PT83955B - Granada fazendo parte de uma bomba multipla portadora e incluindomeios para atenuar a sua velocidade rotacional - Google Patents

Description

ÂMBITO DA INVENÇÃO

A presente invenção diz respeito ãs denominadas bombas múltiplas, i\s to e, bombas compreendendo uma pluralidade de dispositivos explosivos chama dos granadas, alojadas dentro de um projéctil portador. O projéctil portador pode ser lançado a partir de um sistema de lançamento terrestre ou no ar . Depois do lançamento, o projéctil portador sol.ta as granadas individuais que continuam então cada uma, no seu voo individual em direcção ao alvo onde ch£ gam com uma dispersão estatística. As granadas têm, como regra, cargas perfiladas e são eficazes contra blindagens e pessoas.

ANTECEDENTES DA INVENÇÃO E TÉCNICA ANTERIOR

As bombas múltiplas são lançadas com uma rotação em torno do seu eixo longitudinal e, consequentemente, as granadas individuais recebem também uma rotação ã volta do seu respectivo eixo longitudinal individual. No entanto , esta rotação causa problemas quanto ao impacto das granadas no alvo que se efectua sob um grande ângulo de desvio (o angulo formado entre o eixo longitu_ dinal da granada e a tangente ã trajectoria do centro de gravidade da mesma ) o que da origem a uma elevada percentagem de falhas e uma redução considerável da eficácia da carga perfilada:

De acordo com a técnica anterior, uma granada de uma bomba múltipla tem, no momento da chegada ao alvo, essencialmente a mesma velocidade rotacw nal com que foi solta pelo projéctil portador e, de acordo com isto, o objecto da presente invenção é proporcionar uma granada fazendo parte de uma bomba múltipla portadora e sendo configurada de tal modo que chegue ao alvo com uma

-2velocidade rotacional significantemente mais pequena em comparação com a velo cidade rotacional com que a granada é solta do projectil portador.

Uma granada fazendo parte de uma bomba múltipla, da natureza atrás descrita, compreende uma cavilha percutora que deve inflamar a espoleta quando a granada atinge um alvo. No estado não armado da granada, o percurso da cavilha percutora estã bloqueado e, quando a granada é solta do projêctil por tador, o bloqueio é automaticamente removido e a partir deste momento a granada estã armada. Os meios para bloquear o percurso da cavilha percutora podem, por exemplo, ter a forma de um elemento deslizante que tem tendência para se deslocar para uma posição de não bloqueio e que fica na posição bloqueada pela presença da prcipria cavilha percutora. Esta cavilha percutora , compreende, na extremidade traseira, uma fita arrastadora que, quando a grana da é solta, é desfraldada e causa a retracção da cavilha percutora da posição de engate com o referido elemento deslizavel, deslocando-se então este último automaticamente para uma posição de não-bloqueio e libertando o percurso da cavilha percutadora para a espoleta. Deste modo, a granada e armada e, quaji do atinge um alvo, a cavilha percutora avança por força da inércia e aproxima-se da espoleta pelo que esta última e inflamada e a granada é detonada.

DESCRIÇÃO GERAL DA INVENÇÃO

A presente invenção proporciona uma granada que deve ser colocada deri tro de um pro jéctil portador juntamente com uma pluralidade destas granadas de modo a formar uma bomba múltipla, compreendendo um corpo que aloja uma car ga explosiva; uma parte traseira deste corpo aloja uma espoleta e uma cavilha percutora adaptada para poder avançar em direcção da espoleta ao longo de um percurso pré-determinado quando a granada atinge um alvo, inflamando assim a espoleta, um meio para bloquear o percurso da cavilha percutora em direcção a espoleta quando a granada estiver no estado não bloqueado, tendo este meio tendência para se deslocar para uma posição não bloqueada e sendo este meio

-3bloqueado na posição de bloqueio pela cavilha percutora; uma fita arrastadora fixada na extremidade traseira da cavilha percutora e dobrada no estado de não-bloqueio da granada, sendo esta fita desfraldada quando a granada é solta do projéctil portador pelo que a cavilha percutora é retraída do seu engate com o referido meio de bloqueio e deslocando-se este ultimo automaticamente para uma posição de não-bloqueio pelo que a granada ê armada; esta granada e caracterizada por compreender:

I) uma pluralidade de asas telescópicas que são montadas articuladamente na referida parte traseira numa disposição radialmente simétrica e adaptadas para se mover de uma posição dobrada para uma posição desfral dada;

II) um meio de retenção adaptado para cooperar com a referida cavilha percutora de modo que, na posição de bloqueio desta última, as asas estejam bloqueadas na posição dobrada, sendo este meio de retenção adaptado para ser descartado quando da retracção da cavilha percutora; e

III) um elemento de esbarro para manter as asas na posição desfraldada dese jada.

