BR112017021607B1 - Método de determinação de lente oftálmica e lente oftálmica - Google Patents

Método de determinação de lente oftálmica e lente oftálmica Download PDF

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Abstract

LENTE OFTÁLMICA E MÉTODO PARA A DETERMINAÇÃO DESSA LENTE OFTÁLMICA. O invento se relaciona com um método de seleção de uma lente oftálmica adequada para a correção de pelo menos uma deficiência óptica de um olho de um usuário que observa um écran. De acordo com o invento, o método compreende as etapas de: - determinação de pelo menos uma característica de postura do usuário observando o referido écran, - determinação de um valor de potência dióptrica associado à referida zona de visão permitindo ao usuário, ao usar a lente oftálmica, ter uma leitura mais fácil do referido écran, - determinação de pelo menos uma característica de meios de filtragem para ajustar a exposição à luz do usuário ao referido écran, e - determinação da zona de visão com base no valor de potência dióptrica, na característica de postura do usuário e na característica de meios de filtragem para que o conforto de visão do usuário seja otimizado ao usar a lente oftálmica enquanto observa um écran.

Description

CAMPO TÉCNICO COM O QUAL O INVENTO SE RELACIONA
[0001] O presente invento se relaciona, em geral, com a preparação de óculos adequados para o melhoramento do conforto de visão.
[0002] O invento se aplica mais particularmente a um método de determinação de uma lente oftálmica adequada para o melhoramento do conforto de visão de um usuário que observa um ecrã de um dispositivo digital.
ANTECEDENTES TECNOLÓGICOS
[0003] É possível prescrever uma correção de potência óptica a um usuário de óculos.
[0004] Para usuários presbiópicos, o valor da correção de potência é diferente para visão de longe e visão de perto, devido às dificuldades de acomodação na visão de perto. Desse modo, as lentes oftálmicas adequadas para usuários presbiópicos são lentes multifocais, as mais adequadas sendo lentes multifocais progressivas.
[0005] Para os outros usuários, o valor da correção de potência é geralmente o mesmo em toda a superfície da lente.
[0006] Atualmente, os dispositivos digitais, como por exemplo smartphones, tablets, computadores, TV, se tornam cada vez mais indispensáveis.
[0007] O uso desses dispositivos digitais tem mudado o nosso comportamento ao ler algo apresentado em um ecrã de um dispositivo assim.
[0008] Os dados de literatura sobre o uso de ecrãs mostram uma grande variabilidade na distância de visualização (Jaschinski 2002 “The proximity-Fixation- Disparity curve and the preferred viewing distance at a visual display as an indicator of near vision fatigue”. Optometry and Vision Science; Vol. 79, N° 3, págs. 158 a 169). Nesse documento, os autores mediram a distância até ao ecrã para 40 indivíduos livres de colocarem seu ecrã o mais confortável possível. Os resultados mostraram que a distância medida entre os olhos do usuário e o ecrã depende do tamanho do ecrã.
[0009] Por consequência, é necessária uma lente oftálmica que seja adaptada à variabilidade individual em usos de ecrãs, essencialmente para novos ecrãs digitais.
[0010] Um objeto do presente invento é fornecer essas lentes oftálmicas para o melhoramento do conforto de visão de um usuário lendo um texto ou trabalhando com novos ecrãs digitais.
OBJETO DO INVENTO
[0011] O objeto do presente invento consiste em um método de determinação de uma lente oftálmica adequada para o melhoramento do conforto de visão de um usuário observando um ecrã, a lente oftálmica compreendendo uma zona de visão, a zona de visão sendo dotada de meios de filtragem, em que o método compreende as etapas de: - determinação de pelo menos uma característica de postura do usuário observando o referido ecrã, - determinação de um valor de potência dióptrica associado à referida zona de visão permitindo ao usuário, ao usar a lente oftálmica, ter uma leitura mais fácil do referido ecrã, - determinação de pelo menos uma característica de meios de filtragem para ajustar a exposição à luz do usuário ao referido ecrã, e - determinação da posição da zona de visão com base no referido valor de potência dióptrica e da referida, pelo menos uma, característica de postura do usuário para que o conforto de visão do usuário seja otimizado ao usar a lente oftálmica enquanto observa um ecrã.
[0012] As necessidades ópticas para a leitura em um documento em papel e para a leitura em um ecrã de um dispositivo digital não são as mesmas.
[0013] Na verdade, as tarefas de leitura são efetuadas com um ângulo de redução médio de direção do olhar fixo e distância média de: - 18° - mais de 40 cm para documentos em papel; - 20° - 39 cm para ecrãs de tablet; - 25° - 33 cm para ecrãs de smartphone.
[0014] Além disso, a luminância e o espectro de luz emitida por dispositivos digitais são diferentes da iluminação artificial ou natural usual.
[0015] Na realidade, os olhos têm de focar mais intensivamente para lerem caracteres pixelizados apresentados em um pequeno ecrã, de modo a olharem a distâncias muito curtas e de modo a focarem rapidamente de uma distância para outra. Além do mais, os olhos têm de aguentar mais brilho do ecrã e são expostos a luz azul- violeta mais prejudicial quando o ecrã é mantido a uma pequena distância dos olhos. Essas condições provavelmente aumentam o desconforto e/ou a tensão ocular (“fadiga ocular”) e deterioram as retinas.
[0016] É por isso que a intenção do invento é determinar uma lente oftálmica compreendendo uma zona de visão dotada de meios de filtragem (uma “zona de visão ultra perto”) que é destinada à leitura nos ecrãs de dispositivos digitais. Nas lentes multifocais, essa zona de visão ultra perto pode se situar sob a zona de visão de perto, diretamente sob essa zona de visão de perto, com uma mudança lateral na direção da extremidade nasal da lente.
