PT2467100E - Misturador de cola para ossos - Google Patents

Description

DESCRIÇÃO "MISTURADOR. DE COLA PARA OSSOS” A invenção refere-se a um misturador de cola para ossos.

Em cirurgia usa-se frequentemente cola para ossos na reconstrução de ossos.

Normalmente é preparada por meio de dois componentes, um líquido (monómero) e um pó (polímero), mantidos separados um do outro até serem misturados, altura em que ficam ligados. A mistura é efectuada quando o trabalhador verte o componente líquido para dentro do recipiente com o pó para formar uma mistura do tipo cola. E preferível misturar os dois componentes em recipientes fechados, de maneira a evitar a difusão de vapores. Estes recipientes são usualmente equipados com um membro de mistura, usualmente um pistão ou uma espátula que pode ser accionada manualmente. A cola é então transferida e injectada sobre o osso através de uma seringa. 0 documento JP 10314181 divulga um dispositivo de mistura onde a mistura da cola para ossos é obtida pela oscilação manual ou maquinal de todo o dispositivo.

Os documentos SU 1047700 e SU 916332 divulgam dispositivos para a activação de cola usando vibradores. O documento EP 1466572 divulga uma embalagem, dispositivo de mistura e injecção de cola para ossos onde uma bola de mistura é inserida na câmara de mistura. O pedido US 5088830Ά explica um misturador que inclui uma porção de recipiente e uma tampa, ligadas uma à outra, que delimitam um espaço interno. Além disso o misturador é fixo entre duas garras de um dispositivo vibratório de mistura.

Os cirurgiões têm tendência a procurar uma cola cada vez mais densa por ser mais facilmente aplicada enquanto tem menor tendência a verter para dentro do corpo. Contudo, uma maior densidade exige mais força ao misturar e, portanto, existe o problema paralelo de misturar convenientemente os dois componentes da cola sem esforço excessivo. O objecto da invenção é tornar a atrás referida mistura de cola em dispositivos medicinais mais fácil de obter através de "batidas ou vibração" aplicadas às paredes do misturador.

Um objecto desse tipo é obtido com um misturador de acordo com a reivindicação 1. 0 meio de o gerar e transmitir pode ser efectuado de muitas maneiras.

Pode ser usado um gerador de vibração por energia eléctrica, como por exemplo, um excêntrico montado num motor eléctrico em contacto com uma parede da câmara de mistura. A potência pode ser fornecida, por exemplo, por meio de pilhas integradas no misturador. De outro modo, podia explorar-se o movimento de agitação que é conferido ao misturador pelo trabalhador durante a mistura. Neste caso, é vantajoso fabricar o meio de gerar e transmitir vibrações com uma massa livre que oscile (batedor) e bata contra um lado exterior de pelo menos uma parede da câmara de mistura. Ά. massa livre pode ser uma esfera ou, em geral, um corpo ligado de maneira fixa ao misturador, por exemplo, por meio de um cabo. Ou a massa pode ser contida dentro de uma câmara fechada que partilha uma parede com a câmara de mistura, melhorando assim a sua integração com o misturador e tornando-o miais compacto.

Para aumentar a eficácia da massa de bater, a parede partilhada entre a referida câmara fechada e a referida câmara de mistura é equipada com porções mais finas para favorecer um movimento de cima para baixo e vice-versa da própria parede partilhada. A rigidez da parede partilhada é portanto reduzida aumentando a sua capacidade de dobragem e movendo ainda mais a cola em formação . A invenção também soluciona o problema de juntar o misturador ao dispositivo usado para injectar a cola no osso, usualmente uma seringa ou um bico de onde sai a mistura por meio de pressão. 0 misturador deve ter uma estrutura capaz de evitar a contaminação da cola pelo ambiente e fazer com que a aplicação e as operações de uso na sala de operações s e j am ma i s fá ceis.

Para. este efeito, a invenção fornece o misturador com um bico Luer através do qual a cola pode sair, sendo o bico Luer facilmente acoplado a uma seringa e/ou a tubos de doseamento. Preferivelmente, o misturador compreende uma tampa Luer para um bico Luer.

