BR102022003724A2

BR102022003724A2 - Conjunto de vedação para roda motriz de um veículo

Info

Publication number: BR102022003724A2
Application number: BR102022003724-8A
Authority: BR
Inventors: Luca Breusa; Giorgio Cucco; Pasquale Angiulli
Original assignee: Freudenberg Sealing Technologies S.A.S. Di Externa Italia S.R.L.U.
Priority date: 2021-02-26
Filing date: 2022-02-25
Publication date: 2022-09-06
Also published as: US11761539B2; EP4050243A1; US20220275864A1; CN114962644A; ES2934334T1; IT202100004538A1; DE22159016T1

Abstract

É descrito um conjunto de vedação (1) configurado para prevenir / limitar a entrada de contaminantes externos em um compartimento de motor (15) de uma roda motriz (2) para veículos (6). O conjunto de vedação (1) compreende um primeiro anel de suporte (16) fixo, um segundo anel de suporte (17) giratório e radialmente mais externo ao primeiro anel de suporte (16), e uma vedação anelar (18) interposta entre o anéis de suporte (16, 17), incluindo uma porção de ancoragem (27), fixada ao segundo anel de suporte (17) e pelo menos um primeiro e um segundo lábios de vedação anelar (30, 31), que se projetam em cantiléver a partir da porção de ancoragem (27), montados por interferência entre os anéis de suporte (16, 17), definindo uma configuração de vedação, em que cooperam com porções distintas (24, 20) do primeiro anel de suporte (16) ao longo de respectivas linhas de contato anelares (L), ajustados por efeito centrífugo em uma configuração de desprendimento a partir das respectivas porções (24, 20) do primeiro anel de suporte (16), em velocidades da roda motriz (2) superiores a um predeterminado valor (V) diferente de zero.

Description

CONJUNTO DE VEDAÇÃO PARA RODA MOTRIZ DE UM VEÍCULO

REFERÊNCIA CRUZADA COM PEDIDOS DE PATENTE RELACIONADOS

[001] Este pedido de patente reivindica a prioridade do pedido de patente italiano n° 102021000004538 depositado em 26 de fevereiro de 2021, cuja descrição completa é aqui incorporada como referência.

CAMPO TÉCNICO

[002] A presente invenção se refere a um conjunto de vedação configurado para impedir/limitar a entrada de contaminantes externos em um compartimento do motor de uma roda motriz de um veículo.

ANTECEDENTES DA INVENÇÃO

[003] Nos últimos anos, o desenvolvimento de sistemas de acionamento elétrico tornaram possível propor motores elétricos que podem ser integrados diretamente às rodas de veículos rodoviários ou de veículos fora de estrada. Esses motores, comumente conhecidos como motores elétricos das rodas, geralmente compreendem um estator, consistindo por exemplo em uma pluralidade de bobinas, fixado ao chassi de um veículo, e um rotor, consistindo por exemplo em uma série de ímãs dispostos em torno do estator e fixados à parte do rotor da roda motriz.

[004] Esses motores podem ser, por exemplo, do tipo de indução eletromagnética, de ímã permanente, de anel síncrono, de relutância comutada, etc..

[005] Um problema associado à utilização de motores integrados às rodas de veículos consiste em limitar / impedir a entrada de contaminantes externos nos compartimentos das rodas que alojam os referidos motores.

[006] Tal problema pode ser resolvido adotando-se conjuntos de vedação adequados que possam prover uma barreira contra a possível penetração de contaminantes externos, tais como respingos, lama, água, nos motores elétricos das rodas.

[007] Outro problema é fazer conjuntos de vedação que garantam uma longa vida útil de serviço e não causem atrito excessivo, com conseqüente dissipação da potência gerada pelos motores elétricos das rodas.

[008] Um conjunto de vedação conhecido é descrito na patente EP-B1-2058563 do mesmo Requerente, configurado para ficar alojado no compartimento definido entre um invólucro oco e um membro rotativo, tal como um eixo de um veículo alojado coaxialmente no invólucro. Esse conjunto de vedação é usado entre dois ambientes, um dos quais está destinado a acomodar um banho de óleo lubrificante, e o outro ambiente, onde o óleo deve ser impedido de entrar, está destinado a acomodar ar.

