PT1239842E - Aplicação electrostática de material em pó a formas de dosagem sólidas - Google Patents
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Description
DESCRIÇÃO
"APLICAÇÃO ELECTROSTÁTICA DE MATERIAL EM PÓ A FORMAS DE DOSAGEM SÓLIDAS" A presente invenção refere-se a um método e aparelho para a aplicação electrostática de material em pó sobre as superfícies de formas de dosagem sólidas, e mais particularmente, mas não exclusivamente, formas de dosagem sólidas farmacêuticas.
Uma "forma de dosagem sólida" pode ser formada a partir de qualquer material sólido que possa ser dividido em unidades individuais; pode ser, mas não é necessariamente, uma forma oral de dosagem. Os exemplos de formas de dosagem sólidas farmacêuticas incluem pastilhas farmacêuticas, pessários farmacêuticos, supositórios uretrais farmacêuticos e supositórios farmacêuticos. 0 termo "pastilha farmacêutica" deve ser interpretado como abrangendo todos os produtos farmacêuticos que devem ser tomados por via oral, incluindo comprimidos, grânulos, cápsulas e esférulas. Os exemplos de formas de dosagem sólidas não farmacêuticas incluem artigos de confeitaria e pastilhas de detergente de lavagem. É conhecida a aplicação electrostática de material em pó às formas de dosagem sólidas. Nas técnicas conhecidas, o pó é geralmente aplicado directamente sobre as formas de dosagem sólidas, ou pulverizando o material em pó electrostaticamente carregado sobre as formas de dosagem sólidas, ou mantendo o material em pó com uma diferença de potencial, relativamente às formas de dosagem sólidas, suficiente para fazer com que o 1 material em pó seja atraído para as formas de dosagem sólidas. Por exemplo, o documento W092/14451 descreve um processo em que os núcleos de pastilhas farmacêuticas são transportados numa correia transportadora ligada à terra e o material em pó electrostaticamente carregado é pulverizado sobre os núcleos das pastilhas para formar um revestimento em pó na superfície exposta dos núcleos das pastilhas. 0 documento W096/35516 descreve um processo em que os núcleos de pastilhas farmacêuticas são mantidos, substancialmente, isolados do seu meio envolvente, junto a uma fonte de pó com uma diferença de potencial, relativamente aos núcleos das pastilhas, suficiente para fazer com que a superfície exposta dos núcleos das pastilhas fique revestida de pó. A presente invenção proporciona um método para aplicar electrostaticamente um material em pó a uma forma de dosagem sólida, compreendendo o método as etapas de aplicar electrostaticamente um material em pó a um primeiro meio intermédio, e transferir o material em pó que foi aplicado ao primeiro meio intermédio, a partir do primeiro meio intermédio, para a forma de dosagem sólida.
Aplicar o material em pó ao primeiro meio intermédio antes de ser aplicado à forma de dosagem sólida tem certas vantagens. Torna-se possível proporcionar uma configuração em que a localização da deposição do material em pó pode ser rigorosamente controlada e, por exemplo, permite-se que o material em pó seja depositado numa forma de dosagem sólida num padrão preciso. Pode também facilitar a deposição de material em pó numa superfície tridimensional.
Pode ser utilizado qualquer método apropriado para aplicar 2 electrostaticamente o material em pó ao primeiro meio intermédio. Por exemplo, o primeiro meio intermédio pode estar ligado à terra e o material em pó ser mantido a um potencial suficiente para fazer com que o material em pó adira ao primeiro meio intermédio.
Numa forma de realização preferida da invenção o material em pó é aplicado ao primeiro meio intermédio aplicando uma carga electrostática ao primeiro meio intermédio, e mantendo o material em pó a um potencial suficientemente diferente do potencial do primeiro meio intermédio, para fazer com que o material em pó adira ao primeiro meio intermédio.
