a capacidade de ligação necessária, nas proporções apropriadas e compactado na forma e na dimensão desejadas. Os veículos apropriados incluem, mas não se limitam a carbonato de magnésio, estearato de magnésio, talco, açúcar, lactose, pectina, dextrina, amido, gelatina, tragacanto, metilcelulose, carboximetilcelulose sódica, uma cera de baixo ponto de fusão, manteiga de cacau e similares. As preparações na forma sólida podem conter, para além do componente activo, corantes, aromatizantes, estabilizantes, tampões, adoçantes artificiais e naturais, dispersantes, espessantes, agentes de solubilização e similares. 34
As formulações líquidas que também são apropriadas para administração oral incluem formulações líquidas que incluem emulsões, xaropes, elixires, soluções aquosas, suspensões aquosas. Incluem preparações na forma sólida que se pretendem converter em preparações na forma líquida pouco tempo antes da sua utilização. As emulsões podem ser preparadas em soluções, por exemplo, soluções aquosas de propileno-glicol ou podem conter agentes emulsionantes tais como lecitina, mono-oleato de sorbitano ou acácia. As soluções aquosas podem ser preparadas por dissolução do componente activo em água e adicionando corantes, aromatizantes, agentes de estabilização e agentes espessantes apropriados. As suspensões aquosas podem ser preparadas por dispersão do componente activo, finamente dividido, em áqua com material viscoso, tal como gomas naturais ou sintéticas, resinas, metilcelulose, carboximetilcelulose sódica e outros agentes de suspensão bem conhecidos.
Os compostos da presente invenção podem ser formulados para administração parentérica (por exemplo, por injecção, por exemplo, injecção em bólus ou infusão continua) e podem apresentar-se sob a forma de uma dose unitária em ampolas, seringas pré-cheias, infusão de pequenos volumes ou em embalagens com várias doses, com um conservante adicionado. As composições podem tomar as formas de suspensões, soluções ou emulsões, em veículos oleosos ou aquosos, por exemplo, soluções aquosas em polietileno-glicol. Exemplos de veículos, diluentes, dissolventes ou veículos oleosos ou não aquosos incluem propileno-glicol, polietileno-glicol, óleos vegetais (por exemplo, azeite) e ésteres orgânicos injectáveis (por exemplo, oleato de etilo) e podem conter agentes de formulação tal como agentes de conservação, de molhagem, emulsionantes ou de suspensão e/ou dispersantes. 35
Alternativamente, o princípio activo pode estar sob a forma de um pó, obtido por isolamento asséptico do sólido esterilizado ou por liofilização a partir de uma solução para reconstituição antes da sua utilização, com um veículo apropriado, por exemplo, água esterilizada, isenta de pirogénio.
Os compostos da presente invenção podem ser formulados para administração tópica à epiderme, sob a forma de pomadas, cremes ou loções ou sob a forma de um adesivo transdérmico. As pomadas e os cremes podem ser formulados, por exemplo, com uma base aquosa ou oleosa, com a adição de agentes apropriados de espessamento e/ou de gelificação. As loções podem ser formuladas com uma base aquosa ou oleosa e conterão também, em geral, um ou mais agentes emulsionantes, agestes estabilizantes, agentes dispersantes, agentes de suspensões, agentes espessantes ou agentes corantes. As formulações apropriadas para administração tópica na boca incluem pastilhas expectorantes contendo os agentes activos numa base aromatizada, normalmente sacarose e acácia ou tragacanto; pastilhas contendo o princípio activo numa base inerte tal como gelatina e glicerina ou sacarose e acácia; e colutórios que contêm o princípio activo num veículo líquido apropriado.
Os compostos da presente invenção podem ser formulados para administração como supositórios. Primeiro funde-se uma cera de baixo ponto de fusão, tal como uma mistura de glicéridos de ácidos gordos ou manteiga de cacau e dispersa-se o componente activo, homogeneamente, por exemplo, por meio de agitação. Depois verte-se a mistura homogénea fundida em moldes com a dimensão conveniente, deixa-se arrefecer e solidificar. 36
Os compostos da presente invenção podem ser formulados para administração vaginal. Os supositórios vaginais, tampões, cremes, géis, pastas, espumas ou aerossóis contendo, para além do principio activo, veículos que se conhecem da técnica como apropriados. Os compostos da presente invenção podem ser formulado para administração nasal. As soluções ou suspensões são aplicadas directamente na cavidade nasal por meios convencionais, por exemplo, com um conta-gotas, uma pipeta ou um pulverizador. As formulações podem ser providenciadas na forma de uma dose única ou de várias doses. Neste último caso, de um conta-gotas ou de uma pipeta, isto pode conseguir-se por meio da administração ao doente de um volume pré-determinado, apropriado, da solução ou da suspensão. No caso de um aerossol, isto pode conseguir-se por meio de uma bomba pulverizadora, medidora de atomização.
