PT2208453E - Dispositivo de separação ciclónica com rampa de aceleração - Google Patents

Description

DESCRIÇÃO

"DISPOSITIVO DE SEPARAÇÃO CICLÓNICA COM RAMPA DE ACELERAÇÃO" A invenção refere-se a um corpo que define uma câmara de ciclone, a que chamamos simplesmente "recipiente", de um dispositivo de separação por inércia ou ciclone de poeiras e de resíduos presentes num fluxo de ar. É particularmente adequada para ser utilizada num aspirador de pó. Ela também se efere-se a um dispositivo de separação ciclónica e a um aspirador de pó em que os mesmos compreendem um tal recipiente.

Um primeiro tipo de dispositivo de recolha de poeiras e de resíduos para aspiradores de pó da técnica anterior consiste de um filtro que se apresenta na forma de um saco de papel, interposto entre um tubo de entrada de um fluxo de ar, que inclui poeiras e detritos aspirados a partir de uma superfície a ser limpa, e um conjunto moto-ventilador. 0 inconveniente desta solução resulta do facto de o saco de filtro em papel acabar por ficar cheio e necessitar de ser substituído, o que representa uma operação de manutenção pouco agradável e cara para o utilizador. Além disso, o enchimento do saco faz-se em detrimento da performance do aspirador, uma vez que conduz a uma perda da sua potência.

Para ultrapassar estes inconvenientes, um segundo tipo de dispositivo de recolha de poeiras e de resíduos da técnica anterior baseia-se numa separação do tipo ciclónica ou por inércia destas poeiras e resíduos. Num tal dispositivo, um fluxo de ar é conduzido para uma câmara de separação ciclónica, onde ele continua por um caminho turbulento favorável à separação dos resíduos. Com efeito, os resíduos mais pesados são separados do fluxo de ar principal pelo efeito centrífugo do fluxo turbulento. Em seguida, o fluxo de ar é descarregado a partir da câmara de ciclone através de uma grelha cilíndrica instalada num filtro separador disposto no centro dessa câmara, o que representa uma segunda operação complementar de filtragem dos resíduos, que retém, em geral, nesta fase, as poeiras. Finalmente, as poeiras e os detritos permanecen presos numa área de armazenamento instalada na parte inferior da câmara de ciclone. Basta então esvaziá-los de vez em quando, despejando-os simplesmente num caixote de lixo, através de uma tampa instalada nesta câmara de armazenamento.

Um tal dispositivo de separação ciclónica pode ser acoplado a um aspirador do tipo trenó, que compreende também um saco de recolha, como aquele descrito nos documentos FR2817138, EP0827710 e FR2848090. 0 documento FR2817138 corresponde ao preâmbulo da reivindicação 1.

Em alternativa, um tal dispositivo de separação ciclónica pode ser utilizado sozinho, como é nomeadamente o caso dos aspiradores de baixa potência cuja estrutura se encontra integrada numa coluna rígida directamente manipulada por um operador, geralmente chamados aspiradores "verticais", tal como descrito no documento EP1611829. A performance dos dispositivos de separação ciclónica depende de numerosos parâmetros tais como a velocidade e a direcção do fluxo de ar na entrada, a qualidade do percurso turbulento a fim de operar a separação centrífuga dos resíduos e evitar que uma parte do fluxo de ar poluído não atravesse a grelha do separador antes da evacuação dos seus resíduos...

As soluções existentes não são inteiramente satisfatórias e o objectivo geral da invenção é o de proporcionar uma solução melhorada de separação do tipo ciclónico dos resíduos de um fluxo de ar aspirado por um aspirador. A presente invenção é conseguida por meio de um dispositivo de separação ciclónica de resíduos e de poeiras para um aspirador de pó, que compreende uma câmara de ciclone interior sensivelmente cilíndrica acessível através de uma entrada de ar e um filtro separador alojado na parte central da câmara interior, caracterizado pelo facto de compreender um tubo de entrada, que conduz o fluxo de ar proveniente da boca de aspiração para uma câmara de ciclone interior, este tubo de entrada compreende uma porção de tubo para conduzir um fluxo de ar para a entrada de ar, esta porção de tubo está disposta em torno da câmara de ciclone interior sensivelmente cilíndrica a partir de um ponto inicial até um ponto final na proximidade da entrada de ar, a secção desta porção de tubo perto do ponto final é menor do que a sua secção perto do ponto inicial de modo a formar uma rampa de aceleração para o fluxo de ar entre estes dois pontos.

