PT2134308T - Aparelho de exercício para indivíduos com deficiência - Google Patents

Description

DESCRIÇÃO "APARELHO DE EXERCÍCIO PARA INDIVÍDUOS COM DEFICIÊNCIA" Área da Invenção A presente invenção refere-se a um aparelho para indivíduos com deficiência que lhes possibilita exercitarem-se de modo a ganhar maior capacidade corporal, e assistir e ajudar o pessoal assistente, ao tornar desnecessária a presença de mais enfermeiros para lidar com o indivíduo com deficiência. 0 dispositivo de acordo com a presente invenção pode possibilitar que o indivíduo com deficiência se mova realizando movimentos de marcha com as pernas, operando assim o dispositivo. Alternativamente, um dispositivo de acordo com a presente invenção pode realizar movimentos assistidos por motor em pessoas que não tenham a capacidade neurológica ou muscular de se movimentarem sem apoio.

Antecedentes da Invenção

Utilizadores com grave deficiência, p. ex. pessoas com paralisia cerebral, pessoas com lesões provocadas por acidentes de viação ou pessoas com doenças neurológicas (p. ex. doença de Parkinson) ou doenças musculares (distrofia muscular, falhas de coordenação, etc.) com controlo limitado das suas pernas, têm dificuldade em mover-se utilizando as pernas, bem como na coordenação necessária a uma postura ereta ou marcha. De igual forma, indivíduos sentados ou deitados por períodos prolongados em virtude de limitações musculares ou outras questões funcionais, podem sofrer, entre outras, de atrofia muscular e dos membros. Quando os músculos perdem a possibilidade de utilização ativa com alongamento, com simultânea perda de sensibilidade, existe o risco de danos no sistema nervoso, que acabarão por conduzir ao desenvolvimento de atrofia muscular. Na ausência de exercício físico, estes indivíduos não só estarão sujeitos a um progressivo enfraquecimento muscular adicional, como também deteriorarão a sua saúde devido a circulação sanguínea deficitária, que por sua vez origina diversos efeitos secundários, entre os quais uma tendência acrescida para embolias, lesões na pele devido ao fornecimento reduzido de sangue aos tecidos superficiais, debilitação cardíaca, etc.

Os métodos terapêuticos atuais para estimular e ajudar o movimento dos membros destes indivíduos com deficiência compreendem exercícios de alongamento, que são frequentemente realizados com o auxílio de um terapeuta. Estes métodos geralmente compreendem diferentes suportes mecânicos para ajudar o paciente a assumir uma posição mais ou menos vertical. Os movimentos das pernas serão então efetuados com apoio do terapeuta. Tais métodos são úteis mas possuem certas limitações. Em primeiro lugar, estes métodos são trabalhosos e requerem supervisão e apoio contínuos de pelo menos um, e frequentemente mais de um terapeuta. Adicionalmente, muitos destes métodos e dispositivos não serão úteis num movimento que origine um movimento muscular repetitivo e coordenado continuamente, e não contribuem para que o indivíduo com deficiência execute o movimento mais adequado para exercitar eficazmente estes membros. Os padrões de movimento mais favoráveis para exercitar os nervos e os músculos são os movimentos que ocorrem naturalmente em indivíduos saudáveis, uma vez que os músculos, o esqueleto e as vias neurológicas estão dispostos para realizar esses movimentos. Exercitar grupos musculares isolados pode em muitos casos ajudar localmente o paciente, mas movimentos complexos, como a posição ereta e a marcha, ajudarão e exercitarão o indivíduo incapacitado de uma forma muito mais eficaz, comparativamente à estimulação local de músculos isolados ou grupos musculares.

