PT2305424E - Método de elaboração de uma configuração de corte de uma lente oftálmica - Google Patents

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PT2305424E
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Frederic Dubois
David Freson
Eric Belloni
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Essilor Int
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Description

ΕΡ 2 305 424/PT
DESCRIÇÃO "Método de elaboração de uma configuração de corte de uma lente oftálmica"
DOMÍNIO TÉCNICO COM O QUAL ESTÁ RELACIONADO O INVENTO O presente invento refere-se, de maneira geral, à preparação de lentes oftálmicas, tendo em vista o seu encaixe nos elementos de envolvimento das armações de óculos de aro completo ou de meio aro.
ANTECEDENTES TECNOLÓGICOS A parte técnica do trabalho do oculista consiste na montagem de um par de lentes oftálmicas de correcção numa armação de óculos seleccionada por um utilizador.
Esta montagem decompõe-se em três operações principais: • a aquisição dos contornos dos elementos de envolvimento da armação de óculos seleccionada, • a centragem de cada lente, a qual consiste em posicionar e em orientar convenientemente os contornos adquiridos em relação às lentes, de maneira que, uma vez montadas, cada lente encontra-se centrada em relação à pupila do olho correspondente do utilizador, depois • a maquinação de cada lente, a qual consiste em cortar a mesma de acordo com este contorno.
No âmbito do presente invento, são mais particularmente interessantes as armações de óculos com elementos de envolvimento, o mesmo é dizer, armações de óculos de aros completos e de meios aros. O objectivo concreto do oculista é então cortar a lente oftálmica de modo que a mesma se possa adaptar, mecânica e esteticamente, à forma do elemento de envolvimento correspondente da armação seleccionada, assegurando ao mesmo tempo que esta lente exerce melhor a função óptica para a qual foi concebida. 2 ΕΡ 2 305 424/ΡΤ A operação de maquinagem compreende, em particular, no caso de armações de aro completo, um passo de formação de bisel que permite formar no bordo da lente uma nervura de encaixe, comummente chamada bisel, apta a encaixar numa ranhura, comummente chamada encaixe, a qual se prolonga ao longo da face interior do elemento de envolvimento correspondente da armação. A operação de maquinagem inclui, pelo contrário, no caso das armações de meio aro, um passo de formação de ranhura que permite formar no bordo da lente uma ranhura de encaixe. Quando da montagem, esta ranhura de encaixe é engatada numa nervura, que se prolonga ao longo da face interior do meio aro (ou "arcada"), correspondente da armação. A lente oftálmica é então mantida em apoio contra esta arcada com a ajuda de um fio, o qual engata na ranhura de encaixe e cujas extremidades são fixas nas extremidades da arcada.
As operações de aquisição e maquinagem devem ser realizadas com cuidado, de maneira que a lente possa encaixar perfeitamente no seu elemento de envolvimento, sem esforço "logo à primeira", o mesmo é dizer, sem a necessidade de outra maquinagem (no caso de armações de aros completos ou de meios aros) ou de colocação no comprimento do fio (no caso de armações de meios aros).
Para adquirir a forma do elemento de envolvimento, é utilizado, geralmente, um aparelho de leitura de contornos que inclui um detector, o qual vai revelar a forma do encaixe do elemento de envolvimento ou da ranhura de uma cércea representativa da forma do elemento de envolvimento. Constata-se, no entanto, no final desta detecção, erros de revelação inerentes ao funcionamento do aparelho de leitura. É também observado, no final da operação de maquinagem, erros de maquinagem igualmente inerentes ao funcionamento do aparelho de corte.
Apesar dos cuidados tidos nestas operações para reduzir estes erros, observa-se que certas lentes oftálmicas são dificilmente montáveis nos seus elementos de envolvimento. É então necessário, para descartar qualquer risco de desencaixe da lente para fora do seu elemento de envolvimento, retomar a maquinagem da lente e/ou modificar o comprimento do fio de nilão, o que é fastidioso de realizar. 3 ΕΡ 2 305 424/ΡΤ A titulo de comparação, ο documento ΕΡ-Α-1642678 divulga um processo da técnica anterior para o elaboração de uma configuração de corte de uma lente oftálmica, tendo em vista a sua montagem num elemento de envolvimento de uma armação de óculos.
OBJECTO DO INVENTO A fim de remediar os inconvenientes previamente citados do estado da técnica, o presente invento propõe um método de elaboração de uma configuração de corte de uma lente oftálmica, que permite prever e prevenir as eventuais dificuldades de montagem das lentes oftálmicas no seu elemento de envolvimento.
Mais particularmente, é proposto de acordo com o invento um método de elaboração de uma configuração de corte, que inclui os passos que consistem em: a) adquirir a forma de um primeiro perfil longitudinal do referido elemento de envolvimento, b) construir, numa projecção plana do referido primeiro perfil longitudinal, pelo menos, duas figuras geométricas predeterminadas, ajustando as suas dimensões às do referido plano de projecção, c) calcular as diferenças entre o projecção plana do referido primeiro perfil longitudinal e cada uma das referidas figuras geométricas predeterminadas, d) seleccionar, entre as figuras geométricas alvo, em que cada uma das quais está associada a um parâmetro de corte, a figura geométrica alvo mais próxima do primeiro perfil longitudinal em função das referidas diferenças, e) calcular a referida configuração de corte em função da forma do primeiro perfil longitudinal e do parâmetro de corte associado à figura geométrica alvo seleccionada. 4 ΕΡ 2 305 424/ΡΤ A requerente observou que uma parte das dificuldades de montaqem provinha da forma dos elementos de envolvimento das armações de óculos seleccionadas.
Em particular, ela observou que a forma alongada de certas armações estava na origem destas dificuldades.
Estas dificuldades resultam do facto de que a pressão do elemento de envolvimento na lente oftálmica não está repartida uniformemente em tais armações de lentes. Com efeito, quanto mais alongado for o elemento de envolvimento, maior será a pressão nas partes nasal e temporal do elemento de envolvimento, o que torna a montagem difícil. Por outro lado, quanto mais alongado for o elemento de envolvimento, mais fraca será a pressão nas partes baixa e alta do elemento de envolvimento, o que pode provocar o desencaixe da lente
De acordo com o invento, o método permite caracterizar a forma do contorno do elemento de envolvimento, a fim de prever as dificuldades de encaixe, as quais podem ser postas, de maneira a poder remediar as mesmas desde a primeira maquinagem da lente. Este método permite portanto evitar ter de se repetir a maquinagem da lente ou ter de modificar o comprimento do fio (no caso de armações de meios aros).