[0017] Ao fornecer à zona de visão (“zona de visão ultra perto”) uma potência dióptrica específica (a “potência adicional”) e meios de filtragem específicos (o “filtro”), o conforto de visão de um usuário é melhorado ao usar a lente oftálmica enquanto observa um ecrã.
[0018] Mais particularmente, o conforto de visão é aumentado porque: - a potência adicional associada à zona de visão reduz a fadiga visual ao ler em ecrã de dispositivos digitais, - a potência adicional tem um efeito de ampliação que facilita a legibilidade de pequenos caracteres, - os meios de filtragem evitam que o usuário receba demasiada luz do ecrã, evitando desfocagem e brilho e protegendo a retina contra luz prejudicial, e - a postura do usuário ao usar a lente oftálmica enquanto observa um ecrã é mais confortável.
[0019] Surpreendentemente, os inventores observaram que o usuário com lentes oftálmicas determinadas de acordo com o invento sofria menos de dor de cabeça, vista cansada e dores de pescoço e ombros ao usar dispositivos digitais.
[0020] Em seguida, o termo “leitura”, quer de um texto quer em um ecrã, abrange diversas atividades, como por exemplo ler, olhar para imagens, escrever/enviar mensagens de texto, que implicam que o olho foque em um ecrã digital.
[0021] Outra vantagem do invento é permitir que um usuário presbiópico mantenha seu hábito com documentos em papel que é afastar o documento de seus olhos para tentar ler pequenos caracteres. Na verdade, graças ao efeito de ampliação da potência adicional, o usuário pode ler pequenos caracteres mesmo que afaste o ecrã de seus olhos.
[0022] Nesse contexto, pode se notar que a localização da zona da lente oftálmica adequada para a leitura nos ecrãs pode ser diferente como uma função dos diferentes ecrã mais usados pelo usuário (monitor de televisão, monitor de computador desktop, ecrã de laptop, ecrã de phablet, ecrã de tablet, ecrãs de smartphone, ecrã de visualização).
[0023] De acordo com outras modalidades que podem ser consideradas sozinhas ou em conjunto: - o método compreende uma etapa adicional de determinação do grau de presbiopia do usuário, por exemplo selecionado desde não presbiópico, pré-presbiópico, presbiopia crescente e presbiopia, e a referida etapa de seleção de uma potência adicional é operada como uma função do referido grau de presbiopia. Esse grau de presbiopia pode ser medido pela amplitude objetiva de acomodação, como descrito em “Minus lens stimulated accommodative amplitude decreases sigmoidally with age: a study of objectively measured accommodative amplitude from age 3”. Investigative Ophthalmology & Visual Science. Vol. 49, N° 7, págs. 2919 a 2926; - o método compreende uma etapa adicional de determinação do grau de tensão ocular sentido pelo usuário, e a referida etapa de determinação de uma potência adicional é operada como uma função do referido grau de tensão ocular; - o método compreende uma etapa adicional de determinação da idade do usuário, e a referida etapa de determinação de uma potência adicional é operada como uma função da referida idade; - o método compreende uma etapa adicional de determinação da frequência de uso de ecrãs, e a referida etapa de determinação de uma potência adicional é operada como uma função da referida frequência de uso; - o ecrã é selecionado desde vários tipos: monitor de televisão, monitor de computador desktop, ecrã de laptop, ecrã de phablet, ecrã de tablet, ecrã de smartphone e/ou ecrã de visualização, e a potência adicional se situa na referida lente oftálmica em uma posição determinada como uma função do tipo selecionado; - a referida característica de postura é selecionada desde uma distância olho do usuário- ecrã, um ângulo de tronco, um ângulo de cabeça, um ângulo de cabeça no tronco e um ângulo de redução do olhar fixo; - a potência adicional se situa na parte inferior da lente oftálmica, preferencialmente em uma zona correspondendo a um ângulo de redução do olhar fixo superior a 21°; - a potência adicional se situa em uma zona determinada como uma função de características de postura; - a referida potência adicional tem um valor compreendido entre 0,125 e 1 dioptrias; - o referido filtro diminui a transmissão de luz visível através da lente oftálmica por pelo menos 5%, em uma faixa de comprimento de onda que tem uma largura superior a 10 nm; - cada etapa de determinação de uma característica de postura, determinação de uma potência adicional e determinação de um filtro é implementada, pelo menos em parte, por um computador.
[0024] O invento se relaciona igualmente com uma lente oftálmica adequada para o melhoramento do conforto de visão de um usuário ao observar um ecrã em que a lente oftálmica compreende uma zona de visão dotada de meios de filtragem baseados em: - um valor de potência dióptrica permitindo ao usuário, ao usar a lente oftálmica, ter uma leitura mais fácil do referido ecrã, - uma característica de meios de filtragem para ajustar a exposição à luz do usuário ao referido ecrã,
[0025] de modo que, a zona de visão sendo uma zona de visão ultra perto, o conforto de visão do usuário seja otimizado ao usar a lente oftálmica enquanto observa um ecrã.
[0026] De acordo com outras modalidades que podem ser consideradas sozinhas ou em conjunto: - a zona de visão ultra perto dotada de meios de filtragem se baseia em pelo menos uma característica de postura do usuário observando o referido ecrã, - a zona de visão ultra perto correspondendo a um ângulo de redução do olhar fixo β do usuário observando o referido ecrã superior a 21°, - a zona de visão ultra perto dotada de meios de filtragem é uma zona de visão estabilizada; - a lente oftálmica compreende pelo menos uma zona de visão estabilizada diferente da zona de visão ultra perto e é selecionada desde zona de visão de longe, zona de visão intermédia e zona de visão de perto; - a zona de visão ultra perto tem um valor de potência dióptrica superior a 0,125, - a lente oftálmica compreende uma face principal frontal e uma face principal posterior, e o referido filtro é colocado em pelo menos uma parte da referida face principal frontal e/ou referida face principal posterior; - o referido filtro inibe a transmissão de luz visível em pelo menos 5%, mais de pelo menos uma faixa selecionada de comprimentos de onda que tem uma largura superior a 10 nm e que se encontra centrada em um comprimento de onda médio compreendido entre 420 nm e 450 nm, ou entre 460 nm e 490 nm, ou entre 485 nm e 515 nm ou entre 560 nm e 620 nm; - o referido filtro tem um fator de reflexão médio de pelo menos 5%, mais de uma faixa de comprimentos de onda compreendidos entre 420 nm e 450 nm, ou entre 460 nm e 490 nm, ou entre 485 nm e 515 nm, ou entre 560 nm e 600 nm ou entre 580 nm e 620 nm; - a lente oftálmica mostra um fator de reflexão de luz médio na referida parte da referida face principal frontal e/ou referida face principal posterior que é inferior a 1%; - o referido filtro é selecionado desde filtros de absorção, filtros de reflexão e filtros de interferência.
