PT2214480E - Métodos de tratamento de esteato-hepatite não alcoólica (nash) utilizando produtos de cisteamina - Google Patents

Métodos de tratamento de esteato-hepatite não alcoólica (nash) utilizando produtos de cisteamina Download PDF

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Description

DESCRIÇÃO &quot;MÉTODOS DE TRATAMENTO DE ESTEATO-HEPATITE NÃO ALCOÓLICA (NASH) UTILIZANDO PRODUTOS DE CISTEAMINA&quot;
CAMPO DA INVENÇÃO A invenção refere-se, em geral, a materiais e métodos para tratar a doença de fígado gordo utilizando cisteaminas.
ANTECEDENTES A doença de fígado gordo (ou esteato-hepatite) é, muitas vezes, associada com ingestão excessiva de álcool ou obesidade, mas também tem outras causas, tal como deficiências metabólicas incluindo resistência a insulina e diabetes. 0 fígado gordo resulta de acumulação de gordura de triglicéridos em vacúolos das células hepáticas resultando em função hepática diminuída e, possivelmente, levando a cirrose ou cancro hepático. A doença de fígado gordo não alcoólico (NAFLD) representa um espectro de doença que ocorre na ausência de abuso de álcool. Um tratamento satisfatório para doença de fígado gordo, tal como NAFLD e NASH, não está actualmente disponível.
Um artigo publicado em L'Arcisped S Anna di Ferr por Marras (1955, Vol. 8, N° 4 páginas 639 a 644) divulga a administração de cisteamina (ou β-mecaptoetilamina) a ratos alimentados com uma dieta hiperlipídica de modo a determinar o efeito de 1 cisteamina em esteatose hepática dietética (fígado gordo induzido por uma dieta hiperlipídica). A esteatose deste documento refere-se a acumulação lipídica numa célula.
Gulbahar Okan et al. publicaram um artigo &quot;Treatment of nonalcoholic steatohepatitis with N-acetyl cystein&quot; em Gastroenterology, Vol. 118, N° 4, (2000, Suplemento 2, Parte 2) que divulga a administração de N-acetilcisteína (NAC) a doentes que sofrem de NASH, tendo sofrido modificação prévia de dieta. Este documento divulga que o tratamento com NAC diminui os níveis de enzimas hepáticas ALT e AST.
No World Journal of Gastroenterology (Vol. 13, N° 38, 2007, páginas 5127-5132), Thong-Ngam Duangporn et al. divulgam a administração de NAC a ratos alimentados com dieta hiperlipídica. Este documento divulga que os níveis séricos de ALT não foram significativamente melhorados em ratos tratadas (ver Tabela 1). Os níveis de triglicéridos e colesterol não foram alterados em ratos tratados. A análise histológica demonstrou que o tratamento com NAC apresentou melhoria mista em esteatose (deposições de gordura) e necroinflamação (ver Tabela 2). O documento confirma que num estudo diferente, não existiu melhoria num grupo tratado com NAC comparado a indivíduos que sofreram apenas modificação de dieta. 0 Pedido PCT Publicado, WO 2007/121545 divulga a utilização de S-nitrosotióis, particularmente S-NAC, no tratamento da doença de fígado gordo. O documento descreve a utilização de S-nitrosotióis como dadores de óxido nítrico que podem actuar como captadores de radicais livres. 2
Em Seminars in Liver Disease, (Vol. 21, N° 1, 2001, páginas 81-88), Paul Ângulo et al. proporcionam um artigo de revisão que discute terapias para doenças de figado gordo e refere-se aos estudos realizados por Gulbahar et al. como discutido acima. Em Medizinische Monatschrift Pharmazeuten (Vol. 6, N° 6, 1983, páginas 171-177), Remmer divulga que a cisteamina é um dos vários captadores de radicais que são úteis para tratar a toxicidade hepática. A publicação confirma meramente a ausência de permutabilidade entre cisteamina, cisteina, glutationa e seus precursores e ensina ainda que a administração de glutationa ou dos seus precursores, tal como cisteina, foi ineficaz no tratamento de dano hepático devido a intoxicação.
SUMÁRIO A divulgação proporciona uma cisteamina incluindo sais ou ésteres para utilização no tratamento de um doente que sofre de esteato-hepatite não alcoólica (NASH). O tratamento compreende administrar uma quantidade terapeuticamente eficaz de uma composição de cisteamina. Numa forma de realização, a dose diária total de composição de cisteamina é cerca de 0,5-1,0 g/m2. Ainda noutra forma de realização, a composição de cisteamina é administrada numa frequência de 4 ou menos vezes por dia (e. g. , uma, duas ou três vezes por dia) . Numa forma de realização, a composição é uma forma de dosagem de libertação retardada ou controlada que proporciona distribuição aumentada da cisteamina ou derivado de cisteamina ao intestino delgado. A forma de libertação retardada ou controlada pode proporcionar uma Cmax da cisteamina ou derivado de cisteamina ou um seu metabolito biologicamente activo, que é, pelo menos, cerca de 35%, 50%, 75% 3 ou superior à Cmax proporcionada por uma forma de dosagem de libertação imediata contendo a mesma quantidade da cisteamina ou derivado de cisteamina. Ainda noutra forma de realização, a forma de dosagem de libertação retardada ou controlada compreende um revestimento entérico que liberta a composição de cisteamina quando a composição atinge o intestino delgado ou uma região do tracto gastrointestinal de um indivíduo em que o pH é superior a cerca de pH 4,5. Por exemplo, o revestimento pode ser seleccionado do grupo consistindo de gelatina polimerizada, goma-laca, copolímero de ácido metacrílico tipo C NF, ftalato butirato de celulose, hidrogenoftalato de celulose, ftalato propionato de celulose, ftalato de acetato de polivinilo (PVAP), ftalato de acetato de celulose (CAP), trimelitato de acetato de celulose (CAT), ftalato de hidroxipropilmetilcelulose, acetato de hidroxipropilmetilcelulose, succinato de dioxipropilmetilcelulose, carboximetiletilcelulose (CMEC), succinato acetato de hidroxipropilmetilcelulose (HPMCAS) e polímeros e copolímeros de ácido acrílico, tipicamente formados de acrilato de metilo, acrilato de etilo, metacrilato de metilo e/ou metacrilato de etilo com copolímeros de ésteres de ácido acrílico e metacrílico. A composição pode ser administrada oralmente ou parentericamente. Noutra forma de realização, o método resulta em melhoria em fibrose hepática comparada a níveis anteriores à administração da composição de cisteamina. Ainda noutra forma de realização, o método resulta numa redução em teor de gordura do fígado, numa redução na incidência ou progressão de cirrose ou uma redução na incidência de carcinoma hepatocelular. Numa forma de realização, o método resulta numa diminuição em níveis de aminotransferase hepática comparada a níveis anteriores à administração da composição de cisteamina. Numa forma de realização adicional, a administração resulta numa redução em transaminase hepática entre, aproximadamente, 10% a 4 40% comparada a níveis anteriores ao tratamento. Ainda noutra forma de realização, a administração resulta numa redução em níveis de alanina ou aspartato aminotransferase num doente tratado para níveis de ALT, aproximadamente, 30%, 20% ou 10% acima do normal ou a níveis de ALT normais. Ainda noutra forma de realização, a administração resulta numa redução em niveis de ferritina sérica comparada a níveis anteriores ao tratamento com a composição de cisteamina. 0 método e composição da divulgação podem também incluir a administração de um segundo agente em combinação com uma composição de cisteamina para tratar NASH. O indivíduo pode ser um adulto, adolescente ou criança.
Num aspecto, a divulgação proporciona um método de tratamento de um doente que sofre de NASH, compreendendo administrar uma quantidade terapeuticamente eficaz de uma composição compreendendo uma cisteamina. Os métodos da divulgação também incluem a utilização de uma cisteamina na preparação de um medicamento para tratamento de NASH e utilização de uma cisteamina na preparação de um medicamento para administração em combinação com um segundo agente para tratamento de NASH. É também incluída a utilização de um segundo agente para tratamento de NASH na preparação de um medicamento para administração em combinação com uma cisteamina. São ainda proporcionados kits compreendendo uma cisteamina para tratamento de NASH, opcionalmente com um segundo agente para tratamento de NASH e instruções para utilização no tratamento de NASH. A expressão &quot;doença de fígado gordo&quot; pode incluir a NASH. 5
BREVE DESCRIÇÃO DOS DESENHOS A Figura 1 mostra o efeito do tratamento de cisteamina a 0, 75 e 250 mg/kg/dia, distribuído intraperitonealmente, em níveis de aspartato aminotransferase (AST) em animais alimentados com uma dieta hiperlipídica (HFD) durante 8 dias. São também mostrados os níveis de AST para animais de controlo, não alimentados com uma HFD. O gráfico representa valores médios de AST de amostras sanguíneas recolhidas no dia de estudo 1 (&quot;pré&quot;) e no dia de estudo 8 (SD8). A Figura 2 mostra o efeito do tratamento de cisteamina a 0, 75 e 250 mg/kg/dia, distribuído intraperitonealmente, em níveis de colesterol em animais alimentados com uma HFD durante 8 dias. São também mostrados os níveis de colesterol para animais de controlo, não alimentados com uma HFD. O gráfico representa valores médios de colesterol de amostras sanguíneas recolhidas no dia de estudo 1 (&quot;pré&quot;) e no dia de estudo 8 (SD8). A Figura 3 mostra o efeito do tratamento de cisteamina a 0, 75 e 250 mg/kg/dia, distribuído intraperitonealmente, em níveis de colesterol das lipoproteínas de baixa densidade (Colesterol LDL) em animais alimentados com uma HFD durante 8 dias. Sao também mostrados os níveis de colesterol LDL para animais de controlo, não alimentados com uma HFD . 0 gráfico representa valores médios de colesterol LDL de amostras sanguíneas recolhidas no dia de estudo 1 (&quot; 'pré&quot; ) e no dia de estudo 8 (SD8). 6 A Figura 4 mostra o efeito do tratamento de cisteamina a 0, 75 e 250 mg/kg/dia, distribuído intraperitonealmente, em níveis de lactato desidrogenase (LDH) em animais alimentados com uma HFD durante 8 dias. São também mostrados os níveis de LDH para animais de controlo, não alimentados com uma HFD. O gráfico representa valores médios de LDH de amostras sanguíneas recolhidas no dia de estudo 1 (&quot;pré&quot;) e no dia de estudo 8 (SD8). A Figura 5 mostra o efeito do tratamento de cisteamina a doses alvo de 0, 25, 75 e 250 mg/kg/dia, distribuídas por meio de água de beber, em níveis de AST em animais alimentados com uma HFD durante 8 semanas. São também mostrados os níveis de AST para animais de controlo, não alimentados com uma HFD. O gráfico representa valores médios de AST ± SEM de amostras sanguíneas recolhidas no dia de estudo 1 (&quot;semana 0&quot;) e no último dia da semana indicada (semana 2, 4, 6 ou 8). A Figura 6 mostra o efeito do tratamento de cisteamina a doses alvo de 0, 25, 75 e 250 mg/kg/dia, distribuídas por meio de água de beber, em níveis de LDH em animais alimentados com uma HFD durante 8 semanas. São também mostrados os níveis de LDH para animais de controlo, não alimentados com uma HFD. O gráfico representa valores médios de LDH ± SEM de amostras sanguíneas recolhidas no dia de estudo 1 (&quot;semana 0&quot;) e no último dia da semana indicada (semana 2, 4, 6 ou 8). A Figura 7 mostra o efeito do tratamento de cisteamina a doses alvo de 0, 25, 75 e 250 mg/kg/dia, distribuídas por meio de água de beber, em níveis de colesterol das 7 lipoproteínas de alta densidade (colesterol HDL) em animais alimentados com uma HFD durante 8 semanas. São também mostrados os níveis de colesterol HDL para animais de controlo, não alimentados com uma HFD. 0 gráfico representa valores médios de colesterol HDL ± SEM de amostras sanguíneas recolhidas no dia de estudo 1 (&quot;semana 0&quot;) e no último dia da semana indicada (semana 2, 4, 6 ou 8).
DESCRIÇÃO DETALHADA
Como aqui utilizado e nas reivindicações anexas, as formas singulares &quot;um,&quot; &quot;uma,&quot; &quot;e,&quot; e &quot;o,&quot; &quot;a&quot; incluem referentes plurais a menos que o contexto indique claramente o contrário. Deste modo, por exemplo, a referência a &quot;um derivado&quot; inclui uma pluralidade desses derivados e a referência a &quot;um indivíduo&quot; inclui a referência a um ou mais indivíduos e assim por diante.
