PT2352891E - Dispositivo para cobertura de uma superfície - Google Patents

Description

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DESCRIÇÃO

"DISPOSITIVO PARA COBERTURA DE UMA SUPERFÍCIE" CAMPO DA INVENÇÃO A invenção refere-se a um dispositivo para cobertura de uma superfície, que é de fácil utilização e que melhor cumpra os requisitos da aplicação em causa.

ESTADO DA TÉCNICA

As coberturas são aplicadas a superfícies por razões que são dependentes da natureza dessas superfícies.

Assim, no caso de um reservatório tal como uma piscina, a cobertura pode prevenir a contaminação por folhas ou por animais, pode poupar energia, água e reagentes e pode, ou deve, assegurar a segurança das pessoas, especialmente crianças. Num reservatório para dessalinização ou outro tratamento de um fluido, a cobertura previne a diluição do liquido devido à água da chuva ou a evaporação excessiva devido ao calor.

No caso de um campo desportivo, como um campo de ténis exterior em terra batida ou em relva, a cobertura protege o campo contra as intempéries, especialmente no caso de chuva intermitente.

Além disso, a carroçaria de um veiculo é coberta especialmente para assegurar a estabilidade da carga, decorrente da sucção causada pelo movimento do veiculo, e para proteger essa carga das intempéries. 2

As coberturas são também utilizadas como cortinas para estufas, jardins de inverno ou janelas de veiculos, para evitar qualquer sobreaquecimento no seu interior e como proteção contra o sol em toldos de pátio.

Em todos estes cenários, o que geralmente é pretendido é um dispositivo de cobertura económico, que permita tapar e destapar com facilidade, de forma confiável, repetida e rapidamente, com necessidade minima de intervenção humana.

Um primeiro dispositivo, muito básico, utilizado no caso de uma piscina, compreende uma cobertura, que pode ou não ser insuflável, que é desenrolada, esticada e fixada manualmente às extremidades da piscina. Este tipo de dispositivo está ilustrado, por exemplo, nos documentos US 6 691 334, GB 2 379 163 e FR 2 652 373. É claro que, neste caso, dado o manuseamento e armazenamento necessários, somente piscinas de dimensões razoavelmente pequenas estão envolvidas.

Para superfícies de maiores dimensões, é possivel recorrer-se a dispositivos de cobertura que têm também um cilindro fixado a uma das extremidades transversais da superfície que está a ser protegida. A cobertura é implantada manualmente, por arrastamento, sendo desenrolada a partir do cilindro, para cobrir a superfície. 0 peso e as dimensões da cobertura exigem a intervenção de um número de indivíduos, de modo a ajustá-la corretamente. A cobertura é removida por enrolamento da mesma em torno do cilindro, por rotação: a cobertura é deste modo removida a partir da superfície, por deslizamento ao longo da mesma. A rotação do cilindro, a fim de remover a cobertura, é executada manualmente ou através de um motor elétrico que seja 3 suficientemente poderoso para ser capaz de puxar a cobertura totalmente implantada. Deve sublinhar-se que a facilidade de instalação da cobertura, particularmente no caso de uma piscina, é um fator que contribui para a segurança da mesma, uma vez que qualquer manipulação que seja complicada, desencoraja a sua utilização. A fim de eliminar a intervenção humana, dispositivos (totalmente) automáticos têm sido propostos; a cobertura é enrolada em torno de um cilindro motorizado, que pode ser utilizado para a sua remoção, podendo o cilindro ser fixado a uma das extremidades transversais da superfície a ser protegida. A cobertura é implantada, puxando-a desde a sua extremidade visível, utilizando meios de arrastamento automáticos de cremalheiras ou de correntes ou de cabos do tipo de alagem, com ou sem uma roldana de retorno, sendo a cobertura eventualmente guiada por vias de guiamento dispostos nas extremidades longitudinais da superfície a cobrir; a cobertura desliza depois sobre a superfície, cobrindo-a. Da mesma forma, enquanto a cobertura é removida, esta desliza sobre a superfície que está a ser descoberta, à medida que se enrola em torno do cilindro. Este dispositivo automático de cobertura está ilustrado de maneira notável, nos seguintes documentos: US 3 574 979, GB 2 199 741, US 2005/0097834, CA 2 115 113, US 2001/0023506, US 5 930 848, US 4 001 900 e no sítio Web www.aquatop.be.

