BR112020012987A2

BR112020012987A2 - vidraça laminada

Info

Publication number: BR112020012987A2
Application number: BR112020012987-9A
Authority: BR
Inventors: Octavio Cintora Gonzalez; Vincent Sauvinet; Adèle Verrat Debailleul
Original assignee: Saint-Gobain Glass France
Priority date: 2018-01-26
Filing date: 2019-01-23
Publication date: 2020-12-01
Also published as: RU2766145C1; KR20200115512A; US11472162B2; WO2019145638A1; MX2020007887A; PE20201193A1; US20210060905A1; FR3077293A1; CN110366545A; EP3743396A1; FR3077293B1; JP2021510665A; JP7261237B2; EP3743396B1; MA51680A

Abstract

A invenção tem como objetivo uma vidraça laminada que compreende uma primeira folha de um vidro colorido e uma segunda folha de um vidro claro montadas uma à outra por meio de um intercalar de laminação, a referida primeira folha tendo uma espessura e1 variando de 1,5 a 2,5 mm, a referida segunda folha tendo uma espessura e2 variando de 0,4 a 1,9 mm, a razão R = e2/e12 sendo de no máximo 0,40 mm-1, a referida vidraça possuindo uma transmissão de luz de pelo menos 70% e uma transmissão solar direta de no máximo 55%, o referido vidro colorido possuindo uma composição química compreendendo um teor em peso de ferro total, expresso sob a forma Fe2O3, variando de 1,1 a 2,0%, com uma razão redox, definida como a razão entre o teor em peso de ferro ferroso, expresso sob a forma FeO, e o teor em peso de ferro total, expresso sob a forma Fe2O3, variando de 0,23 a 0,32.

Description

“VIDRAÇA LAMINADA”

[0001] A invenção refere-se ao campo de vidraças laminadas, mais particularmente vidraças laminadas para veículos a motor, usadas em especial como para-brisas ou vidraças laterais.

[0002] As vidraças laminadas são vidraças em que duas folhas de vidro são ligadas de modo adesivo uma à outra por um intercalar de laminação que possui a capacidade de reter os fragmentos de vidro em caso de quebra. O intercalar de laminação também pode cumprir outras funções, por exemplo, resistência a roubo, acústica, térmica, etc. O intercalar de laminação geralmente compreende pelo menos uma folha polimérica, tipicamente feita de polivinil butiral, capaz de amolecer durante o tratamento de laminação e aderir às folhas de vidro.

[0003] As vidraças laminadas são utilizadas em veículos a motor como para-brisa e, às vezes, como vidraças laterais. Como tal, elas devem atender a um número crescente de requisitos, incluindo requisitos mecânicos (devem resistir ao impacto de pedras), requisitos físicos (devem ser o mais leves possível, de modo a penalizar o mínimo possível o consumo de energia do veículo), requisitos ópticos (sua transmissão no visível deve ser suficiente para permitir uma boa visibilidade ao motorista) e requisitos térmicos (sua transmissão de radiação solar deve ser baixa, de modo que, no verão, reduza a contribuição do calor solar e, portanto, a necessidade de climatização), sem mencionar os requisitos de custo. Outros requisitos estão relacionados ao processo de fabricação dessas vidraças. Em particular, as duas folhas de vidro da vidraça laminada devem poder ser curvadas juntas de maneira a garantir uma montagem perfeita e evitar quaisquer distorções ópticas. Alguns desses requisitos são contraditórios, uma vez uma vidraça mais leve é uma vidraça mais fina, mas que terá tendência a resistir menos ao impacto de pedras e a transmitir mais a radiação infravermelha.

[0004] A invenção tem como objetivo propor uma vidraça laminada que atenda a todos esses requisitos e que seja barata de fabricar.

