PT1551244E - Sola impermeável à água e respirável para sapatos - Google Patents

Description

ΡΕ1551244 -1 -

DESCRIÇÃO "SOLA IMPERMEÁVEL À ÁGUA E RESPIRÁVEL PARA SAPATOS"

Campo Técnico A presente invenção refere-se a uma sola impermeável à água e respirável melhorada para sapatos. Técnica Antecedente

As solas de plástico impermeáveis e respiráveis para sapatos são já conhecidas.

Uma destas solas está divulgada na patente Italiana n° 1282196 pelo mesmo requerente.

Neste caso, a sola compreende: - uma sola intermédia com uma membrana fabricada com um material que é impermeável à água e permeável a vapor de água, associada a uma camada protectora inferior fabricada com um material que é resistente à hidrólise, hidrófugo, respirável e/ou perfurado; - um piso fabricado com um elastómero perfurado que é unido, de um modo periférico e hermético, à sola intermédia.

Uma sola impermeável à água e respirável divulgada no documento WO 98/51177 pelo mesmo Requerente também é conhecida; compreende uma aplicação pré-montada na -2- ΡΕ1551244 qual existe uma membrana que é impermeável à áqua à água e permeável ao vapor de água, associada a uma camada protectora inferior fabricada com um material que é resistente à hidrólise, hidrófugo, respirável e/ou perfurado. A aplicação é completada por um elemento que é sobremoldado ou montado no lugar e envolve a membrana e a camada protectora e é unido hermeticamente às mesmas. A aplicação é parte de uma sola intermédia e é unida em conjunto com a referida sola intermédia a um piso fabricado em plástico perfurado, que é sobremoldado ou montado no lugar.

Nos dois casos, a camada protectora disposta por baixo da membrana tem a função de proteger a referida membrana contra perfurações devidas a objectos estranhos que atravessem acidentalmente os orifícios. A camada protectora é, normalmente, fabricada em feltro e é acoplada à membrana de um modo respirável (por meio de pontos de adesivo termoplástico que têm, por exemplo, uma base de poliuretano) para permitir a passagem do vapor desde o interior do sapato para o exterior através dos orifícios proporcionados no piso.

Embora as solas descritas acima já estejam a ser comercializadas há anos e sejam reconhecidas, unanimemente, quanto ao facto de poderem assegurar uma troca correcta de calor e vapor de água entre o microclima no interior do sapato e o microclima externo, verificou-se que tinham inconvenientes, incluindo, em particular, a tendência para -3- ΡΕ1551244 a membrana se rasgar devido a um módulo de elasticidade de tracção diferente relativamente ao piso, no qual está montada perifericamente de um modo monolítico. A membrana é, de facto, normalmente fabricada em politetrafluoroetileno expandido, que é um material muito pouco elástico, enquanto o piso, devido à sua natureza intrínseca e devido aos seus requisitos de funcionamento, tem que ser muito elástico e flexível.

Consequentemente, a membrana não consegue absorver as tensões flexionais que geram um alongamento elástico do polímero, que constitui o piso elastomérico (PVC, TR, poliuretano, borracha et cetera), em movimentos durante a utilização e, consequentemente, tende a rasgar porque o seu módulo de elasticidade é excedido e perde a sua capacidade de impermeabilização.

Verificou-se que o elemento protector por baixo da membrana, que é, normalmente, fabricado em feltro de poliéster, não estava apto a, por si só, absorver as tensões induzidas pelas deformações da sola.

De modo a reduzir o alongamento, adoptou-se a estrutura divulgada no documento WO 02/32246 Al; esta patente descreve a utilização de materiais compósitos com uma força de tracção fundamental elevada e um baixo alongamento, mas a inserção dos referidos materiais é dispendiosa e também dá origem a um endurecimento geral do sapato.

Além disso, o problema da rotura da membrana não é resolvido de modo permanente, devido à reversibilidade do -4- ΡΕ1551244 fenómeno da termoplasticidade do adesivo de poliuretano utilizado para laminar a membrana com a camada de feltro: o ponto de fusão do referido adesivo (por exemplo, 65 °C) é, de facto, inferior à temperatura (por exemplo, 180 °C) à qual o polímero que constitui o piso e deve formar uma vedação periférica na membrana é injectado no molde.