Uma tal rampa de aceleração associada à câmara de separação permite evitar uma arquitectura excessiva da referida câmara ao dissociar esta função de aceleração da própria câmara. Por outras palavras, para uma câmara de determinado tamanho, esta rampa permite melhorar a eficácia de separação das poeira e resíduos ao aumentar a sua velocidade. Isto é especialmente importante quando o dispositivo é utilizado num aspirador onde os motores são pequenos e geram débitos relativamente baixos, tais como os motores dos aspiradores de tipo vertical, alguns dos quais funcionam com baterias.

Vantajosamente, a porção de tubo para conduzir o fluxo de ar para a entrada de ar da câmara de ciclone percorre, pelo menos, um quarto de volta em torno da câmara de ciclone, de modo que as velocidades são significativamente aumentadas em comparação com a ausência de uma tal porção de tubo.

De preferência, a porção de tubo para conduzir o fluxo de ar para a entrada de ar da câmara de ciclone percorre, pelo menos, dois quintos de volta em torno da câmara de ciclone, o que permite ter um fluxo mais homogéneo, ao mesmo tempo que permite uma aceleração do fluxo mais gradual.

Além disso, a porção de tubo para conduzir o fluxo de ar para a entrada de ar da câmara de ciclone é sensivelmente horizontal.

Vantajosamente, a porção de tubo para conduzir o fluxo de ar para a entrada de ar da câmara de ciclone está ligada a uma porção de tubo vertical cuja secção decresce, vista na direcção da circulação do ar. Esta conduta vertical participa assim igualmente na aceleração do fluxo, e permite realizar esta aceleação ao longo de um comprimento significativo, esta lenta progressão da aceleração do fluxo de ar limita as turbulências e, por conseguinte, o ruido associado.

De acordo com um modelo de realização preferido da invenção, o dispositivo de separação ciclónica compreende um recipiente amovível que delimita a câmara de ciclone, o recipiente suporta a porção de tubo que conduz o fluxo de ar para a entrada de ar da câmara ciclónica.

Esta arquitetura facilita a limpeza do dispositivo de separação, enquanto racionaliza os custos de fabricação e de montagem.

Mais precisamente, o recipiente compreende um corpo tubular de superfície lateral exterior cilíndrica que delimita a câmara de ciclone, a porção de tubo para conduzir o fluxo de ar para a entrada de ar da câmara ciclónica está fixada em contacto com a superfície lateral exterior cilíndrica do corpo tubular do recipiente.

Numa variante do modelo de realização, o tubo é formado por uma nervura dupla no recipiente fechada pela parede em correspondência com o alojamento que recebe o recipiente. 0 tubo provém, assim, essencialmente, do alojamento que recebe o recipiente. A presente invenção abrange igualmente os modelos de realização em que o tubo é formado, em parte, sobre o recipiente e, em parte, sobre o alojamento que recebe o recipiente.

Vantajosamente, o recipiente compreende uma parte inferior inclinada e articulada que forma uma porta de modo a facilitar o esvaziamento do recipiente e a sua limpeza. A presente invenção também diz respeito a um aspirador de pó com um aparelho de separação ciclónica de poeiras e de resíduos de acordo com as características anteriormente expostas.

Vantajosamente, o aspirador é um aspirador vertical que compreende um alojamento disposto na sua coluna para receber o dispositivo de separação ciclónica de acordo com uma das características anteriormente enunciadas em que o recipiente é amovível, este alojamento compreende uma primeira ligação na sua parte inferior ligada a uma porção de tubo vertical do recipiente e uma segunda ligação na sua parte superior ligada à saída do dispositivo de separação ciclónica.