Outras características vantajosas e não limitativas do método de acordo com o invento são as seguintes: • no passo e) , por um lado, é determinada a forma espacial de um segundo perfil longitudinal no final da projecção do referido primeiro perfil longitudinal sobre uma superfície característica da referida lente oftálmica, e, por outro lado, é deformado o segundo perfil longitudinal de acordo com duas direcções diferentes, com coeficientes de deformação aplicados a cada direcção, em que, pelo menos, um é função do parâmetro de corte associado à figura geométrica alvo seleccionada, de modo a igualar o comprimento perimétrico do referido segundo perfil longitudinal ao comprimento perimétrico do referido primeiro perfil longitudinal, e é deduzido do segundo perfil longitudinal deformado uma configuração do esboço de corte da lente oftálmica; 5
ΕΡ 2 305 424/PT • a referida superfície característica é a face dianteira ou traseira da lente oftálmica; • a referida superfície característica é uma superfície situada entre as faces dianteira e traseira da lente oftálmica e paralela a uma destas faces dianteira e traseira; • no passo e), é determinada uma configuração de super-acabamento de corte da lente oftálmica em função do parâmetro de corte, associado à figura geométrica alvo seleccionada; • no passo b), são construídas, pelo menos, três figuras geométricas predeterminadas; • no passo b) , as referidas figuras geométricas predeterminadas incluem uma elipse e/ou um rectângulo e/ou um rectângulo com os cantos arredondados; • no passo d) , as referidas figuras geométricas alvo incluem, pelo menos, as referidas figuras geométricas predeterminadas; • no passo b) , as dimensões das referidas figuras geométricas predeterminadas são ajustadas de tal modo que, pelo menos, uma das referidas figuras geométricas fique circunscrita ou inscrita na projecção plana do primeiro perfil longitudinal; • no passo b), as dimensões das referidas figuras geométricas predeterminadas são ajustadas de tal modo que a diferença entre a projecção plana do primeiro perfil longitudinal e, pelo menos, uma das referidas figuras geométricas seja mínima; • no passo c) , as referidas diferenças são calculadas pela determinação da área da superfície delimitada entre a projecção plana do primeiro perfil longitudinal e cada uma das referidas figuras geométricas; • a determinação da diferença entre a projecção plana do primeiro perfil longitudinal e cada figura geométrica inclui as operações que consistem em calcular, em 6
ΕΡ 2 305 424/PT coordenadas polares, as funções representativas da referida projecção plana e de cada figura geométrica, depois calcular as séries de Fourier associadas a estas funções representativas, depois calcular os descritores (FDn40, FDn4i, FDn42, FDn43) das referidas séries de Fourier, e, por fim, deduzir as referidas diferenças dos referidos descritores; • no passo d), é calculada a relação entre as referidas diferenças, e é determinada, entre os intervalos predeterminados cada um associado a uma figura geométrica alvo, a gama dentro da qual está localizada cada relação; • no passo d), é calculada a relação entre o comprimento e a largura de um rectângulo circunscrito ao primeiro perfil longitudinal, e é seleccionada referida figura geométrica alvo igualmente em função da referida relação; • o referido elemento de envolvimento inclui um aro, ou uma arcada equipada com um fio. O invento refere-se igualmente a um processo parametrização de um dispositivo de preparação de uma lente oftálmica, tendo em vista a sua montagem num elemento de envolvimento de uma armação de óculos, que inclui os passos de: • elaborar uma configuração de corte de uma primeira lente oftálmica de acordo com o método citado anteriormente, • desviar a referida primeira lente oftálmica de acordo com a configuração de corte elaborada, • medir na lente oftálmica cortada um perfil longitudinal que se prolonga ao longo do seu bordo, • calcular uma diferença entre a forma do perfil longitudinal medido e a forma do segundo perfil longitudinal deformado, 7 ΕΡ 2 305 424/ΡΤ • pesquisar, num registo da base de dados, em que cada registo está associado a uma figura geométrica alvo e armazena um diferença média, estando o registo associado à figura geométrica alvo seleccionada no passo d), • ler a diferença média armazenada no referido registo e modificar o mesmo em função da diferença calculada.
Vantajosamente então, para elaborar a configuração de corte de uma outra lente oftálmica de acordo com o método citado anteriormente, no passo e), é pesquisado no registo da base de dados o registo que está associado à figura geométrica alvo seleccionada no passo d) , é lida a diferença média armazenada neste registo, e é calculado o coeficiente de deformação do segundo perfil longitudinal em função desta diferença média lida.
DESCRIÇÃO POMENORIZADA DE ΌΜ EXEMPLO DE REALIZAÇÃO A descrição que se segue, tendo em vista os desenhos anexos, dada a título de exemplo, fará compreender claramente em que consiste o invento e como o mesmo pode ser realizado.
Nos desenhos anexos: • a Fig. 1 é uma vista esquemática em perspectiva de uma armação de óculos de aro completo; • a Fig. 2 é uma vista esquemática em perspectiva de uma armação de óculos de meio aro; • a Fig. 3 é uma vista esquemática em perspectiva de uma lente oftálmica não cortada; • a Fig. 4 é uma vista esquemática em perspectiva de um aparelho para a leitura de contornos; • as Figs. 5 e 6A a 6E mostram os perfis longitudinais representativos da forma dos elementos de envolvimento de armações de óculos de diferentes formas, aos quais são sobrepostas figuras geométricas que caracterizam estas formas, vistas em projecção num plano médio dos elementos de envolvimento da armação, sensivelmente perpendiculares às hastes; 8
ΕΡ 2 305 424/PT • a Fig. 7 é uma vista em perspectiva do perfil longitudinal da Fig . 5 e da sua projecção sobre uma face de uma lente de amostra; • a Fig. 8 é uma vista de frente da lente oftálmica da Fig. 3, no plano da Fig. 5, sobre a qual está sobreposto 0 perfil longitudinal da Fig. 5; • a Fig. 9 é uma vista em perspectiva do perfil longitudinal da Fig. 5, da sua projecção sobre uma face da lente oftálmica da Fig. 3, e de uma deformada desta projecção, tendo em vista o cálculo da configuração de corte; • as Figs. 10 e 11 são vistas no plano da Fig. 5, que ilustram dois passos de deformação do perfil longitudinal projectado da Fig. 9.
Armação de óculos
Nas Figs. 1 e 2 estão representadas duas armações de óculos 10, 20, respectivamente, de aro completo e de meio aro, incluindo cada uma dois elementos de envolvimento 11, 21.
Mais em particular, na Fig. 1, a armação de óculos 10 de aro completo inclui dois aros 11, cada um destinado a acolher uma lente oftálmica e a ser posicionado em frente de um dos dois olhos do utilizador, quando este último utiliza a referida armação.
Os dois aros 11 estão ligados um ao outro por uma ponte ou travessão 12. Os mesmos estão, por outro lado, cada um equipado com uma pequena placa nasal 13, apta a assentar sobre o nariz do utilizador e uma haste 14 apta a assentar sobre uma das orelhas do utilizador. Cada haste 14 está articulada no aro correspondente por meio de uma charneira 15.
Os dois aros 11 da armação de óculos 10 apresentam um bordo interior, no qual é disposta uma ranhura de encaixe, comummente chamada encaixe, cuja secção transversal tem em geral a forma de diedro. 9 ΕΡ 2 305 424/ΡΤ
Os dois aros 11 apresentam um arqueamento não nulo. Este arqueamento pode ser caracterizado por um raio médio de curvatura que corresponde ao raio de curvatura de uma esfera que passa por quatro pontos do encaixe, situados a distâncias iguais dois a dois.
Na Fig. 2, os elementos de envolvimento 21 da armação de óculos 20 de meio aro incluem cada uma arcada 21A (ou "meio aro") e um fio de nilão 21B, cujas duas extremidades são fixas nas extremidades desta arcada 21A. Estas arcadas 21A e os fios de nilão 21B permitem em conjunto manter as duas lentes na armação de óculos 20.
As duas arcadas 21A estão ligadas uma à outra por uma ponte 22. Cada arcada 21A está equipada com um plaqueta nasal 23 apta a ser apoiada sobre o nariz do utilizador e uma haste 24, apta a ser apoiada sobre uma das orelhas do utilizador. Cada haste 24 está articulada na correspondente arcada 21A por meio de uma charneira 25.
As duas arcadas 21A da armação de óculos 20 apresentam um bordo interior, no qual se prolonga uma nervura de encaixe.
Tal como aparece na Fig. 2, a armação de óculos 20 suporta duas lentes de amostra 27 fornecidas ao oculista com a armação. Ambas as lentes de amostra 27 serão utilizadas como uma cércea de forma para cortar as lentes oftálmicas a montar na armação de óculos 20.
Os dois elementos de envolvimento 21 apresentam um arqueamento não nulo. Este arqueamento pode ser caracterizado pelo raio de curvatura da face dianteira esférica da lente de amostra 27.
Lente oftálmica
Como mostra a Fig. 3, a lente oftálmica 30 apresenta duas faces ópticas dianteira 31 e traseira 32 e um bordo 33. A face óptica dianteira 31 é aqui esférica e apresenta um raio de curvatura conhecido. 10
ΕΡ 2 305 424/PT Ο bordo 33 da lente apresenta um contorno inicial circular. A lente é, no entanto, destinada a ser cortada para a forma do elemento de envolvimento 11, 21, correspondente da armação de óculos 10, 20, de maneira a poder ser montada na mesma.
No caso em que a armação seleccionada é de aro completo (Fig. 1), a lente oftálmica 30 é mais precisamente destinada a ser cortada de modo a apresentar no seu bordo uma nervura de encaixe 33 (ou bisel) apta a encaixar no encaixe do aro 11 correspondente da armação de óculos 10.
No caso em que a armação seleccionada é de meio aro (Fig. 2), a lente oftálmica 30 está, pelo contrário, destinada a ser cortada de modo a apresentar, no seu bordo 33 uma ranhura de encaixe, a qual está apta a ser engatada na nervura de encaixe da arcada 21A correspondente da armação de óculos e a qual está apta a receber o fio de nilão 21B.
Esta lente oftálmica 30 apresenta caracteristicas ópticas determinadas em função das necessidades do utilizador dos óculos. A mesma apresenta em particular propriedades de refracção esférica, cilíndrica e prismática que são adequadas ao utilizador.