[009] O conjunto de vedação mostrado na patente EP-B-2058563 compreende essencialmente um primeiro anel de suporte, feito de um material rígido que pode ser fixado ao invólucro, um segundo anel de suporte feito de um material rígido, disposto radialmente mais interno em relação ao primeiro anel de suporte, estando acoplado ao membro rotativo para, durante o uso, girar em conjunto com o primeiro anel, e uma gaxeta anular feita de material elasticamente deformável, interposta entre os primeiro e segundo anéis de suporte e compreendendo uma porção de ancoragem, portada pelo primeiro anel de suporte fixo, e um primeiro e um segundo lábios de vedação anelar, salientes em cantiléver a partir da porção de ancoragem e respectivamente cooperando, durante o uso, com uma porção radial e com uma porção axial do segundo anel de suporte rotativo.

[010] Em particular, o primeiro lábio de vedação está configurado para gerar, com sua própria porção de extremidade livre, um contato difuso constante, isto é, em quaisquer condições de uso, sobre uma grande área da porção radial do segundo anel de suporte rotativo. Mais precisamente, a mencionada porção de extremidade livre do primeiro lábio de vedação apresenta uma ranhura em espiral configurada para gerar, durante a rotação do membro rotativo, uma ação de bombeamento fluidodinâmico destinado a mover o óleo para longe da área de vedação e em direção ao ambiente com o banho de óleo. A ação de bombeamento fluidodinâmico é alcançada gerando-se um fluxo de ar a partir do ambiente com ar em direção ao ambiente contendo óleo, através da ranhura no primeiro lábio de vedação e por meio da rotação do membro rotativo.

[011] O segundo lábio de vedação está disponível em uma configuração de contato estanque ao óleo com a porção axial do segundo anel de suporte, quando o membro rotativo está estacionário, podendo ser desprendido da citada porção axial devido ao efeito de bombeamento fluidodinâmico gerado pela ranhura do primeiro lábio de vedação no ar dentro da ranhura, quando o membro rotativo está girando.

[012] A solução descrita conhecida, embora funcionalmente eficaz na separação de dois ambientes entre si, um contendo ar e outro contendo óleo, tendo um invólucro que aloja um membro rotativo, não é adequado para as novas exigências, e em particular não resolve nenhum dos problemas indicados acima em relação ao projeto de um conjunto de vedação para a roda motriz de um veículo.

DESCRIÇÃO DA INVENÇÃO

[013] O objetivo da presente invenção é portanto fazer um conjunto de vedação configurado de modo a evitar / limitar a entrada de contaminantes externos em um compartimento de motor de uma roda motriz de um veículo, o que permite que os problemas acima especificados sejam superados de maneira simples e econômica.

[014] O mencionado objetivo é alcançado pela presente invenção, a qual se refere a um conjunto de vedação configurado para impedir / limitar a entrada de contaminantes externos em um compartimento de motor de uma roda motriz de um veículo, conforme definido na reivindicação 1 e nas reivindicações dependentes.

BREVE DESCRIÇÃO DOS DESENHOS

[015] Para compreender melhor a presente invenção, uma forma de incorporação preferida é descrita a seguir, a título de exemplo não limitativo, com referência aos desenhos anexos, onde:

- A figura 1 ilustra, em uma vista lateral tendo partes removidas para maior clareza, uma porção de um veículo tendo uma roda motriz provida com um motor elétrico interno;
- A figura 2 é uma vista em corte em escala ampliada da roda motriz da figura 1 de acordo com a linha II-II na mesma figura;
- A figura 3 é uma vista em semicorte axial em escala ampliada de um conjunto de vedação de acordo com a presente invenção, configurado para impedir / limitar a entrada de contaminantes externos no compartimento de roda motriz das figuras 1 e 2, o qual aloja o motor elétrico;
- A figura 4 é uma figura semelhante à figura 3, em uma escala ainda maior, ilustrando uma gaxeta do conjunto de vedação de acordo com a invenção, em uma condição não deformada antes da montagem; e
- A figura 5 é uma figura semelhante à figura 3, ilustrando o conjunto de vedação de acordo com a invenção em uma condição de operação diferente.