Quando, durante a utilização, uma granada de acordo com a presente invenção for solta do projéctil portador, a fita arrastadora é desfraldada e, como consequência do arrastamento pelo vento, a cavilha percutora é retraída da posição de bloqueio, pelo que o referido meio de bloqueio é desbloqueado e, devido ã sua tendência para se deslocar , move-se automaticamente para a posição de não-bloqueio, armando assim a granada de uma maneira ja conhecida.

Como consequência da retracção da cavilha percutora, como foi atrãs descrito, os meios de retenção são desbloqueados e descartados, pelo que as asas são libertadas e colocam-se na posição desfraldada pela acção de forças centrífugas como resultado da rotação em torno do eixo longitudinal. A acção destas forças centrífugas faz estender as partes telescópicas das asas, sen-

-4do assim as asas estendidas de modo a obter-se um vão máximo. As asas esteji didas oferecem uma resistência aerodinâmica que faz diminuir a velocidade rotacional gradualmente durante a aproximação da granada do alvo, atingindo este alvo com uma velocidade rotacional significantemente diminuída, pelo que as desvantagens das granadas de acordo coro a técnica anterior são grandemente eliminadas.

De acordo com uma das formas de realização da invenção, a granada compreende duas asas telescópicas. Outras formas de realização podem compreender qualquer outro número desejado de asas, por exemplo três, quatro ou mais.

DESCRIÇÃO DOS DESENHOS

Para uma melhor compreensão da inyenção, a seguinte descrição mais em pormenor referir-se-ã aos desenhos anexos cujas figuras mostram:

a fig. 1 - uma vista lateral de uma granada de acordo com a presente invenção, com a parte traseira parcialmente em corte feito ao longo da linha I-I da fig. 2;

a fig. 2 - uma vista de cima correspondendo a fig. 1 em que a fita arrastadora dobravel e removida;

Q a fig. 3 - uma vista lateral da granada representada na fig. 1, mos^ trando a fita arrastadora e as asas desfraldadas ; e a fig. 4 - uma vista de cima correspondendo ã fig. 2 com a fita arrastadora removida.

DESCRIÇÃO DE UMA FORMA DE REALIZAÇÃO PREFERIDA

Como se vê nas figuras, uma granada 1 compreende um corpo 2 alojando uma carga explosiva e uma parte traseira 3 alojando uma espoleta e sendo fixa, da no corpo principal 2 por uma pluralidade de rebites 4. A parte traseira 3 compreende uma base 5 e um bloco central 6 com um canal transversal 7 que se estende na zona da interface entre estes dois elementos. 0 bloco 6 aloja,

-5com uma ligação roscada não mostrada, uma cavilha percutora 8 que é mostrada na fig. 1 na posição de bloqueio e que pode ser retraída desaparafusando-a na posição desbloqueada.

Na extremidade exterior, a cavilha percutora 8 tem nela fixada uma fita arrastadora 9 que é mostrada na figura 1 no estado dobrado e na figura 3 no estado desfraldado.

A base 5 da parte traseira 3 aloja uma corrediça 10 que tem na super fície superior uma reentrância 11 que, na posição não armada mostrada na fig. 1, aloja a extremidade interior aguçada da cavilha percutora 8*.

A corrediça 10 tem tendência para se deslocar para uma posição extraí da e é retida na posição retraída, mostrada na fig. 1, enquanto a cavilha percutora 8 está engatada na reentrância 11.

canal transversal 7 aloja um braço de um par de elementos retentores 13 em forma de L, sendo cada um destes braços munido de um furo no qual a cavilha percutora 8 está enfiada como se mostra na fig. 1. Quando a cavilha 8 e retraída, como serã explicado mais adiante, os elementos retentores 13 já não estão ligados a parte traseira 3 e são descartados.

Nos dois lados opostos da base 5 há dobradiças 15 por meio das quais as asas telescópicas 14 podem girar para fora, mas estas asas estão a ser reti_ das pelos elementos retentores 13. Cada uma das asas 14 estã fixada articuladamente na sua dobradiça correspondente 15 de tal modo que, uma vez removidos os elementos retentores 13, as asas 14 sejam desfraldadas deslocando-se â vol^ ta das dobradiças 15. Cada uma das asas 14 compreende uma primeira parte constituinte 16 e uma segunda parte constituinte 17 que estão fixadas desliza, velmente uma na outra. Para este fim, a parte 16 compreende garras 18 que podem deslizar ao longo da parte 17, e cada parte 17 compreende esbarros 19 adaptados para cooperar com as garras 18 de modo que a parte 17 seja retida no seu estado totalmente estendido como se ve na fig. 4. No estado dobrado

das asas 14, as partes 16 e 17 estão essencialmente sobrepostas umas as outras, como se ve na fig. 2, enquanto, no estado desfraldado das asas, as par tes telescópicas são extraídas sob a acção das forças centrífugas resultando da rotação, pelo que cada uma das asas 14 atinge a posição totalmente desfraj dada e estendida mostrada nas figs. 3 e 4.