Esta lente oftálmica 30 está, por outro lado, provida com marcações 34, 35, as quais permitem a marcação cómoda do referencial óptico da lente oftálmica 30 para a sua montagem na armação de óculos 10, 20 seleccionada pelo utilizador. Estas marcações consistem aqui em marcações provisórias 34, 35 de tinta. As mesmas poderiam, em alternativa, consistir em marcações permanentes, tais como microgravuras.
Aqui, estas marcações incluem uma cruz de centragem 34, que permite marcar a posição do ponto de centragem da lente, o mesmo é dizer, no caso de uma lente que tem uma potência óptica exclusivamente esférica, o ponto em que o raio incidente e o raio transmitido têm o mesmo eixo.
Inclui, por outro lado, de uma parte e da outra desta cruz de centragem 34, dois traços de horizonte 35 que marcam a horizontal da lente oftálmica 30. 11
ΕΡ 2 305 424/PT É então caracterizado o referencial óptico da lente oftálmica 30 por uma marca ortonormal que inclui um eixo horizontal X2 paralelo aos referidos traços de horizonte 35, um eixo de ordenadas Y2, e um normal eixo Z2, o qual é perpendicular ao plano tangente à face dianteira da lente oftálmica 30 no ponto de centragem 34.
Terminais de cliente e de fabricante O invento apresenta uma vantagem particular, lentes quando a preparação das lentes é confiada aos fabricantes de distintos dos oculistas, o mesmo é dizer, quando os oculistas actuam como "requisitantes" que subcontratam o fabrico e o corte das lentes a tais fabricantes.
Para ilustrar esta configuração, será aqui considerado, por um lado, um terminal de cliente instalado do lado de um oculista para a requisição de lentes, e, por outro lado, um terminal de fabricante instalado no lado de um fabricante de lentes para o fabrico e o corte de lentes. O terminal de cliente inclui uma unidade de computador 150 (FIG. 4), aqui um computador de secretária, para registar e transmitir os dados de requisição de lentes oftálmicas, por exemplo, através de um protocolo de comunicações por IP (do tipo Internet) . Estes dados de requisição incluem dados de prescrição relativos às correcções a fazer em relação aos olhos do utilizador e de dados de forma relativos à armação de óculos 10, 20 seleccionada pelo utilizador. 0 t :;ermina .1 de f abr icante inclui, pel .0 seu lado, uni dade de com; putac ίο r 2 5 C S para receber, reg istar e tratar dad 0 s de requ ia ϊ i ção tran smitidos pelo t ermi nal de cliente ΙΤ1.Θ s mo i r. iclu i, O O T outro lado, um dispo siti vo de fabrico len t e s < oftálmi - c a s f Cpj.0 compreende, po r exemplo, me i 0 s con f 0 rraa ção de lent 0 acordo com os H ;r> H r->. s da pr e ser: iça mei 0 s 0 0 corte de 1 O ’ ntes de acordo com 0 s da dos de forma. ima
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Aparelho de leitura de contornos
No terminal de cliente, o oculista dispõe aqui de um aparelho de leitura de contornos. Este aparelho de leitura de contornos é um meio bem conhecido do especialista na matéria e não faz propriamente parte do objecto do invento descrito. É, por exemplo, possivel utilizar um aparelho de leitura de 12 ΕΡ 2 305 424/PT contornos, tal como o descrito na patente EP 0 750 172 ou o comercializado pela Essilor International com a marca Kappa CT com a marca Kappa CT. A Fig. 4 é uma vista geral deste aparelho de leitura de contornos 100, tal como o mesmo se apresenta ao seu utilizador. Este aparelho inclui uma tampa superior 101, que cobre o conjunto do aparelho, com excepção de uma porção superior central, na qual pode ser disposta uma armação de óculos 10 ou uma lente de amostra 27. O aparelho de leitura de contornos 100 é destinado a revelar, no caso em que a armação de óculos seleccionada é de aro completo, a forma da aresta de fundo do encaixe de cada aro 11 desta armação de óculos 10. O mesmo, pelo contrário, é destinado a revelar, no caso em que a armação óculos seleccionada é de meio aro, a forma do contorno de cada lente de amostra 27. O aparelho de leitura de contornos 100 inclui, para este efeito, primeiros meios de bloqueio de uma armação de óculos 10 de aro completo, e segundos meios de bloqueio de uma lente de amostra 27.
Os primeiros meios de bloqueio incluem um jogo de duas maxilas 102 móveis uma em relação à outra, para formar um dispositivo de aperto. Cada uma das maxilas 102 está munida de dois pares de terminais 103, móveis para formarem duas pinças, adaptadas para apertar a armação de óculos 10, a fim de imobilizar a mesma.
Os segundos meios de bloqueio, não visíveis nas figuras, incluem um espigão, o qual se prolonga até dentro da porção superior central do aparelho, e cuja extremidade superior está disposta de modo a cooperar com uma das faces da lente de amostra 27, a fim de imobilizar a mesma nesta porção superior central.
No espaço deixado visível para a abertura da tampa 101, é visível um chassis 104. Uma pequena placa (não visível) pode-se deslocar em translação sobre o chassis 104 de acordo com um eixo de transferência A3. Sobre esta pequena placa está montada com rotação uma ferramenta óptica plana rotativa 105. 13
ΕΡ 2 305 424/PT A ferramenta óptica plana rotativa 105 está, portanto, apta a tomar três posições no eixo de transferência A3, em que: • uma primeira posição, na qual o centro da ferramenta óptica plana rotativa 105 está disposto entre os dois pares de terminais 103, que fixam o aro direito da armação de óculos 10, • uma segunda posição, na qual o centro da ferramenta óptica plana rotativa 105 está disposto entre os dois pares de terminais 103, que fixam o aro esquerdo da armação de óculos esquerda 10, e • uma terceira posição intermédia, na qual o centro da ferramenta óptica plana rotativa 105 está situado no eixo do espigão de fixação da lente de amostra 27. O ferramenta óptica plana rotativa 105 possui um eixo de rotação A4 definido como o eixo normal à face dianteira desta ferramenta óptica plana rotativa 105 e que passa pelo seu centro. O mesmo está adaptado para rodar em torno do referido eixo em relação à pequena placa. A ferramenta óptica plana rotativa 105 compreende, além do mais, uma abertura 106 oblonga em forma de arco de circulo, através da qual está saliente um detector 110. O detector 110 inclui uma haste de suporte 111 do eixo perpendicular ao plano da face dianteira da ferramenta óptica plana rotativa 105 e, na sua extremidade livre, um dedo de detecção 112, com um eixo perpendicular ao eixo da haste de suporte 111. O dedo de detecção 112 está disposto de modo a seguir por deslizavelmente ou, em alternativa, rolamento a aresta de fundo do encaixe de cada aro 11 da armação de óculos 10. A haste de suporte 111 está, quando a si, disposta para deslizar ao longo do contorno da lente de amostra 27. O aparelho de leitura de forma 100 inclui meios de accionamento (não representados) adaptados, em primeiro lugar, para fazer deslizar a haste de suporte 111 ao longo da abertura 106, a fim de modificar a sua posição radial em relação ao eixo de rotação A4 da ferramenta óptica plana rotativa 105, em segundo lugar, para fazer variar a posição 14 ΕΡ 2 305 424/ΡΤ angular da ferramenta óptica plana rotativa 105 em torno do seu eixo de rotação A4, e, em terceiro lugar, para posicionar o dedo de detecção 112 do detector 110 para uma altitude maior ou menor, em relação ao plano da face dianteira da ferramenta óptica plana rotativa 105.
Em resumo, o detector 110 está provido com três graus de liberdade, em que um primeiro grau de liberdade p é constituído pela capacidade do detector 110 para se mover radialmente em relação ao eixo de rotação A4 graças à sua liberdade de movimento ao longo do arco de círculo formado pela abertura 106, um segundo grau de liberdade Θ constituído pela capacidade do detector 110 para rodar em torno do eixo de rotação A4 graças à rotação da ferramenta óptica plana rotativa 105 em relação à pequena placa, e um terceiro grau de liberdade z que consiste na capacidade do detector 110 para se transladar segundo um eixo paralelo ao eixo de rotação A4 da ferramenta óptica plana rotativa 105.
Cada ponto lido pela extremidade do dedo de detecção 112 do detector 110 é marcado num referencial, chamado referencial de alcance da armação.
