PT1500341E - Sapato com estrutura ventilada - Google Patents

Description

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DESCRIÇÃO "SAPATO COM ESTRUTURA VENTILADA" A invenção refere-se a um sapato, como está descrito no termo genérico da reivindicação 1.

Conhecemos já do documento US 5.809.665 A um sapato com uma sola composta por sola exterior e sola interior ligadas entre si e uma parte superior do sapato ligada à sola, que apresenta uma estrutura ventilada para o interior do sapato. Há uma palmilha na área do calcanhar com uma câmara de bombear aberta para a sola interior, estando a câmara ligada à zona de ventilação na área dos dedos do pé através de pelo menos um canal de corrente. A elasticidade da palmilha provoca, devido à carga e descarga enquanto anda, uma contracção e extracção da câmara de bombear, o que produz uma recirculação do ar para ventilar o pé no interior do sapato. O documento FR 2 521 407 A apresenta um sapato com uma sola exterior e uma sola interior elástica (que forma uma superfície de apoio para o pé) ligadas entre si, com canais de corrente na sua parte inferior, com canais de ventilação na direcção do espaço interior do sapato e com uma parte superior do sapato ligada à sola. Na zona do calcanhar (Aquiles) existe um revestimento protector vertical na parte superior do sapato, formando um canal de entrada de ar fresco na direcção da introdução do pé da parte superior do sapato. O documento US 5.010.661 A apresenta um sapato composto por uma sola exterior e uma parte superior do sapato e uma base elástica para o pé no interior do sapato, 2 formando uma superfície de apoio para o pé. Esta base possui na zona do calcanhar uma câmara de bombear na parte inferior, que está ligada à parte superior da base para o pé através de canais de corrente com orifícios de saída na zona dos dedos do pé. 0 ar entra para a câmara de bombear a partir do espaço interior do sapato através de uma entrada de ar prevista na zona final do calcanhar da base para o pé e que está ligada à câmara de bombear por um canal de corrente.

Outro documento EP 0 350 103 A2 apresenta um sapato composto por um sapato exterior e um sapato interior, formando este último um revestimento interior que envolve o pé, que quando sujeito a peso produz um movimento relativo na sequência da sua maleabilidade e, consequentemente, produz um movimento de bombear num espaço intermédio com ar fresco ligado à atmosfera ambiente através de elementos de ventilação dispostos no revestimento exterior. Os elementos de ventilação são constituídos como elementos de entrada e saída de ar através de aberturas de corrente accionadas por mola, o que produz corrente de ventilação para o pé no interior do sapato. O documento WO 01/65958 AI apresenta um sapato com uma sola e um sapato superior ligado a esta e uma base para o pé elástica no sapato interior, base essa que se estende da zona do calcanhar afastada da sola, o que proporciona uma câmara de bombear ligada por entradas de ar nas base para o pé ao espaço interior do sapato. Um canal de corrente permite a entrada de ar para a câmara de bombear através da dupla parede do sapato superior na zona do calcanhar. O documento EP 0 594 518 AI apresenta um sapato, principalmente um sapato de trabalho e/ou de protecção de 3 uma estrutura de circulação de ar, segundo o qual esta está integrada numa sola exterior e constituída essencialmente por um corpo oco e fechado, que é, pelo menos parcialmente, maleável e está ligada a um bocal de entrada de ar, e introduz um canal de corrente no interior do sapato formado por um tubo flexivel de sarda de ar de comprimento variável. A estrutura está fixada numa sola interior do sapato por meio de um dispositivo de fixação rápida. 0 bocal de entrada de ar está disposto num tacão da sola exterior com uma abertura na superfície de apoio da sola exterior, pelo que não se podem excluir anomalias no fornecimento de ar devido à sujidade. A invenção pretende fornecer um sapato com uma estrutura ventilada, que permita um fornecimento impecável do ar, impedindo eficazmente a penetração de sujidade, humidade e também bactérias e virus no interior do sapato.

Este objecto da invenção é alcançado pelas características reproduzidas na parte identificativa da reivindicação 1. A vantagem surpreendente é o facto de se obter uma ventilação eficaz do espaço interior do sapato com uma palmilha que proporciona maior conforto sem requerer outros dispositivos de distribuição do ar. É também vantajosa uma versão segundo a reivindicação 2 porque esta permite uma distribuição uniforme da entrada do ar na sensivel parte dianteira do pé.

