PT2094312E - Forno e instalação para o fabrico de recipientes estéreis a partir de pré-formas em matérias termoplásticas descontaminadas - Google Patents

Description

DESCRIÇÃO "FORNO E INSTALAÇÃO PARA O FABRICO DE RECIPIENTES ESTÉREIS A PARTIR DE PRÉ-FORMAS EM MATÉRIAS TERMOPLÁSTICAS DESCONTAMINADAS" A invenção refere-se a um forno e uma instalação para o fabrico de recipientes estéreis a partir de pré-formas em matérias termoplásticas descontaminadas. A presente invenção refere-se, de um modo geral, ao domínio de esterilização (ou descontaminação) das pré-formas em matéria termoplástica, em particular, em poli(tereftalato de etileno) (PET), que são destinadas ao fabrico de recipientes, tais como garrafas, frascos ou análogos, por um processo de insuflação ou de estiramento-insuflação de uma pré-forma previamente condicionada termicamente num forno. A invenção refere-se, segundo um dos seus aspectos, a um forno de condicionamento térmico de pré-formas em matéria termoplástica destinadas ao fabrico de recipientes de corpo oco por insuflação ou estiramento-insuflação, compreendendo um dispositivo de transporte de pré-formas que são postas em rotação sobre si mesmas e transportadas sucessivamente entre, pelo menos: uma primeira zona, dita de aquecimento de penetração, compreendendo primeiros meios de aquecimento por radiação infravermelha destinados a pré-aquecer o corpo de cada pré-forma até uma primeira temperatura pré-estabelecida; 1 uma segunda zona intermédia, dita de temporização que, interposta no trajecto das pré-formas entre a primeira zona de aquecimento e uma terceira zona de aquecimento, é percorrida por cada pré-forma num intervalo de tempo determinado; a terceira zona, dita de aquecimento de distribuição, compreendendo segundos meios de aquecimento por radiação infravermelha destinados a aquecer o corpo de cada pré-forma, segundo um perfil de aquecimento determinado, até uma segunda temperatura pré-estabelecida.

Conhecem-se numerosos fornos deste tipo, em particular, para o aquecimento por radiação infravermelha de uma pré-forma a fim de a condicionar termicamente tendo em vista a sua moldagem, isto é, a sua transformação por insuflação num recipiente, por exemplo, uma garrafa, estando um tal forno integrado numa instalação de fabrico da qual constitui um dos postos principais.

Os documentos Fr-A-2872734, EP-A-0620099 ou EP-A-0564354 descrevem, respectivamente, exemplos de forno de condicionamento térmico do corpo de uma pré-forma destinada ao fabrico de um recipiente.

De modo conhecido, as pré-formas destinadas ao fabrico de recipientes estéreis ou descontaminadas numa instalação são, de um modo vantajoso, tratadas no inicio do processo de fabrico dos recipientes, em vez de no fim do processo de fabrico, depois de o recipiente ser obtido por insuflação, porque assim se reduz a 2 quantidade de produto esterilizante utilizado que é, em parte, função da superfície a descontaminar. A invenção refere-se, de acordo com um outro dos seus aspectos, a uma instalação para o fabrico de recipientes estéreis, a partir de uma pré-forma em matéria termoplástica descontaminada, compreendendo, geralmente, pelo menos: um dispositivo de alimentação de pré-formas; um posto de condicionamento térmico compreendendo um dispositivo de transporte de pré-formas que são postas em rotação sobre si mesmas e transportadas através de, pelo menos, um forno destinado a aquecer cada pré-forma tendo em vista a sua moldagem; e um posto de moldagem compreendendo, pelo menos, um molde e um dispositivo de insuflação associado destinado a transformar cada pré-forma num recipiente de corpo oco.

Conhecem-se numerosas instalações para o fabrico de recipientes estéreis deste tipo por insuflação ou estiramento-insuflação e compreendendo, além disso, meios de esterilização destas pré-formas, por exemplo, por via química procedendo, em particular, à molhagem das superfícies a descontaminar embebendo-as numa solução esterilizante, tal como peróxido de hidrogénio (H2 02). 0 documento WO-A-99/03667 descreve, por exemplo, um processo para o fabrico de recipientes estéreis e uma instalação para a execução deste processo. 3 A instalação representada na figura 5 deste documento compreende, principalmente, um dispositivo de alimentação de pré-formas, um posto de condicionamento térmico compreendendo um dispositivo de transporte de pré-formas através de, pelo menos, um forno destinado a aquecer cada pré-forma tendo em vista a sua moldagem e um posto de moldagem compreendendo, pelo menos, um molde e um dispositivo de insuflação associado destinado a transformar cada pré-forma num recipiente final de corpo oco.

Nesta instalação, as pré-formas são tratadas por meios de esterilização, a montante do forno de aquecimento da pré-forma, de modo a descontaminar a superfície cilíndrica da parede interna da pré-forma. A parede interna da pré-forma corresponde à parede interna do recipiente de corpo oco destinado a ser fabricado por insuflação a partir desta pré-forma, de tal modo que esta parede interna da pré-forma delimita o volume interior do recipiente destinado a ser enchido posteriormente, por exemplo, por um determinado liquido, no caso de uma garrafa ou de um frasco.

Os meios de esterilização descritos neste documento compreendem, em particular, um produto de esterilização, tal como uma solução de peróxido de hidrogénio (H202), que é activado termicamente pelo calor dos meios de aquecimento do forno, antes de ser eliminado por evaporação.

Para tal, os meios de esterilização compreendem um pulverizador constituído por uma pistola de vaporização permitindo molhar o interior das pré-formas com produto de esterilização "frio", isto é, não tendo sido previamente aquecido e encontrando-se, portanto, no estado liquido. 4 A pistola é, tipicamente, uma pistola do tipo bi-fluido compreendendo um injector de liquido e um injector de ar formando um conjunto de projecção circular que é susceptivel de ser colocado sobre o trajecto das pré-formas de modo a pulverizar uma névoa de produto de esterilização. A névoa de produto de esterilização é formada por uma nuvem de goticulas que é projectada pela pistola para o interior da pré-forma segundo um escoamento de tipo turbulento.

Constatou-se que este fluxo turbulento de produto de esterilização no interior da pré-forma conduz à formação de um conjunto de goticulas que não são repartidas de modo homogéneo sobre a parede interna da pré-forma.

Com efeito, a utilização de uma pistola da pulverização é, em particular, caracterizada por um caudal importante de produto esterilizante que é obtido comprimindo um gás, tal como ar comprimido, a pressões de cerca de 2 a 3 bar, de tal modo que se produz um fluxo turbulento.

Ora, o fluxo turbulento conduz ao depósito não homogéneo de goticulas residuais de produto esterilizante nas paredes internas das pré-formas. Além disso, as goticulas de produto esterilizante formam um excedente que não é totalmente vaporizado durante o aquecimento.