Mais ainda, a maioria dos métodos de exercício e/ou dispositivos requerem interação entre paciente e terapeuta. Geralmente o paciente terá de se encontrar num hospital ou centro de treino específico para possibilitar o apoio por terapeutas na execução dos exercícios. É preferível um aparelho que possa ser instalado em casa, e possa ser manuseado sem ajuda ou, por exemplo, com apoio de membros da família, para além de poder ser utilizado num contexto de enfermagem, tal como num centro de reabilitação ou hospital. É assim conhecida do Pedido de Patente US 2002/0010056 uma passadeira, através da qual um enfermeiro ajuda um indivíduo com deficiência a andar, em que o enfermeiro está ligado a um dispositivo e os movimentos das pernas do enfermeiro são transferidos ao indivíduo com deficiência (que se encontra posicionado numa correia de apoio).

Da Patente US 6 440 046 conhece-se um dispositivo tipo cadeira para endireitar as costas dos indivíduos incapacitados a partir de uma posição sentada, mas em que o indivíduo com deficiência, após ser conduzido a uma posição ereta, permanece erguido sem movimentar as pernas. 0 Pedido de Patente JP 2002382553 dá a conhecer um dispositivo que pode ajudar pacientes incapazes de assumir uma posição ereta a moverem as pernas. Este dispositivo é contudo similar aos outros dispositivos acima mencionados, movido pela força muscular do próprio paciente, e como tal o paciente tem de usar os seus próprios músculos para mover o dispositivo. Em casos específicos, aos quais a presente invenção se destina diretamente, o indivíduo não é capaz de realizar os movimentos necessários, seja por ausência de coordenação (doença de Parkinson, paralisia cerebral) ou porque os músculos não podem ser ativados pela vontade (lesão medular). O documento WO2005/122692 descreve um dispositivo para assistência motorizada e impulsionada para movimento de pessoas com uma forma de incapacidade.

Existe consequentemente uma necessidade de um tipo compacto de aparelho que conduza os indivíduos às posições de exercício pretendidas, com o menor recurso possível a terceiros. Este tipo de aparelho possuirá preferencialmente também a capacidade de proporcionar todos os movimentos naturais e apoio para as pernas e corpo nas posições e exercícios pretendidos. Existe igualmente a necessidade de um aparelho ativado por uma fonte de alimentação externa tal como um motor, p. ex. um eletromotor, para que os movimentos motores do paciente sejam ativamente assistidos.

Para pessoas que se encontrem já avançadas num programa de exercício ou reabilitação, pode ser útil evitar uma fonte de alimentação externa, de tal modo que o paciente possa progressivamente usar os seus próprios músculos para mover o dispositivo. É igualmente necessária, para pessoas que não consigam movimentar-se sozinhas, uma máquina acionada por motor que execute e imponha os movimentos de marcha relevantes no paciente.

Foram já concebidos diversos equipamentos para exercício de modo a permitir exercitar diferentes movimentos. Exemplos destes compreendem passadeiras que permitem caminhar ou correr no lugar; sobe-escadas que permitem subir ou pisar degraus no lugar; bicicletas que possibilitam rodar no lugar; e outros aparelhos aparelhos que possibilitam andar de skate ou caminhar com movimentos de esqui no lugar. Um outro tipo de aparelho torna possíveis movimentos relativamente mais complicados e simula um movimento de marcha mais real, como por exemplo um aparelho de movimento elíptico. 0 equipamento de treino apresenta contudo a limitação de se adequar a pessoas que são já eficientes (para treino de força muscular, resistência, tónus muscular, etc.) e não se destinam a ser utilizados por indivíduos que se encontrem num ponto em que não conseguem realizar os movimentos pretendidos, ou que apenas consigam realizar parte desses movimentos complexos, ou que não tenham força suficiente para tais movimentos, mesmo apesar dos impulsos nervosos para esses músculos funcionarem normalmente. Contudo, os padrões de movimento reais desse aparelho destinam-se ao movimento natural de pernas e corpo, mas não são adequados para pacientes com deficiência.

Por "eficiência" entende-se, neste contexto, o movimento de um membro (as pernas) realizado com ajuda dos sinais nervosos normais emitidos pelo cérebro, e que funcionam nos músculos que movem o esqueleto, em que os músculos possuem força suficiente (possuem massa muscular suficiente) para mover por vontade o membro em causa, assim como manter a pessoa na posição vertical.

