PT1787516E

PT1787516E - Composição inibidora de abrolhamento

Info

Publication number: PT1787516E
Application number: PT50775675T
Authority: PT
Inventors: Petrus Johannes Gerardus Maria Voorbraak
Original assignee: Agrichem Bv
Priority date: 2005-11-09
Filing date: 2005-11-09
Publication date: 2013-12-05
Also published as: PL1787516T3; DK1787516T3; ES2439224T3; EP1787516B1; EP1787516A1

Description

ΕΡ 1 787 516/ΡΤ DESCRIÇÃO "Composição inibidora de abrolhamento" 0 presente invento refere-se a uma composição inibidora de abrolhamento que compreende clorprofame, a um processo para a preparação desta composição inibidora e à sua utilização. 0 objectivo dos inibidores de abrolhamento é evitar a formação de brolhos numa cultura, em particular de batatas, durante o armazenamento. 0 abrolhamento é evitado devido ao facto de os inibidores de abrolhamento inibirem a divisão celular dessa cultura. 0 clorprofame (isto é, 3-clorocarbanilato de isopropilo) é um composto anti-abrolhante aplicado vulgarmente. É utilizado principalmente para evitar o grelamento das batatas no armazenamento. Para este objectivo, as batatas são levadas ao contacto com uma composição de clorprofame. No entanto, as composições de clorprofame que se encontram actualmente no mercado compreendem habitualmente diclorometano (cloreto de metileno) como solvente (ver por exemplo US 2005/0137090). A utilização de diclorometano é problemática devido a razões de ser um possível carcinogénico. Os seres humanos que são expostos ao diclorometano apresentam uma probabilidade aumentada de desenvolverem cancro. As vias principais de exposição humana ao diclorometano são a inalação, digestão e absorção dérmica. Como tal, quando se aplica uma composição de clorprofame que compreende diclorometano a batatas em armazenamento, têm de ser tomadas precauções rigorosas, tais como por exemplo um local de armazenamento estanque e vestuário protector.

Uma desvantagem adicional da utilização de diclorometano como solvente é que é muito prejudicial para o ambiente.

Uma desvantagem mais prática da utilização de diclorometano é este não poder ser armazenado em recipientes de plástico, tornando necessário o uso de recipientes de armazenamento de ferro e alumínio relativamente dispendiosos. 2 ΕΡ 1 787 516/ΡΤ

Em US 2005/0137090 são também divulgadas soluções de CIPC em óleos de terpeno juntamente com tensioactivos. O presente invento pretende ajudar a solucionar os problemas supra-mencionados.

Um primeiro aspecto do presente invento refere-se a uma composição inibidora de abrolhamento que compreende clorprofame como composto activo e um lactato como solvente. A vantagem desta composição é que é utilizado um lactato como solvente, ou uma mistura de lactatos. Estes lactatos são, ao contrário do diclorometano, não carcinogénicos e não são prejudiciais para o ambiente como o diclorometano. Além disso, ao utilizar um solvente de acordo com o presente invento, podem ser usados recipientes de plástico para o armazenamento da composição inibidora de abrolhamento em vez dos recipientes relativamente dispendiosos de ferro ou aluminio. Os lactatos são lactato de hexilo ou um lactato de alquil-hexilo, mais preferivelmente lactato de 2-metil-hexilo, lactato de 2-pentil-hexilo, lactato de 2-butil-hexilo. 0 solvente é muito preferivelmente 2-etil-lactato de hexilo. A vantagem deste solvente é não ser carcinogénico e não ser prejudicial para o ambiente ao mesmo tempo que o clorprofame pode ser facilmente dissolvido nele. Além disso, é um solvente muito adequado para formular um aerossol. Muito preferivelmente, o solvente é S-lactato de 2-etil-hexilo. A composição de acordo com o invento compreende 100-500 gramas de clorprofame por litro de solvente, mais preferivelmente 250-350 gramas de clorprofame por litro de solvente.

Um segundo aspecto do presente invento refere-se a um processo para a preparação de uma composição inibidora de abrolhamento, que compreende os passos de: i) proporcionar clorprofame como composto activo; e ii) dissolver o clorprofame num solvente de lactato. 3 ΕΡ 1 787 516/ΡΤ A vantagem deste processo é que a composição pode ser produzida sem colocar em risco os operadores que a preparam. Como indicado anteriormente, o diclorometano é um possível carcinogénico e a prevenção do seu contacto com pessoas aumenta a sua segurança no trabalho. Além disso, o solvente de acordo com o presente invento não é perigoso para o ambiente. Isto significa que se durante a preparação ou armazenamento algum solvente for derramado, tal não terá um efeito negativo sobre o ambiente. Adicionalmente, durante a preparação podem ser utilizados recipientes de plástico em vez de recipientes de ferro ou alumínio. Isto reduz consideravelmente o peso de um recipiente, o que tem um efeito positivo sobre os custos de transporte.