Estas goticulas de produto esterilizante provocam portanto, por um lado, localmente, um ataque químico do material da pré-forma, geralmente em poli(tereftalato de etileno) (PET) e, por outro lado, durante o aquecimento das pré-formas, produzem 5 um efeito de lupa sobre as radiações térmicas de aquecimento, o que provoca o aparecimento de manchas nas paredes dos recipientes, tais como as garrafas, resultantes das pré-formas tratadas. 0 aparecimento destas manchas nas paredes das garrafas é um defeito de aspecto do produto, que é ainda chamado, por vezes, "aspecto casca de laranja".

Além disso, a quantidade de solução de esterilização susceptivel de ser utilizada é limitada devido às obrigações legais de eliminação da solução de esterilização da qual não devem subsistir senão traços muito infimos no recipiente esterilizado e isto de modo a que, em particular, o liquido destinado a encher o recipiente não apresente uma quantidade da solução de esterilização superior à taxa legal admitida.

Consequentemente, os recipientes fabricados de acordo com este processo não são totalmente satisfatórios e, além disso, não apresentam um grau de descontaminação suficiente, relativamente ao nivel de esterilidade necessário para determinadas aplicações industriais.

Com efeito, a descontaminação operada na instalação segundo este processo diz unicamente respeito à parede interna da pré-forma. Todavia, a superfície externa do corpo da pré-forma comporta, de modo análogo, germes, bactérias ou esporos que podem contaminar as pré-formas (ou os recipientes), bem como a instalação de fabrico em geral.

Ora, os germes, bactérias etc. presentes na superfície externa do corpo da pré-forma são susceptíveis de se propagar na 6 instalação, utilizando, em particular, como vector, o fluxo de ar de arrefecimento que circula em redor das pré-formas no forno ou, ainda, contaminando a superfície dos moldes do posto de insuflação da instalação.

Existe, consequentemente, um risco de contaminação, por vezes ainda chamado "risco de contaminação cruzada", segundo o qual a presença de germes, etc., na superfície externa da pré-forma é susceptível de originar contaminações que podem afectar a esterilidade do recipiente final ou de lotes inteiros de recipientes, em particular, a esterilidade interna. É uma das razões pelas quais têm sido procuradas soluções permitindo, particularmente, uma descontaminação eficaz da superfície externa do corpo de cada pré-forma.

Uma solução possível consiste em tratar a superfície externa do corpo da pré-forma por via química de modo análogo à parede interna, isto é, por pulverização, a montante do forno de condicionamento térmico, de uma solução de esterilização, tal como o peróxido de hidrogénio (H202), na superfície externa do corpo da pré-forma.

Testes mostraram, no entanto, que o fluxo de ar de arrefecimento que circula no forno causa a eliminação quase sistemática e imediata da maior parte da solução de esterilização aplicada sobre a superfície externa e isso antes que a solução esterilizante tenha podido ser activada termicamente pelos meios de aquecimento, de modo que a descontaminação da superfície externa do corpo da pré-forma assim obtida é, geralmente, muito fraca e, consequentemente, 7 insuficiente para alcançar um grau final de descontaminação elevado. A invenção visa remediar estas desvantagens propondo um novo forno permitindo, em particular, de acordo com um processo de esterilização global de uma pré-forma, fabricar, numa instalação de fabrico de recipientes estéreis por insuflação ou por estiramento-insuflação de pré-formas, estes recipientes estéreis, de modo simples, fiável e económico, a partir de pré-formas integralmente esterilizadas ou descontaminadas, tanto no interior como no exterior. A invenção visa, muito particularmente, mas não exclusivamente, a esterilização da superfície externa do corpo de uma pré-forma, isto é, a redução da taxa de contaminação por germes, bactérias ou esporos etc., desta superfície, de modo a limitar muito particularmente o risco de contaminação cruzada.

Par tal, a invenção propõe um forno de condicionamento térmico de pré-formas em matéria termoplástica, em particular, destinado a equipar uma instalação de fabrico de recipientes estéreis por insuflação ou por estiramento-insuflação, do tipo compreendendo um dispositivo de transporte de pré-formas que são postas em rotação sobre si mesmas e transportadas sucessivamente entre, pelo menos: uma primeira zona, dita de aquecimento de penetração, compreendendo primeiros meios de aquecimento por radiação infravermelha destinados a pré-aquecer o corpo de cada pré-forma até uma primeira temperatura pré-estabelecida; 8 uma segunda zona intermédia, dita de temporização que, interposta no trajecto das pré-formas entre a primeira zona de aquecimento e uma terceira zona de aquecimento, é atravessada por cada pré-forma num intervalo de tempo determinado; a terceira zona, dita de aquecimento de distribuição, compreendendo segundos meios de aquecimento por radiação infravermelha destinados a aquecer o corpo de cada pré-forma, segundo um determinado perfil de aquecimento, até uma segunda temperatura pré-estabelecida, caracterizado por o forno compreender meios de esterilização por emissão de raios ultravioleta que estão dispostos na segunda zona intermédia de temporização de modo a esterilizar, pelo menos, a superfície externa do corpo da pré-forma até um determinado grau de descontaminação.

Segundo outras características do forno segundo a invenção: o forno compreende meios de reflexão, tais como reflectores, que estão dispostos na segunda zona intermédia de temporização, em frente de meios de esterilização por ultravioleta, tais como lâmpadas, de modo a reflectir selectivamente os raios ultravioleta emitidos na direcção das pré-formas que circulam entre os meios de esterilização e os meios reflectivos; o forno compreende um dispositivo de arrefecimento das pré-formas por circulação de um fluxo de ar em redor das pré-formas, caracterizado por os raios ultravioleta emitidos pelos meios de esterilização na segunda zona 9 intermédia de temporização esterilizarem o ar circulando em redor das pré-formas; o dispositivo de transporte compreende meios de preensão do gargalo de cada pré-forma compreendendo, pelo menos, um núcleo interno que penetra axialmente no interior do gargalo da pré-forma de modo a que os raios ultravioleta emitidos pelos meios de esterilização irradiem integralmente o gargalo da pré-forma. A invenção propõe, ainda, uma instalação do tipo anteriormente descrito para o fabrico de recipientes estéreis a partir de uma pré-forma em matéria termoplástica descontaminada segundo o processo de esterilização, caracterizada por a instalação compreender um forno de condicionamento térmico compreendendo: primeiros meios de aquecimento destinados a descontaminar, pelo menos, a superfície externa do corpo da pré-forma aquecendo previamente o corpo de cada pré-forma até uma primeira temperatura pré-estabelecida; meios de esterilização por emissão de raios ultravioleta destinados a descontaminar, pelo menos, a superfície externa do corpo da pré-forma por irradiação da pré-forma (12) exposta durante um determinado intervalo de tempo (At) aos raios ultravioleta (UV) emitidos pelos meios (76) de esterilização; e segundos meios de aquecimento destinados a descontaminar, pelo menos, a superfície externa do corpo da pré-forma aquecendo o corpo de cada pré-forma até uma 10 segunda temperatura pré-estabelecida, de modo a esterilizar, pelo menos, a superfície externa do corpo da pré-forma até um determinado grau de descontaminação.

