BR112018069514B1

BR112018069514B1 - Banda de rodagem para um pneu

Info

Publication number: BR112018069514B1
Application number: BR112018069514-9A
Authority: BR
Inventors: François Barbarin; Guillaume Demaziere
Original assignee: Compagnie Generale Des Etablissements Michelin
Priority date: 2016-03-25
Filing date: 2017-03-14
Publication date: 2022-03-03
Also published as: CN108778782A; EP3433111B1; US11192403B2; FR3049218A1; CN108778782B; BR112018069514A2; EP3433111A1; US20190100057A1; WO2017162953A1

Abstract

Banda de rodagem (10) para pneu de veículo fora de estrada, essa banda de rodagem (10) tendo uma largura total Wt superior a 600 mm, e sendo provida de pelo menos três ranhuras principais (1, 2, 3, 4) de orientação geral circunferencial e de profundidade pelo menos igual a 60 mm, essas ranhuras principais (1, 2, 3, 4) dividindo a banda de rodagem (10) em nervuras intermediárias (51, 52, 53) e em nervuras de borda (8), essas nervuras de borda (8) tendo uma largura no máximo igual a um quarto da largura total Wt, pelo menos uma das nervuras intermediárias (51, 52, 53) é provida de uma pluralidade de ranhuras finas (61, 62, 63) que têm uma profundidade H1, e delimitando lâminas de matéria (71, 72, 73) de largura média B1 inferior a duas vezes a profundidade H1, essas ranhuras finas (61, 62, 63) sendo orientadas na direção axial do pneu, cada nervura intermediária (51, 52, 53) tem uma largura média que é no máximo igual a um quarto da largura total Wt e é pelo menos igual a 0.75 vez a espessura Ht de matéria a gastar, as ranhuras finas (61, 62, 63) têm, em uma altura H12 pelo menos igual a 65 % da profundidade total H1 das mesmas, uma largura que é no máximo igual ao valor obtido a partir da expressão matemática: 0.04v (B1.H1).

Description

CAMPO DA INVENÇÃO

[001] A presente invenção se refere às bandas de rodagem de pneu para veículos que carregam cargas pesadas como veículos fora de estrada, esses veículos rodando sobre solos irregulares tais como minas. Essa invenção se refere mais especialmente ao desenho da escultura de tais bandas.

ESTADO DE TÉCNICA

[002] Para assegurar uma aderência satisfatória em motricidade e em frenagem, é necessário formar sobre uma banda de rodagem uma escultura graças a um sistema de ranhuras mais ou menos complexo. Essas ranhuras formam um desenho de escultura ao mesmo tempo sobre a superfície dita superfície de rodagem destinada a entrar em contato com o solo e na espessura da banda.

[003] O pedido de patente publicado sob o número WO 2015/197429A1 mostra um pneu que tem uma banda de rodagem de grande largura apropriada para um uso intensivo que compreende ciclos em carga e ciclos vazios. Essa banda compreende uma região central e bordas, as bordas sendo separadas da região central por duas ranhuras circunferenciais. A região central é recortada em lâminas de matéria por uma pluralidade de ranhuras transversais ou oblíquas, cada lâmina de matéria tendo uma altura pelo menos igual à metade do comprimento circunferencial dessas lâminas de matéria e no máximo igual a 2.5 vezes esse mesmo comprimento. Os documentos EP 2952362 A1 e EP0668173 A1 fazem parte do estado da técnica que pode ser útil para a compreensão da invenção.

[004] Em certas condições de uso, os pneus dos equipamentos de engenharia civil são utilizados em montagem geminada em um eixo traseiro. Considerando as grandes dimensões dos mesmos e notadamente a grande largura de banda de rodagem dos mesmos e raios de giração relativamente pequenos (comparáveis a aqueles que se tem com veículos pesados) é observado que os pneus de equipamentos de engenharia civil em montagem geminada são submetidos a tensões muito grandes quando o veículo sobre o qual eles são montados está em manobra de curva. É preciso notar que esse tipo de manobra é bastante frequente nesses veículos estejam eles vazios ou com plena carga e tem uma incidência notável sobre o desgaste (ao mesmo tempo sobre a regularidade do desgaste e sobre a velocidade de desgaste).