[0027] O invento se relaciona igualmente com um método de fornecimento a um usuário de uma lente oftálmica de uma classificação da referida lente oftálmica, compreendendo as etapas de: - identificação de uma potência adicional permitindo ao usuário ter uma leitura mais fácil de um ecrã, - identificação de um filtro que ajusta a exposição do usuário ao referido ecrã, - determinação da classificação como uma função da referida potência adicional e do referido filtro, e - fornecimento da referida classificação ao usuário.
DESCRIÇÃO DETALHADA DE UMA MODALIDADE
[0028] A descrição seguinte com referência aos desenhos anexos, fornecida como exemplo não limitativo, clarifica em que consiste o invento e como o mesmo pode ser reduzido à prática.
[0029] Nos desenhos em anexo: - a Figura 1 é uma vista esquemática de um usuário que lê um documento em papel; - a Figura 2 é uma vista esquemática de um usuário que lê um documento em um ecrã de um dispositivo digital; - a Figura 3 é uma vista de face esquemática de uma lente oftálmica de acordo com o invento; - a Figura 4 é uma vista lateral esquemática da lente oftálmica da Figura 3; - a Figura 5 é um gráfico ilustrando a variação da potência esférica óptica de uma lente “unifocal” ao longo de um eixo vertical dessa lente; - a Figura 6 é um gráfico ilustrando a variação da potência esférica óptica de uma lente multifocal ao longo de um eixo vertical dessa lente.
[0030] No resto da descrição, podem ser usados termos como “cima”, “baixo”, “horizontal”, “vertical”, “acima”, “abaixo” ou outras palavras indicando posição relativa. Esses termos devem ser compreendidos nas condições de uso da lente.
[0031] Notavelmente, a parte “inferior” da lente corresponde à zona da lente através da qual o usuário olha quando sua direção do olhar fixo é direcionada para o topo de seu nariz (com um ângulo de direção do olhar fixo β > 0°).
[0032] As seguintes definições são fornecidas para descrever o presente invento.
[0033] O plano de Frankfort é definido como sendo o plano contendo o ponto de órbita inferior e a margem superior do meato auditivo externo do usuário, em que a margem superior do meato auditivo externo é o ponto mais elevado no crânio do meato acústico, que corresponde ao trago do ouvido.
[0034] Quando um usuário está olhando para um documento em papel (Fig. 1) ou um ecrã de um dispositivo digital (consulte a Fig. 2), a postura do usuário pode ser definida por várias características entre: - uma distância D olho do usuário- ecrã, - um ângulo de tronco, - um ângulo de cabeça α, - um ângulo de cabeça no tronco, e - um ângulo de redução do olhar fixo β.
[0035] A distância D olho do usuário-ecrã corresponde à distância entre os olhos do usuário e o centro do ecrã 20.
[0036] O ângulo de tronco (não mostrado nas figuras) corresponde ao ângulo entre um eixo vertical e o eixo médio do tronco do usuário.
[0037] O ângulo de cabeça α corresponde ao ângulo entre um plano horizontal e o plano de Frankfort.
[0038] O ângulo de cabeça no tronco corresponde à soma do ângulo de tronco mais o ângulo de cabeça.
[0039] O ângulo de redução do olhar fixo β corresponde ao ângulo entre o plano de Frankfort e o plano que compreende os eixos ópticos dos olhos do usuário.
[0040] Nesse caso, o ângulo de rotação da cabeça do usuário 100 é considerado nulo.
[0041] Os dados de prescrição são conhecidos na técnica.
[0042] Os dados de prescrição se referem a um ou mais dados obtidos para o usuário e indicando para cada olho uma potência de refração média de visão de longe prescrita, e/ou um valor de astigmatismo prescrito e/ou um eixo de astigmatismo prescrito e/ou uma adição prescrita adequada para a correção da ametropia e/ou presbiopia de cada olho. Os dados de prescrição se referem igualmente a um ou mais dados obtidos para o usuário e indicando para cada olho uma potência de refração média de visão de perto prescrita, e/ou um valor de astigmatismo prescrito e/ou um eixo de astigmatismo prescrito e/ou uma regressão prescrita adequada para a correção da ametropia e/ou presbiopia de cada olho.
[0043] De acordo com o invento, a lente oftálmica pode ser selecionada desde lentes não corretivas (igualmente denominadas planas) ou corretivas. As lentes corretivas podem ser lentes progressivas e regressivas; monofocais, bifocais ou mais geralmente lentes multifocais. A lente pode ser projetada para se ajustar a uma armação de óculos de modo a proteger o olho e/ou corrigir a visão.
[0044] Essa lente oftálmica 10 compreende um núcleo 16 (consulte a Fig. 4) que tem uma face principal frontal 14, uma face principal posterior 15 e uma extremidade 17.
[0045] O núcleo 16 da lente tem um formato para transmitir propriedades ópticas à lente oftálmica 10, que correspondem aos dados de prescrição do usuário.
