BRPI1006404B1 - Produto lácteo de ruminante com baixo teor de colesterol - Google Patents

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(54) Título: PRODUTO LÁCTEO DE RUMINANTE COM BAIXO TEOR DE COLESTEROL (51) Int.CI.: A23C 9/20; A23C 7/04; A23C 13/12; A23C 15/14; A23L 33/12 (52) CPC: A23C 9/20,A23C 7/043,A23C 13/12,A23C 15/145,A23L 33/12,A23V 2002/00 (30) Prioridade Unionista: 23/04/2009 EP 09158666.9 (73) Titular(es): S.A. CORMAN (72) Inventor(es): DANIEL DALEMANS
1/22 “PRODUTO LÁCTEO DE RUMINANTE COM BAIXO TEOR DE COLESTEROL Campo da invenção [0001] A presente invenção situa-se no campo da terapia e/ou prevenção de doenças de mamíferos (principalmente de seres humanos) e refere-se a um produto lácteo (leite ou lacticínio) incluindo composições alimentares ou ração que incluem este produto lácteo. Este produto lácteo é obtido a partir dum de ruminante, preferencialmente um produto lácteo de gado (leite ou lacticínio), mais preferencialmente um produto lácteo de vaca (leite ou lacticínio) com baixo teor de colesterol (para respectiva utilização) como um medicamento.
Antecedentes da invenção [0002] Existe uma tendência, nos países desenvolvidos, para consumir alimentos ricos em triglicéridos ou gorduras (isto é, cerca de 22% da ingestão total; medida em matéria seca) e em colesterol.
[0003] A perturbação lipídica é um termo médico utilizado para definir índices de colesterol elevado no salgue e de triglicéridos no sangue de mamíferos, índice este que está ligado ao aumento do risco de doenças cardiovasculares e outras doenças cardíacas (tal como aterosclerose) em mamíferos, principalmente em seres humanos.
[0004] O leite contém cerca de 3 a cerca de 8 % de gordura (p:p) e é principalmente uma gordura saturada.
[0005] A gordura (triglicéridos) é essencial ao leite, em termos de sabor e para algumas das suas propriedades “técnicas, principalmente produtos derivados do leite (produtos lácteos), tais como produtos lácteos para barrar, queijos, natas, e por aí adiante.
[0006] O teor de gordura num produto derivado do leite
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2/22 pode ser de cerca de 3% a cerca de 100% de matéria seca (entre cerca de 10% e 80 % sobre o peso total). Por exemplo, o queijo e a manteiga contêm cerca de 45% (expressa em material seca) e cerca de 80% de gordura (expressa em peso total ou até 98% em matéria seca), respectivamente.
[0007] Os ácidos gordos não saturados, principalmente ácidos gordos ω3 poli-insaturados, tal como o ácido α-linolénico (ALA), ácido eicosapentaenóico (EPA) e/ou ácido docosa-hexaenóico (DHA) exercem aparentemente efeitos positivos na saúde e as suas características são apresentadas em composições alimentares funcionais, complementos alimentares ou nutracêuticos enriquecidos nestas gorduras poli-insaturadas. [0008] Estes ácidos gordos específicos podem encontrar-se presentes na forma de gordura (triglicéridos), fosfolípidos ou como ácidos gordos conjugados com veículos, tal como as lipoproteínas.
[0009] No entanto, o leite (de ruminante) é pobre em ácidos gordos (poli-)insaturados. Por questões regulamentares, um produto lácteo (lacticínio) enriquecido com ácidos gordos exógenos (por exemplo, ao se adicionar uma gordura vegetal) podem não ser rotulados como um produto lácteo (lacticínio).
[0010] A gordura do leite contém ainda colesterol (cerca de 300 mg para 100 g de gordura). No entanto, a ingestão de alimentos com colesterol deveria ser limitada a um máximo de 300 mg por dia. Consequentemente, ao se optimizar a imagem nutricional da gordura do leite envolve a redução do seu teor de colesterol.
[0011] Sabe-se que tanto o colesterol como a gordura saturada afectam adversamente a saúde (humana), principalmente no que respeita a doenças cardiovasculares e a alguns cancros.
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3/22 [0012] Por conseguinte, leite gordo, gordura do leite e produtos lácteos, os quais são ricos nesta matéria gorda láctea (tais como produtos lácteos para barrar, natas, queijo...) e qualquer alimento ou composição alimentar que inclua os produtos lácteos, sofrem duma imagem nutricional má, considerando que tanto os seus ácidos gordos saturados assim como os seus teores elevados de colesterol estão ligados a estas questões de saúde. Estado da técnica.
[0013] Presentemente, a extracção de colesterol do leite gordo é conseguida a nível industrial por meio de métodos físicos, tais como encapsulamento molecular por contacto com uma ciclodextrina (EP-387708 B1) ou por extracção com vapor. Com estes métodos é possível extrair um mínimo de 75% do colesterol inicialmente presente.
[0014] Alternativamente, foram desenvolvidos alguns métodos para reduzir o teor do colesterol no leite ou a sua biodisponibilidade.
[0015] Por exemplo, a patente norte-americana 6 485 931 B2 descreve a conversão de colesterol no leite em coprostanol, com uma disponibilidade inferior.