Um terceiro aspecto do presente invento refere-se à utilização da composição anteriormente mencionada para a inibição da formação de brolhos em culturas, em particular em batatas. A composição é preferivelmente aplicada sob a forma de um aerossol, também chamado nebulização. Esta nebulização traduz-se em resultados particularmente bons quando por exemplo as batatas são armazenadas, pela razão de que os aerossóis podem penetrar facilmente nos espaços entre as batatas empilhadas/armazenadas.

Em seguida o invento será adicionalmente ilustrado por meio dos exemplos seguintes, que são proporcionados para fins ilustrativos.

Exemplos

Exemplo 1

Formulou-se uma composição que compreende clorprofame como composto activo e um lactato como solvente do seguinte modo. Um tambor de 200 kg de clorprofame cristalino sólido foi aquecido numa câmara de aquecimento a cerca de 42 graus, de modo a fundir o clorprofame. Este clorprofame fundido foi colocado em S-lactato de 2-etil-hexilo, de tal modo que foi obtida uma composição compreendendo 300 gramas de clorprofame por litro de composição. A mistura foi agitada durante cerca de 30 minutos, de maneira que substancialmente todo o 4 ΕΡ 1 787 516/ΡΤ clorprofame se dissolveu no S-lactato de 2-etil-hexilo. Depois, após um passo de filtração opcional, encheram-se recipientes plásticos de 5 litros com esta composição.

Exemplo 2

Foram conduzidos testes de abrolhamento utilizando a composição do Exemplo 1 (isto é, 300 gramas de clorprofame por litro de composição) . Além disso, foi utilizada para comparação uma composição compreendendo clorprofame em diclorometano (também a 300 gramas de clorprofame por litro de composição), nomeadamente "Brabant Kiemremmer Vloeibaar 3 (BKV-3)". Estas composições foram testadas em batatas de conservação (Solanum tuberosum). As variedades foram Bintje, Asterix e Lady Rosetta. A composição do Exemplo 1 e BKV-3 foram aplicadas em dosagens separadas, numa guantidade total de 120 ml/ton. Os tratamentos foram comparados guanto a eficácia e selectividade. Os diferentes tratamentos também foram comparados com um controlo não tratado.

Durante o período de armazenamento foi avaliada a velocidade de crescimento dos brolhos. No final do período de armazenamento de cada sub-amostra, determinou-se o número de tubérculos com crescimento de brolhos. O produto Clorprofame a 300 g/1 HN (tal como preparado no Exemplo 1) foi testado em três ensaios para determinar a eficácia e selectividade em batata de conservação armazenada (Solanum tuberosum, SOLTU). As variedades foram Bintje, Lady Rosetta e Asterix. As batatas utilizadas estavam isentas de danos mecânicos e a percentagem de tara de sujidade era baixa. No começo do período de ensaio, os tubérculos estavam isentos de crescimento de brolhos.

As batatas foram armazenadas em recipientes refrigerados. Os ensaios 1 e 2 foram armazenados juntamente num recipiente, e o ensaio 3 foi armazenado noutro recipiente. As condições culturais foram uniformes para todas as parcelas de ensaio. O recipiente possui uma abertura de entrada de ar fresco, para proporcionar ventilação para as batatas, gue requer circulação de ar fresco. Devido às batatas já estarem 5 ΕΡ 1 787 516/ΡΤ secas, ο caudal de ar foi ajustado a uma posição de 50%. Normalmente, no primeiro mês de armazenamento foi proporcionado o caudal de ar máximo (posição de 100%), de modo a transportar a água libertada das batatas. Os motores do ventilador de recirculação foram ajustados a velocidade baixa durante todo o período de ensaio. As parcelas de cada ensaio foram armazenadas no mesmo recipiente. Cada parcela contém uma grade de plástico com 20 kg de tubérculos de batata, divididos em quatro redes de 5 quilogramas (sub-amostras A, B, C e D) . Cada grade foi colocada num saco de plástico sólido. O saco atingiu uma altura de cerca de 55 cm e permaneceu completamente aberto em cima durante o período de ensaio. Através deste método, o clorprofame volátil permaneceu razoavelmente sobre as batatas, e ao mesmo tempo a influência de parcelas adjacentes foi mantida ao mínimo. Após a avaliação as sub-amostras A, B, C foram novamente armazenadas na grade, de modo que cada parcela continha ainda 20 kg de tubérculos de batata.