Estes objectivos, características e vantagens da presente invenção serão expostos em detalhe na descrição que se segue de um modelo de realização particular e não limitativo em relação com as figuras anexas entre as quais: A figura 1 representa uma vista de conjunto em perspectiva de um aspirador vertical de acordo com um modelo de realização da invenção. A figura 2 representa uma vista explodida de um dispositivo de separação ciclónica de acordo com o modelo de realização da invenção. A figura 3 representa uma vista em perspectiva do recipiente do dispositivo de separação ciclónica de acordo com o modelo de realização da invenção. A figura 4 representa uma vista de cima de um corte segundo um plano horizontal P ao nível da rampa de aceleração do recipiente do dispositivo de separação ciclónica de acordo com o modelo de realização da invenção.

As figuras 5 e 6 representam duas vistas em perspectiva segundo dois ângulos diferentes do dispositivo de separação ciclónica de acordo com o modelo de realização da invenção. A figura 7 representa uma vista lateral de um separador do dispositivo de separação ciclónica de acordo com o modelo de realização da invenção. A figura 8 representa uma vista em corte lateral do separador do dispositivo de separação ciclónica de acordo com o modelo de realização da invenção. A figura 9 mostra o alojamento da estrutura do aspirador que recebe o dispositivo de separação ciclónica de acordo com o modelo de realização da invenção. A figura 1 representa um aspirador vertical 1, que compreende uma boca de aspiração triangular 2 ligada a uma coluna 4 por intermédio de uma parte intermédia de ligação 3. Neste caso pelo termo coluna entende-se não só uma parte longilinea terminada numa pega 8 na sua extremidade superior, mas igualmente vários elementos associados à parte longilinea que formamm a estrutura, compreendendo uma bateria 5, um motor 6, e um dispositivo de separação e armazenamento 7 de resíduos.

Na descrição que se segue, definimos a direcção z como o eixo da coluna 4 do aspirador, que corresponde a um eixo sensivelmente vertical do aspirador na posição de descanso mostrada na figura 1, o eixo longitudinal x como o eixo perpendicular ao eixo z que atravessa a coluna 4 desde a parte de trás até à parte da frente no seu plano de simetria, e o eixo y transversal perpendicular aos eixos x e z. Na posição de descanso do aspirador, os eixos x e y estarão, portanto, num plano sensivelmente horizontal. Este referencial pode estar inclinado quando a coluna estivar inclinada. No entanto, por razões de simplificação da descrição que se segue, chamamos a z a direcção vertical, a x a direcção horizontal longitudinal e a y a direcção horizontal transversal, o que implica uma descrição realizada quando o aspirador está na sua posição de descanso ou quando o dispositivo de separação ciclónica 7 está posicionado verticalmente. A invenção refere-se, com efeito, ao dispositivo de separação e armazenamento 7 de resíduos, uma vista explodida do qual está representada na figura 2, que consiste de um corpo exterior, a que chamamos recipiente 10, dentro do qual está alojado um filtro separador 20. Um filtro 30 de espuma está posicionado na parte superior do filtro separador 20. Finalmente, o dispositivo de separação ciclónica é fechado por uma tampa 31, que compreende uma abertura circular 32 para a evacução pela parte superior do fluxo de ar limpo após o seu tratamento pelo dispositivo de separação ciclónica 7. Este dispositivo, uma vez montado, é posicionado num alojamento 35 proporcionado na coluna 4 do aspirador. 0 recipiente 10 apresenta-se sob a forma de um corpo sensivelmente cilíndrico, particularmente visível nas figuras 3 a 5, que compreende uma entrada 13 na sua parte superior, visível na figura 4, ligada a um tubo de entrada, que conduz o fluxo de ar proveniente da boca de aspiração a uma câmara interior sensivelmente cilíndrica 19 da recipiente 10. Este tubo de entrada, ligado ao recipiente 10, compreende uma primeira porção 11 sensivelmente vertical, formando um cotovelo na sua parte superior, continuada por uma segunda porção 12 sensivelmente horizontal, formando uma rampa de aceleração 40 para o fluxo de ar, visível na figura 4, que entra, assim, na câmara interior 19 do recipiente com uma velocidade e uma direcção adequadas para a formação de um fluxo turbulento.