Os compostos da presente invenção podem ser formulados para administração como aerossóis, particularmente no tracto respiratório e incluindo a administração intranasal. 0 composto terá geralmente uma dimensão de uma pequena partícula, por exemplo, da ordem de cinco (5) micra ou menos. Essa dimensão de partícula pode ser obtida por meios conhecidos na técnica, por exemplo, por micronização. 0 princípio activo providencia-se, numa embalagem pressurizada, com um propelente apropriado, tal como clorofluorocarbono (CFC), por exemplo, diclorodifluoro-metano, triclorofluorometano ou diclorotetrafluoroetano ou dióxido de carbono ou outro gás apropriado. 0 aerossol pode também conter, de forma conveniente, um tensioactivo tal como lecitina. A dose de fármaco pode ser controlada por meio de uma válvula medidora. Alternativamente, os princípios activos podem ser providenciados sob a forma de um pó anidro, por exemplo, uma mistura de pós do composto 37 numa base apropriada em pó, tal como lactose, amido, derivados de amido, tal como hidroxipropilmetil-celulose e polivinilpirrolidina (PVP). 0 veiculo em pó irá formar um gel na cavidade nasal. A composição em pó pode apresentar-se numa forma de dosagem unitária, por exemplo, em cápsulas ou cartuchos de, por exemplo, gelatina ou embalagens em "blister" a partir da qual o pó pode ser administrado por meio de um inalador.
Quando desejado, as formulações podem ser preparads com revestimentos entéricos adaptados para administração sustentada ou controlada do principio activo. Por exemplo, os compostos da presente invenção podem ser formulados em dispositivos de libertação de fármacos transdérmicos ou subcutâneos. Estes sistemas de libertação são vantajosos quando é necessária a libertação sustentada do composto e quando a tolerância do doente em relação ao regime de tratamento é crucial. Os compostos em sistemas de libertação transdérmica estão fortemente ligados a um suporte sólido adesivo para a pele. 0 composto de interesse pode também ser combinado com um melhorador de penetração, por exemplo, Azone (l-dodecil-aza-ciclo-heptan-2-ona). Os sistemas de libertação sustentada são inseridos sub-cutaneamente, na camada subdérmica, por cirurgia ou injecção. Os implantes subdérmicos encapsulam o composto numa membrana solúvel aos lípidos, por exemplo, borracha de silicone ou um polímero biodegradável, por exemplo, ácido poliláctico.
As formulações apropriadas, em conjunto com veículos, diluentes e excipientes apropriados, estão descritos em Remington: The Science and Practice of Pharmacy, 1995, editado por E. W. Martin, Mack Publishing Company, 19a edição, Easton, Pensilvânia. Um cientista especialista em 38 formulações pode modificar as formulações dentro dos ensinamentos da presente memória descritiva para providenciar numerosas formulações para uma via particular de administração sem tornar as composições da presente invenção instáveis ou comprometendo a sua actividade terapêutica. A modificação dos compostos da presente invenção, para os tornar mais solúveis em água ou noutro veículo, pode ser facilmente conseguida, por exemplo, por meio de modificações menores (formulação de sal, esterificação, etc.), que estão bem dentro das competências dos especialistas na matéria. Também está bem dentro das competências dos especialistas na matéria modificar a via de administração e o regime de dosagem de um composto particular, de modo a gerir a farmacocinética dos compostos da presente invenção, para ter um efeito benéfico máximo nos doentes. A expressão "quantidade eficaz sob o ponto de vista terapêutico", tal como aqui utilizada, significa uma quantidade necessária para reduzir os sintomas da doença num indivíduo. A dose será ajustada às necessidades individuais em cada caso particular. Essa dosagem pode variar dentro de amplos limites, dependendo de numerosos factores tais como a gravidade da doença a ser tratada, a idade e o estado geral de sáude do doente, outros medicamentos com os quais o doente está a ser tratado, a via e a forma de administração e as preferências e experiência do médico envolvido. Para administração oral, será apropriada uma dose diária entre cerca de 0,01 e cerca de 1000 mg/kg de peso corporal por dia, em monoterapia e/ou em terapia de combinação. Uma dose diária preferida está entre cerca de 0,1 e cerca de 500 mg/kg de peso corporal, 39 mais preferencialmente 0,1 e cerca de 100 mg/kg de peso corporal e, o que é mais preferível, 1,0 e cerca de 10 mg/kg de peso corporal por dia. Assim, para administração a uma pessoa de 70 kg, o intervalo de dosagem seria de cerca de 7 mg a 0,7 g por dia. A dose diária pode ser administrada como uma dose única ou em doses divididas, normalmente entre 1 e 5 doses por dia. Geralmente, o tratamento inicia-se com doses mais pequenas que são inferiores à dose óptima do composto. Depois aumenta-se a dose por meio de pequenos incrementos até se atingir o efeito óptimo para o doente. Um especialista no tratamento das doenças aqui descritas será capaz, sem experimentação que é desnecessária e tendo em conta o seu conhecimento poessoal, experiência e as descrições do presente pedido de patente, acertar a quantidade eficaz sob o ponto de vista terapêutico dos compostos da presente invenção, para uma dada doença e um dado doente.
Nas modalidades da presente invenção, o composto activo ou um seu sal podem ser administrados em combinação com outro agente antiviral tal como ribavirina, um inibidor de polimerase de VHC nucleósido, outro inibidor de polimerase de VHC não nucleósido ou um inibidor de protease de VHC. Quando se administra o composto activo ou um seu derivado ou um seu sal, em combinação com outro agente antiviral, a actividade pode ser aumentada em relação ao composto parental. Quando o tratamento é terapia de combinação, essa aadministração pode ser concorrente ou sequencial em relação ao dos derivados de nucleósido. "Administração concorrente", tal como utilizado aqui, inclui assim a administração dos agentes, ao mesmo tempo ou em tempos diferentes. A administração de dois ou mais agentes, ao mesmo tempo, pode ser conseguida por meio de uma única formulação contendo dois ou mais princípios activos ou por 40 administração praticamente simultânea de duas ou mais formas farmacêuticas com um único agente activo.
