PT1412006E - Dispositivo protector para uma agulha - Google Patents

Description

DESCRIÇÃO “DISPOSITIVO PROTECTOR PARA UMA AGULHA” A presente invenção pertence ao campo técnico dos produtos médicos e cirúrgicos e diz respeito a um dispositivo protector para uma agulha.

Em principio, pretende-se que a invenção seja utilizada em combinação com uma agulha para introduzir catéteres cu uma agulha de cânula; no entanto, de um modo geral, não se excluí a sua utilização em combinação com outros tipos de agulhas cirúrgicas.

Mais particularmente, a invenção diz respeite a um dispositivo protector que é capaz de evixar que o pessoal de saúde se pique ou fira acidentalmente durante a utilização das agulhas em causa.

No caso de um sistema de agulha de cânula, o operador insere a cânula e a agulha fornecida em tal cânula, perfurando a pele junto da veia ou artéria do paciente e introduzindo a agulha e a cânula com a sua ponta na referida veia ou artéria. Depois de se inserir a agulha, a cânula permanece no seu lugar, dentro da veia, enquanto a agulha, que já desempenhou a sua função, é retirada pelo operador. É durante esta fase que a ponta aguçada da agulha extraída fica perigosamente exposta, havendo um grande risco de o operador se picar ou ferir. A operação que implica a substituição da agulha num resguardo protector é igualmente perigosa para o operador que a executa, conforme foi já demonstrado estatisticamente por inúmeros estudos especializados.

Para se evitar este problema e garantir a segurança do pessoal de saúde no desempenho da sua actividade, foram desenvolvidos diversos tipos de disposirivos protectores aplicáveis às agulhas de cânula. São conhecidos sistemas de segurança para agulhas de cânula que possuem um dispositivo protector que permite recolher a agulha para dentro de um elemento protector, que pode fazer parte do próprio sistema, em que a remoção é conseguida por activação de uma alavanca que empurra a agulha para dentro do elemento protector ou então manualmente por manipulação de uma alavanca exterior ligada à agulha que pode deslizar ao longo do eixo do elemento protector, permitindo assim a remoção da agulha em si. A desvantagem principal destes dispositivos, que já são conhecidos na especialidade, é o volume considerável do elemento protector que pode fazer com que seja trabalhoso e difícil para o operador utilizar cais agulhas de cânula, daí resultando que este sistema conhecido seja menos prático e versátil.

Uma outra desvantagem destes dispositivos protectores, que já são conhecidos na especialidade, é não só o facto de serem complicados ou constituídos por um grande número de peças, mas também o facto de haver o risco de não funcionarem correctamenue e ainda o facto de os custos de produção associados ao fabrico e à montagem de cada uma das partes constituintes serem bastante elevados.

Constitui uma outra desvantagem o facto de ser necessário realizar operações extraordinárias, comparativamente com os dispositivos desprotegidos, o que implica o risco de omissões ou operações mal executadas pelo operador.

Na especialidade, também são familiares os dispositivos protectores para agulhas de cânula nos quais se utiliza um par de aros ligados por um fic flexível. 0 primeiro aro é fixado à base da agulha, enquanto o segundo é fixado à extremidade da cânula e tem por finalidade orientar a extracção da agulha e conter a sua ponta. 0 mecanismo faz deslizar a agulha, durante a sua extracção, através do centro axial do segundo aro até a sua extracção ser interrompida pelo comprimento fixo do fio flexível. Nesse momento, a agulha, com a sua ponta, atinge o interior de um dos aros. A agulha, encaixada no aro com a sua ponta protegida, pode ser retirada da cânula com o dispositivo completo que compreende os dois aros e o fio. A principal desvantagem deste dispositivo é a carga considerável constituída pelos dois aros protectores e principalmente pelo fio flexível, o que pode fazer com que seja trabalhoso e difícil utilizar a agulha de cânula e consequentemente reduz o seu âmbito funcional.

Uma outra desvantagem de tais aros e de todos os dispositivos em geral, conhecidos na especialidade, é o facto de os fluidos corporais dos pacientes e por vezes também os fármacos, que podem ficar depositados na agulha sob a forma de gotas ou de um revestimento adesivo, continuarem acessíveis e/ou o facto de continuar a existir o risco de estes fluidos ou fármacos saírem do dispositivo protector. Os choques podem provocar o seu derrame sobre a pele desprotegida ou os olhos dos operadores cu de outras pessoas que estejam na sua vizinhança, o que implica o risco de infecção ou contaminação. 0 documento US 5 300 045 diz respeito a um elemento de protecção de agulhas para resguardar a ponta de um estilete, que está recolhida numa cânula de agulha, após a retracção do referido estilete a partir da cânula. Tal elemento de protecção de agulhas tem a desvantagem de não impedir a reutilização da agulha, uma vez que permite deslocar a protecção da agulha novamente para a posição aberta. O documento US 5 344 045 diz respeito a uma unidade de resguardo que é utilizada como protector da ponta da agulha de uma cânula de agulha. Uma das desvantagens importantes de um tal resguardo é o facto de os seus sistemas de segurança estarem em contacto com a agulha, de tal forma que o sangue é raspado da agulha aurante o movimento de retracção da mesma, o que implica um risco de contaminação para o operador.