As temperaturas superiores ao ponto de fusão do adesivo de poliuretano podem ser atingidas durante a produção normal do sapato e durante a utilização do sapato (por exemplo, quando se anda em cima de macadame betuminoso quente durante o período do Verão).

Ao atingir temperaturas superiores às do ponto de fusão, o adesivo termoplástico é reactivado e a viscosidade é consideravelmente reduzida (sabe-se que a viscosidade é uma função da temperatura) permitindo uma total absorção do referido adesivo pelo feltro.

Isto significa que, depois do arrefecimento do conjunto, já não há adesivo suficiente para permitir um acoplamento adequado entre a membrana e a camada de feltro.

Toda a tensão a que a sola é submetida durante a utilização é, por conseguinte, transmitida à membrana, que se rasga devido aos problemas descritos acima.

Este problema é completamente novo em solas no que se refere a outras utilizações para as quais uma membrana que é impermeável à água e permeável ao vapor é utilizada. -5- ΡΕ1551244

Este desempenho a altas temperaturas não é, de facto, obrigatório, por exemplo, para produzir tecidos laminados a utilizar como um forro numa parte superior do calçado, porque, nesses casos, temperaturas da ordem das temperaturas atingidas na moldagem de solas fabricadas em materiais poliméricos nunca são atingidas.

Nestes casos, só se consegue, de facto, atingir uma temperatura máxima de 100 °C.

Descrição da Invenção A finalidade da presente invenção é, por conseguinte, proporcionar uma sola impermeável à água e respirável para sapatos tendo uma estrutura melhorada que está apta a eliminar os inconvenientes salientados acima em tipos conhecidos, o que leva à rotura da membrana impermeável à água e permeável ao vapor de água.

Com esta finalidade, o objectivo da invenção é a não diminuição, em qualquer caso, da capacidade de impermeabilização à água e da capacidade respirável da sola.

Outro objectivo é proporcionar uma sola que não implique complicações construtivas particulares no que se refere às solas conhecidas.

Outro objectivo é proporcionar uma sola cujo custo seja competitivo no que se refere ao custo de tipos conhecidos. -6- ΡΕ1551244

Esta finalidade e estes e outros objectivos que serão mais óbvios em seguida são conseguidos por uma sola impermeável à água e respirável para sapatos tendo uma estrutura que compreende: - uma sola intermédia com uma membrana fabricada com um material que é impermeável à água e permeável a vapor de água, e está ligada, em pontos, a uma camada protectora inferior fabricada com um material que é resistente à hidrólise, hidrófugo, respirável e/ou perfurado; - um piso fabricado em elastómero perfurado que é unido, de um modo periférico e hermético, à sola intermédia; sendo a referida estrutura caracterizada por a referida membrana estar associada à referida camada protectora por meio de um adesivo termorreactivo.

Descrição resumida dos desenhos

Outras caracteristicas e vantagens da invenção serão mais óbvias a partir da descrição pormenorizada de algumas das suas formas de realização, ilustradas a titulo de exemplo não limitativo nos desenhos em anexo, em que: A Figura 1 é uma vista em corte transversal de uma sola impermeável à água e respirável para sapatos tendo a estrutura de acordo com a invenção numa sua primeira forma de realização; A Figura 2 é uma vista em corte transversal de uma sola impermeável à água e respirável para sapatos tendo a estrutura de acordo com a invenção numa sua segunda forma de realização. -7- ΡΕ1551244

Modos de realizar a Invenção

No que se refere à Figura 1, uma sola impermeável à água e respirável para sapatos tem, numa primeira forma de realização, uma estrutura que compreende uma sola 10 intermédia que é composta por uma membrana 11 fabricada por um material que é impermeável à água e permeável a vapor de água (normalmente disponível comercialmente e constituído, por exemplo, por politetrafluoroetileno expandido), laminado por cima de uma malha 12 de suporte fabricada em material sintético e associada, por meio de pontos de adesivo 13, a uma camada 14 protectora inferior fabricada num material que é resistente à hidrólise, hidrófugo, respirável e/ou perfurado, de preferência, um feltro de poliéster. A estrutura compreende ainda um piso 15 fabricado em elastómero, com orifícios 16 de passagem, que é sobremoldado ou montado no lugar na sola 10 intermédia e é unido, de um modo periférico e hermético, a esta (ver as margens 17 que envolvem as suas bordas na Figura 1).