Igualmente, a utilização de &quot;ou&quot; significa &quot;e/ou&quot; a menos que indicado em contrário. Do mesmo modo, &quot;compreendem,&quot; &quot;compreende,&quot; &quot;compreendendo&quot; &quot;incluem,&quot; &quot;inclui,&quot; e &quot;incluindo&quot; são intercambiáveis e não pretendem ser limitativos. É para ser ainda entendido que quando as descrições de várias formas de realização utilizam o termo &quot;compreendendo,&quot; os especialistas na técnica entenderiam que, em alguns exemplos específicos, uma forma de realização pode ser, em alternativa, descrita utilizando a linguagem &quot;consistindo essencialmente de&quot; ou &quot;consistindo de.&quot; A menos que definido em contrário, todos os termos técnicos e científicos aqui utilizados possuem o mesmo significado como normalmente entendido para um especialista na técnica comum, ao qual esta divulgação pertence. Embora possam ser utilizados métodos e materiais semelhantes ou equivalentes aos aqui descritos na prática dos métodos e composições divulgados, são aqui descritos os métodos, dispositivos e materiais exemplificativos.
As publicações acima discutidas e em todo o texto são proporcionadas apenas para a sua divulgação antes da data de apresentação do presente pedido. Nada aqui deve ser interpretado como uma admissão de que a requerente não têm o direito de antecipar essa divulgação em virtude da divulgação anterior. A divulgação proporciona novas terapêuticas que podem aliviar os sintomas associados com NASH em doentes que sofrem da doença. A divulgação proporciona composições de cisteamina que proporcionam uma terapia eficaz para doentes em necessidade de tratamento.
As seguintes referências dotam um especialista com uma definição geral de muitos dos termos utilizados nesta divulgação: Singleton, et al., DICTIONARY OF MICROBIOLOGY AND MOLECULAR BIOLOGY (2a ed. 1994); THE CAMBRIDGE DICTIONARY OF SCIENCE AND TECHNOLOGY (Walker ed., 1988); THE GLOSSARY OF GENETICS, 5a ED., R. Rieger, et al. (eds.), Springer Verlag (1991); e Hale e Marham, THE HARPER COLLINS DICTIONARY OF BIOLOGY (1991). A cisteamina é um precursor do precursor de proteina glutationa (GSH) e é, actualmente, aprovada pela FDA para utilização no tratamento de cistinose, um distúrbio no armazenamento de cistina intra-lisosomal. Na cistinose, a 9 cisteamina actua convertendo cistina a cisteína e dissulfureto misto de cisteína-cisteamina, que são então susceptíveis de deixar o lisossoma através de transportadores de cisteína e lisina, respectivamente (Gahl et al., N Engl J Med 2002; 347(2):111-21). Dentro do citosol, o dissulfureto misto pode ser reduzido pela sua reacção com glutationa e a cisteína libertada pode ser utilizada para síntese de GSH adicional. A síntese de GSH a partir de cisteína é catalisada por duas enzimas, gama-glutamilcisteína sintetase e GSH sintetase. Esta via ocorre em quase todos os tipos de células, sendo o fígado o principal produtor e exportador de GSH. O dissulfureto misto com cisteína-cisteamina reduzido libertará também cisteamina, que, em teoria é então susceptível de entrar novamente no lisossoma, ligar mais cistina e repetir o processo (Dohil et al., J Pediatr 2006; 148(6):764-9). Num estudo recente em crianças com cistinose, a administração entérica de cisteamina resultou em níveis de cisteamina plasmática aumentados, que provocam, subsequentemente, eficácia prolongada na diminuição dos níveis de cistina de leucócitos (Dohil et al., J Pediatr 2006; 148(6):764-9). Isto pode dever-se à &quot;reciclagem&quot; de cisteamina quando quantidades adequadas de fármaco atingem o lisossoma. Se a cisteamina actuar deste modo, então a produção de GSH pode ser também significativamente melhorada. A cisteamina é um potente secretagogo de ácido gástrico que tem sido utilizada em animais de laboratório para induzir ulceração duodenal; estudos em humanos e animais mostram que a hipersecreção de ácido gástrico induzida por cisteamina é, muito provavelmente, mediada através de hipergastrinemia. Em estudos anteriores realizados em crianças com cistinose, que sofriam regularmente de sintomas gastrointestinais do trato superior, mostrou-se que uma dose oral única de cisteamina (11-23 mg/kg) 10 provoca hipergastrinemia e um aumento de 2 a 3 vezes em hipersecreção de ácido gástrico e um aumento de 50% em niveis de gastrina sérica. Os sintomas sofridos por estes indivíduos incluíram dor abdominal, azia, náuseas, vómitos e anorexia. O pedido de Patente U.S. N° 11/990869 e a Publicação Internacional publicada N° WO 2007/089670, reivindicando ambos prioridade do pedido de Patente Provisório U.S. N° 60/762715, apresentado em 26 de Janeiro de 2006, mostraram que a hipergastrinemia induzida por cisteamina surge, em parte, como um efeito local nas células G predominantemente antrais gástricas em indivíduos susceptíveis. Os dados também sugerem que isto é também um efeito sistémico de libertação de gastrina por cisteamina. Dependendo da via de administração, os níveis de gastrina plasmática, normalmente, atingem o máximo 30 minutos após a distribuição intragástrica, enquanto os níveis de cisteamina plasmática atingem o máximo mais tarde.
Os indivíduos com cistinose têm de ingerir cisteamina oral (CYSTAGON®) a cada 6 horas, dia e noite. Quando tomada regularmente, a cisteamina pode reduzir a cistina intracelular até 90% (como medido em leucócitos circulantes) e esta mostrou reduzir a velocidade de progressão para insuficiência/transplante de rim e também evitar a necessidade de terapia de substituição tiroidal. Devido à dificuldade em tomar CYSTAGON®, reduzir a dosagem necessária melhora a adesão ao regime terapêutico. A Publicação Internacional N° WO 2007/089670 demonstra que a distribuição de cisteamina ao intestino delgado reduz o desconforto e a ulceração gástrica, aumenta a Cmax e aumenta a AUC. A distribuição de cisteamina no intestino delgado é útil devido às velocidades de absorção melhoradas do intestino delgado e/ou a menos cisteamina que sofre o primeiro passo de eliminação hepática quando absorvida através do intestino 11 delgado. Observou-se uma diminuição de cistina em leucócitos no intervalo de uma hora após tratamento. A divulgação proporciona cisteaminas úteis no tratamento de doenças e distúrbios de figado gordo. Uma cisteamina refere-se, de um modo geral, a cisteamina ou a um sal de cisteamina.
Uma cisteamina inclui sais. Em algumas formas de realização, sais de cisteamina incluem, sais de cloridrato, sais de bitartarato, derivados fosforilados e derivados sulfurados. Os exemplos de cisteamina incluem 2-aminopropano-tiol-1, 1-aminopropano-tiol-2, cisteamina substituída em N e S, AET, derivados aminoalquilo, fosforotioato, amifostina (Patente US 4816482). Numa forma de realização, uma cisteamina exclui, de um modo específico, N-acetilcisteína. Numa forma de realização, a cisteamina compreende as estruturas descritas abaixo: h2n sh2 (I)
Xi (II) S(CH2)nNHCNR1R2 S(CH2)nNHCNR1R2
II X1 em que n representa 2 ou 3, R3 e R2 representam cada um átomo de hidrogénio ou um grupo alquilo, de um modo opcional, substituído com um grupo hidroxilo, amino, alquilamino ou dialquilamino ou representa um grupo cicloalquilo ou arilo e Xi representa um grupo seleccionado do grupo consistindo de =N-CN, =N-N02, =n-cor3, =n-nr-coor3, =n-nr-conh2, =n-so2r3, =ch-no2, -ch-so2r3, =C(CN)2, =C(CN)COOR3 e =C(CN)CONH2, em que R3 é um grupo alquilo 12 ou arilo. Noutro aspecto, uma cisteamina pode compreender uma cisteamina radical ligada a qualquer número de grupos não tóxicos, como apresentado abaixo: N- &lt;
-N V_/'
(III-V) SR, em que Ri representa átomo de hidrogénio ou uma cadeia linear ou um grupo alquilo ramificado possuindo 1 a 10 átomos de carbono.
Os sais farmaceuticamente aceitáveis de cisteaminas estão também incluídos e compreendem aniões e/ou catiões farmaceuticamente aceitáveis. Os catiões farmaceuticamente aceitáveis incluem, entre outros, catiões de metais alcalinos (e. g-, Li + , Na+, K+), catiões de metais alcalino-terrosos (e. g-, Ca2+, Mg2+; ), catiões de metais pesados nao tóxicos e amónio (NH4+) e amónio substituído (N(R* )4+, em que R' é hidrogénio, alquilo ou alquilo substituído, i. e., incluindo, metilo, etilo ou hidroxietilo, de um modo específico, catiões trimetilamónio, trietilamónio e trietanolamónio). Os aniões farmaceuticamente aceitáveis incluem, entre outros, halogenetos (e. g., Cl”, Br”) , sulfato, acetatos (e. g., acetato, 13 trifluoroacetato), ascorbatos, aspartatos, benzoatos, citratos, e lactato. A cisteamina pode ser entericamente revestida. Um fármaco ou comprimido entericamente revestido refere-se, de um modo geral, a um fármaco ou comprimido que é revestido com uma substância (um &quot;revestimento entérico&quot;) que permanece intacto ou substancialmente intacto, tal que o fármaco ou comprimido passa através do estômago mas dissolve-se e liberta o fármaco no intestino delgado.
Um revestimento entérico pode ser um material ou materiais poliméricos que revestem um núcleo de medicamento (e. g. cisteamina, CYSTAGON® ou outra cisteamina). Tipicamente, uma quantidade substancial ou todo o material de revestimento entérico é dissolvido antes do medicamento ou agente terapeuticamente activo ser libertado da forma de dosagem, de modo a atingir dissolução ou distribuição retardada do núcleo do medicamento. Um polímero sensível a pH adequado é um que se dissolverá em ambiente intestinal num nível de pH superior (pH superior a 4,5), tal como dentro intestino delgado e, portanto, permite a libertação da substância farmacologicamente activa nas regiões do intestino delgado e não na parte superior do tracto GI, tal como o estômago. A cisteamina pode também incluir transportadores ou veículos farmaceuticamente aceitáveis adicionais. Um transportador ou veículo farmaceuticamente aceitável refere-se, de um modo geral, a materiais que são adequados para administração a um indivíduo, em que o transportador ou veículo não é biologicamente prejudicial ou, por outro lado, provocam efeitos indesejados. Esses transportadores ou veículos são, 14 tipicamente, ingredientes inertes de um medicamento. Tipicamente, um transportador ou veiculo é administrado a um indivíduo em conjunto com um ingrediente activo sem provocar quaisquer efeitos biológicos indesejados ou interagindo num modo perigoso com qualquer dos outros componentes de uma composição farmacêutica no qual está contido.
Um produto de cisteamina ou outro ingrediente activo pode compreender um sal, éster ou outro derivado farmaceuticamente aceitável. Por exemplo, sais, ésteres ou outros derivados compreendem formas biologicamente activas possuindo um efeito biológico semelhante comparado a um composto progenitor. Os sais exemplificativos incluem sal de cloridrato e sais de bistartarato.
Um ingrediente activo, fármaco ou outra composição da divulgação pode compreender um agente estabilizante. Os agentes estabilizantes, de um modo geral, referem-se a compostos que diminuem a velocidade à qual um fármaco se degrada, particularmente uma formulação farmacêutica oral sob condições ambientais de armazenamento.