Deve entender-se que as referências que se fazem aqui ao tratamento estendem-se à profilaxia assim como ao tratamento de estados clínicos existentes. Além disso, o termo "tratamento" de uma infecção por VHC, tal como se utiliza aqui, também inclui o tratamento ou a profilaxia de uma doença ou um estado clínico associado com ou mediado pela infecção por VHC ou os seus sintomas clínicos. A expressão "quantidade eficaz, sob o ponto de vista terapêutico", tal como aqui utilizada, significa uma quantidade necessária para reduzir os sintomas da doença num indivíduo. A dose será ajustada às necessidades individuais em cada caso particular. Essa dosagem pode variar dentro de amplos limites, dependendo de numerosos factores tais como a gravidade da doença a ser tratada, a idade e o estado geral de sáude do doente, outros medicamentos com os quais o doente está a ser tratado, a via e a forma de administração e as preferências e experiência do médico envolvido. Para administração oral será apropriada uma dose diária entre cerca de 0,01 e cerca de 1000 mg/kg de peso corporal por dia, em monoterapia e/ou em terapia de combinação. Uma dose diária preferida está entre cerca de 0,1 e cerca de 500 mg/kg de peso corporal, mais preferencialmente 0,1 e cerca de 100 mg/kg de peso corporal e, o que é mais preferível, 1,0 e cerca de 10 mg/kg de peso corporal por dia. Assim, para administração a uma pessoa de 70 kg, o intervalo de dosagem seria de cerca de 7 mg a 0,7 g por dia. A dose diária pode ser administrada como uma dose única ou em doses divididas, normalmente entre 1 e 5 doses por dia. Geralmente, o tratamento inicia-se com doses mais pequenas que são 41 inferiores à dose óptima do composto. Depois aumenta-se a dose por meio de pequenos incrementos até se atingir o efeito óptimo para o doente. Um especialista no tratamento das doenças aqui descritas será capaz, sem experimentação que é desnecessária e tendo em conta o seu conhecimento pessoal, a sua experiência e as descrições do presente pedido de patente, acertar a quantidade eficaz, sob o ponto de vista terapêutico, dos compostos da presente invenção, para uma dada doença e um dado doente.
Uma quantidade eficaz sob o ponto de vista terapêutico de um composto da presente invenção e, eventualmente, um ou mais agentes antivirais adicionais, é uma quantidade eficaz para reduzir a carga virai ou para atingir uma resposta virai sustentada à terapêutica. Indicadores úteis para uma resposta sustentada, para além da carga virai, incluem, mas não se limitam a fibrose do figado, elevação dos niveis de transaminases no soro e actividade necroinflamatória no figado. Um exemplo comum, que pretende apenas ser exemplificativo e não limitativo de um marcador é uma alanina-transaminase (ALT) no soro que se mede por ensaios clínicos normalizados. Nalgumas modalidades da presente invenção, um regime de tratamento eficaz é aquele que reduz os níveis de ALT para valores inferiores a cerca de 45 Ul/ml no soro. A modificação dos compostos da presente invenção, para os tornar mais solúveis em água ou noutro veículo, pode ser facilmente conseguida, por exemplo, por meio de modificações menores (formulação de sal, esterificação, etc.), que estão bem dentro das competências dos especialistas na matéria. Também está bem dentro das competências dos especialistas na matéria modificar a via de administração e o regime de dosagem de um composto 42 particular, de modo a gerir a farmacocinética dos compostos da presente invenção, para obter o efeito benéfico máximo nos doentes.
Os exemplos que se se sguem ilustram a preparação e a avaliação biológica dos compostos, dentro do âmbito da presente invenção. Estes exemplos e preparações são dados para permitir que os especialistas na matéria compreendam de forma clara e pratiquem a presente invenção. Não devem ser considerados como limitativos do âmbito da presente invenção, sendo meramente ilustrativos e representativos da mesma.
Exemplo 1
Processo A: Preparação de derivados do nucléosido de 2',3',5'-triacilo Éster 3,4-diacetoxi-5-(4-amino-2-oxo-2H-pirimidin-l-il)-tetra-hidro-furan-2-ilmetílico do ácido acético (22)
A uma solução agitada contendo 4'-azidouridina, (0,330 g, 1,15 mmole) , piridina (2 mL) e anidrido acético (2 mL) adicionou-se DMAP (0,010 g, 0,08 mmole). Passadas 12 h, a mistura reacional evapora-se até à secagem, a pressão reduzida. Dissolveu-se o residuo em diclorometano e lavou-se com uma solução aquosa saturada de hidrogeno- 43 carbonato de sódio, secou-se sobre sulfato de magnésio e evaporou-se, até à secagem, para se obter 0,42 g (88 %) de 2',3',5'-tri-acetoxi-4'-azidouridina (22: R= CH3, 1-4).
Pode-se preparar, analogamente, éster etílico do ácido (2R,3S,4R,5R)-2-azido-5-(2,4-dioxo-3,4-di-hidro-2H-pirimidin-l-il)-4-etoxicarboniloxi-2-etoxicarboniloximetil-tetra-hidro-furan-3-il-carbónico (22 R = OEt) excepto no facto de o anidrido acético ser substituído por cloro-formiato de etilo.