[0046] A potência de correção óptica da lente oftálmica 10 é definida por suas propriedades esféricas, cilíndricas e de potência de refração prismática. Será compreendido que essa definição óptica fornece um escopo que é mais geral que uma definição que é puramente em termos de área: define o efeito total da potência de refração da lente em um raio de luz incidente, que resulta da soma algébrica da potência de refração atuando em sucessão nas faces frontal e posterior da lente.
[0047] Uma lente unifocal tem normalmente uma potência de refração esférica, uma potência de refração cilíndrica e uma potência de refração prismática que são constantes em toda a superfície da lente. Essa lente unifocal é marcada em uma de suas faces principais por uma cruz, que mostra a posição de um ponto característico da lente (por exemplo, o centro óptico), e por uma linha horizontal.
[0048] Uma lente multifocal tem normalmente uma potência de refração esférica, uma potência de refração cilíndrica e uma potência de refração prismática que são constantes na parte superior da lente (a zona de visão de longe), e uma potência de refração esférica que varia na parte inferior da lente (particularmente em uma zona de visão de perto). Essa lente multifocal é definida em particular por três magnitudes ópticas principais: - uma “adição de potência esférica” igual à variação na potência esférica entre um ponto de referência FV da zona de visão de longe e um ponto de referência NV da zona de visão de perto (consulte a Fig. 3); - uma “potência nominal” igual à potência no referido ponto de referência FV da zona de visão de longe; e - um astigmatismo nominal igual à potência de refração cilíndrica no referido ponto de referência FV da zona de visão de longe.
[0049] Essa lente multifocal é normalmente marcada em uma de suas faces por vários sinais que mostram as posições dos pontos de referência FV, NV.
[0050] No contexto do invento instante, é igualmente considerado que a lente oftálmica 10 (unifocal ou multifocal) compreende uma “potência adicional P1” em uma “zona de visão ultra perto” 11 situada na parte inferior da lente oftálmica, em uma zona correspondendo a um ângulo de redução do olhar fixo usado para ler em um ecrã digital.
[0051] A zona de visão de longe da lente, situada em torno do ponto de referência FV, corresponde à zona através da qual o usuário está olhando para um objeto situado a uma distância superior a 1 metro (por exemplo, um ecrã de TV, ...).
[0052] A zona de visão de perto da lente, situada em torno do ponto de referência NV, corresponde à zona através da qual o usuário está olhando para um objeto situado a uma distância compreendida entre 40 centímetros e 1 metro (por exemplo, um documento em papel, um ecrã de um laptop, .).
[0053] De acordo com o invento, a zona de visão ultra perto 11 fornecida na lente, abaixo de um ponto de referência UNV, corresponde à zona através da qual o usuário está olhando para um objeto situado a uma distância inferior a 40 centímetros: por exemplo, um ecrã de phablet, tablet ou smartphone ou de visualização. Essa zona corresponde a um ângulo de redução do olhar fixo β superior a 21°.
[0054] Em uma modalidade específica, a zona de visão ultra perto 11 fornecida na lente corresponde à zona através da qual o usuário está olhando para um objeto situado a uma distância inferior a 35 centímetros: por exemplo um smartphone.
[0055] Nessa zona de visão ultra perto, a potência adicional P1 é definida como um valor de potência dióptrica igual à variação na potência esférica entre: - o centro óptico e o ponto de referência UNV da zona de visão ultra perto no caso de uma lente unifocal, ou - o ponto de referência NV da zona de visão de perto e o ponto de referência UNV da zona de visão ultra perto no caso de uma lente multifocal.
[0056] No caso de uma lente unifocal, como mostrado na Fig. 5, a potência adicional P1 corresponde ao valor de potência esférica adicionado ao valor da potência esférica principal P0 da lente no resto da superfície da lente. Em uma modalidade específica, a potência esférica P0 corresponde a zero quando o usuário não necessita de uma correção óptica. Desse modo, é compreendido que o termo unifocal não é realmente correto, mas é usado para tornar essa descrição mais clara.
[0057] Nessa figura, é possível observar que a potência esférica principal P0 é constante desde o topo da lente até 4 mm sob a cruz marcada da lente. Em seguida, a potência esférica aumenta continuamente até um ponto situado 15 mm abaixo da cruz marcada da lente. Nesse ponto (ou seja, o ponto de referência UNV), a potência esférica da lente é igual à soma da potência esférica principal P0 mais a potência adicional P1. Em seguida, a potência esférica se mantém constante até ao fundo da lente, definindo a zona “visão ultra perto”.
[0058] Especificamente, quando a zona “de visão ultra perto” tem uma potência constante, a mesma corresponde a uma zona de visão estabilizada. Em algumas modalidades, a lente oftálmica de acordo com o invento compreende uma zona de visão estabilizada dotada de meios de filtragem.
[0059] No caso de uma lente multifocal, como mostrado na Fig. 6, a potência adicional P1 é igual ao valor de potência esférica adicionado ao valor da potência esférica da lente no ponto de referência NV.
[0060] Nessa figura, é possível observar que a potência esférica da lente é constante desde o topo da lente até ao ponto de referência FV da lente (cruz marcada), definindo uma primeira zona de visão estabilizada. Em seguida, a potência esférica aumenta continuamente até um ponto situado 12 mm abaixo do ponto de referência FV. Nesse ponto (ou seja, realmente perto do ponto de referência NV), a potência esférica da lente é igual à soma da potência nominal P3 mais a adição de potência esférica P2. A potência esférica se mantém constante a 2 mm de altura definindo uma segunda zona de visão estabilizada, e depois a mesma aumenta continuamente até um ponto situado 12 mm abaixo do ponto de referência NV. Nesse ponto (ou seja, o ponto de referência UNV), a potência esférica da lente é igual à soma da potência nominal P3 mais a adição de potência esférica P2 mais a potência adicional P1. Em seguida, a potência esférica se mantém constante até ao fundo da lente, definindo uma terceira zona de visão estabilizada.
