WO2017203498A1

WO2017203498A1 - Processos de extração da cinaropicrina presente nas folhas de cynara cardunculus l.

Info

Publication number: WO2017203498A1
Application number: PCT/IB2017/053152
Authority: WO
Inventors: Teresa Isabel AMOREIRA SOUSA SILVA BRÁS; Maria De Fátima PEREIRA DUARTE RICARDO; Luísa Alexandra GRAÇA NEVES; JOãO PAULO SEREJO GOULÃO CRESPO
Original assignee: Cebal - Centro De Biotecnologia Agrícola E Agro-Alimentar Do Alentejo
Priority date: 2016-05-27
Filing date: 2017-05-29
Publication date: 2017-11-30
Also published as: PT3466936T; EP3466936A1; EP3466936B1

Abstract

A presente invenção refere-se a métodos de extração da lactona sesquiterpénica, cinaropicrina, presente nas folhas de Cynara cardunculus. A solução contempla a extração da cinaropicrina, presente nas folhas de cardo (Cynara cardunculus), onde previamente ao processo extrativo, a biomassa é sujeita a uma redução de tamanho, de modo a se obter uma granulometria inferior a 400μm. Após este primeiro passo, o material biológico, na presente solução, é sujeito a vários tipos de extração independentes: batch sólido- liquido, ultrassons, micro-ondas ou extração por solvente liquido pressurizado. Na presente solução, apresentam-se também como solventes de extração, solventes puros, tais como etanol, acetato de etilo, bem como misturas de solventes, tais como etanol/água. 0 processo de extração é controlado nas variáveis de tempo, temperatura, razão sólido-liquido e solvente para o conjunto de processos apresentados, e consoante o processo de extração, nas variáveis de agitação, potência ultrassónica, potência micro-ondas e número de ciclos de extração. Estes processos de extração da cinaropicrina têm potencial de aplicação na indústria nutracêutica, farmacêutica e química.

Description

DESCRIÇÃO

"Processos de extração da cinaropicrina presente nas folhas de Cynara cardunculus L. "

Domínio técnico

0 presente pedido de patente refere-se a métodos de extração da lactona sesquiterpénica, cinaropicrina, presente nas folhas de Cynara cardunculus . A extração é efetuada recorrendo a quatro métodos de extração, extração batch sólido-liquido, ultrassons, micro-ondas e extração por liquido pressurizado e a solventes puros, como o etanol e acetato de etilo e mistura de solventes, como a mistura etanol/água .

Antecedentes da invenção

Pertencente à família das lactonas sesquiterpénicas , a cinaropicrina, é maioritariamente reconhecida pelo sabor amargo que concede aos alimentos. Presente em maior abundância nas folhas da família Asteraceae, ela pode ser encontrada na comercialmente conhecida, alcachofra {Cynara cardunculus var. scolymus L.) .

Tendo por base, a sua presença na Cynara scolymus, vários estudos prévios, demonstraram o seu potencial de aplicação, na industrial alimentar, farmacêutica e nutracêutica .

Proveniente das folhas ou das partes aéreas da planta Cynara scolymus, vários estudos foram já efetuados e/ou patenteados, de modo a demonstrar o seu potencial de aplicação, tais como:

Avaliação da capacidade de redução de colesterol. Para tal as folhas de alcachofra foram submetidas a técnicas de extração, tendo-se confirmado o seu potencial de aplicação na redução do colesterol (Fritsche, Beindorff et al . 2002) . A presente invenção diferencia-se do estudo referido, devido à utilização de folhas de Cynara cardunculus e não, de produtos comercialmente disponíveis de alcachofra.

Estudo do potencial anti hiperlipidémico das lactonas sesquiterpénicas . Com um estudo publicado em 2008, Shimoda et. al . (Shimoda, Ninomiya et al . 2003) demonstrou o potencial anti hiperlipidémico, nomeadamente da cinaropicrina, proveniente da Cynara scolymus L. , utilizando para tal um extrato metanolico posteriormente fracionado de modo a obter a fração contendo cinaropicrina, sendo que na presente invenção, não há o recurso a passos adicionais à extração, sendo a fração rica em cinaropicrina obtida com um único passo de extração.

Determinação da atividade antipasmódica . Emendõrfer et. al . em 2005 (Emendõrfer, Emendõrfer et al . 2005) demostrou a atividade antipasmódica de frações de extratos, e da cinaropicrina em particular, proveniente da Cynara scolymus , distinguindo-se da invenção proposta pela utilização de fracionamento de extratos e pelo longo tempo de extração (7 dias), tornando-se assim um processo moroso e dispendioso, ao contrário da invenção proposta.