Uma vantagem de um exercício com movimento elíptico é que o pé do utilizador se movimenta no sentido ascendente e descendente, bem como para a frente e para trás durante o ciclo de treino. Para além disso, é um objetivo do dispositivo de acordo com a presente invenção proporcionar preferencialmente às pernas um movimento de caminhada tão natural quanto possível. Como mencionado acima, é um dos diversos objetivos da presente invenção fornecer diversos padrões de movimento para as pernas. Adicionalmente, é um dos muitos objetivos da presente invenção proporcionar uma possibilidade de adaptação gradual aos padrões de movimento relevantes variando as passadas dos movimentos relevantes de uma passada relativamente pequena a uma passada natural. Esta é uma vantagem, uma vez que movimentos novos para o indivíduo com deficiência podem originar ansiedade e desagrado mental, tornando assim vantajosa uma adaptação gradual.

Resumo da Invenção A presente invenção, de acordo com a reivindicação 1, fornece um aparelho para exercitar indivíduos com deficiência e incapacidades motoras em diferentes tipos de movimentos de marcha (marcha natural, marcha de esqui, subida de degraus, etc.). Preferencialmente o dispositivo de acordo com a invenção proporcionará, com recurso a um dispositivo motorizado, um movimento próximo do caminhar natural, subir escadas ou esquiar. Estes movimentos relevantes podem igualmente ser proporcionados por um dispositivo de acordo com a invenção adaptado para exercício muscular controlado para marcha. A invenção é caracterizada pelo facto de ser igualmente aplicado um dispositivo de movimento para compensar a falta de alongamento das pernas. Este alongamento natural das pernas pode ser proporcionado quando o movimento para a frente de uma perna (quando esta é movida para a frente) está ligado a um movimento para trás correspondente da outra perna por um dispositivo elástico, de mola, correia ou barra, que coordene e controle o alongamento do joelho e do músculo femoral posterior, puxando o joelho para trás quando a outra perna é movida para a frente na marcha natural. Este dispositivo elástico, de mola, correia ou barra é ligado adequadamente à parte superior da perna, imediatamente abaixo dos joelhos, e coordena o padrão de movimento na flexão dos joelhos quando as pernas são fletidas e alongadas num movimento de caminhada, como explicado acima e descrito em maior detalhe de seguida. Este dispositivo colaborativo para alongamento alternado dos joelhos do utilizador pode ser igualmente composto por barras rígidas ligadas a um disco alavancado giratório horizontal, para que a mesma função, como acima explicado, seja obtida guiando as pernas do utilizador para a frente e para trás num movimento de marcha.

Adicionalmente, a invenção também se caracteriza por compreender um dispositivo de assento, tal como uma cadeira, em que o dispositivo de assento inclui uma calha corretora que faz parte do suporte traseiro do dispositivo de assento, e que funciona como uma coluna vertebral para ligação à parte superior do corpo do indivíduo. Este suporte para as costas pode funcionar igualmente como um suporte para movimentos laterais da parte superior do corpo do utilizador. 0 dispositivo tipo cadeira é constituído por um paralelogramo com hastes para a formação de, por exemplo, um losango ou, em alternativa, uma barra em forma de foice, onde estas são articuladas nos cantos, e que na sequência do levantamento guiam o utilizador para uma posição ereta. Na posição horizontal o paralelogramo ou barra compreende uma área de assento que constitui o assento da cadeira. A calha corretora acima mencionada é articulada com este assento da cadeira, preferencialmente com um suporte para a zona lombar, de forma que o assento da cadeira, o suporte da zona lombar e a calha corretora constituam essencialmente uma linha reta, quando o dispositivo é movido para uma posição ereta. Com o dispositivo acima descrito para movimento das pernas na posição ereta, a fixação peitoral ao carril de suporte, o apoio da zona lombar e o apoio de perna constituirão três pontos de fixação, que em conjunto manterão inclusivamente um indivíduo paralisado numa posição vertical, em que esta posição vertical é mantida essencialmente com recurso ao próprio esqueleto do utilizador. Também a ligação dos pés do utilizador, num dispositivo motorizado de acordo com a invenção, a um dispositivo de movimento do tipo acima mencionado dotado de movimento elíptico, marcha de esqui ou movimento de subida de degraus, em que o dispositivo de movimento compreende por exemplo carris ligados a uma roda elíptica movida por um motor, aquando da ativação do motor, forçará o utilizador a uma marcha vertical, de esqui ou movimento de subida de degraus, que endireita os músculos e melhora o funcionamento de nervos e a coordenação. Alternativamente, a motorização do movimento pode ser controlada de forma que o motor possa assistir e não realizar totalmente o movimento de marcha pretendido, reduzindo a potência do motor.