De acordo com a invenção, a estrutura é caracterizada por a referida membrana 11 estar associada com a referida camada 14 protectora por meio de um adesivo termorreactivo.

Os adesivos termorreactivos são adesivos que são conhecidos per se noutro campo técnico; são, de facto, utilizados, por exemplo, para produzir tecidos de protecção em procedimentos cirúrgicos e são formados por duas ou mais camadas de materiais diferentes laminadas entre si. -8- ΡΕ1551244

Os referidos tecidos exigem, de facto, esterilizações repetidas num autoclave a altas temperaturas de modo a permitir a sua reutilização e é evidente que a alta temperatura atingida durante a operação de esterilização não deve provocar a separação dos dois ou mais elementos que constituem o tecido de protecção.

Estes adesivos, devido à temperatura, geram muitas ligações intermoleculares (entre moléculas), formando, assim, uma estrutura tridimensional que é parcialmente rigida e, em qualquer caso, termicamente irreversível.

As ligações ocorrem entre os grupos NCO e OH que se encontram presentes nas cadeias moleculares que constituem os referidos adesivos.

Os adesivos termorreactivos, utilizáveis para os fins da invenção, são, por exemplo, adesivos de poliuretano termoplástico que são fabricados pela companhia SCHAETTI AG, Suíça e comercializados com o nome PU SCHAETTI FIX 6050.

Testes práticos da utilização destes adesivos termorreactivos a associar, em pontos, à membrana 11 com a camada 14 protectora, demonstraram que as suas ligações moleculares não permitem que o adesivo se funda e seja absorvido, a altas temperaturas, pelo feltro da camada 14 protectora, impedindo a separação da membrana 11 e, assim, permitindo a distribuição da tensão por uma maior secção transversal (membrana 11 + feltro da camada 14). -9- ΡΕ1551244

Tudo isto evita a rotura da membrana 11 devido à superação do módulo de elasticidade.

No que se refere, agora, à Figura 2, uma sola impermeável à água e respirável para sapatos tem, numa segunda forma de realização, uma estrutura que compreende uma aplicação 110 pré-montada, que corresponde à sola 10 intermédia da forma de realização anterior, e na qual há uma membrana 111 fabricada por um material que é impermeável à água e permeável a vapor de água (normalmente disponível comercialmente e constituído, por exemplo, por politetrafluoroetileno expandido), laminado por cima de uma malha 112 de suporte fabricada em material sintético e associada, por meio de pontos de adesivo 113, a uma camada 114 protectora inferior fabricada num material que é resistente à hidrólise, hidrófugo, respirável e/ou perfurado, de preferência, um feltro de poliéster. A aplicação 110 é terminada por um elemento 117 periférico que é sobremoldado ou montado no lugar e envolve a membrana 111 (com a malha 112) e a camada 114 protectora e é unido hermeticamente a estas. A aplicação 110 é unida a um piso 115 fabricado em elastómero, com orifícios 116 de passagem, que é aí sobremoldado ou montado no lugar.

Também neste caso, a estrutura é caracterizada por a referida membrana 111 estar associada com a referida camada 114 protectora por meio de um adesivo termorreactivo. -10- ΡΕ1551244 0 método de obtenção da sola para sapatos melhorada descrita está baseado nos passos de montagem das partes de sola como divulgado em relação às formas de realização preferenciais da invenção.

Na prática, verificou-se que a finalidade e objectivos pretendidos da presente invenção foram conseguidos.

Concebeu-se, de facto, uma sola impermeável à água e respirável para sapatos tendo uma estrutura melhorada que elimina os inconvenientes existentes em tipos conhecidos que conduziam à rotura da membrana impermeável à água e permeável a vapor sem reduzir as características de capacidade de impermeabilização à água e capacidade respirável da sola.