Embora as descrições do potencial biológico da cinaropicrina estejam muito correlacionados com extratos derivados da planta Cynara scolymus, também a cinaropicrina, proveniente de outras plantas, ou até mesmo a apresentação sintética, foi previamente estudada, evidenciando o seu potencial de aplicação, nomeadamente em resposta a processos anti- inflamatórios (Cho, Baik et al . 2000) e na sua atividade citotóxica e pro-apoptótica em células cancerígenas (Cho, Kim et al . 2004), em ambos os cenários com resultados muito positivos e satisfatórios. Presente noutras espécies da família Astearecae, a extração da cinaropicrina, tem sido estudada com base em técnicas de extração distintas. Em 2013 foi publicado um estudo de caracterização química da planta Cynara cardunculus var. Altilis, onde pela primeira vez, a cinaropicrina foi quantificada nesta variedade da planta Cynara cardunculus (Ramos, Guerra et al . 2013) . Esta solução, recorreu a um tempo de extração elevado, 7h e à utilização de solventes agressivos para o meio ambiente. A presente solução inventiva, diferencia-se pela utilização de solventes amigos do ambiente, tempos de extração reduzidos e obtenção de concentrações de cinaropicrina mais elevadas (40mg/g peso seco contra 55mg/g peso seco) . Mais recentemente os mesmos autores demonstraram o potencial da referida lactona sesquiterpénica na redução da viabilidade celular de células de cancro da mama, fenótipo triplo negativo (Ramos, Guerra et al . 2014) .

Apesar do reconhecidíssimo potencial biológico da cinaropicrina, não foram desenvolvidos ainda processos que visem a obtenção de maiores concentrações de cinaropicrina, proveniente das folhas da planta Cynara cardunculus .

Com a finalidade de compreender e expandir o potencial de aplicação da cinaropicrina, quer em termos do potencial biológico, e consequentemente terapêutico, quer para aplicações alimentares, os métodos de extração previamente publicados, por diversos autores, visaram apenas a obtenção de frações de extrato(s), contendo cinaropicrina, não tendo como objetivo central a maximização da extração da cinaropicrina. Atualmente publicados podem-se encontrar os seguintes métodos de extração: Com a finalidade de estudar as propriedades cicatrizantes dos extratos de Cynara scolymus L. , foi efetuada a extração com recurso a soluções etanólicas em modo batch sólido- liquido, numa proporção de 45% etanol, obtendo-se uma composição de 1% de cinaropicrina (Ishida, Ko ima et al . 2010), em oposição aos extratos obtidos com a presente invenção, onde se utilizam solventes puros ou uma mistura de etanol/água a 40% etanol, obtendo-se uma média de 27% de cinaropicrina dependendo do método de extração selecionado.

Com o objetivo de avaliação do seu potencial na redução de colesterol, as folhas de alcachofra foram submetidas a processos de extração batch sólido-liquido, também podendo ser denominado de maceração, e purificação dos seus compostos bioativos, nomeadamente a cinaropicrina, recorrendo a processos de purificação e isolamento por cromatografia liquida (Sephadex) (Fritsche, Beindorff et al . 2002), isolamento esse não necessário na presente invenção para a obtenção de um extrato rico em cinaropicrina.

Na técnica descrita, em EP 2379092B1, as partes aéreas de Cynara scolymus, foram sujeitas a extração por percolador com camisa de aquecimento, com uma temperatura de extração de 70°C, e com solvente de extração 70% de etanol, obtendo no final do processo, 10 a 13% de cinaropicrina (Bombardelli 2013) . Para além da obtenção de concentrações superiores de cinaropicrina, na presente invenção, são utilizadas temperaturas inferiores (entre 30 e 60°C)

Mais recentemente, os capítulos da planta Cynara scolymus, foram também sujeitos a técnicas de extração, com misturas de etanol/água numa proporção de 7:3 v/v, apresentando na sua composição final 1% de cinaropicrina (Bombardelli, Fontana et al . 2008), obtendo assim valores significativamente mais reduzidos quando comparados com os valores obtidos pelos métodos descritos no presente pedido de patente.