Além disso, a primeira porção vertical 11 apresenta, vantajosamente, uma diminuição de secção desde a parte inferior até à parte superior ligada à porção 12, de modo a também realizar uma aceleração do fluxo.

Com efeito, a redução de secção na porção vertical 11 é de, pelo menos, 30% entre a entrada da conduta de entrada e a sua ligação com a porção 12.

Além disso, o cotovelo foi dimensionado, nomeadamente ao nível dos seus raios de curvatura de junção às porções 11 e 12, para limitar as turbulências aquando da rectificação do fluxo de ar. Foram evitadas, nomeadamente, zonas angulares propícias ao retrocesso do fluxo, fontes de distúrbios da ventilação. A face inferior do recipiente 10 é fechada por uma porta 14 articulada por uma dobradiça 15, que permite o esvaziamento das poeiras e resíduos acumulados na parte inferior 16, que serve como uma zona de armazenamento. A porta 14 apresenta uma inclinação de aproximadamente 45 graus em relação a um plano horizontal. Esta inclinação permite reduzir a velocidade do fluxo turbulento na parte inferior de armazenamento 16 do recipiente, permitindo assim um armazenamento de resíduos menos perturbado e limitando a sua subida. Uma tal inclinação pode estar compreendida entre 20 e 50 graus para se obter resultados adequados.

De acordo com um elemento essencial da invenção, a rampa de aceleração 40 formada pela porção horizontal do tubo 12 percorre, pelo menos, um quarto de volta em torno da câmara interior 19 do recipiente 10, de preferência, pelo menos, dois quintos de volta, de modo a ter um comprimento suficiente para a aceleração do fluxo do ar de entrada. Ao longo deste comprimento, que começa num ponto inicial 41, ao nível do cotovelo entre as porções vertical 11 e horizontal 12 do tubo de entrada, até um ponto final 42 onde a porção horizontal 12 desemboca na entrada 13 proporcionada na câmara cilíndrica 19, a secção do tubo 12 diminui progressivamente de modo a induzir a aceleração do fluxo de ar. Entre os pontos 41 e 42, a secção reduz-se em, pelo menos, 30%, ou seja uma redução de secção superior a 50% entre a parte inferior da porção 11, conforme visível na figura 3, e o ponto 42 que desemboca na câmara 19.

Aquando da chegada do fluxo de ar à extremidade 42 da rampa de aceleração 40, o fluxo de ar continua o seu percurso ao longo de um prolongamento 43 da parede exterior da porção de tubo 12, de modo a terminar na câmara interior 19 do recipiente segundo uma direcção tangencial a esta câmara.

De acordo com o modelo de realização descrito, a redução da secção da porção de tubo 12 para formar a rampa de aceleração 40 é progressiva. Esta rampa de aceleração pode, contudo, apresentar outras geometrias, outras formas de secção circular, elíptica, oval, ou rectangular...

Além disso, a diminuição desta secção pode ser obtida de acordo com diferentes abordagens, lineares ou não lineares, contínuas ou descontínuas. Esta porção de tubo pode ser fabricada através da montagem de dois meios tubos moldados separadamente e, em seguida, montados por meio de soldadura.

Além disso, esta porção do tubo pode ser a reunião de dois meios tubos, estando um disposto sobre o recipiente, em correspondência com uma cavidade na parte inferior alojamento 35, que forma o segundo meio tubo.