[0005] Como tal, a invenção tem como objetivo uma vidraça laminada que compreende uma primeira folha de um vidro colorido e uma segunda folha de um vidro claro montadas uma à outra por meio de um intercalar de laminação, a referida primeira folha tendo uma espessura e1 variando de 1,5 a 2,5 mm, a referida segunda folha tendo uma espessura e2 variando de 0,4 a 1,9 mm, a razão R = e2/e1? sendo de no máximo 0,40 mm”, a referida vidraça possuindo uma transmissão de luz de pelo menos 70% e uma transmissão solar direta de no máximo 55%, o referido vidro colorido possuindo uma composição química compreendendo um teor em peso de ferro total, expresso sob a forma Fe20;3, variando de 1,1 a 2,0%, com uma razão redox, definida como a razão entre o teor em peso de ferro ferroso, expresso sob a forma FeO, e o teor em peso de ferro total, expresso sob a forma Fe2O;3, variando de 0,23 a 0,32.

[0006] Um outro objetivo da invenção é uma vidraça para um veículo de transporte, em especial um veículo a motor, em particular um para-brisas ou uma vidraça lateral, compreendendo uma vidraça laminada de acordo com a invenção.

[0007] Nesta vidraça, a segunda folha de vidro é de preferência a folha interior, destinada a ser posicionada no interior do habitáculo do veículo.

[0008] A transmissão de luz é calculada a partir de um espectro experimental realizado sobre a folha de vidro ou vidraça considerada, levando em conta o iluminante A definido pela norma ISO 11664-2 e o observador de referência CIE 1931 (2º) definido pela norma ISO 11664-1. A transmissão solar direta é determinada de acordo com a norma ISO 9050: 2003.

[0009] Por "vidro claro" entende-se um vidro cuja transmissão de luz é de pelo menos 90% para uma espessura de 2 mm. Os vidros claros geralmente contêm um teor em peso de ferro total de no máximo 0,15%, em especial 0,1% e mesmo 0,08%. O teor em peso de ferro total de vidros claros é, no entanto, geralmente de pelo menos 0,01%, porque as matérias-primas naturais usadas na fusão do vidro contêm impurezas de ferro, e teores mais baixos exigiriam a utilização de matérias-primas particularmente caras. O vidro claro geralmente não contém outros agentes corantes além do ferro; em particular, ele de preferência não contém óxido de cobalto, óxido de cromo, de selênio, óxido de cobre, óxido de níquel e óxidos de terras raras, exceto impurezas inevitáveis.

[0010] A escolha das espessuras e1 e e2 e da razão R provou ser particularmente crucial para obter a resistência ao impacto de pedras desejada, bem como boas propriedades ópticas e energéticas.

[0011] A espessura e2 é de preferência de no máximo 1,8 mm, em especial 1,7 mm, ou mesmo 1,6 mm e até 1,5 mm. A espessura e? é de preferência de pelo menos 0,5 mm, em especial 0,6 mm, ou mesmo 0,7 mm e até 0,8 mm ou 0,9 mm. Ela está de preferência compreendida em uma faixa variando de 0,5 a 1,7 mm.

[0012] A espessura e1 é de preferência de no máximo 2,4 mm, em especial 2,3 mm, ou mesmo 2,2 mm ou 2,1 mm. Ela é de preferência de pelo menos 1,6 ou 1,7 mm.

[0013] A razão R é vantajosamente de no máximo 0,35 ou 0,30, em especial 0,25 ou mesmo 0,20. Ela é de preferência de pelo menos 0,10.

[0014] Os pares de espessuras e1/e2 particularmente vantajosos são em especial:

[0015] el =1,6mmee2=0,5 mm

[0016] el=1,6mmee2=0,7mm

[0017] el=1,8mmee2=0,5mm

[0018] el =1,8mmee2=0,7mm

[0019] el=1,8mmee2=1,1mm

[0020] e1l=2,1mmee2=0,5 mm

[0021] e1l=2,1mmee2=0,7mm

[0022] el=21mmee2=1,1mm

[0023] el=21mmee2=1,6mm.