Em 2013 foi publicado um estudo de caracterização da planta Cynara cardunculus var. Altilis, onde a extração das folhas, foi efetuada recorrendo a extração Soxhlet, com um tempo de extração de 7h, tendo, a cinaropicrina quantificada pela primeira vez nesta variedade da planta Cynara cardunculus (Ramos, Guerra et al . 2013) . A solução proposta, diferencia- se da invenção de Ramos et al, pela utilização de métodos de extração com um tempo de extração inferior a 7h e na obtenção de percentagens de cinaropicrina mais elevadas.

No entanto, para a extração da lactona sesquiterpénica, cinaropicrina, apenas a maceração (batch sólido-liquido ) se evidencia, com solventes como metanol ou mistura de etanol/água, sendo maioritariamente seguida por técnicas de purificação, de modo a separar as frações pretendidas.

O presente pedido de patente revela novos métodos de extração da lactona sesquiterpénica, cinaropicrina, presente nas folhas da planta Cynara cardunculus L. _r tais como batch sólido-liquido, ultrassons, micro-ondas e solvente por liquido pressurizado, utilizando diferentes solventes de extração, etanol, etanol/água e acetato de etilo. Com a metodologia descrita neste pedido de patente para a extração para a cinaropicrina, consegue-se um aumento ao nível do rendimento e uma redução do tempo de extração, face à metodologia do estado da técnica. Sumário da invenção

0 presente pedido de patente descreve novos métodos para a extração da lactona sesquiterpénica, cinaropicrina, presente nas folhas de Cynara cardunculus .

Em uma forma de realização o método de extração de cinaropicrina a partir de folhas de Cynara cardunculus , compreende os seguintes passos:

- liofilização e moagem das folhas de Cynara cardunculus, com uma granulometria inferior a 400 μπι;

- selecionar um solvente no seu estado puro ou em mistura;

- extração da biomassa liofilizada com o solvente selecionado no passo anterior num recipiente fechado e protegido da luz.

Em uma outra forma de realização, o solvente usado no método para a extração de cinaropicrina é etanol, acetato de etilo ou uma mistura etanol/água.

Em uma forma de realização, o recipiente está sujeito à ação de um equipamento de ultrassons de banho ou com sonda durante o passo de extração. Em uma outra forma de realização, o passo de extração tem uma duração entre 15 e 240 minutos, ocorre a uma temperatura entre 25 e 60 °C e a uma potência ultrassónica situada entre 5 e 100 kHz .

Em uma forma de realização, o recipiente está sujeito à ação de um equipamento de agitação durante o passo de extração. Em uma outra forma de realização, o passo de extração tem uma duração entre 15 e 240 minutos, ocorre a uma temperatura entre 25 e 60 °C e a uma agitação entre 300 e 900 rotações por minuto. Em uma forma de realização, o recipiente está sujeito à ação de um equipamento de micro-ondas durante passo de extração. Em uma outra forma de realização, o passo de extração tem uma duração entre 5 e 120 minutos, ocorre a uma temperatura entre 25 e 80 °C e a uma potência de micro-ondas entre 500 e 2000 W.

Em uma forma de realização, o recipiente está sujeito à ação de um equipamento de extração por liquido pressurizado durante o passo de extração. Em uma outra forma de realização, o passo de extração ocorre a uma temperatura entre 25 e 150 °C e ao longo de 1 a 5 ciclos de extração.

Em uma forma de realização, a razão biomassa/solvente se encontra entre 1/4 e 1/100.

Em uma outra forma de realização, a razão etanol/água é 40/60.

Descrição detalhada da invenção

O presente pedido de patente refere-se a novos métodos para a extração da lactona sesquiterpénica, cinaropicrina, presente nas folhas de Cynara cardunculus . A extração é efetuada recorrendo a quatro métodos de extração, extração batch sólido-liquido, ultrassons, micro-ondas e extração por liquido pressurizado e a solventes puros, como o etanol e acetato de etilo e mistura de solventes, como a mistura etanol/água. Após ao processo de extração, não são necessários passos adicionais de extração e/ou purificação.

Recolha e armazenamento

As folhas de Cynara cardunculus são recolhidas em fresco, em período anterior às elevadas temperaturas de Verão, de modo a evitar a presença de biomassa seca. Após recolha do material fresco, este é imediatamente liofilizado, num qualquer liofilizador comercializado, para a remoção de água, durante 5 a 7 dias e/ou até obtenção de um valor de massa constante, indicativa da remoção total da humidade presente nas folhas frescas. Aquando a obtenção de um valor de massa constante, o material é moído, num moinho de facas totalmente igual aos comercializados, com uma granulometria inferior a 400μπι. Após moagem, o material é embalado a vácuo (opcional), de modo a evitar a posterior absorção de água. Este conjunto de processos, desde a recolha ao armazenamento, permite que o material possa ser armazenado à temperatura ambiente, com um volume de armazenamento reduzido, e sem deterioração dos seus compostos de interesse.