Mas também as versões das reivindicações 3 e 4 são vantajosas, pois permitem seleccionar entre vários materiais em função da utilização dada ao sapato. É ainda possível uma versão segundo a reivindicação 5, que permite uma colocação impermeável da palmilha que envolve a zona de ventilação oposta à sola interior, 4 causando uma concentração da corrente de ar na zona dos dedos do pé e permitindo simplificar o processo de fabrico da camada moldada com a zona de ventilação. A versão segundo a reivindicação 6 é também vantajosa por melhorar o ambiente e o conforto do pé no sapato pela utilização de pele, cortiça ou material têxtil na zona de contacto com o pé ligada à ventilação do pé. 0 vantajoso desenvolvimento continuo, como é descrito na reivindicação 7, garante uma permanente entrada de ar e ventilação devido à permanente pressão de apoio alternada na zona do calcanhar enquanto anda.

Em conformidade com o vantajoso desenvolvimento continuo descrito na reivindicação 8 impede-se largamente o contacto directo do canal de entrada de ar com a sujidade que envolve o sapato, não prejudicando assim a ventilação.

As versões vantajosas identificadas nas reivindicações 9 e 10 permitem reduzidas resistências de corrente, o que melhora a circulação do ar. É também possivel uma versão vantajosa como descrita na reivindicação 11, que não requer a utilização de elementos adicionais, como tubos flexíveis condutores etc. e que obtém vantagens a nível da técnica de produção e a nível dos custos.

Segundo a vantajosa versão descrita na reivindicação 12 consegue-se impedir eficazmente uma alteração do corte transversal do canal de entrada de ar, mesmo quando o tacão é sujeito a elevada carga.

Por fim, também a versão segundo a reivindicação 13 é vantajosa, pois permite impedir eficazmente a penetração de impureza, como humidade, sujidade, óleo, gordura, mas também bactérias e vírus. 5

Para melhor compreensão da invenção passamos a esclarecê-la por meio do exemplo de execução ilustrado na figura.

Nomeadamente: A figura 1 mostra uma vista cortada de um sapato em conformidade com a invenção com uma estrutura ventilada.

Ficou determinado que as mesmas peças em diferentes versões descritas são identificadas com as mesmas referências ou as mesmas designações de componentes, podendo as publicações que constam em toda a descrição ser transmitidas para as mesmas peças com as mesmas referências ou as mesmas designações de componentes. Além disso, os dados das posições seleccionados na descrição, como p. ex. em cima, em baixo, de lado, etc., referem-se directamente à figura descrita e apresentada e devem ser transmitidos para a nova posição no caso de uma mudança de posição. As caracteristicas individuais ou as combinações de caracteristicas dos diferentes exemplos de execução apresentados e descritos podem representar em si mesmas soluções autónomas, criativas ou em conformidade com a invenção. A figura 1 mostra um sapato 1 com uma sola 4 composta por sola exterior 2 e sola interior 3 e com uma parte superior do sapato 5 ligada à sola 4, parte superior essa que delimita um espaço interior 6. A sola interior 3 tem uma palmilha 7 adaptada à formação anatómica da planta do pé, prescindindo-se de uma união (por ex. por cola) para poder trocar facilmente a palmilha 7 caso se venha a deteriorar ou desgastar. 6 A palmilha 7 é dupla, como se pode ver num exemplo de execução privilegiado, sendo formada por uma camada moldada 8 e uma camada superior 9. A camada moldada 8 é preferencialmente composta por uma peça injectada em material sintético, principalmente em poliuretano, com uma superfície formada por células fechadas. Numa parte superior 10 virada para o espaço interior do sapato 6 da camada moldada 8, está disposta a camada superior 9 (preferencialmente em pele) e elas estão ligadas entre si por uma camada de cola 11.

