PT1372766E

PT1372766E - Seringa para soluções viscoelásticas

Info

Publication number: PT1372766E
Application number: PT02722375T
Authority: PT
Inventors: Patrice Vincent
Original assignee: Lab Contactologie Appl Lca
Priority date: 2001-03-27
Filing date: 2002-03-26
Publication date: 2010-05-25
Also published as: ES2338993T3; CA2442517A1; FR2822710A1; JP2004538043A; US20040116871A1; EP1372766B1; ATE458515T1; DK1372766T3; US7001362B2; CA2442517C; EP1372766A1; WO2002076534A1; FR2822710B1; DE60235450D1

Description

ΕΡ 1 372 766/ΡΤ DESCRIÇÃO "Seringa para soluções viscoelásticas" 0 presente invento refere-se a uma seringa para soluções viscoelásticas, utilizadas nos domínios médico e cirúrgico. Tais soluções são actualmente utilizadas em reumatologia sob a forma de injecções intra-articulares, em dermatologia para o enchimento de rugas, em cirurgia plástica, em cirurgia abdominal e em cirurgia oftalmologia, sem que esta lista de aplicações esteja forçosamente limitada no tempo. É conhecida a partir do documento EP-A-0 974 320 uma seringa de acordo com o preâmbulo da reivindicação 1.

Mais em particular, o presente invento pode aplicar-se quando da cirurgia das cataratas, com a colocação de uma lente intra-ocular. Neste caso, o papel das soluções viscoelásticas consiste em criar os espaços necessários aos gestos cirúrgicos, e em proteger os tecidos oculares, em particular o endotélio corneano. Uma condição importante é que este tipo de solução deve ser retirada por aspiração no fim da intervenção, sob pena de apresentar o risco de provocar um aumento nefasto da pressão intra-ocular.

No quadro da cirurgia das cataratas, utiliza-se, em geral, antes de tudo um produto que apresenta uma viscosidade dinâmica maior com um grau de corte elevado. Isto é nomeadamente o caso no decorrer das fases cirúrgicas a que se chama a "capsulorhexis" e a facoemulsificação, que são técnicas cirúrgicas bem conhecidas dos especialistas da técnica. Um produto que apresenta uma viscosidade dinâmica mais fraca para condições de corte similares é, de preferência, utilizado em segundo lugar quando da colocação da lente intra-ocular.

Actualmente, o cirurgião deve manipular duas seringas que contêm, cada uma delas, uma solução viscoelástica distinta. A outra possibilidade é utilizar apenas uma solução viscoelástica. No primeiro caso, a operação é mais complicada do que a utilização de várias seringas, e no segundo caso, a 2 ΕΡ 1 372 766/ΡΤ solução utilizada, em vez de constituir um bom compromisso, apresenta, pelo menos, um inconveniente, a saber uma colocação no lugar defeituosa, durante a facoemulsificação, quer seja a nivel das dificuldades de extracção no fim da intervenção, quer depois da colocação da lente intra-ocular. 0 presente invento tem por objectivo proporcionar uma seringa para soluções viscoelásticas no domínio médico que não reproduza os inconvenientes acima mencionados.

Em particular, o presente invento tem por objectivo proporcionar uma seringa para soluções viscoelásticas que simplifica a tarefa do cirurgião, e que permite utilizar os produtos que apresentam as características óptimas a cada etapa da intervenção. 0 presente invento tem igualmente por objectivo proporcionar uma tal seringa para soluções viscoelásticas que seja simples e pouco dispendiosa de fabricar e de montar. 0 presente invento tem então por objectivo um dispositivo para distribuir as soluções viscoelásticas tal como descrito na reivindicação 1.

Os modos de realização vantajosos estão descritos nas reivindicações dependentes. 0 presente invento tem igualmente por objectivo a utilização de uma seringa, tal como a aqui descrita acima, na cirurgia das cataratas.