MELHOR MODO DE REALIZAÇÃO DA INVENÇÃO

[016] Com referência às figuras 1 e 2, o numeral 1 denota como um todo um conjunto de vedação configurado para limitar / prevenir a entrada de contaminantes externos em uma roda motriz 2 que aloja um motor elétrico interno 3, comumente conhecido como motor elétrico da roda, que é por exemplo um motor de indução eletromagnética, um motor de ímã permanente, um motor de anel síncrono, um motor de relutância comutada, etc., ou seja, é um motor tendo um estator 4 e um rotor 5.

[017] A roda motriz 2 pode ser usada em qualquer tipo de veículo, em particular em um veículo motorizado ou em outros tipos de veículos, rodoviários ou fora de estrada, um exemplo dos quais está ilustrado na figura 1, indicado como um todo pelo numeral 6.

[018] Em particular, a roda motriz 2 possui um eixo A e compreende uma porção de estator 7, fixada ao chassi do veículo 6 por meio de elementos de conexão 14 (ilustrados esquematicamente na figura 2 com uma linha pontilhada), sendo portanto fixos, e uma porção de rotor 8, suportada de rotativamente em torno do eixo A pela porção de estator 7 por meio de um ou mais rolamentos 9.

[019] No caso ilustrado, a porção de estator 7 apresenta um formato anelar definindo um orifício passante 10 do eixo A, destinado a receber, com a interposição do rolamento 9, um cubo 11 da porção de rotor 8.

[020] Mais particularmente, a porção de rotor 8 compreende, além do cubo 11, uma coroa anelar 12 e uma parede em formato de disco 13, conectando as respectivas extremidades axiais correspondentes do cubo 11 e da coroa 12.

[021] Conforme pode ser observado na figura 2, a porção de estator 7 da roda motriz 2 está montada no espaço anelar fechado entre o cubo 11 e a coroa 12, em uma posição voltada para a parede em formato de disco 13.

[022] A porção de estator 7 delimita, com a coroa 12 e com uma porção da parede em formato de disco 13, adjacente à própria coroa 12, um compartimento anelar 15, onde o motor elétrico 3 fica alojado durante o uso. Em mais detalhes, o rotor 5 do motor elétrico 3 fica suspenso em cantiléver pela coroa 12 da porção de rotor 8 da roda motriz 2; o estator 4 do motor elétrico 3, em vez disso, é suportado pela porção de estator 7, em uma posição radial voltada para o rotor 5.

[023] Entre a borda periférica radialmente externa da porção de estator 7 e a coroa 12, o conjunto de vedação 1 de acordo com a presente invenção fica interposto de modo a evitar / limitar a entrada de contaminantes externos (por exemplo, água, respingos, poeira, poluentes, etc.) no compartimento 15, que podem danificar ou prejudicar o funcionamento do motor elétrico 3 durante a operação do veículo 6.

[024] Com referência às figuras 3 a 5, o conjunto de vedação 1 apresenta, durante o uso, um eixo coincidente com o eixo A da roda motriz 2 na qual ele está montado, e compreende:

- Um primeiro anel de suporte radialmente interno 16 feito de um material rígido, fixado, durante o uso, à borda periférica radialmente externa da porção de estator 7 da roda motriz 2;
- Um segundo anel de suporte radialmente externo 17 feito de um material rígido, giratório, durante uso, em torno do eixo A em relação ao anel de suporte 16, girando em conjunto com a porção de rotor 8 da roda motriz 2; e
- Uma junta anelar 18 feita de um material elasticamente deformável, interposta entre os anéis de suporte 16 e 17 e preferencialmente constituída por um único elemento.

[025] O anel de suporte 16 compreende uma porção axial 20, que se estende paralelamente ao eixo A e fica fixada, durante o uso, à borda periférica radialmente externa da porção de estator 7 da roda motriz 2, e uma porção conformada de formato aproximadamente radial 21, que se estende em cantiléver a partir de uma extremidade 20a da porção axial 20 oposta à extremidade 20b, voltada para o compartimento 15.

[026] Em particular, a porção conformada 21 compreende, começando na porção axial 20, uma primeira porção radial 22 conectada à extremidade 20a, uma porção cônica 23 tendo seções crescentes em direção ao compartimento 15, e uma segunda porção radial 24, disposta em uma posição deslocada em direção ao compartimento 15 em relação à porção radial 21.

[027] A porção radial 24 define a parte de extremidade livre da porção moldada 21, e está conectada à porção radial 22 através da porção cônica 23.