[005] A necessidade se faz sentir de melhorar o desempenho em desgaste das bandas de rodagem dos pneus de equipamentos de engenharia civil em eixo motor com montagem geminada ao mesmo tempo em que favorece uma colocação no plano da estrutura de reforço do pneu, essa estrutura de reforço compreendendo radialmente sob a banda de rodagem uma pluralidade de camadas de matéria reforçadas por cabos orientados de acordo com direções apropriadas.

Definições:

[006] Por direção radial, é entendida no presente documento uma direção que é perpendicular ao eixo de rotação do pneu (essa direção corresponde à direção da espessura da banda de rodagem).

[007] Plano radial: plano que contém o eixo de rotação do pneu.

[008] Plano mediano equatorial: plano perpendicular ao eixo de rotação do pneu e que divide o pneu em duas metades iguais.

[009] Por direção transversal ou axial, é entendida uma direção paralela ao eixo de rotação do pneu.

[0010] Por direção circunferencial, é entendida uma direção que é tangente a qualquer círculo centrado no eixo de rotação. Essa direção é perpendicular ao mesmo tempo à direção axial e a uma direção radial.

[0011] Uma nervura é um elemento de matéria em relevo formado sobre uma banda de rodagem, esse elemento de matéria se estendendo na direção circunferencial e dá em geral a volta no pneu. Uma nervura compreende duas paredes laterais e uma face de contato, essa última formando uma parte da superfície de rodagem da banda para entrar em contato com a pavimentação durante a rodagem.

[0012] Nesse documento, as ranhuras são espaços criados durante a moldagem entre paredes de matéria confrontantes, essas paredes sendo ligadas entre si por um fundo. Essas ranhuras podem tomar diferentes larguras e profundidades.

[0013] Uma banda de rodagem tem uma espessura máxima Ht de matéria a gastar em rodagem. Uma vez que essa espessura máxima foi atingida o pneu deve ser substituído por um pneu novo ou então recauchutado, quer dizer provido de uma nova banda de rodagem. O volume de matéria a gastar corresponde para os pneus da invenção à quantidade de matéria situada entre a superfície de rodagem no estado novo e uma superfície virtual paralela à superfície de rodagem no estado novo e que passa pelos pontos que estão os mais no interior das ranhuras formadas na banda de rodagem.

[0014] A taxa de vazios de superfície de uma escultura é igual à relação entre a superfície dos vazios formados pelas ranhuras e a superfície total (superfície de contato dos elementos de relevo e superfície dos vazios). Uma taxa de vazios baixa indica uma grande superfície de contato dos elementos de relevo e uma pequena superfície de vazios entre esses elementos.

[0015] A taxa de vazios volúmica de uma escultura de uma banda de rodagem no estado novo é igual à relação entre o volume das ranhuras formadas na banda de rodagem e o volume total da dita banda que compreende o volume de matéria a gastar e o volume das ranhuras. Uma taxa de vazios volúmica baixa indica um pequeno volume de vazios relativamente ao volume de matéria a gastar da banda de rodagem. Do mesmo modo, é possível definir uma taxa volúmica para uma região de uma banda de rodagem, essa região sendo delimitada axialmente.

[0016] As condições usuais de rodagem do pneu ou condições de utilização são aquelas que são definidas notadamente pela norma E.T.R.T.O. para um uso europeu ou qualquer norma equivalente de acordo com o país em questão; essas condições de utilização precisam a pressão de inflação de referência que corresponde à capacidade de carga do pneu indicada por seu índice de carga e seu código de velocidade. Essas condições de utilização podem também ser ditas “condições nominais” ou “condições de uso”.

BREVE EXPOSIÇÃO DA INVENÇÃO

[0017] A presente invenção visa propor uma banda de rodagem para pneu de veículos fora de estrada que carregam cargas muito pesadas e que rodam em minas sobre solos irregulares que podem ser especialmente agressivos para os pneus. A banda de rodagem de acordo com a invenção é provida de uma escultura que permite ao mesmo tempo uma melhoria do desempenho em desgaste ao mesmo tempo em que conserva uma aderência apropriada e isso qualquer que seja o estado de desgaste dessa banda. Essa invenção é aplicável mais especialmente às bandas de rodagem de grande largura, a saber uma largura pelo menos igual a 600 mm, destinadas a pneus utilizados pelo menos em parte em montagem geminada em um eixo traseiro de um veículo fora de estrada tal como um equipamento de engenharia civil.