Uma primeira caracteristica especialmente vantajosa de uma forma de realização preferida da invenção é que a carga electrostática pode ser aplicada ao primeiro meio intermédio segundo um padrão, tornando possivel aplicar material em pó sobre uma forma de dosagem sólida na forma de um padrão. Qualquer padrão desejado pode ser produzido, simplesmente, aplicando um padrão de carga electrostática apropriado ao primeiro meio intermédio. Deste modo, é possivel, por exemplo, imprimir sobre uma forma de dosagem sólida o nome ou a dosagem da forma de dosagem sólida, ou aplicar à forma de dosagem sólida um logótipo ou algum outro desenho. Utilizando materiais em pó coloridos diferentes, é também possivel produzir um padrão mas, ao mesmo tempo, ter um revestimento ininterrupto na forma de dosagem sólida. Por exemplo, poderiam ser utilizados materiais em pó coloridos diferentes para produzir uma forma de dosagem sólida tendo um revestimento listado sobre toda a superfície de uma região da forma de dosagem sólida, ou sobre a totalidade da forma de dosagem sólida. 3
Quando um revestimento é aplicado apenas a partes de uma região a ser revestida, o revestimento é aqui referido como descontinuo, mesmo que, por exemplo, no caso de inscrições combinadas, cada parte do revestimento possa ser contínua com as outras partes. A carga electrostática não tem que ser aplicada ao primeiro meio intermédio segundo um padrão. Pode ser aplicada ao primeiro meio intermédio sobre a totalidade de uma parcela da sua superfície. Consequentemente, se desejado, pode ser formado um revestimento convencional, sem padrão e ininterrupto. Tal revestimento é aqui referido como um revestimento contínuo, mas compreender-se-á que pode cobrir ou não, por exemplo, a totalidade de uma superfície de uma forma de dosagem sólida.
No caso em que uma carga electrostática é aplicada ao primeiro meio intermédio, esse meio pode ser qualquer meio que seja capaz de manter uma carga electrostática na sua superfície. Por exemplo, o primeiro meio intermédio pode ter a forma de um tambor ou uma correia e pode compreender um semicondutor fotocondutor na sua superfície. Um semicondutor fotocondutor é um material que conduz a electricidade quando é exposto à luz, mas comporta-se como um isolante na ausência de luz. Pode ser aplicado um padrão de carga electrostática a este primeiro meio intermédio, carregando electrostaticamente o semicondutor na obscuridade e, em seguida, projectando uma imagem sobre o semicondutor. A carga electrostática será dissipada nas áreas iluminadas, mas retida nas áreas não iluminadas. Deste modo, será formado no semicondutor um padrão de carga electrostática com a forma da imagem. Tais primeiros meios intermédios são utilizados nas fotocopiadoras convencionais como tambores ou correias fotocondutores. Por exemplo, um tambor fotocondutor 4 utilizado na presente invenção pode ser um tambor condutor revestido com selénio, selénio/arsénio ou selénio/telúrio, ou um tambor condutor revestido com uma camada fina de pigmento fotocondutor numa resina aglutinante, e uma camada de transporte da carga aplicada sobre a camada de pigmento fotocondutor. Uma correia fotocondutora utilizada para a invenção pode ser um substrato condutor flexível, revestido com uma camada foto-geradora compreendendo um pigmento fotocondutor num polímero aglutinante recoberto com uma camada de transporte de carga. 0 material em pó deve possuir uma carga electrostática definida a qual é ou (a) uma carga do mesmo sinal que o padrão da área carregada residual no tambor ou correia fotocondutores, após a exposição à luz, ou (b) uma carga de sinal contrário ao padrão de carga residual no tambor ou correia fotocondutores, após a exposição à luz. No caso (a), o pó será revelado sobre as áreas do tambor, ou correia, fotocondutores, que foram descarregadas, í. e. as áreas iluminadas pela luz, e será repelido pelas áreas do tambor, ou correia, fotocondutores, que permaneceram carregadas. Inversamente, no caso (b) o pó será desenvolvido sobre as áreas do tambor, ou correia, fotocondutores, que permaneceram carregados, e não será desenvolvido sobre as áreas do tambor, ou correia, fotocondutores que foram descarregadas, i. e. as áreas iluminadas pela luz. 0 material em pó pode ter uma carga líquida permanente ou provisória. Pode ser utilizado qualquer método apropriado para carregar o material em pó. De uma forma vantajosa, a carga electrostática no material em pó é aplicada por um processo de carga triboeléctrica (como é comum na fotocópia convencional) ou por carga por efeito de coroa.
Pode ser utilizado qualquer método apropriado para aplicar o 5 pó carregado sobre o primeiro meio intermédio. Já foram desenvolvidos métodos nos campos da electrofotografia e electrografia e estão descritos exemplos de métodos apropriados, por exemplo, em Electrophotography and Development Physics, Segunda Edição Revista, por L. B. Schein, publicado por Laplacian Press, Morgan Hill Califórnia.