Métodos de Extração

Para a extração da lactona sesquiterpénica, cinaropicrina, é usada a seguinte metodologia.

Extração por ultrassons

Para a extração por ultrassons, podem ser utilizados como solventes de extração, os seguintes solventes puros ou misturas de solventes: etanol, acetato de etilo, e etanol/água. O procedimento de extração visa a junção, num recipiente fechado e protegido da luz, sujeito a equipamento de ultrassons, banho, sonda ou semelhante, da biomassa liofilizada e do solvente, ou mistura de solventes, a uma determinada razão de biomassa/solvente, durante um determinado período de tempo, a uma determinada temperatura e a um determinado valor de potência ultrassónica . Para este procedimento é utilizada um qualquer dispositivo de emissão de ondas ultrassónicas , desde sondas a banhos, não havendo necessidade de especificação. Na presente solução, apresenta-se como tempo de extração, entre os 15 minutos e as 4 horas, preferencialmente entre 20 e 90 minutos temperatura de extração entre 25°C e 60°C, preferencialmente entre 40 e 60°C e valor de potência ultrassónica situada entre 5 e 100 kHz, preferencialmente entre 10 e 30kHz. Como razão de biomassa/solvente, apresenta uma razão situada entre 1/4 e 1/100, preferencialmente entre 1/10 e 1/50. Após extração, o sobrenadante é quantificado por cromatografia liquida de alta pressão (HPLC) , sendo os resultados expressos em base de mg composto/ g peso liofilizado e % de cinaropicrina no extrato.

Extração batch sólido-liquido

Para a extração batch sólido-liquido, podem ser utilizados como solventes de extração, os seguintes solventes puros ou misturas de solventes: etanol, acetato de etilo, etanol/água. O procedimento de extração visa a junção, num recipiente fechado e protegido da luz, sujeito a agitação e aquecimento, da biomassa liofilizada e do solvente, ou mistura de solventes, a uma determinada razão de biomassa/solvente, durante um determinado período de tempo, a uma determinada temperatura e a uma determinada velocidade de agitação. Para este procedimento é utilizada um qualquer dispositivo de aquecimento e agitação, não havendo necessidade de especificação. Na presente solução, apresenta-se como tempo de extração, entre os 20 minutos e as 4 horas, preferencialmente entre 30 e 90 minutos temperatura de extração entre 25°C e 60°C, sendo preferencial entre 30 e 50°C e valor de agitação situado entre 300 e 900, preferencialmente entre 400 e 700 rotações por minuto. Como razão de biomassa/solvente, apresenta uma razão situada entre 1/4 e 1/100, sendo preferencial entre 1/10 e 1/50. Após extração, o sobrenadante é quantificado por cromatografia líquida de alta pressão (HPLC) , sendo os resultados expressos em base de mg composto/ g peso liofilizado e % de cinaropicrina no extrato.

Extração por micro-ondas

Para a extração por micro-ondas, podem ser utilizados como solventes de extração, os seguintes solventes puros ou misturas de solventes: etanol, acetato de etilo, e etanol/água. O procedimento de extração visa a junção, num recipiente fechado e protegido da luz, sujeito a equipamento de micro-ondas adequado, da biomassa liofilizada e do solvente ou mistura de solventes a uma determinada razão de biomassa/solvente, durante um determinado período de tempo, a uma determinada temperatura e a um determinado valor de potência micro-ondas. Para este procedimento é utilizada um qualquer dispositivo comercialmente vendido de digestão por micro-ondas, não havendo necessidade de especificação. Na presente solução, apresenta-se como tempo de extração, entre os 5 minutos e as 2 horas, preferencialmente entre 15 e 60 minutos, temperatura de extração entre 25°C e 80°C, sendo preferencial entre 30 e 65°C, e valor de potência de micro^¬ ondas situada entre 500 e 2000W, preferencialmente entre 700 e 1500W. Como razão de biomassa/solvente, apresenta uma razão situada entre 1/4 e 1/100, sendo preferencial entre 1/10 e 1/50. Após extração, o sobrenadante é quantificado por cromatografia líquida de alta pressão (HPLC) , sendo os resultados expressos em base de mg composto/ g peso liofilizado, e % de cinaropicrina no extrato.

