BRPI1010120B1 - Composição surfactante reconstituída melhorada contendo análogos de proteína b do surfactante (sp-b) e proteína c do surfactante (sp-c) - Google Patents
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Abstract
COMPOSIÇÃO SURFACTANTE RECONSTITUÍDA MELHORADA CONTENDO ANÁLOGOS DE PROTEÍNA 8 DO SURFACTANTE (SP-8) E PROTEÍNA C DO SURFACTANTE (SP-C) A presente invenção refere-se a um surfactante pulmonar reconstituído, compreendendo um carregador lipídico, ma combinação de análogo de peptídeo da proteína nativa do surfactante SP-C com um análogo de polipeptídeo particular da proteína nativa do surfactante SP-B. A invenção também refere-se às formulações farmacêuticas desta e a seu uso para o tratamento ou profilaxia de SDR e outros distúrbios respiratórios.
Description
[001]. A presente invenção refere-se a um surfactante pulmonar reconstituído, que é adequado para a profilaxia e/ou tratamento da síndrome do desconforto respiratório (SDR) e outros distúrbios respiratórios.
[002]. O pulmão humano é composto de uma grande quantidade de pequenos sacos de ar, chamados alvéolos, nos quais gases são trocados entre o sangue e os espaços aéreos dos pulmões. Em indivíduos saudáveis, essa troca é mediada pela presença de um complexo surfactante contendo proteína que previne os pulmões de entrarem em colapso no final da expiração.
[003]. O complexo surfactante pulmonar é composto primariamente de lipídio e contém pequenas quantidades de várias proteínas. Uma ausência de níveis adequados desse complexo resulta no mal funcionamento dos pulmões. Essa síndrome é chamada de Síndrome do Desconforto Respiratório (SDR) e comumente afeta bebês prematuros.
[004]. A referida síndrome é tratada eficazmente com preparações surfactantes naturais modificadas, extraídas de pulmões animais, como a preparação padrão de ouro, conhecida como Curosurf®.
[005]. Os principais constituintes dessas preparações surfactantes são fosfolipídios e proteínas B e C hidrofóbicas do surfactante (SP-B e SP-C).
[006]. Devido às desvantagens das preparações surfactantes dos tecidos animais, como a complicação do processo de produção e possível contaminação viral e/ou indução das reações imunes, os surfactantes sintéticos foram disponibilizados na técnica.
[007]. Os referidos surfactantes sintéticos podem ser simplesmente misturas de compostos sintéticos, primariamente fosfolipídios e outros lipídios e são conhecidos como surfactantes “artificiais”; embora eles tenham sido usados na prática clínica durante muitos anos, sua eficácia não é comparável com aquela do surfactante modificado.
[008]. Os surfactantes artificiais que também contêm proteínas/peptídeos do surfactante também estão em desenvolvimento. Eles são denominados surfactantes “reconstituídos” ou “surfactantes biomiméticos”.
[009]. Entretanto, de acordo com a literatura disponível, nenhum dos surfactantes reconstituídos desenvolvido até o momento mostrou uma eficácia em termos de conformidade pulmonar, comparável com aquela dos surfactantes extraídos de animais. Além disso, eles produzem baixos volumes de gás pulmonar e grau de permeabilidade alveolar no final da expiração e uma ventilação é exigida com uma pressão expiratória final positiva (PEEP) a fim de atingir uma atividade in vivo comparável com aquela atingida com surfactantes naturais modificados (Johansson J et al J Appl Physiol 2003, 95, 2055-2063; Davis AJ et al Am J Respir Crit Care Med 1998; 157, 553-559).
[0010]. Uma explicação possível é que os surfactantes reconstituídos em desenvolvimento não reproduzem o perfil proteináceo completo dos surfactantes naturais modificados, já que eles compreendem apenas um componente proteináceo (peptídeo).
[0011]. Por outro lado, apesar da boa eficácia, as composições surfactantes devem também exibir uma baixa viscosidade para permitir a preparação de uma suspensão concentrada em um meio aquoso.
[0012]. A possibilidade de preparo de uma suspensão concentrada em um volume pequeno é, na verdade, uma característica da importância particular de sua administração a recém-nascidos com peso muito baixo.
[0013]. O sistema peptídeo:fosfolipídio é uma mistura bastante complexa, cujas propriedades dependem amplamente da composição da mistura fosfolipídica, bem como da combinação de fosfolipídios/peptídeo específica.
[0014]. A presença de um peptídeo adicional afetaria as propriedades reológicas da composição tornando o sistema ainda mais complicado.
[0015]. No estado da técnica, os surfactantes reconstituídos compreendendo análogos de SP-B e SP-C que parecem proteínas do surfactante humano foram divulgados, por exemplo, nas publicações WO0076535, WO2008011559 e WO2008044109.
[0016]. Entretanto, nenhuma das composições divulgadas no presente mostrou possuir propriedades favoráveis em termos de conformidade pulmonar, bem como propriedades reológicas, em particular, viscosidade.
[0017]. Conformemente, há ainda uma necessidade de preparações surfactantes reconstituídas tendo uma eficácia comparável àquela dos surfactantes extraídos dos pulmões de animais, bem como propriedades reológicas favoráveis permitindo seu fácil fornecimento e distribuição na parte broncoalveolar dos pulmões mediante administração.