[0016] O pedido de patente internacional WO 2004 052 122 descreve métodos para reduzir o teor de colesterol de gordura derivada de animal ao alterar o seu regime.
[0017] A patente europeia 1585508 B1 encontra-se relacionada com a utilização de esfingolípido para a produção dum produto alimentar ou produto farmacêutico para reduzir o colesterol e triglicéridos no plasma e/ou soro e com a utilização esfingolípidos para o tratamento ou prevenção de doenças cardiovasculares em humanos ao reduzir o colesterol e triglicéridos no plasma e/ou soro.
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4/22 [0018] A EP 0615 690 descreve a extracção do colesterol no leite utilizando óleos.
[0019] A patente norte-americana 5 175 015 descreve um leite desnatado misturado com gordura vegetal.
Objectivos da invenção [0020] A presente invenção tem como objectivo proporcionar um elemento alimentar ou de ração ou composição alimentar ou de ração que não apresente as desvantagens do estado da técnica, principalmente um elemento ou composição que possa prevenir e/ou tratar (ou melhorar) doenças cardiovasculares dos mamíferos (incluindo o ser humano) e/ou doenças relacionadas, tais como cancro e, de modo geral, que possa melhorar a saúde destes mamíferos, principalmente de humanos.
[0021] A presente invenção tem como objectivo proporcionar este elemento ou composição que pode ser utilizado como um alimento ou ração (composição) ou como um nutracêutico e que pode ser apresentado em produtos lácteos comuns em composições de rações ou alimentares que incluam estes produtos lácteos (leite e bebidas com leite, produtos lácteos para barrar, principalmente manteiga, natas, queijo, etc.) ou obtidas a partir destes produtos lácteos (gelados, produtos de padaria e de confeitaria, etc.).
Resumo da invenção [0022] A presente invenção refere-se igualmente a este leite (gordo) de ruminante, preferencialmente leite (gordo) de vaca como um medicamento.
[0023] O produto lácteo (leite ou lacticínio), principalmente a matéria láctea gorda da invenção possui um baixo teor de colesterol, possivelmente nenhum (nível detectável) colesterol, de preferência entre cerca de 10 mg/100 g de gordura
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5/22 e cerca de 150 mg/100 g de gordura, de preferência entre cerca de 30 mg/100 g de gordura e cerca de 150 mg/100 g de gordura, mais preferencialmente entre cerca de 30 mg/100 g de gordura e cerca de 90 mg/100 g de gordura.
[0024] De preferência, o produto lácteo (leite ou lacticínio), principalmente a matéria gorda láctea, da invenção, é obtido a partir de um ruminante, mais preferencialmente obtido duma vaca.
[0025] Possivelmente, o produto lácteo (leite ou lacticínio), principalmente a matéria gorda (do leite) láctea, da invenção, contém desde cerca de 60% a cerca de 70% de gordura saturada (P gordura saturada: P gordura total).
[0026] De modo vantajoso, o produto lácteo da presente invenção é um leite que inclui entre cerca de 3% e cerca de 4 % (p:p) de proteína (da qual cerca de 80% de caseína), entre cerca de 3% e cerca de 6 % (p:p) de gordura, entre cerca de 4% e cerca de 5% (p:p) de hidratos de carbono e entre cerca de 0,6 e cerca de 1% de minerais, sendo estes principalmente cloretos de cálcio, de potássio e fósforo (isto é, comparativamente ao peso total % do produto lácteo de 100%).
[0027] Alternativamente, o produto lácteo da invenção é um produto lácteo enriquecido em leite gordo, tal como um produto de barrar, de preferência uma manteiga, uma bebida com leite, natas ou um queijo. A presente invenção refere-se igualmente a uma composição alimentar ou de ração (funcional) que inclui o produto lácteo ou a matéria gorda láctea da invenção ou obtida a partir dum produto lácteo ou de matéria gorda láctea da invenção, tal como um gelado, natas, produtos de padaria ou de confeitaria.
[0028] Por 'cerca de', significa preferencialmente todos
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6/22 os números reais mais ou menos 10%. Por exemplo, por 'cerca de 4%', significa qualquer número real entre 3,6% e 4,4%.
[0029] O produto lácteo de ruminante (leite, lacticínio ou matéria gorda do leite) da presente invenção e obtido a partir do leite de ruminante, pode ser utilizado isoladamente (como leite, uma nata de leite ou matéria gorda láctea anidra), como um produto derivado (como uma pasta de barrar, tipo manteiga, uma bebida com leite ou queijo), ou como um suplemento ou ingrediente activo numa composição de ração (funcional) ou numa composição alimentar (funcional) com outros ingredientes usuais desta composição, como ou numa composição nutracêutica e/ou como ou numa composição farmacêutica.
[0030] Vantajosamente, este medicamento (composição farmacêutica) e/ou composição nutracêutica que inclui o produto lácteo, principalmente a matéria láctea gorda da invenção é facultada (presente) numa composição alimentar, de preferência um produto lácteo para barrar, mais preferencialmente uma manteiga que possui entre cerca de 10% e cerca de 50% (preferencialmente de cerca de 40%) (p:p) da gordura total (lípido) e um teor de colesterol que se encontra entre cerca de 10 mg/100 g de gordura e cerca de 150 mg/100 g gordura, de preferência entre cerca de 30 mg/100 g gordura e cerca de 150 mg/100 g gordura, mais preferencialmente entre cerca de 30 mg/100 gordura e cerca de 90 mg/100 g gordura.