Este referencial é aqui caracterizado por uma marca ortonormal que inclui um eixo horizontal Xi paralelo ao referido eixo de transferência A3, um eixo de ordenadas Yi ortogonal aos eixos de transferência A3 e de rotação A4, e um eixo normal Zi. O aparelho de leitura de contornos 100 compreende ainda um dispositivo electrónico e/ou de computador 120 que permite, por um lado, comandar os meios de accionamento do aparelho de leitura de forma 100, e, por outro lado, adquirir e transmitir para a unidade de computador 150 as coordenadas de extremidade do dedo de detecção 112 do detector 110.
Processo de elaboração de configurações de corte O processo de preparação de uma lente oftálmica 30, tendo em vista a sua montagem num elemento de envolvimento 11, 21 de uma armação de óculos 10, 20, inclui duas fases principais, uma primeira fase de elaboração de uma configuração de corte e uma segunda fase de corte da lente oftálmica de acordo com esta configuração de corte. 15 ΕΡ 2 305 424/ΡΤ A segunda fase de corte desenrola-se em geral em três operações sucessivas, em que: • um operação de esboço de corte, a qual consiste levar o contorno inicialmente circular da lente oftálmica a uma forma próxima da desejada, o mesmo é dizer, uma forma próxima da do elemento de envolvimento da armação de óculos seleccionada, • uma operação de acabamento, a qual consiste em formar uma nervura de encaixe ou uma ranhura encaixe no bordo da lente oftálmica, tendo em vista a sua montagem numa armação de óculos, respectivamente, de aro completo ou de meio aro, e, • uma operação de super-acabamento, a qual consiste em polir o bordo da lente e/ou em chanfrar as suas arestas vivas. 0 invento baseia-se mais precisamente na primeira fase de elaboração da configuração de corte, a segunda fase de corte bem conhecida do especialista na matéria não será descrita aqui com mais pormenor. A primeira fase de elaboração da configuração de corte é decomposta em sete operações sucessivas.
Primeira operação A primeira operação consiste em definir as necessidades do utilizador de óculos.
Para isso, o utilizador foi sucessivamente a um optometrista e a um oculista. O optometrista procede a diferentes exames relativos à acuidade visual do utilizador, de maneira a determinar as prescrições que permitirão conformar as duas lentes oftálmicas, adaptadas a cada um dos olhos do utilizador. Ele determina, em particular, o tipo unifocal, bifocal ou progressivo das lentes oftálmicas e as propriedades de refracção esférica, cilíndrica e prismática destas lentes. 16
ΕΡ 2 305 424/PT Ο oculista propõe, no que se refere a si, ao utilizador seleccionar uma armação de óculos 10, 20, que mais lhe convenha, aqui uma armação de óculos de aro completo ou de meio aro. Em seguida, ele procede às medições necessárias à centragem das lentes oftálmicas na armação seleccionada, de maneira que, uma vez montadas na armação, as lentes sejam correctamente centradas em relação aos olhos do utilizador, a fim de exercer da melhor maneira as funções ópticas para as quais as mesmas foram concebidas. O oculista determina, em particular, a posição dos pontos pupilares do utilizador no referencial de alcance da armação. Estes pontos pupilares correspondem aos pontos das pupilas dispostos em frente das pupilas do utilizador nas lentes, que equipam a armação seleccionada. Estes pontos pupilares são mais particularmente marcados em relação ao contorno de cada elemento de envolvimento 11, 21 da armação de óculos 10, 20 seleccionada, por meio de dois parâmetros chamados distância pupilar e altura pupilar. A distância pupilar corresponde à maior distância horizontal entre o ponto pupilar e a zona nasal do elemento de envolvimento. A altura pupilar corresponde à maior distância vertical entre o ponto pupilar e a zona baixa do elemento de envolvimento.
Segunda operação A segunda operação consiste em revelar as formas dos contornos dos elementos de envolvimento 11, 21 da armação de óculos 10, 20 seleccionada, por meio de um aparelho de leitura de contornos 100, tais como o representado na Fig. 4.
Num primeiro momento, a armação de óculos 10, ou a lente de amostra 27, é imobilizada nos primeiros ou segundos meios de bloqueio do aparelho de leitura de contornos 100.
Se se tratar de uma armação de óculos de aro completo, esta última é imobilizada de tal modo que cada um dos seus aros 11 fica pronto a ser detectado de acordo com um trajecto que começa entre os dois terminais 103 que fecham a parte inferior do aro 11, correspondente da armação, e os quais seguem o encaixe do aro 11, a fim de cobrir toda a circunferência deste aro 11. 17
ΕΡ 2 305 424/PT
Na posição inicial, quando o dedo de detecção 112 está disposto entre os dois terminais 103, o dispositivo electrónico e/ou de computador 120 define como nulas a posição angular θι e a altitude ζχ da extremidade do dedo de detecção 112 do detector 110.
Os meios de accionamento fazem, em seguida, rodar a ferramenta óptica plana rotativa 105 de uma rotação completa. Quando desta rotação, os meios de accionamento impõem um esforço radial constante ao detector 110 na direcção do aro 11, para que o dedo de detecção 112 do detector 110 deslize ao longo da aresta de fundo do encaixe do aro 11, sem subir ao longo dos flancos dianteiro e traseiro do encaixe. O dispositivo electrónico e/ou de computador 120 é para rodar ferramenta óptica plana rotativa 105 espacial coordenadas pi, θι, Ζχ de uma pluralidade de pontos Ρχ da aresta do fundo do encaixe (por exemplo, 360 pontos separados angularmente de 1 grau), marcados na marca Χχ, Υχ, Ζχ. Os 360 pontos detectados Ρχ correspondem assim ao traço da aresta de fundo do encaixe em 360 secções transversais do aro 11 separadas angularmente de 1 grau. Como mostra a Fig. 9, estes 360 pontos detectados Ρχ definem assim um primeiro perfil longitudinal 50 do elemento de envolvimento 11, sensivelmente confundido com a aresta de fundo do encaixe.
Se se tratar de uma armação de óculos de meio aro, uma das suas lentes de amostra 27 está imobilizada no centro da abertura superior central da tampa 101, de maneira a que o seu bordo pode ser detectado no conjunto do seu contorno pela haste de suporte 111.
Na posição inicial quando a haste de suporte 111 está colocada contra o bordo da lente de amostra 27, o dispositivo electrónico de e/ou de computador 120 define como nula posição angular θχ do detector 110.
Os meios de accionamento fazem, em seguida, rodar a ferramenta óptica plana rotativa 105. Quando desta rotação, os meios de accionamento impõem um esforço radial constante no detector 110 na direcção do eixo de rotação A4, de modo que a haste de suporte 111 do detector 110 permanece em contacto com o bordo da lente de amostra 27. 18 ΕΡ 2 305 424/ΡΤ Ο dispositivo electrónico e/ou de computador 120 revela durante a rotação da ferramenta óptica plana rotativa 105 as coordenadas planas pi, θι de uma pluralidade de pontos Pi do bordo da lente de amostra 27 (por exemplo, 360 pontos angularmente separados de 1 grau). Estes 360 pontos detectados Pi definem aqui igualmente um primeiro perfil longitudinal do elemento de envolvimento 21 da armação de óculos de meio aro.
Depois, qualquer que seja o tipo, aro completo ou meio aro, da armação de óculos seleccionada, as coordenadas planas Pi, θι ou pi, θι, zi dos 360 pontos detectados Pi são em seguida transmitidas pelo dispositivo electrónico e/ou de computador 120 para a unidade de computador 150 do terminal de cliente.
Evidentemente, em alternativa, as coordenadas do perfil longitudinal do elemento de envolvimento poderiam ser adquiridas de outro modo, por exemplo, pela leitura de um registo de base de dados. Um tal registo iria incluir, para este efeito, uma pluralidade de registos, os qual seriam cada um associado a um modelo de armações de óculos e os quais compreenderiam cada um as coordenadas de uma pluralidade de pontos que caracterizam as formas dos elementos de envolvimento deste modelo de armações de óculos.
As coordenadas do perfil longitudinal do elemento de envolvimento poderiam ser igualmente adquiridas opticamente, com o auxilio de um laser ou de um dispositivo de captação e de tratamento de imagens disposto para determinar, a partir de uma reprodução de negativo da armação de óculos seleccionada, as coordenadas de uma pluralidade de pontos de cada um dos seus elementos de envolvimento.
Aqui, no final desta segunda operação, a unidade de computador 150 do terminal de cliente transmite o conjunto dos dados adquiridos à unidade de computador 250 do terminal de fabricante. Estes dados incluem, em particular, as prescrições do utilizador e as coordenadas dos 360 pontos detectados Pi.