Extração por solvente liquido pressurizado

Para a extração por solvente liquido pressurizado, podem ser utilizados como solventes de extração, os seguintes solventes puros e misturas de solventes: etanol, acetato de etilo, e etanol/água. O procedimento de extração visa a junção, num recipiente fechado e protegido da luz, sujeito a equipamento próprio de extração por solvente liquido pressurizado, da biomassa liofilizada, e do solvente ou mistura de solventes a uma determinada razão de biomassa/solvente, a uma determinada temperatura e com determinado número de ciclos de extração. Para este procedimento, é utilizada um qualquer equipamento de extração por solvente liquido pressurizado comercialmente disponível, não havendo necessidade de especificação. Na presente solução, apresenta-se temperatura de extração, uma temperatura situada entre 25 e 150 °C, sendo preferencial entre 30 e 90°C, e ciclos de extração entre 1 e 5. Como razão de biomassa/solvente, apresenta uma razão situada entre 1/4 e 1/100, preferencialmente entre 1/10 e 1/60. Após extração, o sobrenadante é quantificado por cromatografia líquida de alta pressão (HPLC) , sendo os resultados expressos em base de mg composto/ g peso liofilizado, e % de cinaropicrina no extrato .

Exemplos

Extração por ultrassons:

Extração por ultrassons, com uma razão sólido-liquido de 1/16, utilizando como solvente de extração acetato de etilo, uma temperatura de extração de 40°C, potência ultrassónica de 42kHz, e tempo de extração de 60 minutos. Os resultados obtidos demonstraram a obtenção de um extrato com uma concentração de 46 mg de cinaropicrina/g liofilizado, 38% em base de extrato.

Extração por solvente liquido pressurizado:

Extração por solvente líquido pressurizado, com uma razão sólido-liquido de 1/16, utilizando como solvente de extração etanol, uma temperatura de extração de 40°C e dois ciclos de extração. Os resultados obtidos demonstraram a obtenção de um extrato com uma concentração de 50 mg de cinaropicrina/g liofilizado, e 21% cinaropicrina no extrato.

Extração batch sólido-liquido :

Extração batch sólido-liquido, com uma razão sólido-liquido de 1/16, utilizando como solvente de extração etanol, uma temperatura de extração de 40°C, agitação de 700 rotações por minuto e tempo de extração de 60 minutos. Os resultados obtidos demonstraram a obtenção de um extrato com uma concentração de 57 mg de cinaropicrina/g peso liofilizado, e 27% de cinaropicrina no extrato.

Extração por micro-ondas:

Extração por micro-ondas, com uma razão sólido-liquido de 1/16, utilizando como solvente de extração a mistura etanol/água, uma temperatura de extração de 40°C, potência micro-ondas de 1000W e tempo de extração de 15 minutos. Os resultados obtidos demonstraram a obtenção de um extrato com uma concentração de 18,51 mg de cinaropicrina/g liofilizado, e 11% de cinaropicrina no extrato.

Com os métodos e solventes revelados neste pedido de patente, são conseguidos novos métodos de extração da cinaropicrina presente nas folhas de Cynara cardunculus .

Com os métodos e solventes aqui divulgados, é possível realizar a extração de lactona sesquiterpénica em todas as variedades de Cynara cardunculus .

Com o presente método de extração batch sólido-liquido, ou maceração são obtidos valores de cinaropicrina superiores aos valores obtidos em outros métodos do estado da técnica, utilizando diferentes solventes puros e diferentes proporções de etanol/água, assim como temperaturas inferiores, o que conduz a menores gastos energéticos. É importante referir que, ao contrário do que acontece na presente metodologia, o acetato de etilo não é normalmente utilizado para a primeira fase de extração, sendo sempre utilizado como solvente de purificação em fases posteriores; Com a metodologia revelada neste pedido de patente, é possível obter valores de percentagem da cinaropicrina superiores ao publicado anteriormente.

A presente descrição não é, naturalmente, de modo algum restrita às realizações apresentadas neste documento e uma pessoa com conhecimentos médios da área poderá prever muitas possibilidades de modificação da mesma sem se afastar da ideia geral, tal como definido nas reivindicações. As realizações preferenciais acima descritas são obviamente combináveis entre si. As seguintes reivindicações definem adicionalmente realizações preferenciais.

Re erências

Bombardelli, E. (2013) . Compositions comprising a lipophilic extract of zingiber officinale and an extract of cynara scolymus, Google Patents.