[0031] O consumo do produto lácteo, principalmente da matéria láctea gorda da presente invenção aumenta, de modo vantajoso aumenta o teor de ácidos gordos poli-insaturados (cadeia longa) (tal como ácido araquidónico, ácido eicosapentaenóico e ácido docosa-hexaenóico) no sangue dum mamífero (incluindo o ser humano).
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7/22 [0032] Mais precisamente, o consumo do produto lácteo, principalmente da matéria láctea gorda da presente invenção aumenta ainda o teor de ácidos gordos ω3 poli-insaturados de cadeia longa no sangue dum mamífero (incluindo o ser humano). [0033] Por ácidos gordos ω3 de cadeia longa, entende-se ácido eicosapentaenóico (EPA) e ou ácido docosa-hexaenóico (DHA).
[0034] O consumo do produto lácteo, principalmente da matéria láctea gorda da presente invenção diminui ainda o teor de triglicéridos no sangue dum mamífero (incluindo o ser humano) (comparativamente à gordura do leite dum ruminante que não possui um teor reduzido de colesterol (possuindo um teor de colesterol de cerca de 280 mg/100 g de gordura).
[0035] O consumo do produto lácteo, principalmente da matéria láctea gorda da presente invenção aumenta em, pelo menos, cerca de 15% (de preferência em, pelo menos, cerca de 30%, mais preferencialmente em, pelo menos, cerca de 50%) do teor de colesterol HDL no sangue dum mamífero (incluindo o ser humano) e aumenta preferencialmente o teor de colesterol não HDL no sangue menos do que cerca de 10%, mais preferencialmente em menos do que 20%.
[0036] Por conseguinte, o consumo do produto lácteo, principalmente da matéria láctea gorda da presente invenção diminui igualmente o índice aterogénico de sangue de mamífero (incluindo um ser humano) em, pelo menos, cerca de 10%, de preferência em, pelo menos, cerca de 20%, mais preferencialmente em, pelo menos, cerca de 30%.
[0037] A presente invenção refere-se ainda a uma composição alimentar (medicamento e/ou nutracêutica) enriquecida no produto lácteo, principalmente a matéria gorda
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8/22 láctea da invenção, sendo que este alimento possui um teor baixo de colesterol e inclui entre cerca de 12% e cerca de 90% (de preferência, entre cerca de 22% e cerca de 50%, mais preferencialmente entre cerca de 35% e cerca de 45%) (p:p; em matéria seca) gordura (lípido), para diminuir o teor de colesterol total do sangue do mamífero (incluindo o ser-humano) (comparativamente ao leite gordo do leite do ruminante que não possui um baixo teor de colesterol (possuindo um teor de colesterol de cerca de 280 mg/100 g gordura)).
[0038] Vantajosamente, o alimento (medicamento e/ou nutracêutico) da invenção é um produto lácteo seleccionado da lista que consiste de produtos lácteos para barrar, preferencialmente manteiga, leite fermentado, leite com sabor e natas.
[0039] Outro aspecto refere-se a um regime em que o leite gordo é substituído por leite gordo de baixo teor de colesterol e/ou regime enriquecido em leite gordo de baixo teor de colesterol da invenção, para utilização como um medicamento.
[0040] Um regime preferido para utilização como um medicamento contém desde cerca de 10% a cerca de 22% da gordura total (p:p; matéria seca) incluindo leite gordo (com baixo teor de colesterol) e um baixo teor de colesterol (com valores entre cerca de 10 mg/100 g de gordura (total) e cerca de 150 mg/100 g de gordura (total), de preferência com valores entre cerca de 30 mg/100 g de gordura (total) e cerca de 150 mg/100 g de gordura (total), mais preferencialmente com valores entre cerca de 30 mg/100 de gordura (total) e cerca de 90 mg/100 g de gordura (total).
[0041] Vantajosamente, o produto lácteo (ou regime que contém o produto lácteo da invenção), principalmente a matéria
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9/22 láctea gorda da invenção, é utilizado no tratamento e/ou prevenção duma doença neurológica, de preferência uma doença seleccionada do grupo que consiste de depressão (incluindo depressão pós parto), doença de Alzheimer, perturbações comportamentais, tais como Perturbação de Hiperactividade com Défice de Atenção (PHDA) e hiperactividade, assim como perturbação do desenvolvimento da coordenação, epilepsia ou uma mistura destes.
[0042] O produto lácteo (ou regime que contenha o produto lácteo), principalmente a matéria láctea gorda da invenção pode ainda ser utilizado no tratamento e/ou na prevenção de doença inflamatória, de preferência seleccionada do grupo que consiste de condição inflamatória crónica, tal como artrite reumatóide, uma perturbação cutânea, uma perturbação gastrointestinal (Doença Inflamatória do Intestino, doença de Crohn), uma sensibilidade alérgica, principalmente em crianças muito pequenas, pneumonia, capacidade pulmonar/respiratória reduzida e perturbação pulmonar crónica ou uma mistura dos mesmos. [0043] O produto lácteo (ou regime que contenha o produto lácteo) da invenção pode ainda ser utilizado no tratamento e/ou prevenção de doenças cardiovasculares e/ou doenças hepáticas [0044] Preferencialmente, o produto lácteo (ou regime), principalmente da matéria láctea gorda, de acordo com a presente invenção tem como objectivo ser utilizado no tratamento e/ou prevenção de doença hepática, sendo mais preferencialmente a esteatose.