Como aqui utilizada, uma &quot;quantidade terapeuticamente eficaz&quot; ou &quot;quantidade eficaz&quot; refere-se à quantidade do composto suficiente para resultar em melhoria de sintomas, por exemplo, tratamento, cura, prevenção ou melhoria do estado médico relevante ou um aumento na velocidade de tratamento, cura, prevenção ou melhoria desses estados, tipicamente proporcionando uma melhoria estatisticamente significativa na população doente tratada. Quando se refere a um ingrediente activo individual, administrado isolado, uma dose terapeuticamente eficaz refere-se ao ingrediente isolado. Quando 15 se refere a uma combinação, uma dose terapeuticamente eficaz refere-se a quantidades combinadas dos ingredientes activos que resultam no efeito terapêutico, se administrado em combinação, incluindo em série ou simultaneamente. Numa forma de realização, uma quantidade terapeuticamente eficaz da cisteamina melhora sintomas, incluindo, fibrose hepática, teor de gordura do fígado, incidência ou progressão de cirrose, incidência de carcinoma hepatocelular, níveis aminotransferase hepática aumentados, tais como ALT e AST, ferritina sérica aumentada, níveis elevados de gama-glutamiltransferase (gama-GT) e níveis elevados de insulina, colesterol e triglicéridos plasmáticos. A doença de fígado gordo não alcoólico (NAFLD) representa um espectro de doença que ocorre na ausência de abuso de álcool. É caracterizada pela presença de esteatose (gordura no fígado) e pode representar uma manifestação hepática da síndrome metabólica (incluindo obesidade, diabetes e hipertrigliceridemia). A NAFLD está ligada a resistência a insulina, provoca doença hepática em adultos e crianças e, por fim, pode levar a cirrose (Skelly et ai., J Hepatol 2001; 35: 195-9; Chitturi et al., Hepatology 2002; 35(2):373-9). A gravidade da NAFLD varia da esteatose predominantemente macrovesicular isolada relativamente benigna (i. e., fígado gordo não alcoólico ou NAFL) a esteato-hepatite não alcoólica (NASH) (Angulo et al., J Gastroenterol Hepatol 2002;17 Suppl:S186-90) . A NASH é caracterizada pela presença histológica de esteatose, balonismo citológico, inflamação dispersa e fibrose pericelular (Contos et al., Adv Anat Pathol 2002;9: 37-51). A fibrose hepática resultante de NASH pode progredir para cirrose do fígado ou insuficiência hepática e, em alguns casos, pode levar a carcinoma hepatocelular. 16 0 grau de resistência a insulina (e hiperinsulinemia) correlaciona-se com a gravidade de NAFLD, sendo mais pronunciada em doentes com NASH do que com fígado gordo simples (Sanyal et al., Gastroenterology 2001; 120 (5): 1183-92). Como resultado, a supressão mediada por insulina de lipólise ocorre e os níveis de circulação de ácidos gordos aumentam. Dois factores associados com NASH incluem resistência a insulina e distribuição aumentada de ácidos gordos livres ao fígado. A insulina bloqueia a oxidação mitocondrial de ácidos gordos. A produção aumentada de ácidos gordos livres para re-esterificação e oxidação hepática resulta em acumulação de gordura intra-hepática e aumenta a vulnerabilidade do fígado a lesões secundárias. A glutationa (gamaglutamil-cisteinil-glicina; GSH) é um principal antioxidante endógeno e a sua diminuição está implicada no desenvolvimento de lesão hepatocelular (Wu et al., J Nutr 2004; 134(3): 489-92). Uma dessas lesões é intoxicação por acetaminofeno, quando níveis de GSH reduzidos diminuem numa tentativa de conjugar e inactivar o metabolito hepatotóxico do fármaco. Após uma dose tóxica de acetaminofeno, o metabolito (N-acetil-benzoquinonimina) em excesso liga-se covalentemente às proteínas e enzimas hepáticas resultando em dano hepático (Wu et al. , J Nutr 2004; 134(3): 489-92; Prescott et al., Annu Rev Pharmacol Toxicol 1983; 23: 87-101). Os níveis de glutationa aumentados parecem, portanto, possuir alguns efeitos protectores através da redução de ROS. A glutationa, por si só, não entra facilmente nas células, mesmo quando dada em grandes quantidades. No entanto, os precursores de glutationa entram nas células e alguns precursores de GSH, tal como a N-acetilcisteína, mostram ser eficazes no tratamento de estados, tal como toxicidade por acetaminofeno, retardando ou impedindo a 17 diminuição de GSH (Prescott et al., Annu Rev Pharmacol Toxicol 1983;23:87-101). Os exemplos de precursores de GSH incluem cisteína, N-acetilcisteína, metionina e outros compostos contendo enxofre, tal como cisteamina (Prescott et al., J Int Med Rés 1976; 4 (Supl 4):112-7). A cisteína é um factor limitativo principal para síntese de GSH e esses factores (e. g., factores de insulina e crescimento) que estimulam a absorção de cisteína por células, de um modo geral, resultam em níveis de GSH intracelular aumentados (Lyons et al., Proc Natl Acad Sei USA 2000; 97 (10) : 5071-6; Lu SC.
Curr Top Cell Regul 2000; 36: 95-11). A N-acetilcisteína tem sido administrada a doentes com NASH. Em relatórios da Turquia, indivíduos obesos com NASH tratados com N-acetilcisteína durante 4-12 semanas apresentaram uma melhoria em níveis de aminotransferase e gama-GT mesmo embora não exista nenhuma alteração referida no índice de massa corporal do indivíduo (Pamuk et al., J Gastroenterol Hepatol 2003; 18 (10) : 1220-1) . A cisteamina (HS-CH2-CH2-NH2) é susceptível de atravessar facilmente membranas celulares devido ao seu pequeno tamanho. No presente, a cisteamina é aprovada pela FDA apenas para o tratamento de cistinose, um distúrbio de armazenamento de cistina intra-lisosdomal. Na cistinose, a cisteamina actua convertendo cistina a cisteína e dissulfureto misturado com cisteína-cisteamina que são então susceptíveis de deixar o lisossoma através de transportadores de cisteína e lisina, respectivamente (Gahl et al., N Engl J Med 2002; 347(2): 111-21). O tratamento com cisteamina tem mostrado resultar em 18 diminuição de níveis de cistina intracelular em leucócitos de circulação (Dohil et al., J. Pediatr 2006; 148(6): 764-9).
Estudos em murganhos e humanos mostraram que a cisteamina é eficaz na prevenção de lesão hepatocelular induzida por acetaminofeno (Prescott et al., Lancet 1972; 2(7778): 652; Prescott et al., Br Med J 1978; 1 (6116): 856-7; Mitchell et al., Clin Pharmacol Ther 1974; 16(4): 676-84). Foi referido que a cistamina e cisteína reduzem a necrose celular hepática induzida por várias hepatotoxinas. (Toxicol Appl Pharmacol. 1979 Abr; 48(2):221-8). A cistamina mostrou melhorar a fibrose hepática induzida por tetracloreto de carbono por meio de inibição de transglutaminase de tecido (Qiu et al., World J Gastroenterol. 13: 4328-32, 2007) . A prevalência de NAFLD em crianças é desconhecida devido à necessidade de análises histológicas do fígado de modo a confirmar o diagnóstico (Schwimmer et al., Pediatrics 2006; 118(4): 1388-93). No entanto, podem ser inferidas estimativas de prevalência a partir de dados de obesidade pediátrica utilizando ecografia hepática e níveis de transaminase sérica elevados e o conhecimento que 85% das crianças com NAFLD são obesas. Dados da National Health and Nutrition Examination Survey revelam um aumento de três vezes na prevalência de obesidade infantil e adolescente ao longo dos últimos 35 anos; dados de 2000 sugerem que 14-16% das crianças entre os 6-19 anos são obesas com uma BMI &gt;95% (Fishbein et al., J Pediatr Gastroenterol Nutr 2003; 36 (1): 54-61), e também que o facto de 85% das crianças com NAFLD serem obesas.
Em doentes com NAFLD histologicamente provada, os níveis de aminotransferases hepáticas séricas, especificamente alanina 19 aminotransferase (ALT), são elevados do limite superior de normal a 10 vezes este nivel (Schwimmer et al., J Pediatr 2003; 143(4): 500-5; Rashid et al., J Pediatr Gastroenterol Nutr 2000;30 (1):48-53) . A razão de ALT/AST (aspartato aminotransferase) é &gt;1 (gama 1,5 - 1,7) o que difere da esteato-hepatite alcoólica, em que a razão é, de um modo geral, &lt;1. Outros testes serológicos anormais que podem ser anormalmente elevados em NASH incluem gama-glutamiltransferase (gama-GT) e níveis em jejum de insulina, colesterol e triglicéridos plasmáticos. O mecanismo exacto pelo qual a NAFLD se desenvolve em NASH permanece confuso. Devido à resistência a insulina estar associada com NAFLD e NASH, é postulado que são também necessários outros factores adicionais para a NASH surgir. Isto refere-se como a hipótese de &quot;dois eventos&quot; (Day CP. Best Pract Res Clin Gastroenterol 2002; 16(5): 663-78) e envolve, em primeiro lugar, uma acumulação de gordura dentro do fígado e, em segundo lugar, a presença de grandes quantidades de radicais livres com stress oxidativo aumentado. A esteatose macrovesicular representa acumulação hepática de triglicéridos e esta, por sua vez, deve-se a um desequilíbrio entre a distribuição e utilização de ácidos gordos livres para o fígado. Durante períodos de ingestão aumentada de calorias, os triglicéridos acumularão e actuarão como uma fonte de reserva de energia. Quando as calorias alimentares são insuficientes, os triglicéridos armazenados (em adiposo) sofrem lipólise e são libertados ácidos gordos para a circulação e absorvidos pelo fígado. A oxidação de ácidos gordos produzirá energia para utilização. O tratamento de NASH centra-se, actualmente, em torno dos dois principais factores patogénicos, nomeadamente, acumulação de gordura dentro do fígado e acumulação excessiva de 20 radicais livres provocando stress oxidativo. A acumulação de gordura é diminuída reduzindo a ingestão de gordura assim como aumentando o consumo calórico. Uma abordagem terapêutica é a perda de peso constante e estável. Embora não definitivamente provado, uma perda de &gt;10% em peso corporal mostra, em alguns casos, reduzir a acumulação de gordura hepática, normalizar as transaminases hepáticas e melhorar a inflamação e fibrose hepática (Ueno et al., J Hepatol 1997; 27(1): 103-7; Vajro et al., J Pediatr 1994; 125(2): 239-41; Franzese et al., Dig Dis Sei 1997; 42(7): 1428-32). A redução de stress oxidativo através de tratamento com antioxidantes tem mostrado ser eficaz em alguns estudos. Por exemplo, crianças obesas que tinham esteatose foram tratadas com vitamina E (400-1000 IU/dia) durante 4-10 meses (Lavine J Pediatr 2000; 136(6): 734-8) . Apesar de nenhuma alteração significativa em BMI, os níveis médios de ALT diminuíram de 175 ± 106 IU/L para 40 ± 26 IU/L (P&lt;0,01) i e os níveis médios de AST diminuíram de 104 ± 61 IU/L para 33 ± 11 IU/L (P&lt;0, 002). As transaminases hepáticas aumentaram nos doentes que escolheram interromper a terapia de vitamina E. Um estudo em adulto utilizando vitamina E, durante um ano, demonstrou redução semelhante de transaminases hepáticas assim como dos níveis de ΤΘΕβ de marcador de fibrose (Hasegawa et al., Aliment Pharmacol Ther 2001; 15(10): 1667-72). A esteatose também pode desenvolver-se em esteato-hepatite através de stress oxidativo devido às espécies de oxigénio reactivas (ROS) e diminuída defesa antioxidantes (Sanyal et al., Gastroenterology 2001; 120(5): 1183-92). As ROS podem ser produzidas no fígado através de várias vias incluindo mitocôndrias, peroxisomas, citocromo P450, NADPH oxidase e 21 lipooxigenase (Sanyal et al., Nat Clin Pract Gastroenterol Hepatol 2005; 2(1): 46-53). A resistência a insulina e hiperinsulinismo tem mostrado aumentar o stress oxidativo hepático e peroxidação lipidica através de actividade de CYP2EI hepática aumentada (Robertson et al., Am J Physiol Gastrointest Liver Physiol 2001;281(5): G1135-9; Leclercq et ai., J Clin Invest 2000; 105(8): 1067-75).
Actualmente, muito do que se entende da patogénese de NAFLD surgiu de estudos animais. Existem vários modelos de murganhos que apresentam esteatose/esteato-hepatite e incluem o modelo deficiente em leptina geneticamente alterada (ob/ob) ou resistente a leptina (db/db) e o deficiente em metionina/colina alimentar (MCD). Têm sido realizados estudos que comparam ratos macho e fêmea de estirpes variadas (Wistar, Sprague-Dawley, Long-Evans) com uma estirpe de murganho (C57BL/6), como modelos para NASH. Estes animais foram alimentados durante 4 semanas com uma dieta MCD; embora a elevação de ALT e esteatose fossem mais notórias no rato Wistar, as alterações histológicas globais no figado dos murganhos foram mais constantes com alterações devidas à NASH. Mais recentemente, a utilização de dietas supra-nutricionais em animais resultou num modelo de NAFLD que, fisiologicamente, se assemelha mais ao fenótipo humano. Os estados médicos mais normalmente associados com NAFLD são obesidade, diabetes Tipo II e dislipidemia. Estes estados podem ser induzidos alimentando murganhos e ratos com dietas hiperlipidicas ou de sacarose. Os ratos alimentados com uma dieta rica em gordura a &gt;70% durante 3 semanas desenvolveram esteatose panlobular, inflamação irregular, stress oxidativo melhorado e concentrações de insulina plasmática aumentadas sugerindo resistência a insulina. Os murganhos de NASH foram induzidos através de sobrealimentação intragástrica. Os 22 murganhos foram alimentados até 85% em excesso da sua ingestão padrão durante 9 semanas. Os murganhos tornaram-se obesos com aumento de 71% em peso corporal final; demonstraram aumento de tecido adiposo branco, hiperglicemia, hiperinsulinemia, hiperleptinemia, intolerância a glucose e resistência a insulina. Destes, 46% dos murganhos desenvolveram ALT aumentada (121 +/- 27 vs. 13 +/- 1 U/L) assim como caracteristicas histológicas sugestivas de NASH. Os fígados dos murganhos sobrealimentados eram cerca de duas vezes tão grandes como esperado, cor bege com evidência microscópica de gotas lipídicas, vacúolos citoplásmicos e aglomerados de inflamação.