Exemplo 2
Processo B: Preparação de derivados do nucleósido de 5'-acilo Éster (2R, 3S, 4R, 5R) -2-azido-5- (2,4-dioxo-3,4-di-hidro-2fí-pirimidin-l-il)-3,4-di-hidroxi-tetra-hidro-furan-2-ilmetílico do ácido propiónico (1-6)
Carregou-se um frasco de fundo redondo, de 250 ml, equipado com uma barra magnética, com 20 (5, 94 g) , propionato de vinilo (15 mL) e THF (150 mL) . Adicionou-se lipase B de Candida antarctica (0,74 g, Sigma-Aldrich, recombinante de Aspergillus orizae, 5 865 U/g) imobilizada em Immobead 150 e aqueceu-se a mistura reaccional, a 60 °C, em atmosfera de árgon. Passados 2 dias, adicionou-se mais propionato de vinilo (6 ml) e enzima (1,11 g) , em conjunto com 10 g de peneiros de 3 Â. Passado mais um dia, filtrou-se a mistura reaccional para eliminar a enzima imobilizada e concentrou-se in vacuo. Purificou-se o produto impuro por cromatografia em S1O2 eluindo-se com um gradiente de EtOAc/hexano (50 % a 100 % de EtOAc). Obteve-se uma espuma branca (4 g) depois da eliminação do dissolvente e secou-se 44 em vácuo forte. Fez-se uma suspensão deste material (3,25 g) em hexanos/IPA a 3/1 e agitou-se, 3 h, à TA. Recolheu-se o material cristalino resultante por filtração e secou-se num forno de vácuo, a 75 °C, para se obter 3,18 g of 1-6: p.f. 148-150 °C.
Um especialista na matéria reconhecerá que outro procedimento geral para preparar derivados de 5'-acilo compreende a acilação de 4'-C-azido-2',3'-O-(1-metil-etilideno)-uridina (NRCAS 690271-27-3) com cloretos de ácido e anidridos de ácido e subsequente eliminação do grupo de protecção de isopropilideno, em condições ligeiramente ácidas, tal como HC1 em álcoois aquosos. (J.A. Martin et al., WO2004/046159 publicada em 3 de Junho de 2004, que é aqui incorporada como referência na sua totalidade).
Exemplo 3 Éster (2R, 3S, 4R, 5R) -2-azido-5- (2, 4-dioxo-3,4-di-hidro-2fí-pirimidin-l-il)-3,4-di-hidroxi-tetra-hidro-furan-2-il-metilico do ácido propiónico (1-6) - Procedimento alternativo
24 26
Carregou-se um frasco de três tubuladores, de fundo redondo, equipado com um borbulhador, um agitador, um termómetro e um banho de arrefecimento com gelo, com 24 45 (10 g, 30,7 mmole, Eq: 1,00, NRCAS 139442-01-6), DMAP (376 mg, 3,07 mmole, Eq: 0,1), DIPEA (7,95 g, 10,7 mL, 61,5 mmole, Eq: 2,0), acetonitrilo (47,2 g, 60,0 mL, Eq: -) . Agitou-se a pasta 0,5 h. Adicionou-se cloreto de propionilo (3,05 g, 2,86 mL, 32,3 mmole, Eq: 1,05), a 0-10 °C, durante 10 min. A mistura reaccional tornou-se homogénea e aqueceu-se para a TA. Repartiu-se a mistura reaccional entre H20 (30 mL) e EtOAc (50 mL) e lavou-se a fase orgânica com HC1 2N (2 x 30 mL), NaHC03 (20 mL) saturado, aquoso, salmoura (10 mL) , secou-se, filtrouu-se e concentrou-se in vacuo para se obter 15,2 g de um óleo. Dissolveu-se o produto (5,37 g) assim obtido numa solução de IPA (25 mL), HC1 aq. 6N (12 mL) e cloridrato de hidroxilamina (0,8g) . Agitou-se a mistura reaccional à TA. Agitou-se a mistura reaccional durante 5 h, repartiu-se entre H20 (30 mL) , DCM (50 mL) .
Lavou-se a camada orgânica, sequencialmente, com NaHCCd aq. saturado (30 mL) , água (10 mL) , secou-se, filtrou-se e concentrou-se in vacuo. Triturou-se o resíduo com heptano (30 mL) para se obter l,2 7g de 1-6 sob a forma de uma espuma.
Exemplo 4
Processo C: Preparação de derivados do nucléosido de 2',3',5'-triacilo Éster (2R, 3R, 4S, 5R) -5-azido-5- (2, 4-dioxo-3,4-di-hidro-2íí-pirimidin-l-il)-5-di-hidroximetil-4-propioniloxi-tetra-hidro-furan-2-ίlico do ácido propiónico (1-1)
Prepara-se propionato metílico de (2R,3S,4R,5R)-2-azido-5-(2,4-dioxo-3,4-di-hidro-2H-pirimidin-l-il)-3,4-bis-propioniloxi-tetra-hidro-furan-2-ilo (28), tal como descrito no exemplo 1, excepto no facto de se ter 46 substituído anidrido acético por cloreto de propionilo ou anidrido propiónico. A uma solução de 28 (4,42 g) dissolvida em MTBE quente (aproximadamente 40 °C) (20 mL) adicionou-se tampão de fosfato (27 mL, pH =6,5) e salmoura (0,5 mL). Adicionou-se a solução da enzima lipolase (5 ml) e agitou-se a mistura reaccional, a 30-35 °C, durante aproximadamente 3 h.
Verificou-se que a taxa de hidrólise era bastante lenta. Adicionou-se mais solução de enzima (6 ml) e agitou-se a mistura reaccional, a 30-35 °C, durante 3 dias, para se atingir 95 % de conversão. Extraiu-se a mistura reaccional com EtOAc (30 ml) . Uma emulsão formada durante a extracção foi resolvida por adição de metanol (aproximadamente 10 mL) . Lavou-se o extracto orgânico com salmoura e água e depois evaporou-se até à secagem para se obter 5,7 g de óleo (rendimento de 89 % impuro, aproximadamente 94 % de dipropionato por área de CLAR normalizada) . Secou-se ainda o óleo viscoso num forno de vácuo, a cerca de 50 °C, para se obter uma espuma. O produto impuro foi ainda purificado por cromatografia em SÍO2 eluindo-se com um gradiente de MeOH/DCM para se obter I—1, sob a forma de um sólido ceroso que cristalizou após repouso.