[0045] Preferencialmente, o produto lácteo (ou regime), principalmente a matéria láctea gorda, de acordo com a presente invenção tem como objectivo ser utilizado no tratamento e/ou prevenção de doença cardiovascular e/ou de doença hepática e/ou
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10/22 de doença inflamatória e/ou de doença neurológica pela diminuição do índice aterogénico de sangue de mamíferos (incluindo o ser humano) em, pelo menos, 10% (preferencialmente em, pelo menos, cerca de 20%, ainda mais preferencialmente em, pelo menos, cerca de 30%) e/ou pela diminuição do teor de ácidos gordos poli-insaturados (cadeia longa) em sangue de mamíferos (incluindo o ser humano) e/ou possivelmente pela diminuição do teor de triglicéridos em sangue de mamíferos (incluindo o ser humano).
[0046] A presente invenção refere-se igualmente a um produto lácteo de ruminante com baixo teor de colesterol (leite ou lacticínio com um baixo teor de colesterol), especialmente uma matéria láctea gorda, suplementada com uma fonte de ácidos gordos ω3, preferencialmente seleccionada do grupo constituído por ácido α-linolénico (ALA), ácido eicosapentaenóico (EPA) e/ou ácido docosa-hexaenóico (DHA) (em que é adicionado ácidos gordos ω3 de cerca de 0,5% (w^:wfat) a cerca de 10% (w^:wfat), preferencialmente de 2% (w^:wfat) a cerca de 8% (w^:wfat), preferencialmente a cerca de 6% (w^:wfat) (isto é: comparado com o peso total da gordura do produto lácteo sendo 100%); possivelmente para utilização como medicamento.
[0047] Mais preferencialmente, a presente invenção refere-se a um produto lácteo (leite ou lacticínio), especialmente uma matéria láctea gorda possivelmente suplementada (com adição de) sendo uma fonte de ácidos gordos ω3 o ácido α-linolénico (ALA), (tendo uma proporção (molar) de ALA para ácido linoleico compreendida entre cerca de 0,2 e cerca de 1,5, preferencialmente entre cerca de 1 e cerca de 1,5) com um teor reduzido de colesterol), possivelmente para utilização como medicamento.
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11/22 [0048] Outro aspecto da presente invenção refere-se a um método para aumentar o teor no sangue (ou plasma) num mamífero (incluindo o ser humano) de ácidos gordos poli-insaturados (ω3) através do consumo do produto lácteo (ou regime contendo o produto lácteo), especialmente a matéria láctea gorda, da invenção, preferencialmente em substituição de uma matéria láctea gorda (de ruminante) não tendo um teor reduzido de colesterol (tendo um teor de colesterol de cerca de 280 mg/100 g de gordura).
[0049] Ainda outro aspecto da presente invenção refere-se a um método para reduzir o teor de triglicéridos no sangue (ou plasma) num mamífero (incluindo o ser humano) através do consumo do produto lácteo (ou regime contendo o produto lácteo), especialmente a matéria láctea gorda, da invenção, preferencialmente em substituição de uma matéria láctea gorda (de ruminante) não tendo um teor reduzido de colesterol (tendo um teor de colesterol de cerca de 280 mg/100 g de gordura).
[0050] Outro aspecto da invenção refere-se a um método para aumentar, pelo menos, em cerca de 15% (preferencialmente em, pelo menos, cerca de 30%, mais preferencialmente em, pelo menos, cerca de 50%) o teor de colesterol HDL em sangue de mamíferos (incluindo o ser humano) e preferencialmente aumentando o teor de colesterol não HDL em, no mínimo, menos de cerca de 20%, mais preferencialmente em, pelo menos, cerca de 10%, neste sangue de mamífero (incluindo o ser humano) pelo consumo do produto lácteo (ou regime contendo o produto lácteo), especialmente a matéria láctea gorda, da invenção.
[0051] Portanto, este consumo no método da invenção fornece um aumento do índice aterogénico de sangue de mamíferos em, pelo menos, cerca de 10%, preferencialmente em, pelo menos, cerca de 20, ainda mais preferencialmente, em, pelo menos, cerca
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12/22 de 30%.
[0052] Um último aspecto da presente invenção refere-se a um método para reduzir o teor de colesterol em sangue de mamífero (incluindo o de ser humano) através do consumo de uma ração ou composição alimentar incluindo (enriquecida com) ou obtida da matéria láctea gorda (ou produto lácteo da invenção), tendo esta ração ou composição alimentar um teor de lípidos situado entre cerca de 3% (leite) e cerca de 85% (manteiga) , preferencialmente de cerca de 22% e cerca de 50%, mais preferencialmente entre cerca de 35% e cerca de 45% (p:p; calculado em matéria seca), ou entre cerca de 20% (leite) e cerca de 98% (manteiga) (p:p; calculado em matéria seca), e um baixo teor de colesterol em vez de gordura de leite (de ruminante) não tendo um baixo teor de colesterol (tendo um teor de colesterol de cerca de 280 mg/100 g de gordura). Descrição detalhada da invenção [0053] Conforme descrito no método da Patente Europeia
EP-387708 B1, os inventores reduziram o teor de colesterol de leite de vaca tratando-o com β-ciclodextrina.