Constitui o principal objectivo da presente invenção proporcionar um dispositivo protector para agulhas, mais particularmente para agulhas de cânula, que permite reduzir consideravelmente o risco de contacto com fluidos corporais dos pacientes ou com fármacos presentes na agulha e que evita a possibilidade de picadas acidentais e de ferimentos, tudo isto mediante um dispositivo que é compacto e consequentemente também é fácil de utilizar e muito versátil.

Constitui um outro objectivo proporcionar um dispositivo protector que seja fácil de construir e montar e consequentemente não seja dispendioso. 3

Além disso, tai dispositivo prorector garance a protecção máxima ao operador durante a extracção da agulha a partir da cânula.

Com esta finalidade, a invenção diz respeito a um dispositivo protector para uma agulha, mais particularmente para uma agulha para introduzir catéteres ou a chamada agulha de cânula, em que tal dispositivo protector compreende um elemento protector que coopera com a agulha de um modo deslizante, sendo tal dispositivo caracterizado pelo facto de o referido elemenro protector compreender uma combinação pelo menos de um elemento de segurança, por um lado, que possua pelo menos uma peça que, após a retracção da agulha através do elemento protector, fica colocada em frente da ponta da agulha e evita a reutilização da agulha e por outro lado um elemento de bloqueio que coopera com o elemento de segurança e que solta o referido elemento de segurança, de uma posição bloqueada para uma posição desbloqueada, quando o dispositivo protector passa de um estado de não funcionamento a um estado de funcionamento; e pelo facto de o elemento de segurança e o elemento de bloqueio estarem configurados de tal forma que, após a retracção da agulha, o elemento de segurança, nomeadamente uma ou várias das peças que estão colocadas em frente da ponta da agulha, permanece afastado da agulha durante o período de retracção da mesma. 0 facto de se efectuar a combinação, de acordo com a invenção, de um elemento de segurança com um elemento de bloqueio, que solta automaticamente o elemento de segurança de uma posição bloqueada para uma posição desbloqueada, proporciona a vantagem de o dispositivo funcionar de uma forma bastante eficaz, conforme será evidente a partir da descrição minuciosa subsequente. Há uma outra vantagem importante que consiste no facto de não haver nenhum contacto entre o elemento de segurança, por um lado, mais particularmente uma ou várias das referidas linguetas de segurança, e a agulha, por outro lado, durante a retracção completa. Em consequência, o elemento de segurança, mais particularmente as referidas linguetas, nunca irá impulsionar os fluidos colados à agulha no sentido da ponta da agulha ou no sentido inverso. Desta 4 forma, evita-se que os fluidos sejam completamente raspados da agulha e consequentemente possam sair do dispositivo protector.

De acordo com a variante mais preferida, o referido elemento de bloqueio é deslocável em relação ao elemento de segurança de tal forma que por meio de um movimento de deslocação do elemento de bloqueio se solta o elemento de segurança de uma posição bloqueada para uma posição desbloqueada, em que o referido elemento de bloqueio coopera com a agulha de tal forma que as operações de deslocação e retracção da agulha também provoquem o movimento de deslocação do elemento de bloqueio descrito antes.

De acordo com uma variante prática, o elemento de bloqueio é fundamentalmente constituído por um aro deslizável localizado em torno da agulha.

De preferência, uma ou várias das referidas peças são elasticamente deformáveis e são linguetas de segurança, sendo tais peças empurradas automaticamente para o traiecto da agulha após a retracção desta última. Em tal caso, o elemento de bloqueio pode ser constituído por um componente, tal como um aro, que mantém as referidas peças fera do trajecto da agulha quando o dispositivo de protecçâo não está a funcionar.

Além disso, o dispositivo é preferencialmente caracterizado pelo facto de o elemento protector e a agulha compreenderem um elemento de imobilização que actua como elemento delimitador entre o elemento protector e a agulha e que define uma posição final para a retracção da agulha, de tal forma que a agulha não consiga sair dc elemento protector.

De acordo com uma outra característica preferida importante, o dispositivo protector possui um elemento de raspagem para secar a agulha quando o dispositivo em si passa do estado de não funcionamento para o de funcionamento. Tal elemento de raspagem, que é constituído por uma junta circular, de preferência, aumenta consideravelmente a segurança do dispositivo, conforme será evidente a partir da descrição subsequente.