[0018] Para lembrar, o uso desses equipamentos de engenharia civil é especialmente contrastado em termos de carga suportada em cada um de seus pneus: trajeto de ida em plena carga seguido por um trajeto de retorno vazio. Por ocasião das fases de rodagem vazio, a carga suportada por cada pneu do eixo traseiro é dividida por cerca de três em comparação com a carga suportada por ocasião de uma fase de rodagem em plena carga. Por outro lado, por ocasião das fases de rodagens vazio, é constatada uma distribuição diferente dos esforços exercidos pelo solo sobre a largura da banda de rodagem (é possível notadamente constatar uma redução mais marcada nos ombros do pneu).

[0019] Com essa finalidade, a invenção tem como objeto uma banda de rodagem para pneu de veículo fora de estrada que carrega cargas muito pesadas e que é destinado a ser montado pelo menos para uma parte de seu uso em um eixo traseiro em montagem geminada com um outro pneu de mesma estrutura. Essa banda de rodagem tem uma largura total Wt superior a 600 mm e uma espessura Ht de matéria a gastar, essa banda sendo provida de pelo menos três ranhuras principais de orientação geral circunferencial e de profundidade pelo menos igual a 60 mm. Essas ranhuras principais dividem a banda de rodagem em nervuras intermediárias e em nervuras de borda, as nervuras de borda limitando axialmente a banda de rodagem e tendo uma largura no máximo igual a um quarto da largura total Wt da banda.

[0020] Pelo menos uma parte das nervuras intermediárias é provida de uma pluralidade de ranhuras finas que têm uma profundidade H1 e que delimitam lâminas de matéria de largura média B1 inferior a duas vezes a profundidade H1. Essas ranhuras finas são orientadas na direção transversal que corresponde à direção axial do pneu ou em uma direção oblíqua (quer dizer de acordo com uma orientação que forma um ângulo no máximo igual a 45 graus com a direção transversal ou axial do pneu).

[0021] Essa banda de rodagem é caracterizada pelo fato de que cada nervura intermediária tem uma largura média que é no máximo igual a um quarto da largura total Wt da banda e é pelo menos igual a 0.75 vez a espessura Ht de matéria a gastar. Por outro lado, as ranhuras finas têm, em uma altura H12 pelo menos igual a 65 % da profundidade total H1 das mesmas, uma largura que é no máximo igual ao valor obtido a partir da expressão matemática seguinte: 0.04VB1.H1. (Quatro por cento da raiz quadrada do produto de B1 por H1).

[0022] Preferencialmente o ângulo das ranhuras finas é no máximo igual a 20 graus.

[0023] É conhecido notadamente pelo documento WO 2015/197429A1 que ranhuras finas que satisfazem a relação de acordo com a qual a profundidade H1 é pelo menos igual a 0.5 vez a largura B1 das lâminas de matérias delimitadas pelas ranhuras finas são favoráveis no desempenho em desgaste dos pneus submetidos a torques motor. No caso de curvas de pequeno raio de giração, os esforços aplicados pelo solo sobre a banda de rodagem na direção de deslocamento podem ser muito grandes, de onde resulta uma solicitação em cisalhamento das lâminas de matéria maior em curva do que por ocasião das fases de passagem de torque, notadamente sob torque motor.

[0024] Graças à condição posta sobre a largura máxima das ranhuras finas, é possível gerar uma pressão de contato muito grande entre as paredes que delimitam as ranhuras finas, o que permite atenuar a diminuição de rigidez da banda que resulta da própria presença dessas ranhuras finas realizando assim um bloqueio mecânico das paredes confrontantes a fim de limitar o máximo possível os deslizamentos entre as ditas paredes.

[0025] A limitação de largura das nervuras é essencial para que a amplitude de variação dos esforços sobre a largura de cada lâmina de matéria seja limitada por ocasião de uma curva de pequeno raio de giração.

[0026] De modo preferencial, as nervuras intermediárias providas de ranhuras finas são tais que o comprimento circunferencial B1 entre duas ranhuras finas é no máximo igual à profundidade H1 e pelo menos igual a 0,4 vez essa mesma profundidade H1.

[0027] De modo preferencial, cada ranhura principal circunferencial tem uma largura pelo menos igual a 6 % da profundidade da ranhura e apropriada para se fechar na passagem do contato com o solo a fim de gerar pressões de contato entre as paredes confrontantes. Ainda mais preferencialmente, a largura de cada ranhura longitudinal é no máximo igual a 15 % de sua profundidade.

[0028] De modo preferencial, a profundidade H1 das ranhuras finas é igual ou próxima da profundidade das ranhuras principais circunferenciais.