[0054] Mais precisamente, 5 kg de gordura de leite de vaca contendo 278 mg de colesterol/100 g de gordura foram misturados durante 30 minutos a 55°C com 5 kg de uma solução de 6% de beta-ciclodextrina para formar uma emulsão “óleo em água. Foi recuperada gordura de leite com um teor de colesterol mais baixo (25 mg/100 g) através de centrifugação contínua, lavando com água, segunda centrifugação contínua e secagem sob vácuo. [0055] Os inventores trataram 56 animais hamsters, sendo um modelo cardiovascular adaptado para a população humana com diversos regimes que simulam as dietas humanas (relativamente a teor de gordura de 12,5% e 22% (% em matéria seca)) e contendo gordura de leite tratada ou não com um regime clássico (leite
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13/22 magro).
[0056] Comparando animais alimentados com regime (intensamente) enriquecido com gordura de leite e regime clássico, os inventores observaram um aumento consistente de colesterol no sangue e uma tendência de aumento de triglicéridos no sangue. No entanto, o índice aterogénico, sendo este o índice de colesterol HDL e não HDL apenas afectado marginalmente. [0057] Portanto, os inventores concluíram que alimentando um animal (incluindo o ser humano) com uma gordura de leite rica em colesterol (ou não tratada, isto é, contendo cerca de 280 mg de colesterol por 100 g de gordura) resulta no agravamento da maioria do parâmetros sanguíneos no que respeita a um risco cardiovascular e doenças associadas, consistente com a má imagem nutricional dos produtos lácteos.
[0058] Alem disso, os inventores observaram que o fígado de hamsters alimentados com a gordura de leite rica em colesterol é maior, tal como o seu colesterol e teor de triglicéridos, os quais são aumentados em cerca 6 vezes e em cerca de 2 vezes. [0059] Os inventores mediram em paralelo os mesmos parâmetros para hamsters alimentados com a gordura de leite com baixo teor de colesterol (25 mg/100 g) da invenção [0060] Por comparação com hamsters alimentados com gordura de leite rica em colesterol, os inventores mediram uma redução consistente no colesterol no sangue, nos triglicéridos e no índice aterogénico em animais alimentados com a gordura de baixo teor de colesterol da invenção.
[0061] Os inventores concluem portanto que (todos) os principais parâmetros sanguíneos relevantes para a medição de um risco cardiovascular e doenças associadas são melhorados pelo produto lácteo da invenção (gordura de leite de baixo teor de
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14/22 colesterol) por comparação com animais alimentados com gordura de leite normal (rica em colesterol).
[0062] Por comparação com hamsters alimentados com regime clássico, o teor de triglicéridos no sangue não melhora de forma consistente em animais alimentados com a gordura de leite de baixo teor de colesterol da invenção.
[0063] Curiosamente, alimentando animais com gordura de leite de baixo teor de colesterol (em vez do regime clássico), o colesterol 'mau' (não HDL) não aumentou, enquanto o colesterol bom (HDL) aumentou consistentemente, especialmente quando dando regimes (contendo a matéria láctea gorda da invenção) a 22% de lípidos, que simulam dietas humanas actuais, especialmente na Europa, EUA e Japão.
[0064] Os parâmetros hepáticos tais como peso total e teor de colesterol (de animais alimentados com a matéria láctea gorda da invenção) são semelhantes àqueles dos hamsters alimentados com o regime clássico (não contendo gordura de leite), com a excepção do teor de triglicéridos e fosfolípidos que eram mais elevados. [0065] Em todos os casos, o índice aterogénico é consistente e diminuiu significativamente em animais alimentados com a gordura de leite de baixo teor de colesterol da invenção. [0066] Os inventores concluíram, portanto que, apesar de alimentarem os animais com um produto que é rico em gorduras saturadas, os seus parâmetros sanguíneos e hepáticos não se degradaram e, em alguns aspectos, melhoraram.
[0067] Aperfeiçoando as suas observações, os inventores mediram um aumentos consistente e significativo de teor plasmático de EPA e DHA em animais alimentados com o leite de baixo teor de colesterol da invenção.
[0068] Como existe uma necessidade de aumentar o teor
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15/22 sanguíneo de cadeias longas de ácidos gordos ω3 em animais (incluindo seres humanos), os inventores deduzem que o leite de baixo colesterol que testaram é uma composição neutracêutica muito adequada, uma composição de ração (ou alimentação) funcional ou um ingrediente ou composição adequado e eficiente. [0069] Os inventores concluem que, a longo prazo, esta gordura de leite de baixo teor de colesterol é segura e até melhora diversos parâmetros sanguíneos de um mamífero (incluindo um ser humano).
[0070] Os inventores alimentaram ainda outro grupo de hamsters com gordura de leite enriquecida com ácido gordo essencial ω3, ácido α-linolénico (ALA).
[0071] Com a excepção de um forte aumento no teor plasmático do ácido α-linolénico, os inventores notaram apenas uma redução marginal de teor de triglicéridos e colesterol no seu sangue em comparação com os grupos de controlo.