Naturalmente que também é possível uma palmilha 7 com uma só camada (por ex. em material sintético, pele, cortiça, granulado de pele prensada etc.) para o sapato 1 em conformidade com a invenção, assim como, a combinação desses materiais com a camada superior 9. A sola exterior 2 é igualmente fabricada, numa versão privilegiada, como peça injectada em material sintético com um respectivo perfil adequado à finalidade sapato, sobre uma superfície de apoio 12 e moldagem para formar um tacão 13. Além disso, a sola exterior 2 está virada para a sola interior para obter uma flexibilidade elástica, provida de câmaras 15 subdivididas por passagens estreitas 14, formando essas câmaras uniformemente um amortecedor de ar na sola exterior 2. A sola 4 pode ser fixada à parte superior do sapato 5 por diversos métodos conhecidos da técnica actual na área da produção de calçado, como por exemplo cozendo, colando, moldando, etc. A palmilha 7 colocada sobre a sola interior 3 apresenta na zona do calcanhar 16 uma câmara de ar 17 aberta e virada para a sola interior, que - através de 7 furos 18 dispostos na sola interior 3 - está ligada a uma ou às várias câmaras 15 para efeitos de uma corrente de ar conforme as setas 19. 0 tacão 13 tem uma entrada de ar 20, através da qual a câmara 15 está ligada à atmosfera que envolve o sapato 1. Esta entrada de ar 20 é constituída por um elemento tubular 22 com um furo 21, que se encontra entre uma superfície de face 23 da sola exterior 2 ou do tacão 13 e a câmara 15 numa passagem estreita final 24 do tacão 13 directamente adjacente a uma parte inferior da sola interior. Deste modo, a entrada de ar 20 não se encontra directamente na zona da superfície de apoio 12, o que reduz fortemente o perigo de sujidade. A camada moldada 8 possui na zona dos dedos do pé 25 um orificio 2 6, onde se encontra (para formar uma zona de ventilação 27) uma camada de grelha ou rede 28, principalmente em tecido reforçado com fibras ou malha sintética. A camada de grelha ou rede 28 na respectiva zona na produção da camada moldada 8 é introduzida numa ferramenta de injecção e é termicamente ligada na área periférica pela introdução posterior da espuma de plástico que forma a camada moldada 8.

Esta zona de ventilação 27 definida pela orificio 26 com a camada de grelha ou rede 28 está agora ligada a pelo menos um canal de corrente 30 em forma de ranhura com a câmara de bombear 17, em que esse canal percorre um lado inferior 29 virado para a sola interior 3 da camada moldada 8 para encaminhar assim o ar que entra na câmara de bombear 17 com uma compressão da câmara do ar 17 - que se obtém ao andar com pressão alternada de apoio - conforme a seta 31 -de um pé 32 - na zona de ventilação 27 através do canal de corrente 30. Uma membrana microporosa 34 em tecido, malha, 8 película, etc. que cobre o furo 21 do elemento tubular 22 numa área final 33 virada para a câmara 15 permite uma passagem livre do ar para a câmara 15, mas impede assim eficazmente a penetração de humidade e impurezas. É ainda possível constituir a membrana 34 como uma chamada barreira de corrente de retorno para impedir a saída do ar da câmara 15 na direcção contrária da entrada do ar, o que aumenta o efeito de ventilação do espaço interior do sapato. É ainda possível constituir a membrana 34 de modo a impedir a penetração de bactérias ou vírus de um tecido ou malha antimicrobiano. A entrada de ar 20 fica a uma distância 35 da superfície de apoio 12 formada pelo tacão 13, sendo a distância um pouco menor do que a altura 36 do tacão 13 e estendendo-se a direcção da corrente através do furo 21 a um percurso mais ou menos paralelo em relação à superfície de apoio 12, o que mais uma vez protege contra a infiltração das impurezas mencionadas. De resto, a membrana 34 é, como já foi mencionado, microporosa, o que impede as impurezas líquidas de penetrarem devido ao tamanho molecular.

Para ventilar o espaço interior do sapato 6 e, consequentemente, o pé 32 na zona da sola 37 estão previstos na zona de ventilação 27 na camada superior 9 num engate pré-definido orifícios 38, como por ex. furos obtidos por estampagem, preferencialmente com um diâmetro entre 0,5 mm e 2,0 mm, através dos quais estão previstos vários canais de corrente 30 na camada moldada 8 da câmara do ar 17 para um fornecimento uniforme da zona de ventilação 27 com o ar - conforme as setas 19. 9

Para melhor entendimento chama-se a atenção que a estrutura do sistema em conformidade com a invenção ou seus componentes foram parcialmente apresentados sem escala e/ou ampliados e/ou reduzidos. A descrição apresenta o objecto no qual se baseiam as soluções autónomas da invenção.

Numeros de referência 1 Sapato 2 Sola exterior 3 Sola interior 4 Sola 5 Parte superior do sapato 6 Espaço interior do sapato 7 Palmilha 8 Camada moldada 9 Camada superior 10 Parte superior 11 Camada de cola 12 Superfície de apoio 13 Tacão 14 Passaqem estreita 15 Câmara 16 Zona do calcanhar 17 Câmara de bombear 18 Furo 19 Seta 20 Entrada de ar 21 Furo 10

Elemento tubular Superfície de face Passagem estreita final Zona dos dedos do pé Orifício

Zona de ventilação

Camada de grelha ou rede

Parte inferior

Canal de corrente

Seta Pé Área final

Membrana

Distância

Altura

Zona da sola

Orifício 11

DOCUMENTOS APRESENTADOS NA DESCRIÇÃO

Esta lista dos documentos apresentados pelo requerente foi exclusivamente recolhida para informação do leitor e não faz parte do documento europeu da patente. Foi elaborada com o máximo cuidado; o IEP não assume, porém, qualquer responsabilidade por eventuais erros ou omissões.