[0029] De maneira conhecida e a fim de limitar ainda mais a redução de rigidez da banda ligada à presença dessa pluralidade de ranhuras finas, é judicioso prever que pelo menos uma parte das ranhuras finas compreende por outro lado meios de bloqueio dos movimentos relativos das paredes confrontantes que delimitam essas ranhuras finas. Esses meios de bloqueio são ainda mais úteis quanto mais a relação B1/H1 diminui e que em função do uso o coeficiente de atrito entre as paredes das ranhuras finas pode diminuir devido à presença de corpos estranhos.

[0030] Em uma variante da invenção, as nervuras de borda que delimitam axialmente a banda de rodagem podem ser providas de uma pluralidade de ranhuras largas e/ou de ranhuras finas de profundidade média H2 que delimitam blocos de largura média B2, a profundidade H2 sendo inferior a 1.2 vezes B2. Por ranhura fina é entendida uma ranhura da qual a largura média é inferior ao valor da expressão: 0.04VB2.H2.

[0031] Em uma outra variante a banda de rodagem pode compreender entre as nervuras intermediárias pelo menos uma nervura desprovida de qualquer ranhura fina.

[0032] Do mesmo modo uma banda de rodagem de acordo com a invenção pode compreender entre as nervuras intermediárias pelo menos uma nervura provida de ranhuras largas orientadas transversalmente ou obliquamente.

[0033] Em uma variante da invenção, as ranhuras finas podem ter larguras variáveis entre a superfície de rodagem a novo e o fundo dessas ranhuras ao mesmo tempo em que respeitam, entre a superfície de rodagem e o fundo, a relação matemática: 0.04VB1.H1.

[0034] Preferencialmente, as ranhuras finas têm uma orientação que forma um ângulo no máximo igual a 20 graus com a direção transversal ou axial do pneu para ser mais eficaz em desgaste.

[0035] Em uma outra variante interessante a profundidade H1 das ranhuras finas na zona intermediária é inferior à profundidade das ranhuras na zona de borda com o objetivo de obter um bom compromisso entre o aquecimento das regiões de borda e a resistência às agressões na regia central.

[0036] O valor de B1 pode ser substancialmente similar para todas as nervuras intermediárias ou pode variar de uma nervura intermediária para uma outra. Em especial, pode ser vantajoso ter uma razão H1/B1 maior para as nervuras mais próximas do plano mediano equatorial quando há pelo menos três nervuras intermediárias.

[0037] A invenção é utilizada em pneus para veículos que carregam cargas pesadas como veículos destinados a usos fora de estrada quer dizer fora da rede rodoviária, notadamente em minas.

[0038] Outras características e vantagens da invenção se destacam da descrição feita abaixo em referência aos desenhos anexos que mostram, a título de exemplos não limitativos, formas de realização do objeto da invenção.

BREVE DESCRIÇÃO DAS FIGURAS

[0039] A figura 1 mostra uma vista parcial da superfície de rodagem de uma banda de rodagem de um pneumático de acordo com a invenção;

[0040] A figura 2 mostra um corte em um plano radial, a banda de rodagem mostrada com a figura 1;

[0041] A figura 3 mostra uma vista parcial da superfície de rodagem de uma banda de rodagem de acordo com uma outra variante da invenção que foi objeto de testes;

[0042] A figura 4 mostra uma vista em corte em um plano do qual o traço com a figura 3 é indicado pela linha IV-IV;

[0043] A figura 5 mostra uma vista em corte em um plano do qual o traço com a figura 3 é indicado pela linha V-V.

DESCRIÇÃO DAS FIGURAS

[0044] Para facilitar a leitura das figuras, mesmos sinais de referência são empregados para a descrição de variante da invenção uma vez que esses sinais de referência enviam a elementos de uma mesma natureza, seja ela estrutural ou então funcional.

[0045] Naturalmente, as figuras servem de suporte à descrição sem, no entanto, pretender mostrar as variantes com um qualquer fator de escala.

[0046] A figura 1 mostra uma vista parcial de uma banda de rodagem 10 de um pneu de acordo com a invenção destinado a equipar em uma primeira fase o eixo dianteiro de um veículo fora de estrada de tipo caminhão basculante rígido (“dumper” em língua inglesa) para carregar cargas muito pesadas e depois em um segundo tempo o eixo traseiro de um veículo similar. Esse pneu radial de dimensão 40.00 R 57 compreende uma banda de rodagem 10 destinada a assegurar uma ligação entre o pneu e o solo sobre o qual roda o veículo.