[0018]. A presente invenção aborda essa questão através do fornecimento de uma composição surfactante reconstituída com propriedades melhoradas em termos de conformidade pulmonar e viscosidade.
[0019]. A presente invenção refere-se a um surfactante reconstituído, compreendendo: a) de 1,2 a 1,8% por peso de um polipeptídeo análogo da proteína surfactante nativa SP-C, consistindo na sequência representada pela fórmula IPSSPVHLKRLKLLLLLLLLILLLILGALLLGL (SEQ. ID NO:1); b) de 0,1 a 0,5% por peso de um polipeptídeo análogo da proteína surfactante nativa SP-B, consistindo na sequência representada pela fórmula CWLCRALIKRIQALIPKGGRLLPQLVCRLVLRCS (SEQ. ID NO:2); um fosfolipídio monoinsaturado e um saturado em uma razão de peso variando de 45:55 a 55:45; todas as quantidades sendo calculadas relativas ao peso total do surfactante reconstituído.
[0020]. A presente invenção também fornece composições farmacêuticas compreendendo o surfactante reconstituído reivindicado isolado ou em combinação com um ou mais carregadores farmaceuticamente aceitáveis.
[0021]. A presente invenção também fornece o uso do surfactante reconstituído reivindicado como um medicamento.
[0022]. Em um aspecto adicional, a invenção fornece o uso do surfactante reconstituído reivindicado para a profilaxia e/ou tratamento de síndrome do desconforto respiratório (SDR) e outros distúrbios respiratórios.
[0023]. Além disso, a invenção fornece o uso do surfactante reconstituído reivindicado para a fabricação de um medicamento para a profilaxia e/ou tratamento de síndrome do desconforto respiratório (SDR) e outros distúrbios respiratórios.
[0024]. A invenção também fornece um método para a profilaxia e/ou tratamento de síndrome do desconforto respiratório (SDR) e outros distúrbios respiratórios, método este que compreende a administração a um paciente com necessidade desse tratamento de uma quantidade terapeuticamente eficaz do surfactante reconstituído mencionado acima.
[0025]. Em uma configuração adicional, a invenção fornece um método compreendendo a administração do surfactante reconstituído diluído da invenção ao pulmão através de uma técnica de lavagem para remover material prejudicial e/ou exsudato inflamatório, para expandir o pulmão e melhorar a função pulmonar.
[0026]. Finalmente, a invenção também está direcionada a um kit, compreendendo: a) o surfactante reconstituído acima mencionado em forma de pó em uma primeira forma de dosagem unitária; b) um carregador farmaceuticamente aceitável em uma segunda forma de dosagem unitária; e c) meios recipientes para conter as referidas primeira e segunda formas de dosagem.
[0027]. “Atividade surfactante” com relação a uma preparação surfactante é definida como a capacidade de diminuir a tensão da superfície.
[0028]. A eficácia in vitro de preparações surfactantes exógenas é comumente testada através da medição de sua capacidade de diminuição da tensão da superfície, usando aparato adequado, como Balança Wilhelmy, Surfactômetro por Bolha Pulsante, Surfactômetro por Bolha de Captura e Surfactômetro Capilar.
[0029]. A eficácia in vivo de preparações surfactantes exógenas é testada comumente através da medição de dois parâmetros: i) o volume tidal que é um índice da conformidade pulmonar e j) ) o volume de gás pulmonar que é um índice da expansão ou permeabilidade de ar alveolar no final da expiração e, assim, da capacidade de formação de um filme de fosfolipídio estável nos alvéolos no final da expiração.
[0030]. Uma quantidade “Terapeuticamente eficaz”, conforme usada no presente, refere-se a uma quantidade de surfactante reconstituído, capaz de prevenir, evitar, reduzir ou eliminar a doença ou distúrbios respiratórios associados com o risco de disfunção do surfactante endógeno.
[0031]. O termo “farmaceuticamente aceitável” ou “fisiologicamente tolerável” refere-se a composições, meio, solventes, sais capazes de serem administrados a um humano sem a produção de efeitos fisiológicos indesejáveis.
[0032]. O termo “polipeptídeo análogo da proteína surfactante nativa SP-C” significa um polipeptídeo tendo uma sequência de aminoácido na qual, comparada com a proteína nativa SP-C, os aminoácidos estão faltando e/ou foram substituídos por outros aminoácidos, tão longos como o polipeptídeo, em uma mistura com fosfolipídios, mostram atividade surfactante pulmonar (conforme demonstrado por ensaios de eficácia in vitro e in vivo).
[0033]. O termo “polipeptídeo análogo da proteína surfactante nativa SP-B” significa um polipeptídeo tendo uma sequência de aminoácido na qual, comparada com a proteína nativa SP-B, os aminoácidos estão faltando e/ou foram substituídos por outros aminoácidos, tão longos como o polipeptídeo, em uma mistura com fosfolipídios, mostram atividade surfactante pulmonar (conforme demonstrado por ensaios de eficácia in vitro e in vivo).
[0034]. “Recombinante” quando usado com referência, por exemplo, a uma célula, ou ácido nucléico, proteína ou vetor, indica que a célula, o ácido nucléico, a proteína ou o vetor foi modificado pela introdução de um ácido nucléico heterólogo ou proteína ou a alteração de um ácido nucléico ou proteína nativa.
[0035]. Conforme usado no presente, o termo “aproximadamente” aplicado a um valor pontual, indica uma variabilidade de + 1%.