Em cada ensaio havia cinco objectos com quatro réplicas. As diferentes dosagens do produto em teste e do controlo não tratado foram dispostas num desenho estatisticamente adequado. As parcelas foram dispostas num desenho de blocos aleatorizado. A aplicação teve lugar de acordo com as boas práticas experimentais (GEP) com uma máquina de nebulização térmica (Swing-Fog) em combinação com uma Fog-Box. A Fog-Box é uma caixa hermética com ventilação recirculada. Na Fog-Box há espaço para quatro grades com tubérculos de batata. Cada grade possui um fundo permeável ao ar, a abertura de malha é de 1 cm. No momento da aplicação, todas as quatro réplicas de um objecto foram colocadas na Fog-Box e o produto foi nebulizado termicamente na Fog-Box hermética com um Swing-Fog. Em seguida, o ar na Fog-Box foi recirculado através dos tubérculos durante 90 minutos.

Os ensaios tiveram início em Novembro de 2004, após as batatas terem sido completamente curadas e isentas de humidade superficial. Os tratamentos nos objectos A e C começaram 4 semanas após o armazenamento e os tratamentos nos objectos B e D começaram 2 semanas após o armazenamento. Nos 6 ΕΡ 1 787 516/ΡΤ objectos tratados, os produtos foram aplicados em dosagens separadas. A dosagem total foi de 120 ml/ton de batata para todos os tratamentos. A dosagem total foi aplicada nos objectos A e C em quatro vezes e foi aplicada nos objectos B e D em oito vezes. Nas aplicações não houve desvios à dosagem pretendida. A temperatura no armazenamento foi mantida a 8°C durante o periodo de ensaio. Durante o período de armazenamento um ventilador recirculou o ar continuamente para obter um ambiente uniforme em todo o recipiente.

Para testar a eficácia foi determinada a velocidade de crescimento de brolhos. Esta velocidade de crescimento de brolhos foi avaliada com uma pontuação de 0 (muito crescimento de brolhos) a 10 (nenhum crescimento de brolhos). Às 12 semanas após armazenamento as avaliações foram realizadas sobre a sub-amostra A. Às 20 semanas após armazenamento as avaliações foram realizadas sobre a sub-amostra B. Às 28 semanas após armazenamento as avaliações foram realizadas sobre a sub-amostra C. Às 36 semanas após armazenamento as avaliações foram realizadas sobre a sub-amostra D, cerca de 1 mês após o último tratamento.

Os dados foram analisados estatisticamente por ANOVA geral, seguido de teste t de Student. Os resultados das avaliações são dados nas Tabelas 1.1-1.4. A partir destas tabelas é claro que o crescimento de brolhos nos objectos não tratados foi obviamente maior do que nos objectos tratados. A inibição de abrolhamento de ambos os produtos foi boa. Para a velocidade de crescimento de brolhos, o Clorprofame a 300 g/1 HN (Exemplo 1) era comparável ao BKV-3. Isto significa que embora outro solvente seja utilizado, isto é, S-lactato de etil-hexilo em vez de diclorometano, são obtidos substancialmente os mesmos resultados sobre a inibição de crescimento de brolhos.

Resultados similares podem ser obtidos com os seguintes lactatos: lactato de 2-metil-hexilo, lactato de 2-etil-hexilo, lactato de 2-pentil-hexilo, lactato de 2-butil-hexilo. 7 ΕΡ 1 787 516/ΡΤ

Tabela 1.1

Velocidade média de crescimento de brolhos (0 = muito crescimento de brolhos, 10 = nenhum crescimento de brolhos) a 12 semanas após armazenamento

Objecto Número de tratamentos Ensaio 1 Variedade Bintje Ensaio 2 Variedade Lady Rosetta Ensaio 3 Variedade Asterix A. Brabant Kiemremmer Vloeibaar 3 1 (30 ml/ton) 9,88 a 9,94 a 9,94 a B. Brabant Kiemremmer Vloeibaar 3 2 (37,5 ml/ton) 10,00 a 10,00 a 10,00 a C. Clorprofame a 300 g/1 HN 1 (30 ml/ton) 9, 88 a 9,94 a 9,94 a D. Clorprofame a 300 g/1 HN 2 (37,5 ml/ton) 10,00 a 10,00 a 10,00 a 0. Não tratado 8,94 b 9, 31 b 6,81b

Tabela 1.2

Velocidade média de crescimento de brolhos (0 = muito crescimento de brolhos, 10 = nenhum crescimento de brolhos) a 20 semanas após armazenamento