[0024] A vidraça é de preferência constituída da primeira folha, da segunda folha e do intercalar de laminação, o que não exclui, no entanto, que um destes constituintes seja revestido com camadas ou pilhas de camadas, como descrito aqui abaixo.

[0025] A vidraça é de preferência curvada. Para isso, as duas folhas de vidro são curvadas, geralmente juntas, antes de serem montadas por meio do intercalar de laminação. A curvatura pode ser realizada de maneira conhecida, por exemplo, por gravidade (o vidro se deforma sob seu próprio peso) ou por pressionamento, a temperaturas tipicamente variando de 550 a 650 ºC.

[0026] Quando o vidro é curvado, a segunda folha de vidro é vantajosamente a folha interior da vidraça, ou seja, aquela que está situada no lado côncavo da vidraça; esta folha destina-se a ser posicionada no interior do habitáculo do veículo. A primeira folha de vidro é então a folha externa, situada no lado convexo da vidraça; esta folha destina-se a ser posicionada no exterior do habitáculo do veículo.

[0027] A laminação também pode ser realizada de uma maneira conhecida por um tratamento em autoclave, por exemplo, a temperaturas de 110 a 160 ºC e sob uma pressão variando de 1 MPa (10 bar) a 1,5 MPa (15 bar). Antes do tratamento em autoclave, o ar retido entre as folhas de vidro e o intercalar de laminação pode ser eliminado por calandragem ou por vácuo.

[0028] Para melhorar a resistência ao impacto de pedras, a primeira folha de vidro é de preferência feita de vidro não reforçado mecanicamente. Ele não é, portanto, neste caso, nem temperado nem endurecido. Por “não reforçado mecanicamente” significa que a folha de vidro não foi reforçada por endurecimento químico ou por meio de resfriamento forçado, a fim de criar altas tensões de compressão na superfície da folha de vidro. Esta definição não exclui, no entanto, a possibilidade de usar meios de resfriamento convencionalmente utilizados e necessários para o cumprimento dos tempos de ciclo ou para obter tensões de forma. Durante um processo de formação de vidraça para veículo a motor, é realmente necessário resfriar o vidro após a sua formação, a fim de respeitar os tempos de ciclo e criar tensões de forma, colocando a periferia da vidraça em compressão para aumentar a resistência das bordas à quebra. O termo "não reforçado mecanicamente", portanto, não exclui a presença de tensões de borda.

[0029] O vidro não reforçado mecanicamente é de preferência tal que a tensão residual da tensão do núcleo seja de no máximo 12 MPa, em especial 5 MPa, ou mesmo 2 MPa. Tais valores de tensão são obtidos em especial com velocidades de resfriamento de no máximo 1 ºC por segundo após a curvatura, mais precisamente entre a saída do forno de curvatura e a zona na qual a temperatura do vidro corresponde à sua temperatura de recozimento. A medida da tensão residual é em especial realizada sobre uma peça de teste obtida cortando uma peça de teste de 10 mm x 50 mm em paralelepípedo da vidraça, separando a primeira folha de vidro do intercalar de laminação, por exemplo, por tratamento térmico da peça de teste a uma temperatura de 150 a 200 ºC, em seguida medindo as tensões na espessura da folha de vidro. A medição das tensões pode, por exemplo, ser realizada por meio de um biasógrafo, descrito no capítulo 8 da obra "Photoelasticity of Glass" de H. Aben, C. Guillemet (1993) Springer Verlag.

[0030] A segunda folha de vidro pode ser não reforçada mecanicamente ou, pelo contrário, ser de vidro temperado.