Estes dados são então utilizados para conformar as duas lentes oftálmicas do utilizador e para maquinar as suas faces 19 ΕΡ 2 305 424/ΡΤ ópticas para a forma desejada, de acordo com processos, os quais não fazem parte do objecto do presente invento.
Os mesmos são em seguida utilizados para cortar as lentes oftálmicas assim obtidas, a fim de trazer os seus contornos para a forma desejada, como será pormenorizado no que se segue nesta exposição.
Terceira operação A terceira operação consiste em caracterizar a forma de cada elemento de envolvimento 11, 21 para calcular um parâmetro de corte que permite elaborar a configuração de corte de cada lente oftálmica 30.
Este método de caracterização é realizado a partir das únicas coordenadas planas pi, θι, dos pontos detectados Pi no aro 11 da armação de óculos 10 ou na lente de amostra 27.
Neste método, é considerado então um perfil projectado 40 (FIG. 5), o qual fica no final da projecção plana do perfil longitudinal do elemento de envolvimento 11, 21 no plano (Xi; Yi) , e é, portanto, definido pelas coordenadas planas pi, θι. O método de caracterização inclui globalmente três passos sucessivos, que consistem em: i) construir, pelo menos, duas figuras geométricas 41, 42, 43 predeterminadas em torno do perfil projectado 40, ii) calcular as diferenças entre o perfil projectado 40 e cada uma das figuras geométricas 41, 42, 43 construídas, iii) entre as figuras geométricas alvo, com cada uma das quais associada um parâmetro de corte, seleccionar a figura geométrica alvo mais próxima do perfil projectado 40, em função das diferenças calculadas.
No passo i) , a unidade de computador 250 constrói três formas geométricas predeterminadas em torno do perfil projectado 40, ou seja um rectângulo 41, uma elipse 42 e um rectângulo com cantos arredondados 43. 20 ΕΡ 2 305 424/ΡΤ Ο rectângulo 41 é, assim, definido como o rectângulo circunscrito ao perfil projectado 40, tendo dois lados paralelos ao eixo horizontal Xi.
Em coordenadas cartesianas, os cantos deste rectângulo 41 apresentam então as seguintes coordenadas: (x lmin/ yimin) t (Xlmin/ Ylmax) r (^Imaxí Ylmax) r (Xlmax/ Yimin) · 0 mesmo apresentâ Um comprimento horizontal A e uma altura vertical B. A elipse 42 é aqui definida como a elipse inscrita em rectângulo 41. Os seus dois meios comprimentos são, então, iguais a A/2 e B/2. O rectângulo com cantos arredondados 43 é igualmente definido como o rectângulo circunscrito ao perfil projectado 40, em que os dois lados são paralelos ao eixo horizontal Xi. O arredondamento dos seus cantos apresenta um raio de curvatura R43, o qual é ou predeterminado, por exemplo, igual a 5 mm, ou determinado em função das dimensões do perfil projectado 40. Aqui, o raio R43 é definido de acordo com a função que se segue: R43 = min (A/5, B/5).
Uma vez estas três figuras geométricas 41, 42, 43 caracterizadas, a unidade de computador 250 determina em coordenadas polares: • a função representativa do perfil projectado 40, indicada por p40 (T) , • a função representativa do rectângulo 41, indicada por P41(T) r • a função representativa da elipse 42, indicada por p42(T), e • a função de representativa do rectângulo com cantos arredondados 43, indicada por p43(T).
Em alternativa, poder-se-ia escolher construir em torno do perfil projectado de 40 outras figuras geométricas, tais como, por exemplo, um losango, um pentágono, etc. As figuras 21
ΕΡ 2 305 424/PT geométricas escolhidas poderiam também ser ajustadas de maneiras diferentes em relação ao perfil projectado. As mesmas poderiam ser, por exemplo, inscritas no interior do perfil projectado. As mesmas poderiam também ser dimensionadas de tal maneira que a zona delimitada entre cada uma das mesmas e o perfil projectado seja minima.
No passo ii) , o cálculo das diferenças entre o perfil projectado 40 e cada uma das figuras geométricas 41, 42, 43 é aqui realizado através da aproximação à zona da superfície delimitada entre o perfil projectado 40 e cada uma das figuras geométricas 41, 42, 43. A unidade de computador 250 calcula para este efeito os descritores FDn4o da série de Fourier, associada ao perfil projectado 40 pela fórmula; com, para n indo de 0 a N-l
A mesma calcula igualmente, de acordo com fórmulas matemáticas idênticas, os descritores FDn4i e FDn42 e FDn43 das séries de Fourier associadas ao rectângulo 41, à elipse 42 e ao rectângulo com cantos arredondados 43.
Estes descritores de Fourier permitem assim calcular uma distância d4i caracteristica da superfície delimitada entre o perfil projectado 40 e o rectângulo 41, de acordo com a fórmula:
Os mesmos permitem igualmente calcular uma distância d42 caracteristica da superfície delimitada entre o perfil projectado 40 e a elipse 42, de acordo com a fórmula: 22
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Os mesmos permitem calcular também a distância d43 caracteristica da superfície delimitada entre o perfil projectado 40 e o rectângulo 43, de acordo com a fórmula:
Estas distâncias d4i, d42, d43 poderiam igualmente ser aproximadas de outra maneira, por exemplo, pela determinação da distância média ou afastamento tipo, que separa os 360 pontos do perfil projectado 40 dos 360 pontos correspondentes à figura geométrica 41, 42, 43 considerada.
No passo iii) , estas três distâncias d4i, d42, d43 são utilizadas para determinar a figura geométrica alvo mais próxima do perfil projectado 40. A lista das figuras geométricas alvo, na qual é seleccionada a figura geométrica alvo mais próxima do perfil projectado 40, é aqui maior do que a lista inicial de figuras geométricas construídas em torno do perfil projectado 40. Esta lista inclui também (além de um rectângulo, uma elipse e um rectângulo com os cantos arredondados) um quadrado, um quadrado com os cantos arredondados, um círculo e um rectângulo elíptico.
Para seleccionar, entre estas figuras geométricas alvo, a que está mais próxima do perfil projectado 40, a unidade de computador calcula as relações das distâncias d44, d42, d43 calculadas no passo anterior, de acordo com as fórmulas:
A mesma calcula além do mais a relação entre o comprimento A da altura B do rectângulo 41, de acordo com a fórmula: 23 ΕΡ 2 305 424/ΡΤ Α c'=l A mesma determina, em seguida, a partir de uma tabela de três entradas Ci, C2, c3, a figura geométrica alvo mais próxima do perfil projectado 40.
Mais particularmente aqui, a unidade de computador 250 caracteriza o perfil projectado 40 como um quadrado se: • Ci > 1,05, • C2 > 1,05, e • 1,3 > c3 > 0,7 . A unidade de computador 250 caracteriza o perfil projectado 40 como um rectângulo (Fig. 6E) se: • Ci > 1,05, • c2 > 1,05, e • C3 <0,7 ou C3 > 1,3. A unidade de computador 250 caracteriza o perfil projectado 40 como um quadrado com os cantos arredondados, se: • 0,5 < Ci <1,05, • c2 > 1,05, e • 1,3> c3 > 0,7 . A unidade de computador 250 caracteriza o perfil projectado 40 como um rectângulo com os cantos arredondados (Fig. 6B) se: • 0,5 < Ci <1,05, • c2 > 1,05, e • c3 <0,7 ou c3 > 1,3. A unidade de computador 250 caracteriza o perfil projectado 40 como um circulo (Fig. 6D) se:
Ci <0,5, c2 <0,5, e 1,3 > c3 > 0,7. 24
ΕΡ 2 305 424/PT A unidade de computador 250 caracteriza o perfil projectado 40 como uma elipse (Fig. 6A) se: • Ci <0,5, • c2 <0,5, e • C3 <0,7 ou C3 > 1,3.
Pelo contrário, a unidade de computador 250 caracteriza o perfil projectado 40 como um rectângulo elíptico (Fig. 6C) .
Neste estádio, é possível prever que a unidade de computador registe a figura geométrica alvo, associada à armação de óculos seleccionada, num registo de base de dados de registo ad hoc. Assim, em seguida, quando um outro utilizador for seleccionar uma armação de óculos do mesmo modelo, a unidade de computador poderá procurar directamente neste registo de base de dados a figura geométrica alvo, associada a esta armação de óculos. A figura geométrica alvo seleccionada forma então, como será descrito com mais pormenor no que se segue nesta exposição, um parâmetro de corte que permite o elaboração da configuração de corte desejada da lente oftálmica 30.
