BRPI1105583A2 - dispositivo para misturar fluidos mÉdicos e mÉtodo de montagem relacionado - Google Patents

Abstract

DISPOSITIVO PARA MISTURAR FLUÍDOS MÉDICOS E METODO DE MONTAGEM RELACIONADO. A presente invenção refere-se a um dispositivo, particularmente para misturar fluidos médicos, compreendendo dois corpos tubulares (1, 2) feitos de materiais de elasticidade diferente tendo respectivas extremidades abertas (7, 11) a serem unidas. A extremidade (11) do segundo corpo (2) é inserida axialmente por atrito dentro da extremidade (7) do primeiro corpo (1) e é então bloqueada através de projeções radiais (15), que são obtidas por deformação plástica da parede da extremidade (7) do primeiro corpo (1) e são engatadas contra a extremidade (11) do segundo corpo (2).

Description

Relatório Descritivo da Patente de Invenção para "DISPOSITIVO PARA MISTURAR FLUIDOS MÉDICOS E MÉTODO DE MONTAGEM RE- LACIONADO".

CAMPO DA INVENÇÃO A presente invenção refere-se, em geral, a dispositivos médicos,

mais em particular a um dispositivo para misturar fluidos médicos incluindo dois corpos tubulares distintos e coaxiais dos quais o primeiro corpo, feito de um primeiro material, tem uma estaca oca (hollow spike), que pode ser inse- rida em um recipiente para um fluido médico, e um segundo corpo, feito de um segundo material mais elástico do que o primeiro material, tem uma saí- da fixada sobre o lado oposto da estaca. O primeiro corpo, além do mais, tem um acesso lateral para a introdução de um segundo fluido médico que pode ser misturado com o primeiro.

Os dois corpos têm extremidades abertas respectivas de união mútua, nas quais a extremidade do segundo corpo é inserida axialmente e bloqueada dentro da extremidade do primeiro corpo.

Os dispositivos de mistura do tipo acima são tipicamente usados para extração de uma droga tóxica contida dentro do recipiente, em que a estaca oca é inserida para a mistura da dita droga com um fluido secundário e, então, para extração na mistura assim obtida através da saída. TÉCNICA ANTERIOR

Nos dispositivos de mistura conhecidos acima existe o problema de prover uma conexão permanente segura entre os dois corpos tubulares, que, como já foi dito, são feitos de dois materiais diferentes, tradicionalmente materiais plásticos: o primeiro corpo pode ser feito de um material polimérico termoplástico (por exemplo, polipropileno, policarbonato, ABS, e similares), e o segundo corpo pode ser feito de um material polimérico elastomérico ou de borracha termoplástica. A conexão irreversível entre tais materiais, que é necessária para prevenir, em uso, qualquer risco de vazamento acidental de fluidos médicos, não pode ser obtida de um modo suficientemente seguro e confiável através de colas ou adesivos.

Em uma tentativa para resolver o dito problema, foi proposto na

PI1105583-9 patente n° EP-1492590 B1, depositada no nome de Carmel Pharma AB1 fa- zer a conexão entre os dois corpos do dispositivo de mistura por meio da inserção por atrito da extremidade aberta do segundo corpo dentro da ex- tremidade aberta do primeiro corpo e através de uma conexão de ação rápi- da: com uma ou mais projeções radiais projetadas para engatar uma ou mais das respectivas aberturas formadas na parede da extremidade do pri- meiro corpo.

Este arranjo, apesar de apropriado para tornar irreversível a co- nexão entre os dois corpos, portanto prevenindo qualquer risco de separa- ção acidental, não exclui o risco de vazamento de fluido médico através das áreas de acoplamento de ação rápida mútuas entre as extremidades dos dois corpos, o que constitui um sério inconveniente. SUMÁRIO DA INVENÇÃO

O objetivo da presente invenção é superar o inconveniente men- cionado acima e, portanto, prover um dispositivo para misturar fluidos médi- cos e um método para sua montagem, em que a conexão irreversível entre os dois corpos do dispositivo seja livre de qualquer risco de vazamento aci- dental de fluido medico fora.

De acordo com a invenção, o objetivo acima é obtido graças ao fato de que a conexão entre as extremidades abertas acima mencionadas do primeiro e segundo corpos do dispositivo é obtida através de projeções radi- ais engatadas contra a extremidade do segundo corpo e obtida por deforma- ção plástica da parede da dita extremidade do primeiro corpo após a inser- ção axial por atrito da extremidade do segundo corpo dentro da extremidade do primeiro corpo.

Graças a este arranjo, que elimina as formações conhecidas mencionadas acima para engate de ação rápida mútuo entre os dois corpos do dispositivo, qualquer risco de vazamento de fluidos médicos durante o uso é eliminado.