[0036]. Os fosfolipídios são lipídios nos quais um ácido graxo foi substituído por um grupo fosfato e uma simples molécula orgânica. As classes mais comuns de fosfolipídios que pode ser encontrada em preparações surfactantes são: fosfatidilcolinas (PC), fosfatidiletanolamina (PE), fosfatidilglicerol (PG), fosfatidilinositol (PI) e fosfatidilserina (PS).
[0037]. As metades de glicerol dos fosfolipídios são principalmente esterificadas com ácidos graxos de cadeia longa que, por sua vez, podem ser saturados (por exemplo, ácido mirístico, palmítico e esteárico), monoinsaturados (por exemplo, ácido oléico) ou poli-insaturados (por exemplo, ácido linoléico e araquidônico).
[0038]. Em particular, as espécies levadas em consideração no pedido são:
[0039]. -1,2-dipalmitoil-sn-glicero-3-fosfocolina, também conhecido como dipalmitoil-fosfatidilcolina (DPPC), que é um derivado saturado e 1-palmitoil-2-oleil-sn-glicero-3-fosfoglicerol, também conhecido como palmitoil-oleil-fosfatidilglicerol (POPG), que é um derivado monoinsaturado.
[0040]. “Polipeptídeo”, “peptídeo” e “proteína” são usados intercambiavelmente no presente para referir-se a um polímero de resíduos de aminoácido.
[0041]. As sequências de aminoácido são mostradas de acordo com o código de uma letra com o aminoácido que carrega o grupo amino livre na extremidade esquerda (amino terminal) e o aminoácido que carrega o grupo carboxila livre na extremidade direita (carbóxi terminal).
[0042]. Todos os resíduos de aminoácido identificados no presente estão na configuração L natural e as sequências identificadas no presente são relatadas de acordo com as abreviações padrão para resíduos de aminoácido. Para evitar dúvida, o aminoácido derivado L-nor-leucina é referido no presente como nLeu e L-ornitina é abreviado como Orn.
[0043]. A figura 1 ilustra os resultados em termos de volumes tidais (ml/kg) como uma função do tempo/pressão do surfactante reconstituído da invenção (N3) versus Curosurf® e animais não tratados (n = quantidade de animais).
[0044]. A figura 2 ilustra os resultados em termos de volumes de gás pulmonar (ml/kg) do surfactante reconstituído da invenção (N3) versus Curosurf® e animais não tratados (n = quantidade de animais).
[0045]. Um projeto experimental de múltiplos fatores foi criado para investigar como a viscosidade é afetada pelas quantidades relativas dos fosfolipídios e os análogos de SP-B e SP-C nas composições surfactantes genericamente divulgadas na publicação WO 2008044109, bem como os referidos componentes são influenciados um pelo outro nos surfactantes reconstituídos.
[0046]. Descobriu-se que a quantidade de análogo de SP-B tem um efeito significativo na viscosidade da composição surfactante e, assim, que o conteúdo do análogo SP-B deve ser mantido o mais baixo possível, compatível com uma eficácia terapêutica a fim de reduzir a viscosidade do surfactante reconstituído a níveis aceitavelmente baixos.
[0047]. A publicação WO 2008044109 é direcionado ao uso de razões DPPC:POPG preferivelmente iguais ou maiores de 7:3, na presença de um análogo de SP-B. A publicação WO 2008044109 não faz referência à viscosidade dessas composições surfactantes. Descobriu-se agora que quando a quantidade de análogo de SP-B no surfactante é minimizada, altas razões entre fosfolipídios desaturados, como DPPC e fosfolipídios insaturados, como POPG leva a uma viscosidade inaceitavelmente alta da composição correspondente. Entretanto, superamos esse problema preparando baixos surfactantes de SP-B nos quais a razão de fosfolipídio insaturado ao fosfolipídio saturado é reduzida abaixo das razões divulgadas no estado da técnica, preferivelmente a aproximadamente 1:1 e mostraram que essas composições surfactantes têm uma viscosidade surpreendentemente baixa, que as torna úteis para todas as aplicações clínicas.
[0048]. Em uma configuração, a presente invenção refere-se a um surfactante reconstituído, compreendendo: k) de 1,2 a 1,8% por peso de um polipeptídeo análogo da proteína surfactante nativa SP-C, consistindo na sequência representada pela fórmula IPSSPVHLKRLKLLLLLLLLILLLILGALLLGL (SEQ. ID NO:1); l) de 0,1 a 0,5% por peso de um polipeptídeo análogo da proteína surfactante nativa SP-B, consistindo na sequência representada pela fórmula CWLCRALIKRIQALIPKGGRLLPQLVCRLVLRCS (SEQ. ID NO:2); um fosfolipídio monoinsaturado e um saturado em uma razão de peso variando de 45:55 a 55:45; todas as quantidades sendo calculadas relativas ao peso total do surfactante reconstituído.
[0049]. No surfactante reconstituído da invenção, o componente análogo de proteína SP-C preferivelmente constitui entre 1,4 e 1,6% e mais preferivelmente a cerca de 1,5% por peso do peso total do surfactante reconstituído.
[0050]. Nos surfactantes reconstituídos da invenção, o componente análogo de proteína SP-B preferivelmente constitui entre 0,2 e 0,4%, mais preferivelmente a cerca de 0,2% por peso do peso total do surfactante reconstituído.