[0061] Especificamente, a lente oftálmica obtida pelo invento compreende pelo menos uma zona de visão estabilizada selecionada desde a zona de visão de longe, zona de visão intermédia e zona de visão de perto.
[0062] Nesses dois casos ilustrados nas figuras 5 e 6, a potência adicional P1 tem um valor compreendido entre 0,125 e 1 dioptrias.
[0063] Na realidade, o invento se relaciona com um método de determinação de uma lente oftálmica 10 adequada para o melhoramento do conforto de visão de um usuário 100 ao observar um ecrã 20, a lente oftálmica compreendendo uma zona de visão, a zona de visão sendo dotada de meios de filtragem 12, em que o método compreende as etapas de: - determinação de pelo menos uma característica de postura □, □, D do usuário 100 observando o referido ecrã 20, - determinação de um valor de potência dióptrica P1 associado à referida zona de visão permitindo ao usuário 100, ao usar a lente oftálmica, ter uma leitura mais fácil do referido ecrã 20, - determinação de pelo menos uma característica de meios de filtragem 12 para ajustar a exposição à luz do usuário 100 ao referido ecrã 20, e - determinação da zona de visão com base no referido valor de potência dióptrica, na referida, pelo menos uma, característica de postura do usuário e na referida, pelo menos uma, característica de meios de filtragem para que o conforto de visão do usuário seja otimizado ao usar a lente oftálmica enquanto observa um ecrã.
[0064] Esse método é operado como apresentado em seguida.
[0065] Em uma primeira etapa, um oculista adquire pelo menos uma das seguintes características: - o grau de presbiopia do usuário, por exemplo selecionado desde a lista seguinte: não presbiópico, pré-presbiópico, presbiopia crescente e presbiopia, - o grau de tensão ocular sentido pelo usuário, por exemplo selecionado desde a lista seguinte: baixo, médio, elevado, - a idade do usuário, e - a frequência de uso de dispositivos digitais, por exemplo selecionados desde a lista seguinte: monitor de televisão, monitor de computador desktop, ecrã de laptop, ecrã de phablet, ecrã de tablet, ecrã de smartphone e/ou ecrã de visualização.
[0066] Nesse caso, ele adquire todas essas características fazendo questões ao usuário, e depois introduz essas características em um computador. Em outra modalidade, o usuário pode introduzir ele mesmo essas características no computador.
[0067] Em uma segunda etapa, o oculista adquire as prescrições do usuário.
[0068] É possível considerar o caso de um usuário presbiópico.
[0069] Nesse caso, o oculista adquire uma “adição de potência esférica”, uma “potência nominal” e um astigmatismo nominal.
[0070] Igualmente, ele adquire (por exemplo medindo e calculando os dados necessários) as posições dos pontos de referência FV e NV.
[0071] Uma vez que essas operações são bem conhecidas dos peritos na técnica, as mesmas não serão desenvolvidas na presente descrição.
[0072] Em uma terceira etapa, o oculista adquire uma imagem lateral do usuário olhando para o ecrã 20 de seu dispositivo digital (nesse caso, um smartphone), graças a uma câmera ou a qualquer dispositivo adequado para tirar uma fotografia assim. A imagem adquirida é representada na figura 2.
[0073] Em seguida, pode medir várias características de postura nessa imagem e introduzir essas características no computador.
[0074] Todavia, em uma modalidade preferida, a imagem é processada pelo computador, que mede automaticamente a distância D olho do usuário- ecrã, o ângulo de cabeça α e o ângulo de redução do olhar fixo β.
[0075] Em seguida, o computador calcula automaticamente o valor da potência adicional P1, a posição do ponto de referência UNV (igualmente denominada posição da potência adicional) e o tipo de filtro 12 que o usuário necessita.
[0076] Primeiro, é possível considerar primeiro a determinação da localização do ponto de referência UNV.
[0077] Por exemplo, se o dispositivo digital for um smartphone, o ponto de referência UNV pode se situar nos pontos mostrados nas Figs. 5 e 6.
[0078] A posição do ponto de referência UNV pode ser corrigida como uma função da distância D olho do usuário-ecrã e o ângulo de redução do olhar fixo β.
[0079] Por exemplo, se distância D olho do usuário- ecrã for inferior a 33 cm e o ângulo de redução do olhar fixo β for superior a 25°, a posição do ponto de referência UNV pode se situar 1 mm abaixo da posição mostrada na figura 5 ou 6.
[0080] A posição do ponto de referência UNV pode ser corrigida como uma função do tipo de dispositivo digital usado pelo usuário e da frequência de uso de dispositivos digitais.
[0081] Por exemplo, se o usuário escrever frequentemente em um smartphone, o ponto de referência UNV pode se situar 1 mm acima das posições mostradas na figura 5 ou 6.
[0082] É possível considerar agora a determinação do valor da potência adicional P1 para um usuário não presbiópico.
[0083] Nesse caso, em que a lente é unifocal, a potência adicional P1 pode ser igual a: . 0,4 dioptrias se a idade do usuário for compreendida entre 20 e 34 anos de idade, . 0,6 dioptrias se a idade do usuário for compreendida entre 35 e 44 anos de idade, ou . 0,85 dioptrias se a idade do usuário for compreendida entre 45 e 50 anos de idade.
[0084] O valor da potência adicional P1 pode ser corrigido como uma função da distância D olho do usuário-ecrã e o ângulo de redução do olhar fixo β.
[0085] Por exemplo, se a distância D olho do usuário-ecrã for inferior a 33 cm e o ângulo de redução do olhar fixo β for superior a 25°, o valor da potência adicional P1 pode ser aumentado em 0,1 dioptrias.
[0086] O valor da potência adicional P1 pode igualmente ser corrigido como uma função do grau de tensão ocular sentido pelo usuário e da frequência de uso de dispositivos digitais.