Breve Descrição dos Desenhos

Figura 1 ilustra um desenho em perspetiva da invenção compreendendo um aparelho de exercício para indivíduos com deficiência.

Figura 2 ilustra uma forma de realização alternativa do dispositivo, não-parte da invenção, em que o dispositivo não é motorizado.

Descrição Detalhada da Forma de Realização Preferida

Fazendo referência à figura 1, será fornecida uma descrição detalhada de um aparelho de exercício motorizado para indivíduos com deficiência, de acordo com a invenção. A totalidade do aparelho encontra-se montada num patim, com os detalhes associados aos números de referência da figura 1. 0 patim suporta pelo menos um disco giratório, por exemplo dois discos 1 e 2, ligados a um eixo para rotação em torno de um centro de rotação. Ao(s) disco(s) 1 e 2 estão ligados dois carris sob a forma de barras excêntricas 3. As barras excêntricas 3 prolongam-se do(s) disco(s) 1 e 2 a uma ligação de deslizamento no patim, de modo que as barras, numa forma de realização, possam mover-se em translação horizontal no patim, e simultaneamente serem movidas na vertical pelo(s) disco(s) excêntrico(s) 1 e 2.

As barras 3 correm sob o dispositivo de assento (acima descrito) e possuem dispositivos para fixação dos pés do utilizador. Graças à fixação dos pés às barras 3, os pés serão movidos de forma controlável com as barras 3, no padrão de movimento em causa. Como mencionado acima, o(s) disco (s) 1 e 2 são acionados por um motor. Será possível mover o(s) disco(s) 1 e 2 em torno do seu próprio eixo de rotação, situação em que o dispositivo funciona como uma máquina elíptica motorizada. Alternativamente, pode ser possível fixar as barras 3 no patim do dispositivo, enquanto o(s) disco(s) 1 e 2 são equipados de sulcos sob a forma de segmentos de arco com o centro no ponto de fixação mais frontal das barras 3. Aquando da operação do (s) disco (s) 1 e 2, o movimento das barras, nesta forma de realização será mais um movimento de subida de degraus. Em alternativa poder-se-á operar o(s) disco(s) 1 e 2 num movimento de alavanca, que proporcionará, quando as barras deslizarem para dentro da estrutura, um movimento tipo esqui às barras 3. Será igualmente possível desligar os discos 1 e 2 um do outro para que possam ser operados individualmente. Isto pode, por exemplo, proporcionar um movimento de esqui, em que é desejável que as barras 3 não sejam demasiadamente erguidas na vertical durante o funcionamento do dispositivo. Num movimento como este, os discos 1 e 2 mover-se-ão alternadamente para trás e para a frente relativamente um ao outro.