[0051]. O surfactante reconstituído da invenção pode vantajosamente compreender fosfolipídios saturados, como dipalmitoilfosfatidilcolina (DPPC) e dipalmitoilfosfatidilglicerol (DPPG) e fosfolipídios monoinsaturados, como palmitoiloleoilfosfatidilcolina (POPC) e palmitoiloleoilfosfatidilglicerol (POPG).
[0052]. O fosfolipídio saturado preferido para uso de acordo com a invenção é o DPPC, enquanto o fosfolipídio monoinsaturado preferido é o POPG.
[0053]. Vantajosamente, o peso combinado dos fosfolipídios constitui, no mínimo, 90%, vantajosamente, no mínimo, 95%, preferivelmente, no mínimo, 97,7%, mais preferivelmente, 98,3% do peso total do surfactante reconstituído.
[0054]. Em uma configuração, a presente invenção refere-se a um surfactante reconstituído, compreendendo: a) aproximadamente 1,5% por peso de um polipeptídeo análogo da proteína surfactante nativa SP-C, consistindo na sequência representada pela fórmula IPSSPVHLKRLKLLLLLLLLILLLILGALLLGL (SEQ. ID NO:1); b) aproximadamente 0,2% por peso de um polipeptídeo análogo da proteína surfactante nativa SP-B, consistindo na sequência representada pela fórmula CWLCRALIKRIQALIPKGGRLLPQLVCRLVLRCS (SEQ. ID NO:2); c) 1,2-dipalmitoil-sn-glicerol-3-fosfocolina (DPPC) e 1-palmitoil-2- oleil-sn-glicero-3-fosfoglicerol (POPG) em uma razão de peso de aproximadamente 50:50; todas as quantidades sendo calculadas relativas ao peso total do surfactante reconstituído.
[0055]. Em uma configuração específica, a presente invenção refere-se a uma composição surfactante reconstituída, compreendendo: a) aproximadamente 1,5% por peso de um polipeptídeo análogo da proteína surfactante nativa SP-C, consistindo na sequência representada pela fórmula IPSSPVHLKRLKLLLLLLLLILLLILGALLLGL (SEQ. ID NO:1); b) aproximadamente 0,2% por peso de um polipeptídeo análogo da proteína surfactante nativa SP-B, consistindo na sequência representada pela fórmula CWLCRALIKRIQALIPKGGRLLPQLVCRLVLRCS (SEQ. ID NO:2); c) aproximadamente 49,15% por peso de 1,2-dipalmitoil-sn- glicero-3-fosfocolina (DPPC); e d) aproximadamente 49,15% por peso de 1-palmitoil-2-oleil-sn- glicero-3-fosfoglicerol (POPG); todas as quantidades sendo calculadas sobre o peso total do surfactante reconstituído.
[0056]. Em uma configuração preferida, o polipeptídeo de SEQ ID:NO.2 pode estar na forma de molécula ligada a dissulfeto em que as ligações dissulfeto intramoleculares são entre os dois resíduos de cisteína nas posições 1 e 33 e/ou entre os dois resíduos de cisteína nas posições 4 e 27.
[0057]. O polipeptídeo de SEQ ID:NO. 1 foi referido na publicação WO 2008044109 (incorporada no presente em sua totalidade por referência) como SP-C33(Leu), enquanto o polipeptídeo de SEQ ID:2 foi referido na publicação WO 2008044109 como Mini-B(Leu) e sua forma ligada a dissulfeto como ox Mini-B(Leu).
[0058]. Em uma configuração ainda mais preferida, o surfactante reconstituído da invenção consiste essencialmente dos componentes a), b), c) e opcionalmente d) nas quantidades reivindicadas.
[0059]. Vantajosamente, ambos os polipeptídeos podem estar presentes na forma de sais farmaceuticamente aceitáveis. Os referidos sais incluem, por exemplo, sais de ácido clorídrico, ácido acético e ácido trifluoroacético.
[0060]. Preferivelmente ambos os polipeptídeos estão presentes na composição na forma de acetatos.
[0061]. Ainda, o POPG pode vantajosamente estar presente na forma de sais farmaceuticamente aceitáveis, por exemplo, como sal de sódio (POPG Na).
[0062]. Os polipeptídeos de SEQ ID:NO.1 e SEQ ID:NO.2 podem ser preparados de acordo com métodos sintéticos ou técnicas recombinantes bem conhecidas aos peritos.
[0063]. Um resumo excelente das muitas técnicas disponíveis pode ser encontrado em J.M. Steward e J.D. Young, “Síntese de Peptídeo de Fase Sólida”, W.H. Freeman Co., San Francisco, 1969 e J. Meienhofer, “Proteínas e Peptídeos Hormonais”, Vol. 2, p. 46, Academic Press (New York), 1983 para síntese de peptídeo de fase sólida e E. Schroder e K. Kubke, “Os Peptídeos”, Vol. 1, Academic Press (New York), 1965 para síntese de solução clássica.
[0064]. Os polipeptídeos podem preferivelmente ser preparados usando a técnica sintética de fase sólida, inicialmente descrita por Merrifield, em J. Am, Chem. Soc. 85: 2149-2154 (1963). Outras técnicas de síntese de polipeptídeo podem ser encontradas, por exemplo, em M. Bodanszky et al., Síntese de Peptídeo, John Wiley & Sons, 2d Ed., (1976), bem como em outros trabalhos de referência conhecidos aos peritos.