Outras características e vantagens da invenção tornar-se-ão ma is claras a partir da descrição que é dada como um exemplo de misturador, em conjunto com o desenho em anexo, no qual: A figura 1 mostra uma vista lateral de um misturador de acordo com a invenção; A figura 2 mostra uma vista em corte do misturador da fig. 1 de acordo com o plano A-A da fig. 1; A figura 3 mostra uma vista lateral de um componente do misturador da fig. 1; A figura 4 mostra uma vista em corte do componente da fig. 3 de acordo com o plano B-B da fig. 3; A figura 5 mostra uma vista lateral de um segundo misturador de acordo com a invenção; A figura 6 mostra uma vista lateral de um segundo misturador de acordo com a invenção.

Um misturador de acordo com a invenção está indicado com o número de referência 10. O referido misturador compreende uma caixa cilíndrica 12 que se prolonga ao longo de um eixo X e que define uma câmara de mistura 20 dentro da mesma, e outra câmara aberta 40 adjacente à primeira e com a qual partilha uma parede comum 30. A câmara de mistura 20 é aberta para fora e, na extremidade correspondente do misturador 10, na sua superfície lateral exterior, há uma rosca 32 sobre a qual pode ser enroscada uma tampa 14 para fechar a câmara, formando uma das suas paredes. (Ver fig. 2). Uma vez que os componentes a misturar tenham sido depositados na câmara 20, é aplicada a tampa 14 e fechada. A tampa 14 é afunilada e tem um bico Luer 16 no seu ápice, fechado por uma tampa

Luer 18.

Um elemento de fecho 50 pode ser inserido por pressão na câmara 40 (ver fígs. 3 e 4). O elemento de fecho compreende uma base circular 52 e um corpo central cilíndrico oco 56 aberto numa extremidade e fechado no fundo 58. A base 52 tem um rebordo periférico 54 adequado a encaixar por pressão sobre uma aresta em relevo 42 no exterior da caixa 12. Dentro do corpo 56 há uma pequena esfera 22, de tamanho menor, que se mexe livremente dentro do corpo e bate contra as suas paredes. A câmara 4 0 tem uma forma oblonga e uma profundidade quase igual à altura do corpo 56, de maneira que a segunda possa ser inserida na primeira (fig. 3) . Deve ver-se que a pequena esfera 22 pode substancialmente mover-se com uma boa folga, a partir da e em direcçáo à parede 30, (ao longo do eixo X) mantendo-se no interior do corpo 5 6 . A secção de parede 3 0 não é regular. Tem uma porção central 32 que é mais espessa e uma porção anular 34 que é mais fina. Desta forma, a capacidade da porção 32 oscilar relativamente à caixa 12 é maior.

A operação do misturador 10 é a seguinte. O elemento 50 é aplicado ao misturador 10 e os componentes a misturar são introduzidos na câmara 20, depois de ser fechada com a tampa 14. Então, o misturador 10 deve ser mantido na mão e agitado. Consequentemente, a pequena esfera 22 é colocada em movimento dentro da câmara 40 e bate repetidamente contra a parede 30. A mistura dos componentes é obtida graças à agitação manual e outro efeito de mistura é desenvolvido através das vibrações geradas pelo impacto da esfera 22 contra a parede 30. Muito embora a cola tenha uma densidade elevada, essas vibrações são, inesperadamente, capazes de melhorar a mistura.

Deve também notar-se que a tampa 14 em forma de funil que fecha hermeticamente termina com um bico Luer 16, que permite ligar uma seringa ao mesmo e, assim, aspirar directamente a cola misturada. Significa isto que há uma assépcia óptima da cola. A tampa Luer 18 melhora ainda as características de adaptabilidade e simplicidade de uso do misturador 10. A solução do bico Luer pode, igualmente, ser implementada noutros misturadores com massa para bater. As f igs. 5 e 6 mostram alguns exemplos, sendo o primeiro um misturador em taça 110 que compreende uma caixa cilíndrica 112 e que define uma câmara de mistura dentro da mesma. Uma câmara de mistura desse tipo é aberta para fora e é fechada por uma tampa afunilada 114 que tem um bico Luer 116 no seu ápice e está fechada por uma tampa Luer 118. O segundo misturador 210 compreende uma caixa cilíndrica 212 e define uma câmara de mistura 220 dentro da mesma. Uma câmara de mistura desse tipo é aberta para fora e é fechada por uma tampa afunilada 214 que tem um encaixe Luer 216 no seu ápice e é fechada com uma tampa Luer 218.