Quarta operação A quarta operação consiste num cálculo do comprimento perimétrico li do elemento de envolvimento 11, 21 da armação de óculos 10, 20 seleccionada.
Para elaborar a configuração de corte, a unidade de computador 250 deve com efeito determinar este outro parâmetro de corte, de maneira que a lente oftálmica 30, uma vez cortada possa apresentar um contorno de comprimento perimétrico igual ao comprimento perimétrico do elemento de envolvimento 11, 21. O cálculo do comprimento perimétrico li do elemento de envolvimento 11, 21 difere de acordo com o facto d a armação de óculos 10, 20 seleccionada ser de aro completo ou de meio aro. 25 ΕΡ 2 305 424/ΡΤ
No caso em que a armação de óculos 10 é de aro completo, o cálculo é realizado a partir das coordenadas espaciais x1(i, y1(1, zi(1, dos 360 pontos detectados Ρχ,χ, de acordo com a fórmula que se segue: 3S9__ /j=Σ +(^*ι"Λι) +(2m+i“zu) /=0
No caso em que a armação de óculos 20 é de meio aro, apenas as coordenadas planas χχ, yi de 360 pontos detectados Pi são conhecidas, o que não permite calcular o comprimento perimétrico I± do elemento de envolvimento 21. O perfil longitudinal, que foi adquirido em duas dimensões no plano (Xi; Yi) , trata-se então, como mostra mais particularmente a Fig. 7, de deformar este perfil longitudinal adquirido 50, de maneira a conferir ao mesmo uma curvatura (segundo o eixo Zi) , a qual corresponde à curvatura do elemento de envolvimento 21.
Para isso, a unidade de computador determina as coordenadas espaciais X2, Y2, Z2 de 360 pontos P2 de um perfil curvo 51, a partir da projecção dos 360 pontos Ρχ sobre uma superfície de referência predeterminada.
Esta superfície de referência predeterminada é aqui representativa da forma da face dianteira da lente de amostra 27. A mesma é aqui esférica. O seu raio de curvatura Rei é igual a um raio de curvatura médio, calculado a partir dos raios de curvatura de uma variedade representativa de lentes de amostra (os raios de curvatura das lentes de amostra são efectivamente em geral idênticos ou homólogos). A projecção é aqui uma projecção ortogonal segundo o eixo normal Ζχ. Por conseguinte, as coordenadas planas x2, Y2 dos 360 pontos projectados P2 do perfil curvo 51 são iguais às coordenadas planas Χχ, yx dos 360 pontos do perfil longitudinal adquirido 50.
Formulado de outra maneira, a projecção do perfil longitudinal adquirido 50 consiste, para a unidade de computador 250, num simples cálculo das altitudes z2 dos pontos P2 do perfil curvo 51 em função do raio de curvatura 26 ΕΡ 2 305 424/ΡΤ plano Rei e das coordenadas xi, yi dos pontos Pi, de acordo com a fórmula que se segue: z2=Rcx—y Rcf—p] ’com Pi= (χι* + Υι*)1*
Sendo conhecidas as coordenadas espaciais x2, y2, z2 dos pontos P2 do perfil curvo 51, a unidade de computador 250 calcula, então, o comprimento perimétrico I2 do perfil curvo 51, de acordo com a fórmula que se segue: 359 _______ /, = Σ Ί(Χ2ί + \-χ2 t)2+(y2.H-l-y2,f+(Z2.,+ -Zl.f i=0
Este comprimento perimétrico I2 do perfil curvo 51 é considerado igual ao comprimento perimétrico li do elemento de envolvimento 21.
Quinta operação A quinta operação consiste em centrar, orientar e projectar o perfil longitudinal do elemento de envolvimento 11, 21 sobre a lente oftálmica 30, de maneira que uma vez que montada na armação de óculos, a lente cortada de acordo com este perfil longitudinal projectado encontra-se convenientemente centrada em frente da pupila do olho correspondente do utilizador.
No passo de centragem, como mostra a Fig. 8, trata-se de colocar o referencial de alcance da armação de óculos 10, 20, em coincidência com o referencial óptico da lente oftálmica 30.
Esta colocação em coincidência é realizada alinhando os eixos horizontais X2, X2, os eixos das ordenadas Y2, Y2, e os eixos normais Z2, Z2 das marcas associadas a estes dois referenciais, depois centrando o ponto pupilar (e portanto o perfil longitudinal) marcado na marcação X2, Yi, Z2 da armação no ponto de centragem 34 marcado na marcação X2, Y2, Z2 da lente.
No passo de orientação trata-se de orientar o perfil longitudinal do elemento de envolvimento 11, 21 em torno do ponto central 34 de acordo com um ângulo predeterminado em 27
ΕΡ 2 305 424/PT relação aos traços de horizonte 35 lente oftálmica 30. Este ângulo é determinado pelo optometrista, e está portanto compreendido nas prescrições do utilizador. O mesmo permite assegurar que uma vez a lente montada no elemento de envolvimento, a repartição das suas potências ópticas convém ao olho correspondente do utilizador.
No passo de projecção, trata-se de rectificar o perfil longitudinal do elemento de envolvimento 11, 21, o qual não apresenta uma curvatura idêntica à da lente oftálmica 30, a fim de conferir ao mesmo uma tal curvatura.
Este passo é mais precisamente realizado projectando o perfil longitudinal do elemento de envolvimento 11, 21 na face dianteira 31 da lente oftálmica 30, de maneira a poder deduzir o contorno de acordo com o qual a lente oftálmica 30 deverá ser cortada.
Evidentemente, em alternativa, esta projecção poderia ser realizada sobre uma outra superfície característica da lente oftálmica 30. A mesma poderia, por exemplo, ser realizada na face traseira 32 da lente oftálmica 30. A mesma poderia ser também realizada sobre uma superfície intermédia, que apresenta uma curvatura idêntica à de uma das faces dianteira 31 e traseira 32 da lente oftálmica 30, o mesmo é dizer, sobre uma superfície, a qual está situada entre as faces dianteira 31 e traseira 32 do lente oftálmica 30 e a qual é paralela à superfície de uma dessas faces dianteira 31 e traseira 32.
Aqui, como mostra a Fig. 9, a projecção é uma projecção ortogonal segundo o eixo normal Z2. Por conseguinte, as coordenadas planas X3, y3 dos 360 pontos de P3 do perfil longitudinal projectado 52 (o "segundo perfil longitudinal") são iguais às coordenadas planas xi, yi dos 360 pontos do perfil longitudinal adquirido 50.
Formulado de outra maneira, a projecção do perfil longitudinal adquirido 50 consiste, para a unidade de computador 250, num cálculo simples de altitudes Z3 dos pontos P3 do perfil longitudinal projectado 52.
Sendo aqui a face dianteira da lente oftálmica 30 esférica e apresentando um raio de curvatura RC3 conhecido, o 28 ΕΡ 2 305 424/PT cálculo das altitudes Z3 dos pontos P3 do perfil longitudinal projectado 52 é realizado de acordo com a fórmula que se segue: z^Rc]-p]~ Rcj , com P1 = (Xi2 + yi2)10
Sexta operação
Sendo conhecidas as coordenadas espaciais x3, y3, z3 dos pontos P3 do perfil longitudinal projectado 52, a unidade de computador 250 corrige no decurso da sexta operação a forma do perfil longitudinal projectado 52, de maneira que o perfil longitudinal corrigido 53 apresenta um comprimento perimétrico I4 igual ao comprimento Ιχ do perfil longitudinal adquirido 50.
Esta correcção é realizada em dois passos, aqui sucessivos, que consistem em: i) alongar, de acordo com uma função matemática f dada, o perfil longitudinal projectado 52 segundo o eixo das ordenadas Y2 (Fig. 10), depois em ii) comprimir o perfil longitudinal alongado 52' segundo o eixo horizontal X2 até igualar os comprimentos perimétricos Ιχ, I4 do perfil longitudinal corrigido 53 e do perfil longitudinal adquirido 50.
No passo i), o alongamento do perfil longitudinal projectado 52 segundo o eixo das ordenadas Y2 permite assegurar que o bordo da lente oftálmica 30 montada no seu elemento de envolvimento 11, 21 se apoia correctamente sobre as partes baixa e alta do elemento de envolvimento 11, 21. A função matemática f de alongamento deste perfil longitudinal projectado 52 é independente das diferenças entre os comprimentos perimétricos dos diferentes perfis longitudinais.