Uma segunda caracteristica especialmente vantajosa de uma forma preferida de realização da invenção é que existe contacto entre o primeiro meio intermédio e a forma de dosagem sólida, durante a transferência de material em pó, do meio intermédio para a forma de dosagem sólida. 0 contacto entre o primeiro meio intermédio e a forma de dosagem sólida aumenta a exactidão, velocidade e integralidade com que o pó pode ser transferido para a forma de dosagem. Isso pode ser vantajoso, independentemente do método utilizado para aplicar electrostaticamente o material em pó ao primeiro meio intermédio. Porém, é particularmente vantajoso quando o material em pó é aplicado na forma de um padrão. A forma de dosagem sólida será, de um modo geral, um objecto tridimensional. Por exemplo, uma pastilha farmacêutica de forma convencional compreende uma superfície arredondada superior e uma superfície arredondada inferior, estando as duas superfícies arredondadas ligadas por uma superfície de borda. Nas técnicas conhecidas, quando o material em pó é aplicado directamente sobre a forma de dosagem sólida, é difícil obter uma aplicação uniforme de material em pó, especialmente nas bordas da forma de dosagem sólida.
Consequentemente, de um modo preferido, o primeiro meio intermédio adapta-se parcialmente ou completamente ao formato da 6 forma de dosagem sólida na transferência do material em pó para a forma de dosagem sólida. No caso em que a forma de dosagem sólida é um comprimido de forma arredondada, o primeiro meio intermédio pode adaptar-se apenas ao formato da parte arredondada da pastilha, ou pode contactar também a parede lateral cilíndrica da pastilha.
Se o primeiro meio intermédio puder adaptar-se ao formato da forma de dosagem sólida, torna-se possível transferir o material em pó com maior uniformidade para as bordas da forma de dosagem sólida. Isso pode ser vantajoso, independentemente do método utilizado para aplicar o material em pó ao primeiro meio intermédio. Quando o material em pó foi aplicado ao primeiro meio intermédio de uma forma descontínua para formar um padrão, torna-se também possível reduzir ou, mesmo eliminar, a distorção do padrão na transferência do pó para as bordas da forma de dosagem sólida.
Pode ser utilizado qualquer método apropriado para transferir o material em pó, do primeiro meio intermédio para a forma de dosagem sólida. 0 material em pó que adere ao primeiro meio intermédio pode ser transferido do primeiro meio intermédio para a forma de dosagem sólida, pelo menos parcialmente, por meios electrostáticos. Por exemplo, a forma de dosagem sólida pode ser mantida a um potencial suficiente para superar as forças de atracção do material em pó ao primeiro meio intermédio, e para fazer com que o material em pó adira, em vez disso, à forma de dosagem sólida. De uma forma alternativa, ou além disso, o material em pó que adere ao primeiro meio intermédio pode ser transferido do primeiro meio intermédio para a forma de dosagem sólida, pelo menos parcialmente, aquecendo o material em pó durante a transferência, e/ou, pelo menos 7 parcialmente, por meio do contacto pressurizado entre o primeiro meio intermédio e a forma de dosagem sólida.
Se existir apenas um meio intermédio, deve ser possível aplicar electrostaticamente o material em pó àquele meio intermédio, e transferir substancialmente o material em pó daquele meio intermédio para a forma de dosagem sólida. Porém, as propriedades requeridas para a aplicação electrostática nem sempre são compatíveis com as propriedades requeridas para a transferência para a forma de dosagem sólida, particularmente se o primeiro meio intermédio também tiver que ser especialmente flexível.
Consequentemente, uma terceira característica especialmente vantajosa de uma forma de realização preferida da invenção é que o material em pó que foi aplicado ao primeiro meio intermédio é transferido do primeiro meio intermédio para a forma de dosagem sólida através de um segundo meio intermédio. 0 primeiro meio intermédio, por conseguinte, apenas requer aquelas propriedades que são necessárias para a aplicação electrostática do material em pó ao primeiro meio intermédio, e o segundo meio intermédio apenas requer aquelas propriedades que são necessárias para permitir que o material em pó seja transferido do primeiro meio intermédio para o segundo meio intermédio e do segundo meio intermédio para a forma de dosagem sólida.
De uma forma vantajosa, existe contacto entre o primeiro meio intermédio e o segundo meio intermédio na transferência do material em pó do primeiro meio intermédio para o segundo meio intermédio. De uma forma vantajosa, existe contacto entre o segundo meio intermédio e a forma de dosagem sólida na transferência de material em pó do segundo meio intermédio para a forma de dosagem sólida. De uma forma mais vantajosa, o segundo meio intermédio adapta-se, parcial ou completamente, ao formato da forma de dosagem sólida, na transferência do material em pó para a forma de dosagem sólida. 0 segundo meio intermédio pode ter a forma de um tambor ou uma correia e pode compreender um material elastomérico, por exemplo uma borracha de silicone, que pode ser suficientemente macia para se deformar como requerido. Os materiais elastoméricos utilizados para a construção do segundo meio intermédio são, por exemplo, materiais de borracha com uma dureza de durómetro definida. A dureza de durómetro pode ser descrita pela escala de dureza Shore A. Os materiais particularmente apropriados seriam, por exemplo, borracha de silicone com dureza de durómetro no intervalo de 10A a 90A na escala Shore A.