Finalmente, a porção de tubo 12 pode não ser horizontal, mas inclinada para baixo ou para cima. A porção de tubo 12 que forma a rampa de aceleração é, pois disposta em torno da parede lateral exterior do corpo principal do recipiente que delimita a câmara interior 19 do recipiente 10, o que permite formar uma rampa de aceleração sem modificar a geometria desse corpo principal do recipiente ou da câmara interior 19, e sem estrovar a sua parte superior dedicada à evacuação do fluxo de ar tratado. A porção de tubo 12 que forma a rampa de aceleração mantém-se, de preferência, em contacto com a parede exterior lateral do corpo principal do recipiente 10 para limitar o tamanho global do recipiente 10 assegurando ao mesmo tempo que a porção de tubo que forma a rampa de aceleração se mantenha estável, uma vez que ela pode ser fixada ao longo de todo o seu comprimento ao recipiente 10, ou permanecer simplesmente apoiada para reduzir as suas vibrações. O corpo principal do recipiente 10, que delimita a câmara interior 19, foi representada como um corpo tubular, que apresenta uma parede exterior cilíndrica assim como uma parede interior cilíndrica que definem a câmara interior 19. No entanto, a parede exterior deste corpo pode apresentar outras formas. Do mesmo modo, a parede interior pode apresentar uma forma diferente, como uma secção circular variável, ou seja, uma secção elíptica ou oval.

As figuras 5 e 6 ilustram o dispositivo ciclónico montado, o filtro separador 20 está integrado na parte central da câmara interior 19 do recipiente 10. Vamos agora precisar o seu funcionamento. 0 fluxo de ar poluído, ou seja, que compreende poeiras e resíduos, proveninte da boca de aspiração 2 do aspirador, sobe através das porções de tubo 11, 12 até à entrada 13 do recipiente 10, no qual ele entra com uma velocidade e uma direcção adequadas graças à aceleração gerada pela rampa de aceleração 40. Uma rampa 23 e mais exactamente a sua superfície inferior 25, que será descrita mais adiante, forma uma superfície superior de guia do fluxo, que vai ser impulsionado no sentido descendente sobre esta superfície 25, segundo um movimento helicoidal, no espaço delimitado pela grelha 21 e pela parede lateral do recipiente 10 dentro da câmara interior 19 do recipiente 10, que também é chamada câmara ciclónica 19. Este movimento turbulento vai prolongar-se até à parte inferior do recipiente 10, os resíduos são progressivamente propulsionados para as paredes laterais do recipiente 10 sob o efeito da força centrífuga, antes de caírem na zona de armazenamento 16, representada pela parte inferior do recipiente 10. O fluxo de ar que entra para a parte inferior do recipiente 10 inverte a sua direcção e sobe na parte central do dispositivo, sob a grelha 21, segundo um movimento turbulento ascendente, antes de subir ao longo das paredes laterais da grelha 21 para, finalmente, escapar através das zonas de aberturas 22 dispostas na parede lateral da grelha 21 para subir no interior desta grelha de filtragem 21. Durante este percurso ascendente, as últimas poeiras