[0087] Por exemplo, o valor da potência adicional P1 pode ser aumentado em 0,05 dioptrias se o usuário sentir uma tensão ocular média ou em 0,1 dioptrias se o usuário sentir uma elevada tensão ocular.
[0088] Esse valor pode igualmente ser aumentado em 0,1 dioptrias se a frequência de uso de dispositivos digitais for elevada.
[0089] Igualmente, é possível considerar a determinação do valor da potência adicional P1 para um usuário presbiópico.
[0090] Nesse caso, em que a lente é multifocal, a potência adicional P1 pode ser compreendida entre 0,125 e 0,5 dioptrias e pode ser calculada como uma função do campo de visão que o usuário necessita.
[0091] Por exemplo, essa potência adicional P1 pode ser igual a: - 0,5 dioptrias se o usuário necessitar de ampliação forte e campo de visão estreito (uso intensivo de ecrãs digitais), - 0,25 dioptrias se o usuário necessitar de boa ampliação enquanto tem um bom campo de visão (uso simultâneo de ecrãs digitais em diferentes distâncias), ou - 0,125 dioptrias se o usuário necessitar de ampliação enquanto mantém um largo campo de visão (uso de ecrãs digitais a curta distância enquanto olha para a TV).
[0092] Para todos os usuários, presbiópicos ou não presbiópicos, a posição do ponto de referência UNV pode ser corrigida como uma função da potência adicional P1. Na verdade, se a potência adicional P1 for grande (por exemplo igual ou superior a 0,5 dioptrias), o ponto de referência UNV pode ser mudado abaixo da posição inicialmente determinada (por exemplo 1 mm). Caso contrário, o ponto de referência UNV não é mudado.
[0093] O valor da potência adicional P1 e a posição do ponto de referência UNV podem ser corrigidos como uma função do grau de tensão ocular sentido pelo usuário e da frequência de uso de dispositivos digitais, conforme mencionado acima.
[0094] Essa lente oftálmica 10 compreende igualmente um filtro 12, 13 colocado em pelo menos uma parte da referida face principal frontal 14 e/ou da referida face principal posterior 15.
[0095] Vantajosamente, esse filtro 12, 13 abrange toda a superfície de uma face (nesse caso, a face principal frontal 14) da lente 10.
[0096] Os filtros se baseiam na absorção ou na reflexão.
[0097] Os filtros de absorção são configurados para inibir a transmissão por absorção parcial ou total de luz. Os mesmos incluem filtros de cor obtidos com tintas e/ou pigmentos, filtros fotocrômicos, filtros de polarização. Esses filtros podem ser igualmente controlados por um sinal externo como filtros eletrocrômicos. A escolha de material para filtro de absorção define um espectro de absorção específico de luz. Quando são usados tintas ou pigmentos, os mesmos podem ser incorporados no substrato de lente oftálmica ou em um revestimento depositado no substrato de lente oftálmica, como por exemplo um primário, uma camada adesiva, uma camada de imbibição ou um revestimento duro.
[0098] Os filtros de reflexão são configurados para inibir a transmissão por reflexão parcial ou total de luz. Os mesmos incluem filtros multicamadas, nos quais as camadas de material de baixo índice de refração alternam com camadas de material de alto nível de refração. Essas camadas podem ser orgânicas ou inorgânicas. Dependendo do número de camadas (de 4 a diversas centenas), o índice de refração (de 1,3 a 2,5 para material mineral, de 1,4 a 1,8 para material orgânico) de cada camada e espessura de cada camada, um filtro de reflexão tem um espectro de reflexão específico. Os filtros multicamadas são muitas vezes denominados filtros de interferência.
[0099] Os filtros (ou “revestimentos”) antirrefletivos são muito usados para a minimização da reflexão das lentes de modo a melhorar o conforto do usuário bem como a estética. Geralmente, o objetivo principal do desenho antirreflexão é alcançar uma “refletância” o mais baixa possível, levando ao mesmo tempo em consideração diferentes restrições, p. ex., processo de fabricação, robustez da dor e número de camadas, etc. Quando depositado em um substrato transparente, a função desse revestimento é reduzir sua reflexão de luz e, por consequência, aumentar sua transmissão de luz. Um substrato assim revestido irá, por consequência, ter sua relação de luz transmitida/luz refletida aumentada, melhorando assim a visibilidade de objetos colocados atrás do mesmo. Quando se pretende alcançar um efeito antirreflexão máximo, é então preferível fornecer a ambas as faces (faces frontal e posterior) do substrato esse tipo de revestimento.
[0100] Esse revestimento antirrefletivo é normalmente usado no campo oftálmico. Conformemente, os revestimentos antirrefletivos tradicionais são projetados e otimizados para reduzir a reflexão na superfície da lente na região visível, tipicamente dentro da faixa de espectro de 380 a 780 nm.
[0101] Como a refletância é uma função de comprimento de onda, e uma vez que o olho humano tem diferente sensibilidade para vários comprimentos de onda, a reflexão de luz média Rv do desenho antirrefletivo é descrita pela seguinte equação:
Figure img0001
[0102] em que R(À) corresponde à refletância no comprimento de onda À, V(À) corresponde à função de sensibilidade do olho V(À) definida na norma CIE 1931, e D65(À) corresponde ao iluminante de luz do dia definido na norma CIE S005/E-1998.
[0103] Todos os filtros, por absorção ou por reflexão, podem ser projetados com um espectro de absorção ou reflexão fornecendo um efeito de filtragem, balanceamento de cor, melhoramento de contraste ou antibrilho específico.
[0104] Finalmente, é possível considerar a seleção do tipo de filtro 12 usado no núcleo da lente oftálmica 10.