Os dois tipos de dispositivos de cobertura com um cilindro, mencionados anteriormente, têm a principal desvantagem de fazer a cobertura deslizar, sendo a cobertura arrastada ao longo da superfície que está a ser protegida, à medida que está a ser implantada e à medida que está a ser removida, causando assim desgaste prematuro dessa cobertura, 4 juntamente com a necessidade de trabalho suplementar devido ao atrito assim gerado.

Para atenuar esta desvantagem existe um tipo alternativo de dispositivo de cobertura com um cilindro, no qual o cilindro motorizado é montado num mecanismo de translação longitudinal. Este mecanismo move o cilindro sobre a superfície que está a ser coberta, o que permite que a cobertura seja literalmente "deitada" sobre a superfície enquanto é implantada, por desenrolá-la simultaneamente do cilindro enquanto está a ser movida longitudinalmente, permitindo deste modo que esta seja levantada, enquanto é removida, enrolando-se simultaneamente sobre o cilindro. Por conseguinte, a cobertura não desliza sobre a superfície nem enquanto estiver a ser implantada nem enquanto estiver a ser removida. 0 dispositivo de cobertura inclui também um sistema de fixação da cobertura a uma extremidade transversal da superfície que está a ser coberta, de modo a que os movimentos de translação e de rotação do cilindro façam com que a cobertura seja desenrolada ou enrolada, acima da superfície a ser coberta.

Neste pedido, os termos "longitudinal", "transversal" e seus derivados, referem-se respetivamente à direção de deslocação do cilindro e à direção do eixo de revolução do mesmo.

Exemplos de dispositivos automáticos ou semiautomáticos deste tipo são divulgados, por exemplo, nos seguintes documentos: W02005/026473, FR 2 900 951, DE 2 257 231, FR 2 893 651, FR 2 789 425, FR 2 803 769, FR 2 743 502, EP 1 719 858, FR 2 908 4 0 2 e BE 2008/0417/0418/0419. Além disso, uma forma completamente manual alternativa do cilindro 5 montado para translação longitudinal, está ilustrada nos documentos WO 2007/036625 e US 4 195 370.

Nos dispositivos de cobertura móveis de cilindro ilustrados anteriormente, o mecanismo de translação longitudinal pode ser desencadeado totalmente à mão, ou ainda semiautomaticamente ou automaticamente, nomeadamente, utilizando um componente de preensão, um cabo ou uma cremalheira na qual se engrena um pinhão.

Cremalheiras são vantajosas porque não requerem roldanas de retorno, que são sempre dificeis de dissimular e podem facilmente emperrar. Um exemplo de cremalheira do tipo sistema de translação longitudinal é descrito nos pedidos BE 2008/0417/0418/0419, apresentados pelo mesmo requerente, no qual rodas dentadas orientadas se engrenam com cremalheiras retas colocadas sobre o solo. No entanto, o contacto entre as rodas motrizes e a cremalheira está somente sobre alguns dentes e existe ainda um elevado risco de deslizamento de um pinhão na cremalheira com a qual engrena, resultando este deslizamento no desvio do curso do cilindro.

Persiste ainda, portanto, uma necessidade em relação a um sistema automatizado para cobertura de uma superfície, equipado com um mecanismo para o movimento de translação longitudinal do cilindro, que permita uma redução substancial do risco de deslizamento entre um pinhão e a cremalheira com a qual engrena e por conseguinte, provoca o desvio do curso do cilindro. O documento FR 2893651 descreve um dispositivo possuindo as características do preâmbulo da reivindicação 1. 6