[0072] Os inventores notaram ainda que tanto a adição à gordura de leite de ácido gordo ω3 ácido α-linolénico como a redução de teor de colesterol desta gordura de leite (enriquecida em ALA) cria sinergias e provoca uma forte redução do teor de colesterol e triglicéridos do sangue, acoplado com um aumento consistente do teor plasmático dos três ácidos gordos ω3 medidos (ALA, EPA e DHA).
[0073] Portanto, apesar de se poder recear que um animal (incluindo o ser humano) alimentado com leite de baixo colesterol (gordura) terá valores sanguíneos e hepáticos aumentados de triglicéridos (e terão risco cardiovascular mais elevado), estes dados comparativos mostram claramente que o aumento temido não é necessariamente espectacular ou consistente e não se traduz num aumento do aumento do tamanho do fígado. Mais importante, a
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16/22 gordura de leite de baixo teor de colesterol da invenção resulta num aumento dos ácidos gordos ω3 de cadeia longa, tais como EPA e DHA medidos em plasma animal, sendo estes ácidos gordos ω3 de cadeia longa conhecidos por melhorar diversos aspectos relacionados com saúde.
[0074] A presente invenção será descrita em maior detalhe nos seguintes exemplos não limitativos.
[0075] Os inventores desenvolveram um regime em que a gordura de leite é substituída por gordura de leite de baixo colesterol e/ou regime enriquecido em gordura de leite de baixo colesterol.
[0076] Um regime típico contém desde cerca de 10% a cerca de 22% da gordura total (p:p; matéria seca) e um baixo teor de colesterol (com valores entre cerca de 10 mg/100 g de gordura (total) e cerca de 150 mg/100 g de gordura (total), de preferência com valores entre cerca de 30 mg/100 g de gordura (total) e cerca de 150 mg/100 g de gordura (total), mais preferencialmente com valores entre cerca de 30 mg/100 de gordura (total) e cerca de 90 mg/100 g de gordura (total).
[0077] Alternativamente, o especialista na técnica e/ou o consumidor podem replicar um tal regime substituindo os produtos lácteos tomados normalmente (e possivelmente reduzindo o seu consumo de outros produtos ricos em colesterol tais como carne) pelos produtos lácteos da invenção (que contêm a gordura de leite de baixo teor de colesterol da invenção).
EXEMPLOS
Exemplo 1 [0078] Os inventores dividiram 56 hamsters em 8 grupos. Grupo G1: hamsters alimentados com gordura de leite de inverno. Grupo G2: hamsters alimentados com gordura de leite de inverno
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17/22 mais empobrecido em colesterol (isto é, gordura de leite de baixo teor de colesterol).
Grupo G3: hamsters alimentados com gordura de leite de primavera. Grupo G4: hamsters alimentados com gordura de leite de primavera mais empobrecido em ALA.
Grupo G5: hamsters alimentados com gordura de leite de primavera fortemente enriquecido em ALA.
Grupo G6: hamsters alimentados com gordura de leite de primavera mais empobrecido em colesterol e enriquecido em ALA.
Grupo G7: hamsters alimentados com gordura de leite de primavera mais empobrecido em colesterol e fortemente enriquecido em ALA. Grupo G8: hamsters de controlo tendo recebido ração clássica. [0079] De modo a empobrecer o colesterol, os inventores misturaram gordura de leite com β-ciclodextrina. O teor de colesterol foi reduzido em cerca de 90%.
[0080] Foi dado aos hamsters durante 5 semanas um primeiro regime tendo 12,5% de lípidos (caracterizado em detalhe no Quadro 1 a seguir).
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18/22
Quadro 1: 12,5% de dieta de lípidos
G1 G2 G3 G4 G5 G6 G7
Matéria seca (100 g)
amido (g) 37,50 37,50 37,50 37,50 37,50 37,50 37,50
sacarose (g) 17,50 17,50 17,50 17,50 17,50 17,50 17,50
caseína (g) 20,00 20,00 20,00 20,00 20,00 20,00 20,00
Total de lípidos (g) 12,50 12,50 12,50 12,50 12,50 12,50 12,50
saturados (g) 8,59 8,55 7,80 7, 60 6, 94 7,55 6, 92
LA (g) 0,20 0,20 0,32 0,39 0,58 0,40 0,58
ALA (g) 0,08 0,08 0,10 0,37 0, 95 0,36 0, 96
LA/ALA 2, 42 2,52 3,09 1,07 0, 61 1, 11 0, 60
colesterol (mg) 34,8 3,1 32,0 31, 9 27,8 3, 8 3,3
celulose (g) 5, 00 5, 00 5, 00 5, 00 5, 00 5, 00 5, 00
minerais (g) 5, 00 5, 00 5, 00 5, 00 5, 00 5, 00 5, 00
vitaminas (g) 2,50 2,50 2,50 2,50 2,50 2,50 2,50
Total de energia ingerida (%)
açúcar 53,30 53,30 53,30 53,30 53,30 53,30 53,30
proteínas 19, 40 19, 40 19, 40 19, 40 19, 40 19, 40 19, 40
total de lípidos (g) 27,30 27,30 27,30 27,30 27,30 27,30 27,30
saturados 18,75 18, 66 17,03 16,57 15, 15 16, 47 15,09
LA 0,43 0,43 0, 69 0, 85 1,25 0,87 1,26
ALA 0,18 0,17 0,22 0,80 2,07 0,78 2,08
[0081] Após 5 semanas, amostras de sangue foram colhidas por punção cardíaco em animais famintos.