As forças electrostáticas podem também causar ou contribuir para a transferência do material em pó do primeiro meio intermédio para o segundo meio intermédio e/ou do segundo meio intermédio para a forma de dosagem sólida.
De um modo preferido, o método compreende ainda a etapa de tratar o material em pó para o fixar na forma de dosagem sólida. Quando o material em pó for aplicado de uma forma contínua, o tratamento pode resultar na formação de um revestimento contínuo na forma de dosagem sólida. 0 tratamento do material em pó para o fixar à forma de dosagem sólida envolve, de um modo preferido, uma etapa de aquecimento, utilizando, de um modo preferido, a convecção, mas podem ser utilizadas outras formas de aquecimento, tais como a radiação infravermelha ou condução, ou indução. 0 material em pó deve ser aquecido a uma temperatura acima do seu ponto de 9 amolecimento e, em seguida, deixa-se arrefecer até atingir uma temperatura abaixo da sua temperatura de transição vitrica (Tg) . Quando o material em pó tiver sido aplicado de uma forma descontinua, pode ser desejável assegurar que não seja aplicado demasiado calor, uma vez que o material em pó se pode espalhar uma vez fundido, e isso pode resultar em distorção ou mesmo na perda do padrão. É também importante controlar a quantidade de calor aplicada para evitar degradação do material em pó e/ou da forma de dosagem sólida. A quantidade de calor requerida pode ser reduzida aplicando pressão ao material em pó durante a etapa de transferência. De uma forma alternativa, o material em pó pode incluir um polímero que seja curado durante o tratamento, por exemplo, pela irradiação com energia na banda gama, ultravioleta ou radiofrequência. 0 material em pó pode ser tratado para o fixar à forma de dosagem sólida enquanto é transferido para a forma de dosagem sólida. Por exemplo, quando existe contacto entre a forma de dosagem sólida e o primeiro meio intermédio ou o segundo meio intermédio, na transferência do material em pó para a forma de dosagem sólida, pode conseguir-se uma fusão utilizando o primeiro meio intermédio ou o segundo meio intermédio para aplicar calor, com ou sem pressão, à forma de dosagem sólida. De uma forma alternativa, o tratamento pode ser realizado depois do material em pó ter sido transferido para a forma de dosagem sólida. 0 método pode compreender a etapa de aplicar material em pó numa primeira superfície da forma de dosagem sólida, e a etapa posterior de aplicar material em pó numa segunda superfície da forma de dosagem sólida. Uma tal etapa será geralmente necessária, se se quiser revestir toda a superfície da forma de 10 dosagem.
De um modo preferido, o método é realizado como um processo continuo. 0 método da presente invenção não está limitado à utilização de qualquer tipo particular de material em pó. Os materiais em pó descritos no documento PCT/GB96/01101 são exemplos de materiais em pó apropriados. 0 material em pó pode incluir um material activo, por exemplo um material biologicamente activo, isto é, um material que aumenta ou diminui a velocidade de um processo num ambiente biológico. 0 material biologicamente activo pode ser um que seja fisiologicamente activo.
Convencionalmente, onde um material activo deve ser administrado na forma de dosagem sólida, o material activo é misturado com um grande volume de material não activo de "enchimento" de forma a produzir uma forma de dosagem de tamanho manejável. Verificou-se, entretanto, que é difícil controlar exactamente a quantidade de material activo contida em cada forma de dosagem, conduzindo à deficiente uniformidade da dose. Esse é, especialmente, o caso quando a quantidade requerida de material activo em cada forma de dosagem é muito baixa.