SUMÁRIO DA INVENÇÃO É um objeto da invenção proporcionar um dispositivo para cobertura de uma superfície, que seja fácil de implementar e que esteja equipado com um mecanismo de translação longitudinal, capaz de se mover sem se desviar da sua trajetória de percurso. A invenção é conforme o definido na reivindicação principal e compreende um dispositivo para cobertura de uma superfície substancialmente retangular, compreendendo um cilindro montado para rodar e capaz de enrolar ou desenrolar a cobertura. 0 referido cilindro é montado num mecanismo de translação longitudinal compreendendo: (a) duas correias flexíveis fixadas apenas em cada uma das suas extremidades, aos quatro cantos da superfície que deve ser coberta e dispostas ao longo dos dois comprimentos do perímetro da superfície (3) a ser coberta; e (b) uma guia de transporte transversalmente saliente da superfície a ser coberta e suportando o cilindro, que compreende a referida guia de transporte, em cada uma das suas extremidades: (i) uma roda motriz no eixo de rotação que é paralela ao do referido cilindro; (ii) pelo menos dois rodízios repousando sobre a superfície diretamente adjacente à superfície a ser coberta e permitindo o movimento de translação longitudinal da guia de transporte, sendo estes montados em cada lado da roda motriz e, juntamente com esta última, constituindo um triângulo do qual a roda motriz forma o vértice; 7 de tal modo que as secções de cada correia flexível compreendida entre os seus pontos de fixação e os rodizios são pressionados contra o comprimento da periferia da superfície a ser coberta, de modo a que a secção de cada correia compreendida entre os, pelo menos dois, rodizios, corra sobre a roda motriz, sem deslizar. A vantagem da invenção consiste nas correias flexíveis que movimentam a guia de transporte por meio das suas rodas motrizes, rodando sobre estas, serem envolvidas em torno delas ao longo de um ângulo suficientemente grande para garantir uma preensão confiável, isto é, sem qualquer deslizamento da correia sobre a periferia da roda motriz.

De acordo com uma forma de realização preferencial, a ausência de deslizamento entre as rodas motrizes e as correias é assegurada por uma das seguintes combinações: um pinhão com uma correia que está endentada numa das faces; uma roda dentada com uma corrente; uma roda com um aro áspero e uma correia que é áspera em um dos lados; uma roda que compreende reentrâncias na circunferência do seu aro com uma correia que tem saliências, capazes de se aninharem nas referidas reentrâncias.

Vantajosamente, o dispositivo de acordo com a invenção compreende carris posicionados ao longo dos dois comprimentos do perímetro da superfície a ser coberta, na qual se encarrilam as secções das correias localizadas entre os seus pontos de fixação e os engates dos rodizios. Esta medida permite não só que as secções de correia sejam protegidas, como também que os rodizios sejam guiados de forma apropriada. estes têm de

Se o dispositivo compreender carris, preferência uma secção substancial em U ou em G, o que significa que incluem uma flange fechando parcialmente um dos lados da abertura da secção da peça, ou uma secção em C, o que significa que compreendem duas flanges fechando parcialmente cada um dos lados da abertura da secção da peça.

Vantajosamente, o dispositivo de acordo com a invenção compreende meios de inserir continuamente as bordas longitudinais da cobertura em cada um dos carris, uma vez que esta é gradualmente desenrolada do cilindro, de modo a que as referidas bordas são bloqueadas de forma reversível nos carris, por meio da ação das correias. Essas disposições tornam possível que, à medida que a cobertura está a ser desenrolada, que esta seja simultaneamente assente (e, portanto, sem a fazer deslizar) e fixada com firmeza e continuamente ao longo de todo o comprimento implantado do mesmo. Em particular, no caso de uma piscina, qualquer pessoa que se posicionasse sobre a cobertura seria então retida pelas suas bordas longitudinais, não podendo portanto cair para dentro da água. Além disso, a vedação da cobertura ao longo das suas bordas longitudinais impede pequenos animais, tais como ratos ou cobras, de serem capazes de entrar na piscina.

De acordo com uma forma de realização preferencial da invenção, cada carril é formado por uma secção em G, com a flange localizada na parte lateral do carril adjacente à superfície a ser coberta e cada borda longitudinal da cobertura a ser fornecida com um rebordo o qual, sob a ação combinada da correia a entrar no carril e da flange da secção da peça, bloqueia reversivelmente a cobertura em 9 cada carril, à medida que a cobertura é gradualmente desenrolada. Estas medidas melhoram a estabilidade da cobertura após esta ter sido assente porque esta cobertura é então retida de uma forma mais eficaz nos carris.

Vantajosamente, o dispositivo de acordo com a invenção compreende rolos orientadores da borda formados por cada uma das bordas longitudinais da cobertura na abertura da secção da peça que forma cada carril. Estes rolos podem aplicar um esforço de tensão transversal à cobertura enquanto a mesma for sendo desenrolada, o que em muitas aplicações, tais como aplicações para piscina ou oleados para camiões, oferece vantagens em termos de estética, segurança, isolamento térmico, drenagem ou manutenção.