Os modelos de murganhos de NASH são criados através de dietas específicas (deficientes em metionina colina, MCD) ou sobrealimentação intragástrica. Estes murganhos desenvolvem caracteristicas serológicas e histológicas de NASH. Os murganhos de NASH são úteis no rastreio e medição dos efeitos de cisteamina em doenças e distúrbios relacionados com NASH. Por exemplo, o efeito de tratamento pode ser medido separando os murganhos de NASH num grupo de controlo em que os animais continuarão a receber apenas dieta MCD e três outros grupos de tratamento em que os murganhos receberão dieta MCD assim como terapia antioxidante. Os três grupos de terapia receberão cisteamina 50 mg/kg/dia, 100 mg/kg/dia e sAME. A cisteamina é uma molécula pequena (HS-CH2-CH2-NH2) que é susceptível de atravessar facilmente membranas celulares. A cisteamina é um potente secretagogo de ácido gástrico que tem sido utilizada em animais de laboratório para induzir ulceração duodenal; estudos em humanos e animais mostram que a hipersecreção de ácido gástrico induzida por cisteamina é, muito provavelmente, mediada através de hipergastrinemia. 23
Além disso, os compostos sulfidrilo (SH), tais como cisteamina, cistamina e glutationa estão entre os antioxidantes intracelulares mais importantes e activos. A cisteamina protege os animais contra sindromes de radiação de medula óssea e gastrointestinal. A fundamentação para a importância dos compostos SH é ainda suportada por observações em células mitóticas. Estas são as mais sensíveis a lesão por radiação em termos de morte reprodutiva celular e são indicadas por possuírem o mais baixo nível de compostos SH. De modo contrário, as células de fase S, que são as mais resistentes a lesão por radiação, utilizando os mesmos critérios, demonstraram os níveis mais elevados de compostos SH inerentes. Além disso, quando as células mitóticas foram tratadas com cisteamina, tornaram-se muito resistentes a radiação. Note-se também que a cisteamina pode proteger directamente células contra mutações induzidas. Pensa-se que a protecção resulta da captação de radicais livres, directamente ou por meio de libertação de GSH ligada a proteína. Tem sido referida uma enzima que liberta cisteamina de coenzima A em fígado de aves e rim de porco. Recentemente, surgiram estudos demonstrando um efeito protector de cisteamina contra os agentes hepatotóxicos acetaminofeno, bromobenzeno e faloidina.
Além do seu papel como radioprotector, tem-se verificado que a cistamina alivia tremores e prolonga a vida em murganhos com a mutação genética para doença de Huntington (HD) . 0 fármaco pode funcionar aumentando a actividade de proteínas que protegem células nervosas, ou neurónios, de degeneração. A cistamina parece inactivar uma enzima designada transglutaminase e, deste modo, resulta numa redução de proteína huntingtina (Nature Medicine 8, 143-149, 2002). Além disso, verificou-se que a 24 cistamina aumenta os níveis de determinadas proteínas neuroprotectoras. No entanto, devido aos actuais métodos e formulação de distribuição de cistamina, a degradação e fraca captação requerem dosagem excessiva.
No presente, a cisteamina é aprovada pela FDA apenas para o tratamento de cistinose. Os doentes com cistinose são, normalmente, solicitados para tomar cisteamina a cada 6 horas. De um modo ideal, uma preparação de libertação controlada eficaz de cisteamina com administração, talvez, duas vezes por dia melhoraria a qualidade de vida para estes doentes.
As composições da divulgação podem conter qualquer cisteamina ou sal de cisteamina ou cistamina. Os agentes activos na composição, i. e., cisteamina, podem ser administrados na forma de um sal farmacologicamente aceitável, amida, profármaco ou análogo ou como uma sua combinação. Os sais, amidas, profármacos e análogos dos agentes activos podem ser preparados utilizando processos convencionais conhecidos dos especialistas na técnica de química orgânica sintética e descritos, por exemplo, por J. March, &quot;Advanced Organic Chemistry: Reactions, Mechanisms and Structure,&quot; 4a Ed. (Nova Iorque: Wiley-Interscience, 1992). Por exemplo, os sais de adição básica são preparados a partir do fármaco neutro utilizando meios convencionais, envolvendo reacção de um ou mais dos grupos hidroxilo livres do agente activo com uma base adequada. De um modo geral, a forma neutra do fármaco é dissolvida num solvente orgânico polar, tais como metanol ou etanol e a base é adicionada a este. 0 sal resultante precipita ou pode ser destacado da solução por adição de um solvente menos polar. As bases adequadas para formação de sais de adição básica incluem bases inorgânicas, tais como hidróxido de sódio, hidróxido de 25 potássio, hidróxido de amónio, hidróxido de cálcio e trimetilamina. A preparação de ésteres envolve funcionalização de grupos hidroxilo que podem estar presentes dentro da estrutura molecular do fármaco. Os ésteres sao, tipicamente derivados de acilo substituídos de grupos de alcoól livres i. e., porções que são derivadas de ácidos carboxílicos da fórmula R-COOH em que R é alquilo e, tipicamente, é alquilo inferior. Os ésteres podem ser reconvertidos aos ácidos livres, se desejado, utilizando processos convencionais de hidrogenólise ou hidrólise. A preparação de amidas e profármacos pode ser realizada num modo análogo. Podem ser preparados outros derivados e análogos dos agentes activos utilizando técnicas padrão conhecidas dos especialistas na técnica de química orgânica sintética ou podem ser deduzidos por referência à literatura pertinente.
Os métodos de composições da divulgação proporcionam ainda composições revestidas entéricas que resultam em dosagem menos frequente (2X/dia vs. 4X/dia), aumentaram a confiança do doente e menos efeitos secundários gastrointestinais (e. g., dor, azia, produção de ácido, vómitos) e outros efeitos secundários (e. g., doentes que cheiram a ovos podres - um problema particular de confiança à medida que os indivíduos atingem a puberdade). A divulgação proporciona composições de cisteamina revestida entérica (sulfidrilo/ CYSTAGON®) e composições de cistamina. A divulgação proporciona métodos para o tratamento de esteato-hepatite não alcoólica (NASH). A eficácia de um método ou composição dos aqui descritos pode ser avaliado, por exemplo, medindo concentrações de cistina de leucócitos. As medidas adicionais da eficácia dos métodos da 26 divulgação incluem avaliar o alivio de sintomas associados com doença de figado gordo incluindo, fibrose hepática, teor de gordura do figado, incidência ou progressão de cirrose, incidência de carcinoma hepatocelular, niveis elevados de aminotransferase hepática, alanina aminotransferase (ALT) aumentada, aspartato aminotransferase (AST) aumentada e ferritina sérica elevada. 0 ajuste e terapia de dosagem podem ser feitos por um médico especialista dependendo, por exemplo, da gravidade da doença de figado gordo e/ou da concentração de cistina. Por exemplo, o tratamento de doença de figado gordo pode resultar numa redução em transaminase hepática entre, aproximadamente, 10% a 40% comparada a niveis anteriores ao tratamento. Numa forma de realização relacionada, o tratamento resulta numa redução em niveis de alanina anminotransferase num doente tratado para niveis de ALT, aproximadamente, 30%, 20% ou 10% acima do normal ou a niveis de ALT normais 40 iu/L) .
Noutra forma de realização, o tratamento com cisteamina resulta numa redução em níveis de aspartato anminotransferase num doente para níveis de AST, aproximadamente, 30%, 20% ou 10% acima do normal ou volta a níveis de AST normais. A divulgação discute métodos de tratamento de NASH utilizando cisteaminas através da redução do stress oxidativo provocado por espécies de oxigénio reactivas (ROS) em esteato-hepatite. A cisteamina pode conseguir isto através da sua capacidade directa ou indirecta para melhorar os níveis de glutationa dentro do fígado. A glutationa possui um efeito protector contra dano oxidativo mas, a própria, não entra facilmente nas células, mesmo quando dada em tratamento de grandes quantidades. Os precursores de glutationa, no entanto, entram nas células e incluem cisteína, N-acetilcisteína, 27 s-adenosilmetionina (SAMe) e outros compostos contendo enxofre, tal como cisteamina.
As composições da divulgação podem ser utilizadas em combinação com um segundo agente ou outras terapias úteis para tratamento de NASH. Por exemplo, podem ser administradas composições de cisteamina com fármacos, tais como glitazonas/tiazolidinedionas que combatem a resistência a insulina, incluindo mesilato (troglitazona (REZULIN®) ) , rosiglitazona (AVANDIA®) , pioglitazona (ACTOS®) , assim como outros agentes, incluindo, metformina, Sulfonilureias, inibidores de Alfa-glucosidase, Meglitinidas, vitamina E, tetra-hidrolipstatina (XENICAL™), proteina de leite de cardo (SILIPHOS®) e anti-virais.
Podem ser combinadas outras terapias que reduzem os efeitos secundários de cisteaminas com os métodos e composições da divulgação para tratar doenças e distúrbios que são atribuídos ou resultam de NASH. A perda de fósforo urinário, por exemplo, ocasiona raquitismo e pode ser necessário dar um suplemento de fósforo. A carnitina perde-se na urina e os níveis sanguíneos são baixos. A carnitina permite à gordura ser utilizada pelos músculos para proporcionar energia. A suplementação hormonal é, por vezes, necessária. Por vezes, a glândula tiróide não produz hormonas tiroidais suficientes. Esta é dada como tiroxina (gotas ou comprimidos). 0 tratamento de insulina é, por vezes, necessário se aparecer diabetes, quando o pâncreas não produz insulina suficiente. Estes tratamentos tornam-se raramente necessários em crianças que são tratadas com cisteamina, uma vez que o tratamento protege a tiróide e o pâncreas. Alguns rapazes adolescentes necessitam de um tratamento de testosterona se a puberdade for tardia. A terapia hormonal de crescimento pode ser 28 indicada se o crescimento não for suficiente apesar de um bom equilíbrio hidro-electrolítico. Como consequência, essas terapias podem ser combinadas com a cisteamina e métodos da divulgação. As terapias adicionais incluindo a utilização de omeprazole (PRILOSEC®) pode reduzir sintomas adversos que afectam o tracto digestivo. A divulgação proporciona cisteaminas úteis no tratamento de NASH. Para administrar a cisteamina da divulgação a humanos ou animais de teste, é preferido formular a cisteamina numa composição compreendendo um ou mais transportadores farmaceuticamente aceitáveis. Como exposto acima, os transportadores ou veículos farmaceuticamente ou farmacologicamente aceitáveis referem-se a entidades moleculares e composições que não produzem reacções alérgicas ou outras adversas, quando administradas utilizando vias bem conhecidas na técnica, como descritas abaixo, ou são aprovadas pela U.S. Food and Drug Administration ou por uma autoridade reguladora estrangeira homóloga, como um aditivo aceitável para fármacos administrados oralmente ou parentericamente. Os transportadores farmaceuticamente aceitáveis incluem todos e quaisquer solventes, meios de dispersão, revestimentos, agentes anti-bacterianos e anti-fúngicos, agentes isotónicos e de retardamento de absorção clinicamente úteis.
Os transportadores farmacêuticos incluem sais farmaceuticamente aceitáveis, particularmente quando está presente um grupo básico ou acidico num composto. Por exemplo, quando está presente um substituinte acidico, tal como —COOH, os sais de amónio, sódio, potássio e cálcio, são contemplados para administração. Além disso, quando está presente um grupo ácido, são contemplados ésteres farmaceuticamente aceitáveis do 29 composto (e. g., metilo, terc-butilo, pivaloíloximetilo e succinilo) como formas preferidas dos compostos, sendo esses ésteres conhecidos na técnica para modificação de caracteristicas de solubilidade e/ou hidrólise para utilização como formulações de libertação prolongada ou de profármaco .
Quando está presente um grupo básico (tais como amino ou um radical heteroarilo básico, tal como piridilo), então, é contemplado um sal acidico, tais como cloridrato, bromidrato, acetato, maleato, pamoato, fosfato, metanossulfonato e p-toluenossulfonato, como uma forma para administração.