Aplicando electrostaticamente o material activo a uma forma de dosagem, descobriu-se ser possível aplicar exactamente e de uma forma reprodutível, quantidades muito pequenas de material activo à forma de dosagem, conduzindo a uma reprodutibilidade melhorada da dose. 0 material em pó compreendendo material activo pode ser 11 aplicado a uma forma de dosagem sólida que contém o mesmo material activo ou um diferente, ou pode ser aplicado a uma forma de dosagem sólida que não contenha material activo. A presente invenção proporciona ainda um aparelho para aplicar electrostaticamente um material em pó a uma forma de dosagem sólida, compreendendo o aparelho meios para aplicar um material em pó ao primeiro meio intermédio, e meios para transferir o material em pó que foi aplicado ao primeiro meio intermédio, do primeiro meio intermédio para a forma de dosagem sólida, ou meios para transferir o material em pó que foi aplicado ao primeiro meio intermédio, do primeiro meio intermédio para o segundo meio intermédio e meios para transferir posteriormente o material em pó, do segundo meio intermédio para a forma de dosagem sólida. 0 aparelho da invenção pode ter uma forma apropriada para realizar o método da invenção em qualquer das formas acima descritas. A titulo de exemplo, serão agora descritos métodos para aplicar electrostaticamente material em pó sobre a superfície de uma forma de dosagem sólida farmacêutica, com referência aos desenhos anexos nos quais A Fig. 1 mostra esquematicamente uma primeiro forma do aparelho de acordo com a invenção; A Fig. 2 é uma vista esquemática da forma do aparelho mostrado na Fig. 1 e ilustrando outras características do aparelho; 12 A Fig. 2 a é uma vista numa escala maior que mostra um pormenor do aparelho da Fig. 2; e A Fig. 3 é uma vista esquemática similar à Fig. 2, mas mostrando uma forma modificado do aparelho da Fig. 2. 0 aparelho mostrado de forma esquemática na Fig. 1 é para imprimir material em pó sobre uma única superfície de uma pastilha comprimida farmacêutica. 0 aparelho compreende um reservatório 1 para material em pó carregado. A jusante do reservatório 1 existe um rolo 2 rotativo de revelação para transferir o material em pó carregado do reservatório 1 para um primeiro meio intermédio compreendendo um tambor 3 rotativo de formação de imagem ao qual foi aplicado um padrão de carga electrostática de carga oposta à carga do material em pó. 0 tambor 3 de formação de imagem é um tambor revestido a selénio semelhante àqueles utilizados em fotocopiadoras convencionais. A jusante do tambor 3 de formação de imagem está um segundo meio intermédio que compreende uma correia 4 intermédia rotativa, para transferir o material em pó que adere ao tambor 3 de formação de imagem para uma pastilha 5 farmacêutica transportada numa correia 6 transportadora. A correia 4 intermédia pode adaptar-se à forma cilíndrica do tambor 3 de formação de imagem e, igualmente, à forma arredondada da pastilha 5 farmacêutica.
Em utilização, é aplicada uma carga electrostática ao material em pó enquanto sai do reservatório 1. 0 rolo 2 de revelação roda e, à medida que roda é aplicada uma camada de material em pó carregado à sua superfície exterior, a partir de reservatório 1. É aplicada uma carga electrostática de carga oposta à carga do material em pó, ao tambor 3 de formação de 13 imagem, carregando electrostaticamente o tambor 3 na obscuridade. Em seguida, é projectada uma imagem sobre o tambor 3 e a carga electrostática dissipa-se nas áreas iluminadas, mas é retida nas áreas não iluminadas. Visto que o material em pó deve ser transferido do tambor 3 de formação de imagem para a pastilha 5 farmacêutica através da correia 4 intermédia, a imagem electrostática latente deveria ser uma imagem verdadeira do padrão final desejado. 0 rolo 2 rotativo de revelação aplica o material em pó carregado ao tambor 3 de formação de imagem, que também roda. 0 material em pó carregado adere às peças do tambor 3 de formação de imagem em que foi aplicado, e retido, um padrão de carga electrostática. A correia 4 intermédia roda e, à medida que roda adapta-se à forma do tambor 3 de formação de imagem e da pastilha 5 farmacêutica. De modo a adaptar-se à forma da pastilha 5, a correia 4 que ser capaz de se dobrar sobre dois eixos horizontais ortogonais. 0 material em pó no tambor 3 de formação de imagem é transferido para a correia 4 intermédia e, em seguida, para a pastilha 5 farmacêutica. Pode ser promovida a transferência do tambor 3 de formação de imagem para a correia 4 intermédia, e da correia 4 intermédia para a pastilha 5 farmacêutica, aplicando potenciais eléctricos apropriados à correia 4 e à pastilha 5 farmacêutica, pelo menos, na região de cada transferência. 0 material em pó que foi aplicado à pastilha 5 farmacêutica estará no padrão que corresponde ao padrão não iluminado no tambor 3 de formação de imagem. A correia 6 transportadora transporta, em seguida, a pastilha 5 farmacêutica para uma estação de fusão (não mostrada) onde o material em pó que foi aplicado à pastilha 5 é fundido e fica fixo à pastilha 5.