Considerando que o mecanismo de translação longitudinal pode ser acionado manualmente, de acordo com outra forma de realização, este inclui pelo menos um motor para girar as rodas motrizes. Isso significa que o dispositivo de acordo com a invenção pode ser pelo menos parcialmente automatizado, o que é algo que é particularmente vantajoso no caso de uma cobertura de tamanho relativamente grande. No que diz respeito, por exemplo, a piscinas, a segurança é dependente do mencionado, uma vez que operações de manipulação dificeis, depressa desencorajam os utilizadores de implantar a cobertura de cada vez que o deveriam fazer.

De acordo com outra forma de realização, o dispositivo de acordo com a presente invenção compreende meios para modificar a velocidade relativa de rotação do cilindro e das rodas motrizes. Especificamente, no mais simples dos casos, o motor gira a uma velocidade constante conduzindo o movimento longitudinal do cilindro, a uma velocidade 10 constante. É geralmente vantajoso utilizar somente um dos motores conduzindo, por um lado, o movimento longitudinal da guia de transporte e, por outro lado, a rotação do cilindro, pelo menos na direção de enrolamento para cima (ou seja enquanto a cobertura é removida a partir da superficie que está a ser coberta). No entanto, o diâmetro do cilindro altera-se com a extensão da cobertura nele acumulado. Os referidos meios incluem, por exemplo, uma roda livre do cilindro em torno do seu eixo de rotação na direção do desenrolar da cobertura. Especificamente, durante o desenrolamento, a rotação do cilindro é acionada pela força de tração aplicada pela secção da cobertura já colocada e que cobre uma parte da superficie a ser coberta e, portanto, não é necessário um motor para acionar a referida rotação. Uma roda livre é aqui, portanto, uma solução particularmente vantajosa para adaptar automaticamente a velocidade de rotação do cilindro ao diâmetro decrescente do referido cilindro, para uma velocidade constante, ou não constante, do movimento de translação longitudinal. A referida alteração pode também incluir meios de transmissão do movimento rotacional das rodas motrizes ao cilindro, através da aplicação de uma força de atrito tal que a rotação do cilindro e das rodas motrizes está em fase quando a resistência à rotação do cilindro proporcionada pela cobertura, à medida que está a ser enrolada sobre o cilindro, for inferior a um determinado valor, e é diferenciada quando a resistência excede o valor referido, sendo então a velocidade de rotação do cilindro menor do que a das rodas motrizes. Estes meios de transmissão tornam assim possível a sincronização da velocidade de translação 11 da guia de transporte e da velocidade de enrolamento para cima, da cobertura.

De acordo com outra forma de realização, a referida força de atrito é aplicada ao cilindro por meio de uma correia ou por contacto circunferencial por dois cilindros rotativos.

Vantajosamente, o eixo de rotação do cilindro é coaxial com o das rodas motrizes. Isto confere ao dispositivo de cobertura, de acordo com a invenção, um design compacto.

Evidentemente, o eixo de rotação do cilindro pode ser distinto do das rodas motrizes.

De acordo com uma outra forma de realização vantajosa, os rodízios da guia de transporte engatam nos carris e estão montados sobre a guia de transporte, de tal forma que estes são livres para se mover transversalmente sobre uma certa distância, ao longo do seu eixo, a fim de compensar os desvios no paralelismo dos carris. Estes desvios são inevitáveis a longo prazo se, por exemplo, no caso de instalações desportivas ou piscinas, os carris são dispostos no chão (relva, gravilha) ou em terraços com perfis de madeira, os quais se movem com o tempo. 0 dispositivo de acordo com a invenção pode compreender meios para a limpeza contínua de cada carril, estando os referidos meios situados entre os rodízios. Esta medida impede qualquer acumulação de sujidade nos carris e assim garante, ao longo do tempo, a possibilidade de inserir as bordas longitudinais da cobertura à medida que é desenrolada e a possibilidade de envolver as correias nesses carris. 12

BREVE DESCRIÇÃO DAS FIGURAS

Estes aspetos, em conjunto com outros aspetos da invenção, serão esclarecidos na descrição pormenorizada de algumas realizações particulares da invenção, sendo feita referência aos desenhos das figuras, nas quais:

Fig. 1 é uma vista em perspetiva geral de uma superfície com um cilindro montado sobre uma guia de transporte; Fig. 2 é uma vista em perspetiva de uma correia endentada, emperrando a borda da cobertura no carril correspondente;

Fig. 3 é uma vista em perspetiva do dispositivo de cobertura, no qual o eixo de rotação do cilindro é distinto do das rodas motrizes.