de tamanho pequeno ainda presentes no fluxo vão ser bloqueadas, quer no volume 26 por baixo da grelha 21, quer pelas aberturas 22 da grelha 21. A Figura 7 ilustra a parte superior do filtro separador 20, que compreende na sua parte superior uma tampa cilíndrica 27 com um diâmetro que corresponde sensivelmente ao diâmetro da parte superior 17 do recipiente 10 a fim de assegurar uma ligação mecânica estanque entre estes dois elementos quando são montados, como está representado na figura 6. As braçadeiras 28, instaladas na circunferência exterior da tampa cilíndrica 27 do filtro separador 20, cooperam com os entalhes 18 da parte superior da recipiente 10, assegurando assim um bom posicionamento e uma boa segurança dos dois elementos. A tampa cilíndrica 27 do filtro separador forma um alojamento superior 29 no qual é alojado um filtro de espuma 30 em forma de disco. O filtro separador compreende, além disso, uma grelha de filtragem 21 de forma sensivelmente cilíndrica de diâmetro menor do que a tampa 27, que se estende sob a tampa de modo a estender-se na parte central da câmara de ciclone 19 como foi descrito acima. Esta grelha de filtragem 21 compreende zonas 22 com pequenas aberturas na sua circunferência, a fim de deixarem passar um fluxo de ar ao mesmo tempo que cumprem uma função de filtragem. O filtro separador 20 compreende ainda um elemento em forma de rampa 23, a que chamaremos simplesmente rampa, de forma helicoidal, posicionado sob a tampa 27 do filtro separador. Esta rampa 23 estende-se desde um ponto inicial 24 ao nível da superfície inferior da tampa 27, de modo que a extremidade final da rampa se encontra na proximidade da entrada de ar 13 do recipiente 10 quando o dispositivo ciclónico está montado. Esta rampa 23 estende-se, em seguida, para baixo percorrendo sensivelmente uma meia volta, e ocupando sensivelmente todo o volume entre a grelha 21 e a parede lateral do recipiente 10, conforme pode ser visto na figura 6. A superfície inferior 25 desta rampa 23 forma, por conseguinte, uma superfície de guia helicoidal para o fluxo de ar que entra, permitindo-lhe iniciar o movimento turbulento para baixo em torno da grelha 21. A inclinação para baixo desta superfície de guia garante que o fluxo de ar, depois de ter efectuado a sua primeira volta em torno da grelha interior 21 na câmara de ciclone 19, não entra em colisão com o fluxo de ar que entra através da abertura 13 do recipiente, mas continua o seu caminho turbulento mais baixo. Além disso, a superfície de guia 25 da rampa 23 apresenta uma segunda inclinação da ordem dos 10 a 15 graus para o exterior, particularmente visível na figura 8. Ela forma uma inclinação numa direcção que vai desde o filtro 21 em direcção à parede do recipiente 10, o que promove o guiamento do fluxo de ar na direcção da parede do recipiente 10, aumentando assim o efeito centrífugo provocado pela velocidade de rotação e evitando que o ar ainda poluído passe através das aberturas das zonas 22 da grelha de filtragem 21 nesta fase inicial do tratamento no interior do dispositivo.