Exemplo 5 Éster (2R,3S,4R,SR)-2-azido-5-(2,4-dioxo-3,4-di-hidro-2H-pirimidin-l-il)-3,4-di-hidroxi-tetra-hidro-furan-2-il-metílico do ácido (R)-2-amino-3-metil-butírico etapa 1 - A uma solução agitada contendo 24 (1, 00 g, 3,07 mmole), Boc-(L)-valina (6,14 mmole) e EDCI (6,14 mmole) em DMF (20 mL) adicionou-se DMAP (3,07 mmole) de DMAP. Agita-se a solução resultante, em atmosfera de 47 azoto e à TA. Passadas 12 h, a mistura reaccional evapora-se até à secagem, a pressão reduzida. Purifica-se o produto impuro por cromatografia em Si02 eluindo-se com um gradiente de EtOAc/hexano para se obter 24 (R= CH(NHBoc)CHMe2) . etapa 2 - os grupos de protecção de Boc e acetonido podem ser removidos numa solução de TFA e DCM ou HC1 e dioxano ou metanol.
Exemplo 6
Farmacocinética do plasma
Utilizaram-se procedimentos farmacocinéticos para determinar os níveis de 4-amino-l-((2R,3R,4S,5R)-5-azido-3,4-di-hidroxi-5-hidroximetil-tetra-hidro-furan-2-il)-1H-pirimidin-2-ona (II) no plasma, após a administração de uma única dose oral de 5 mg/kg dose de um pró-fármaco de II. A formulação é uma solução/suspensão contendo 0,0176 mmole de pró-fármaco em 5 mL de um veículo apropriado.
Três macacos machos Cinomolgus (6-9 kg), gue não estavam em jejum, foram dotados com um catéter na safena ou na braquial para facilitar a recolha de sangue. Permitiu-se o livre acesso a alimentos e a água, durante todo o tempo do estudo. No dia do estudo colheu-se, de cada macaco, uma amostra de sangue pré-dose (2-3 ml). Deu-se aos macacos uma dose de 1 ml/kg da solução da dose por meio de uma sonda oral. Em cada um dos tempos que se seguiram (0,25, 0,5, 1, 3, 5, 7, 10, 24, 32 e 48 horas), após a dosagem, recolhem- se aproximadamente 0,5 ml de sangue para tubos revestidos com heparina e lítio. Centrifugou-se o sangue para se obter plasma que foi congelado até à análise. 48 A concentração de Ia (R1-R4 = H) em cada amostra de plasma foi determinada por meio de um ensaio de CL-EM. Prepararam-se as curvas-padrão em plasma branco de macaco. A ASC representa a área sob um gráfico da concentração vs tempo total, que descreve a concentração do fármaco em circulação sistémica em função do tempo (L. Z. Benet, D. L. Kroetz e L. B. Sheiner Pharmacokinetics em Goodman & Gilman's The Pharmacological Basis of Therapeutics, J.G. Hardman & L.E. Limbird Eds., 9a edição, McGraw Hill, Nova Iorque, p 17-23) . Cmax é a concentração do pico que é observado.
No. do comp. Dose2 mg/kg 4 ' -AU Cmax (pg/mL) ASC (h*pg/mL) 4'-AU1 10 3,1 43 1-1 * 9,2 101 H 1 ω * 5, 0 75 4 ' -AU 300 22,0 328 1-1 * 85, 7 1420 1-3 * 55, 5 1020 1. 4-azidouridina
* Dose de 1-1 e 1-3 é um equivalente molar da dose de 4'AU
Exemplo 7
Actividade da polimerase do ARN do VHC, NS5B
Os monofosfatos de nucleósido podem ser preparados de acordo com o procedimento geral descrito por M. Yoshikawa et al., Tetra-hedron Lett. 1967, 50: 5065-5068. Os processos para a preparação dos trifosfatos de nucleósido também têm vindo a ser revistos. (K. Burgess e Dan Cook, Chem. Rev., 2000, 100: 2047). 49
Mediu-se a actividade enzimática da polimerase de VHC (NS5B570n-Conl) como a incorporação de monofosfatos de nucleótidos radiomarcados em produtos de ARN insolúveis em ácido. Eliminou-se o substrato marcado com rádio não incorporado, por filtração e adicionou-se cintilante à placa do filtro lavada e seca contendo o produto de ARN marcado com rádio. A quantidade de produto de ARN gerado por meio de NS5B570n-Conl, no fim da reacção, foi directamente proporcional à quantidade de luz emitida pelo produto cintilante. A polimerase de VHC utilizada no ensaio da actividade enzimática é uma polimerase de VHC de comprimento completo da eliminação de 21 aminoácidos do terminal C, derivada da estirpe Con 1 de VHC, do genótipo lb (número de acesso no GenBank AJ242654) (NS5B570n-Conl). Subclonou-se NS5B570n-Conl a jusante do promotor T7 da estrutura de expressão do plasmido pET17b e transformou-se na estirpe BL21(DE3) pLisS de E. coli, para a expressão da proteína. Utilizou-se uma única colónica para iniciar um inoculo numa cultura de 10 L em meio LB complementado com 100 yg/mL de ampicilina, a 37° C. Induziu-se a expressão da proteína por adição de isopropil^-D-tiogalactopiranósido (IPTG) 0,25 mM, quando a densidade óptica da cultura, a 600 nM, era de 0,8. A indução da expressão da proteína foi feita a 30 °C, durante 16 h, depois do que se colheram as células por centrifugação. Purificou-se NS5B570n-Conl até ficar homogénea, utilizando um protocolo de purificação em três colunas, incluindo a subsequente cromatografia em coluna em Ni-NTA, SP-Sepharose HP e resinas Superdex 75.