[0031] Ainda a fim de melhorar a resistência ao impacto de pedras, a segunda folha de vidro é vantajosamente temperada quimicamente, porque as pequenas espessuras utilizadas dificultam a têmpera térmica. A têmpera química (também chamada de "troca iônica") consiste em colocar a superfície do vidro em contato com um banho de sais fundidos (por exemplo, nitrato de potássio), de maneira a reforçar a superfície do vidro a partir da troca de íons do vidro (por exemplo, íons de sódio) com fons de maior raio iônico (por exemplo, íons de potássio). Essa troca iônica permite formar tensões de compressão na superfície do vidro e sobre uma certa espessura. De preferência, a tensão superficial é de pelo menos 300 MPa, em especial 400 e mesmo 500 MPa, e de no máximo 700 MPa, e a espessura da zona em compressão é de pelo menos 20 um, tipicamente entre 20 e 50 um. O perfil de tensões pode ser determinado de maneira conhecida com a ajuda de um microscópio polarizador equipado com um compensador de Babinet.

[0032] A primeira folha é de preferência constituída de um vidro soda-cal-sílica.

[0033] Entende-se por "vidro soda-cal-sílica" um vidro contendo sílica como óxido formador e óxidos de sódio e cálcio como óxidos modificadores. Um vidro soda-cal- sílica possui de preferência uma composição química que compreende de 60 a 78% de sílica (SiO2), de 10 a 16% de soda (Na2zO) e de 5 a 15% de cal (CaO). Como indicado anteriormente, este vidro soda-cal-sílica é de preferência não reforçado mecanicamente.

[0034] De acordo com uma modalidade, a segunda folha também é constituída de um vidro soda-cal-sílica. Neste caso, a espessura e? é de preferência de pelo menos

0,6 mm. A segunda folha é de preferência feita de vidro não reforçado mecanicamente.

[0035] No entanto, podem ser utilizados outros tipos de vidro, em particular vidros borossilicatos, aluminossilicatos ou aluminoborossilicatos.

[0036] De acordo com uma outra modalidade, a segunda folha de vidro é em particular constituída de um vidro aluminossilicato, em especial de sódio. O vidro é então de preferência temperado quimicamente. A espessura e2 é vantajosamente, neste caso, de no máximo 0,7 mm, ou mesmo 0,6 mm, em especial compreendida em uma faixa variando de 0,4 a 0,55 mm.

[0037] O vidro aluminossilicato de sódio compreende de preferência de 55 a 73% em peso de SiO>, de 2 a 20% em peso de Al2O;3 e de 9 a 17% em peso de NazO. Ele também compreende vantajosamente de 2 a 11% em peso de MgO, de 0 a 10% em peso de K2O, menos de 3% em peso de CaO e menos de 10%, em especial menos de 5% em peso de B2O3.

[0038] Mais particularmente, o vidro aluminossilicato de sódio possui de preferência uma das seguintes composições, expressas em porcentagens em massa de óxidos.

[0039] SiO2: 55-71%, em especial 59-68%; Al2O3: 3-11%, em especial 4-10%; MgO: 4-11%, em especial 5-10%; Na2O: 9-17%, em especial 10-14%; K20: 3-12%, em especial 5-11%; B203: <2%, em especial <0,5%; CaO: <1%, em especial <0,5%.

[0040] SiO2: 55-70%, em especial 58-68%; Al2O3: 8-20%, em especial 9-18%; MgoO: 2-8%, em especial 2-7%; Na2zO: 10-17%, em especial 11-16%; K20: 1 a 8%, em especial 1 a 6%; B203: <3%, em especial <2%; CaO: <1%, em especial <0,6%.

[0041] SiO>2: 60-73%, em especial 63-7 1%; Al2O3: 2-8%, em especial 3-6%; MgO: 6-11%, em especial 7-10%; NazO: 10-17%, em especial 11-16%; K2O0: <2%, em especial <1%; CaO: 0-3%, em especial 1-2%; B203: <2%, em especial <1%.

[0042] O teor em peso de ferro total do vidro colorido, expresso na forma de Fe20;3, é de preferência de pelo menos 1,2%, em especial 1,3%. Ele é de preferência de no máximo 1,9%, em especial 1,8%. Ele está de preferência compreendido em uma faixa variando de 1,3 a 1,8%, em especial de 1,3 a 1,5% ou de 1,5 a 1,7%.