De um modo vantajoso, a instalação compreende, a montante do forno de condicionamento térmico, um posto de esterilização compreendendo um dispositivo de projecção de produto esterilizante dotado de, pelo menos, um injector apto a projectar, na forma de um jacto de vapor, um fluxo de produto esterilizante na direcção da abertura do gargalo de cada pré-forma, cuja temperatura é inferior à temperatura de condensação do produto esterilizante, de modo a depositar por condensação sobre, pelo menos, a parede interna da pré-forma, uma película de névoa de produto esterilizante sensivelmente uniforme destinada a esterilizar a parede interna.

De um modo vantajoso, a primeira temperatura de pré-aquecimento e/ou a segunda temperatura de aquecimento do corpo da pré-forma são superiores ou iguais à temperatura de activação do produto esterilizante de modo a activar por aquecimento o produto esterilizante para esterilizar a parede interna da pré-forma.

De um modo vantajoso, a primeira temperatura de pré-aquecimento e/ou a segunda temperatura de aquecimento do corpo da pré-forma são superiores à temperatura de evaporação do produto esterilizante, de modo a eliminar por evaporação o produto esterilizante activado por aquecimento.

De um modo geral, recordar-se-á que, no domínio visado pela invenção, o nível de esterilidade de uma pré-forma ou de um recipiente é apreciado em função do número de germes, bactérias 11 ou esporos, de modo que se refere, quase sempre, o grau de descontaminação obtido. 0 nível de esterilidade ou grau de descontaminação é determinado por contagem da quantidade de germes, etc., que são contados após operações de lavagem, de filtração e de cultura e que é geralmente expresso em "Log" em função da redução logarítmica do número de germes, etc. A título de exemplo, a redução logarítmica do número de germes é dita da ordem de 3 Log ou ainda 3D, quando o grau de descontaminação corresponde a uma redução de 1000 unidades (103) .

Naturalmente, o nível de esterilidade é determinado em função das aplicações e, sendo o grau obtido proporcional à redução logarítmica do número de germes, etc., considera-se quase sempre um grau de descontaminação da ordem de 1 Log como reduzido ou mesmo desprezável e, por comparação, um grau de descontaminação da ordem de 6 Log como particularmente elevado.

Outras características e vantagens da invenção revelar-se-ão com a leitura da descrição pormenorizada que segue para a compreensão da qual será feita referência aos desenhos anexos, nos quais: a figura 1 é uma vista superior que representa esquematicamente um forno de condicionamento térmico segundo a invenção; a figura 2 é uma vista em corte do forno da figura 1, segundo a secção 2-2 que representa esquematicamente a 12 primeira e terceira zonas do forno para o aquecimento por infravermelhos e a esterilização das pré-formas; a figura 3 é uma vista em corte do forno da figura 1 na segunda zona de temporização segundo a secção 3-3 e representa esquematicamente um exemplo de implantação de meios de esterilização por ultravioletas compreendendo reflectores associados; a figura 4 é uma vista semelhante à figura 3 que ilustra uma variante de realização segundo a qual os meios de esterilização por ultravioletas estão dispostos em ambos os lados das pré-formas; a figura 5 é uma vista superior de uma instalação de fabrico de recipientes estéreis compreendendo um forno segundo a invenção dotado de meios de esterilização por ultravioletas para a descontaminação da superfície externa do gargalo e do corpo das pré-formas e, a montante do forno, de um posto de esterilização para realizar simultaneamente no forno a descontaminação da parede interna da pré-forma.

Na descrição, utilizar-se-á, a titulo não limitativo, expressões tais como "montante" e "jusante", "superior" e "inferior", "interior" e "exterior" e as orientações longitudinal, vertical e transversal em referência aos triedros (L, V, T) representados nas figuras e às definições dadas na descrição.

Na continuação da descrição, os elementos semelhantes ou idênticos serão designados pelas mesmas referências. 13

Na figura 1, representou-se um exemplo de realização de um forno 10 de condicionamento térmico de pré-formas, em particular, de pré-formas em matéria plástica ou termoplástica, tal como Poli(tereftalato de etileno) (PET). A figura 1 representa, numa vista de pormenor, uma pré-forma 12 destinada ao fabrico de um recipiente de corpo oco, tal como uma garrafa, um frasco etc., em particular, por insuflação ou por estiramento-insuflação.

Por definição, o termo "pré-forma" significa, na continuação da presente descrição, quer a pré-forma inicial obtida pela injecção de matéria plástica e utilizada em processos de fabrico de um recipiente numa única etapa de insuflação resultando directamente no recipiente final, quer o recipiente intermédio, no caso dos processos em diversas etapas de insuflação.

As pré-formas 12 são, geralmente, realizadas segundo um processo de moldagem por injecção e são, por exemplo, moldadas num lugar diferente daquele onde se encontra a instalação de fabrico de recipientes.

Como se pode ver melhor na vista de pormenor, uma pré-forma 12 apresenta, geralmente, um corpo 14 globalmente tubular, de secção cilíndrica segundo um plano de corte horizontal, o referido corpo 14 estendendo-se verticalmente segundo um eixo Al principal, aqui numa posição dita "gargalo para baixo". A pré-forma 12 é fechada na sua extremidade superior por um fundo sensivelmente 16 hemisférico, que corresponde à parte 14 superior do corpo da pré-forma destinada a formar o fundo do recipiente.

Ao contrário, a pré-forma 12 é aberta na sua extremidade inferior que é conformada num gargalo 18 que possui já a forma definitiva do gargalo ou boca do recipiente. A pré-forma 12 compreende, na junção entre o corpo 14 e o gargalo 18, uma flange 20 que se estende radialmente para o exterior, saliente relativamente ao corpo 14 e ao gargalo 18. O gargalo 18 delimita uma abertura 22 anular centrada no eixo Al e compreende, na sua superfície externa, um rosca 24 destinada a permitir a instalação ulterior de meios de fecho com rosca do recipiente, tal como uma tampa (não representada).

As principais partes da pré-forma 12 consideradas no quadro de esterilização são, respectivamente, a superfície da parede 26 interna, superfície 28 externa do corpo 14 que se estende verticalmente do fundo 16 para a flange 20 do gargalo 18.

Como representado na figura 2, o forno 10 compreende um dispositivo 30 de transporte destinado transportar, sucessivamente, as pré-forma 12 de montante para jusante e que é dotado de meios assegurando a colocação em rotação sobre si própria de cada pré-forma em redor do seu eixo Al vertical.

As pré-formas 12 movem-se, assim, a partir da entrada do forno 10 até à saída no sentido das setas "d" representadas na figura 1 e percorrem de montante para jusante as diferentes zonas que constituem o forno 10 a uma velocidade V de deslocação 15 rodando, simultaneamente, cada uma sobre si própria a uma determinada velocidade de rotação.