[028] De maneira semelhante ao anel de suporte 16, o anel de suporte 17 compreende uma porção axial 25, que se estende paralelamente ao eixo A em uma posição voltada para a porção axial 20 do anel de suporte 16, estando fixada, durante o uso, à superfície radialmente interna da coroa 8 da porção de rotor 7 da roda motriz 2, e uma porção radial 26, que se estende radialmente em cantiléver a partir da porção axial 25 em uma posição voltada para a porção conformada 21, em direção à porção axial 20 do próprio anel de suporte 16.

[029] Em mais detalhes, a porção axial 25 possui extremidades opostas 25a e 25b, com a primeira delas sendo adjacente ao compartimento 15. A porção radial 26 se estende em cantiléver a partir da extremidade 25a em direção à extremidade 20b da porção axial 20, delimitando com esta última um espaçamento radial predefinido. A porção radial 26 fica conectada à extremidade 25a da porção axial 25.

[030] Na prática, a porção conformada 21 do anel de suporte 16, e portanto as porções radiais 22 e 24, bem como a porção radial 26 do anel de suporte 17, ficam dispostas em uma posição interposta entre as porções axiais 20 e 25.

[031] Além disso, a porção axial 25 do anel de suporte 17 fica radialmente disposta mais externamente à porção axial 20 do anel de suporte 16.

[032] Vantajosamente, a gaxeta 18 compreende uma porção de ancoragem 27, acoplada externamente a uma seção de extremidade livre da porção radial 26 do anel de suporte 17, e pelo menos um primeiro e um segundo lábios de vedação anelar 30, 31, que se projetam em cantiléver a partir da porção de ancoragem 27, montados por interferência entre os anéis de suporte 16, 17 e definindo uma configuração de vedação (figura 3), na qual cooperam em contato com a porção radial 24 e com a porção axial 20, respectivamente, do anel de suporte 16, ao longo de respectivas linhas de contato anelar L, de modo a ficarem elasticamente pré-carregados, sem o auxílio de ações externas ou de componentes externos, contra o próprio anel de suporte 16; os lábios de vedação 30, 31 são, além disso, ajustados por efeito centrífugo em uma configuração de desprendimento (figura 5) da porção radial 24 e da porção axial 20 do anel de suporte 16, respectivamente, em velocidades da roda motriz 2 maiores do que um predeterminado valor V diferente de zero, como por exemplo entre 800 rpm e 1.000 rpm, no caso ilustrado.

[033] O valor de velocidade V da roda motriz 2 no qual o pré-carregamento elástico dos lábios de vedação 30, 31 no anel de suporte 16 é cancelado depende:

- Do diâmetro do conjunto de vedação 1;
- Do nível de proteção requerido, o qual por sua vez depende do tipo de veículo 6;
- Das faixas de velocidade consideradas;
- Do pré-carregamento dimensional dos lábios de vedação 30, 31, que por sua vez depende das interferências dimensionais dos próprios lábios de vedação 30, 31, em condições não deformadas, com os anéis de suporte 16, 17;
- Do comprimento dos lábios de vedação 30, 31;
- Da espessura dos lábios de vedação 30, 31.

[034] O lábio de vedação 30 possui uma dobra intermediária 32 entre sua própria extremidade 33 conectada à porção de ancoragem 27 e sua extremidade oposta 34, cooperando em contato, durante o uso, com a porção radial 26 do anel de suporte 16, na configuração de vedação.

[035] Mais especificamente, o lábio de vedação 30 compreende uma porção de base 35, que se estende entre a extremidade 33, conectada à porção de ancoragem 27 e à dobra 32, e uma porção oblíqua 36 que se estende entre a própria dobra 32 e a extremidade livre 34; a porção oblíqua 36 do lábio de vedação 30 forma um ângulo agudo com a porção radial 24 do anel de suporte 16, no lado voltado para a porção axial 20.

[036] A porção de base 35 do lábio de vedação 30 apresenta um curso substancialmente paralelo com o eixo A.

[037] A porção de base 35 do lábio de vedação 30 também possui uma seção afunilada em direção à sua extremidade livre 34.

[038] O lábio de vedação 31 estende-se a partir da porção de ancoragem 27 da gaxeta 18, em uma posição radialmente interposta entre o lábio de vedação 30 e a porção axial 20 do anel de suporte 16, e é delimitado, no lado voltado para a própria porção axial 20, por uma superfície cônica truncada 37 em relação ao eixo A, tendo diâmetros que diminuem em direção à porção conformada 21 do anel de suporte 16.