Outras características e vantagens do presente invento serão salientadas mais claramente no decurso da descrição detalhada que se segue de dois modos de realização vantajosos do mesmo, feitos com referência aos desenhos anexos, dados a título de exemplo não limitativo, e nos quais: a Fig. 1 é uma vista esquemática em corte transversal de uma seringa; e 3

ΕΡ 1 372 766/PT a Fig. 2 é uma vista esquemática em corte transversal de uma seringa não coberta pelo presente invento.

De maneira geral, uma seringa 1 compreende um corpo de seringa 2, geralmente, cilíndrico que compreende, por um lado, um orifício de distribuição 3 e, por outro lado, um êmbolo 4, accionado por uma haste de accionamento 5. 0 utilizador apoia-se sobre a haste de accionamento 5 para deslocar o êmbolo 4 no interior do corpo 2 para distribuir o produto contido na seringa através do orifício de distribuição 3.

De acordo com o invento, a seringa 1 compreende duas soluções viscoelásticas VI, V2 que apresentam propriedades diferentes, sendo as ditas soluções VI, V2 distribuídas sucessivamente, numa ordem predeterminada.

Mais particularmente, as duas soluções viscoelásticas VI, V2 distinguem-se pela sua natureza química, e/ou pelo peso molecular do seu princípio activo e/ou pela concentração deste princípio activo. Mais em geral, as soluções viscoelásticas do presente invento apresentam propriedades reológicas diferentes, e vantajosamente as mesmas apresentam viscosidades dinâmicas diferentes para graus de corte elevados.

De acordo com o invento, está previsto interpor um diagrama móvel 10 entre as soluções VI, V2. Este diafragma 10 compreende, de preferência, juntas de estanqueidade 15 na sua periferia externa, as quais cooperam com o corpo 2 da seringa 1. Deste modo, este diafragma 10 pode deslizar contra a parede interna do corpo da seringa de maneira estanque, sendo ao mesmo tempo guiado como o êmbolo da seringa. À medida que a primeira solução viscoelástica VI é distribuída, o diafragma 10 desloca-se ao mesmo tempo que o êmbolo 4, sob o efeito do impulso que é transmitido pela segunda solução viscoelástica V2. Como variante, pode imaginar-se uma ligação mecânica temporária, que liga o diafragma 10 ao êmbolo 4 para deslocar simultaneamente estes dois elementos, durante a expulsão da primeira solução viscoelástica VI, sendo esta ligação mecânica suprimida no momento da distribuição da segunda solução viscoelástica V2. 4 ΕΡ 1 372 766/ΡΤ

Para permitir a distribuição da segunda solução viscoelástica V2, o diafragma 10 compreende uma abertura 11 disposta, de preferência, de maneira central, de preferência de pequena dimensão. Isto é em geral suficiente para que as soluções VI e V2 não se misturem antes da solução VI ser inteiramente distribuída, tal como representado no exemplo da Fig. 1, mesmo que esta abertura 11 não esteja obturada.

Deste modo, quando o utilizador se apoia sobre a haste de accionamento 5, a primeira solução VI é inicialmente expulsa através do orifício de distribuição 3, depois o diafragma encosta-se no fundo do corpo 2 da seringa, e então a segunda solução viscoelástica V2 é expulsa através da abertura 11 do diafragma 10. Para um bom funcionamento, a força a exercer, para provocar a passagem da segunda solução viscoelástica V2 através da pequena abertura 11, deve ser geralmente superior ao atrito do diafragma 10 contra a parede da seringa, tendo em conta a eventual presença da ligação mecânica. A presença de uma pequena interface de ar no interior da abertura 11, por exemplo uma micro bolha de ar cativa, permite vantajosamente evitar qualquer contacto entre as duas soluções no momento da sua utilização.