De um modo conhecido forno 10 compreende sucessivamente uma primeira zona A, dito de aquecimento de penetração, uma segunda zona B intermédia, dita de temporização, e uma terceira zona C de aquecimento, dita de aquecimento final, que estão representadas, respectivamente, em traço misto na figura 1. A primeira zona A de aquecimento de penetração compreende primeiros meios 32 de aquecimento emitindo uma radiação IR1 infravermelha que se destina a pré-aquecer o corpo 14 de cada pré-forma 12 até uma primeira temperatura TC1 pré-estabelecida.

De um modo preferido, a primeira temperatura TC1 pré-estabelecida correspondendo aqui à temperatura de pré-aquecimento encontra-se entre 50 °C e 80 °C, por exemplo, igual a 70 °C. A segunda zona B intermédia de temporização está interposta no trajecto das pré-formas 12 entre a primeira zona A de aquecimento e a terceira zona C de aquecimento. A segunda zona B é atravessada por cada pré-forma 12 num intervalo de tempo At determinado que é, em particular, função da velocidade V de deslocação das pré-formas 12 movidas pelo dispositivo 30 de transporte.

Em função das aplicações, o intervalo de tempo At, por exemplo, está compreendido entre 2 e 15 segundos, segundo a cadência da máquina, geralmente da ordem de 5 segundos. 16 A temporização efectuada na segunda zona B, entre a primeira e terceira zonas de aquecimento, é destinada a permitir uma distribuição homogénea no conjunto do corpo 14 do calor transmitido pelos primeiros meios 32 de aquecimento. A terceira zona C de aquecimento de distribuição compreende segundos meios 34 de aquecimento emitindo uma radiação IR2 infravermelha que se destina a aquecer o corpo 14 de cada pré-forma 12 até uma segunda temperatura TC2 pré-estabelecida.

De um modo preferido, a segunda temperatura TC2 pré-estabelecida correspondendo aqui à temperatura de aquecimento está compreendida entre 80 °C e 130 °C, geralmente da ordem de 90 °C a 110 °C. A temperatura de aquecimento é, em particular, determinada em função das características da pré-forma 12, tais como o material, a espessura do corpo 14, etc. e do recipiente.

Os primeiros meios 32 de aquecimento e/ou os segundos meios 34 de aquecimento são, por exemplo, constituídos por lâmpadas de radiação infravermelha, geralmente na forma de tubo que, em posição de funcionamento nas zonas A e C de aquecimento, se estendem longitudinalmente e são montadas umas por cima das outras outro em suportes (não representados).

Como se pode ver na figura 2, o dispositivo 30 de transporte das pré-formas 12 compreende meios 36 de suporte nos quais as pré-formas 12 são montadas em posição "gargalo para baixo", ou seja, o fundo 16 virado para cima e que são dotadas de meios 38 de orientação, por exemplo, de rodízios, acoplada em caminhos 40 de rolamento complementares em forma de "U". 17

De um modo preferido, os meios 36 de suporte do dispositivo 30 de transporte compreendem meios 42 de preensão do gargalo 18 de cada pré-forma 12, os meios 42 de preensão compreendendo, de um modo vantajoso, um núcleo interno (não representado) que se estende verticalmente para cima de modo a penetrar axialmente segundo o eixo Al no interior da abertura 22 delimitada pelo gargalo 18. O forno 10 compreende meios 44 de protecção, por exemplo, em forma de calha, formando abrigos destinados a assegurar uma protecção térmica do gargalo 18 de cada pré-forma 12 contra os raios infravermelhos.

Com efeito, o gargalo 18 de cada pré-forma 12 apresentando a forma definitiva daquela do gargalo ou boca do recipiente final, não deve ser exposto à radiação infravermelha dos meios 32, 34 de aquecimento do forno para evitar qualquer risco de deformação susceptivel, em particular, comprometer ulteriormente, após o enchimento, a operação de rolhagem do recipiente.

Os meios 44 de protecção estendem-se horizontalmente sobre suportes 36, delimitando entre si uma passagem calibrada de modo a permitir, respectivamente, que o corpo 14 da pré-forma 12, que se estende verticalmente para cima, seja aquecido e o gargalo 18, que se estende para baixo seja, pelo contrário, protegido.

De um modo vantajoso, os meios 44 de protecção são arrefecidos por meios de arrefecimento associados (não representados). 18 A primeira e terceira zonas A e C de aquecimento do forno 10 estendem-se verticalmente sobre meios 44 de protecção dos gargalos 18 e compreendem, respectivamente, uma parede 48 interna e uma parede 46 externa entre as quais, transportados pelo dispositivo 30, desfilam os corpos 14 das pré-formas 12 a aquecer.

Em cada zona A e C de aquecimento do forno 10, a parede 46 exterior compreende, de preferência, painéis isolantes associados às lâmpadas 32 ou 34 infravermelhas de aquecimento que estão sobrepostas verticalmente umas sobre as outras, enquanto a parede interior 48 oposta é constituída por painéis reflectores aptos a reflectir os raios infravermelhos emitidos pelas lâmpadas 32, 34 na direcção das pré-formas.

De um modo preferido, a posição transversal de cada lâmpada 32, 34 de aquecimento é susceptível de ser regulada selectivamente segundo a direcção transversal, em particular, na terceira zona C de aquecimento para estabelecer um determinado perfil de aquecimento fazendo variar a distância entre cada lâmpada dos segundos meios 34 de aquecimento e o corpo 14 como o fundo 16 das pré-formas 12 frente a frente.

De um modo vantajoso, o forno 10 compreende um dispositivo 50 de arrefecimento, dito superficial, do corpo 14 das pré-formas 12 que é obtido por circulação de um fluxo F de ar em redor das pré-formas, como ilustrado por setas na figura 2.

De um modo vantajoso, o dispositivo 50 de circulação de ar de arrefecimento compreende meios 52 de filtração destinados a filtrar o fluxo de ar de arrefecimento colocado em circulação no 19 forno 10 de modo a purificar o ar e evitar qualquer contaminação das pré-formas por germes, etc.

De um modo vantajoso, o ar de arrefecimento colocado em circulação no forno 10 é constituído por ar estéril ou apresentando um grau de descontaminação elevado.

De um modo preferido, o dispositivo 50 compreende meios de regulação térmica (não representados) da temperatura do ar. O forno 10 é dotado de aberturas de ventilação para permitir a passagem do fluxo F de ar insuflado através de meios 54 de hélice destinados a favorecer um aquecimento homogéneo em toda a espessura da pré-forma 12, em particular, sem sobreaquecer a camada de matéria superficial da superfície 28 externa do corpo 14 e do fundo 16.

Efectivamente, o ar permite evacuar o calor de convecção provocado pelos meios 32, 34 de aquecimento e favorecer a penetração das radiações IRl, IR2 infravermelhas emitidas na espessura da matéria constituindo a pré-forma 12. A figura 5 representa, esquematicamente, uma instalação 56 para o fabrico de recipientes estéreis, tais como garrafas, a partir de pré-formas 12 em matéria termoplástica do tipo daquela representada na figura 1.

