PT98517B - Processo de preparacao de concentrados de antocianinas da baga de sabugueiro e outras materias primas vegetais para utilizacao como corante em produtos alimen-tares,cosmeticos e farmaceuticos - Google Patents

Description

PATENTES

DIRECÇÃO DE SERVIÇOS «

‘CAMPO DAS CESOLAS, 1100 US8OA TEL-866 51 S1 / 2 / 3 TELEX: 18356 INPI TELEFAX: 87 5306

FOLHA DO RESUMO

Modalidade e n.°	Θ	T d'	Data do pedido: (22)	, Classificação. (ntèrnácío'nal (51) ??
Patente NS 98517			50/07/91	. /.'/ί;,,· i-À- -ή S ¢7

Requerente (67) :

Laboratório Nacional de Engenharia e Tecnologia Industrial (LNETI) Azinhaga dos Lameiros à Estrada do Paço do Lumiar, Lisboa, Portugal.

Inventores (72):

Fernanda Albertina Pinheiro Ladeiro Duarte Adelina Maria da Silva Antunes

NÂO PREENCHER AS ZONAS SOMBREADAS

Figura (para interpretação do resumo)

Reivindicação de prioridade(s) (6o)

Data do pedido	Pais de Origem	N.’ de pedido

Epígrafe: @

Processo de Preparação de Concentrados de Antocianinas da Baga de Sabugueiro e Outras Matérias Primas Vegetais para Utilização como Corante em Produtos Alimentares, Cosméticos e Farmacêuticos

Resumo: (máx. 150 palavras) (57,

A presente invenção refere-se a um processo de preparação de concentrados antociânicos destinados a serem utilizados como corante nas indústrias alimentar, farmacêutica e cosmética.

processo é caracterizado por se usar como solvente de extracção água acidulada com ácido cítrico; efectuar-se um tratamento enzimático intermédio do extracto obtido, pela utilização do fermento usual de panificação,para redução do teor de açúcares, seguido de etapas de filtração e concentração a pressão reduzida.

D ORIGINAL ,

DSP-4 _A*OO«E=

Memória Descritiva

A presente invenção refere-se a um processo para a preparação de concentrados de antocianinas da baga de sabugueiro e de outras matérias primas vegetais tais como amoras, ginjas, groselhas, uvas e framboesas.

A utilização das antocianinas naturais como corante vermelho para aplicações em produtos alimentares é de grande importância dadas as limitações e/ou proibições de alguns corantes vermelhos sintéticos (Vermelho GN-E.125, Ponceau 6R-E.126, etc.) na alimentação humana.

Nalguns processos já descritos as antocianinas são extraídas da uva ou do bagaço após vinificação (por exemplo, A. J. Shrikande em Patente Na 4.452.822 - USA (1984)) ou de outras fontes naturais, como o arando, a couve roxa e a baga de sabugueiro (exemplos, S.Kerenyi e col. em Patente Νδ 14.695 - Hungria (1978) e K. Br0nnum-Hansen e col. em Journal of Food Technology (1986)21, 605-614).

Embora a baga de sabugueiro seja consumida em muitos países da Europa, Norte e Oriental, em compotas, geleias e em bebidas (sumos, xarope, vinho), em Portugal não está vulgarizado o seu uso na alimentação, sendo o sabugueiro utilizado como arbusto ornamental ou cultivado para a produção de baga para exportação.

Os processos já descritos para produção de corantes da baga de sabugueiro utilizam preferencialmente o sumo ou por vezes a polpa; neste caso efectuam a extracção com solução aquosa ou etanólica de ácido clorídrico.

De um modo geral, os processos referidos conduzem a concentrados líquidos de antocianinas e por vezes incluem uma etapa de fermentação da matéria prima destinada a aumentar o rendimento da extracção da matéria corante.

No processo da presente invenção utiliza-se quer o sumo ou a polpa (numa baga com teor médio de antocianinas de 0,388%, a distribuição é de 0,208% e de 0,180% na polpa e no sumo, respectivamente) , quer a baga integral para produzir novas formulações em base seca, com grandes vantagens em termos de estabilidade e armazenagem, quando comparadas com as formulações líquidas.

As alterações estruturais da baga do sabugueiro seca desidratada por meios naturais ou por meios industriais correntes, originam degradação das antocianinas o que a tornam menos aconselhável como matéria prima para os fins em vista.

No processo que se descreve, a extracção, sendo efectuada com água na presença de um ácido de qualidade alimentar, sem perda de rendimento, permite aplicação do produto final na indústria alimentar, farmacêutica e cosmética.

No processo da presente invenção é efectuado um tratamento enzimático para redução do teor de açúcares, tendo o produto final, a vantagem adicional de poder ser concentrado, seco ou liofilizado sem perda de qualidade da matéria corante e permitindo a sua utilização para fins dietéticos.

No âmbito da concretização da presente invenção, a produção de concentrados corantes a partir da baga de sabugueiro processa-se de acordo com a seguinte descrição:

A baga fresca in natura ou descongelada à temperatura ambiente, quando armazenada previamente a baixa temperatura (-18° a -25°C), após lavagem/limpeza prévia, é prensada resultando separadamente sumo bruto e polpa de baga ou é triturada. A polpa de baga prensada (ou a baga integral triturada) é submetida a extracçâo múltipla, à temperatura ambiente, por solução aquosa acidulada em teor tal, que seja mínima a coextracção de interferentes e a degradação da matéria corante .