DESCRIÇÃO DETALHADA DE ALGUMAS FORMAS DE REALIZAÇÃO PARTICULARES

Tal como ilustrado na Fig. 1, o dispositivo automático (1) para a cobertura de uma superfície (3), de acordo a presente invenção, compreende uma cobertura (10) que se destina a proteger a referida superfície (3) . O dispositivo (1) faz com que seja possivel cobrir superfícies substancialmente retangulares, abrangendo notavelmente o contorno de um reservatório de água, tal como uma piscina, um tanque de tratamento de água, uma estação de purificação de água residuais, um reservatório de retenção, uma unidade de dessalinização, etc. No entanto, a invenção pode ser utilizada em qualquer área que exija o revestimento de uma superfície, como por exemplo um campo de ténis de terra batida ou um campo de ténis em 13 relva, a carroçaria de um veículo, a superfície vitrificada de uma estufa, a janela de um veículo, tal como um comboio ou um autocarro, ou uma estufa, etc. Em geral, ao longo do presente pedido, "superfície" significa, portanto, qualquer área delimitada por um perímetro. Uma "superfície substancialmente retangular" no presente contexto inclui um quadrilátero que tem pelo menos dois lados opostos paralelos (denotado como o "comprimento" e as "bordas longitudinais") e que pode igualmente, por conseguinte, adquirir uma forma de losango, um paralelogramo ou um trapézio. De preferência, a superfície (3) é um retângulo com cada um dos seus lados opostos paralelos e formando ângulos retos. 0 dispositivo (1) compreende um cilindro (2) que tem um comprimento pelo menos igual à largura da cobertura (10) , esta cobertura tendo que ter um comprimento e largura suficientes para cobrir toda a superfície (3) a ser protegida, quando este for implantado. O cilindro (2) está montado sobre um mecanismo de translação longitudinal compreendendo uma guia de transporte (21) transversalmente saliente na superfície (3) a ser coberta, compreendendo, em cada uma das suas extremidades, uma roda motriz (9) no eixo de rotação que é paralela à do dito cilindro (2) e, pelo menos, dois rodízios (33) apoiados sobre a superfície diretamente adjacente à superfície (3) a ser coberta e permitindo o movimento de translação longitudinal da guia de transporte (21) ; os rodízios (33) são montados em cada um dos lados da roda motriz (9) e, juntamente com esta última constituem um triângulo do qual a roda motriz forma o vértice. O mecanismo de translação longitudinal também compreende duas correias flexíveis (31) dispostas ao longo dos dois comprimentos do perímetro da superfície (3) que 14 está a ser coberta e fixadas apenas em cada uma das suas extremidades (35), aos quatro cantos da superfície a ser coberta.

Cada correia (31) é pressionada contra a correspondente borda longitudinal da superfície a ser coberta, ao longo das suas secções (31a) compreendidas em cada lado da guia de transporte entre os pontos de fixação (35) e os rodízios (33) , enquanto que na sua secção (31b) compreendida entre pelo menos dois rodízios (33) da guia de transporte (21) , esta passa sobre a roda motriz (9), sem deslizar.