[0065]. Grupos protetores adequados para uso nessas sínteses serão encontrados nos textos acima, bem como em J.F.W. McOmie, Grupos Protetores em Química Orgânica, Plenum Press, New York, NY (1973).
[0066]. Por exemplo, ambos os polipeptídeos podem ser preparados conforme descrito na publicação WO2008044109.
[0067]. Doses eficazes do surfactante reconstituído da presente invenção para o tratamento de uma doença, como SDR, conforme descrito no presente, variam dependendo de muitos fatores diferentes, incluindo tipo da doença, meios de administração, peso e estado fisiológico do paciente e se o tratamento é profilático ou terapêutico.
[0068]. No geral, a dose é compreendida de 0,01mg a 10g por kg de peso corporal, preferivelmente de 0,1 a 1g por kg de peso corporal e a frequência da administração pode variar dependendo se o tratamento é profilático ou terapêutico. Tipicamente, uma dose de aproximadamente 50mg/kg, 100mg/kg ou 200mg/kg é administrada em uma dose. Para uso em recém-nascidos, uma ou duas administrações são geralmente suficientes.
[0069]. Embora as necessidades possam variar dependendo da severidade da doença respiratória e/ou outras variáveis, a determinação das variações favoráveis de dosagens eficazes está dentro da capacidade do perito.
[0070]. A presente invenção também relaciona-se a formulações farmacêuticas compreendendo o surfactante reconstituído da presente invenção.
[0071]. As referidas formulações são vantajosamente administradas na forma de uma solução, dispersão, suspensão ou pó seco. Preferivelmente, as referidas composições compreendem o surfactante reconstituído dissolvido ou suspenso em um solvente fisiologicamente tolerável ou carregador de ressuspensão adequado, como água ou uma solução aquosa salina fisiológica (NaCl a 0,9% p/v).
[0072]. As formulações da presente invenção podem compreender soluções aquosas, preferivelmente estéreis, que podem também compreender agentes de tamponamento de pH, diluentes e outros aditivos adequados.
[0073]. As formulações podem ser apresentadas em recipientes de dose unitária ou múltiplas doses, por exemplo, ampolas e frascos selados ou podem ser armazenadas em uma condição congelada ou liofilizada, exigindo apenas a adição de carregador líquido estéril imediatamente antes do uso.
[0074]. Preferivelmente, o surfactante reconstituído da presente invenção é fornecido como suspensão estéril em uma solução aquosa salina fisiológica tamponada em frascos de vidro descartáveis.
[0075]. As formulações farmacêuticas podem ser preparadas de acordo com técnicas convencionais bem conhecidas na indústria farmacêutica. Essas técnicas incluem a etapa de mistura dos polipeptídeos e os fosfolipídios na presença de um solvente orgânico. O solvente é, então, removido por diálise ou evaporação sob nitrogênio e/ou exposição a vácuo ou por outras técnicas adequadas bem conhecidas ao perito, como liofilização.
[0076]. Vantajosamente, a quantidade de solventes residuais pode ser menor que 0,1%, preferivelmente, menor que 0,05%, mais preferivelmente, menor que 0,003%, ainda mais preferivelmente,menor que 0,001% por peso.
[0077]. O pó obtido é, então, uniforme e intimamente colocado em associação com carregadores líquidos ou carregadores sólidos finamente divididos ou ambos.
[0078]. A mistura de polipeptídeos e fosfolipídios pode ser esterilizada antes de remover o solvente, por exemplo, por filtração estéril. Em certas outras configurações, a composição reconstituída é terminalmente esterilizada de acordo com os métodos bem conhecidos na técnica.
[0079]. A administração do surfactante reconstituído da presente invenção é realizada em uma maneira conhecida ao perito, por exemplo, por instilação intratraqueal (infusão ou bolo ou através de um cateter), por administração por spray ou nebulização.
[0080]. Conforme divulgado no presente, a invenção contempla o uso de ambas as formulações surfactantes concentradas e diluídas, dependendo do uso particular, conforme descrito posteriormente no presente. Composições surfactantes concentradas são tipicamente usadas para administrações do tipo “bolo”, considerando-se que as composições surfactantes diluídas são tipicamente usadas para administrações do tipo “lavagem”.
[0081]. Vantajosamente, a viscosidade das referidas formulações é menor que 20cP, preferivelmente, menor que 15cP, mediante determinação com um viscosímetro comum, disponível no mercado, de acordo com os métodos bem conhecidos na técnica.
[0082]. Vantajosamente, para a administração do tipo “bolo”, a concentração surfactante reconstituída em termos de peso por ml de solução ou suspensão (após adição de um carregador líquido) está na variação de aproximadamente 0,1 a aproximadamente 100mg/ml, preferivelmente, entre 5 e 80mg/ml.
[0083]. Em uma configuração preferida da presente invenção, quando o surfactante reconstituído é administrado por instilação intratraqueal como uma suspensão em salina fisiológica (cloreto de sódio a 0,9% p/v em água), a concentração é de aproximadamente 80mg/ml.