O extracto bruto assim obtido é tratado enzimaticamente de forma a reduzir-se substancialmente o respectivo teor de açúcares. Seguidamente é purificado por filtração, para separação das impurezas sólidas e concentrado a pressão reduzida e a temperatura suave para produzir um concentrado líquido. A este, quando se pretenda a obtenção de uma formulação de base seca, são adicionados adjuvantes alimentares de secagem até um teor global de 25-45% de sólidos, podendo a secagem ser efectuada por pulverização em curto tempo de contacto com ar quente, resultando um pó concentrado de reduzido teor de humidade e açúcares e elevado teor de pigmentos antociânicos.

O processo da presente invenção é ilustrado a seguir por meio de exemplos, em que a matéria prima utilizada é a baga de sabugueiro in natura, após colheita ou armazenamento a baixa temperatura embora outras matérias primas possam ser utilizadas tais como amoras, ginjas, groselhas, uvas e framboesas.

Exemplo 1 - Produção dum concentrado líquido

De 100 partes de baga fresca à temperatura ambiente submetidas a prensagem resultam, conforme as características iniciais da matéria prima, 43 a 48 partes de polpa prensada e 57 a 52 partes de sumo bruto.

Cem partes de baga fresca adicionadas a 300 partes de solução aquosa acidificada por ácido cítrico a 1% são trituradas durante 3 minutos, seguindo-se 30 minutos de agitação lenta à temperatura ambiente.

Após filtração, o resíduo obtido é lavado com 400 partes de solução cítrica, filtrado de novo e os filtrados combinados.

A 100 partes deste filtrado são adcionadas 4,5 partes de fermento de panificação - Saccharomyces cereviceae - mantendose o líquido em agitação lenta à temperatura ambiente (20°22°C) durante 24 horas, obtendo-se um teor de açúcar < 1%.

Os resíduos sólidos em suspensão são separados por filtração com adjuvante inerte, por exemplo celite, ou centrifugação.

Cem partes do extracto filtrado ou centrifugado são concentradas a pressão reduzida e a temperatura suave (<45°C) até 10% do volume inicial, para produzir um concentrado líquido de antocianinas para utilização nas indústrias alimentar, farmacêutica e cosmética.

Exemplo 2 - Produção duma formulação em base seca.

Utilizando o mesmo processo referido no Exemplo 1, adicionase ao concentrado líquido um adjuvante de secagem até um teor de sólidos > 25% e a mistura é submetida a secagem em torre de pulverização (Spray dryer) em contacto com ar quente (220°C à entrada e 100°C ã saída), para obtenção de um pó com humidade residual de 3,5-6% e concentração em antocianinas de 1,5-3%, que apresenta elevada estabilidade.

Claims (3)

1. Reivindicações ΐ*

   Processo de preparação de concentrados líquidos e sólidos de antocianinas para utilização em produtos alimentares, cosméticos e farmacêuticos, a partir de baga de sabugueiro, amoras, ginjas, groselhas, uvas, framboesas ou outros contendo antocianinas, ou dos seus sucedâneos, caracterizado pela extracção da matéria corante do material vegetal, se processar unicamente com água acidificada e posterior purificação, concentração e/ou secagem.
2. 2a

   Processo de acordo com a reivindicação 1, caracterizado por o material vegetal poder ser utilizado fresco ou congelado, após descongelação.
3. 3a

   Processo de acordo com as reivindicações l e 2, caracterizado por os sucedâneos do material vegetal, sumo e polpa , poderem ser utilizados para extracção dos corantes, per se ou em combinação.

   Processo de acordo com as reivindicações 1 a 3, caracterizado por o material vegetal preferencialmente utilizado ser a baga de sabugueiro.

   Processo de acordo com as reivindicações 1 a 4, caracterizado por a extracção de corantes ser efectuada à temperatura ambiente com água acidificada a pH 1,0-3,0 com um ácido de utilização permitida na indústria alimentar.

   Processo de acordo com a reivindicação 5, caracterizado por o ácido preferencialmente utilizado na extracção ser o ácido cítrico.

   Processo de acordo com a reivindicação 1, caracterizado por a purificação dos extractos para redução do teor de açúcares ser efectuada por tratamento enzimático e posterior remoção de impurezas sólidas.

   Processo de acordo com a reivindicação 7, caracterizado por o tratamento enzimático dos extractos ser efectuado preferencialmente com fermento de panificação.

   Processo de acordo com a reivindicação 7, caracterizado por a remoção de impurezas sólidas dos extractos ser efectuada preferencialmente por filtração.

   101

   Processo de acordo com a reivindicação 7, caracterizado por os extractos líquidos purificados de antocianinas terem um teor de açúcares inferior a 1%.

   111

   Processo de acordo com as reivindicações 1 a 10, caracterizado por os concentrados líquidos de antocianinas serem obtidos por concentração a pressão reduzida dos extractos.

   121

   Processo de acordo com as reivindicações 1 a 11, caracterizado por os concentrados sólidos de antocianinas serem obtidos por adição, aos concentrados líquidos, de adjuvantes alimentares de secagem até um teor global de 25-45% de sólidos, seguida de secagem.

   13a

   Processo de acordo com a reivindicação 12, caracterizado por o adjuvante alimentar preferencial ser a dextrina de qualidade alimentar.