Quando as rodas motrizes (9) giram sob a ação de um motor ou pela ação de uma manivela, estas correm sem deslizamento ao longo das correias (31) que progridem na forma de onda ao longo das bordas longitudinais da superfície (3), provocando assim o movimento longitudinal da guia de transporte. É importante assegurar um contacto sem deslizamento entre as correias (31) e as respetivas rodas motrizes (9) a fim de, por um lado, evitar a utilização ineficiente da potência do motor e, por outro lado, evitar que a guia de transporte se afaste do seu curso. Para tal, existe uma série de soluções possíveis, tais como a combinação de um pinhão ou uma roda dentada (9) engrenada com uma correia (31), que é endentada numa face, ou com uma corrente (31); ou uma roda (9), com um aro áspero com uma correia (31) que é áspera numa das faces; ou uma roda (9) que compreende reentrâncias na circunferência do seu aro, no qual podem caber saliências distribuídas ao longo do comprimento da correia (31). Quaisquer outros meios, conhecidos por peritos na técnica, permitindo contacto sem deslizamento entre a correia e uma roda motriz podem ser empregues na presente invenção. Um exemplo de correia 15 dentada (31) está representado na Figura 2. As correias podem ser feitas de qualquer material adequado para a aplicação em questão: metal, materiais têxteis, naturais ou sintéticos, polímeros naturais ou sintéticos. Estes podem também ter a forma de metal ou de cadeias sintéticas. 0 cilindro (2) possui duas direções de rotação: a primeira direção de rotação, que lhe permite desenrolar a cobertura (10) para implantar e cobrir a superfície (3) a ser protegida, e a segunda direção de rotação, contrária à primeira, que lhe permite enrolar a cobertura (10) para cima, de modo a removê-la e proporcionar acesso à referida superfície (3). A Fig. 2 mostra uma correia (31) engatada num carril guia (6) sob a ação de um rodízio (33) e, portanto, emperrando a borda longitudinal em forma de lábio (13) da cobertura (10), enquanto esta é desenrolada. A utilização de carris de guia (6) pode ser vantajosa porque estes garantem o caminho certo da guia de transporte à medida que a mesma se move e porque, por outro lado, permitem que as secções (31a) das correias, compreendidas em cada lado da guia de transporte, sejam inseridas. Isto é particularmente vantajoso no caso de superfícies acessíveis ao público, como é o caso de piscinas, porque não há então nenhum risco de um pé ficar preso sob a correia, que é pressionada firmemente contra o chão, com o risco de danificar o sistema ou, pior, de ferir alguém. A variante representada na Figura 2 é particularmente vantajosa não só porque as secções (31a) da correia estão colocadas no carril (6), como também porque as bordas longitudinais da cobertura (10) ficam encravadas no carril, à medida que esta é gradualmente implantada. A referida borda longitudinal (13) 16 é aqui fornecida com um rebordo (16) que, através da ação combinada da correia tornando-se incorporada no carril (6) e da flange da secção em G, emperra de forma reversível a cobertura (10) em cada carril (6), à medida que esta é gradualmente desenrolada. Outras secções do carril são obviamente possíveis, tais como secções em C ou secções em U, mas a secção em G é particularmente vantajosa quando as bordas longitudinais (13) da cobertura (10) têm de estar presas no lugar, enquanto a superfície é coberta. Os carris podem estar visíveis, simplesmente colocados ao longo da borda da superfície a ser coberta ou, para uma melhor apresentação estética, podem ser encaixados (por exemplo, no caso de piscinas, os carris podem ser incorporados no pavimento, sendo a sua face superior nivelada com a superfície do pavimento).

Ao contrário da Fig. 1, na qual o eixo do cilindro (2) é coaxial com o das rodas motrizes (9), a Fig. 3 refere-se a um dispositivo de cobertura (1) no qual o eixo do cilindro (2) é paralelo, mas distinto, do das rodas motrizes (9) . Esta variante, embora mais espessa do que a ilustrada na Figura 1, na qual apenas um cilindro pode ser observado é, no entanto, uma variante de design mais simples. Nesta configuração, a velocidade radial de rotação do cilindro (2) pode ser modificada de maneira muito simples, de modo a sincronizar a velocidade de rotação da roda motriz com a velocidade tangencial do cilindro, em função do seu tamanho, que é dependente do comprimento de cobertura enrolada por cima deste. Especif icamente, tudo o que é requerido é que o cilindro (2) seja interposto entre a roda motriz (9) e um dos rodízios (33), e que a correia (31) corra em torno da circunferência de uma roda que gira como uma, com o cilindro. É importante assegurar que, ao 17 contrário da roda motriz que admite a correia sem qualquer desvio, o contacto entre a correia e a roda do cilindro permita uma certa quantidade de deslizamento. Assim, à medida que a cobertura é enrolada para cima do cilindro (isto é, enquanto a cobertura é removida a partir da superfície), o atrito entre a correia e a roda do cilindro faz com que este último gire, permitindo que a cobertura seja enrolada enquanto a guia de transporte se desloca gradualmente, sob a ação da roda motriz e da correia. No entanto, como a cobertura é enrolada no cilindro, o diâmetro do cilindro aumenta e, para uma velocidade radial rotacional constante, a sua velocidade tangencial rotacional aumenta, gerando uma força de tração na cobertura cuja taxa de enrolamento para cima é dependente da taxa de deslocação da guia de transporte. Quando a força de tração aplicada pela cobertura excede a força de atrito entre a correia e a roda do cilindro, a correia irá então deslizar sobre o aro da roda, o que pode reduzir a sua velocidade radial e, portanto, sincronizar a velocidade tangencial de rotação do cilindro com a velocidade radial de rotação da roda motriz. Isto tem o efeito de libertar as tensões na cobertura abaixo da força de atrito, entre a correia e a roda do cilindro, a qual é, então, uma vez mais acionada rotacionalmente. Este sistema extremamente simples para regular as velocidades dos eixos do cilindro e do motor é surpreendentemente eficaz e durável.