Para realizar o movimento elíptico são utilizados dois discos excêntricos 1 e 2, que podem estar ligados a um eixo comum. Cada um dos discos excêntricos possui uma ligação à barra excêntrica 3, que pode ser fixa em orifícios diferentes a distâncias diferentes do centro do disco excêntrico, de modo a alterar o passo do movimento de marcha. A fixação das barras excêntricas 3 perto do eixo de rotação dos discos 1 e 2 proporcionará um movimento menos horizontal, bem como vertical, das barras 3, enquanto a fixação em pontos de fixação (por exemplo, orifícios) mais distantes do eixo de rotação dos discos 1 e 2 permitirá um passo maior das barras 3, tanto na direção horizontal como vertical, e consequentemente maiores "passos" do paciente. A invenção, na sua versão operada a força muscular ou motorizada, pode ser usada por um utilizador que recorra a todas as posições de uma posição sentada a uma posição ereta. 0 aparelho pode portanto ser equipado de um dispositivo para alterar a posição do paralelogramo, que constitui o mecanismo para sentar e levantar no dispositivo de acordo com a invenção. Um dispositivo semelhante pode ser, por exemplo, uma mola pneumática 4, com um fecho proporcionando ajuste continuo da posição sentada a uma posição ereta. A mola pneumática 4 atua no paralelogramo, ao qual o dispositivo de assento e o carril corretivo estão ligados. Alternativa ou adicionalmente, o movimento orientador para cima e para baixo do paralelogramo pode ser operado manualmente por um manipulo. Pode ser igualmente possível operar a posição do paralelogramo e o assento/apoio da região lombar com outras formas de dispositivos operacionais, tais como uma engrenagem com um funcionamento de fuso (engrenagem helicoidal). Pode evidentemente ser também possível fazer funcionar o pistão 4 para operar o assento/apoio da região lombar com recurso a um sistema hidráulico ou pneumático.

Na versão motorizada do dispositivo de acordo com a invenção, os discos excêntricos 1 e 2 recebem energia de um motor preferencialmente elétrico. Numa forma de realização, o disco excêntrico 2 é operado em ligação ao disco excêntrico 1. Quando esta ligação é libertada, os discos excêntricos podem girar independentemente, de modo que ambas as barras excêntricas possam ser colocadas numa posição horizontal. Pode ser desejável que o deslocamento rotacional entre o disco excêntrico 1 e o disco excêntrico 2 seja de 180°, uma vez que proporciona um movimento de marcha natural. Isto refere-se igualmente à operação do sistema de reforço da parte inferior da perna/joelho explicada abaixo (e indicada anteriormente), uma vez que o movimento para diante de uma barra 3 estará ligado ao movimento para trás da outra barra do dispositivo, através de uma banda elástica/correia/mola que coordena os movimentos das pernas do utilizador. É usada uma barra 6 como parte do mecanismo para sentar/levantar, formando um paralelogramo para que a coluna esteja sempre vertical. Nesta ligação, a altura do assento do paralelogramo pode igualmente ser adaptada para indivíduos de alturas diferentes, desde crianças a adultos. De forma a ajustar a altura de acordo com o utilizador, é fornecida uma "junta de joelho" 7 que pode ser ajustada em altura. De igual modo, é fornecida uma "junta de anca" 8, na qual a distância para a junta de joelho pode ser ajustada para adaptação ao utilizador. Assim, a distância relativa entre a junta de anca e a junta de joelho pode ser superior se o dispositivo for adaptado a um indivíduo adulto, ativamente à adaptação do dispositivo a uma criança. É preferível a existência de um mecanismo para sentar/levantar sob a forma de um paralelogramo, mas são igualmente possíveis outras formas de realização, como em forma de foice que, como o paralelogramo, assegura levantamento por alongamento das ancas e apoio dos joelhos.