[0105] Nesse caso, o filtro 12 é configurado para inibir seletivamente a transmissão, através da lente de pelo menos uma faixa selecionada de comprimentos de onda de luz incidente no espectro de luz visível em uma taxa de inibição de pelo menos 5%. Em particular, os meios de filtragem óptica seletiva são ainda configurados para transmitir pelo menos 8% de luz incidente do espectro visível fora da, pelo menos uma, faixa selecionada de comprimentos de onda.
[0106] Em algumas modalidades, a taxa de inibição do filtro 12 é de pelo menos 10%, ou pelo menos 20%, ou pelo menos 35%, ou pelo menos 50%, ou pelo menos 65% ou pelo menos 80%.
[0107] Em algumas modalidades, a faixa selecionada de comprimento de onda é estreita com uma largura superior a 10 nm e inferior a 150 nm, preferencialmente inferior a 100 nm, mais preferencialmente inferior a 70 nm.
[0108] Em outra modalidade, o filtro 12 inibe a transmissão de luz visível em pelo menos 5%, mais de pelo menos uma das seguintes faixas de comprimentos de onda: - uma primeira faixa de comprimentos de onda que tem uma largura de pelo menos 20 nm e que é centrada em um comprimento de onda médio igual a 435 nm, de modo a inibir a luz azul-violeta, - uma segunda faixa de comprimentos de onda que tem uma largura de pelo menos 20 nm e que é centrada em comprimentos de onda médios iguais a 475 nm, de modo a aumentar o contraste vermelho/verde, - uma terceira faixa de comprimentos de onda que tem uma largura de pelo menos 20 nm e que é centrada em comprimentos de onda médios iguais a 580 nm, de modo a aumentar o contraste vermelho/verde, - uma quarta faixa de comprimentos de onda que tem uma largura de pelo menos 20 nm e que é centrada em um comprimento de onda médio igual a 500 nm, de modo a aumentar o contraste azul/verde, e - uma quinta faixa de comprimentos de onda que tem uma largura de pelo menos 20 nm e que é centrada em um comprimento de onda médio igual a 600 nm, de modo a reduzir o brilho.
[0109] As faixas de comprimentos de onda inibidos pelo filtro 12 são selecionadas como uma função do tipo de dispositivo digital normalmente usadas pelo usuário.
[0110] Por exemplo, a primeira faixa de comprimentos de onda será automaticamente selecionada para usuários que usam frequentemente smartphones, e a quinta faixa de comprimentos de onda será selecionada para usuários que usam dispositivos digitais que não têm nenhuns meios para reduzir automaticamente a intensidade de luz do ecrã no escuro.
[0111] Em algumas modalidades, o filtro 12 é um filtro de reflexão. Em particular, o filtro 12 tem um fator de reflexão médio de pelo menos 5%, em uma faixa de comprimentos de onda compreendidos entre 420 nm e 450 nm, ou entre 460 nm e 490 nm, ou entre 485 nm e 515 nm, ou entre 560 nm e 600 nm ou entre 580 nm e 620 nm.
[0112] Em uma modalidade particular, o filtro 12 mostra um fator de reflexão de luz médio Rv que é inferior a 1% para um ângulo de incidência inferior a 30°.
[0113] Em uma modalidade adicional, é fornecida à lente oftálmica 10 uma classificação Ra para indicar ao usuário o desempenho da lente especialmente para a leitura em ecrãs de dispositivos digitais.
[0114] A classificação Ra se baseia em uma relação que quantifica: - a proteção fornecida pela lente oftálmica 10 ao usuário relativa à luz azul- violeta emitida por esses ecrãs, e - o desempenho de ampliação da lente oftálmica graças à potência adicional.
[0115] O método compreende as etapas de identificação da potência adicional P1 e do tipo de filtro 12 da lente, determinação da classificação Ra como uma função da referida potência adicional P1 e do referido filtro 12 e, em seguida, fornecimento ao usuário 100 da classificação Ra da lente.
[0116] Outro aspecto do invento é o uso de uma lente oftálmica compreendendo uma zona de visão, a zona de visão compreendendo meios de filtragem baseados em: - pelo menos uma característica de postura α, β, D do usuário 100 observando o referido ecrã 20, - um valor de potência dióptrica P1 permitindo ao usuário 100, ao usar a lente oftálmica, ter uma leitura mais fácil do referido ecrã, - uma característica de meios de filtragem 12 para ajustar a exposição à luz do usuário 100 ao referido ecrã 20, de modo a que o conforto de visão, e/ou a tensão ocular e/ou o conforto postural do usuário ao usar a lente oftálmica enquanto observa um ecrã sejam melhorados.
[0117] Particularmente, o uso da lente oftálmica de acordo com o invento é adequado para usos emergentes de dispositivos digitais, especialmente quando diversos dispositivos digitais de diferentes tamanhos são usados em simultâneo, por exemplo enviar mensagens de texto enquanto se vê TV, enviar mensagens de texto enquanto se trabalha em um computador, se trabalha ou joga videogames com múltiplos ecrãs digitais.
[0118] O uso da lente oftálmica de acordo com o invento é igualmente adequado para o uso de dispositivos digitais a uma distância muito próxima, como por exemplo ler ou trabalhar em um smartphone ou um tablet, tirar fotografias com uma câmera digital ou um smartphone ou um tablet.
[0119] O uso da lente oftálmica de acordo com o invento é particularmente adequado para uso intensivo e/ou longo de dispositivos digitais.