Além disso, os compostos podem formar solvatos com água ou solventes orgânicos comuns. Esses solvatos são igualmente contemplados. A cisteamina pode ser administrada oralmente, parentericamente, transocularmente, intranasalmente, transdermicamente, transmucosamente, por spray de inalação, vaginalmente, rectalmente ou por injecção intracraniana. 0 termo parentérico, como aqui utilizado, inclui injecções subcutâneas, intravenosas, intramusculares, injecção intracisternal ou técnicas de infusão. A administração por injecção intravenosa, intradérmica, intramuscular, intramamária, intraperitoneal, intratecal, retrobulbar, intrapulmonar e ou implantação cirúrgica, num local particular, está igualmente contemplada. De um modo geral, as composições para administração por qualquer dos métodos anteriores são essencialmente livres de pirogénios, assim como outras impurezas que podiam ser prejudiciais ao recipiente. Além disso, as composições para administração parentérica são estéreis. 30
As composições farmacêuticas da divulgação contendo uma cisteamina como ingrediente activo podem conter veículos ou aditivos farmaceuticamente aceitáveis dependendo da via de administração. Os exemplos desses veículos ou aditivos incluem água, um solvente orgânico farmaceuticamente aceitável, colagénio, álcool polivinílico, polivinilpirrolidona, um polímero de carboxivinilo, carboximetilcelulose sódica, poliacrilato de sódio, alginato de sódio, dextrano solúvel em água, carboximetilamido sódico, pectina, metilcelulose, etilcelulose, goma de xantano, goma Arábica, caseína, gelatina, ágar, diglicerina, glicerina, propilenoglicol, polietilenoglicol, Vaselina, parafina, álcool estearílico, ácido esteárico, albumina de soro humano (HSA), manitol, sorbitol, lactose e um tensioactivo farmaceuticamente aceitável. Os aditivos utilizados são escolhidos, dos anteriores ou suas combinações, como apropriado, dependendo da forma de dosagem da divulgação. A formulação da composição farmacêutica variará de acordo com a via de administração seleccionada (e. g., solução, emulsão). Pode ser preparada uma composição apropriada compreendendo a cisteamina a administrar num veículo ou transportador aceitável. Para soluções ou emulsões, os veículos adequados incluem, por exemplo, soluções, emulsões ou suspensões aquosas ou alcoólicas/aquosas, incluindo meios salinos e tamponados. Os transportadores parentéricos podem incluir solução de cloreto de sódio, dextrose de Ringer, dextrose e cloreto de sódio, lactato de Ringer ou óleos fixos. Os transportadores intravenosos podem incluir vários aditivos, conservantes ou fluidos, nutrientes ou recarregadores de electrólitos. 31
Uma variedade de veículos aquosos, e. g., água, água tamponada, solução salina a 0,4%, glicina a 0,3% ou suspensões aquosas pode conter o composto activo em mistura com excipientes adequados para o fabrico de suspensões aquosas. Esses excipientes são agentes de suspensão, por exemplo, carboximetilcelulose sódica, metilcelulose, hidroxipropilmetilcelulose, alginato de sódio, polivinilpirrolidona, goma de tragacanto e goma de acácia; os agentes dispersantes ou molhantes podem ser um fosfatídeo de ocorrência natural, por exemplo, lecitina ou produtos de condensação de um óxido de alquileno com ácidos gordos, por exemplo, estearato de polioxietileno ou produtos de condensação de óxido de etileno com álcoois alifáticos de cadeia longa, por exemplo, heptadecaetilenoxicetanol ou produtos de condensação de óxido de etileno com ésteres parciais derivados de ácidos gordos e um hexitol, tais como monooleato de polioxietileno sorbitol ou produtos de condensação de óxido de etileno com ésteres parciais derivados de ácidos gordos e anidridos de hexitol, por exemplo, monooleato de polietileno sorbitano.
As suspensões aquosas podem também conter um ou mais conservantes, por exemplo, etilo, ou n-propilo, p-hidroxibenzoato, um ou mais agentes corantes, um ou mais agentes aromatizantes e um ou mais edulcorantes, tais como sacarose ou sacarina.
Em algumas formas de realização, a cisteamina desta divulgação pode ser liofilizada para armazenamento e reconstituída num veículo adequado antes de utilização. Podem ser empregues quaisquer técnicas de liofilização e reconstituição adequadas. É entendido pelos especialistas na técnica que a liofilização e reconstituição podem levar a variar 32 graus variados de perda de actividade e que os níveis de utilização podem ter de ser ajustados para compensar.
Os pós e grânulos dispersáveis adequados para preparação de uma suspensão aquosa pela adição de água proporcionam o composto activo em mistura com um agente dispersante ou molhante, agente de suspensão e um ou mais conservantes. Os agentes dispersantes ou molhantes e agentes de suspensão adequados são exemplificados pelos já acima mencionados. Podem estar também presentes excipientes adicionais, por exemplo, edulcorantes, aromatizantes e corantes.
Numa forma de realização, a divulgação proporciona a utilização de uma cisteamina entericamente revestida. Os revestimentos entéricos prolongam a libertação até a cisteamina atingir o tracto intestinal, tipicamente, o intestino delgado. Devido aos revestimentos entéricos, a distribuição ao intestino delgado é melhorada, melhorando assim a captação do ingrediente activo enquanto reduz os efeitos secundários gástricos.
Em algumas formas de realização, o material de revestimento é seleccionado de modo que o agente terapeuticamente activo seja libertado quando a forma de dosagem atinge o intestino delgado ou uma região em que o pH é superior a pH 4,5. 0 revestimento pode ser um material sensível a pH, que permanece intacto nos ambientes de pH inferior do estômago, mas que se desintegra ou se dissolve no pH normalmente encontrado no intestino delgado do doente. Por exemplo, o material de revestimento entérico começa a dissolver-se numa solução aquosa a pH entre cerca de 4,5 a cerca de 5,5. Por exemplo, os materiais sensíveis a pH não sofrerão dissolução significativa até a dosagem destes ser esvaziada do estômago. 0 pH do intestino delgado aumenta 33 gradualmente de cerca de 4,5 a cerca de 6,5 no bulbo duodenal a cerca de 7,2 nas partes distais do intestino delgado. De modo a proporcionar a dissolução previsível correspondente ao tempo de trânsito do intestino delgado de cerca de 3 horas (e. g., 2-3 horas) e permitir a libertação reprodutível aí, o revestimento deve começar a dissolver-se na gama de pH dentro do intestino delgado. Portanto, a quantidade de revestimento polimérico entérico deve ser suficiente para ser substancialmente dissolvida durante o tempo de trânsito aproximado de três horas dentro do intestino delgado, tais como o intestino proximal e médio.
Os revestimentos entéricos têm sido utilizados durante muitos anos para deter a libertação do fármaco de formas de dosagem susceptíveis de ingerir oralmente. Dependendo da composição e/ou espessura, os revestimentos entéricos são resistentes ao ácido estomacal durante períodos de tempo requeridos antes de começarem a desintegrar-se e permitirem a libertação do fármaco no estômago inferior ou na parte superior do intestino delgado. Os exemplos de alguns revestimentos entéricos são divulgados na Pat. U.S. N° 5225202. Como apresentado na Pat. U.S. N° 5225202, alguns exemplos de revestimentos previamente empregues são cera de abelha e monostearato de glicerilo; cera de abelha, goma-laca e celulose; e álcool cetílico, mástique e goma-laca, assim como goma-laca e ácido esteárico (Pat. U.S. N° 2809918); acetato de polivinilo e etilcelulose (Pat. U.S. N° 3835221); e copolímero neutro de ésteres de ácido polimetacrílico (Eudragit L30D) (F. W. Goodhart et al., Pharm. Tech., pp. 64-71, Abril 1984); copolímeros de ácido metacrílico e metiléster de ácido metacrílico (Eudragits) ou um copolímero neutro de ésteres de ácido polimetacrílico contendo estearatos metálicos (Mehta et al., Pat. U.S. 34 Ν° 4728512 e 4794001) . Esses revestimentos compreendem misturas de gorduras e ácidos gordos, goma-laca e derivados de goma-laca e os ftalatos de ácido celulósico, e. g., os possuindo um teor de carboxilo livre. Ver, Remington's na página 1590 e Zeitova et al. (Pat. U.S. N° 4432966), para descrições de composições de revestimento entérico adequadas. Como consequência, a adsorção aumentada no intestino delgado devido a revestimentos entéricos de composições de cisteamina pode resultar em eficácia melhorada.
De um modo geral, o revestimento entérico compreende um material polimérico que impede a libertação de cisteamina no ambiente de pH baixo do estômago mas que ioniza a um pH ligeiramente superior, tipicamente um pH de 4 ou 5 e, deste modo, dissolve-se suficientemente no intestino delgado para libertar gradualmente o agente activo ai. Como consequência, entre os materiais de revestimento entérico mais eficazes estão poliácidos possuindo um pKa na gama de cerca de 3 a 5. Os materiais de revestimento entérico adequados incluem, gelatina polimerizada, goma-laca, copolímero de ácido metacrilico tipo C NF, ftalato butirato de celulose, hidrogenoftalato de celulose, ftalato propionato de celulose, ftalato de acetato de polivinilo (PVAP), ftalato de acetato de celulose (CAP), trimelitato de acetato de celulose (CAT), ftalato de hidroxipropilmetilcelulose, acetato de hidroxipropilmetilcelulose, succinato de dioxipropilmetilcelulose, carboximetiletilcelulose (CMEC), succinato acetato de hidroxipropilmetilcelulose (HPMCAS) e polímeros e copolímeros de ácido acrílico, tipicamente formados de acrilato de metilo, acrilato de etilo, metacrilato de metilo e/ou metacrilato de etilo com copolímeros de ésteres de ácido acrílico e metacrilico (Eudragit NE, Eudragit RL, Eudragit RS). 35
Por exemplo, o revestimento entérico pode compreender Eudragit L30D, trietilcitrato e hidroxipropilmetilcelulose (HPMC) , em que o revestimento compreende 10 a 13% do produto final.
Numa forma de realização, a cisteamina é administrada em forma de comprimido. Os comprimidos são fabricados, em primeiro lugar, revestindo entericamente a cisteamina. Um método para a formação de comprimidos aqui é por compressão directa dos pós contendo a cisteamina entericamente revestida, de um modo opcional, em combinação com diluentes, ligantes, lubrificantes, desintegrantes, corantes ou estabilizantes. Como alternativa à compressão directa, os comprimidos podem ser preparados utilizando processos de granulação húmida ou granulação seca. Os comprimidos podem também ser moldados em vez de comprimidos, começando com um material húmido contendo um lubrificante solúvel em água adequado.
Em algumas formas de realização, a cisteamina é uma forma de dosagem de libertação retardada ou controlada que proporciona uma Cmax da cisteamina que é, pelo menos, cerca de 35%, 40%, 45%, 50%, 55%, 60%, 65%, 70%, 75%, 80%, 85% ou 100% superior à Cmax proporcionada por uma forma de dosagem de libertação imediata contendo a mesma quantidade da cisteamina. Em algumas formas de realização, a Cmax é até cerca de 75%, 100%, 125% ou 150% superior à Cmax da forma de dosagem de libertação imediata. A Cmax refere-se à dose máxima da cisteamina no sangue após dosagem e proporciona um indicador de que o fármaco é sistemicamente absorvido.