As reacções enzimáticas, na presença de uma matriz de ARN de cIRES (ver secção 0004), continha ARN de CIRES 20 nM, a enzima NS5B5 70n-Conl 20 nM, 0,5 yCi de UTP 50 tritiado (Perkin Elmer, n° de catálogo TRK-412; actividade específica: 30 a 60 Ci/mmole;), 1 μΜ de cada ATP, CTP e GTP, Tris-HCl 40 mM, a pH 8,0, NaCl 40 mM, DTT (ditiotreitol) 4 mM, MgCl2 4 mM, 5 μΐ do composto diluído em série em DMSO e água isenta de nuclease até a um volume final da mistura reaccional de 50 μΐ. As reacções enzimáticas, na presença de uma matriz de ARN de poli A (ver secção 0004), continha poli A:oligo (rU) 20 nM pré-misturados (ver secção 0004), a enzima NS5B570n-Conl 20 nM, 1 μϋί de UTP tritiado (Perkin Elmer, n° de catálogo TRK-412; actividade específica: 30 a 60 Ci/mmole;), Tris-HCl 40 mM, a pH 8,0, NaCl 40 mM, DTT (ditiotreitol) 4 mM, MgCl2 4 mM, 5 μΐ do composto diluído em série em DMSO e água isenta de nuclease até a um volume final da mistura reaccional de 50 μΐ. Juntaram-se as misturas reaccionais em placas de filtros de 96 poços (cat # MADVN0B, Millipore Co. ) e fez-se a sua incubação, durante 2 h, a 30° C. Pararam-se as reacções por adição de ácido tricloroacético com uma concentração final de 10 % (v/v) e fez-se a sua incubação durante 40 min, a 4o C. Filtraram-se as misturas reaccionais, lavaram-se com 8 volumes equivalentes à mistura reaccional de ácido tricloroacético a 10 % (v/v), 4 volumes equivalentes à mistura reaccional de etanol a 70 % (v/v) , secou-se ao ar e adicionou-se, a cada poço de reacção, 25 μΐ do produto de cintilação (Microscint 20, Perkin-Elmer).
Utilizaram-se as duas matrizes de ARN para analisar os compostos aqui descritos. A matriz do ARN de cIRES tinha um comprimento de 377 nucleótidos e consistia numa sequência complementar parcial (36 nucleótidos) da proteína nuclear, seguida de 341 nucleótidos da sequência complementar do sítio de entrada do ribossoma interno. A matriz do ARN de poli A (GE Amersham número de catálogo 27-4110) era um ARN 51 homopolimérico pré-hibridado com um iniciador de oligo(rU)16 numa proporção molar de 3 para 1 (iniciador-matriz) . A quantidade de luz emitida pelo produto cintilante foi convertida em contagens por minuto (CPM) num leitor de placas Topcount® (Perkin-Elmer, intervalo de energia: baixo, modo de eficiência: normal, tempo de contagem: 1 min, subtracção do valor inicial: nenhuma, redução da interferência de sinal: desligada).
Os dados foram analisados em Excel® (Microsoft®) e ActivitiBase® (idbs®). Utilizou-se a reacção, na ausência da enzima, para determinar a interferência do sinal, que se subtraiu das reacções enzimáticas. Realizaram-se as reacções do controlo positivo na ausência do composto, a partir das quais se fixou valor inicial da actividade corrigido em 100 % de actividade da polimerase. Todos os dados foram expressos como uma percentagem do controlo positivo. A concentração do composto, à qual a taxa de síntese de ARN, catalisada pela enzima, foi reduzida de 50 % (CI5o) foi calculada ajustando a equação (i) (% Max ~ %Min) Y « % Min +- (j)
X 1 +-—
(Cl vS i— 50/ aos dados em que "Y" corresponde à actividade relativa da enzima (em %), "% Min" representa a actividade residual relativa à concentração de saturação do composto, "% Max" representa a actividade enzimática máxima, "X" corresponde à concentração do composto e "S" representa o coeficiente da curva (ou pendente). 52 0 valor experimental de CI50 do trifosfato de 4'-AU é de 0,46 ± 0,088 μΜ que é semelhante ao do trifosfato de 4'-AC que é de 29 ± 0,13 μΜ.