Além disso, é preferível que o referido elemento protector possua uma parede de topo com um lado posterior, em que o elemento de 5 raspagem, na sua posição mais exterior, permanece afastado do lado posterior da referida parede de topo. A este respeito, faz-se observar que os fluidos, que são raspados ou limpos a partir da agulha são recolhidos, são recolhidos em frente do elemento de raspagem. No final, não se exclui que estes fluiaos possam penetrar entre o elemento de raspagem e superfície da agulha devido a um efeito de bombeio que pode ser criado quando se desloca a agulha lateralmente em relação ao elemento de raspagem. Devido a esse efeito de bombeio, é possível que algum do fluido atinja a zona posterior do elemento de raspagem. Conservando a distância entre tal zona posterior e o lado posterior da parede de topo, é impossível que o operador que manuseia o dispositivo entre em contacto com o fluído em causa. É evidente que o facto de as linguetas de segurança não contactarem com a agulha durante a retracção completa da agulha também é vantajoso para outros dispositivos protectores de agulhas. A característica supramencionada respeitante à utilização de um elemento de raspagem, mais particularmente um aro de raspagem, o qual, em todas as condições, permanece afastado da zona posterior ou da parede de topo dc dispositivo protector, também pode ser utilizada em combinação com outros tipos de dispositivos protectores, não sendo necessariamente obrigatório que estes estejam equipados com elementos de bloqueio. Sendo assim, de acordo com outra característica preferida da invenção, o referido dispositivo protector é caracterizado pelo facto de compreender um invólucro que coopera com a agulha de um modo deslizante, de tal forma que a agulha possa ser retraída até uma posição em que a ponta da agulha fique localizada no referido invólucro e pele facto de o referido dispositivo protector compreender um aro de raspagem que coopera com a agulha, em que tal aro de raspagem está localizado dentro do invólucro, à distância do lado posterior da parede de topo de tai invólucro. É evidente que a invenção também diz respeito a agulhas e a sistemas de segurança para agulhas de cânula que possuem ura dispositivo protector da invenção. 6 Há outras características que se tornarão evidentes a partir da descrição seguinte e das reivindicações anexas.

Para se explicar melhor as características da presente invenção descrever-se-ão seguidamente diversas variantes preferidas, de um modo exemplificativo e não limitativo, tomando como referência os desenhos anexos, em que: a figura 1 representa uma vista lateral em corte de um sistema de agulha de cânula que possui um dispositivo protector de acordo com a invenção, em que o referido dispositivo protector não está em funcionamento; a figura 2 representa uma amplificação da porção designada por F2 na figura 1; a figura 3 representa a porção representada na figura 2 durante a retracçâo da agulha; a figura 4 representa uma vista lateral em corte semelhante à da figura 1, mas com a agulha em posição retraída e com o dispositivo protector em funcionamento; a figura 5 representa uma amplificação da porção designada por F5 na figura 4; a figura 6 representa uma vista lateral em corte semelhante à da figura 4, mas depois de se separar subsequentemente a agulha, em conjunto com o dispositivo protector, da cânula; as figuras 7 a 10 não representam a invenção; as figuras 11 e 12 representam uma outra variante alternativa da invenção respectivamente para o estado de não funcionamento e para o estado durante a retracçâo da agulha e a figura 13 representa uma vista em perspectiva da porção designada por F13 na figura 11.

Tomando como referência as figuras 1 a 6, a referência 1 indica geralraente um dispositivo protector para a agulha 2 de cânula e tal agulha 2 de cânula em conjunto com a cânula 3 formam um sistema 4 completo de agulha de cânula. A expressão “agulha 2 de cânula” designa a peça completa que é constituída pela agulha 5 em si e um encaixe 6 de agulha ao 7 qual a agulha 5 está ligada. A agulha 5 encaixa na cânula 3 e de preferência é oca. 0 canal interno 7 comunica com o orifício 8 do encaixe 6 de agulha, o qual permite, por exemplo, uma ligação com a chamada câmara de separação ou ccm qualquer outro acessório. Conforme representado, o encaixe 6 de agulha pode possuir um suporte 9. A cânula 3 é feita de um modo convencional e é constituída principalmente por uma porção dianteira oca alongada 10, a qual será introduzida parcialmente numa veia do paciente, e compreende ainda uma porção terminai 11 que funciona como encaixe da cânula, o qual possui um orifício de entrada 12 ara introduzir a agulha 5 na cânula 3. Também se pretende que o orifício de entrada 12 seja acoplado a um tubo para alimentação de fluidos ou substâncias semelhantes após a retracção da agulha 5. Conforme ilustrado, a cânula 3 pode possuir um ou vários orifícios de entrada 13 suplementares. Como é evidente, a cânula 3 também pode ser utilizada para introduzir outras substâncias ou elementos medicinais ou cirúrgicos, por exemplo, para introduzir um catéter no corpo de um paciente através de uma veia, artéria ou semelhante. O dispositivo protector 1 é fundamentalmente constituído, por um lado, por um elemento protector, geralmente designado pela referência 14, que encaixa de um modo deslizante na agulha 5 e por um elemento de imobilização 15, por outro lado, que actua como elemento delimitador entre o elemento protector 14 e a agulha 5, definindo tal elemento delimitador uma posição final para a retracção da agulha 5 através do elemento protector 14. 0 referido elemento protector 14 compreende, por um lado, um elemento de segurança 16 que possui pelo menos uma peça, que neste caso é uma lingueta 17 de segurança, a qual, após a retracção da agulha 5, fica colocada em frente da ponta 18 da agulha 5 para assim evitar a reutilização dessa agulha, e um elemento de bloqueio 19, por outro lado, que coopera com o elemento de segurança 16 e que solta o referido elemento de segurança 16, de uma posição bloqueada para uma posição desbloqueada, quando o dispositivo protector passa de um. estado A de não funcionamento para um estado B de funcionamento, conforme a seguir se descreve mínuciosamente. 8