Em algumas formas de realização, a AUC da forma de dosagem de libertação retardada ou controlada é também aumentada em, 36 pelo menos, cerca de 20%, 25%, 30%, 35%, 40%, 45% ou 50% ou até cerca de 50%, 60%, 75% ou 100% relativa a uma forma de dosagem de libertação imediata. A AUC ou &quot;área sob a curva&quot; refere-se à curva cinética derivada quando a concentração de fármaco no plasma versus tempo é medida após dosagem de um fármaco. A preparação de formas de libertação retardada, controlada ou sustida/extensa de composições farmacêuticas com as caracteristicas farmacocinéticas desejadas é conhecida na técnica e pode ser conseguida por uma variedade de métodos. Por exemplo, os sistemas orais de distribuição controlada incluem libertação de dissolução controlada (e. g., controlo de dissolução de encapsulação ou controlo de dissolução de matriz), libertação de difusão controlada (dispositivos de reservatório ou dispositivos de matriz), resinas de troca iónica, libertação osmótica controlada ou sistemas gastroretentivos. A libertação de dissolução controlada pode ser obtida, e. g., abrandando a velocidade de dissolução de um fármaco no tracto gastrointestinal, incorporando o fármaco num polímero insolúvel e revestindo partículas ou grânulos de fármaco com materiais poliméricos de espessura variada. A libertação de difusão controlada pode ser obtida, e. g., controlando a difusão através de uma membrana polimérica ou de uma matriz polimérica. A libertação osmoticamente controlada pode ser obtida, e. g., controlando o afluxo de solvente através de uma membrana semipermeável, que, por sua vez, transporta o fármaco para fora através de um orifício perfurado com laser. As diferenças de pressão osmótica e hidrostática de cada lado da membrana regem o transporte de fluido. A retenção gástrica prolongada pode ser conseguida, e. g. , alterando a densidade das formulações, bioadesão ao revestimento estomacal ou aumentando o tempo de flutuação no estômago. Para maior detalhe, ver o Handbook of 37
Pharmaceutical Controlled Release Technology, Wise, ed., Mareei Dekker, Inc., Nova Iorque, NI (2000), aqui incorporado por referência na sua totalidade, e. g. Capitulo 22 (&quot;An OverView of Controlled Release Systems&quot;). A concentração de cisteamina nestas formulações pode variar, de modo vasto, por exemplo, de menos de cerca de 0,5%, normalmente, a ou, pelo menos, cerca de 1% a tanto quanto 15 ou 20% em peso e são essencialmente seleccionados com base nos volumes de fluido, caracteristicas de fabrico, viscosidades, etc., de acordo com o modo particular de administração seleccionado. Os métodos reais para a preparação de composições susceptiveis de administrar são conhecidos ou evidentes para os especialistas na técnica e são descritos em mais detalhe em, por exemplo, Remington's Pharmaceutical Science, 15a ed., Mack Publishing Company, Easton, Pa. (1980). A cisteamina está presente numa quantidade terapeuticamente eficaz; tipicamente, está em forma de dosagem unitária. A quantidade de cisteamina administrada será, de facto, dependente da idade, peso e estado geral do indivíduo, da gravidade do estado a tratar e do critério do prescrevente - médico. As quantidades terapêuticas adequadas serão conhecidas dos especialistas na técnica e/ou estão descritas nos textos de referência e literatura pertinentes. As doses não entericamente revestidas actuais são cerca de 1,35 g/m2 da área de superfície corporal e são administradas 4-5 vezes por dia. Num aspecto, a dose é administrada uma vez por dia ou múltiplas vezes por dia. A cisteamina pode ser administrada uma, duas ou três ou quatro ou cinco vezes por dia. Em algumas formas de realização, uma dosagem eficaz de cisteamina pode estar dentro da gama de 0,01 mg a 1000 mg por kg (mg/kg) de peso corporal por dia. Além 38 disso, a dose eficaz pode ser 0 ,5 mg/kg, 1 mg/kg, 5 mg/kg 10 mg/kg, 15 mg/kg, 20 mg/kg/ 25 mg/kg, 30 mg/kg, 35 mg/kg 40 mg/kg, 45 mg/kg, 50 mg/kg, 55 mg/kg, 60 mg/kg, 70 mg/kg 75 mg/kg, 80 mg/kg, 90 mg/kg, 100 mg/kg, 125 mg/kg, 150 mg/kg 175 mg/kg, 200 mg/kg e pode aumentar por incrementos de 25 mg/kg até 1000 mg/kg ou pode variar entre quaisquer dois dos valores anteriores. Em algumas formas de realização, a cisteamina é administrada numa dose diária total de, aproximadamente, 0,25 g/m2 a 4,0 g/m2 de área de superfície corporal, e. g., pelo menos, cerca de 0,5, 0, 6, 0 &gt; &gt; O co 0,9, 1,0, 1,1, 1,2, 1,4, 1,5, 1,6, 1,7, 1,8, 1,9 ou 2 g/m2 ou até cerca de 0,8, i—1 1-1 0 1 1 1,2, 1,3, 1,4, 1,5, 1,6, 1,7 , 1,8, 1,9, 2,0, 2,2, 2,7, 3,0 ou 3,5 g/m2. Em algumas formas de realização cisteamina pode ser administrada numa dose diária total de cerca de 1-1,5 g/m2 da área de superfície corporal ou 0,5-1 g/m2 da área de superfície corporal ou cerca de 0,7-0,8 g/m2 da área de superfície corporal ou cerca de 1,35 g/m2 da área de superfície corporal. Os sais do mesmo ingrediente activo podem variar em peso molecular dependendo do tipo e peso da porção de sal. Para administração da forma de dosagem, e. g., utiliza-se um comprimido ou cápsula ou outra forma de dosagem oral compreendendo a cisteamina entericamente revestida, um peso total na gama de, aproximadamente, 100 mg a 1000 mg. A forma de dosagem é oralmente administrada a um doente que sofre de NASH para a qual seria indicada uma cisteamina. A administração pode continuar durante, pelo menos, 3 meses, 6 meses, 9 meses, 1 ano, 2 anos ou mais.
As composições úteis para administração podem ser formuladas com intensificadores de captação ou absorção para aumentar a sua eficácia. Esses intensificadores incluem, por exemplo, salicilato, glicocolato/linoleato, glicolato, 39 aprotinina, bacitracina, SDS e caprato. Ver, e. g., Fix (J. Pharm. Sei., 85: 1282-1285, 1996) e Oliyai e Stella (Ann. Rev. Pharmacol. Toxicol., 32: 521-544, 1993). A cisteamina entericamente revestida pode compreender vários excipientes, como é bem conhecido na técnica farmacêutica, desde que esses excipientes não apresentem um efeito destabilizante em quaisquer componentes na composição. Deste modo, excipientes, tais como ligantes, agentes de espessamento, diluentes, desintegrantes, lubrificantes, agentes de enchimento e transportadores, podem ser combinados com a cisteamina. Para composições sólidas, os diluentes são, tipicamente, necessários para aumentar a carga de um comprimido de modo que seja proporcionado um tamanho prático para compressão. Os diluentes adequados incluem fosfato dicálcico, sulfato de cálcio, lactose, celulose, caolina, manitol, cloreto de sódio, amido seco e açúcar em pó. Os ligantes são utilizados para conferir qualidades coesivas a uma formulação de comprimido e, deste modo, garantir que um comprimido permanece intacto após compressão. Os materiais ligantes adequados incluem, amido (incluindo amido de milho e amido pré-gelatinizado) , gelatina, açúcares (incluindo sacarose, glucose, dextrose e lactose), polietilenoglicol, ceras e gomas naturais e sintéticas, e. g., acácia, alginato de sódio, polivinilpirrolidona, polímeros celulósicos (incluindo hidroxipropilcelulose, hidroxipropilmetilcelulose, metilcelulose e hidroxetilcelulose), e Veegum. Os lubrificantes são utilizados para facilitar o fabrico de comprimidos; exemplos de lubrificantes adequados incluem, por exemplo, estearato de magnésio, estearato de cálcio e ácido esteárico e estão, tipicamente, presentes em não mais do que, aproximadamente, 1 por cento em peso relativo ao peso de comprimido. Os desintegrantes são utilizados para facilitar a 40 desintegração ou &quot;quebra&quot; do comprimido após administração e são, de um modo geral, amidos, argilas, celuloses, alginas, gomas ou polímeros reticulados. Se desejado, a composição farmacêutica a administrar pode também conter quantidades menores de substâncias auxiliares não tóxicas, tais como agentes molhantes ou emulsionantes e agentes tamponantes de pH, por exemplo, acetato de sódio, monolaurato sorbitano, trietanolamina acetato de sódio e oleato de trietanolamina. Se desejado, podem ser igualmente adicionados aromatizantes, agentes corantes e/ou edulcorantes. Outros componentes opcionais para incorporação numa formulação oral incluem aqui conservantes, agentes de suspensão e agentes de espessamento. Os agentes de enchimento incluem, por exemplo, materiais insolúveis, tais como dióxido de silício, óxido de titânio, alumina, talco, caolina, celulose em pó e celulose microcristalina, assim como materiais solúveis, tais como manitol, ureia, sacarose, lactose, dextrose, cloreto de sódio e sorbitol.
Uma composição farmacêutica pode também compreender um agente estabilizante, tais como hidroxipropilmetilcelulose ou polivinilpirrolidona, como divulgado na Pat. U.S. N° 4301146. Outros agentes estabilizantes incluem, polímeros celulósicos, tais como hidroxipropilcelulose, hidroxetilcelulose, metilcelulose, etilcelulose, acetato de celulose, ftalato de acetato de celulose, trimelitato de acetato de celulose, ftalato de hidroxipropilmetilcelulose, celulose microcristalina e carboximetilcelulose sódica; e polímeros e copolímeros de vinilo, tais como acetato de polivinilo, ftalato de acetato de polivinilo, copolímero de acetato de vinilo e ácido crotónico e copolímeros de etileno-acetato de vinilo. O agente estabilizante está presente numa quantidade eficaz para proporcionar o efeito estabilizante desejado; de um modo geral, isto significa que a 41 razao de cisteamina para o agente estabilizante é, pelo menos, cerca de 1:500 p/p, mais normalmente, cerca de 1:99 p/p.
Os comprimidos podem ser fabricados, em primeiro lugar, revestindo entericamente a cisteamina. Um método para formação de comprimidos aqui é por compressão directa dos pós contendo a cisteamina entericamente revestida, de um modo opcional, em combinação com diluentes, ligantes, lubrificantes, desintegrantes, corantes ou estabilizantes. Como alternativa a compressão directa, podem ser preparados comprimidos utilizando processos de granulação húmida ou granulação seca. Os comprimidos podem também ser moldados em vez de comprimidos, começando com um material húmido contendo um lubrificante solúvel em água adequado.
Numa forma de realização alternativa, as cisteaminas entericamente revestidas são granuladas e a granulação é comprimida para um comprimido ou cheia para uma cápsula. Os materiais de cápsula podem ser duros ou moles e são, tipicamente, vedados, tais como com ou bandas de gelatina. Os comprimidos e cápsulas para utilização oral incluirão, de um modo geral, um ou mais excipientes normalmente utilizados, como aqui discutido.
Para administração da forma de dosagem, i. e., o comprimido ou cápsula compreendendo a cisteamina entericamente revestida, utiliza-se um peso total na gama de, aproximadamente, 100 mg a 1000 mg. A forma de dosagem é oralmente administrada a um doente que sofre de NASH.
As composições da divulgação podem ser utilizadas em combinação com outras terapias úteis para o tratamento de NAFL e 42 NASH. Por exemplo, podem ser administrados em combinação antioxidantes, tais como glicirrizina, extracto de schisandra, ácido ascórbico, glutationa, silimarina, ácido lipóico e d-alfa-tocoferol e administrar parentericamente ao individuo glicirrizina, ácido ascórbico, glutationa e vitamina do complexo B (simultaneamente numa composição única ou em composições separadas). Em alternativa, a combinação de terapêuticas pode ser administrada sequencialmente. A eficácia de um método ou composição da divulgação pode ser avaliada medindo o teor de ácidos gordos e metabolismo no figado. 0 ajuste e terapia de dosagem podem ser feitos por um médico especialista dependendo, por exemplo, da gravidade da NASH.
Além disso, podem ser &quot;activados&quot; vários profármacos por utilização da cisteamina entericamente revestida. Os profármacos são farmacologicamente inertes, os próprios não actuam no organismo, mas, uma vez absorvidos, o profármaco decompõe-se. A abordagem de profármaco tem sido utilizada com sucesso em várias áreas terapêuticas incluindo antibióticos, anti-histaminícos e tratamentos de úlceras. A vantagem de utilizar profármacos é que o agente activo é quimicamente camuflado e nenhum agente activo é libertado até o fármaco ter saído do intestino e nas células do organismo. Por exemplo, vários profármacos utilizam ligações S-S. Os agentes redutores fracos, tais como cisteamina, reduzem estas ligações e libertam o fármaco. Como consequência, as composições da divulgação são úteis em combinação com profármacos para libertação regulada do fármaco. Neste aspecto, um profármaco pode ser administrado seguido por administração de uma composição de cisteamina entericamente revestida da divulgação (num momento desejado) para activar o profármaco. 43
EXEMPLOS EXEMPLO COMPARATIVO 1
Formulação de Cisteamina Revestida entérica. A Publicação Internacional N° WO 2007/089670 descreveu a administração de cisteamina a doentes de cistinose utilizando um tubo nasoentérico para determinar a eficácia de administração entérica na melhoria em doentes de cistinose. O documento WO 2007/089670 mostrou que a administração de cisteamina entericamente melhorou a velocidade de absorção de cisteamina e aumentou os níveis de cisteamina plasmática. A administração entérica também reduziu os níveis de cistina em leucócitos. Estes resultados mostraram que a cisteamina entérica era mais eficaz do que a administração oral de cisteamina.
Criou-se uma preparação revestida entérica em cisteamina (Cystagon-EC) para administração mais eficaz e mais fácil. As cápsulas CYSTAGON® (Mylan Laboratories Inc., PA, EUA) foram entericamente revestidas utilizando uma unidade de revestimento Wurster Modelo 600 com uma câmara de revestimento 4/6&quot;. O material de revestimento é Eudragit L30 D-55, Rohm GmbH &amp; Co KG, Darmstadt, Alemanha) e o composto EC foi encapsulado (The Coating Place Inc, Verona, WI, número de estabelecimento de instalações federais 2126906). As cápsulas foram produzidas utilizando instalações e materiais aprovados pela FDA. O revestimento entérico foi testado in vitro para verificar a insolubilidade das cápsulas em ácido gástrico. O ensaio 44 realizou-se colocando as cápsulas em 100 mL de solução de HC1 0,1 N durante 2 horas a 37 °C. As cápsulas são consideradas aceitáveis se forem libertados menos de 10% da cisteamina. Após 2 horas, o pH da solução é aumentado até pH 6,8 com tampão NaHC03. As cápsulas são consideradas aceitáveis se forem libertados, pelo menos, 80% da cisteamina dentro de 2 horas.