Para adaptação às costas do utilizador, o aparelho de acordo com a invenção inclui uma coluna posterior 9 para fixação de um apoio de costas 10. A coluna posterior 9 é, na forma de realização do dispositivo ilustrada, uma barra vertical que se prolonga desde o apoio de anca ao pescoço do paciente. Contudo, será possível tornar maior esta coluna 9, para por exemplo fixar o pescoço e cabeça de um indivíduo que tenha, por exemplo, uma lesão cervical, em que seja importante manter em descanso a cabeça do indivíduo durante o exercício. Nestes casos, a coluna 9 será igualmente equipada de dispositivos de fixação para pescoço e cabeça (para além de meios de fixação da zona peitoral do utilizador). A coluna posterior 9 é fixada ao apoio para as costas 10 com recurso a fixadores, que podem ser ajustados na altura da coluna 9 para adaptação à altura do utilizador. São igualmente fornecidos apoios laterais 11 em ligação ao apoio de costas 10, que podem ser girados para fora e constituem um apoio peitoral, para que a parte superior do corpo do utilizador seja fixada durante a utilização. O apoio peitoral corrige a parte superior do corpo e, em conjunção com a almofada de assento 12 com apoios laterais, constitui uma unidade integral que fixa totalmente o utilizador, mantendo-o numa posição ereta. Uma vez que o apoio de costas/peito está fixo à junta da anca, o apoio de costas/peito não se moverá consideravelmente (ou de todo) quando o utilizador for movido de uma posição sentada para uma posição vertical.

Após a fixação de um dispositivo de banda elástica/mola, correia ou barra 14 (como explicado acima), para compensar a falta de músculos nas pernas, o utilizador pode então ser erguido para uma posição ereta com auxílio de uma mola pneumática, mola hidráulica ou dispositivo mecânico, como por operação de engrenagem, operação manual ou operação elétrica. Na versão do dispositivo operada pela força muscular será importante executar manualmente esta função elevatória, embora numa forma de realização possa em alternativa ser levada a cabo eletricamente. Quando o utilizador se encontra na posição vertical, está numa posição ereta corrigida e adequada proporcionada pela contenção 16 da parte inferior da perna, a contenção da anca 8 e a contenção das costas/peito 10. O dispositivo de banda elástica 14 prolonga-se do aro 16 para a parte inferior da perna, e em torno de, por exemplo, o cilindro atrás do assento, e possui a importante função de evitar que o utilizador colapse sobre as suas próprias pernas. Além disso, o dispositivo de banda elástica 14 assegura um alongamento natural e necessário dos músculos da parte posterior das pernas, uma vez que a banda elástica 14 alongará para trás a perna em simultâneo à movimentação para diante da outra perna e vice-versa, e assegura que a utilização do dispositivo origina alternadamente contração muscular e alongamento muscular.

De maneira a, na versão motorizada do dispositivo de acordo com a invenção, segurar as pernas, é fornecido um ponto articular ajustável 15 para o tornozelo, que tem ligação com o aro para a parte inferior da perna 16, com a barra para manter a perna na posição correta. Adicionalmente, é fornecido um aro 17 para fixação do pé. O aro é fechado com uma fechadura excêntrica 18 para rodear o pé.

Uma forma de realização da invenção inclui igualmente uma unidade de desengate 19 para amortecimento de travagem, e um botão 20 para o ajustamento das rotações por minuto do motor. À mesma altura do braço existe um tampo de mesa, ou outro equipamento extra 20, que é girado para um lado quando não se encontra em utilização. A invenção compreende igualmente um dispositivo de contenção 13 para a banda elástica 14, que roda contra um disco de aperto de modo a proporcionar a contenção correta durante todo o ciclo da barra. A outra extremidade da barra excêntrica 3 está equipada de rodas inseridas num dispositivo de carril para orientar o movimento horizontal da barra excêntrica. A roda introduzida na barra excêntrica 3 será, num movimento de esqui e marcha (movimento eliptico) , conduzida para trás e para diante na sua calha no dispositivo de carril. Se contudo, como acima explicado, for pretendido para um movimento de subida de degraus no dispositivo, a roda da barra excêntrica pode ser fixada no dispositivo de carril. Se esta forma de realização de funcionamento for a pretendida, as rodas motrizes 1 e 2 podem possuir calhas, de modo que o funcionamento das rodas 1 e 2 force os carris 3 para cima e para baixo verticalmente, uma vez que o movimento horizontal está agora fixado, uma vez que a roda da frente se encontra fixada no trilho deslizante. Se as rodas motrizes 1 e 2 puderem ser giradas para trás e para diante, pode ser proporcionado um movimento de subida de degrau por não necessitar das calhas do carril 3, que gira em torno da totalidade da roda, apenas necessitando completar parte de um circulo com o centro no ponto de fixação da roda inserida.