Conforme ilustrado, o elemento de segurança 16 e o elemento de bloqueio 19 são incorporados, de preferência, num corpo ou invólucro 20 oco que tem uma parede lateral 21 e duas paredes de topo 22-23 opostas, possuindo cada uma delas um orifício 24-25 de passagem para a agulha 5. A lingueta de segurança 17 é constituída por um lábio deformável elasticamente, que neste caso forma uma peça única com a parede de topo 22, sendo a sua configuração e disposição tais que, na sua posição solta, atravessa o trajecto da agulha 5, de preferência obliquamente, conforme se ilustra nas figuras 4 a 6. O elemento de bloqueio 19 é constituído por um componente que é encaixado de forma a poder deslocar-se no corpo 20 oco, em que tal componente, no exemplo representado, é constituído por um aro 26 que compreende uma porção cilíndrica interior 27 do aro e uma porção cilíndrica exterior 28 do aro ligadas fixamente entre si. A porção cilíndrica exterior 28 do aro encaixa perfeitamente no corpo 20 oco. O aro 26 tem uma configuração tal que, quando o dispositivo protector 1 está no estado de não funcionamento A em que a agulha 5 está completamente inserida na cânula 3, o aro 26 coopera com a lingueta de segurança 17 de tal forma que esta última fica curvada para fora, numa posição aberta S em que a lingueta 17 nâo interfere com a agulha 5. Deste modo, conforme se ilustra nas figuras 1 e 2, a lingueta 17 e o aro 26, mais particularmente a porção exterior 28 do aro, engatam suavemente uma na outra por meio de uma reentrância 29 na extremidade livre da lingueta 17 e uma gola 30 na extremidade exterior dianteira da referida porção 28 do aro. O elemento de imobilização 15 supramencionado é constituído por peças delimitadoras presentes na agulha 5 e no elemento protector 14, respectivamente. De acordo com a variante das figuras 1 a 6, tais peças delimitadoras são formadas por uma ranhura anelar 31 próximo da ponta da agulha 5 e por um elemento retentor C i i íb L -X- ú- u. -L- w por lâminas ou palhetas 32 orientadas no sentido do eixo do aro 26 e inclinadas na direcção oposta da direcção de extracçâo da agulha 5. 9

Além disso, o dispositivo protector 1 possui um elemento de raspagem 33 para secar a agulha 5 ao deslizar sobre a mesma, eliminando assim o sangue ou outros fluidos corporais do paciente. Tal elemento de raspagem 33 é constituído por um aro, uma membrana ou um disco que possuí um orifício centrai ou semelhante que encaixa em torno da agulha 5 com uma determinada tensão, em que tal aro, membrana ou disco é feito, de preferência, de um material sintético flexível. Maís particularmente, o referido elemento é constituído por um aro circular. 0 elemento protector 1, mais particularmente o invólucro 20, é feito como peça suplementar que pode ser acoplada ao encaixe do catéter. Para tal, o invólucro possui elementos de acoplamento 34 na parede de topo 22 que permitem uma ligação amovível ao referido encaixe do catéter, de preferência por meio de uma ligação sob pressão. Para tal, de acordo com a variante representada, os referidos elementos de acoplamento 34 compreendem diversas palhetas 35 elasticamente deformáveis que possuem porções de engate 36 que podem cooperar com uma gola 37 na extremidade posterior da porção posterior da cânula 3.