Esta função matemática f é uma afinidade vectorial em torno do eixo horizontal X2 (igualmente conhecido com a designação de "dilatação") aplicada às coordenadas planas x3, y3 dos pontos P3 do perfil longitudinal projectado 52. Esta 29 ΕΡ 2 305 424/PT afinidade vectorial apresenta uma relação k, denominada de coeficiente de alongamento.
Esta função pode assim ser expressa com a forma: /(ys) = ya = k. y3, com k, de preferência, entre 1 e 1,05 (ver a Fig. 10).
Este coeficiente de alongamento k pode ser determinado de diferentes maneiras.
Num primeiro modo de realização, pode ser previsto que o coeficiente de alongamento k seja constante para o conjunto de pontos P3 tratados, mas que o mesmo seja determinado em função, pelo menos, da figura geométrica alvo seleccionada no decurso da terceira operação. A titulo de exemplo, é possível prever: • atribuir o valor 1 ao coeficiente de alongamento k se a figura geométrica alvo seleccionada for um quadrado, um quadrado com os cantos arredondados, um círculo ou uma elipse, • atribuir o valor 1,01 ao coeficiente de alongamento k se a figura geométrica alvo seleccionada for um rectângulo, • atribuir o valor 1,02 ao coeficiente de alongamento k se a figura geométrica alvo seleccionada for um rectângulo com os cantos arredondados, • atribuir o valor 1,03 ao coeficiente de alongamento k se a figura geométrica alvo seleccionada for um rectângulo elíptico. É possível além disso prever eventualmente aumentar ou diminuir o coeficiente de alongamento k de mais ou menos 0,005, de acordo com o facto da largura do perfil longitudinal rectificado 52 (segundo o eixo horizontal X2) ser ou não importante. É igualmente possível prever modificar este coeficiente de alongamento k em função de outros parâmetros, tais como o arqueamento do elemento de envolvimento 11, 21, o arqueamento 30
ΕΡ 2 305 424/PT da lente oftálmica 30 e o material da armação de óculos 10, 20 seleccionada. É possivel assim prever alongar o perfil longitudinal rectificado de maneira aumentada se o arqueamento da lente oftálmica 30 for superior ao do elemento de envolvimento 11, 21, ou se a armação de óculos for realizada num material deformável elasticamente.
Num segundo modo de realização preferido, é possivel prever que o coeficiente de alongamento k seja uma variável, a qual é expressa com a forma de uma função j (X3) e, portanto, que depende da abcissa X3 do ponto de P3 considerado. O coeficiente de alongamento k é então determinado de modo a variar continuamente de acordo com uma distribuição dita em meio aro, a fim de ser igual a 1 ao nivel dos pontos P3 do perfil longitudinal projectado 52, cujas abcissas X3max, X3min são máximas e mínimas, e de ser igual a um Smax superior a 1 ao nível dos pontos de P3 cujas abcissas X3 são iguais à média das abcissas máximas e mínimas. O coeficiente de alongamento k poderá, por exemplo, ser expresso com a forma que se segue: k = j(x3)= 1 +4.Smax.---— -2 V*3max **3πιίη/
Este limiar máximo Smax é então determinado em função de, pelo menos, a figura geométrica alvo seleccionada no decurso da terceira operação.
De qualquer modo, no final deste passo i), a unidade de computador 250 obtém as coordenadas espaciais x3, y3', z3 dos pontos P3' do perfil longitudinal alongado 52'.
No passo ii) , a mesma modifica as abscissas x3 destes pontos P3', de maneira a obter um perfil longitudinal corrigido 53 de comprimento perimétrico I4 igual ao comprimento I3 do perfil longitudinal adquirido 50. 31 ΕΡ 2 305 424/ΡΤ
No decurso deste passo, as abcissas x3 dos pontos P3' são modificadas por iteração de acordo com a fórmula que se segue: X3J+1 = X3J - O-·— . lj) .
‘I com I3fj o comprimento perimétrico, do perfil longitudinal caracterizado pelos pontos de coordenadas x3,j, y3', z3.
Quando este comprimento perimétrico I3,j se tornar igual a perto de 0,1%, ao comprimento perimétrico Ιχ do perfil longitudinal adquirido 50, a unidade de computador pára esta iteração e armazena as coordenadas espaciais x4, y4, z4 dos pontos P4 do perfil longitudinal corrigido 53. Sétima operação A sétima operação consiste em determinar uma configuração de esboço e de acabamento do corte da lente oftálmica 30, de maneira a cortar de acordo com este perfil longitudinal corrigido 53.
Esta sétima operação varia em função da arquitectura do dispositivo de corte utilizado. A mesma não vai por conseguinte ser exposta aqui em pormenor. A mesma consiste igualmente em determinar uma configuração de super-acabamento do corte da lente oftálmica. Esta configuração de super-acabamento poderá vantajosamente ser elaborada de modo a polir a lente de acordo com um processo em função da figura geométrica alvo seleccionada no decurso da terceira operação.
Mais em particular, é possível prever polir mais intensamente a lente oftálmica, o mesmo é dizer, ao longo de um período de tempo mais longo e/ou com um esforço de polimento maior, se a figura geométrica alvo seleccionada revelar prováveis dificuldades de montagem da lente oftálmica 30 no seu elemento de envolvimento 11, 21.
Assim, é possível prever polir o lente oftálmica 30 durante um período de tempo normal, se a figura alvo seleccionada for um círculo, uma elipse ou um rectângulo 32
ΕΡ 2 305 424/PT elíptico. É possível pelo contrário prever polir a mesma durante um período de tempo maior se a figura alvo seleccionada for um quadrado, um quadrado com os cantos arredondados, um rectângulo ou um rectângulo com os cantos arredondados.
Antes da sexta operação, é possível além disso prever o elaboração da função matemática f de alongamento do perfil longitudinal projectado 52, em função dos erros de dispersão naturalmente gerados pelo dispositivo de corte da lente oftálmica.
Estes erros de dispersão estão, evidentemente, ligados à arquitectura do dispositivo de corte. Os mesmos apresentam, no entanto, efeitos mais ou menos sensíveis no corte das lentes, de acordo com o facto da lente ser cortada de acordo com uma forma mais rectangular ou mais elíptica.
Assim, as lentes oftálmicas cortadas de acordo com um perfil longitudinal geralmente rectangular são mais sensíveis a erros de dispersão do que as lentes oftálmicas cortadas de acordo com um perfil longitudinal globalmente elíptico.
De modo a ter em conta este fenómeno, foram elaboradas diferentes funções matemáticas f cada uma associada a uma figura geométrica alvo. É procurada ajuda para isso de um registo de base de dados, em que cada registo está associado a uma figura geométrica alvo e armazena um parâmetro de dispersão médio.
Para isto, as operações de medição são conduzidas numa variedade de lentes oftálmicas cortadas de acordo com os perfis longitudinais de formas diferentes. A forma de cada perfil longitudinal medido é em seguida comparada com a configuração de corte da lente considerada, o que permite calcular, para cada lente oftálmica medida, uma diferença chamada parâmetro de dispersão.
Depois, é lido no registo da base de dados o parâmetro de dispersão médio, associado à figura geométrica alvo seleccionada e é modificada esta última em função do novo parâmetro de dispersão calculado, de maneira a afinar o valor do parâmetro de dispersão médio. 33 ΕΡ 2 305 424/ΡΤ É assim obtido um parâmetro de dispersão médio para cada tipo de figura geométrica alvo. Este parâmetro permite assim prever o efeito que cada tipo de figura geométrica alvo tem sobre os erros de dispersão.
Assim, quando do cálculo de uma nova configuração de corte de uma outra lente oftálmica, a função matemática f de alongamento do perfil longitudinal projectado 52 poderá ser determinada pela leitura no registo do valor do parâmetro de dispersão médio, associado à figura geométrica alvo seleccionada.
Em geral, para além de um certo número de lentes medidas, o parâmetro de dispersão médio variará pouco, uma vez que os erros de dispersão permanecerão geralmente restringidos num intervalo de valores identificado.
Para um dispositivo de maquinagem clássico, o parâmetro de dispersão será então em geral: • reduzido se a figura geométrica alvo seleccionada for um quadrado, um quadrado com os cantos arredondados, um circulo ou uma elipse, • intermédio se a figura geométrica alvo seleccionada for um rectângulo ou um rectângulo com os cantos arredondados • máximo se a figura geométrica alvo seleccionada for um rectângulo eliptico.