As paredes 20, formadas integralmente com o bloco central 6, servem como esbarros para as asas 14 na sua posição desfraldada e estendida.

A granada atras descrita funciona da seguinte maneira:

Uma pluralidade de granadas da natureza mostrada nas figurat ê colocada no interior de um projectil portador que ê lançado com uma rotação axial, como ê ja conhecido. Como consequência, quando as granadas são soltas do projectil portador, cada granada individual 1 segue a sua própria trajecto ria com uma rotação axial. No momento em que a granada ê solta, a fita arras, tadora 9 e desfraldada e, pela acção combinada da rotação da granada e o arras, tamento da fita 9 pelo vento, ocorre uma rotação da cavilha percutora 9 dentro do bloco central 6 pelo que a cavilha ê desaparafusada e retraída da sua posição de engate com a corrediça 10 e com os elementos retentores 13.

A corrediça 10 assim desbloqueada está agora livre para seguir a sua tendência para deslocamento, e move-se para fora do percurso da cavilha percutora 8 indo ocupar a posição armada, como ê já conhecido.

Os elementos retentores 13 desbloqueados são descariados pelas forças centrífugas que resultam da rotação axial da granada e, consequentemente, as asas 14 estão agora livres para se desfraldar e estender, também sob a acção das mesmas forças centrífugas, para ocupar sa suas posições totalmente desfraldadas e estendidas nas quais são retidas pelos esbarros 20, como se vê nas figs. 3 e 4.

Quando a granada prossegue o seu voo com uma rotação axial, as asas desfraldadas e estendidas exercem um efeito aerodinâmico de freio pelo

-7que a velocidade rotacional da granada é gradualmente reduzida de modo que atinja o alvo com uma rotação significativamente reduzida e, deste modo, a eficácia da granada e aumentada significativamente.

Quando a granada atinge o alvo, a cavilha percutora 8 desloca-se , pela força da inércia, em direcção ã espoleta dentro da parte traseira 3 pelo que a espoleta é inflamada e a carga explosiva dentro do corpo 2 e detonada.

Sera facilmente compreendido, com referência a descrição dada ante riormente, que jma granada de acordo com a presente invenção pode ter mais do que duas asas telescópicas montadas simetricamente na parte traseira da granada e funcionando de uma maneira essencialmente como foi descrita antes.

Claims (5)

1. Granada que se destina a ser colocada dentro de um projêctil porte dor , juntamente com uma pluralidade da sua natureza, para formar uma bomba múltipla, compreendendo um corpo (2) alojando uma carga explosiva; uma parte traseira (3) alojando uma espoleta e uma cavilha percutora (8) a qual pode avançar em direcção ã espolete ao longo de um percurso pre-determinado quando a granada atinge um alvo e assim inflamar a espolete, um meio (10) para bloquear o percurso da cavilha percutora em direcção ã espolete quandq a granada se encontra no estado não armado, tendo este meio tendência para se deslocar para uma posição de não-bloqueio e ficando bloqueado na posição de bloqueio pela cavilha percutora ; uma fita arrastadora (9) ligada ã extremidade traseira da cavilha percutora, estando este fita dobrada no estado não-armado da granada e sendo desfraldada quando a granada é solte do projêctil portador pelo que a cavilha percutora e retraída do engate com o referido meio de bloqueio e este último se desloca automaticamente para uma posição de não-bloqueio pelo que a granada e armada; sendo este granada caracterizada por compreender:

I) uma pluralidade de asas telescópicas (14) que podem mover-se articuladamente em relação a referida parte traseira numa disposição centro-simétrica e que podem mover-se articuladamente a partir de uma posição dobrada para uma posição desfraldada;

II) um elemento retentor (13) adaptado para cooperar com a referida cavilha percutora de modo que, na posição de bloqueio desta última, as asas estejam bloqueadas na posição dobrada, e sendo este elemento retentor adapte do para ser descartado quando da retracção da cavilha percutora; e

III) elementos de esbarro (20) para reter as asas numa posição desfraldada desejada.

2.

Granada de acordo com a reivindicação 1, caracterizada por a referida

-9parte traseira compreender um bloco central (6) alojando a referida cavilha percutora, estando as referidas asas telescópicas fixadas articuladamente no referido bloco central.

3. Granada de acordo com a reivindicação 2, caracterizada pelos referidos elementos de esbarro (20) para reter as asas numa posição desfraldada desejada serem formados integralmente com o referido bloco central.

4.

Granada de acordo coro uma qualquer das reivindicações 1 a 3, caracterizada por compreender duas asas telescópicas.

5.

Granada de acordo com uma qualquer das reivindicações 1 a 3, caracteri zada por compreender mais do que duas asas telescópicas.