Lisboa, 8 de Fevereiro de 2016

Claims (11)

1. REIVINDICAÇÕES 1. Misturador (10) para se obter cola para ossos destinada a aplicações medicinais que compreende uma câmara de mistura (20) onde pode ser efectuada a mistura de pelo menos dois componentes que formam a cola, sendo a câmara (20) definida por paredes do misturador (10), caracterizado por compreender meios para gerar e transmitir vibrações no lado exterior de pelo menos uma parede da câmara de mistura (20), onde os meios para gerar e transmitir vibrações compreendem uma massa (22) livre para oscilar e bater contra um lado exterior de pelo menos uma parede da câmara de mistura (20).
2. 2. Misturador de acordo com a reivindicação 1, onde a referida massa (22) está contida dentro de uma câmara fechada (40) que partilha uma parede comum (30) com a câmara de mistura (20).
3. 3. Misturador de acordo com a reivindicação 2, compreendendo um corpo principal que define a câmara de mistura (20) e um elemento capaz de ser permanentemente acoplado com o corpo principal, sendo que o elemento tem uma cavidade, onde a referida massa (22) se pode mover, que tem uma abertura, a partir da qual pode sair a referida massa, o qual, uma vez acoplado, fica virado para a parede comum (30).
4. 4 , Misturador de acordo cora a reivindicação 2 ou 3, onde a parede comum (30) entre a referida câmara fechada (40) e a referida câmara de mistura (20) tem porções mais finas (34) para favorecer um movimento de cima para baixo e vice-versa da própria parede comum (30).
5. 5. Misturador de acordo com qualquer uma das reivindicações anteriores,, compreendendo um bico Luer (16) através do qual a cola pode sair.
6. 6. Misturador de acordo com a reivindicação 5, compreendendo uma tampa Luer (18) para o bico Luer (16).
7. 7. Misturador de acordo com qualquer uma das reivindicações anteriores, quando dependentes da reivindicação 2, que compreende uma caixa cilíndrica (12) prolongada ao longo de um eixo (X) e que define a referida câmara de mistura (20) dentro da mesma e define a referida câmara fechada (40) adjacente à referida câmara de mistura (20) e compreende um elemento de fecho (50) que encaixa por pressão na referida câmara fechada (40), compreendendo o referido elemento de fecho (50) uma base circular (52) e um corpo central cilíndrico oco (56) aberto numa extremidade e fechado no fundo (58), tendo a referida base circular (52) um rebordo periférico (54) adequado a encaixar numa extremidade em relevo (42) no exterior da caixa cilíndrica (12), estando a referida massa (22) dentro do referido corpo central cilíndrico oco (56) .
8. 8. Misturador de acordo cora a reivindicação 7, onde a referida câmara (40) tem uma forma oblonga e uma profundidade igual à altura do referido corpo central cilíndrico oco (56) , de maneirai que o referido corpo central cilíndrico oco (56) possa ser inserido na referida c amara (4 U) .
9. 9. Misturador de acordo com qualquer uma das reivindicações anteriores, onde a referida câmara de mistura (20) está aberta para fora e na extremidade correspondente do misturador (10), na superfície lateral exterior da mesma, há uma rosca (32) e onde a mesma compreende uma tampa (14) que pode ser enroscada nessa rosca (32) para fechar a referida câmara de mistura (20) e formar uma das suas paredes.
10. 10. Misturador de acordo com qualquer uma das reivindicações anteriores, onde a referida massa compreende uma pequena esfera (22),
11. 11. Método de funcionamento de um misturador como reivindicado nas reivindicações 7 e 9 ou nas reivindicações 8 e 9, que compreende os seguintes passos: fechar a referida câmara de mistura (20) com a referida tampa (14) e introduzindo os componentes a misturar na referida câmara de mistura (20); segurar na mão e agitar manualmente o referido misturador (10) pelo que se coloca era movimento a referida massa (22) dentro da referida câmara fechada (40), de maneira que a referida massa (22) bata repetidamente contra a referida parede comum (30).