[0082] Posteriormente, foi dado aos hamsters durante 12 semanas regime tendo 22% de lípidos (caracterizado em detalhe no Quadro 2 a seguir).
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19/22
Quadro 2: 22% de dieta de lípidos
G1 G2 G3 G4 G5 G6 G7
Matéria seca (100 g)
amido (g) 37,50 37,50 37,50 37,50 37,50 37,50 37,50
sacarose (g) 8,00 8,00 8,00 8,00 8,00 8,00 8,00
caseína (g) 20,00 20,00 20,00 20,00 20,00 20,00 20,00
total de lípidos (g) 22,00 22,00 22,00 22,00 22,00 22,00 22,00
saturados (g) 15, 12 15, 05 13,73 13,37 12,22 13,29 12, 17
LA (g) 0,35 0,35 0,56 0, 69 1,01 0,70 1,02
ALA (g) 0,14 0,14 0,18 0, 64 1, 67 0, 63 1, 68
LA/ALA 2, 42 2,52 3,09 1,07 0, 61 1, 11 0, 60
colesterol (mg) 61,2 5,5 56,3 56, 1 48,8 6,6 5,7
celulose (g) 5, 00 5, 00 5, 00 5, 00 5, 00 5, 00 5, 00
minerais (g) 5, 00 5, 00 5, 00 5, 00 5, 00 5, 00 5, 00
vitaminas (g) 2,50 2,50 2,50 2,50 2,50 2,50 2,50
Total de energia ingerida (%)
açucar 39, 60 39, 60 39, 60 39, 60 39, 60 39, 60 39, 60
proteínas 17, 40 17, 40 17, 40 17, 40 17, 40 17, 40 17, 40
total de lípidos (g) 43, 00 43, 00 43, 00 43, 00 43, 00 43, 00 43, 00
saturados 29,59 29, 45 26, 87 26, 15 23, 91 25, 99 23, 82
LA 0, 68 0, 68 1,09 1,35 1, 98 1,37 1, 99
ALA 0,28 0,27 0,35 1,26 3,26 1,24 3,29
Nota: Nos Quadros 1 e 2, os minerais e vitaminas dão fornecidos numa mistura. As misturas padrão fornecem a dose diária recomendada de minerais e vitaminas. LA significa ácido linoleico (ácido gordo essencial ω6).
[0083] Quinze semanas após o inicio da experiência (10 semanas após ter sido dado o regime de 22% de lípidos) , uma segunda amostra de sangue foi colhida por punção cardíaco em animais famintos.
[0084] Dezessete semanas após o inicio da experiência (12 semanas após ter sido dado o regime de 22% de lípidos), uma terceira amostra de sangue foi colhida por punção cardíaco em animais que tiveram livre acesso à sua ração.
[0085] Os outros animais foram sacrificados de modo a
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20/22 analisar os seus orgãos.
[0086] Os parâmetros plasmáticos são apresentados em detalhe no quadro 3.
Quadro 3: Parâmetros sanguíneos nos três pontos temporais.
Amostras de sangue na semana 5
G1 G2 G3 G4 G5 G6 G7 G8
Colesterol (mg/dl) Triglicéridos (mg/dl) Fosfolípidos (mg/dl) Colesterol HDL (mg/dl) Colesterol não HDL (mg/dl) Índice não HDL/HDL 290 274 283 286 265 255 241 149
255 203 255 238 276 282 233 132
420 419 438 437 421 410 394 256
174 186 180 189 148 157 151 78
116 90 103 97 117 99 90 69
0,80 0,49 0,58 0,54 0,83 0, 66 0, 60 0,89
Amostra de sangue na semana 15
G1 G2 G3 G4 G5 G6 G7 G8
colesterol (mg/dl) Triglicéridos (mg/dl) Fosfolípidos (mg/dl) Colesterol HDL (mg/dl) Colesterol não HDL (mg/dl) Índice não HDL/HDL 285 224 283 254 225 212 162 133
272 121 260 188 216 174 164 105
436 345 435 393 337 329 281 227
184 150 182 172 135 131 101 82
101 79 101 83 90 81 60 50
0,56 0,52 0,58 0, 62 0, 68 0,78 0,74 0, 64
Amostra de sangue na semana 17
G1 G2 G3 G4 G5 G6 G7 G8
colesterol (mg/dl) Triglicéridos (mg/dl) Fosfolípidos (mg/dl) Colesterol HDL (mg/dl) Colesterol não HDL (mg/dl) Índice não HDL/HDL 257 214 256 242 226 208 159 226
275 242 252 256 310 219 214 310
424 396 419 399 363 376 325 363
156 135 162 145 112 117 95 112
101 79 93 97 114 91 63 114
0, 69 0, 61 0, 61 0, 68 1,08 0,82 0,70 1,08
[0087] A proporção não HDL/HDL significa índice aterogénico medido como colesterol não HDL dividido pelos valores de colesterol HDL. Índices aterogénicos elevados representam um risco acrescido de ataque cardiovascular.
[0088] Além do colesterol total, as ingestões de colesterol e ácidos gordos saturados, o índice aterogénico de sangue medido é uma medida independente preditiva do risco de doenças cardiovasculares.