Outros sistemas para sincronizar as velocidades de rotação do cilindro e do motor são possíveis, através por exemplo do contacto circunferencial de dois rolos rotativos ou utilizando quaisquer outros sistemas conhecidos pelos peritos na técnica, tais como, por exemplo, os descritos nos documentos FR 2893651, DE 2257231 ou FR 2908402. Também 18 é possível a utilização de dois motores, um em rotação a uma velocidade constante e dirigindo o movimento de translação longitudinal da guia de transporte e o segundo, equipado com um microprocessador, controlando a velocidade de rotação do cilindro, em função do seu diâmetro. É claro que esta solução é bastante mais dispendiosa do que a representada na Figura 3.

Para além disso, quando o dispositivo inclui carris (6), pode ser vantajoso para os rodízios (33) estes estarem montados sobre a guia de transporte (21), de tal forma que estes são livres de se mover transversalmente ao longo uma determinada distância ao longo do seu eixo, de modo a compensar desvios no paralelismo dos carris (6). É também vantajoso que o dispositivo esteja equipado com meios para a limpeza contínua de cada carril, sendo os referidos meios situados entre os rodízios (33).

Lisboa, 30 de Novembro de 2012

Claims (5)

1 REIVINDICAÇÕES 1. Um dispositivo (1) para a cobertura de uma superficie substancialmente retangular (3) compreendendo um cilindro (2), montado para rodar e capaz de enrolar para cima ou desenrolar a cobertura (10), o referido cilindro (2) sendo montado num mecanismo de translação longitudinal, com o dito mecanismo de translação longitudinal que compreendendo uma guia de transporte (21) transversalmente saliente sobre a superficie (3) a cobrir e apoiando o cilindro (2), com a referida guia de transporte (21), compreendendo, em cada uma das suas extremidades: (i) uma roda motriz (9) do eixo de rotação que é paralelo ao do referido cilindro (2); (ii) pelo menos dois rodizios (33), apoiados sobre a superficie diretamente adjacente à superficie (3) a ser coberta e permitindo o movimento de translação longitudinal da guia de transporte (21), sendo estes montados em cada lado da roda motriz (9) e, juntamente com esta última, constituindo um triângulo do qual a roda motriz forma o vértice; caracterizado por o referido mecanismo de translação longitudinal incluir ainda duas correras flexiveis (31), fixadas somente em cada uma das suas extremidades (35) aos quatro cantos da superficie a ser coberta e dispostas ao longo dos dois comprimentos do perímetro da superfície (3) a ser coberta; no qual as secções (31a) de cada correia 2 flexível (31), compreendidas entre os pontos de fixação (35) e os rodízios, são pressionadas contra o comprimento da periferia da superfície a ser coberta, e de modo a que a secção (31b) de cada correia compreendida entre os, pelo menos, dois rodízios (33) corra sobre a roda motriz (9) sem deslizamentos. 2. 0 dispositivo tal como reivindicado na reivindicação 1, na qual a ausência de deslizamento, entre as rodas motrizes (9) e as correias (31), é assegurada por uma das seguintes combinações: um pinhão (9) com uma correia (31), que está endentada numa das faces; uma roda dentada (9) com uma corrente (31); uma roda motriz (9) com um aro áspero e uma correia (31) que é áspera num dos lados; uma roda (9) compreendendo reentrâncias na circunferência do seu aro com uma correia (31) que possui saliências capazes de se aninharem nas referidas reentrâncias. 3. 0 dispositivo tal como reivindicado na reivindicação 1 ou 2, no qual os carris (6) estão posicionados ao longo dos dois comprimentos do perímetro da superfície a ser coberta, na qual os carris das secções (31a) das correias localizadas entre os seus pontos de fixação (35) e os rodízios (33) se engatam. 