As projeções radiais da parede da extremidade do primeiro cor-

po, obtidas através de um aparelho propositalmente provido para deforma- ção plástica por meio de um aparelho com punções móveis que atuam radi- almente, convenientemente têm substancialmente superfícies esféricas. BREVE DESCRIÇÃO DOS DESENHOS

A invenção será agora descrita em detalhe com referência aos desenhos anexos, que são providos puramente por meio de exemplo não Iimitante e em que:

A figura 1 é uma vista em perspectiva explodida de um dispositi- vo para misturar fluidos médicos de acordo com a invenção representada antes de sua montagem;

a figura 2 é uma vista em seção transversal axial do dispositivo de mistura representado após uma etapa de montagem;

a figura 3 é uma vista em seção transversal axial similar à da fi- gura 2, mas girada por 90°;

a figura 4 mostra um detalhe da figura 2 em uma escala maior; a figura 5 é uma vista em perspectiva que mostra o dispositivo de mistura em sua configuração final, após uma segunda etapa de monta- gem;

a figura 6 é uma vista em seção transversal axial do dispositivo

montado;

a figura 7 é uma vista secional transversal axial similar à da figu- ra 6, mas girada por 90°; e

a figura 8 mostra um detalhe da figura 6 em uma escala maior. DESCRIÇÃO DETALHADA DA INVENÇÃO

Com referência inicial à figura 1, um dispositivo para misturar fluidos médicos, de acordo com a invenção, compreende um primeiro corpo oco 1 e um segundo corpo oco 2 obtidos como elementos distintos por meio da moldagem de dois materiais plásticos diferentes, dos quais o material do segundo corpo 2 é mais elástico do que o material do primeiro corpo 1. Por meio de exemplo, o primeiro corpo 1 pode ser feito de um material poliméri- co termoplástico tal como polipropileno, policarbonato, ou ABS, enquanto o material do segundo corpo 2 pode ser um polímero elastomérico ou uma borracha termoplástica. Os ditos materiais são puramente indicativos e não limitantes. O primeiro corpo 1 tem, em uma extremidade, uma estaca oca 3, que deve ser inserida em um recipiente para um primeiro fluido médico que tem uma primeira passagem de entrada axial 4 para o primeiro fluido, uma segunda passagem axial 5 conectada com um conector tubular lateral 6 para a injeção de um segundo fluido médico, e uma extremidade aberta 7 oposta à estaca 3. Estendendo-se dentro da extremidade aberta 7 está um apêndi- ce 8 em comunicação com a passagem axial 4, que define com a dita extre- midade 7 um assento anular 9.

Projetada em 10 é uma cobertura protetora que pode ser ajusta- da axialmente de um modo extraível sobre a estaca 3.

O segundo corpo 2 tem uma extremidade aberta 11 para cone- xão ao primeiro corpo 1, com as modalidades esclarecidas no que segue e na extremidade oposta da abertura de saída 12 que é normalmente fechada através de uma tampa integral 13 que se pode abrir. Sobre a extremidade 11 do corpo 2 pode ser provida uma ranhu-

ra anular 14, a presença da qual não é, no entanto, indispensável.

As figuras 2 e 3 ilustram o dispositivo de mistura após uma pri- meira etapa de montagem entre o corpo Ieo corpo 2. A dita etapa conside- ra a introdução axial da extremidade 11 do corpo 2 direta dentro do assento anular 9. As dimensões das superfícies externas e internas da extremidade 11 são tais para prover um ajuste forçado por atrito, respectivamente, com a superfície interna da extremidade 7 e com a superfície externa do apêndice tubular 8, na forma representada em maior detalhe na figura 4. Não obstante o dito ajuste axial por atrito, a união entre os corpos 1 e 2 pode não ser sufi- ciente para prevenir uma possível até mesmo separação axial parcial dos mesmos, com o risco inaceitável conseqüente, em uso, de vazamento aci- dental dos fluidos médicos misturados dentro do corpo 1. Por dita razão, a montagem entre os corpos 1 e 2 considera, de acordo com a invenção, a outra etapa representada nas figuras 5 a 8, após a qual os corpos 1 e 2 são unidos em uma forma permanente e substancialmente irreversível.

A dita etapa considera, de acordo com a invenção, a formação de uma ou mais projeções radiais 15 sobre a parede da extremidade 7 do corpo 1, que são, de preferência, dispostas em um anel e são obtidas por deformação plástica de modo a projetarem-se contra a superfície externa da extremidade 11 do corpo 2, engatando contra a mesma na forma represen- tada em maior detalhe na figura 8. As ditas projeções radiais 15, correspon- dendo à ranhura anular 14 da extremidade 11 do corpo 2, onde considera- das, podem ser obtidas aplicando compressão localizada sobre a parede da extremidade 7 do corpo 1 com o auxílio de um aparelho, não ilustrado, com- preendendo um anel de punções radiais que pode ser deslocado, com res- peito a um assento para a inserção do dispositivo, entre uma posição retraí- da e uma posição avançada em que elas deformem radialmente a parede da extremidade 7 pela quantidade suficiente para prover as projeções 15. Deste modo, são produzidos na parede da extremidade 7 deslocamentos de mate- rial que gera em sua superfície externa impressões côncavas, correspon- dendo às que em sua superfície externa são projeções convexas que consti- tuem as projeções 15.