Esta instalação 56 compreende, principalmente, segundo o sentido de deslocação das pré-formas 12 de montante para jusante, um dispositivo 58 de alimentação, um posto 60 de condicionamento térmico compreendendo, pelo menos, um forno 10 e o seu dispositivo 30 de transporte e um posto 62 de moldagem. 20

De modo conhecido, o forno 10 do posto 60 destina-se a aquecer o corpo 14 de cada pré-forma de modo a permitir a sua moldagem no posto 62 de moldagem situado a jusante.

Os meios 32 e 34 de aquecimento do forno 10 asseguram, assim, uma primeira função consistindo em aquecer as pré-formas 12 para as amolecer, segundo um determinado perfil de aquecimento, colocando-as a uma temperatura Tm de moldagem função do material constitutivo da pré-forma.

No caso de uma pré-forma realizada em Poli(tereftalato de etileno) ou PET, a temperatura Tm de moldagem é de cerca de 100 °C. A segunda temperatura TC2 pré-estabelecida dos segundos meios 34 de aquecimento é igual à temperatura Tm de moldagem, a qual é superior à temperatura Tg de transição vítrea do material constitutivo da pré-forma 12. O posto 62 de moldagem compreende, pelo menos, um molde 64 e um dispositivo 66 de insuflação associado para transformar a pré-forma 12 num recipiente 68 com corpo oco, aqui uma garrafa, como ilustrado em pormenor na figura 5, à saída do posto 62 da instalação 56.

De um modo vantajoso, a instalação 56 compreende, a jusante do posto 62 de moldagem, transformando por insuflação cada pré-forma 12 numa garrafa 68, um posto de enchimento e um posto de rolhagem (não representados). 21 0 dispositivo 58 de alimentação está disposto à entrada da instalação 56 que se destina alimentar em continuo pré-formas 12.

Um tal dispositivo 58 de alimentação compreende, por exemplo, uma tremonha (não representada) na qual são descarregadas a granel pré-formas 12 que são recolhidas uma por uma na base da tremonha para serem encaminhadas uma após outra para a posição "gargalo para cima".

Nesta posição "gargalo para cima", as pré-formas 12 são, de um modo preferido, encaminhadas por gravidade por meio de uma guia 70 inclinada, sendo a guia formada por duas calhas paralelas afastadas uma da outra de modo a deixar passar verticalmente o corpo 14 das pré-formas 12, mas nas quais cada pré-forma 12 repousa por intermédio da sua flange 20.

Os meios de preensão aptos a prender individualmente cada pré-forma 12 são, por exemplo, dispostos na extremidade da guia 70 e constituídos por uma roda 72 de carga. A roda 72 de carga destina-se a entregar as pré-formas 12 à entrada do forno 10 de condicionamento térmico onde são recebidas pelo dispositivo 30 de transporte.

De um modo vantajoso, as pré-formas 12 são transportadas através do forno 10 pelo dispositivo 30 de transporte numa posição oposta "gargalo para baixo", e são dotadas de meios de reversão (não representados) das pré-formas entre a roda 72 e os suportes 36 com núcleo interno do dispositivo 30. 22

Como foi previamente explicado, para obter recipientes 68 estéreis é necessário realizar uma descontaminação total da pré-forma 12.

De um modo vantajoso, a instalação 56 compreende, portanto, um posto 74 de esterilização que está, por exemplo, disposto sobre a roda 72 de carga, a montante dos meios de reversão das pré-formas 12 e da entrada do forno 10.

De um modo preferido, o posto 74 de esterilização (não representado em pormenor) compreende um dispositivo de projecção de produto esterilizante equipado com, pelo menos um injector apto a projectar, sob a forma de um jacto de vapor, um fluxo de produto esterilizante na direcção da abertura 22 do gargalo 18 de cada pré-forma 12, cuja temperatura TO é inferior à temperatura de condensação Tc do produto esterilizante.

Graças a estes meios do posto da projecção 74, deposita-se por condensação sobre, pelo menos, a parede 26 interna da pré-forma, uma pelicula de névoa de produto esterilizante sensivelmente uniforme que se destina a esterilizar a parede 26 interna.

De um modo vantajoso, o produto esterilizante ou de esterilização consiste num composto contendo peróxido de hidrogénio H2 O2 ou peróxido de hidrogénio H2O2 vaporizado. A temperatura Ta de activação do peróxido de hidrogénio H2O2 é cerca de setenta graus Célsius (70 °C) .

Consequentemente, o produto H202 esterilizante encontra-se activado a partir da entrada da pré-forma 12, na primeira zona A 23 de pré-aquecimento do forno 10, de modo que a parede 26 interna da pré-forma 12 é esterilizada.

Efectivamente, os primeiros meios 32 de aquecimento a infravermelhos do forno 10 destinam-se a aquecer o corpo 14 da pré-forma 12 até à primeira temperatura TC1 pré-estabelecida, que é, de um modo vantajoso, superior ou igual à temperatura Ta de activação.

Além disso, os segundos meios 34 de aquecimento por infravermelhos da terceira zona C de aquecimento do forno 10 destinam-se a aquecer a pré-forma 12 até à segunda temperatura TC2 pré-ajustada igual à temperatura Tm de moldagem (de 90 a 130 °C) que é superior à temperatura Te de evaporação de um produto esterilizante, tal como o H2 02 .

Consequentemente, o produto esterilizante (H202) é automaticamente eliminado por evaporação durante o aquecimento na zona C, de modo que o recipiente 68 final obtido apresenta, no máximo, alguns traços desprezáveis de produto esterilizante conforma as exigências legais em vigor.

De um modo vantajoso, os meios 32 e 34 de aquecimento do forno 10 asseguram, portanto, além de uma primeira função convencional de aquecimento tendo em vista a moldagem, uma segunda função consistindo em activar termicamente o produto esterilizante por aquecimento de modo a esterilizar, pelo menos a parede 26 interna da pré-forma 12, em seguida, em eliminar por evaporação o referido produto previamente activado de modo remover quase todos os traços deste no recipiente 68 final. 24

De um modo vantajoso, a parede 26 interna da pré-forma 12 está em contacto com a película de névoa de produto esterilizante depositada por condensação e que é activada a partir da entrada no forno 10 durante intervalo de tempo, dito de descontaminação interna, que corresponde pelo menos ao intervalo de tempo gasto por uma pré-forma para percorrer, sucessivamente, a primeira zona A.

Em função da temperatura, a descontaminação da parede 26 interna pode prosseguir sobre a totalidade ou parte da segunda zona B intermédia, antes que a película de produto esterilizante se evapore progressivamente na terceira zona C.

Sendo a esterilização da parede 26 interna da pré-forma 12 realizada, de um modo vantajoso, por via química do modo acima descrito, é ainda necessário para fabricar recipientes estéreis apresentando um grau elevado de descontaminação, proceder à esterilização da superfície 28 externa da pré-forma 12.