[0043] A razão redox do vidro colorido é de preferência de pelo menos 0,24, em especial 0,25. Ela é de preferência de no máximo 0,31, em especial 0,30, ou mesmo 0,29 ou 0,28. A razão redox está de preferência compreendida em uma faixa variando de 0,24 a 0,29, em especial de 0,25 a 0,28, ou mesmo de 0,25 a 0,27.

[0044] Os teores de ferro total preferidos e as razões redox preferidas apresentadas acima podem ser combinados, de acordo com qualquer combinação possível. As combinações preferidas são, em especial, um teor de ferro variando de 1,3 a 1,8% combinado com uma razão redox variando de 0,24 a 0,29, ou de 0,25 a 0,28 ou de 0,25 a 0,27, ou ainda um teor de ferro variando de 1,3 a 1,5% combinado com os mesmos intervalos de razões redox preferidas, ou ainda um teor de ferro variando de 1,5 a 1,7%, também combinado com os mesmos intervalos de razões redox preferidas.

[0045] O vidro colorido de preferência não contém outros agentes corantes além do óxido de ferro ou óxido de titânio. Este último é uma impureza frequentemente contida em certas matérias-primas e pode contribuir para tingir levemente o vidro. O teor de óxido de titânio é geralmente de no máximo 0,1%, ou mesmo 0,06%. O vidro colorido de preferência não contém óxido de cobalto, óxido de níquel, óxido de cromo, de selênio, óxido de cobre, óxido de vanádio, óxido de manganês. De preferência, ele não contém óxido de terras raras, em particular nenhum óxido de cério. De acordo com uma variante, o vidro colorido pode conter quantidades muito pequenas de pelo menos um agente corante acima mencionado, a fim de ajustar as propriedades ópticas. Neste caso, o teor total de agentes corantes diferentes dos óxidos de ferro e de titânio é de preferência de no máximo 40 ppm (1 ppm = 0,0001%), em especial 30 ou 20 ppm.

[0046] A transmissão solar direta da vidraça é de preferência de no máximo 52%, em especial 50%, e mesmo 48% ou 46%, ou mesmo 45%. Ela é geralmente de pelo menos 35%.

[0047] Atransmissão de luz da vidraça é de preferência de no máximo 80%, em especial de no máximo 78% ou 77%.

[0048] A espessura da vidraça é de preferência de no máximo 5 mm, em especial

4,5 mm, ou mesmo 4 mm. Ela é geralmente de pelo menos 2,8 mm, em especial 3 mm.

[0049] Pelo menos uma folha de vidro é vantajosamente revestida com uma camada de esmalte sobre uma parte de sua superfície, em particular em sua periferia, de maneira a proteger contra a radiação ultravioleta as vedações que servem para fixar a vidraça na baia da carroceria.

[0050] Pelo menos uma folha de vidro pode ser revestida sobre uma face voltada para o intercalar de laminação de uma pilha de camadas finas eletrocondutoras e/ou de baixa emissividade, a fim de obter uma vidraça aquecida ou melhorar ainda mais o isolamento térmico da vidraça. Tal pilha compreende de preferência pelo menos uma camada fina de prata cercada por pelo menos duas camadas finas dielétricas.

[0051] O intercalar de laminação compreende de preferência pelo menos uma folha de polivinilacetal, em especial polivinil butiral (PVB).

[0052] O intercalar de laminação pode ser colorido ou não colorido, de modo a, se necessário, regular as propriedades ópticas ou térmicas da vidraça.

[0053] O intercalar de laminação pode vantajosamente possuir propriedades de absorção acústica a fim de absorver os sons de origem aérea ou solidiana. Ele pode, em especial, ser constituído para este fim de três folhas poliméricas, em que duas folhas de PVB ditas externas emolduram uma folha polimérica interna, possivelmente feita de PVB, de dureza mais baixa que a das folhas externas.