Conforme ilustrado, de preferência, o encaixe da agulha compreende pelo menos uma peça 38 que coopera, na posição mais avançada da agulha 5, com o elemento protector 14, evitando assim que o elemento de bloqueio 19 realize um movimento de deslocação da posição A de não funcionamento para a posição B de funcionamento. Isto sucede pelo facto de essa peça 38 se prolongar através do orifício 25 até ao corpo 20 oco, constituindo assim um obstáculo ao deslocamento do elemento de bloqueio 14. Mais particularmente, conforme se ilustra na figura 2, evita-se a referida deslocação pelo facto de a extremidade livre da peça 38 entrar em contacto com a referida parte interior 27 do aro e/ou as referidas palhetas 35. O dispositivo protector 1 funciona praticamente conforme a seguir se descreve.

Logo que a agulha 5 e a cânula 3 estejam inseridas na veia ou artéria de um paciente, retrai-se a agulha 5 a partir da cânula 3 e 10 consequentemente o elemento protector 14 é automaticamente activado e passa de um estado A de não funcionamento para um estado B de funcionamento.

No início, no estado A de não funcionamento, a peça 38 está em contacto com a parte interior 27 do aro, evitando-se assim a deslocação do elemento de bloqueio 14 e mantendo-se a lingueta de segurança 17 na sua posição, conforme ilustrado nas figuras 1 e 2.

Quando se retraí a agulha 5, em primeiro lugar a agulha desliza livremente através do elemento protector 14. A partir do momento em que a ranhura anelar 31 atinge a altura das palhetas 32, essas palhetas são empurradas elastícamente para dentro da ranhura anelar 31, daí resultante que a agulha 5 não pode fazer mais nenhum movimento de deslizamento através do aro 26. Em consequência, o aro 2 6 acompanha o movimento da agulha 5, o que vai fazer com que o aro 26 ou, por outras palavras, o elemento de bloqueio 19, solte a lingueta 17 que se interpõe entre o orifício de passagem 24 e a ponta 18 da agulha 5, o que vai corresponder a um estado solto R.

Depois de uma nova retracção, o aro 26 irá entrar em contacto com a parede de topo 23, conforme ilustrado na figura 5, e consequentemente evitar-se-á qualquer movimento de extracçãc suplementar da agulha 5 a partir do elemento protector 14. Em seguida, é possível desligar a agulha de cânula 2 da cânula 3 por meio de um elemento de acoplamento 34 amovível.

Deste modo, no estado B de funcionamento, a ponta 18 da agulha 5 não pode sair do elemento protector 14 porque é bloqueada, na direcção do orifício 25, por activaçãc do elemento de imobilização 15 e na direcção oposta pela lingueta 17 que se interpõe entre a ponta 18 da agulha e o orifício 24.

De preferência, o elemento protector 14 assume uma configuração tal que se exclui qualquer contacto entre a lingueta de segurança 17 e a agulha 5 no caso da retracção completa da agulha 5. Desta forma, exclui-se a situação de a lingueta de segurança 17 poder actuar como elemento de raspagem para a agulha 5 e também a situação de, no momento em que se solta a lingueta 17, se dar a projecção 11 de sangue ou outros fluídos através do orifício e passagem 24 e possivelmente ocorrer a contaminação desse orifício. Durante a sua utilização normal, de acordo com os desenhos das figuras 1 a 6, não irá haver nenhum contacto entre a lingueta 17 e a ponta 18 da agulha no momento em que a lingueta 17 se curva, voltando à sua posição livre. No entanto, para se excluir qualquer contacto, é possível encurtar mais a ponta 18, conforme indicado pela linha a traço interrompido 39 da figura 3. A forma geométrica e a inclinação das paihetas 32 fazem com que seja possível transferir a agulha 5 para a cânula 3 durante a fase de montagem do sistema 4 de agulha de cânula. 0 elemento de bloqueio 19 também é vantajoso durante a montagem, visto que o elemento de bloqueio 19 faz com. que seja possível manter a lingueta 17 num estado não activado, o que irá permitir a passagem livre da agulha 5 para o elemento protector 14.

Durante a passagem do estado A de não funcionamento para o estado B de funcionamento, a agulha 5 desliza através do elemento de raspagem 33 que seca os líquidos que aderiram a essa agulha 5, ficando tais líquidos retidos no corpo 20 oco. Em consequência, embora a haste da agulha 5 já não esteja estéril, ocorre uma redução decisiva de todos os produtos infecciosos ou tóxicos que aderiram à agulha, diminuindo assim o risco para qualquer pessoal que pudesse ter que tocar na haste da agulha 5 com as mãos desprotegidas. Além do mais, embora o corpo 20 oco não esteja completamente fechado, os fluidos ai retidos pelo elemento de raspagem 33 são mantidos no seu interior praticamente na sua totalidade, mesmo no caso de agulha sofrer choques ou vibrações.

De acordo com a variante das figuras 1 a 6, o elemento de acoplamento 34 e a parede de topo 22 são feiras numa peça única e quando são consideradas em conjunto formam uma peça separada que funciona como uma cobertura que está ligada à parede lateral 21 de uma forma qualquer.