Embora tenha sido descrita, com referência aos desenhos, uma forma de realização particular da invenção, compreender-se-á que 14 muitas modificações podem ser feitas à configuração. Por exemplo, o tambor 3 de formação de imagem pode ser mantido ao potencial da terra; Nesse caso a correia 4 e o rolo 2 podem ser mantidos ambos a, por exemplo, potenciais positivos. Também a correia 4 intermédia pode ter a forma de um rolo rotativo em vez de uma correia, e/ou pode ser empregue alguma outra forma de meio de transporte, para além de uma correia transportadora.
Como será compreendido a partir da descrição acima, também é possível que a correia 4 intermédia seja completamente omitida, de modo que o pó passe do tambor 3 de formação de imagem directamente para as pastilhas 5. De novo, podem ser empregues várias configurações diferentes de carregamento, incluindo uma em que o tambor 3 de formação de imagem é mantido ao potencial de terra e o rolo de desenvolvimento é carregado, por exemplo, até um potencial positivo. A Fig. 2 ilustra algumas características adicionais do mesmo tipo de aparelho ilustrado esquematicamente na Fig. 1 e as peças correspondentes são referenciadas pelos mesmos números de referência. Enquanto que na Fig. 1 a pastilha 5 é mostrada como sendo transportada numa correia 6 transportadora, na Fig. 2 as pastilhas 5 são mostradas na periferia de um tambor 16 de pastilhas que tem uma multiplicidade de suportes 17 de pastilhas em torno da sua periferia. As pastilhas 5 são retidas no tambor 16 de pastilhas pela aplicação de uma pressão reduzida às faces internas da pastilha, por exemplo como descrito no documento W096/35516, descrição que é incorporada aqui por referência. Como pode ser visto na Fig. 2a, a correia 4 intermédia é suficientemente flexível para que se deforme, quando posta em contacto com as faces 5a arredondadas exteriores das pastilhas 5, tendo como resultado que uma grande parte de cada face 15 arredondada contacta com a correia 4. A Fig. 2 mostra, também, as várias estações em torno do tambor 3 de formação de imagem, através das quais o pó é aplicado ao tambor num padrão predeterminado. 0 tambor 3 está configurado para rodar no sentido anti-horário, como visto na Fig. 2, e as estações pelas quais o tambor passa, à medida que roda no sentido anti-horário, como visto na Fig. 2, são uma estação 18 de limpeza, uma estação 19 de carregamento, uma estação 20 de exposição e uma estação 21 de revelação. Cada uma das estações pode ser de um tipo bem conhecido per se no campo da electrofotografia e sua construção não será aqui descrita em detalhe.
Em utilização, uma região do tambor 3 que apenas cessou o contacto com a correia 4 intermédia passa primeiro para a estação 18 de limpeza onde é removido qualquer material em pó que ainda permaneça no tambor. Essa região do tambor 3 passa, em seguida, para a estação 19 de carregamento onde uma carga electrostática uniforme (oposta à carga do material em pó a ser aplicado) é aplicada ao tambor. Em seguida, essa região do tambor passa para a estação 20 de exposição, onde é projectado um padrão de luz sobre o tambor, descarregando a carga electrostática de regiões seleccionadas do tambor e deixando um padrão de carga no tambor, correspondendo esse padrão de carga ao padrão em que o material em pó deve ser aplicado às pastilhas 5. Finalmente, na estação 21 de revelação, o material em pó carregado é aplicado, por exemplo pelo rolo 2 de revelação, ao tambor 3 e adere às parcelas do tambor nas quais a carga electrostática foi retida. 0 depósito de pó modelado no tambor 3 desloca-se em circulo 16 até ao contacto com a correia 4 e é transferido para a correia 4, com a qual faz contacto de rolamento. 0 padrão é, em seguida, transportado na correia 4 (que viaja num sentido horário, como visto na Fig. 2) e até ao contacto com as pastilhas 5 no tambor 16, como já descrito com referência às Figs. 2 e 2a. Depois de uma pastilha 5 ter sido posta em contacto com a correia 4 no tambor 16, é levada pelo tambor num sentido horário, como visto na Fig. 2 e pode ser transportada para além de uma estação de fusão 22, mostrada em contorno tracejado, onde o material em pó é fundido e fica fixo à pastilha 5.