Objecto Número de tratamentos Ensaio 1 Variedade Bintje Ensaio 2 Variedade Lady Rosetta Ensaio 3 Variedade Asterix A. Brabant Kiemremmer Vloeibaar 3 2 (60 ml/ton) 9, 75 a 9,50 b 9, 56 a B. Brabant Kiemremmer Vloeibaar 3 4 (62,5 ml/ton) 9, 94 a 10,00 a 9, 94 a C. Clorprofame a 300 g/1 HN 2 (60 ml/ton) 9,63 a 9,50 b 9, 94 a D. Clorprofame a 300 g/1 HN 4 (62,5 ml/ton) 9, 88 a 10,00 a 9, 81 a 0. Não tratado 5, 31 b 6,06 c 5, 19 b 8 ΕΡ 1 787 516/ΡΤ

Tabela 1.3

Velocidade média de crescimento de brolhos (0 = muito crescimento de brolhos, 10 = nenhum crescimento de brolhos) a 28 semanas após armazenamento

Objecto Número de tratamentos Ensaio 1 Variedade Bintje Ensaio 2 Variedade Lady Rosetta Ensaio 3 Variedade Asterix A. Brabant Kiemremmer Vloeibaar 3 3 (90 ml/ton) 9, 50 a 9,13 a 8,31 b B. Brabant Kiemremmer Vloeibaar 3 6 (87,5 ml/ton) 9, 50 a 9,44 a 9,56 ab C. Clorprofame a 300 g/1 HN 3 (90 ml/ton) 9, 19 a 9,50 a 8,44 ab D. Clorprofame a 300 g/1 HN 6 (87,5 ml/ton) 9, 31 a 9,44 a 9, 63 a 0. Não tratado 0, 38 b 3,50 b 1, 19 c

Tabela 1.4

Velocidade média de crescimento de brolhos (0 = muito crescimento de brolhos, 10 = nenhum crescimento de brolhos) a 36 semanas após armazenamento

Objecto Número de tratamentos Ensaio 1 Variedade Bintje Ensaio 2 Variedade Lady Rosetta Ensaio 3 Variedade Asterix A. Brabant Kiemremmer Vloeibaar 3 4 (120 ml/ton) 9, 00 a 8,63 b 8, 94 b B. Brabant Kiemremmer Vloeibaar 3 8 (120 ml/ton) 8, 94 a 9,56 a 9, 44 a C. Clorprofame a 300 g/1 HN 4 (120 ml/ton) 8,63 a 9,44 a 9,19 ab D. Clorprofame a 300 g/1 HN 8 (120 ml/ton) 9, 06 a 9,56 a 9, 38 a 0. Não tratado 0,00 b 1,00 c 0,13 c

Lisboa, 2013-11-29

Claims

ΕΡ 1 787 516/ΡΤ 1/2 REIVINDICAÇÕES 1. Solução inibidora de abrolhamento que compreende 100-500 g/1 de clorprofame como composto activo e pelo menos um lactato como solvente, em que o lactato é um lactato de hexilo ou um lactato de alquil-hexilo.
2. Solução de acordo com a reivindicação 1, em que o lactato é lactato de 2-metil-hexilo, lactato de 2-etil-hexilo, lactato de 2-pentil-hexilo, lactato de 2-butil-hexilo.
3. Solução de acordo com a reivindicação 1 ou reivindicação 2, em que o lactato é S-lactato de 2-etil-hexilo .
4. Solução de acordo com qualquer das reivindicações 1 a 3, que compreende 250-350 g/1 de clorprofame.
5. Processo para a preparação de uma solução inibidora de abrolhamento de acordo com qualquer das reivindicações 1 a 4, que compreende os passos de: i) proporcionar clorprofame como composto activo; e ii) dissolver o clorprofame num solvente de lactato, em que o lactato é lactato de 2-metil-hexilo, lactato de 2-etil-hexilo, lactato de 2-pentil-hexilo, lactato de 2-butil-hexilo.
6. Processo de acordo com a reivindicação 5, em que o lactato é S-lactato de 2-etil-hexilo.
7. Utilização de uma solução de acordo com qualquer das reivindicações 1 a 4 para a inibição da formação de brolhos em culturas.
8. Utilização de uma solução de acordo com qualquer das reivindicações 1 a 4 para a inibição da formação de brolhos em batatas.
9. Utilização de acordo com a reivindicação 7 ou reivindicação 8, em que a solução é aplicada sob a forma de um aerossol. ΕΡ 1 787 516/ΡΤ 2/2
10. Utilização de um lactato como solvente para clorprofame, em que o lactato é um lactato de hexilo ou um lactato de alquil-hexilo.
11. Utilização de acordo com a reivindicação 9 ou 10, em que o lactato é lactato de 2-metil-hexilo, lactato de 2-etil-hexilo, lactato de 2-pentil-hexilo, lactato de 2-butil-hexilo.
12. Utilização de acordo com a reivindicação 11, em que o lactato é S-lactato de 2-etil-hexilo. Lisboa, 2013-11-29