[0084]. Portanto, uma configuração preferida da presente invenção relaciona-se a uma formulação farmacêutica na forma de suspensão aquosa em salina fisiológica, compreendendo aproximadamente 80mg/ml de um surfactante reconstituído, constituído de a) aproximadamente 1,5% por peso de um polipeptídeo análogo da proteína surfactante nativa SP-C, consistindo na sequência representada pela fórmula IPSSPVHLKRLKLLLLLLLLILLLILGALLLGL (SEQ. ID NO:1); b) aproximadamente 0,2% por peso de um polipeptídeo análogo da proteína surfactante nativa SP-B, consistindo na sequência representada pela fórmula CWLCRALIKRIQALIPKGGRLLPQLVCRLVLRCS (SEQ. ID NO:2); c) aproximadamente 49,15% por peso de 1,2-dipalmitoil-sn-glicero- 3-fosfocolina (DPPC); e d) aproximadamente 49,15% por peso de 1-palmitoil-2-oleil-sn- glicero-3-fosfoglicerol (POPG); todas as quantidades sendo calculadas sobre o peso total do surfactante reconstituído.
[0085]. Tipicamente, a viscosidade da referida formulação é de aproximadamente 9 + 3 cP a 25°C e 8 + 3 cP a 37°C conforme determinado usando um viscosímetro rotacional comum, disponível no mercado.
[0086]. Quando usada para a administração de lavagem, uma concentração surfactante típica de aproximadamente 0,1 a 20mg/ml, e, mais preferivelmente, aproximadamente 0,5 a 10mg/ml (em termos de mg de surfactante por ml de solução ou suspensão).
[0087]. Já que depende da concentração, a viscosidade de formulações diluídas seria ainda menor.
[0088]. Quando usadas como um tratamento farmacêutico, as formulações compreendendo o surfactante reconstituído da presente invenção podem ser administradas isoladas ou opcionalmente em conjunção com outros compostos ou composições que são usados no tratamento de doenças ou distúrbios respiratórios. Por exemplo, se um indivíduo está sendo tratado com relação a um distúrbio respiratório causado por uma infecção bacteriana, então, o surfactante reconstituído da presente invenção pode ser administrado em conjunção com outro composto usado para tratar a infecção bacteriana, como um antibiótico.
[0089]. De outra forma, em certos casos, por exemplo, para prevenção de complicações, como displasia broncopulmonar, o surfactante reconstituído da presente invenção pode ser administrado em conjunção com corticosteróides, como budesonida e dipropionato de beclometasona.
[0090]. Em certas configurações, o surfactante reconstituído da presente invenção e o carregador de ressuspensão podem ser separadamente embalados ao mesmo tempo em um meio recipiente adequado. Essa embalagem separada dos componentes em um meio recipiente adequado também é descrita como um kit.
[0091]. Portanto, a presente invenção também é direcionada a um kit, compreendendo: a) o surfactante reconstituído da presente invenção em uma forma de pó em uma primeira forma de dosagem unitária; b) um carregador farmaceuticamente aceitável em uma segunda forma de dosagem unitária; e c) meios recipientes para conter as referidas primeira e segunda formas de dosagem.
[0092]. Preferivelmente, o carregador farmaceuticamente aceitável é uma solução aquosa salina, mais preferivelmente, estéril.
[0093]. Conforme divulgado no presente, uma variedade de métodos de administração do surfactante reconstituído e formulações deste da presente invenção estão disponíveis e são bem conhecidos pelo perito.
[0094]. Dependendo do tipo de doença, por exemplo, um infarto ou adulto com síndrome do desconforto respiratório, diferentes métodos de tratamento podem ser adequados.
[0095]. Tipicamente, o surfactante é administrado por instilação endotraqueal aos pacientes (por exemplo, bebês prematuros), mantidos sob ventilação de pressão positiva contínua ou intermitente (IPPV).
[0096]. Alternativamente, o surfactante pode ser administrado através de um cateter fino, colocado na traqueia e suporte à respiração do paciente é fornecido através de dispositivos nasais especialmente criados, como máscaras, sondas ou tubos, de acordo com a metodologia conhecida como Pressão Positiva Contínua nas Vias Aéreas (nCPAP).
[0097]. A última abordagem seria apenas possível com um surfactante tendo baixa viscosidade já que uma viscosidade alta tornaria a passagem do surfactante através do cateter fino mais difícil.
[0098]. Em exemplos nos quais o paciente sofre de uma condição de desconforto respiratório, associado com inflamação pulmonar, infecção pulmonar ou contusão pulmonar, modalidades de tratamento particular podem ser recomendadas. Em um desse método terapêutico, a lavagem dos pulmões do paciente com uma composição surfactante da presente invenção é realizada como um tratamento único ou múltiplos tratamentos.
[0099]. O surfactante reconstituído da presente invenção é adequado para prevenir, retardar, aliviar, parar ou inibir o desenvolvimento dos sintomas ou condições associados com uma doença respiratória.
[00100]. Em particular, é útil para a profilaxia e/ou tratamento de síndrome do desconforto respiratório (SDR) em bebês prematuramente nascidos ou outras doenças relacionadas a uma deficiência de surfactante ou disfunção, incluindo ferimento pulmonar agudo (ALI), SRD em adultos (SRDA), síndrome da aspiração de mecônio (MAS) e displasia broncopulmonar (BPD).
[00101]. Pode também ser útil para a profilaxia e/ou tratamento de outros distúrbios respiratórios, como doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), asma, infecção respiratória (por exemplo, pneumonia, pneumocistite carinii, fibrose cística e vírus sincicial respiratório), bem como para o tratamento de otite média serosa (glue ear).