[0054] O intercalar de laminação também pode possuir propriedades de isolamento térmico, em particular de reflexão da radiação infravermelha. Para esse fim, ele pode compreender um revestimento de camadas finas com baixa emissividade, por exemplo, um revestimento que compreende uma camada fina de prata ou um revestimento que alterna camadas dielétricas de diferentes índices de refração, depositadas sobre uma folha de PET interna, emoldurada por dois folhas de PVB externas.

[0055] A espessura do intercalar de laminação está geralmente compreendida em de uma faixa variando de 0,3 a 1,5 mm, em especial de 0,5 a 1 mm. O intercalar de laminação pode apresentar uma espessura menor sobre uma borda da vidraça do que no centro da vidraça, a fim de evitar a formação de uma imagem dupla no caso da utilização de um sistema de visão frontal, conhecido como HUD (head-up display).

[0056] Os exemplos que se seguem ilustram a invenção de uma maneira não limitativa.

[0057] As vidraças laminadas foram obtidas a partir da laminação de maneira conhecida de duas folhas de vidro por meio de um intercalar de PVB com 0,76 mm de espessura.

[0058] As folhas de vidro utilizadas são descritas abaixo.

[0059] Vidro A1:

[0060] Vidro soda-cal-sílica contendo 1,60% de ferro total (expresso em Fe2O;3) com uma razão redox de 0,26.

[0061] Vidro A2:

[0062] Vidro soda-cal-sílica contendo 1,36% de ferro total (expresso em Fez203) com uma razão redox de 0,26.

[0063] Vidro B1:

[0064] Vidro sílica-soda-cal claro comercializado pela Requerente sob a denominação Planiclear e contendo 0,05% de ferro total (expresso em Fe203), com uma razão redox de 0,25.

[0065] VidroB32:

[0066] Vidro sílica-soda-cal claro comercializado pela Requerente sob a denominação Planilux e contendo 0,1% de ferro total (expresso em Fe203), com uma razão redox de 0,25.

[0067] VidrocC:

[0068] Vidro síilica-soda-cal colorido contendo 0,8% de ferro total (expresso em Fe203), com uma razão redox de 0,26.

[0069] Vidro D:

[0070] Vidro sílica-soda-cal colorido contendo 1,0% de ferro total (expresso em Fe203), com uma razão redox de 0,26.

[0071] VidroE:

[0072] Vidro aluminossilicato de sódio temperado quimicamente de maneira que a tensão superficial seja superior a 400 MPa e a espessura na compressão superior a 20 um.

[0073] Os outros vidros A à D são vidros não reforçados mecanicamente.

[0074] A transmissão de luz (denominada TL) e a transmissão solar direta (denominada TE) foram calculadas a partir de espectros experimentais obtidos por espectrofotometria.

[0075] A resistência ao impacto de pedras das vidraças é avaliada a partir da medição, durante um teste de impacto, da altura a partir da qual a queda de um penetrador solto sobre o vidro faz com que a vidraça se quebre. Uma nota é então atribuída em função da altura medida.

[0076] -; altura inferior a 1000 mm

[0077] +: altura entre 1000 e 1200 mm

[0078] ++: altura superior a 1200 mm

[0079] As tabelas 1 a 4 abaixo resumem os resultados obtidos, indicando o tipo de vidro escolhido para a primeira e a segunda folhas, as espessuras e1 e e2, o valor da razão R, a espessura total da vidraça, a transmissão de luz, a transmissão solar direta e, finalmente, a nota obtida no teste de resistência ao impacto de pedras.

FERE TT [sm E [ess ER Te Tabela 1 os

[2207 TEM so7 Tabela 2 RR a O O E EF me mv Tv Te Espessura total (mm) 4 4,5 Tabela 3 e1l (mm) 1,6 18 Tabela 4

[0080] A vidraça comparativa C1 tem transmissão solar direta e transmissão de luz adequada.

Sua resistência ao impacto de pedras, no entanto, não é muito alta.

A vidraça comparativa C2 é melhor em termos de resistência ao impacto de pedras, mas às custas de suas propriedades térmicas.