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21/22
Quadro 4: peso do animal e parâmetros hepáticos
G1 G2 G3 G4 G5 G6 G7 G8
Peso inicial (g) 56, 8 57,8 56, 1 56,5 56, 8 56, 4 55,3 58,2
Peso na semana 17 127, 0 128,0 126, 0 128,7 125, 0 136, 0 129,5 113,3
Diferença (g) 70,3 70,3 6 9,9 72,0 68,3 78,7 74,3 55,2
peso do fígado (g) 6, 45 5,76 6, 45 6,64 6,19 6,23 5,72 4,66
SD 0,81 0, 69 0,55 0,78 0, 44 0,59 0, 69 0,42
fígado/total %(p:p) 5, 07 4,5 5, 11 5, 15 4, 97 4,58 4, 42 4, 11
Colest (mg/g fígado) 19,39 3, 98 25, 96 20,13 12, 65 4, 47 3, 03 3,55
SD 8,36 2, 17 8, 92 7, 99 7,18 2,51 1,59 1,16
[0089] Conforme apresentado no Quadro 4, é claro que o peso do fígado e o seu conteúdo de colesterol dos grupos que recebem regimes de gordura de leite de baixo colesterol (G2 e G7) estão perto dos valores do grupo de controlo ou mesmo melhores que os grupos de controlo G1, G3 e em alguns aspectos do G8. Adicionalmente, os inventores mediram os valores plasmáticos para os ácidos gordos de todos os hamsters de G1 a G7 Quadro 5: Valores plasmáticos de ácidos gordos nos grupos de 1 a 7
G1 G2 G3 G4 G5 G6 G7
Triglicéridos (%FA)
Saturados 60,58 58,58 48, 68 46,54 45,71 50, 64 47, 02
Monoinsaturados 35,77 37, 61 47,19 47,38 44, 43 43,55 42, 17
Poli-insaturados 3, 65 3, 81 4, 12 6, 08 9,86 5, 82 10,80
EPA+DHA 0,16 0,21 0,10 0,11 0,17 0,21 0,19
Fosfolípidos (%FA)
Saturados 45, 47 45,31 45,79 48, 61 44,78 45, 41 45,28
Monoinsaturados 36, 04 32,51 33, 15 30, 66 27,22 27,58 22, 95
Poli-insaturados 18,49 22, 18 21,05 20,73 28,00 27, 01 31,77
EPA+DHA 2, 92 4,36 2,33 1,58 2,83 3, 65 3, 96
[0090] Conforme demonstrados no Quadro 5, a redução de colesterol na gordura dada aos animais resulta num conteúdo aumentado de ácidos gordo poli-insaturados no plasma, à custa do conteúdo de ácido gordo monoinsaturado para ácidos gordos na forma de fosfolípidos, e à custa de tanto os ácidos gordos saturados como monoinsaturados para ácidos gordos na forma de
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22/22 triglicéridos.
[0091] A adição de ALA no regime resulta num aumento de ácidos gordos poli-insaturados no plasma, mas os valores de EPA e DHA não aumentam comparativamente não chegando mesmo a alcançar valores maiores, como os obtidos em G2.
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1/2

Claims (6)

  1. REIVINDICAÇÕES
    1. Produto lácteo de ruminante com baixo teor de colesterol, para uso no tratamento e/ou prevenção de uma doença hepática, dito produto sendo caracterizado pelo fato de conter de 60% a 70% de gordura saturada (P gordura saturada: P gordura total), sendo que o teor de colesterol se encontra entre 30 mg/100g de gordura e 150mg/100g de gordura.
  2. 2. Produto lácteo de ruminante com baixo teor de colesterol, para uso no tratamento e/ou prevenção de uma doença renal, de acordo com a reivindicação 1, caracterizado pelo fato de doença hepática ser a esteatose.
  3. 3. Produto lácteo de ruminante com baixo teor de colesterol, para uso no tratamento e/ou prevenção de uma doença hepática, de acordo com a reivindicação 1, caracterizado pelo fato de o teor de colesterol se encontrar entre 30 mg/100 g de gordura e 90 mg/100 g de gordura.
  4. 4. Produto lácteo de ruminante com baixo teor de colesterol, de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 ou 2, caracterizado pelo fato de o produto ser suplementado com uma fonte de ácido graxo omega-3 selecionada do grupo consistindo de ácido a-linoléico (ALA), ácido eicosapentaenóico (EPA) e ácido docosa-hexanóico (DHA), e sendo que o ácido graxo omega 3 é adicionado de 2% (em peso de ω3/peso de gordura) a 10% (em peso de ω3/peso de gordura).
  5. 5. Produto lácteo de ruminante com baixo teor de colesterol, para uso no tratamento e/ou prevenção de uma doença hepática, de acordo com qualquer uma das reivindicações de 1 a 4, caracterizado pelo fato de o produto ser selecionado do grupo constituído por leite, matéria gorda do leite anidra, pasta de barrar, gelado, nata do leite, queijo, leite fermentado, leite aromatizado e nata.
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  6. 6. Produto lácteo de ruminante com baixo teor de colesterol, para uso no tratamento e/ou prevenção de uma doença hepática, de acordo com a reivindicação 5, caracterizado pelo fato de a pasta de barrar ser manteiga ou manteiga de barrar.
    Petição 870170054013, de 28/07/2017, pág. 31/35
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