Documentos de patente apresentados na descrição • US 5809665 A • EP 0350103 A2

• FR 2521407 A • WO 0165958 AI

• US 5010661 A • EP 0594518 AI

Lisboa, 20/03/2009

Claims (13)

1 REIVINDICAÇÕES 1. Sapato (1) com uma sola (4) composta por sola exterior (2) e sola interior (3) ligadas entre si e uma parte superior da sola (5) ligada a estas e com uma estrutura ventilada para o espaço interior do sapato (6) e com uma palmilha (7) interior do sapato (6) formada pelo menos por uma camada moldada (8), que possui uma câmara de bombear (17) aberta para a sola interior (3) na zona do calcanhar (16) , e possui na zona dos dedos do pé (25) uma zona de ventilação (27) ligada pelo menos por um canal de corrente (30), em que a câmara de bombear (17) está ligada por uma entrada de ar (20) à atmosfera ambiente do sapato (1), caracterizado pelo facto da entrada de ar (20) ser constituída por um elemento tubular (22) com um furo (21) e disposta numa passagem estreita final (24) de um tacão (13) directamente adjacente ao lado inferior da sola interior (3) e ficando o furo (21) coberto por uma membrana (34) microporosa e permeável ao ar numa zona final (33) do elemento tubular (22) virada para a câmara de bombear (17).

2. Sapato segundo a reivindicação 1, caracterizado pelo facto da palmilha (7) ter várias camadas, preferencialmente uma camada moldada (8) e uma camada superior (9) ligadas entre si e pelo facto da zona de ventilação (27) na camada moldada (8) ser constituída por uma camada de grelha ou rede (28) em tecido reforçado com fibras ou malha sintética, em cuja área estão previstos orifícios (38) na camada superior (9), ligando a zona de ventilação (27) ao espaço interior do sapato (6). 2

3. Sapato segundo a reivindicação 1 ou 2, caracterizado pelo facto da camada moldada (8) ser constituida por um material sintético de células fechadas, principalmente em poliuretano.

4. Sapato segundo a reivindicação 1 ou 2, caracterizado pelo facto da camada moldada (8) ser constituida por cortiça ligada, pele ou granulado de material sintético reciclado.

5. Sapato segundo a reivindicação 2, caracterizado pelo facto da camada de grelha ou rede (28) estar integrada num orifício (26) da camada moldada (8) e estar moldada numa área periférica.

6. Sapato segundo a reivindicação 2, caracterizado pelo facto da camada superior (9) ser constituída por uma camada em pele, têxtil ou cortiça.

7. Sapato segundo uma ou várias das reivindicações anteriores, caracterizado pelo facto de na zona do calcanhar na camada moldada (8) estar disposta uma câmara de bombear (17) aberta e virada para a sola interior (3).

8. Sapato segundo uma ou várias das reivindicações anteriores, caracterizado pelo facto da entrada de ar (20) formar um canal que se estende mais ou menos paralelo a uma superfície de apoio (12).

9. Sapato segundo a reivindicação 8, caracterizado pelo facto do canal estar disposto numa passagem estreita 3 final (24) que termina na face da sola exterior (2) e estar ligado pelo menos com uma câmara (15) aberta e virada para a sola interior (3).

10. Sapato segundo a reivindicação 9, caracterizado pelo facto de na sola interior (3) estar disposto um furo (18) que liga pelo menos a câmara (15) à câmara de bombear (17) .

11. Sapato segundo uma das várias reivindicações anteriores, caracterizado pelo facto do canal de corrente (30) que liga a câmara de bombear (17) à zona de ventilação (27) ser formado (principalmente moldado) por pelo menos um recesso em forma de ranhura na sola interior (3) virado para o lado inferior (29) da camada moldada (8).

12. Sapato segundo uma ou várias das reivindicações anteriores, caracterizado pelo facto do canal ser constituído por um furo (21) de um elemento tubular (22), que liga uma zona de face (23) da sola exterior (2) na zona do tacão à câmara.

13. Sapato segundo uma ou várias das reivindicações anteriores, caracterizado pelo facto da membrana (34) ser constituída por um tecido ou malha antimicrobiano. Lisboa, 20/03/2009