Claims (14)

1. Método de determinação de uma lente oftálmica (10) adequada para o melhoramento do conforto de visão de um usuário (100) ao observar um ecrã (20), a lente oftálmica compreendendo uma zona de visão (11), a zona de visão sendo dotada de meios de filtragem (12), em que o método é implementado por computador e compreende as etapas de: - determinação de pelo menos uma característica de postura (α,β, D) do usuário (100) observando o referido ecrã (20), - determinação de um valor de potência dióptrica (P1) associado à referida zona de visão (11) permitindo ao usuário (100), ao usar a lente oftálmica (10), ter uma leitura mais fácil do referido ecrã (20), - determinação de pelo menos uma característica dos referidos meios de filtragem (12) para ajustar a exposição à luz do usuário (100) ao referido ecrã (20), e - determinação das características da zona de visão (11) com base no referido valor de potência dióptrica (P1), referida pelo menos uma característica de postura (α,β, D) e referida pelo menos uma característica de meios de filtragem (12) para que o conforto de visão do usuário (100) seja otimizado ao usar a lente oftálmica (10) enquanto observa um ecrã (20), caracterizado pelo fato da referida zona de visão ser uma zona de visão ultra perto estabilizada, através da qual o usuário olha para o ecrã a uma distância menor que 40 centímetros e corresponde a um ângulo de redução do olhar fixo (β) do usuário (100), observando referido ecrã (20) maior que 21°.
2. Método de determinação, de acordo com a reivindicação 1, caracterizado pelo fato de: - o método compreender uma etapa adicional de determinação do grau de presbiopia do usuário, por exemplo selecionado desde não presbiópico, pré- presbiópico, presbiopia crescente e presbiopia, e - a referida etapa de determinação de um valor de potência dióptrica (P1) ser operada como uma função do referido grau de presbiopia.
3. Método de determinação, de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 ou 2, caracterizado pelo fato de: - o método compreender uma etapa adicional de determinação do grau de tensão ocular sentido pelo usuário (100), e - a referida etapa de determinação de um valor de potência dióptrica (P1) e/ou determinação de um filtro (12) ser operada como uma função do referido grau de tensão ocular.
4. Método de determinação, de acordo com qualquer uma das reivindicações 1,2 ou 3, caracterizado pelo fato de: - o método compreender uma etapa adicional de determinação da idade do usuário, e - a referida etapa de determinação de um valor de potência dióptrica (P1) e/ou determinação de um filtro (12) ser operada como uma função da referida idade.
5. Método de determinação, de acordo com qualquer uma das reivindicações 1,2, 3 ou 4, caracterizado pelo fato de: - o método compreender uma etapa adicional de determinação da frequência de uso do referido ecrã (20), e - a referida etapa de determinação de um valor de potência dióptrica (P1) e/ou determinação de um filtro (12) ser operada como uma função da referida frequência de uso.
6. Método de determinação, de acordo com qualquer uma das reivindicações 1,2, 3, 4 ou 5, caracterizado pelo fato de: - o ecrã (20) ser selecionado desde vários tipos: monitor de televisão, monitor de computador desktop, ecrã de laptop, ecrã de phablet, ecrã de tablet, ecrã de smartphone e/ou ecrã de visualização, e - o valor de potência dióptrica (P1) se situar na referida lente oftálmica (10) em uma posição determinada como uma função do tipo de ecrã selecionado.
7. Método de determinação, de acordo com qualquer uma das reivindicações 1, 2, 3, 4, 5 ou 6, caracterizado pelo fato da referida característica de postura ser selecionada desde uma distância (D) do olho do usuário-ecrã, um ângulo de tronco, um ângulo de cabeça (α), um ângulo de cabeça no tronco e um ângulo de redução do olhar fixo (β).
8. Método de determinação, de acordo com qualquer uma das reivindicações 1,2, 3, 4, 5, 6 ou 7, caracterizado pelo fato do referido filtro (12) diminuir a transmissão de luz visível através da lente oftálmica (10) em pelo menos 5%, em uma faixa de comprimento de onda que tem uma largura superior a 10 nm.
9. Método de determinação, de acordo com qualquer uma das reivindicações 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7 ou 8, caracterizado pelo fato de cada etapa de determinação de uma característica de postura (α,β, D), determinação de um valor de potência dióptrica (P1) e determinação de um filtro (12) ser implementada, pelo menos em parte, por um computador.
10. Lente oftálmica (10) determinada pelo método definido em qualquer uma das reivindicações 1 a 9 e adequada para melhoramento do conforto de visão de um usuário (100) observando um ecrã (20), em que a lente oftálmica (10) compreende uma zona de visão (11) dotada de meios de filtragem (12) baseados em: - um valor de potência dióptrica (P1) permitindo ao usuário (100), ao usar a lente oftálmica (10), ter uma leitura mais fácil do referido ecrã (20), e - uma característica de meios de filtragem (12) para ajustar a exposição à luz do usuário (100) ao referido ecrã (20), caracterizada pelo fato de que, a zona de visão (11) é uma zona de visão ultra perto estabilizada, através da qual o usuário olha para o ecrã a uma distância menor que 40 centímetros e corresponde a um ângulo de redução do olhar fixo (β) do usuário (100), observando referido ecrã (20) maior que 21°, o conforto de visão do usuário (100) sendo otimizado ao usar a lente oftálmica (10) enquanto observa o ecrã (20).
11. Lente oftálmica (10), de acordo com a reivindicação 10, caracterizada pelo fato de que a zona de visão ultra perto (11) dotada de meios de filtragem (12) é uma zona de visão estabilizada.
12. Lente oftálmica (10), de acordo com qualquer uma das reivindicações 10 ou 11, caracterizada pelo fato de que a lente oftálmica compreende pelo menos uma zona de visão estabilizada selecionada desde zona de visão de longe, zona de visão intermédia e zona de visão de perto.
13. Lente oftálmica (10), de acordo com qualquer uma das reivindicações 10, 11 ou 12, caracterizada por a lente oftálmica compreender uma face principal frontal (14) e uma face principal posterior (15), e o referido filtro (12) ser colocado em pelo menos uma parte da referida face principal frontal (14) e/ou referida face principal posterior (15).
14. Lente oftálmica (10), de acordo com a reivindicação 13, caracterizada por o referido filtro (12) ter um fator de reflexão médio de pelo menos 5%, em uma faixa de comprimentos de onda compreendidos entre 420 nm e 450 nm.
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