[00102]. O exemplo a seguir ilustra a presente invenção em mais detalhes.
[00103]. Um projeto experimental de múltiplos fatores é construído para avaliar a influência dos componentes na formulação em termos de viscosidade. Diferentes porcentagens dos polipeptídeos SP-C33(leu) e ox-Mini-B(leu), bem como diferentes razões de DPPC e POPG Na são testadas.
[00104]. Todas as misturas obtidas são ressuspensas em solução salina aquosa fisiológica (0,9% p/v) em uma concentração de 80mg/ml.
[00105]. A viscosidade é determinada a 25°C e 37°C, usando um viscosímetro VISCO STAR Plus (Fungilab), aplicando uma velocidade de rotação de 100 r.p.m.
[00106]. Para fins de comparação, o Curosurf® exibe uma viscosidade compreendida entre 6 e 10mPas (1mPas = 1 centipoise).
[00108]. Os resultados indicam que em baixas concentrações de ox-Mini-B(leu) e na presença de uma razão baixa entre DPPC e POPG (coluna N3 na Tabela 1), a viscosidade da mistura também é muito baixa. Esses resultados sugerem que através da minimização da quantidade de análogo SP-B no surfactante e simultaneamente reduzindo a concentração de fosfolipídio saturado, relativo ao fosfolipídio insaturado, uma composição é atingível com uma viscosidade que é baixa o suficiente para ser usada para todas as aplicações de surfactante, incluindo uso na forma concentrada.
[00109]. Uma mistura de DPPC:POPG Na na razão de 1:1, SPC- 33(leu) e ox-Mini-B(leu) nas quantidades percentuais relatadas para a composição N3 na Tabela 1 do Exemplo 1 é dissolvida em clorofórmio/etanol a 98:2 (v/v).
[00110]. O solvente é evaporado e o pó resultante é subsequentemente hidratado em solução aquosa de NaCl a 0,9% p/v sob agitação, para fornecer uma concentração de surfactante de 80mg/ml.
[00112]. A viscosidade da referida formulação é confirmada como sendo muito baixa, por exemplo, aproximadamente 9 cP a 25°C e aproximadamente 7 cP a 37°C. Além disso, não se altera após 6 meses de armazenamento a 5°C.
[00113]. A formulação também passa a ser quimicamente estável após 6 meses de armazenamento e a quantidade geral de lisoformas de fosfolipídios, detectada por HPLC é menor que 1% por peso.
[00114]. O surfactante reconstituído do Exemplo 2 é analisado em coelhos recém-nascidos prematuros, obtidos por histerectomia na idade gestacional de 27 dias. Os experimentos são realizados sem aplicar uma pressão positiva e expiratória (PEEP).
[00115]. Os animais que receberam Curosurf® servem como controles positivos e animais da mesma ninhada não tratados como controles negativos.
[00116]. Todas as preparações surfactantes são administradas em uma concentração de 80mg/ml e em uma dose padrão de 2,5ml/kg.
[00117]. Os coelhos recém-nascidos imaturos são ventilados em paralelo com uma sequência padronizada de pressões de insuflação de pico. Para abrir os pulmões, a pressão é primeiramente estabelecida em 35 cmH2O durante 1 minuto. Após essa manobra de recrutamento, a pressão é diminuída para 25 cmH2O durante 15 minutos e posteriormente para 20 e 15 cmH2O.
[00118]. Finalmente, a pressão é aumentada novamente para 25 cmH2O durante um período de 5 minutos, após o qual os pulmões são ventilados durante um adicional de 5 minutos com nitrogênio e, então, excisados para medições de volume de gás.
[00119]. Ambos os volumes tidais e volumes de gás pulmonar, expressados como ml/kg, são medidos e os resultados, fornecidos como valores medianos, são relatados nas Figuras 1 e 2, respectivamente.
[00120]. A partir da Figura 1 pode-se observar que os animais tratados com o surfactante reconstituído da presente invenção mostram uma melhoria dos volumes tidais levemente melhores do que aquela atingida após a administração de Curosurf®. Esse resultado sugere que o surfactante artificial reconstituído da presente invenção pode fornecer melhor eficácia clínica do que o padrão de ouro atual no campo.
[00121]. Com relação aos volumes de gás pulmonar, a Figura 2 demonstra que o surfactante reconstituído da presente invenção é capaz de produzir um valor comparável com aquele do surfactante reconstituído, testado no Exemplo 3 da publicação WO2008044109, que contém uma razão maior entre DPPC e POPG (68:31).
[00122]. Além disso, o valor dos volumes de gás pulmonar do surfactante reconstituído da presente invenção passa a ser robusto e reproduzível.
Claims (14)
1. COMPOSIÇÃO SURFACTANTE RECONSTITUÍDA caracterizada por compreender: a) de 1,2 a 1,8% por peso de um polipeptídeo análogo da proteína surfactante nativa SP-C, consistindo na sequência representada pela fórmula IPSSPVHLKRLKLLLLLLLLILLLILGALLLGL (SEQ. ID NO:1); b) de 0,1 a 0,5% por peso de um polipeptídeo análogo da proteína surfactante nativa SP-B, consistindo na sequência representada pela fórmula CWLCRALIKRIQALIPKGGRLLPQLVCRLVLRCS (SEQ. ID NO:2); c) um fosfolipídio monoinsaturado e um saturado em uma razão de peso variando de 45:55 a 55:45, em que o fosfolipídio monoinsaturado é selecionado do grupo que consiste em palmitoiloleoilfosfatidilcolina (POPC) e palmitoiloleoilfosfatidilglicerol (POPG) e em que o fosfolipídio saturado é selecionado do grupo que consiste em dipalmitoilfosfatidilcolina (DPPC) e dipalmitoilfosfatidilglicerol (DPPG) e fosfolipídios monoinsaturados; todas as quantidades sendo calculadas relativas ao peso total do surfactante reconstituído.