[039] Conforme pode ser observado na figura 4, o lábio de vedação 30 apresenta, em sua própria configuração não deformada e antes da montagem no conjunto de vedação 1, um comprimento axial total M, começando na porção de ancoragem 27, entre 110% e 130% da distância axial N entre as porções radiais 24 e 26 dos anéis de suporte 16, 17 em sua condição de montagem, formando o próprio conjunto de vedação 1.

[040] O lábio de vedação 31 apresenta, em sua própria configuração não deformada e antes da montagem no conjunto de vedação 1, um comprimento radial total P, a partir da porção de ancoragem 27, entre 110% e 130% da distância radial Q entre a seção de extremidade livre da porção radial 26 do anel de suporte 17 e a porção axial 20 do anel de suporte 16, na condição de montagem do próprio conjunto de vedação 1.

[041] Deve ser especificado que, no cálculo dos comprimentos axiais M e dos comprimentos radiais P dos lábios de vedação 30, 31 em condições não deformadas, as seções da porção de ancoragem 27 (de tamanho praticamente desprezível) a partir das quais os referidos lábios de vedação 30, 31 se estendem diretamente, e que estão incluídas entre os próprios lábios de vedação 30, 31 e as respectivas seções adjacentes do anel de suporte 16, são consideradas incluídas nos comprimentos calculados.

[042] A montagem por interferência dos lábios de vedação 30, 31 define o précarregamento elástico dos lábios de vedação 30, 31 na configuração de vedação estática.

[043] Finalmente, a gaxeta 18 compreende um outro lábio cônico truncado anelar 38 do eixo A, tendo uma conicidade oposta àquela do lábio de vedação 31, estendendo-se em direção à porção axial 16 do anel de suporte 17 a partir da porção de ancoragem 27.

[044] O lábio 38 estende-se axialmente a partir do lado oposto do lábio de vedação 31 em relação à porção conformada 21 do anel de suporte 16.

[045] O lábio 38 delimita, com a porção axial 16 do anel de suporte 16, uma abertura anelar 40 tendo um tamanho tão pequeno que permite, em qualquer condição, a passagem de ar enquanto define um ponto de parada para quaisquer impurezas particuladas.

[046] Durante o uso, na condição parada do veículo 6, ou seja, quando a roda motriz 2 está estacionária, ambos os lábios de vedação 30, 31 são carregados elasticamente contra as porções radial 26 e axial 25 do anel de suporte 16, na configuração de vedação.

[047] Mesmo em baixas velocidades da roda motriz 2, no caso mostrado, inferior ao valor V, por exemplo, na condição em que o veículo 6 está trafegando a cerca de 30 a 50 km/h, os lábios de vedação 30, 31 continuam a cooperar em contato com o anel de suporte 16, impedindo a entrada de quaisquer contaminantes externos no compartimento 15. Neste caso, a carga elástica dos lábios de vedação 30, 31 sobre o anel de suporte 16 diminui progressivamente à medida que a velocidade aumenta, devido ao efeito centrífugo; de fato, precisamente devido ao aumento da velocidade, os lábios de vedação 30, 31 tendem a se mover para longe das porções radial 26 e axial 25 do anel de suporte 16, devido ao efeito centrífugo.

[048] Nesta faixa de velocidade da roda motriz 2, ou seja, inferior ao valor V, normalmente utilizada em áreas de alagamentos não muito grandes, em inundações de água parada (sem correnteza) e / ou fora de estrada, a proteção oferecida pelo conjunto de vedação 1 é, portanto, ótima.

[049] À medida que a velocidade da roda motriz aumenta além do valor V predeterminado, ou seja, quando o veículo 6 não está presumivelmente trafegando em áreas de alagamentos não muito grandes, inundações de água parada e / ou fora de estrada, ambos os lábios de vedação 30, 31 se desprendem das porções radial 26 e axial 25 do anel de suporte 16, assumindo a configuração de separação mostrada na figura 5.

[050] Em tal condição, quaisquer partículas de poeira e / ou lama e eventuais respingos de água já são expelidos do aro da roda motriz 2 por efeito centrífugo.