Exemplo 8
Formação de trifosfato de 4AU em hepatócitos humanos, células mononucleares de sangue periférico (CMSP) e células de medula óssea (CMO) A análise da absorção e da fosforilação do nucleósido análogo 4AU em hepatócitos humanos primários foi feita como publicada previamente (Ma, H. et al. J. Biol. Chem. 2007, 282: 29812-29820). Colocaram-se em placas hepatócitos humanos frescos e incubaram-se com 4AU marcado com 3H para diferentes intervalos de tempo. No momento da colheita das células, aspirou-se o meio de cultura de células e lavaram-se as células, uma vez, com soro frio tamponado com fosfato. Rasparam-se as células para 1 mL de metanol, pré-arrefecido, a 60 % (v/v) em metanol contendo EDTA 10 mM e extraiu-se, em metanol, durante 24 h, a -20 °C. Centrifugaram-se então as amostras extraídas a 10 000 x g, durante 15 min, para eliminar os fragmentos de células. Transferiu-se o sobrenadante para novos tubos e evaporou-se com velocidade de vácuo, à temperatura ambiente. Dissolveram-se os péletes secos dos extractos de células em H20. Antes da análise por CLAR, bloquearam-se as amostras de extractos de células com padrões de referência não marcados derivados de 4AU e mono-, di- e trifosfatos de 4AU. A absorção e a fosforilação de 4 AU em células mononucleares de sangue periférico (CMSP) e células de medula óssea (CMO) humanas realizaram-se por incubação de suspensões de células CMSP ou CMO, a 2-4 x 105 células/ml 53 ou 5-6 x 105 células/ml, respectivamente, com 3H-RO1080713 para diferentes períodos de tempo. 0 meio de cultura de células, contendo 3H-R01080713, foi substituído de 24 em 24 horas. Colheram-se amostras em duplicado, equivalentes a 2 x 106 células viáveis em cada um dos tempos, foram colhidas no fim das experiências, foram peletizadas por centrifugação, durante 5 min e lavaram-se, uma vez, com STF fria. Os péletes finais das células foram separados e congelados em gelo seco e armazenados a -80 °C, até à sua extracção. A extracção dos péletes de células foi feita tal qual como para os hepatócitos primários.
Separaram-se os derivados de fosforilação de 4AU por CLAR de permuta iónica com uma coluna Whatman Partisil 10 SAX (4,6 x 250 mm) acoplada a um detector radiométrico (β-RAM, IN/US Sistems, Inc.). O gradiente da fase móvel alterou-se linearmente, a partir de 99 % de tampão A (H2O) e 1 % de tampão B (KH2PO4 0,5 M + KC1 0,8 M) até 100 % de tampão B, entre 4 e 16 minutos. O tampão B a 100 % passou de 16 minutos a 26 minutos e mudou novamente para 100 % de A em 1 minuto. O tampão A passou durante 32 minutos. A velocidade de fluxo, ao longo dos 32 minutos de passagem, foi aconstante a 1 ml/min. Utilizou-se uma proporção de 5:1 entre Ultima-Flo™ AP (PerkinElmer) e o eluente da coluna.
Identificaram-se os derivados de R01080713 nas amostras por comparação dos tempos de retenção dos metabólitos radioactivos, no radiocromatograma, com os tempos de retenção dos padrões de referência não radioactivos bloqueados nas amostras. A figura 3 ilustra graficamente a fosforilação eficaz de 4'-AU que é aproximadamente 10 vezes superior à de 4'-AC. 54
Exemplo 9
As composições farmacêuticas dos compostos em apreço, para administração por várias vias, foram preparadas tal como descrito neste exemplo.
Composição para administração oral (A)
Ingrediente % p/p Principio activo 20,0% Lactose 79,5 % Estearato de magnésio 0,5 %
Misturam-se os ingredientes e distribuem-se por cápsulas contendo cerca de 100 mg cada; uma cápsula corresponderia, aproximadamente, a uma dose diária total.
Composição para administração oral (B)
Ingrediente % p/p
Principio activo 20,0%
Estearato de magnésio 0,5%
Croscarmelose sódica 2,0%
Lactose 76,5% PVP (polivinilpirrolidina)1,0%
Combinam-se os ingredientes e faz-se a sua granulação utilizando um dissolvente, tal como metanol. Seca-se então a formulação e transforma-se em comprimidos (contendo cerca de 20 mg de composto activo) com uma máquina apropriada de fazer comprimidos.
Composição para administração oral (C) p/p
Ingrediente 55
Composto activo 1, 0 g Ácido fumárico 0,5 g Cloreto de sódio 2, 0 g Metil-parabeno 0,15 g Propil-parabeno 0,05 g Açúcar granulado 25,5 g Sorbitol (solução a 70 %) 12,85 g Veegum K (Vanderbilt Co.) 1,0 g Aromatização 0, 035 ml Corantes 0,5 mg Água destilada q.s. para
Misturam-se os ingredientes para formar uma suspensão para administração oral.
Formulação parentérica (D)
Ingrediente % p/p
Princípio activo 0,25 g
Cloreto de sódio qs para a tornar isotónica Água para soluções injectáveis até 100 ml
Dissolve-se o princípio activo numa porção de água para injecção. Adiciona-se então uma quantidade suficiente de cloreto de sódio, com agitação, para tornar a solução isotónica. Leva-se a solução ao peso desejado com a água para injecção remanescente, filtrada através de um filtro de membrana de 0,2 mícron e embala-se em condições esterilizadas.
As características descritas na descrição anterior ou nas reivindicações que se seguem, expressam, nas suas formas ou termos específicos, um meio para a realização da função descrita ou um método ou um processo para atingir o resultado descrito, conforme apropriado, e podem, 56 separadamente ou em qualquer combinação dessas características, ser utilizadas para a realização da presente invenção nas suas diferentes formas. A invenção anterior tem sido descrita com alqum detalhe, a titulo ilustrativo e exemplificativo, para fins de clareza e compreensão. Será óbvio para um especialista na matéria que se podem praticar alterações e modificações dentro do âmbito das reivindicações em anexo. Por isso, deve entender-se que a descrição anterior foi feita para ser ilustrativa e não restritiva. Por isso, o âmbito da presente invenção deve ser determinado não com referência à descrição anterior, mas, em vez disso, deve ser determinado com referência às reivindicações em anexo que se seguem, em conjunto com o âmbito de todos os equivalentes a que essas reivindicações se referem.