De acordo com uma variante, o elemento de acoplamento 34 também pode ser moldado rruma peça única com o corpo 20 oco.

As figuras 7 e 8 mostram um dispositivo protector 1 em que o elemento de segurança 16 é constituído por um par de linguetas de segurança 40-41 opostas e elasticamente deformáveis, dispostas frontalmente e fixadas à parede de topo 23. As linguetas 40-41 possuem um comprimento diferente e são constituídas por uma primeira porção 42 elasticamente deformável, que se prolonga praticamente no sentido do comprimento, havendo na extremidade distai da primeira porção 42 uma segunda porção 43 orientada em sentido transversal ou praticamente em sentido transversal relatívamente à primeira porção 42. As linguetas de segurança 40-41 possuem uma configuração tal que, devido à sua flexibilidade, são permanentemente empurradas para uma posição na qual as segundas porções 43 estão localizadas no trajecto percorrido pela agulha 5. A parede de topo 23 é feita sob a forma de flange. Tal flange, em conjunto com as linguetas 40-41, formam uma peça de inserção que é montada dentro do corpo 20 oco por meio de um elemento de acoplamento à pressão 44. O elemento de bloqueio 19 é constituído por um aro 4 5 que está localizado em torno da agulha 5 e entre as linguetas 40-41, de tal forma que é possível manter as linguetas 40-41 num estado aberto S por meio do referido aro 45, conforme se ilustra na figura 7.

De um modo idêntico ao representado nas figuras 1 a 6, o aro 45 possui palhetas 32.

Faz-se observar que a configuração da figura 7 é escolhida de tal forma que as linguetas 40-41 fiquem em contacto com o aro 45 e também com a agulha 5. Assim,, as linguetas 40-41 contactam apenas ligeiramente com a agulha 5 e em consequência nãc é necessário ultrapassar nenhumas forças friccionais relevantes durante a retracção da agulha 5.

As figuras 7 e 8 representam apenas a invenção, em que, dependendo do diâmetro do aro 45 e/ou do comprimento das segundas porções 43, não há nenhum contacto entre as extremidades livres das linguetas 40-41 e a agulha 5. 13

Com efeixo, o principal objectivo do elemento de bloqueio 19 é manter as linguetas 40-41 separadas quando não há nenhuma agulha 5 inserida entre estas, o que irá permitir, após a inserção da agulha 5 no elemento protector 14, que tal agulha 5 possa ser deslocada através do corpo 20 oco.

Durante a passagem do estado A de não funcionamento para o estado B de funcionamento, as palhetas 32 engatam na ranhura anelar 31 da agulha 5 durante o deslizamento axial desta última, o que vai fazer com que o aro 45 deslize no sentido da parede de topo 23. Este movimento de deslizamento do aro 45 permite o desengate das extremidades livres das linguetas 40-41 para se atingir o estado solto R, em que tais extremidades livres se curvam, uma perante a outra, colocando assim as linguetas 40-41 numa posição entre o orificio de passagem 24 e a ponta 18 da agulha. Os diferentes comprimentos das linguetas 40-41 permitem que as respectivas extremidades livres se sobreponham, de preferência sem provocar nenhuma interferência, evitando assim a possibilidade de a agulha 5 sair do corpo 20 oco.

As figuras 9 e 10 diferem das figuras 7 e 8 apenas pelo facto de o aro 45 não possuir nenhumas palhetas 32 e encaixar directamente em torno da agulha 5, ao passo que o elemento de imobilização 15 na agulha 5 é constituído por uma saliência 46 cu um espessamento próximo da ponta 18 da agulha. Desta forma, o lado 47 o aro 45 forma um elemento delimitador para a saliência 46.

Uma das vantagens da presente variante consiste no facto de o elemento de raspagem 33 e o elemento delimitador que cooperam com a saliência 46 serem constituídos pela mesma peça única, nomeadamente o referido aro 45. Além disso, tal aro 45 também actua como elemento de bloqueio 19, daqui se concluindo que desempenha simultaneamente três funções.

As figuras 11 e 12 representam uma outra variante. Uma das diferenças relativamente à variante das figuras 9 e 10 consiste no facto de as linguetas 4 0-41 e o aro 45 serem dimensionados de tal forma que no estado A de não funcionamento do dispositivo protector 14 1 não há nenhum contacto entre as linguetas 40-41 e a agulha 5, não havendo nenhum contacto também durante a retracção completa da agulha 5. A figura 12 mostra uma posição intermédia, demonstrando que as linguetas 40-41 fecham suavemente na proximidade da ponta 18 da agulha, sem lhe tocarem. Conforme se explicou a propósito da variante descrita nas figuras 1 a 6, esta tem a vantagem de as linguetas 40-41 não actuarem como elementos de raspagem e consequentemente não haver retenção de gotas de sangue ou de outros fluidos em tais linguetas 40-41, evitando-se assim que tais gotas sejam catapultadas no sentido do orifício de passagem 24.