Naturalmente, a invenção não está limitada à geometria da rampa 23 escolhida neste modelo de realização.

Esta rampa pode, com efeito, estender-se por, pelo menos, um quarto de volta e ir até à volta completa, no entanto, de preferência estendendo-se por, pelo menos, metade de uma volta. Além disso, a sua inclinação para o exterior é vantajosa porque permite reduzir a diferença de diâmetro entre a grelha 21 e o recipiente 10, isto é, a distância entre a grelha 21 e a parede da recipiente 10, obtendo assim uma solução satisfatória. Uma inclinação compreendida entre 5 e 20 graus é satisfatória, sendo este ângulo medido em relação a um plano perpendicular ao plano tangente à grelha 21 ao nivel da superfície de guia 25. No entanto, esta inclinação permanece opcional e não é obrigatória. A fixação da rampa 23 directamente ao filtro separador 20 é vantajosa uma vez que permite obter uma configuração final eficiente do dispositivo de separação ciclónica por montagem de um mínimo de elementos distintos. Esta rampa pode ser obtida directamente por moldagem e formar uma só peça com, pelo menos, a tampa cilíndrica 27 do filtro separador 20 ou, alternativamente, ser fabricada separadamente e em seguida fixada por qualquer meio ao filtro separador.

Os diferentes componentes do filtro separador podem apresentar outras geometrias sem nos afastarmos do conceito inventivo. Assim, a grelha de filtragem 21 pode não ser cilíndrica, mas pode apresentar uma secção circular variável que diminui, por exemplo, no sentido descendente como representado no modelo de realização em que a mesma é, assim, mais exactamente uma porção de um cone. Esta secção pode apresentar uma outra forma, por exemplo, elíptica ou oval. A expressão sensivelmente cilíndrica é utilizada para integrar estas diferentes variantes. Da mesma forma, a tampa 27 pode apresentar qualquer outra geometria rectangular, quadrada, elíptica... A figura 8 ilustra o filtro separador 20, e ilustra ainda a parte inferior do filtro de acordo com este modelo de realização. A parte inferior da grelha cilíndrica 21 forma uma zona cega 26 delimitada por um fundo horizontal da grelha 21, e pelas superfícies laterais do cilindro ou cone que termina num plano inclinado, da ordem de 45 graus, sensivelmente paralelo à porta inferior do recipiente 10. Esta geometria permite obter um maior volume do que o obtido nas soluções da técnica anterior, nas quais o cilindro termina num plano horizontal na proximidade do fundo da grelha, ao mesmo tempo que apresenta um aspecto estético atractivo. A figura 9 ilustra a porção da estrutura da coluna 4 do aspirador que forma um alojamento 35 para receber o dispositivo de separação ciclónica. Este alojamento compreende uma ligação 36, na sua parte inferior, à extremidade de um tubo de aspiração vertical 40 proveniente da boca de aspiração 2. Esta ligação destina-se a uma ligação com o tubo vertical 11 solidário com o recipiente 10, a fim de formar um tubo de aspiração contínuo e vertical. Por outro lado, este alojamento 35 compreende, na sua parte superior, uma segunda ligação 37 destinada à ligação ao motor do fluxo de ar vertical que sai do dispositivo de separação ciclónica através da passagem no centro da tampa 32. 0 fundo do alojamento 35 compreende uma parte oca vertical 38 para receber uma parte do tubo vertical 11 do dispositivo de separação ciclónica e uma parte oca horizontal 39 para receber uma parte do tubo horizontal 12 do dispositivo de separação ciclónica e permitir, assim, o encaixe suficiente do dispositivo de separação ciclónica no interior da coluna 4 do aspirador, de modo que o seu corpo principal se encontra na continuidade do resto da coluna 4, encobrindo, pelo menos parcialmente, as porções de tubo 11, 12 para atingir uma aparência atraente.

Uma tal arquitectura permite orientar o recipiente 10 aquando do seu reposicionamento no aparelho.

Nesta solução, a montagem e desmontagem do dispositivo de separação ciclónica 7 na coluna 4 do aspirador é simples e fácil, o que facilita o esvaziamento dos resíduos armazenados no dispositivo.

Com efeito, a montagem do dispositivo de separação ciclónica é feita posicionando a extremidade inferior do tubo vertical 11 na sua ligação 36 na parte inferior do alojamento 35 e, em seguida, realizando uma rotação de todo o dispositivo para o fundo do alojamento 35, enquanto se pressiona para baixo o dispositivo de separação ciclónica para permitir a retracção para baixo de uma parte inferior do tubo 11, pela retracção de uma parte móvel mantida em posição de descanso por uma mola, até que o conjunto do dispositivo de separação ciclónica encosta ao fundo do alojamento 35. A libertação da pressão para baixo do dispositivo permite à peça móvel subir sob o efeito da sua mola de retorno, ao mesmo tempo que conduz para cima o dispositivo de separação ciclónica que vai finalmente apoiar-se na parte superior do alojamento 35, o suficiente para garantir uma boa ligação superior 32, 37 para a evacuação do fluxo de ar tratado, assegurando ao mesmo tempo um apoio operacional e eficiente do dispositivo de separação ciclónica no interior da coluna 4. A desmontagem do dispositivo é feita de acordo com um processo inverso, pressionando-o em primeiro lugar para baixo antes de o rodar para a frente. A invenção tem sido ilustrada no quadro de uma aplicação num aspirador vertical. No entanto, o conceito da presente invenção é compatível com qualquer aspirador, independentemente da sua potência, mesmo para potências elevadas entre 1500 e 1800 W, independentemente do modo de funcionamento do aspirador, de forma autónoma com a ajuda de uma bateria ou por ligação à rede. Em tais casos, as dimensões do dispositivo serão adaptadas às condições de escoamento do fluxo de ar. Além disso, o dispositivo de separação ciclónica pode ser utilizado como um separador único de resíduos ou em combinação com um saco de filtro, como num aspirador de trenó, permitindo reduzir a quantidade de resíduos que chegam ao saco e, assim, reduzir as perturbações induzidas pelas operações de manutenção desta solução.