Com efeito, como foi previamente explicado, apenas a esterilização suplementar da superfície 28 externa do corpo 14 da pré-forma 12, como, de preferência, a do gargalo 18, é susceptível de reduzir, ou mesmo eliminar, os riscos da contaminação cruzada segundo os quais germes, bactérias ou esporos etc. presentes no exterior da pré-forma são, em particular, susceptíveis de ser reintroduzidos no interior da pré-forma 12, em particular, pelo ar em circulação no posto 62 de moldagem durante a operação de insuflação.

De acordo com a invenção, o forno 10 é caracterizado por compreender os primeiros meios 32 de aquecimento, os meios 76 de esterilização que estão dispostos na segunda zona B intermédia 25 de temporização e que são aptos para emitir raios ultravioleta UV e os segundos meios 34 de aquecimento para esterilizar, pelo menos, a superfície 28 externa do corpo 18 da pré-forma 12 até ao grau de descontaminação determinado.

De um modo vantajoso, o processo de esterilização executado num forno 10 segundo a invenção está apto para esterilizar, pelo menos, a superfície 28 externa do corpo 14 da pré-forma 12 até um grau de descontaminação determinado.

Com efeito, o processo de esterilização executado num forno 10 de acordo com a invenção compreende, pelo menos, as seguintes etapas sucessivas: uma primeira etapa de descontaminação por aquecimento no decurso da qual o corpo 14 da pré-forma 12 é pré-aquecido pelos primeiros meios 32 de aquecimento até a primeira temperatura TC1 pré-estabelecida; uma segunda etapa de descontaminação por raios ultravioleta UV no decurso da qual, pelo menos, a superfície externa 28 do corpo 14 da pré-forma 12 é exposta durante um intervalo de tempo At determinado aos raios ultravioleta UV emitidos por meios 76 de esterilização; e uma terceira etapa de esterilização por aquecimento no decurso da qual o corpo 14 da pré-forma 12 é aquecido pelos segundos meios 34 de aquecimento até uma segunda temperatura TC2 pré-estabelecida.

De um modo vantajoso, este processo de esterilização é, portanto, susceptível de ser executado num forno 10, tal como o 26 forno 10 de um posto do 60 de condicionamento térmico de uma instalação 56 de fabrico de recipientes estéreis a partir de pré-formas 12 em matérias termoplásticas destinadas a ser transformadas por insuflação ou por estiramento-insuflação.

Num forno 10 de acordo com a invenção, a esterilização de, pelo menos, a superfície 28 externa do corpo 18 da pré-forma 12 é obtida por três etapas que consistem sucessivamente em: aquecer ou pré-aquecer o corpo 14 da pré-forma 12 até a primeira temperatura TC1 pré-estabelecida correspondente a uma primeira temperatura dada de descontaminação; irradiar, pelo menos, o corpo 14 da pré-forma 12 por raios ultravioleta UV durante um determinado intervalo de tempo; e aquecer o corpo 14 da pré-forma 12 até à segunda temperatura TC2 pré-estabelecida correspondente a uma segunda temperatura dada de descontaminação.

De um modo vantajoso, os raios ultravioleta UV emitidos pelos meios 76 de esterilização na segunda zona B intermédia de temporização esterilizam o ar do fluxo de ar de arrefecimento que circula em redor das pré-formas 12.

De acordo com um exemplo de realização representado na figura 3, o forno 10 compreende, na segunda zona B intermédia de temporização dos meios 76 de esterilização por ultravioleta UV que são constituídos por lâmpadas 78 de raios ultravioleta UV e meios 80 reflectivos associados, tais como reflectores. 27

De um modo vantajoso, os reflectores 80 estão dispostos no interior do forno 10 em frente de lâmpadas 78 de raios ultravioleta UV, de modo a reflectir selectivamente raios ultravioleta UV emitidos na direcção das pré-formas 12.

Os meios 76 de esterilização por raios ultravioleta formados pelas lâmpadas 78 de raios ultravioleta UV e pelos meios 80 reflectivos estão aqui dispostos globalmente em "ferradura" segundo o trajecto das pré-formas 12 na segunda zona B e em ambos os lados destas últimas que desfilam, deste modo, à velocidade V e rodando sobre si próprias entre as lâmpadas 78 UV e os reflectores 80.

Segundo uma variante de realização representada na figura 4, os reflectores 80 dispostos no interior são substituídos por uma parede dotada de as lâmpadas 78 de ultravioletas UV, de modo que a segunda zona B intermédia de temporização do forno 10 compreende meios suplementares de emissão de ultravioletas UV para esterilizar as pré-formas 12.

De um modo vantajoso, esta variante permite aumentar globalmente a radiação ultravioleta UV emitida e, portanto, a quantidade de radiações recebidas pela superfície 28 externa do corpo 14 e pelo gargalo 18 da pré-forma 12, de modo a aumentar o grau final de descontaminação, para uma mesma velocidade V de deslocação das pré-formas 12.

Além disso, os meios 76 de esterilização segundo esta variante permitem manter um grau de descontaminação elevado mesmo quando a velocidade V aumenta e o intervalo de tempo At diminui. 28

Com efeito, o intervalo de tempo At corresponde à duração de exposição da superfície 28 externa do corpo 14 e do gargalo 18 da pré-forma 12 aos raios ultravioleta UV. A temperatura média na segunda zona B de temporização é aproximadamente, 40 a 50 °C, de modo que os meios 44 de protecção dos gargalos 18 são, de um modo vantajoso, suprimidos.

De um modo vantajoso, os meios 76 de esterilização, tais como as lâmpadas 78 e/ou os reflectores 80, são dispostos de modo a que o gargalo 18 seja também irradiado por raios ultravioleta UV.

As lâmpadas 78 dos meios 76 de esterilização são constituídas por lâmpadas de tipo normalizado, por exemplo, em forma de tubo, que apresentam, a uma temperatura ambiente da ordem de 50 °C na segunda zona B intermédia, um funcionamento fiável e uma vida útil normal.

De um modo vantajoso, o dispositivo 30 de transporte compreende os meios 42 de preensão do gargalo 18 de cada pré-forma 12 dotados de núcleo interno penetrando axialmente no interior da abertura 22 do gargalo 18 da pré-forma 12, de modo que a superfície externa do gargalo 18 da pré-forma 12 é integralmente irradiada por raios ultravioleta UV emitidos pelos meios 76 de esterilização. O grau de descontaminação da superfície externa do gargalo 18 da pré-forma 12 é, portanto, pelo menos, igual a 2,5 Log.

Para determinar o grau final de descontaminação, foram efectuados testes com pré-formas 12 contaminadas por esporos do 29 bacilo "Atrophaeus 9372", utilizado aqui como referência, e cujos resultados são pormenorizados adiante.

Com efeito, os esporos de germes deste bacilo são hoje mundialmente considerados como referência para determinar o nivel de esterilidade ou de assepsia, tanto por organismos (FDA, ...) como pelos industriais, em particular, num sector como o agro-alimentar.