Bombardelli, E., et al. (2008) . Cynara scolymus extracts and compositions containing them, Google Patents.

Cho, J. Y., et al . (2000) . "In vitro anti-inflammatory effects of cynaropicrin, a sesquiterpene lactone, from Saussurea lappa." European journal of pharmacology 398(3) : 399-407.

Cho, J. Y., et al . (2004) . "Cytotoxic and pro-apoptotic activities of cynaropicrin, a sesquiterpene lactone, on the viability of leukocyte câncer cell lines." European journal of pharmacology 492(2) : 85-94.

Emendõrfer, F., et al . (2005) . "Antispasmodic activity of fractions and cynaropicrin from Cynara scolymus on guinea- pig ileum." Biological and Pharmaceutical Bulletin 28(5) : 902-904.

Fritsche, J., et al . (2002) . "Isolation, characterization and determination of minor artichoke (Cynara scolymus L.) leaf extract compounds . " European Food Research and Technology 215 (2) : 149-157.

Ishida, K., et al . (2010) . "Effects of artichoke leaf extract on acute gastric mucosal injury in rats." Biological and Pharmaceutical Bulletin 33(2) : 223-229.

Ramos, P., et al . (2014) . "Antitumoral and antioxidant activities of lipophilic and phenolic extracts from Cynara cardunculus L. var. altilis (DC) ." Planta Medica 80(16) : P1L16.

Ramos, P. A., et al. (2013) . "Lipophilic extracts of Cynara cardunculus L. var. altilis (DC) : a source of valuable bioactive terpenic compounds." Journal of agricultural and food chemistry 61(35) : 8420-8429.

Shimoda, H., et al . (2003) . "Anti-hyperlipidemic sesquiterpenes and new sesquiterpene glycosides from the leaves of artichoke (Cynara scolymus L.) : structure requirement and mode of action." Bioorganic & medicinal chemistry letters 13(2) : 223-228.

Claims

REIVINDICAÇÕES

1. Método de extração de cinaropicrina a partir de folhas de Cynara cardunculus , caracterizado por compreender os seguintes passos:

liofilização e moagem das folhas de Cynara cardunculus, com uma granulometria inferior a 400 μπι; selecionar um solvente no seu estado puro ou em mistura;

extração da biomassa liofilizada com o solvente selecionado no passo anterior num recipiente fechado e protegido da luz .

2. Método de extração de cinaropicrina de acordo com a reivindicação 1, em que o solvente é etanol, acetato de etilo ou uma mistura etanol/água.

3. Método de extração de cinaropicrina de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 ou 2, em que no passo de extração o recipiente está sujeito à ação de um equipamento de ultrassons de banho ou com sonda.

4. Método de extração de cinaropicrina de acordo com qualquer reivindicação 3, em que o passo de extração tem uma duração entre 15 e 240 minutos, ocorre a uma temperatura entre 25 e 60 °C e a uma potência ultrassónica situada entre 5 e 100 kHz .

5. Método de extração de cinaropicrina de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 ou 2, em que no passo de extração o recipiente está sujeito à ação de um equipamento de agitação.

6. Método de extração de cinaropicrina de acordo com a reivindicação 5, em que o passo de extração tem uma duração entre 15 e 240 minutos, ocorre a uma temperatura entre 25 e 60 °C e a uma agitação entre 300 e 900 rotações por minuto.

7. Método de extração de cinaropicrina de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 ou 2, em que no passo de extração o recipiente está sujeito à ação de um equipamento de micro-ondas.

8. Método de extração de cinaropicrina de acordo com a reivindicação 7, em que o passo de extração tem uma duração entre 5 e 120 minutos, ocorre a uma temperatura entre 25 e 80 °C e a uma potência de micro-ondas entre 500 e 2000 W.

9. Método de extração de cinaropicrina de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 ou 2, em que no passo de extração o recipiente está sujeito à ação de um equipamento de extração por liquido pressurizado.

10. Método de extração de cinaropicrina de acordo com a reivindicação 9, em que o passo de extração ocorre a uma temperatura entre 25 e 150 °C e ao longo de 1 a 5 ciclos de extração.

11. Método de extração de cinaropicrina de acordo com qualquer uma das reivindicações 1-10, em que a razão biomassa/solvente se encontra entre 1/4 e 1/100.

12. Método de extração de cinaropicrina de acordo com qualquer uma das reivindicações 2-11, em que a razão etanol/água é 40/60.