Lisboa, 10 de Novembro de 2015

Claims (10)

1. REIVINDICAÇÕES 1. Dispositivo de separação ciclónica de resíduos e de poeiras para um aspirador de pó sob a forma de um corpo sensivelmente cilíndrico, que compreende uma câmara de ciclone interior sensivelmente cilíndrica (19) acessível através de uma entrada de ar (13) na sua parte superior e um filtro seprador (20) alojado na parte central da câmara interior (19), caracterizado pelo facto de compreender um tubo de entrada, que conduz o fluxo de ar proveniente da boca de aspiração para uma câmara interior, este tubo de entrada compreende uma primeira porção de tubo (11) sensivelmente vertical que forma um cotovelo na sua parte superior, continuada por uma segunda porção de tubo (12) sensivelmente horizontal para conduzir um fluxo de ar para a entrada de ar (13), esta porção de tubo está disposta em torno da câmara de ciclone interior sensivelmente cilíndrica (19) a partir de um ponto inicial (41) até um ponto final (42) na proximidade da entrada de ar (13), a secção desta porção de tubo (12) perto do ponto final (42) é menor do que a sua secção perto do ponto inicial (41) de modo a formar uma rampa de aceleração (40) para o fluxo de ar entre estes dois pontos (41, 42).
2. 2. Dispositivo de separação ciclónica de acordo com a reivindicação anterior, caracterizado pelo facto de a porção de tubo (12) para conduzir o fluxo de ar para a entrada de ar (13) da câmara de ciclone (19) percorrer, pelo menos, um quarto de volta em torno da câmara de ciclone (19).
3. 3. Dispositivo de separação ciclónica de acordo com a reivindicação 1, caracterizado pelo facto de a porção de tubo (12) para conduzir o fluxo de ar para a entrada de ar (13) da câmara de ciclone (19) percorrer, pelo menos, dois quintos de volta em torno da câmara de ciclone (19).
4. 4. Dispositivo de separação ciclónica de acordo com uma das reivindicações anteriores, caracterizado pelo facto de a porção de tubo (12) para conduzir o fluxo de ar para a entrada de ar (13) da câmara de ciclone (19) ser sensivelmente horizontal.
5. 5. Dispositivo de separação ciclónica de acordo com uma das reivindicações anteriores, caracterizado pelo facto de a porção de tubo (12) para conduzir o fluxo de ar para a entrada de ar (13) da câmara de ciclone (19) estar liqada a uma porção de tubo (11) vertical cuja secção decresce, vista na direcção da circulação do ar.
6. 6. Dispositivo de separação ciclónica de acordo com uma das reivindicações anteriores, caracterizado pelo facto de compreender um recipiente (10) amovível que delimita a câmara de ciclone (19), o recipiente suporta a porção de tubo (12).
7. 7. Dispositivo de separação ciclónica de acordo com a reivindicação anterior, caracterizado pelo facto de o recipiente (10) compreender um corpo tubular de superfície lateral exterior cilíndrica que delimita a câmara de ciclone (19) e em que a porção de tubo (12) é fixada em contacto com a superfície lateral exterior cilíndrica do corpo tubular do recipiente (10).
8. 8. Dispositivo de separação ciclónica de acordo com a reivindicação 6 ou 7, caracterizado pelo facto de o recipiente (10) compreender uma parte inferior inclinada e articulada que forma uma porta (14).
9. 9. Aspirador de pó caracterizado pelo facto de compreender um dispositivo de separação ciclónica de poeiras e resíduos de acordo com uma das reivindicações 1 a 8 .
10. 10. Aspirador de pó, do tipo vertical, caracterizado pelo facto de compreender um alojamento (35) disposto na sua coluna (4) para receber o dispositivo de separação ciclónica de acordo com uma das reivindicações 6 a 8, este alojamento (35) compreende uma primeira ligação (36) na sua parte inferior ligada a uma porção de tubo vertical (11) do recipiente (10) e uma segunda ligação (37) na sua parte superior ligada à saída (32) do dispositivo de separação ciclónica. Lisboa, 10 de Novembro de 2015