Realizando unicamente uma etapa de esterilização térmica da superfície 28 externa do corpo 14 da pré-forma 12 por aquecimento com raios infravermelhos num forno 10, o grau de descontaminação obtido é relativamente reduzido, geralmente inferior a 0,5 Log.

Do mesmo modo, realizando unicamente uma operação de esterilização da superfície 28 externa do corpo 14 da pré-forma 12 por irradiação com raios ultravioleta UV durante um intervalo de tempo determinado, o grau de descontaminação obtido fica, então, compreendido entre o 2 Log e 3 Log, por exemplo, da ordem de 2,5 Log. A duração da irradiação por ultravioleta UV das pré-formas 12 corresponde, de um modo vantajoso, ao intervalo de tempo At determinado dispendido por cada pré-forma 12 para percorrer a segunda zona B de temporização de um dado forno, cada pré-forma 12 sendo movida através do forno 10 pelo dispositivo 30 de transporte a uma velocidade V de deslocamento determinada que é função do tipo de forno e das aplicações. A título de comparação, os ensaios realizados demonstraram que, realizando consecutivamente uma etapa de esterilização por 30 ultravioleta UV e em seguida uma etapa de esterilização térmica por infravermelhos ou, inversamente, uma etapa de esterilização térmica por infravermelhos e, em seguida, uma etapa de esterilização por ultravioleta UV, o grau de descontaminação obtido permanece globalmente semelhante àquele anteriormente obtido com a única etapa de esterilização por ultravioleta UV, isto é, da ordem de 2,5 Log.

Consequentemente, os resultados obtidos demonstram claramente que uma única etapa de esterilização por aquecimento, em particular, por infravermelhos, não permite aumentar o grau de descontaminação para além do grau obtido apenas com a esterilização por ultravioletas UV.

No entanto e de modo surpreendente, obtêm-se com a combinação das três etapas sucessivas executadas num forno 10 de acordo com a invenção um grau de descontaminação tão inesperado como particularmente elevado.

Por comparação, um grau final de descontaminação da ordem dedo 5 Log a 6 Log foi obtido durante estes ensaios, ou seja, um nivel de esterilização da superfície 28 externa do corpo 14 da pré-forma 12 que é mais de duas vezes superior àquele previamente obtido realizando, consecutivamente, apenas duas etapas de esterilização por aquecimento por infravermelhos e por irradiação por ultravioletas UV ou inversamente. A execução do processo num forno 10 de acordo com a invenção compreendendo os meios 76 de esterilização efectua-se, pelo menos, segundo as etapas sucessivas de descontaminação previamente descritas para esterilizar, pelo menos, a parede externa 28 do corpo 14 da pré-forma 12. 31

Consequentemente, os meios 32 e 34 de aquecimento do forno 10 asseguram, ainda, uma terceira função que consiste em favorecer a descontaminação da pré-forma 12 combinando os efeitos esterilizantes do aquecimento por infravermelhos e da irradiação por ultravioletas UV para obter um grau final de descontaminação particularmente elevado.

De um modo vantajoso, o grau final de descontaminação da superfície 28 externa do corpo 14 é obtido unicamente pela combinação destas três etapas de esterilização que, realizadas consecutivamente, vão permitir sucessivamente eliminar, pelo menos, uma primeira parte dos germes, bactérias ou esporos etc. presentes na superfície 28 externa do corpo 14 da pré-forma 12 que são destruídos e/ou alterados pelo calor dos raios infravermelhos IR1 e que, a partir daí, no mínimo enfraquecidos, apresentam uma vulnerabilidade aumentada graças à qual os ultravioletas UV vão realizar uma destruição ou uma alteração de outros germes etc., suplementares, a maioria dos germes etc., restantes na superfície 28 externo do corpo 14 da pré-forma 12 são então destruídos pelo forte calor dos raios infravermelhos IR2.

Com efeito, a presença de determinados germes, bactérias ou esporos etc., na superfície 28 externa do corpo 14 da pré-forma 12 à saída da segunda zona B, que não estejam nesta etapa alterados, não permite garantir de modo irreversível o grau de descontaminação, não sendo senão após a passagem na terceira zona C para serem expostos aos raios infravermelhos IR2 que sua destruição é obtida de modo irreversível. 32

De um modo vantajoso, o processo de esterilização compreende um etapa preliminar de esterilização da parede 24 interna da pré-forma 12 que, precedendo a primeiro etapa de pré-aquecimento, consiste em projectar, sob na forma de um jacto de vapor, um fluxo de produto esterilizante na direcção da abertura 22 do gargalo 18 de cada pré-forma 12 que se encontra a uma temperatura To inferior à temperatura de condensação Tc do produto esterilizante de modo a causar, na parede 24 interna da pré-forma 12, o depósito por condensação de uma película de névoa de produto esterilizante sensivelmente uniforme. A película uniforme de névoa de produto esterilizante condensado que é em seguida activado termicamente pelos primeiros meios 32 de aquecimento do forno e em seguida eliminada por evaporação pelos segundos meios 34 de aquecimento, permite esterilizar a parede 26 interna com um grau de descontaminação de, pelo menos, 3 Log.

Graças à invenção, é possível, a partir de pré-formas 12 esterilizadas e condicionadas termicamente num forno 10 segundo a invenção, fabricar recipientes estéreis apresentando um grau final de descontaminação particularmente elevado, quer na parede 26 interna da pré-forma 12 como na superfície 28 externa do corpo 14 da pré-forma 12.

Com efeito, a segunda função dos meios 32 e 34 de aquecimento do forno 10 é activar termicamente e, em seguida, eliminar por evaporação o produto esterilizante depositado por condensação.

De um modo vantajoso, a primeira temperatura TC1 de pré-aquecimento é, portanto, superior ou igual à temperatura Ta 33 de activação do produto esterilizante para esterilizar a parede 26 interna da pré-forma 12, enquanto que a sequnda temperatura TC2 de aquecimento é superior à temperatura Te de evaporação do produto esterilizante de modo a eliminar por evaporação o produto esterilizante previamente activado termicamente.

De um modo vantajoso, o processo de esterilização de acordo com a invenção pode ser executado de modo particularmente simples, fiável e económica, em particular, numa instalação de fabrico de recipientes estéreis do tipo daquele descrito e representado na figura 5.

Com efeito, um forno 10 de condicionamento em conformidade com os ensinamentos da invenção previamente descrita compreende, sucessivamente: a primeira zona A, dita de aquecimento de penetração, compreendendo os primeiros meios 32 de aquecimento por radiação IRl infravermelha destinada a pré-aquecer o corpo 14 de cada pré-forma 12 até à referida primeira temperatura TC1 pré-estabelecida; a segunda zona B intermédia de temporização que, interposta no trajecto das pré-formas entre a primeira zona A de aquecimento e a terceira zona C de aquecimento, é percorrida por cada pré-forma num intervalo de tempo At determinado; e a terceira zona C de aquecimento de distribuição, compreendendo os segundos meios 34 de aquecimento por radiação IR2 infravermelha destinados a aquecer o corpo 14 de cada pré-forma 12, segundo um perfil de aquecimento 34 determinado, até à referida segunda temperatura TC2 pré-estabelecida.