2. COMPOSIÇÃO SURFACTANTE RECONSTITUÍDA de acordo com a reivindicação 1 caracterizada por compreender: a) 1,5% por peso de um polipeptídeo análogo da proteína surfactante nativa SP-C, consistindo na sequência representada pela fórmula IPSSPVHLKRLKLLLLLLLLILLLILGALLLGL (SEQ. ID NO:1); b) 0,2% por peso de um polipeptídeo análogo da proteína surfactante nativa SP-B, consistindo na sequência representada pela fórmula CWLCRALIKRIQALIPKGGRLLPQLVCRLVLRCS (SEQ. ID NO:2); c) 1,2-dipalmitoil-sn-glicerol-3-fosfocolina (DPPC) e 1-palmitoil-2- oleil-sn-glicero-3-fosfoglicerol (POPG) em uma razão de peso de 50:50; todas as quantidades sendo calculadas relativas ao peso total do surfactante reconstituído.
3. COMPOSIÇÃO SURFACTANTE RECONSTITUÍDA de acordo com a reivindicação 2, caracterizada por compreender: a) 1,5% por peso de um polipeptídeo análogo da proteína surfactante nativa SP-C, consistindo na sequência representada pela fórmula IPSSPVHLKRLKLLLLLLLLILLLILGALLLGL (SEQ. ID NO:1); b) 0,2% por peso de um polipeptídeo análogo da proteína surfactante nativa SP-B, consistindo na sequência representada pela fórmula CWLCRALIKRIQALIPKGGRLLPQLVCRLVLRCS (SEQ. ID NO:2); c) 49,15% por peso de 1,2-dipalmitoil-sn-glicero-3-fosfocolina (DPPC); e d) 49,15% por peso de 1-palmitoil-2-oleil-sn-glicero-3-fosfoglicerol (POPG); todas as quantidades sendo calculadas sobre o peso total do surfactante reconstituído.
4. COMPOSIÇÃO SURFACTANTE RECONSTITUÍDA de acordo com uma das reivindicações de 1 a 3, caracterizada pelo polipeptídeo de SEQ ID:NO.2 estar na forma de molécula ligada a dissulfeto em que as ligações dissulfeto intramoleculares são entre os dois resíduos de cisteína nas posições 1 e 33 e/ou entre os dois resíduos de cisteína nas posições 4 e 27.
5. COMPOSIÇÃO SURFACTANTE RECONSTITUÍDA de acordo com uma das reivindicações de 1 a 4, caracterizada pelo POPG estar na forma de um sal farmaceuticamente aceitável.
6. COMPOSIÇÃO SURFACTANTE RECONSTITUÍDA de acordo com a reivindicação 5, caracterizada pelo sal ser o sal de sódio.
7. COMPOSIÇÃO SURFACTANTE RECONSTITUÍDA de acordo com uma das reivindicações de 1 a 6, caracterizada por cada um dos referidos polipeptídeos estar presente na forma de um sal farmaceuticamente aceitável.
8. COMPOSIÇÃO SURFACTANTE RECONSTITUÍDA de acordo com a reivindicação 7, caracterizada pelo sal ser o sal de acetato.
9. FORMULAÇÃO FARMACÊUTICA compreendendo uma composição surfactante reconstituída conforme definida por uma das reivindicações de 1 a 8, caracterizada por estar na forma de uma solução, uma dispersão, uma suspensão ou um pó seco, opcionalmente em combinação com um ou mais carregadores farmaceuticamente aceitáveis.
10. FORMULAÇÃO FARMACÊUTICA de acordo com a reivindicação 9, caracterizada por estar na forma de uma suspensão aquosa.
11. FORMULAÇÃO FARMACÊUTICA de acordo com a reivindicação 10, caracterizada pelo surfactante reconstituído estar em uma concentração compreendida entre 0,1 e 160mg/ml da suspensão aquosa.
12. KIT caracterizado por compreender: a) um surfactante reconstituído de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 8 na forma de pó em uma primeira forma de dosagem unitária; b) um carregador farmaceuticamente aceitável em uma segunda forma de dosagem unitária; e c) meios recipientes para conter as referidas primeira e segunda formas de dosagem.
13. USO DE UMA COMPOSIÇÃO SURFACTANTE RECONSTITUÍDA conforme definida por uma das reivindicações de 1 a 8 caracterizado por ser na preparação de um medicamento para o tratamento ou profilaxia de síndrome do desconforto respiratório (SDR) em bebês prematuramente nascidos ou para o tratamento ou profilaxia de outras doenças relacionadas a uma deficiência de surfactante ou disfunção.
14. USO de acordo com a reivindicação 13, caracterizado por ser na preparação de medicamento para tratar doença que inclui SDR em adultos (SDRA), síndrome de aspiração do mecônio (MAS) e displasia broncopulmonar (BPD).
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