Além disso, o fabrico da sola não implica complicações construtivas particulares no que se refere às solas convencionais. A invenção assim concebida é susceptivel de inúmeras modificações e variações, todas elas abrangidas pelo âmbito das reivindicações apensas.

Todos os pormenores podem ainda ser substituídos por outros elementos tecnicamente equivalentes.

Na prática, as dimensões podem ser quaisquer de acordo com os requisitos.

Lisboa, 3 de Novembro de 2010

Claims (8)

1. ΡΕ1551244 -1- REIVINDICAÇÕES 1. Sola impermeável à água e respirável para sapatos tendo uma estrutura que compreende: - um componente (10, 110) de sola intermédia com uma membrana (11, 111) fabricada com um material que é impermeável à água e permeável ao vapor de água e está ligada, em pontos, a uma camada (14, 114) protectora inferior fabricada com um material que é resistente à hidrólise, hidrófugo, respirável e/ou perfurado; - um piso (15, 115) fabricado em elastómero perfurado que é unido, de um modo periférico e hermético, ao componente (10, 110); sendo a referida estrutura caracterizada por a referida membrana (11, 111) estar associada à referida camada (14, 114) protectora por meio de um adesivo (113, 113) termorreactivo.
2. 2. Sola, tendo a estrutura de acordo com a reivindicação 1, caracterizada por a referida membrana (11) e referida camada (14) protectora associada à mesma serem unidas hermeticamente ao referido piso (15), que é sobremoldado ou montado no lugar no referido componente (10) .
3. 3. Sola, tendo a estrutura de acordo com a reivindicação 1, caracterizada por a referida membrana (111) e referida camada (114) protectora fazerem parte de uma sola (110) intermédia com uma aplicação pré-montada que -2- ΡΕ1551244 compreende um elemento (117) periférico que é sobremoldado ou montado no lugar e envolve a referida membrana (111) e a referida camada (114) protectora e é unida hermeticamente às mesmas, estando a referida aplicação (110) acoplada ao referido piso (115), que é ai sobremoldado ou montado no lugar.
4. 4. Utilização de adesivos termorreactivos para unir, em pontos, uma membrana (11, 111) fabricada num material que é impermeável à água e permeável a vapor de água e uma camada (14, 114) protectora fabricada num material que é resistente à hidrólise, hidrófugo, respirável e/ou perfurado, de modo a proporcionar solas impermeáveis à água e respiráveis para sapatos.
5. 5. Método para fabricar uma sola impermeável à água e respirável para sapatos que tem uma estrutura tendo uma estrutura tendo um componente (10, 110) de sola intermédia com uma membrana (11, 111) fabricada com um material que é impermeável à água e permeável ao vapor de água e está ligada, em pontos, a uma camada (14, 114) protectora inferior fabricada com um material que é resistente à hidrólise, hidrófugo, respirável e/ou perfurado; um piso (15, 115) fabricado em elastómero perfurado que é unido, de um modo periférico e hermético, ao componente (10, 110); compreendendo um passo de ligação da referida membrana (11, 111) à referida camada (14, 114) protectora por meio de um adesivo (113, 113) termorreactivo.
6. 6. Sola, tendo a estrutura de acordo com a reivindicação 1, caracterizada por o referido adesivo (13, 113) termorreactivo formar uma estrutura tridimensional -3- ΡΕ1551244 termicamente irreversível com ligações intermoleculares entre grupos NCO e OH presentes nas cadeias moleculares do referido adesivo (13, 113) termorreactivo.
7. 7. Utilização, de acordo com a reivindicação 4, caracterizada por o referido adesivo (13, 113) termorreactivo formar uma estrutura tridimensional termicamente irreversível com ligações intermoleculares entre grupos NCO e OH presentes nas cadeias moleculares do referido adesivo (13, 113) termorreactivo.
8. 8. Método de acordo com a reivindicação 5, caracterizado por o adesivo termorreactiovo (13, 113) formar uma estrutura tridimensional termicamente irreversível com ligações intermoleculares entre grupos NCO e OH presentes nas cadeias moleculares do referido adesivo (13, 113) termorreactivo. Lisboa, 3 de Novembro de 2010