Seis indivíduos adultos de controlo e 6 doentes com cistinose foram estudados utilizando o Cystagon-EC. Os níveis de cisteamina plasmática eram superiores quando o doente tomou Cystagon-EC do que quando tomou a preparação de cisteamina (CYSTAGON®) habitual. Além disso, quando os doentes de cistinose tomaram Cystagon-EC, as 12 horas através dos níveis de cistina de leucócitos permaneceram a cerca de &lt;0,2 e, normalmente, abaixo de 1 nmol de meia-cistina/mg de proteína, sugerindo que esta nova formulação de cisteamina é eficaz quando dada duas vezes por dia. EXEMPLO 2
Administração de Cisteamina a Doentes que Sofrem de Doença de Figado Gordo. A administração de cisteamina mostrou aliviar sintomas de cistinose diminuindo níveis de cistina prejudicial. Para determinar o efeito de cisteamina na fibrose que provoca dano no fígado em doentes de NASH, realiza-se um estudo piloto, aberto, não aleatório, de 12 crianças e adolescentes com doença gorda não alcoólica tratada com cisteamina revestida entérica.
Os doentes com um diagnóstico estabelecido de NASH, os quais assumiram alterações do estilo de vida (tais como, dieta e exercício) durante, pelo menos, três meses, são utilizados para 45 o estudo. Considera-se um historial e exame físico completos. Utiliza-se uma classificação de sintomas estabelecida para doença de ácido péptico e previamente utilizada em crianças que tomam cisteamina. 0 sangue é tirado para funções hepáticas incluindo transaminases hepáticas, fosfatase alcalina, bilirrubina e gama-GT. 0 sangue é também considerado para contagem sanguínea completa, ESR, CRP, insulina em jejum e perfil de colesterol e lípidos em jejum, marcadores de stress oxidativo e de fibrose hepática (total 15 mL) . Regista-se o peso dos doentes. 0 nível de entrada do estudo para ALT é definido como á60 iu/L e uma resposta bem sucedida para a terapia é a normalização ou redução de &gt;35% no nível de transaminase hepática. Um nível normal de ALT é definido como 40 iu/L. Os indivíduos começaram cisteamina revestida entérica duas vezes por dia numa dose diária total de 1 g/m2 de área de superfície corporal com uma dose máxima de 1000 mg duas vezes por dia. Os doentes com cistinose tomam, normalmente, 1-1,5 g/m2 de área de superfície corporal/dia.
Qualquer indivíduo que se queixe de sintomas gastrointestinais significativos pode ter o seu/sua dose diária de cisteamina reduzida em 10%. Se os sintomas GI persistirem durante 3 dias apesar de uma diminuição de 10% na dosagem, então, serão ainda permitidas diminuições de 10% na dosagem (até um máximo de 50% da dose original).
Se os sintomas persistirem apesar da diminuição máxima na dose de EC-cisteamina, o indivíduo é removido do estudo. 46
Se os sintomas forem graves, os indivíduos podem sair do estudo em qualquer momento. Se os doentes estavam em terapia de supressão de ácido, tal como inibidores de bomba protónica, estes são questionados para interromper a terapia uma semana antes de começar a EC-cisteamina. Os doentes são tratados, inicialmente, durante 3 meses e durante um máximo de 6 meses, com EC-cisteamina. Se for detectada uma redução de 10-25% em níveis de transaminase hepática então o tratamento prolonga-se durante 3 meses adicionais. Se, no entanto, existir uma redução de &lt;10% do nível de ALT após terapia de 3 meses, o indivíduo não fará mais parte no estudo. Se existir uma melhoria nos níveis de transaminase hepática sérica (&gt;35%) após seis meses de terapia, então os doentes são monitorizados durante seis meses adicionais com um exame físico adicional e os mesmos ensaios sanguíneos realizados a cada dois meses. As mulheres com menstruação irão submeter-se a um teste sanguíneo de gravidez no início e a cada mês durante o estudo. Se apropriado, os doentes são aconselhados a tomar precauções contraceptivas utilizando método de barreira dupla.
Os doentes são convidados a manter um diário de sintomas e serão também observados em GCRC/clínica, de modo a obter informação sobre desconhecerem a identidade do fármaco de estudo do doente. Utiliza-se uma classificação de sintomas definida para doença de ácido péptico e previamente utilizada em crianças que tomam cisteamina. A cada 4 semanas, os doentes terão de repetir ensaios sanguíneos incluindo ensaios de funções hepáticas, contagem sanguínea completa e níveis de cisteamina plasmática (10 mL). No fim do estudo, os doentes possuirão todos os ensaios de laboratório de linha de base repetidos. 47 EXEMPLO 3 O efeito de uma cisteamina foi avaliado num modelo de animal em dieta da doença de figado gordo não alcoólico (NAFLD), realizado, de um modo geral, como descrito em Otogawa et al., Am. J. Pathol., 170(3): 967-980 (2007). Foram alimentados coelhos brancos macho da Nova Zelândia com uma dieta hiperlipidica (HFD) contendo 20% de óleo de milho e 1,25% de colesterol de modo a induzir caracteristicas clinicas e histológicas de NAFLD e de esteato-hepatite não alcoólica (NASH). Realizou-se um estudo piloto de 7 dias de duração utilizando dosagem intraperitoneal (IP) de bitartarato de cisteamina num plano de a cada 8 horas (Q8H) em dois níveis de dosagem: 75 ou 250 mg/kg/dia. Um estudo maior de 8 semanas de duração distribuiu bitartarato de cisteamina na água de beber a 25, 75 ou 250 mg/kg/dia.
Como discutido em maior detalhe abaixo, os dados de ambos os estudos mostraram que o tratamento de cisteamina produziu uma melhoria em niveis de transaminase hepática (aspartato aminotransferase ou AST) comparados ao grupo de controlo não tratado de HFD. A elevação de AST é considerada um dos melhores marcadores de inflamação hepática em NAFLD e NASH. Comparado aos animais de controlo de dieta HFD, os niveis de AST foram reduzidos em 1,6 a 1,9 vezes com tratamento de cisteamina, i. e., reduções de 37 a 47%, respectivamente. Os dados também mostraram que o tratamento de cisteamina estava associado com alterações benéficas em LDH, um marcador geral de dano de tecido e alterações benéficas em marcadores de perfil lipídico, tais como colesterol total, colesterol LDL e Colesterol HDL, comparado aos grupos de controlo de HFD. As melhorias observadas nestes modelos de coelho suportam a conclusão de que o 48 tratamento de cisteamina de doenças de fígado gordo não alcoólico (NAFLD) incluindo NASH, em humanos, pode conferir benefícios clínicos.
Estudo piloto. No estudo piloto, foram distribuídos dois níveis de dosagem diferente de cisteamina pela via intraperitoneal (IP), a cada 8 horas (Q8H) durante 7 dias, a coelhos brancos da Nova Zelândia alimentados com uma dieta hiperlipídica (HFD) . Os coelhos macho entre 2,5 a 3,5 kg foram divididos nos seguintes grupos: 1) dieta padrão de controlo, 2 animais, 2) HFD de controlo, 2 animais, 3) bitartarato de cisteamina de baixa dosagem, 75 mg/kg/dia, HFD, 4 animais e 4) bitartarato de cisteamina de alta dosagem, 250 mg/kg/dia, HFD, 4 animais. Os parâmetros incluíram observações clínicas padrão diárias, consumo alimentar diário quantitativo, pesos corporais no Dia de Estudo (SD) -1, 2, 5 e 8 (dia de necropsia) e amostras sanguíneas recolhidas no SD-1 e SD8 para a avaliação de químicas clínicas seleccionadas (alanina aminotransferase (ALT), aspartato aminotransferase (AST), amilase, lipase, colesterol total, triglicéridos, lactato desidrogenase (LDH), colesterol das lipoproteínas de alta densidade (colesterol HDL) e colesterol das lipoproteínas de baixa densidade (colesterol LDL) e um painel de hematologia completa. Os animais foram sacrificados no SD8. Não se verificaram diferenças farmacologicamente importantes relativamente às observações clínicas, aos pesos corporais ou valores de hematologia obtidos na linha de base em SD-1 e SD8. Os valores observados para ALT, amilase, lipase, triglicéridos e colesterol HDL não foram diferentes entre os grupos ao longo dos 7 dias do estudo. No entanto, observaram-se 49 aumentos em valores de colesterol total, colesterol LDL e LDH nesses animais alimentados com a HFD.
Acima de tudo, comparado ao grupo de controlo de HFD, os grupos tratados com cisteamina mostraram melhorias em quatro valores de química sérica: AST, colesterol total, colesterol LDL e LDH. A AST surge como o melhor marcador de inflamação hepática em NASH e considera-se ser um marcador superior à ALT. Comparado ao grupo de controlo de HFD, observou- -se uma diminuição nos valores de AST médios em SD8 no grupo de cisteamina de alta dosagem (250 mg/kg/dia ) , como mostrado na Figura 1. 0 valor médio de AST para o grupo de HFD de controlo foi 19,0 U/L, enquanto os coelhos que receberam 250 mg/kg/dia de cisteamina mostraram uma diminuição de 1,9 vezes neste valor para 10,0 U/L ou apenas 47% do valor de HFD de controlo. Devido a existirem apenas 2 animais no grupo de HFD de controlo, não foi possível realizar comparações estatísticas. No entanto, a comparação dos resultados de AST do grupo de 75 mg/kg/dia no SD8 contra os animais de cisteamina de 250 mg/kg/dia indicaram que o grupo de cisteamina de alta dosagem foi estatisticamente diferente do grupo de baixa dosagem pelo teste U de Mann-Whitney, p = 0,03. Estes dados mostraram que o tratamento de cisteamina a 250 mg/kg/dia neste regime teve um impacto positivo nos valores de AST.
Os valores médios de colesterol total sérico na linha de base (SD-1) variaram de 42,5 a 55,25 mg/dL em todos os grupos, o que está dentro da gama histórica do laboratório para coelhos normais de 20-78 mg/dL. No SD8, os coelhos que receberam cisteamina a 75 ou 250 mg/kg/dia verificaram exibir um aumento 50 menor no colesterol total médio quando comparados com o grupo de HFD de controlo, como mostrado na Figura 2. Os coelhos de controlo no Grupo 2 na HFD tinham um valor médio de colesterol total de 842 mg/dL no SD8, aproximadamente, um aumento de 20 vezes sobre os seus valores de linha de base. Os coelhos do Grupo 3, que receberam 75 mg/kg/dia de cisteamina, tinham um valor médio de 652 mg/dL, um aumento de apenas cerca de 12 vezes sobre o seu valor de linha de base ou um aumento de menos 23% do que os controlos de HFD. Os coelhos no Grupo 4, que receberam 250 mg/kg/dia de cisteamina, tinham um valor médio de 347 mg/dL no SD8, um aumento de apenas cerca de 7,5 vezes sobre o seu valor de linha de base ou um aumento de menos 59% do que os valores de controlo de HFD. Estes dados mostraram que o tratamento de cisteamina resultou numa clara redução dependente da dose no aumento de colesterol total sérico devido à dieta de HFD.
Os valores de colesterol LDL também pareceram ser afectados pela dosagem de cisteamina. Como observado com o marcador de colesterol total, o aumento em colesterol LDL observado no grupo de HFD de controlo diminuiu visivelmente nos coelhos tratados com cisteamina a 75 ou 250 mg/kg/dia, como mostrado na Figura 3. O valor médio de colesterol LDL em todos os grupos na linha de base variou de 9,5 a 18 mg/dL, dentro da gama histórica do laboratório de 4 a 19 mg/dL. No SD8, os coelhos de HFD de controlo tinham um valor médio de 272,5 mg/dL, um aumento de cerca de 29 vezes sobre a linha de base. Os coelhos no Grupo 3 tratados com 75 mg/kg/dia de cisteamina tinham um valor médio de 210 mg/dL no SD8, um aumento de apenas cerca de 12 vezes comparado aos seus valores de linha de base respectivos ou um aumento de menos 23% do que os controlos de HFD. Os coelhos no Grupo 4 tratados com 250 mg/kg/dia tinham um valor de colesterol 51 LDL médio de 150,5 mg/dL, um aumento de apenas cerca de 14 vezes comparado aos seus valores de linha de base ou um aumento de menos 45% do que os controlos de HFD. Estes dados mostraram que o tratamento de cisteamina resultou em reduções notórias nos aumentos de colesterol LDL devido à dieta de HFD.