Por conseguinte, a função matemática f poderá, por exemplo, apresentar um coeficiente de alongamento k (ou com o limiar máximo Smax) sensivelmente igual a: • 1 se a figura geométrica alvo seleccionada for um quadrado, um quadrado com os cantos arredondados, um circulo ou uma elipse, • 1,015 se a figura geométrica alvo seleccionada for um rectângulo ou um rectângulo com os cantos arredondados, • 1,03 se a figura geométrica alvo seleccionada for um rectângulo eliptico. 34
ΕΡ 2 305 424/PT Ο presente invento não se está de qualquer maneira limitado às formas de realização descritas e representadas.
Em particular, as terceira, quarta e sexta operações poderão ser realizadas, não pela unidade de computador 250 do terminal do fabricante, mas por qualquer outra unidade de computador programada para este efeito, por exemplo, a unidade de computador do terminal de cliente.
Lisboa, 2012-04-13

Claims (17)

  1. ΕΡ 2 305 424/ΡΤ 1/5 REIVINDICAÇÕES 1 - Método de elaboração de uma configuração de corte de uma lente oftálmica (30), tendo em vista a sua montagem num elemento de envolvimento (11, 21) de uma armação de óculos (10, 20), que inclui um passo que consiste em: a) adquirir a forma de um primeiro perfil longitudinal (50) do referido elemento de envolvimento, e caracterizado por compreender além disso os passos que consistem em: b) construir, sobre uma projecção plana (40) do referido primeiro perfil longitudinal (50), pelo menos, duas figuras geométricas predeterminadas (41 - 43) , pelo ajustamento das suas dimensões às da referida projecção plana (40), c) calcular as diferenças (d4i - d43) entre a projecção plana (40) do referido primeiro perfil longitudinal (50) e cada uma das referidas figuras geométricas predeterminadas (41 - 43), d) seleccionar de entre as figuras geométricas alvo, a cada uma das quais está associado um parâmetro de corte, a figura geométrica alvo mais próxima do primeiro perfil longitudinal (50) em função das referidas diferenças (d4i - d43) , e) calcular a referida configuração de corte em função da forma do primeiro perfil longitudinal (50) e do parâmetro de corte, associado à figura geométrica alvo seleccionada.
  2. 2 - Método de acordo com a reivindicação 1, em que, no passo e): - é determinada a forma espacial de um segundo perfil longitudinal (52), a partir da projecção do referido primeiro perfil longitudinal (51) sobre uma superfície caracteristica da referida lente oftálmica (30), ΕΡ 2 305 424/PT 2/5 - é deformado o segundo perfil longitudinal (52) de acordo com duas direcções diferentes, com coeficientes de deformação (k) aplicados a cada direcção, em que, pelo menos, um é função do parâmetro de corte associado à figura geométrica alvo seleccionada, de modo a igualar o comprimento perimétrico (I3) do referido segundo perfil longitudinal (52) com o comprimento perimétrico (li) do referido primeiro perfil longitudinal (50), e - é deduzido do segundo perfil longitudinal deformado uma configuração de esboço de corte da lente oftálmica (30) .
  3. 3 - Método de acordo com a reivindicação 2, em que a referida superfície caracteristica é a face dianteira (31) ou traseira (32) da lente oftálmica (30).
  4. 4 - Método de acordo com a reivindicação 2, em que a referida superfície caracteristica é uma superfície situada entre as faces dianteira (31) e traseira (32) da lente oftálmica (30) e paralela a uma destas faces dianteira (31) e traseira (32).
  5. 5 - Método de acordo com uma das reivindicações 1 a 4, em que, no passo e), é determinada uma configuração de super-acabamento de corte da lente oftálmica (30) em função do parâmetro de corte, associado à figura geométrica alvo seleccionada.
  6. 6 - Método de acordo com uma das reivindicações 1 a 5, em que, no passo b) são construídas, pelo menos, três figuras geométricas predeterminadas (41 - 43).
  7. 7 - Método de acordo com uma das reivindicações 1 a 6, em que, no passo b), as referidas figuras geométricas predeterminadas compreendem uma elipse (42) e/ou um rectângulo (41) e/ou um rectângulo com cantos arredondados (43) .
  8. 8 - Método de acordo com uma das reivindicações 1 a 7, em que, no passo d) , as referidas figuras geométricas alvo incluem, pelo menos, as referidas figuras geométricas predeterminadas (41 - 43) . ΕΡ 2 305 424/PT 3/5
  9. 9 - Método de acordo com uma das reivindicações 1 a 8, em que, no passo b) , as dimensões das referidas figuras geométricas predeterminadas (41 - 43) são ajustadas de tal maneira que, pelo menos, uma das referidas figuras geométricas (41) seja circunscrita ou inscrita na projecção plana (40) do primeiro perfil longitudinal (50).
  10. 10 - Método de acordo com uma das reivindicações 1 a 8, em que, no passo b) , as dimensões das referidas figuras geométricas predeterminadas (41 - 43) são ajustadas de tal maneira que a diferença (d4i) entre a projecção plana (40) do primeiro perfil longitudinal (50) e, pelo menos, uma das referidas figuras geométricas (41) seja minima.
  11. 11 - Método de acordo com uma das reivindicações 1 a 10, em que, no passo c) , as referidas diferenças (d4i - d43) são calculadas pela determinação da área da superfície delimitada entre a projecção plana (40) do primeiro perfil longitudinal (50) e cada uma das referidas figuras geométricas (41 - 43).
  12. 12 - Método de acordo com a reivindicação 11, em que a determinação da diferença (d44 - d43) entre a projecção plana (40) do primeiro perfil longitudinal (50) e cada figura geométrica (41 - 43) compreende as operações que consistem em: - calcular em coordenadas polares, as funções representativas (p40 (t) , p4i (t) , p42(t), p43(t)) da referida projecção plana (40) e de cada figura geométrica (41 - 43), - calcular as séries de Fourier, associadas a estas funções representativas, calcular os descritores (FDn40, FDn4i, FDn42/ FDn43) das referidas séries de Fourier, - deduzir as referidas diferenças (d4i - d43) dos referidos descritores (FDn40, FDn4i, FDn42, FDn43) .
  13. 13 - Método de acordo com uma das reivindicações 1 a 12, em que, no passo d): - é calculada, pelo menos, uma relação (ci, c2) entre as referidas diferenças (d44 - d43) , e ΕΡ 2 305 424/ΡΤ 4/5 - é determinado, entre os intervalos predeterminados cada um associado a uma figura geométrica alvo, o intervalo no qual se encontra cada relação (ci, C2) .
  14. 14 - Método de acordo com uma das reivindicações 1 a 13, em que, no passo d), é calculada a relação (C3) do comprimento (A) na largura (B) de um rectângulo (41) circunscrito no primeiro perfil longitudinal (50), e é seleccionada a referida figura geométrica alvo em função igualmente da referida relação (C3) .
  15. 15 - Método de acordo com uma das reivindicações 1 a 14, em que o referido elemento de envolvimento inclui um aro (11) ou uma arcada (21A) equipada com um fio (21B).
  16. 16 - Processo de parametrização de um dispositivo de preparação de uma lente oftálmica (30), tendo em vista a sua montagem num elemento de envolvimento (11, 21) de uma armação de óculos (10, 20), que inclui as operações que consistem em: - elaborar uma configuração de corte de uma primeira lente oftálmica de acordo com o método da reivindicação 2, - cortar a referida primeira lente oftálmica de acordo com a configuração de corte elaborada, medir na lente oftálmica cortada um perfil longitudinal que se prolonga ao longo do seu bordo, calcular uma diferença entre a forma do perfil longitudinal medido e a forma do segundo perfil longitudinal deformado, - pesquisar, num registo da base de dados, em que cada registo está associado a uma figura geométrica alvo e armazena uma diferença média, o registo que está associado à figura geométrica alvo seleccionada no passo d) , - ler a diferença média armazenada no referido registo e modificar o mesmo em função da diferença calculada. ΕΡ 2 305 424/ΡΤ 5/5
  17. 17 - Processo de acordo com a reivindicação anterior, em que, para elaborar a configuração de corte de uma outra lente oftálmica de acordo com o método da reivindicação 2, no passo e), é pesquisado o registo da base de dados o registo, o qual está associado à figura geométrica alvo seleccionada no passo d) , é lida a diferença média armazenada neste registo, e e calculado o coeficiente de distorção (k) do segundo perfil longitudinal (52) em função desta diferença média lida. Lisboa, 2012-04-13
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