Quando o utilizador se encontre erguido numa posição correta e adequada, na versão motorizada do dispositivo de acordo com a invenção, o motor é ativado com uma velocidade que pode ser continua ou gradualmente ajustada. 0 utilizador será então forçado a mover as pernas com auxilio da potência do motor, ao mesmo tempo que o alongamento é alcançado com recurso ao dispositivo de banda elástica.

Um dispositivo como o acima detalhado poderá adaptar-se a diversos tipos de incapacidade, de indivíduos totalmente paralisados a indivíduos que possuam mobilidade, mas que necessitem treinar a sua coordenação e desenvolver padrões corretos de movimento em marcha. Será assim possível construí-lo com controladores de motor elétrico e pneumático, que podem ser acionados pelo próprio paciente, ou até em formas de realização em que esse acionamento ficará a cargo do enfermeiro. Uma vantagem do dispositivo de acordo com a presente invenção é a sua economia em termos de espaço e trabalho. Pode ser manuseado pelo próprio paciente (libertando assim recursos de tal modo que os enfermeiros possam efetuar outras tarefas) ou por apenas um enfermeiro, onde anteriormente eram necessários vários enfermeiros para garantir que o paciente se movia natural e corretamente.

Como referido acima, o dispositivo de acordo com a invenção pode igualmente ser adequado a indivíduos "com deficiência motora" (em contraste com "eficiência motora", ver acima), isto é, indivíduos que por um ou outro motivo possuem funções motoras incaracterísticas nas pernas e/ou no corpo. Exemplos destas funções motoras incaracterísticas são igualmente mencionados acima, e podem abranger indivíduos doentes (doença de Parkinson, poliomielite, doenças espásticas, atrofia muscular, etc.) e indivíduos com lesões (por exemplo lesões no pescoço/costas originadas por acidentes de viação, fraturas como fraturas femorais, fraturas da anca, fraturas da tíbia/perónio, fraturas do pé, etc.) . Para tais indivíduos pode ser relevante não realizar a totalidade do movimento em causa com um motor, e o motor pode, à medida que o tratamento da doença/lesão melhore o estado do paciente, ser sucessivamente desligado, podendo funcionar por um dado período como um motor auxiliar.

Num exemplo alternativo, que não faz parte da invenção, pode ser igualmente possível equipar o patim do dispositivo com rodas para que possa mover-se na sua área. Quando o dispositivo é operado como um aparelho para exercício estacionário, as barras 3 serão movidas a uma distância da base. Equipando, por exemplo, o patim do dispositivo com peças telescópicas verticais, será possível baixar as barras 3 de modo a que atinjam a camada inferior. Equipando adicionalmente o patim com rodas, será possível mover todo o dispositivo dentro da sua área, seja pelo funcionamento do motor (situação em que as rodas podem ser equipadas de um mecanismo de orientação através do qual o utilizador possa orientar a posição do dispositivo), ou operando-o com recurso a força muscular. Numa versão do dispositivo em causa operada por força muscular, apenas os apoios das pernas, das ancas e das costas podem coexistir com o apoio das pernas, que compreenderão os dispositivos de retirada dos joelhos, como acima explicado (ver fig. 2). 0 material do dispositivo de acordo com a invenção não é importante, mas pode ser desejável um material leve e que requeira pouco espaço. Como tal, um material adequado para a construção do dispositivo pode ser alumínio ou liga de alumínio, embora possa ser utilizado outro metal, tal como aço ou liga de aço para as peças do dispositivo sujeitas a desgaste. Podem ser igualmente utilizados plásticos rígidos, especialmente para as peças que suportam o corpo do paciente (correia peitoral, correias das pernas, correias dos pés) .