Se desejado, o processo acima descrito com referência às Figs. 2 e 2a pode ser repetido, de forma a revestir as faces arredondadas opostas das pastilhas 5. A Fig. 3 ilustra uma forma modificada do aparelho da Fig. 2 e as partes correspondentes são referenciadas pelos mesmos números de referência. 0 aparelho da Fig. 3 executa as mesmas funções que o da Fig. 2, mas a maioria das funções do tambor 3 de formação de imagem da Fig. 2 são executadas pela correia 4 da Fig. 2, e o tambor 3 de formação de imagem é omitido. No aparelho da Fig. 3, uma estação 18 de limpeza, uma estação 19 de carregamento e uma estação 21 de revelação são proporcionadas em torno da correia 4, mas não está presente nenhuma estação de exposição. Deste modo, a correia 4 é carregada uniformemente em toda a sua face exposta quando chega à estação 21 de revelação e, consequentemente, o material em pó é depositado uniformemente sobre a correia 4; a correia 4 roda no sentido horário e o tambor 16 de pastilhas roda no sentido anti-horário, como visto na Fig. 3 e o material em pó é transferido da correia para as faces arredondadas das pastilhas 5, à medida que entram em contacto com a correia 4. Neste caso, porém, o revestimento de 17 pó não é modelado. Como será compreendido, a correia 4 da Fig. 3 não necessita de exibir propriedades fotocondutoras. Porém, uma configuração alternativa, seria empregar uma correia fotocondutora como a correia 4 na Fig. 3 e, além disso, proporcionar uma estação de exposição, entre a estação 19 de carregamento e a estação 21 de revelação; nesse caso, poderia ser aplicada uma camada modelada de material em pó às pastilhas 5.
Se desejado, o processo acima descrito com referência à Fig. 3 pode ser repetido de forma a revestir as faces arredondadas opostas das pastilhas 5.
Lisboa, 7 de Março de 2007 18
Claims (32)
- REIVINDICAÇÕES 1. Método para aplicar electrostaticamente um material em pó a uma forma de dosagem sólida, compreendendo o método as etapas de aplicar electrostaticamente um material em pó a um primeiro meio (3; 4) intermédio, e transferir o material em pó que foi aplicado ao primeiro meio (3; 4) intermédio, do primeiro meio (3; 4) intermédio para a forma (5) de dosagem sólida.
- 2. Método de acordo com a reivindicação 1, em que o material em pó é aplicado ao primeiro meio (3; 4) intermédio, aplicando uma carga electrostática ao primeiro meio (3; 4) intermédio, e aplicando o material em pó a um potencial suficientemente diferente do potencial do primeiro meio (3; 4) intermédio, para fazer com que o material em pó adira ao primeiro meio intermédio (3; 4).
- 3. Método de acordo com a reivindicação 2, em que a carga electrostática é aplicada ao primeiro meio (3; 4) intermédio segundo um padrão.
- 4. Método de acordo com a reivindicação 2 ou reivindicação 3, em que o primeiro meio (3; 4) intermédio compreende um semicondutor fotocondutor na sua superfície.
- 5. Método de acordo com qualquer das reivindicações 2 a 4, em que o material em pó tem uma carga electrostática oposta à carga electrostática no primeiro meio (3; 4) intermédio.
- 6. Método de acordo com a reivindicação 5, em que a carga 1 electrostática no material em pó é aplicada por carga triboeléctrica ou carga por efeito de coroa.
- 7. Método de acordo com qualquer reivindicação anterior, em que existe contacto entre o primeiro meio (3; 4) intermédio e a forma (5) de dosagem sólida, na transferência de material em pó para a forma de dosagem sólida.
- 8. Método de acordo com a reivindicação 7, em que o primeiro meio (4) intermédio se adapta ao formato da forma (5) de dosagem sólida, na transferência de material em pó para a forma (5) de dosagem sólida.
- 9. Método de acordo com a reivindicação 7 ou a reivindicação 8, em que o material em pó que adere ao primeiro meio (3; 4) intermédio é transferido do primeiro meio (3; 4) intermédio para a forma de dosagem sólida por meio do contacto entre o primeiro meio (3; 4) intermédio e a forma (5) de dosagem sólida.
- 10. Método de acordo com qualquer reivindicação anterior, em que o material em pó que adere ao primeiro meio (3; 4) intermédio é transferido do primeiro meio (3; 4) intermédio para a forma (5) de dosagem sólida por meios electrostáticos.
- 11. Método de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 6, em que o material em pó que foi aplicado ao primeiro meio (3) intermédio é transferido do primeiro meio (3) intermédio para a forma (5) de dosagem sólida, através de um segundo meio (4) intermédio. 2
- 12. Método de acordo com a reivindicação 11, em que existe contacto entre o primeiro meio (3) intermédio e o segundo meio (4) intermédio, na transferência de material em pó do primeiro meio (3) intermédio para o segundo meio (4) intermédio.