O engate das projeções 15 contra a superfície da extremidade 11 do corpo 2 provê, assim, um bloqueio mecânico mútuo irreversível e per- manente entre os corpos 1 e 2, já unidos pela força axial na forma esclareci- da anteriormente, prevenindo, assim, em um modo seguro e confiável, qual- quer risco de uma separação acidental entre os mesmos. A dita união irre- versível, obtida sem a necessidade de produzir orifícios ou aberturas nas áreas de união entre os corpos 1 e 2, previne, de um modo igualmente segu- ro, o risco de vazamento acidental de fluidos médicos durante o uso do dis- positivo de mistura.

Naturalmente, os detalhes de construção e as modalidades po-

dem variar amplamente com respeito ao que foi descrito e ilustrado no pre- sente, sem, deste modo, sair do escopo da presente invenção, como defini- do nas reivindicações seguintes.

Claims (9)

1. Dispositivo médico, particularmente para misturar fluidos mé- dicos, compreendendo dois corpos tubulares distintos e coaxiais (1, 2), dos quais o primeiro corpo (1) é feito de um primeiro material plástico e é forma- do com uma estaca oca (3) que pode ser inserida em um recipiente para fluido médico, e um segundo corpo (2) é feito de um segundo material plásti- co mais elástico do que o primeiro material e tem uma saída (12) fixada so- bre um lado oposto à dita estaca (3), em que os ditos dois corpos (1, 2) têm respectivas extremidades abertas (7, 11) a serem unidas, das quais a extre- midade (11) do segundo corpo (2) é inserida axialmente por atrito dentro da extremidade (7) do primeiro corpo (1) e bloqueada através de uma conexão substancialmente irreversível, o dito dispositivo sendo caracterizado pelo fato de que a dita conexão substancialmente irreversível consiste em proje- ções radiais (15) engatadas contra a dita extremidade (11) do segundo corpo (2), obtidas por deformação plástica da parede da extremidade (7) do primei- ro corpo (1) após a inserção da dita extremidade (11) do segundo corpo (2) dentro da dita extremidade (7) do primeiro corpo (1).

2. Dispositivo, de acordo com a reivindicação 1, caracterizado pelo fato de que as projeções radiais (15) são dispostas em um anel.

3. Dispositivo, de acordo com a reivindicação 1 ou 2, caracteri- zado pelo fato de que as ditas projeções radiais (15) têm superfícies subs- tancialmente esféricas.

4. Dispositivo, de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 3, caracterizado pelo fato de que a dita extremidade (11) do segundo corpo (2) é inserida axialmente entre a dita extremidade (7) do primeiro corpo (1) e um apêndice tubular coaxial (8) definindo com a dita extremidade (7) do pri- meiro corpo (1) uma lacuna anular (9).

5. Dispositivo, de acordo com qualquer uma das reivindicações precedentes, caracterizado pelo fato de que a dita estaca oca (3) tem uma primeira passagem de entrada axial (4) para o dito fluido médico e uma se- gunda passagem axial (5) conectada a um acesso lateral (6) para a introdu- ção de um segundo fluido médico.

6. Dispositivo, de acordo com uma das reivindicações preceden- tes, caracterizado pelo fato de que a dita extremidade (11) do segundo corpo (2) tem uma ranhura anular (14) axialmente correspondente à dita pelo me- nos uma projeção radial (15) da extremidade (7) do primeiro corpo (1).

7. Método para montar um dispositivo médico, particularmente para misturar fluidos médicos, compreendendo dois corpos ocos (1, 2), dos quais o primeiro corpo (1) é feito de um primeiro material plástico e é forma- do com uma estaca oca (3) que pode ser inserida em um recipiente para fluido, e um segundo corpo (2) é feito de um segundo material plástico mais elástico do que o primeiro material e tem uma entrada (12) fixada sobre o lado oposto da dita estaca (3), e em que os ditos corpos (1, 2) têm respecti- vas extremidades abertas (7, 11) a serem unidas, o dito método compreen- dendo as etapas de inserção axial por atrito da dita extremidade (11) de o dito segundo corpo (2) dentro da dita extremidade (7) de o dito primeiro cor- po (1) e do bloqueio mútuo das ditas extremidades (11, 7) através de uma conexão substancialmente irreversível, o dito método sendo caracterizado pelo fato de que a dita etapa de bloqueio é efetuada, após a inserção com- pleta da extremidade (11) do segundo corpo (2) dentro da extremidade (7) de o dito primeiro corpo (1), por meio de uma deformação plástica localizada da dita extremidade (7) do primeiro corpo (1) que provê pelo menos uma projeção radial (15) que engata contra a dita extremidade (11) de o dito se- gundo corpo (2).

8. Método, de acordo com a reivindicação 7, caracterizado pelo fato de que a dita deformação plástica provê uma pluralidade de projeções radiais (15) dispostas em um anel.

9. Método, de acordo com a reivindicação 8, caracterizado pelo fato de que as ditas projeções radiais (15) são formadas com superfícies substancialmente esféricas.