4. 0 dispositivo tal como reivindicado na reivindicação 3, no qual os carris têm uma substancial secção em U ou secção em G, isto é, incluem uma flange parcialmente fechando um dos lados da abertura da secção da peça, ou uma secção em C, ou seja incluem duas flanges fechando parcialmente cada lado da abertura da secção da peça. 3 5. 0 dispositivo tal como reivindicado na reivindicações 3 ou 4, compreendendo meios de inserir de forma continua as bordas longitudinais da cobertura em cada um dos carris (6), uma vez que esta é gradualmente desenrolada a partir do cilindro (2), de forma a que as referidas bordas sejam encravadas de forma reversível nos carris, por meio da ação das correias (31) . 6. 0 dispositivo de acordo com a reivindicação 5, no qual cada carril é formado por uma secção em G, com a flange localizada na parte lateral da calha adjacente à superfície a ser coberta, e na qual cada borda longitudinal da cobertura é fornecida com um rebordo (16) que, sob a ação combinada da correia ao entrar no carril e da flange da secção em G, encrava de forma reversível a cobertura em cada carril, enquanto esta é gradualmente desenrolada do cilindro. 7. 0 dispositivo tal como reivindicado em qualquer uma das reivindicações 4 a 6, compreendendo rolos (15) de orientação do lábio, formado por cada uma das bordas longitudinais da cobertura no início da secção da peça que forma cada carril. 8. 0 dispositivo tal como reivindicado em qualquer uma das reivindicações precedentes, compreendendo pelo menos um motor responsável por fazer girar as rodas motrizes (9). 9. 0 dispositivo tal como reivindicado em qualquer uma das reivindicações anteriores, compreende meios para modificar a velocidade relativa de rotação do cilindro e das rodas motrizes, ditos meios incluindo uma roda 4 livre do cilindro em torno do seu eixo de rotação, na direção do desenrolamento da cobertura.

10. O dispositivo tal como reivindicado na reivindicação 9, na qual os ditos meios de modificação compreendem meios de transmissão do movimento de rotação das rodas motrizes (9) para o cilindro (2), através da aplicação de uma força de atrito tal, que a rotação do cilindro e das rodas motrizes está em fase quando a resistência à rotação do cilindro conferida pela cobertura, enquanto esta estiver a ser enrolada sobre o cilindro, for inferior a um determinado valor, e é diferenciada quando a resistência excede o referido valor, sendo então a velocidade de rotação do cilindro menor do que a das rodas motrizes.

11. O dispositivo de acordo com a reivindicação 10, no qual a referida força de atrito é aplicada ao cilindro por meio de uma correia ou por contacto circunferencial por dois rolos rotativos.

12. O dispositivo tal como reivindicado em qualquer uma das reivindicações 1 a 10, no qual o eixo de rotação do cilindro é coaxial com o das rodas motrizes. 13.0 dispositivo tal como reivindicado em qualquer uma das reivindicações 1 a 11, no qual o eixo de rotação do cilindro é distinto daquele dos pinhões ou rodas dentadas.

14. O dispositivo tal como reivindicado em qualquer uma das reivindicações 3 a 13, no qual os rodízios (33) 5 engatam nos carris e são montados na guia de transporte (21), de tal forma que eles são livres para se mover transversalmente ao longo de uma determinada distância ao longo do seu eixo, a fim de compensar os desvios no paralelismo dos carris (6). 15. 0 dispositivo tal como reivindicado em qualquer uma das reivindicações 3 a 14, compreendendo meios para a limpeza continua de cada carril, estando os referidos meios situados entre os rodízios (33). Lisboa, 30 de Novembro de 2012