Em todos as variantes, o encaixe 6 de agulha pode possuir uma ou várias partes prolongadas que envolvem, pelo menos parcialmente, o elemento protector 14, ou seja, envolvem o corpo ou invólucro 20 oco. Tal encaixe 6 de agulha é aplicado na variante das figuras 11 e 12 e está representado por si só na figura 13. Mais particularmente, este encaixe 6 de agulha compreende prolongamentos 48-49-50, respectivamente na sua parte lateral e parcialmente na parte superior. Este aperfeiçoamento suplementar pretende evitar a possibilidade de o operador poder desligar a agulha de cânula 2 sem activar o dispositivo protector 1.

De preferência, a agulha 5 é feita de aço AISI 304 e o elemento protector 14 e a cânula 3 são feitos de resina de acetal, poli-propíleno ou polietileno.

De acordo com um aspecto preferido importante da invenção, que é mencionado na parte introdutória da descrição, o elemento de raspagem compreende um aro de raspagem que coopera com a agulha 5, em que o referido aro de raspagem, para todas as posições, está localizado dentro do invólucro e afastado do lado posterior da parede traseira ou parede de topo do referido invólucro. Nas variantes descritas antes, tal é demonstrado pelo símbolo D designativo da distância e indicado nas figuras 5, 8 e 10. A principal vantagem ca presente invenção é o facto de proporcionar um dispositivo protector para uma agulha de cânula para evitar o risco de contacto com os fluidos corporais de um 15 paciente ou com fármacos que existam na agulha e evitar picadas acidentais e feridas, sendo tal dispositivo muito eficaz em muitos aspectos. 0 dispositivo é pequeno e compacto e consequentemente é fácil de utilizar e muito versátil.

Uma outra das suas vantagens é o facto de proporcionar um dispositivo protector cuja construção e montagem são simples e consequentemente é económico.

Uma outra vantagem é o facto de proporcionar uma agulha e garantir o máximo de protecção ao operador durante a operação de extracção da agulha a partir da cânula. A presente invenção não está limitada, de modo nenhum, às variantes descritas a título exemplificativo e representadas nas figuras; no entanto, tal dispositivo protector, bem como os sistemas de agulha de cânula e as agulhas associadas a tal dispositivo protector, podem ser realizados em diversas formas e dimensões sem que haja afastamento do âmbito da invenção.

Lisboa, 2 2 FEV. W 16

Claims (17)