Consequentemente, as modificações estruturais a efectuar num destes fornos 10 existentes para ali implantar os meios 76 de esterilização por ultravioletas UV são minimos e perfeitamente localizadas na segunda zona B de temporização.

As radiações infravermelhas dos primeiros e segundos meios 32, 34 de aquecimento têm, de um modo vantajoso, uma acção tripla, a saber de aquecimento da pré-forma 12 tendo em vista a transformação por insuflação ou por estiramento-insuflação em recipientes ocos estéreis, de esterilização (ou descontaminação) da parede internas 26 por activação e evaporação do produto esterilizante e, em combinação com a irradiação por ultravioletas UV, de esterilização dita térmica da superfície 28 externa do corpo 14.

Lisboa, 25 de Março de 2010 35

Claims (8)

1. REIVINDICAÇÕES 1. Forno (10) de condicionamento térmico de pré-formas em matéria termoplástica, em particular, destinado a equipar uma instalação de fabrico de recipientes estéreis, do tipo compreendendo um dispositivo (30) de transporte das pré-formas (12) que são postas em rotação sobre se próprias e transportadas, sucessivamente, entre, pelo menos: uma primeira zona A, dita de aquecimento de penetração, compreendendo primeiros meios (32) de aquecimento por radiação infravermelha (IR1) destinados a pré-aquecer o corpo (14) de cada pré-forma (12) até uma primeira temperatura (TC1) pré-estabelecida; uma segunda zona B intermédia, dita de temporização que, interposta no trajecto das pré-formas (12) entre a primeira zona A de aquecimento e uma terceira zona C de aquecimento, é percorrida por cada pré-forma (12) num intervalo de tempo (At) determinado; a terceira zona C, dita de aquecimento de distribuição, compreendendo segundos meios (34) de aquecimento por radiação infravermelha (IR2) destinados a aquecer o corpo (14) de cada pré-forma (12), segundo um perfil de aquecimento determinado, até uma segunda temperatura (TC2) pré-estabelecida, 1 caracterizado por o forno (10) compreender meios (76, 78, 80) de esterilização por emissão de raios ultravioleta (UV) que estão dispostos na segunda zona B intermédia de temporização de modo a esterilizar, pelo menos, a superfície (28) externa do corpo (14) da pré-forma (12) até um grau de descontaminação determinado.
2. 2. Forno de acordo com a reivindicação 1, caracterizado por o forno (10) compreender meios (80) reflectivos, tais como reflectores, que estão dispostos na segunda zona B intermédia de temporização em frente dos meios (76) de esterilização por ultravioletas (UV), tais como lâmpadas (78), de modo a reflectir selectivamente os raios ultravioleta (UV) emitidos na direcção das pré-formas (12) circulando entre os meios (UV) de esterilização e os meios (80) de reflexão.
3. 3. Forno, de acordo com segundo uma das reivindicações 1 ou 2, do tipo compreendendo um dispositivo (50) de arrefecimento das pré-formas (12) por circulação de um fluxo (F) de ar em redor das pré-formas (12), caracterizado por os raios ultravioleta (UV) emitidos pelos meios (76) de esterilização na segunda zona B intermédia de temporização esterilizarem o ar que circula em redor das pré-formas (12).
4. 4. Forno, de acordo com qualquer uma das reivindicações anteriores, caracterizado por o dispositivo (30) de transporte compreender meios (42) de preensão do gargalo (18) de cada pré-forma (12) compreendendo, pelo menos, um núcleo interno que penetra axialmente no interior do gargalo 2 (18) da pré-forma (12) de modo que os raios ultravioleta (UV) emitidos pelos meios (76) de esterilização irradiam completamente o gargalo (18) da pré-forma (12).
5. 5. Instalação (56) para o fabrico de recipientes (68) estéreis a partir de uma pré-forma (12) em matéria termoplástica descontaminada, compreendendo, pelo menos: - um dispositivo (58) de alimentação em pré-formas; - um posto (60) de condicionamento térmica compreendendo um dispositivo (30) de transporte de pré-formas através de, pelo menos, um forno (10) destinado a aquecer cada pré-forma (12) tendo em vista a sua moldagem; e - um posto (62) de moldagem destinado a transformar cada pré-forma (12) num recipiente (68) de corpo oco, caracterizada por o forno (10) de condicionamento térmico compreender: - primeiros meios (32) de aquecimento destinados a descontaminar, pelo menos, a superfície (28) externa do corpo (14) da pré-forma (12) pré-aquecendo o corpo (14) de cada pré-forma (12) até uma primeira temperatura (TC1) pré-estabelecida; - meios (76) de esterilização por emissão de raios ultravioleta (UV) destinados a descontaminar, pelo menos, a superfície (28) externa do corpo (14) da pré-forma (12) por irradiação da pré-forma (12) exposta 3 durante um intervalo de tempo (At) determinado aos raios ultravioleta (UV) emitidos pelos meios (76) de esterilização; e - segundos meios (34) de aquecimento destinados a descontaminar, pelo menos, a superfície (28) externa do corpo (14) da pré-forma (12) aquecendo o corpo (14) de cada pré-forma (12), até uma segunda temperatura (TC2) pré-estabelecida, de modo a esterilizar, pelo menos, a superfície (28) externa do corpo (14) da pré-forma (12) até um grau de descontaminação determinado.
6. 6. Instalação (56), de acordo com a reivindicação 5, caracterizada por compreender, a montante do forno (10) de condicionamento térmico, um posto (74) de esterilização compreendendo um dispositivo de projecção de produto esterilizante dotado de, pelo menos, um injector apto para projectar, sob a forma de um jacto de vapor, um fluxo de produto esterilizante na direcção da abertura (22) do gargalo (18) de cada pré-forma (12), cuja temperatura (TO) é inferior à temperatura de condensação (Tc) do produto esterilizante, para depositar por condensação, pelo menos, na parede (26) interna da pré-forma (12) uma película de névoa de produto esterilizante sensivelmente uniforme destinada a esterilizar, pelo menos, a parede interna (26).
7. 7. Instalação (56), de acordo com a reivindicação 6, caracterizada por a primeira temperatura (TC1) de pré-aquecimento e/ou a segunda temperatura (TC2) de 4 aquecimento do corpo (14) da pré-forma (12) no forno (10) serem superiores ou iguais à temperatura (Ta) de activação do produto esterilizante para esterilizar a parede (26) interna da pré-forma (12) activando o produto esterilizante por aquecimento.
8. 8. Instalação (56), de acordo com a reivindicação 7, caracterizada por a primeira temperatura (TC1) de pré-aquecimento e/ou a segunda temperatura (TC2) de aquecimento do corpo da pré-forma (12) no forno (10) serem superiores à temperatura (Te) de evaporação do produto esterilizante para eliminar por evaporação o produto esterilizante activado por aquecimento. Lisboa, 25 de Março de 2010 5 1/3 10

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