Por outro lado, as vidraças de acordo com a invenção 1 a 15 apresentam um bom compromisso entre os requisitos mecânicos e térmicos, para um baixo peso.

Claims

REIVINDICAÇÕES

1. Vidraça laminada caracterizada pelo fato de que compreende uma primeira folha de um vidro colorido e uma segunda folha de um vidro claro montadas uma à outra por meio de um intercalar de laminação, a referida primeira folha tendo uma espessura e1 variando de 1,5 a 2,5 mm, a referida segunda folha tendo uma espessura e2 variando de 0,4 a 1,9 mm, a razão R = e2/e1? sendo de no máximo 0,40 mm”, a referida vidraça possuindo uma transmissão de luz de pelo menos 70% e uma transmissão solar direta de no máximo 55%, o referido vidro colorido possuindo uma composição química compreendendo um teor em peso de ferro total, expresso sob a forma Fe20O;3, variando de 1,1 a 2,0%, com uma razão redox, definida como a razão entre o teor em peso de ferro ferroso, expresso sob a forma FeO, e o teor em peso de ferro total, expresso sob a forma Fe20;3, variando de 0,23 a 0,32.

2. Vidraça laminaday, de acordo com a reivindicação 1, caracterizada pelo fato de que a espessura e2 está compreendida em uma faixa variando de 0,5 a 1,7 mm.

3. Vidraça laminada, de acordo com qualquer uma das reivindicações anteriores, caracterizada pelo fato de que a razão R é de no máximo 0,35, em especial 0,30 mm”.

4. Vidraça laminada, de acordo com qualquer uma das reivindicações anteriores, caracterizada pelo fato de que a primeira folha é constituída de um vidro soda-cal-sílica.

5. Vidraça laminada, de acordo com qualquer uma das reivindicações anteriores, caracterizada pelo fato de que a primeira folha de vidro é feita de vidro não reforçado mecanicamente.

6. Vidraça laminada, de acordo com qualquer uma das reivindicações anteriores, caracterizada pelo fato de que a segunda folha de vidro é temperada quimicamente.

7. Vidraça laminada, de acordo com qualquer uma das reivindicações anteriores, caracterizada pelo fato de que a segunda folha é constituída de um vidro soda-cal-sílica, a espessura e2 sendo de pelo menos 0,6 mm.

8. Vidraça laminada, de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 6, caracterizada pelo fato de que a segunda folha de vidro é constituída de um vidro aluminossilicato temperado quimicamente, a espessura e2 sendo de no máximo 0,7 mm.

9. Vidraça laminada, de acordo com qualquer uma das reivindicações anteriores, caracterizada pelo fato de que o vidro colorido possui uma composição química compreendendo um teor em peso de ferro total, expresso sob a forma Fe2O;3, variando de 1,3 a 1,8%.

10. Vidraça laminada, de acordo com qualquer uma das reivindicações anteriores, caracterizada pelo fato de que o vidro colorido possui uma composição química tal que a razão redox está compreendida em uma faixa variando de 0,24 a 0,29.

11. Vidraça laminada, de acordo com qualquer uma das reivindicações anteriores, caracterizada pelo fato de que a transmissão solar direta é de no máximo 50%.

12. Vidraça laminada, de acordo com qualquer uma das reivindicações anteriores, caracterizada pelo fato de que a espessura é de no máximo mm, em especial 4,5 mm, ou mesmo 4 mm.

13. Vidraça laminada, de acordo com qualquer uma das reivindicações anteriores, caracterizada pelo fato de que o intercalar de laminação compreende pelo menos uma folha de polivinilacetal, em especial polivinil butiral.

14. Vidraça para veículos de transporte, em especial veículos a motor, em particular para-brisas ou vidraça lateral, caracterizada pelo fato de que compreende uma vidraça laminada conforme definida em qualquer uma das reivindicações anteriores.

15. Vidraça, de acordo com a reivindicação anterior, caracterizada pelo fato de que a segunda folha de vidro é a folha interior, destinada a ser posicionada no interior do habitáculo do veículo.