[0047] Essa banda de rodagem 10 tem uma largura total W superior a 600 mm e a uma superfície de rodagem 100 destinada a entrar em contato com o solo. Essa banda apresenta uma espessura total Ht de matéria a gastar que é pelo menos igual a 60 mm.

[0048] Essa banda de rodagem 10 compreende quatro ranhuras principais circunferenciais 1, 2, 3, 4 de largura média pelo menos igual a 6 mm sobre a superfície de rodagem do pneu no estado novo e de profundidade no máximo igual à espessura de matéria a gastar.

[0049] Essas ranhuras principais circunferenciais 1, 2, 3, 4 são dispostas de maneira simétrica em relação ao plano mediano equatorial referenciado pela linha XX’ na figura 1.

[0050] Essas quatro ranhuras principais 1, 2, 3, 4 delimitam três nervuras intermediárias 51, 52, 53 e duas nervuras de borda 8 que delimitam axialmente a banda de rodagem.

[0051] As três nervuras intermediárias têm uma mesma largura que é inferior a um quarto da largura total da banda de rodagem. Cada uma dessas três nervuras é provida de uma pluralidade de ranhuras finas, respectivamente 61, 62, 63, essas ranhuras finas sendo orientadas na direção transversal perpendicular à direção circunferencial e, portanto, paralela à direção do eixo de rotação do pneu provida com essa banda. Cada ranhura fina transversal 61, 62, 63 se abre de um lado e de outro em uma ranhura principal circunferencial. Por outro lado, essas ranhuras finas transversais são escalonadas umas das outras na direção circunferencial de uma fileira para a outra.

[0052] Essas ranhuras finas transversais 61, 62, 63 com as ranhuras principais circunferenciais delimitam em cada fileira circunferencial 51, 52, 53 uma pluralidade de elementos ou lâminas de matéria 71, 72, 73 respectivamente das quais a altura média corresponde à profundidade média H1 das ditas ranhuras finas.

[0053] Por outro lado, a largura das nervuras intermediárias providas de ranhuras finas é pelo menos igual a 0.75 vez a espessura Ht de matéria a gastar.

[0054] A largura B1 é definida como sendo inferior à profundidade H1 das ranhuras finas. Nessa variante as larguras das ranhuras finas têm larguras no máximo igual ao valor da expressão matemática 0.04VB1.H1.

[0055] Axialmente no exterior as nervuras de borda são contínuas circunferencialmente e desprovidas de ranhuras.

[0056] Na figura 2 que mostra uma vista parcial de acordo com um corte em um plano radial, esse corte sendo referenciado por seu traço II-II na figura 1, é vista a distribuição das ranhuras finas formada na nervura circunferencial 53.

[0057] Essas ranhuras finas 63 delimitam com as ranhuras principais 3 e 4 uma pluralidade de elementos de matéria 73 que têm uma altura igual à profundidade H1 das incisões e um comprimento circunferencial B1 sobre a superfície de rodagem 100. Na variante descrita, as outras ranhuras finas transversais 61, 62 têm as mesmas características dimensionais; naturalmente o profissional pode criar variações dessas características em função do objetivo procurado.

[0058] Sob condições de uso, é observado um fechamento parcial das ranhuras finas por ocasião da passagem na região de contato com o solo; o contato das paredes confrontantes das ranhuras finas afeta cerca de pelo menos 65 % da superfície das ditas paredes (quer dizer que há contato em pelo menos 65 %).

[0059] A figura 3 mostra uma outra variante da banda de rodagem de acordo com a invenção que foi objeto de testes. Essa banda de rodagem 10 para um pneu radial de dimensão 40.00 R 57 destinado a equipar em uma primeira fase o eixo dianteiro de um veículo fora de estrada de tipo caminhão basculante rígido (“dumper” em língua inglesa) para carregar cargas muito pesadas e depois em um segundo tempo o eixo traseiro de um veículo similar.

[0060] Essa banda de rodagem tem uma largura total Wt igual a 999 mm e é destinada a entrar em contato com o solo por intermédio de uma superfície de rodagem 100 durante a rodagem.