1. REIVINDICAÇÕES 1. Dispositivo protector para uma agulha, mais partícularmente uma agulha para introduzir um catéter ou a chamada agulha de cânula (2), em que tal dispositivo protector (1) compreende um elemento protector (14) que coopera de um modo deslizante com a agulha (5), caracterizado pelo facto de o referido elemento protector (14) compreender uma combinação, por um lado, pelo menos de um elemento de segurança (16) que possui pelo menos uma peça que, após a retracção da agulha (5) através do elemento protector (14), fica colocado em frente da ponta (18) da agulha e evita a reutilização da agulha (5) e um elemento de bloqueio (19), por outro lado, que coopera com o elemento de segurança (16) e que solta o referido elemento de segurança (16) de uma posição bloqueada para uma posição desbloqueada quando o dispositivo protector (1) passa de um estado (A) de nâo funcionamento para um estado (B) de funcionamento, e pelo facto de o elemento de segurança e o elemento de bloqueio estarem configurados de tal forma que, após a retracção da agulha, o elemento de segurança, nomeadamente uma ou várias das peças que estão colocadas em frente da ponta da agulha, permanece afastado da agulha durante a retracção completa da mesma.
2. 2. Dispositivo protector de acordo com a reivindicação 1, caracterizado pelo facto de o elemento de bloqueio (19) é deslocável relativamente ao elemento de segurança (16) de tal forma que, através de um movimento de deslocação do elemento de bloqueio (19), se solta o elemento de segurança (16), de uma posição bloqueada para uma posição desbloqueada, em que o referido elemento de bloqueio (19) coopera com a agulha (5) que a deslocação e a retracção da agulha (5) também provocam o movimento de deslocação anterior do elemento de bloqueio (19).
3. 3. Dispositivo protector de acordo com a reivindicação 2, caracterizado pelo facto de o elemento de bloqueio (19) ser constituído 1 fundamentalmente por um aro deslizante (26) localizado em torno da agulha (5) .
4. 4. Dispositivo protector de acordo com uma das reivindicações 2 ou 3, caracterizado pelo facto de a agulha (5), na sua extremidade proximal, estar ligada a um encaixe (6) de agulhas e oelo facto de tal encaixe (6) de agulha compreender pelo menos uma peça (38) que coopera, na posição ma.ís avançada da agulha (5), com o elemento protector (14), mais particularmente é inserida no elemento protector (14), evitando assim que o elemento de bloqueio (19) realize o movimento de deslocação supramencionado.
5. 5. Dispositivo protector de acordo com uma qualquer das reivindicações anteriores, caracterizado pelo facto de a referida peça do elemento de segurança (16) ser elasticamente deformável, de tal forma que é empurrada para o trajecto da agulha (5) e respectivamente as referidas peças do elemento de segurança (16) serem elasticamente deformáveis, de tal forma que são impulsionadas para o trajecto da agulha (5), sendo a(s) referida(s) peça(s), na sua posição bloqueada, mantidas pelo menos praticamente fora do trajecto da agulha (5) por meio do referido elemento de bloqueio (19).
6. 6. Dispositivo protector de acordo com uma qualquer das reivindicações anteriores, caracterizado pelo facto de a(s) referida(s) peça(s) do elemento de segurança (16) consistirem de linguetas de segurança (17-40-41).
7. 7. Dispositivo protector de acordo com a reivindicação 6, caracterizado pelo facto de o elemento de segurança (16) ser constituído por um par de linguetas de segurança (40-41) que podem, vindas de lados opostos da agulha (5), interferir com o trajecto de tal agulha (5) . 2
8. 8. Dispositivo protector de acordo com uma qualquer das reivindicações anteriores, caracterizado pelo facto de o elemento protector (14) e a agulha (5) compreenderem um elemento de imobilização (15), que actua como elemento delimitador entre o elemento protector (14) e a agulha (5), o qual define uma posição final para a retracção da agulha (5).
9. 9. Dispositivo protector de acordo com a reivindicação 8, caracterizado pelo facto de o elemento de imobilização (15) na agulha (5) compreender uma ranhura anelar (31) ou uma saliência (46) ou espessamento, ou semelhante, no exterior da agulha (5) e pelo facto de o elemento de imobilização (15) no elemento protector (14) ser constituído pelo referido elemento de bloqueio (19) ou por peças que cooperam com o referido elemento de bloqueio (19) .
10. 10. Dispositivo protector de acordo com uma qualquer das reivindicações anteriores, caracterizado pelo facto de o elemento de segurança (16) e o elemento de bloqueio (19) estarem alojados num corpo (20) oco, em que o referido corpo (20) oco possui orifícios de passagem (24-25) para a agulha (5).
11. 11. Dispositivo protector de acordo com uma qualquer das reivindicações anteriores, caracterizado pelo facto de o elemento protector (14) ser feito ccmo uma peça suplementar para um encaixe de catéter, em que tal peça suplementar está equipada com um elemento de acoplamento (34) para a acoplar amovivelmente ao referido encaixe de catéter.
12. 12. Dispositivo protector de acordo com uma qualquer das reivindicações anteriores, caracterizado pelo facto de ser equipado com um elemento de raspagem (33) para secar a agulha (5) quando o dispositivo (1) passa do estado (A) de não funcionamento para o estado (3) de funcionamento. 3
13. 13. Dispositivo protector de acordo com a reivindicação 12, caracte-rizado pelo facto de o elemento de raspagem (33) ser formado pelo elemento de bloqueio (19) e/ou estar fixo ao elemento de bloqueio (19) ·
14. 14. Dispositivo protector de acordo com uma das reivindicações 12 ou 13, caracterizado pelo facto de o elemento de raspagem (33) compreender um aro ou semelhante, mais particularmente um aro circular de plástico, em torno da agulha (5).
15. 15. Dispositivo protector de acordo com uma qualquer das reivindicações anteriores, caracterizado pelo facto de a agulha (5) ser ligada a um encaixe (6) de agulha e o referido encaixe (6) de agulha possuir um ou vários prolongamentos (48-49-50), o qual envolve, pelo menos parcialmente, o elemento protector (16).
16. 16. Dispositivo protector de acordo com uma qualquer das reivindicações anteriores, caracterizado pelo facto de tal dispositivo protector (1) compreender um corpo (20) oco que forma um invólucro, corpo (20) esse que coopera de um modo deslizante com a agulha (5) de tal forma que a agulha (5) pode ser retraída para uma posição em que a ponta (18) da agulha fica localizada no referido corpo (20) oco e pelo facto de o referido dispositivo protector (1) compreender um aro de raspagem que coopera com a agulha (5), estando tal aro de raspagem localizado dentro do invólucro, à distância (D) do lado posterior da parede posterior do referido invólucro.
17. 17. Agulha ou sistema de segurança de agulha de cânula, caracterizado pelo facto de possuir um dispositivo protector (1) de acordo com uma qualquer das reivindicações. -tv. Lisboa, 4