Claims (12)

1. REIVINDICAÇÕES

   1. Dispositivo de apoio motorizado e acionado para movimento de indivíduos com uma forma de incapacidade, em que o dispositivo compreende um patim, no qual está montada uma cadeira sob a forma de um dispositivo articulado (12) que pode ser movido de uma posição sentada horizontal para uma posição ereta vertical com o auxílio de uma junta rotacional (8) que se encontra à altura da anca de um utilizador, à cadeira estando acoplado um dispositivo de suporte essencialmente vertical (9 e 10) para apoiar e reforçar a coluna do utilizador, caracterizado por existirem duas barras (3) ligadas ao patim que podem ser movidas em translação e/ou rotação, barras (3) estas que são acionadas por pelo menos um disco rotativo e/ou giratório (1 e 2), disco (s) este (s) acionado (s) por um motor, e em que às barras (3) estão ligados mecanismos de suporte (16) para suporte da parte inferior da perna do utilizador, bem como dispositivos de fixação (17 e 18) para o pé do utilizador pé em cada barra (3) , os mecanismos de suporte (16) para a parte inferior das pernas do utilizador compreenderem aros equipados de meios colaborativos de arrastamento (14) para guiar o movimento alternado das pernas do utilizador, em que os meios colaborativos de arrastamento (14) compreendem aros para as pernas (16) sob a forma de bandas elásticas, correias ou barras que interagem através de uma roda que guia a operação interativa dos meios colaborativos de arrastamento (14).
2. 2. Dispositivo de acordo com a reivindicação 1, caracterizado por o mecanismo articulado para movimentar a posição de um utilizador no dispositivo ser composto por um paralelogramo articulado.
3. 3. Dispositivo de acordo com a reivindicação 1 ou 2, caracterizado por o posicionamento do mecanismo articulado para movimentar a posição de um utilizador no dispositivo ser movido por intermédio de uma operação controlada.
4. 4. Dispositivo de acordo com a reivindicação 3, caracterizado por a operação controlada existir sob a forma de uma operação mecânica, tal como uma operação de engrenagem, operação elétrica, operação pneumática ou operação hidráulica.
5. 5. Dispositivo de acordo com as reivindicações 1 a 4, caracterizado por o(s) disco(s) (1 e 2) ser(em) equipado(s) de ranhuras em arco com o centro do arco no ponto rotacional da barra (3) , de modo que a barra (3) possa ser presa ao patim e realizar um movimento para cima e para baixo com a operação dos disco(s) (1 e 2).
6. 6. Dispositivo de acordo com qualquer uma das reivindicações anteriores, caracterizado por o mecanismo de suporte essencialmente vertical para as costas do utilizador compreender uma barra (9) com uma mola associada, que pode rodear a parte superior do corpo de um utilizador.
7. 7. Dispositivo de acordo com a reivindicação 6, caracterizado por o mecanismo de suporte para as costas de um utilizador ser verticalmente ajustável.
8. 8. Dispositivo de acordo com qualquer uma das reivindicações anteriores, caracterizado por o mecanismo de suporte para as costas de um utilizador se estender acima da cabeça do utilizador e compreender mecanismos de suporte e fixação para a cabeça e/ou pescoço do utilizador.
9. 9. Dispositivo de acordo com qualquer uma das reivindicações anteriores, caracterizado por o mecanismo de suporte para as costas do utilizador compreender um tampo de mesa (21).
10. 10. Dispositivo de acordo com qualquer uma das reivindicações anteriores, caracterizado por ser equipado de rodas.
11. 11. Dispositivo de acordo com qualquer uma das reivindicações anteriores, caracterizado por ser acionado por um eletromotor.
12. 12. Dispositivo de acordo com a reivindicação 1, caracterizado por a operação do motor poder ser ajustada.