[0061] Essa banda de rodagem 10 compreende cinco ranhuras principais circunferenciais 1, 2, 3, 4, 5 de largura média igual a 8 mm com exceção da ranhura na posição mediana que tem uma largura media igual a 19 mm no estado novo. Essas ranhuras principais têm larguras apropriadas ao mesmo tempo para se fechar e gerar pressões de contatos entre suas paredes confrontantes por ocasião da passagem no contato ao mesmo tempo em que permitem uma evacuação térmica suficiente para fora do contato.

[0062] Essas ranhuras principais circunferenciais 1, 2, 3, 4, 5 geram quatro nervuras intermediárias e duas nervuras de borda, essas nervuras de borá limitando axialmente a banda de rodagem em largura. As nervuras de borda têm uma largura média igual a 135 mm enquanto que as nervuras intermediárias têm uma largura média igual a 172 mm para as mais próximas das nervuras de borda e 174 para as nervuras mais próximas do plano mediano equatorial do qual o traço na figura é indicado pela linha XX’.

[0063] Cada nervura intermediária é provida de uma pluralidade de ranhuras finas de largura 2.5 mm que se prolongam na espessura da banda de rodagem em uma altura H1. Essas ranhuras finas de pequena largura são orientadas obliquamente quer dizer de acordo com uma direção que forma um ângulo de 15 graus com o eixo de rotação do pneu. Essas ranhuras finas delimitam com as ranhuras principais circunferenciais uma pluralidade de lâminas de matéria das quais a largura media B1 medida na direção circunferencial é igual à altura média das lâminas. Essa altura média corresponde à profundidade média das ditas ranhuras finas.

[0064] Nessa variante todas as nervuras intermediárias são divididas da mesma maneira em elementos de matéria dos quais a largura circunferencial B1 é igual a 60 mm e dos quais a altura H1 é igual a 101 mm.

[0065] Como pode ser visto com a figura 5 que mostra um corte de acordo com um plano do qual o traço é de acordo com a linha V-V na figura 3, as ranhuras finas compreendem uma parte de altura H12 igual a 71 mm na qual a largura das mesmas é igual a 2.5 mm e em complemento uma parte mais larga de altura H11 igual a 30 mm. Nessa parte mais larga próxima da superfície de rodagem a novo, a largura não satisfaz a relação 0.04VB1.H1.

[0066] Na variante descrita, todas as lâminas de matéria de uma nervura intermediária têm o mesmo comprimento circunferencial B1 e o mesmo acontece para as outras nervuras intermediárias. Naturalmente a invenção aqui descrita engloba as variantes de acordo com as quais os comprimentos circunferenciais B1 das lâminas de matéria podem ser diferentes seja isso em uma mesma nervura ou entre diferentes nervuras ao mesmo tempo em que satisfazem a relação imposta pela invenção, a saber que para cada nervura intermediária, a largura das ranhuras finas é inferior a 0.04VB1.H1.

[0067] Nessa variante mostrada com a figura 3, cada nervura de borda é provida de uma pluralidade de ranhuras largas que têm como largura média 45 mm e de mesma profundidade que as ranhuras principais circunferenciais que separam as bordas das nervuras intermediárias, quer dizer 108 mm. Em alternância com essas ranhuras largas é previsto dispor ranhuras estreitas de largura 2.5 mm. A figura 4 mostra um corte de acordo com um plano do qual o taco na figura 3 é materializado pela linha IV-IV.

[0068] Graças a essa estrutura, o pneu apresenta um desempenho em desgaste significativamente aumentado tanto em linha reta quanto em curva, ao mesmo tempo em que conserva desempenhos em térmica e em aderência equivalentes ao pneu de referência, isso qualquer que seja o estado de desgaste da banda de rodagem.

[0069] Tendo descrito a invenção com o suporte dessas duas variantes, essa invenção não pode estar limitada a somente esses exemplos e diversas modificações podem ser trazidas a ela sem sair do âmbito definido pelas reivindicações.