- 13. Método de acordo com a reivindicação 11 ou reivindicação 12, em que existe contacto entre o segundo meio (4) intermédio e a forma (5) de dosagem sólida, na transferência de material em pó do segundo meio (4) intermédio para a forma (5) de dosagem sólida.
- 14. Método de acordo com a reivindicação 13, em que o segundo meio (4) intermédio se adapta ao formato da forma (5) de dosagem sólida, na transferência de material em pó para a forma (5) de dosagem sólida.
- 15. Método de acordo com qualquer reivindicação anterior, em que o método compreende ainda a etapa de tratar o material em pó para o fixar na forma (5) de dosagem sólida, depois de ter sido transferido para a forma (5) de dosagem sólida.
- 16. Método de acordo com qualquer das reivindicações 1 a 14, em que o método compreende ainda a etapa de tratar o material em pó para o fixar na forma (5) de dosagem sólida, à medida que está a ser transferido para a forma (5) de dosagem sólida.
- 17. Método de acordo com a reivindicação 15 ou reivindicação 16, em que o tratamento de material em pó para o fixar à forma (5) de dosagem sólida resulta na formação de um revestimento continuo na forma (5) de dosagem sólida. 3
- 18. Método de acordo com qualquer reivindicação anterior, que compreende a etapa de aplicar o material em pó a uma primeira superfície da forma (5) de dosagem sólida, e a etapa posterior de aplicar material em pó a uma segunda superfície da forma (5) de dosagem sólida.
- 19. Método de acordo com qualquer reivindicação anterior, em que o método é realizado como um processo contínuo.
- 20. Método de acordo com qualquer reivindicação anterior, em que o material em pó inclui um material biologicamente activo.
- 21. Método de acordo com qualquer reivindicação anterior, em que a forma (5) de dosagem sólida é uma forma de dosagem sólida farmacêutica.
- 22. Método de acordo com a reivindicação 21, em que a forma (5) de dosagem sólida é para utilização humana.
- 23. Método de acordo com a reivindicação 21 ou reivindicação 22, em que a forma (5) de dosagem sólida é uma pastilha farmacêutica.
- 24. Aparelho para aplicar electrostaticamente um material em pó a uma forma de dosagem sólida, compreendendo o aparelho meio (2) para aplicar um material em pó ao primeiro meio (3; 4) intermédio, e um meio para transferir o material em pó que foi aplicado ao primeiro meio (3; 4) intermédio, do primeiro meio (3; 4) intermédio para a forma (5) de dosagem sólida. 4
- 25. Aparelho de acordo com a reivindicação 24, em que o primeiro meio (3; 4) intermédio compreende um semicondutor fotocondutor.
- 26. Aparelho de acordo com a reivindicação 24 ou reivindicação 25, em que o primeiro meio (3; 4) intermédio está posicionado de tal forma que existe contacto entre o primeiro meio (3; 4) intermédio e a forma (5) de dosagem sólida, na transferência de material em pó para a forma (5) de dosagem sólida.
- 27. Aparelho de acordo com a reivindicação 26, em que o primeiro meio (3; 4) intermédio pode adaptar-se ao formato da forma (5) de dosagem sólida.
- 28. Aparelho de acordo com a reivindicação 24 ou reivindicação 25, compreendendo o aparelho, além disso, um meio para transferir o material em pó, que foi aplicado ao primeiro meio (3) intermédio, para um segundo meio (4) intermédio, e um meio para transferir o material em pó, que foi transferido para o segundo meio (4) intermédio, para a forma (5) de dosagem sólida.
- 29. Aparelho de acordo com a reivindicação 28, em que o segundo meio (4) intermédio está posicionado de tal forma que existe contacto entre o segundo meio (4) intermédio e a forma (5) de dosagem sólida, na transferência de material em pó para a forma (5) de dosagem sólida.
- 30. Aparelho de acordo com a reivindicação 29, em que o segundo meio (4) intermédio é capaz de se adaptar ao formato da forma (5) de dosagem sólida. 5
- 31. Aparelho de acordo com qualquer uma das reivindicações 24 a 30, compreendendo o aparelho, além disso, um meio para tratar o material em pó, de modo a fixá-lo na forma (5) de dosagem sólida, depois de transferido para a forma (5) de dosagem sólida.
- 32. Aparelho de acordo com qualquer das reivindicações 24 a 30, compreendendo o aparelho, além disso, um meio para tratar o material em pó para fixá-lo na forma (5) de dosagem sólida, à medida que está a ser transferido para a forma de dosagem sólida. Lisboa, 7 de Março de 2007 6
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