Os valores de LDH mostraram uma tendência semelhante: os coelhos que receberam cisteamina a 75 ou 250 mg/kg/dia possuíam menos de um aumento em LDH do que os coelhos de HFD de controlo, como mostrado na Figura 4. Os coelhos de HFD de controlo no Grupo 2 possuíam um valor médio de LDH de 190 U/L no SD8, um aumento de 1,7 vezes sobre os seus valores de linha de base. Os coelhos no Grupo 3 (75 mg/kg/dia) possuíam valores médios de 128 U/L no SD8, o que foi uma diminuição de 1,2 vezes comparada aos seus valores de linha de base ou 33% dos valores de HFD de controlo no SD8. Os coelhos no Grupo 4 (250 mg/kg/dia) possuíam valores médios de 77,5 U/L no SD8, o que foi uma diminuição de 3,1 vezes comparada aos seus valores de linha de base ou 59% dos valores de HFD de controlo no SD8. Estes dados mostraram que o tratamento de cisteamina resultou numa redução dependente de dosagem destes valores de LDH quando comparados aos coelhos de controlo alimentados com a HFD.
Os dados mostram que o tratamento de coelhos alimentados com uma HFD com bitartarato de cisteamina a 75 ou 250 mg/kg/dia IP num plano Q8H resultou numa melhoria em níveis de transaminase (AST) hepática, um importante marcador de inflamação e dano hepático em NAFLD. O tratamento de cisteamina foi também associado com alterações benéficas no colesterol total, colesterol LDL e LDH de marcadores séricos bioquímicos. Considerados em conjunto, os dados suportam as conclusões de que 52 o tratamento de cisteamina pode conferir benefícios clínicos em doentes humanos com NAFLD, tal como NASH.
Estudo de 8 Semanas. A finalidade deste estudo foi avaliar os efeitos do tratamento de cisteamina num modelo animal de NAFLD e NASH, em que coelhos brancos macho da Nova Zelândia são alimentados com uma dieta hiperlipídica (HFD) contendo 20% de óleo de milho e 1,25% de colesterol para produzir características clínicas e histológicas características de NAFLD e NASH. A concepção de estudo incluiu cinco grupos de oito coelhos. Dois grupos de controlo não receberam cisteamina na sua água de beber: um grupo de controlo que foi alimentado com comida de coelho convencional e outro grupo de controlo que foi alimentado com a HFD. Em três grupos de coelhos alimentados com a HFD, introduziu-se bitartarato de cisteamina na água de beber a concentrações calculadas para distribuir 25, 75 ou 250 mg/kg/dia. A água de beber foi preparada fresca, diariamente, com base na informação de estabilidade de temperatura ambiente para bitartarato de cisteamina ao longo desta gama de concentração.
As observações durante o estudo incluíram pesos corporais duas vezes por semana, consumo de comida e água diário e observações clínicas diárias. As amostras sanguíneas foram recolhidas antes do início do estudo e nas semanas 2, 4, 6 e 8 para um painel completo de parâmetros de hematologia e um painel seleccionado de químicas séricas, incluindo ALT, AST, amilase, lipase, colesterol total, triglicéridos, LDH, colesterol HDL e colesterol LDL. 53
Em todos os grupos que receberam a HFD, começaram a ser observados por volta do meio da semana 8, observações clínicas tais como revestimentos ásperos e comportamento tranquilo, enquanto começaram a surgir antecipadamente sinais de icterícia, no meio da semana 6. Alguns animais apresentaram urina com cor escura ou vermelha nestes mesmos prazos, sugerindo possíveis obstruções biliares (colestase). Em todo o estudo, os animais na HFD apresentaram muito mais frequentemente fezes moles comparados aos animais na dieta padrão. Os animais na HFD também apresentaram caracteristicas histológicas sugestivas de NAFLD. Três animais no Grupo 4, o grupo de cisteamina de dosagem média, morreram no estudo ou foram sacrificados moribundos no SD 51, 55 e 56. Um animal no Grupo 5, o grupo de alta dosagem, foi sacrificado moribundo no SD 55. Estas mortes no estudo pareceram estar associadas com NAFLD avançada.
Os dados de peso corporal mostraram que os animais na dieta padrão e na HFD ganharam peso, aproximadamente, à mesma velocidade durante as primeiras 6 semanas do estudo. No entanto, começando pela semana 7, os animais na HFD começaram a perder peso comparados à dieta padrão. Os pesos corporais dos animais tratados com cisteamina pareceram paralelos aos dos animais de HFD de controlo. Os dados de consumo alimentar mostraram que os animais alimentados com a HFD consumiram menos comida do que os na dieta padrão após a primeira semana do estudo, o que seria esperado devido ao teor calórico superior da HFD. 0 consumo alimentar dos grupos tratados e do grupo de controlo de HFD foi semelhante. Por volta da semana 6, os animais na HFD consumiram apenas cerca de 15 a 30% da quantidade de alimentos consumidos por animais na dieta padrão com base na área sob a curva (AUC). 54
Os dados de consumo de água seguiram um padrão semelhante. Todos os animais na HFD consumiram menos água do que os na dieta padrão, presumivelmente devido a um teor de humidade superior na HFD. Com base nas AUC, o grupo de HFD de controlo consumiu cerca de 65% da água consumida pelos animais na dieta padrão. Os grupos que beberam água contendo cisteamina consumiram cerca de dois terços da água consumida pelo grupo de controlo de HFD. Estes dados sugeririam que a água contendo cisteamina pode ter sido menos saborosa do que a água de controlo para estes coelhos.
Os dados de hematologia não revelaram alterações farmacologicamente importantes em todo o estudo. Existiu uma tendência para contagens ligeiramente aumentadas de leucócitos (WBC) nos coelhos de controlo alimentados com HFD comparados aos controlos de dieta padrão, principalmente devido a linfócitos. Os grupos tratados com cisteamina foram semelhantes ao grupo de controlo de HFD.
Os dados de química sérica reflectiram diferenças nos animais de controlo alimentados com a HFD comparados aos animais de controlo de dieta padrão. No fim do estudo (semana 8), os animais de controlo de HFD no Grupo 2 possuíam aumentos em AST (2,6 vezes), lipase (6,6 vezes), colesterol (64 vezes), triglicéridos (3,8 vezes), LDH (3 vezes), colesterol HDL (2,3 vezes) e colesterol LDL (55 vezes) comparados aos valores de controlo de dieta padrão (Grupo 1) . Os valores de amilase e ALT foram inalterados. A AST é considerada ser um melhor marcador de inflamação hepática do que a ALT. Às 8 semanas, animais de controlo alimentados com a HFD possuíam um valor médio de AST de 55 117,1 U/L, um aumento de 2,6 vezes comparado a animais de controlo alimentados com uma dieta padrão, como mostrado na Figura 5. No entanto, os valores médios de AST nos grupos de tratamento de cisteamina de baixa dosagem (25 mg/kg/dia) e de alta dosagem (250 mg/kg/dia) foram diminuídos comparados aos animais de HFD de controlo. Os animais do Grupo 3 (25 mg/kg/dia) possuíam um valor médio de AST de apenas 62,5 U/L, uma diminuição de 1,9 vezes relativa ao grupo de controlo de HFD, uma redução de 47%. Do mesmo modo, os animais do Grupo 5 (250 mg/kg/dia) possuíam um valor de AST médio de apenas 75,7 U/L, uma diminuição de 1,6 vezes relativa a controlos de HFD, uma redução de 35%. Dadas as dificuldades em avaliar a distribuição de fármaco fornecendo cisteamina na água de beber, é notório que estas diminuições em valores de AST estavam associadas com dois dos três grupos de tratamento de cisteamina. Foram também verificadas diminuições semelhantes em AST no estudo piloto.
Como observado no estudo piloto, as diminuições em LDH foram também observadas neste estudo em animais tratados com cisteamina. Como mostrado na Figura 6, na semana 8, o valor médio de LDH foi 375 U/L nos de animais de controlo de HFD do Grupo 2. A exposição a cisteamina resultou numa diminuição em valores de LDH nos três níveis de dosagem nos animais tratados comparados aos controlos de HFD do Grupo 2. No Grupo 5, o grupo de alta dosagem (250 mg/kg/dia), o valor médio de LDH na semana 8 foi 140 U/L, aproximadamente idêntico ao valor médio de LDH de grupo de controlo de dieta padrão do Grupo 1 de 125,6 U/L. Esta diferença entre o valor de LDH de controlo de HFD e o valor de cisteamina de alta dosagem (250 mg/kg/dia) foi estatisticamente significativa pelo teste U de Mann-Whitney, 56 ρ = 0,03. Estes dados mostraram que o tratamento de cisteamina reduziu acentuadamente o aumento em LDH provocado pela HFD. E igualmente reconhecido que os niveis de colesterol HDL são indicadores positivos de perfis lipídicos saudáveis. Os coelhos são conhecidos por serem um modelo particularmente bom para perfis lipidicos humanos devido a possuírem razões de linha de base semelhantes às encontradas em humanos e são considerados um bom modelo de doença cardiovascular humana. Portanto, foi notável que neste estudo, os animais tratados com a cisteamina de alta dosagem (250 mg/kg/dia) mostraram um aumento benéfico em colesterol HDL comparado a ambos do grupo de controlo de dieta padrão assim como ao grupo de controlo de HFD, como mostrado na Figura 7. Na semana 8, o valor médio de colesterol HDL no grupo de 250 mg/kg/dia de cisteamina foi 58,3 mg/dL, um aumento de 1,6 vezes sobre o valor médio de controlo de HFD de 36,9 mg/dL e um aumento de 3,7 vezes sobre o valor de dieta padrão de controlo de 15,7 mg/dL.
Considerados em conjunto, os dados recolhidos neste estudo de 8 semanas mostram que os coelhos alimentados com a HFD desenvolveram características clínicas e serológicas associadas com doença hepática consistente com NAFLD e NASH. A dosagem de cisteamina nas garrafas de água resultou igualmente em distribuição variável do fármaco aos animais tratados. Contudo, verificou-se que dois dos mesmos marcadores químicos séricos que foram melhorados no estudo piloto foram também melhorados neste estudo de 8 semanas na presença de cisteamina: AST e LDH. Estas foram consideradas descobertas importantes dado que a AST é considerada ser o melhor marcador de inflamação em NASH humana e que as reduções em LDH também reflectem, provavelmente, menos 57 inflamaçao e, animais. igualmente, protecçao de citotoxicidade
Outra descoberta notável neste estudo a o tratamento de cisteamina foi associado com nos níveis de colesterol HDL sérico. longo prazo um aumento : nestes foi que benéfico
Lisboa, 16 de Julho de 2013 58

Claims (13)

  1. REIVINDICAÇÕES 1. Cisteamina incluindo sais para utilização no tratamento de um doente que sofre de esteato-hepatite não alcoólica (NASH).
  2. 2. Cisteamina para utilização de acordo com a reivindicação 1 que é cisteamina ou um sal de cisteamina.
  3. 3. Cisteamina para utilização de acordo com as reivindicações 1 ou 2, em que a cisteamina é administrada numa dose diária total de i) 0,5-2, 0 g/m2, ou ii) 0,5-1,0 g/m2.
  4. 4. Cisteamina para utilização de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 3, em que a cisteamina é administrada numa frequência de: i) quatro ou menos vezes por dia; ou, ii) três vezes por dia; ou, iii) duas vezes por dia; ou, iv) uma vez por dia.
  5. 5. Cisteamina para utilização de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 4, numa forma de dosagem de libertação retardada ou numa forma de dosagem de libertação controlada.
  6. 6. Cisteamina para utilização de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 5, resultando em qualquer dos seguintes: 1 i) melhoria em fibrose hepática comparada a níveis anteriores à administração da cisteamina; ii) uma redução em teor de gordura do fígado; ou iii) uma redução na incidência ou progressão de cirrose, ou iv) uma redução na incidência de carcinoma hepatocelular, ou v) uma diminuição em níveis de aminotransferase hepática comparada a níveis anteriores à administração da cisteamina, ou vi) uma redução em níveis de ferritina sérica comparada a níveis anteriores ao tratamento com a cisteamina.
  7. 7. Cisteamina para utilização de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 5, resultando numa resposta bem sucedida a terapia que é uma redução no nível de aminotransferase hepática.
  8. 8. Cisteamina para utilização de acordo com a reivindicação 6 ou 7, em que a aminotransf erase hepática é seleccionada do grupo consistindo de aspartato aminotransferase e alanina aminotransferase.
  9. 9. Cisteamina para utilização de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 8, em que o doente é uma criança ou um adolescente.
  10. 10. Utilização de uma cisteamina ou de um sal de cisteamina para preparação de um medicamento para tratamento de esteato-hepatite não alcoólica (NASH). 2
  11. 11. Utilização da reivindicação 10, em que o medicamento é uma forma de dosagem de libertação retardada.
  12. 12. Utilização da reivindicação 10 ou 11, em que a cisteamina ou sal de cisteamina é administrada numa frequência de duas vezes por dia.
  13. 13. Cisteamina para utilização de acordo com qualquer uma das reivindicações 1-5, em que a cisteamina é administrada numa frequência de duas vezes por dia. Lisboa, 16 de Julho de 2013 3
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