Claims

1. Banda de rodagem (10) para pneu de veículo fora de estrada que carrega cargas muito pesadas, essa banda de rodagem (10) tendo uma largura total Wt superior a 600 mm e uma espessura Ht de matéria a gastar, essa banda sendo provida de pelo menos três ranhuras principais (1, 2, 3, 4) de orientação geral circunferencial e de profundidade pelo menos igual a 60 mm, essas ranhuras principais (1, 2, 3, 4) dividindo a banda de rodagem em nervuras intermediárias (51, 52, 53) e em nervuras de borda (8), as nervuras de borda limitando axialmente a banda de rodagem, essas nervuras de borda tendo uma largura no máximo igual a um quarto da largura total Wt da banda, pelo menos uma das nervuras intermediárias (51, 52, 53) é provida de uma pluralidade de ranhuras finas (61, 62, 63) cada ranhura fina (61, 62, 63) se abre em uma ranhura principal (1, 2, 3, 4) e tem uma profundidade H1, essas ranhuras finas (61, 62, 63) delimitando com as ranhuras principais (1, 2, 3, 4) lâminas de matéria (71, 72, 73) de largura média B1 inferior a duas vezes a profundidade H1, essas ranhuras finas (61, 62, 63) sendo orientadas na direção transversal que corresponde à direção axial do pneu ou em uma direção oblíqua, quer dizer de acordo com uma orientação que forma um ângulo no máximo igual a 45 graus com a direção transversal ou axial do pneu, essa banda de rodagem sendo caracterizada pelo fato de que: cada nervura intermediária (51, 52, 53) tem uma largura média que é no máximo igual a um quarto da largura total Wt da banda e é pelo menos igual a 0.75 vez a espessura Ht de matéria a gastar, e pelo fato de que as ranhuras finas (61, 62, 63) têm, em uma altura H12 pelo menos igual a 65 % da profundidade total H1 das mesmas, uma largura que é no máximo igual ao valor obtido a partir da expressão matemática seguinte: 0.04VB1.H1.

2. Banda de rodagem (10) de acordo com a reivindicação 1 caracterizada pelo fato de que o ângulo das ranhuras finas é no máximo igual a 20 graus.

3. Banda de rodagem (10) de acordo com a reivindicação 1 ou a reivindicação 2, caracterizada pelo fato de que as nervuras intermediárias providas de ranhuras finas são tais que o comprimento circunferencial B1 entre duas ranhuras finas é no máximo igual à profundidade H1 e pelo menos igual a 0,4 vez essa mesma profundidade H1.

4. Banda de rodagem (10) de acordo com uma das reivindicações 1 a 3, caracterizada pelo fato de que cada ranhura principal (1, 2, 3) circunferencial tem uma largura pelo menos igual a 6 % de sua profundidade de modo a poder se fechar na passagem do contato com o solo e gerar pressões de contato entre as paredes confrontantes.

5. Banda de rodagem (10) de acordo com a reivindicação 4 caracterizada pelo fato de que cada ranhura principal (1, 2, 3) circunferencial tem uma largura no máximo igual a 15 % de sua profundidade.

6. Banda de rodagem (10) de acordo com uma qualquer das reivindicações 1 a 5, caracterizada pelo fato de que a profundidade H1 das ranhuras finas (61, 62, 63) é igual ou próxima da profundidade das ranhuras principais (1, 2, 3, 4) circunferenciais.

7. Banda de rodagem (10) de acordo com uma qualquer das reivindicações 1 a 6 caracterizada pelo fato de que as nervuras de borda (8) que delimitam axialmente a banda de rodagem são providas de uma pluralidade de ranhuras largas (85, 86) e de ranhuras finas (65, 66) de profundidade média H2 que delimitam blocos (75, 76) de largura média B2, a profundidade H2 sendo inferior a 1.2 vezes a largura B2, cada ranhura fina (65, 66) tendo uma largura média que é inferior ao valor da expressão: 0.04VB2.H2.

8. Banda de rodagem (10) de acordo com uma qualquer das reivindicações 1 a 7 caracterizada pelo fato de que pelo menos uma nervura intermediária é desprovida de qualquer ranhura fina.

9. Banda de rodagem (10) de acordo com uma qualquer das reivindicações 1 a 7 caracterizada pelo fato de que pelo menos uma nervura intermediária é provida de ranhuras largas orientadas transversalmente ou obliquamente.

10. Banda de rodagem (10) de acordo com uma qualquer das reivindicações 1 a 7 caracterizada pelo fato de que todas as nervuras intermediárias são providas de ranhuras finas.

11. Banda de rodagem (10) de acordo com uma qualquer das reivindicações 1 a 10 caracterizada pelo fato de que as ranhuras finas (61, 62, 63) formadas nas nervuras intermediárias têm larguras variáveis entre a superfície de rodagem a novo e o fundo dessas ranhuras ao mesmo tempo em que respeitam, entre a superfície de rodagem e o fundo, a relação matemática: 0.04VB1.H1.