No modo não coberto pelo presente invento, representado na Fig. 2, o diafragma 10 está representado de maneira absolutamente estanque, com uma membrana 12 que obtura a abertura 11, o qual neste caso pode ser de maior dimensão do que no modo de realização representado na Fig. 2. Esta implementação pode ser considerada no caso em que as soluções VI e V2 teriam tendência para se misturarem, por exemplo, por simples reequilíbrio osmótico no decorrer da distribuição da primeira solução VI. A seringa 1 compreende, então, meios de abertura, tais como uma ponta de perfuração 8, que estão adaptados para abrir a dita membrana 12 quando o diafragma 10 entra em contacto com o fundo da seringa, quer dizer, quando a primeira solução viscoelástica VI, que está disposta a jusante do diafragma, for totalmente distribuída.

Desta maneira, é totalmente impedido o contacto entre as duas soluções VI e V2 antes e durante o accionamento do dispositivo. 5

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Tal como representado esquematicamente nos desenhos, a seringa pode compreender ao nível da sua abertura de distribuição 3 um sistema de segurança "Luer-Lock" que permite bloquear uma cânula ou uma agulha de injecção na parte afunilada da seringa.

Tal como mencionado anteriormente, uma utilização particularmente vantajosa do presente invento refere-se à cirurgia das cataratas, mas o presente invento não se encontra limitado a esta utilização.

Se bem que o presente invento tenha sido descrito com referência a dois modos de realização vantajosos do mesmo, o mesmo não se encontra limitado pelos exemplos representados, e o especialista na matéria pode considerar quaisquer modificações sem sair do âmbito do presente invento, tal como definido pelas reivindicações anexas.

Lisboa, 2010-05-19

Claims

ΕΡ 1 372 766/PT 1/2 REIVINDICAÇÕES 1 - Dispositivo para distribuir soluções viscoelásticas, que consiste numa seringa (1), formada por um único corpo que contém duas soluções viscoelásticas (VI, V2), que apresentam propriedades diferentes, sendo as ditas soluções (VI, V2) distribuídas sucessivamente, numa ordem predeterminada, sendo o dispositivo caracterizado por as ditas duas soluções viscoelásticas (VI, V2) estarem fisicamente separadas por um único diafragma móvel interposto entre as ditas duas soluções viscoelásticas (VI, V2), incluindo o dito diafragma móvel (10) uma abertura central (11), de pequena dimensão, que permite a expulsão da solução viscoelástica (V2), disposta a montante do diafragma (10), depois da distribuição total da solução viscoelástica (VI), disposta a jusante do diafragma (10), não estando a dita abertura (11) obturada.
2 - Dispositivo de acordo com a reivindicação 1, no qual o dito diafragma (10) compreende juntas de estanqueidade (15) .
3 - Dispositivo de acordo com a reivindicação 1 ou 2, no qual uma micro bolha de ar está disposta na dita abertura (11) do diafragma (10), para evitar qualquer contacto entre as soluções viscoelásticas (VI, V2).
4 - Dispositivo de acordo com qualquer uma das reivindicações anteriores, no qual o dito diafragma (10) está ligado por uma ligação mecânica temporária ao êmbolo (4) da seringa, durante a distribuição da solução viscoelástica (VI) disposta a jusante do diafragma (10), sendo a dita ligação mecânica temporária suprimida depois da distribuição total da dita solução viscoelástica (VI) para permitir a distribuição da solução viscoelástica (V2), disposta a montante do diafragma (10).
5 - Dispositivo de acordo com qualquer uma das reivindicações anteriores, no qual as ditas pelos menos duas soluções viscoelásticas (VI, V2) apresentam propriedades reológicas diferentes. ΕΡ 1 372 766/ΡΤ 2/2
6 - Dispositivo de acordo com qualquer uma das reivindicações anteriores, no qual as ditas duas soluções viscoelásticas (VI, V2) apresentam composições químicas e/ou pesos moleculares do seu princípio activo e/ou concentrações do seu princípio activo diferentes.
7 - Dispositivo de acordo com qualquer uma das reivindicações anteriores, no qual as ditas duas soluções viscoelásticas apresentam viscosidades dinâmicas diferentes, com graus de corte elevados. Lisboa, 2010-05-19