[051] Depois das características do conjunto de vedação 1 de acordo com a presente invenção serem examinadas, as vantagens que ele permite obter são evidentes.

[052] Em particular, o fato dos lábios de vedação 30, 31 garantirem o contato com o anel de suporte 16 em velocidades da roda motriz 2 superiores ao valor V, mas se desprenderem do próprio anel de suporte 16 em velocidades superiores ao citado valor V, torna possível obter um excelente compromisso entre a proteção do motor elétrico 3 contra contaminantes externos e a eficiência energética da roda motriz 1. Assim:

- Em baixas velocidades, ou seja, em velocidades em que o veículo 6 poderia potencialmente passar por regiões de alagamentos não muito grandes, áreas elameadas e/ou fora de estrada, haverá uma maior carga elástica dos lábios de vedação 30, 31 no anel de suporte 16, de modo a garantir maior proteção do compartimento 15 que aloja o motor elétrico 3; nessas velocidades, apesar do alto atrito entre os lábios de vedação 30, 31 e o anel de suporte 16, a potência dissipada ainda seria reduzida justamente por causa da baixa velocidade; e
- Em altas velocidades, ou seja, em velocidades em que a possível exposição a contaminantes externos é menor, e quaisquer partículas de poeira e / ou lama já são expelidas do aro da roda motriz 2 por efeito centrífugo, haverá menos proteção, mas também menor cancelamento da potência dissipada por atrito; além disso, em tal condição, a separação entre os lábios de vedação 30, 31 e o anel de suporte 16 não gera desgaste ou superaquecimento e resulta não apenas em uma otimização da eficiência energética da roda motriz 1, mas também em uma longa vida útil de serviço do conjunto de vedação 1.

[053] Finalmente, é óbvio que alterações e variações podem ser feitas no conjunto de vedação 1 descrito e ilustrado, sem fugir do escopo de proteção das reivindicações.