Lisboa, 20 de Novembro de 2013. 57

Claims (14)

  1. REIVINDICAÇÕES 1. Composto, de acordo com a fórmula I
    caracterizado pelo facto de: R1 e R1 representarem (i) independentemente, em cada ocorrência, um grupo seleccionado no grupo que consiste em hidrogénio, (alquil Ci-6) -carbonilo, (alcoxi Ci-6) -carbonilo e amino-(alquil Ci-ε)- carbonilo ou (ii) considerados em conjunto ambos R1 e R1, em conjunto, representam C(=0); R2 representar hidrogénio, (alquil Ci-6) -carbonilo, (alcoxi Ci-6) -carbonilo ou amino-(alquil Ci-6>- carbonilo ou um seu sal aceitável sob o ponto de vista farmacêutico, com a condição de que pelo menos um de R1, R1 e R2 é diferentes de hidrogénio e desde que o composto, de acordo com a fórmula I, não seja éster (2R,3R,4S,5R)-4-acetoxi-5- acetoximetil-5-azido-2- (2,4-dioxo-3,4-di-hidro-2fí-pirimidin-l-il)-tetra-hidro-furan-3-ίlico do ácido acético. 1 1 Composto, de acordo com a reivindicação 1, 2 caracterizado pelo facto de R1, R1 e R2 representarem (alquil Ci—β) —carbonilo ·
  2. 3. Composto, de acordo com a reivindicação 1, caracterizado pelo facto de R1 e R2 representarem (alquil Ci-6) -carbonilo e R3 representar hidrogénio.
  3. 4. Composto, de acordo com a reivindicação 1, caracterizado pelo facto de R1 e R2 representarem hidrogénio e R3 representar (alquil Ci_6)-carbonilo ou amino-(alquil Ci-6) -carbonilo.
  4. 5. Composto, de acordo com a reivindicação 1, caracterizado pelo facto de se seleccionar no grupo que consiste em: éster (2R,3R,4S,5R)-5-azido-2-(2,4-dioxo-3,4-di- hidro-2H-pirimidin-l-il)-5-hidroximetil-4-propioniloxi-tetra-hidro-furan-3-ilico do ácido propiónico; éster (2R,3R,45,5R)-5-azido-2-(2,4-dioxo-3,4-di-hidro-2H-pirimidin-l-il)-4-isobutiriloxi-5-iso-butiriloximetil-tetra-hidro-furan-3-ίlico do ácido isobutirico; éster (2R,3S,4R,5R)-2-azido-5-(2,4-dioxo-3,4-di-hidro-2fí-pirimidin-l-il)-3,4-bis-propioniloxi-tetra-hidro-furan-2-ilmetilico do ácido propiónico; éster (2R,3S,4R,5R)-2-azido-5-(2,4-dioxo-3,4-di-hidro-2fí-pirimidin-l-il) -3,4-bis-pentanoiloxi-tetra-hidro-furan-2-ilmetilico do ácido pentanóico; e éster (2R,3S,4R,5R)-2-azido-5-(2,4-dioxo-3,4-di-hidro-2H-piriinidin-l-il)-3,4-di-hidroxi-tetra-hidro-furan-2-ilmetilico do ácido propiónico.
  5. 6. Composto, de acordo com a reivindicação 1, caracterizado pelo facto de se utilizar no tratamento de uma infecção por virus da hepatite C. 2
  6. 7. Composto, de acordo com a a reivindicação 6, caracterizado pelo facto de R1, R2 e R3 representarem (alquil Ci_6) -carbonilo .
  7. 8. Composto, de acordo com a reivindicação 6, caracterizado pelo facto de R1 e R2 representarem (alquil Ci-ε)-carbonilo e R3 representar hidrogénio.
  8. 9. Composto, de acordo com a reivindicação 6, caracterizado pelo facto de R1 e R2 representarem hidrogénio e R3 representar (alquil Ci_6) -carbonilo ou amino-(alquil Cι-g) -carbonilo .
  9. 10. Composto, de acordo com a reivindicação 7, caracterizado pelo facto de o tratamento compreender também a administração de pelo menos um regulador do sistema imunitário e/ou pelo menos um agente antiviral que inibe a replicação de VHC.
  10. 11. Composto, de acordo com a reivindicação 7, caracterizado pelo facto de o regulador do sistema imunitário ser seleccionado no grupo que consiste em um intereferão, interleucina, factor de necrose do tumor e factor de estimulação de colónias.
  11. 12. Composto, de acordo com a reivindicação 11, caracterizado pelo facto de o regulador do sistema imunitário ser um interferão ou um interferão derivado quimicamente.
  12. 13. Composto, de acordo com a reivindicação 10, caracterizado pelo facto de compreender a administração de pelo menos um outro agente antiviral. 3
  13. 14. Composto, de acordo com a reivindicação 13, caracterizado pelo facto de o composto antiviral ser seleccionado no grupo que consiste num inibidor de protease de VHC, outro inibidor de polimerase do VHC nucleósido, um inibidor de polimerase do VHC não nucleósido, um inibidor de helicase de VHC, um inibidor de primase de VHC e um inibidor de fusão de VHC.
  14. 15. Composição farmacêutica, caracterizada pelo facto de conter uma quantidade eficaz, sob o ponto de vista terapêutico, de um composto de acordo com a reivindicação 1, misturada com pelo menos um veiculo, diluente ou excipiente, aceitável sob o ponto de vista farmacêutico. Lisboa, 20 de Novembro de 2013. 4
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