Claims

CONJUNTO DE VEDAÇÃO (1), configurado para impedir/limitar a entrada de contaminantes externos em um compartimento de motor (15) de uma roda motriz (2) para veículos (6), em particular com o referido compartimento de motor (15) sendo projetado para alojar um motor elétrico (3), e com o referido conjunto de vedação (1) tendo um eixo central (A), e compreendendo:
- - um primeiro anel de suporte (16) feito de um material rígido, fixável a uma porção fixa de estator (7) da roda motriz (2);
- - um segundo anel de suporte (17) feito de material rígido, giratório, durante o uso, em torno do referido eixo (A) em relação ao primeiro anel de suporte (16), e em conjunto com uma porção de rotor (8) da roda motriz (2) acoplada à porção de estator (7); e
- - uma gaxeta anelar (18) feita de material elasticamente deformável, interposta entre os referidos primeiro e segundo anéis de suporte (16, 17) e incluindo uma porção de ancoragem (27), acoplada ao anel (17) dos citados primeiro e segundo anéis de suporte (16, 17), e pelo menos um primeiro e um segundo lábios de vedação anelar (30, 31) que se projetam em cantiléver a partir da mencionada porção de ancoragem (27);
em que o primeiro anel de suporte (16) inclui uma primeira porção axial (20), que se estende paralelamente ao referido eixo (A) e é acoplável à porção de estator (7) da roda motriz (2), e uma primeira porção radial (24), que se estende radialmente em relação ao referido eixo (A); e em que o segundo anel de suporte (17) compreende uma segunda porção axial (25), que se estende paralelamente ao referido eixo (A) em uma posição voltada para a primeira porção axial (20), sendo fixável à porção de rotor (8) da roda motriz (2), e uma segunda porção radial (26), que se estende radialmente em relação ao referido eixo (A) em uma posição voltada para a primeira porção radial (24); caracterizado por a segunda porção axial (25) do segundo anel de suporte (17) está colocada radialmente mais externa em relação à primeira porção axial (20) do primeiro anel de suporte (16); em que a porção de ancoragem (27) da gaxeta (18) está fixada à segunda porção radial (26) do segundo anel de suporte (17); em que os primeiro e segundo lábios de vedação anelar (30, 31) serem montados por interferência entre o primeiro e o segundo anéis de suporte (16, 17), definindo uma configuração de vedação na qual cooperam com a primeira porção radial (24) e com a primeira porção axial (20) do primeiro anel de suporte (16), respectivamente, ao longo de respectivas linhas de contato anelares (L), de modo a serem elasticamente précarregados, sem auxílio de ações externas ou componentes externos, contra o próprio primeiro anel suporte (16); e em que os primeiro e segundo lábios de vedação (30, 31) são ajustados por efeito centrífugo em uma configuração de desprendimento a partir da primeira porção radial (24) e da primeira porção axial (20) do primeiro anel de suporte (16), respectivamente, em velocidades (2) da roda motriz maiores do que um predeterminado valor (V) diferente de zero.
CONJUNTO DE VEDAÇÃO, de acordo com a reivindicação 1, caracterizado por as primeira e segunda porções radiais (24, 26) ficarem interpostas entre as primeira e segunda porções axiais (20, 25).
CONJUNTO DE VEDAÇÃO, de acordo com as reivindicações 1 ou 2, caracterizado por o primeiro lábio de vedação (30) possuir uma dobra intermediária (31) entre a porção de ancoragem (27) da gaxeta (18) e uma extremidade livre (34), cooperando em contato, durante o uso, com a primeira porção radial (24) do primeiro anel de suporte (16), na configuração de vedação.
CONJUNTO DE VEDAÇÃO, de acordo com a reivindicação 3, caracterizado por o primeiro lábio de vedação (30) compreender uma porção de base (35), que se estende entre a porção de ancoragem (27) da vedação (18) e a referida dobra (31), e uma porção oblíqua (36), que se estende entre a mencionada dobra (31) e a citada extremidade livre (34), em que a dita porção oblíqua (36) do referido primeiro lábio de vedação (30) forma um ângulo agudo com a primeira porção radial (24) do citado primeiro anel de suporte (16), no lado voltado para a dita primeira porção axial (20).
CONJUNTO DE VEDAÇÃO, de acordo com a reivindicação 4, caracterizado por a referida porção de base (35) do dito primeiro lábio de vedação (30) possuir um curso substancialmente paralelo com o mencionado eixo (A).
CONJUNTO DE VEDAÇÃO, de acordo com qualquer uma das reivindicações anteriores, caracterizado por o citado primeiro lábio de vedação (30) possuir uma seção cônica em direção à sua extremidade livre (34).
CONJUNTO DE VEDAÇÃO, de acordo com qualquer uma das reivindicações anteriores, caracterizado por o segundo lábio de vedação (31) estender-se a partir da porção de ancoragem (27) da gaxeta (18), em uma posição radialmente interposta entre o primeiro lábio de vedação (30) e a primeira porção axial (20) do primeiro anel de suporte (16), e ser limitado, no lado voltado para a referida primeira porção axial (20) do mencionado primeiro anel de suporte (16), por uma superfície cônica truncada (37) em relação ao citado eixo (A), tendo diâmetros decrescentes em direção à primeira porção radial (24) do dito primeiro anel de suporte (16).
CONJUNTO DE VEDAÇÃO, de acordo com qualquer uma das reivindicações anteriores, caracterizado por o primeiro lábio de vedação (30) possuir, em sua própria configuração não deformada e antes da montagem no conjunto de vedação (1), um comprimento axial total (M), a partir da porção de ancoragem (27) da gaxeta (18), entre 110% e 130% da distância axial (N) entre as referidas primeira e segunda porções radiais (24, 26) dos mencionados primeiro e segundo anéis de suporte (16, 17) em sua condição de montagem, para formar o próprio conjunto de vedação (1).
CONJUNTO DE VEDAÇÃO, de acordo com qualquer uma das reivindicações anteriores, caracterizado por a porção de ancoragem (27) da gaxeta (18) estar fixada a uma porção de extremidade livre da segunda porção radial (26) do referido segundo anel de suporte (17).
CONJUNTO DE VEDAÇÃO, de acordo com a reivindicação 9, caracterizado por o segundo lábio de vedação (31) possuir, em sua própria configuração não deformada e antes da montagem no conjunto de vedação (1), um comprimento radial total (P), a partir da porção de ancoragem (27) da gaxeta (18), entre 110% e 130% da distância radial (Q) entre a porção de extremidade livre da segunda porção radial (26) do segundo anel de suporte (17) e a primeira porção axial (20) do primeiro anel de suporte (16), na condição de montagem do próprio conjunto de vedação (1).