PT1725192E

PT1725192E - Aparelho para mistura e descarga de cimento ósseo

Info

Publication number: PT1725192E
Application number: PT05715842T
Authority: PT
Inventors: David Foster
Original assignee: Summit Medical Ltd
Priority date: 2004-03-08
Filing date: 2005-03-08
Publication date: 2010-08-11
Also published as: JP4339378B2; SI1725192T1; US20070297271A1; US7841763B2; ES2345989T3; GB0405203D0; EP1725192B1; JP2007527756A; AU2005220029A1; GB2411849B; ATE467401T1; EP1725192A1; DE602005021203D1; CA2557455A1; PL1725192T3; NZ549195A; WO2005084591A1; GB2411849A; CN100566679C; CY1111049T1

Description

DESCRIÇÃO "APARELHO PARA MISTURA E DESCARGA DE CIMENTO ÓSSEO"

CAMPO DA INVENÇÃO A invenção refere-se a um aparelho para mistura de cimento ósseo e descarga do cimento ósseo misturado desde um recipiente de mistura para um dispositivo de descarga, tal como uma seringa ou seringas. A técnica anterior mais próxima é o documento US-A-6062722 que define o preâmbulo da reivindicação 1.

ANTECEDENTES DA INVENÇÃO 0 cimento ósseo ortopédico é utilizado em muitos processos cirúrgicos em todo o mundo para reter próteses de anca, joelho e outras próteses metálicas numa posição anatómica apropriada. 0 cimento ósseo ortopédico também é utilizado em processos, tais como vertebroplastia, que é utilizada para tratar osteoporose, uma doença que conduz à perda óssea progressiva, dando origem, anualmente, a uma fraqueza estrutural e fragilidade esquelética em centenas de milhares de pessoas em todo o mundo. 0 processo de vertebroplastia implica a injecção de cimento ósseo por meio de uma agulha ou seringa num corpo vertebral de um doente, estabilizando, reforçando e aumentando a resistência, desse modo, do osso e aliviando dores de costas crónicas e impedindo a continuação de lesões vertebrais. 1

De um modo convencional, podem utilizar-se vários tipos diferentes de cimento ósseo numa forma pó/líquido; sendo os três tipos principais utilizados para vertebroplastia, por exemplo, sulfato de cálcio, fosfato de cálcio e variações de polimetilmetacrilato (PMMA). Também se desenvolveram fórmulas especiais de PMMA que podem incluir, por exemplo, a adição de bário (e. g., para utilização com raios X) e a adição de hidroxiapatita (e. g.f para promover crescimento ósseo).

Dado que se utilizam diferentes tipos de cimento ósseo em diferentes processos e dado que estes diferentes tipos de cimento ósseo podem ter propriedades físicas diferentes (e. g., viscosidade), o aparelho e método de preparação do cimento ósseo também variam. A Patente N° GB 2276560 descreve um dispositivo de mistura de cimento ósseo compreendendo uma cuba de mistura com uma tampa tendo um manipulo estendido para o exterior desde a mesma. Uma palheta de mistura, compreendendo um veio e aletas estendidas para o exterior desde o mesmo, estende-se para dentro da cuba desde a tampa. Um mecanismo multiplicador de velocidade é proporcionado entre a palheta e a tampa para que, quando a pega roda, a palheta também rode. A roda motriz do mecanismo multiplicador também é levada a rodar e movimenta a roda motriz que faz rodar o veio da palheta em torno do seu próprio eixo quando a palheta se movimenta em torno da cuba. O documento WO95/22402 descreve um dispositivo para mistura e distribuição de cimento ósseo, compreendendo uma câmara de mistura, um elemento de mistura e um meio de accionamento para fazer rodar o elemento de mistura. O meio de accionamento pode ser um manipulo que se pode movimentar axialmente em relação à 2 câmara de mistura para que um mecanismo de engrenagens entre o manipulo e o elemento de mistura transforme o movimento axial do manipulo na rotação do elemento de mistura. 0 dispositivo pode ser utilizado em associação com uma seringa para que o cilindro da seringa forme o corpo da câmara de mistura e um êmbolo está montado, de modo a poder deslizar numa extremidade do cilindro, para ejectar o cimento misturado. A Patente US n° 5876116 descreve um aparelho integrado de mistura e descarga de cimento ósseo para utilização em processos cirúrgicos de fixação de próteses a um osso ou estrutura de articulação para melhorar a resistência, rigidez e movimento do osso/estrutura de articulação. 0 aparelho é utilizado para misturar os componentes de cimento ósseo e aplicar o cimento ósseo misturado num local desejado. 0 aparelho compreende uma câmara de mistura que está combinada, integralmente, com uma câmara ou tubo de distribuição da(o) qual uma extremidade incorpora uma porta de saída de distribuição de cimento. As duas câmaras podem movimentar-se entre duas posições alternadas, uma primeira posição em que cada câmara está vedada em relação à outra e uma segunda posição em que as duas câmaras comunicam directamente entre si. A câmara de mistura é, por conseguinte, accionada independentemente da câmara de distribuição para preparar o cimento ósseo que é, depois de preparado, transferido da câmara de mistura através da câmara ou tubo de distribuição para utilização imediata.

De um modo convencional, para vertebroplastia, o cimento ósseo é preparado imediatamente antes de cada processo por mistura manual de um pó e um líquido numa cuba utilizando uma espátula ou semelhante e, depois, transfere-se o cimento ósseo 3 misturado para uma seringa ou pistola de aplicação para ser aplicado.

Um método convencional para executar vertebroplastia utilizando um cimento ósseo de baixa viscosidade, tal como PMMA, implica misturar um pó e líquido numa cuba aberta com uma espátula, depois, despejar, raspar ou aspirar a mistura para dentro de uma seringa para ser injectado manualmente num corpo vertebral deformado. Deste modo, o cimento ósseo pode estabilizar e reforçar o osso, aliviando, desse modo, as dores de costas crónicas e impedindo a continuação de lesões vertebrais por reforço do osso fracturado.

Um método alternativo de execução de vertebroplastia compreende misturar os componentes num agitador e, depois, aspirá-los, por meio de um conector, para dentro de uma seringa de 10 mL ou uma seringa de 220 mL que é, em seguida, utilizada para encher seringas de diversos tamanhos. Após o enchimento das seringas, uma agulha de biopsia ou uma agulha de biopsia com um cateter pode ser ligada à seringa e a mistura de cimento ósseo injectada na vértebra do doente.

Um método adicional de execução de vertebroplastia implica misturar o líquido e pó num agitador ou numa cuba aberta com uma espátula (como antes), aspirar ou despejar a mistura numa seringa de 10 mL que é utilizada com uma pistola de aplicação, depois, ligar uma agulha de biopsia ou uma agulha de biopsia com um cateter à seringa e injectar a mistura de cimento ósseo na vértebra do doente.

Assim, embora, de um modo convencional, a mistura de cimento ósseo possa ser conseguida utilizando vários aparelhos e 4 métodos diferentes, não há aparelhos disponíveis que permitam uma mistura e descarga rápida, simples e eficaz de cimento ósseo directamente numa variedade ou pluralidade de seringas.

De um modo geral, a transferência manual de cimento ósseo misturado da cuba de mistura ou agitador para as seringas é um processo sujo e demorado. Estes métodos também têm outras desvantagens na medida em que as emissões de gases geradas durante a mistura do cimento ósseo podem ser problemáticas para os operadores nos campos ortopédico e radiológico.

Um primeiro aspecto da presente invenção proporciona um aparelho para mistura e descarga de compostos de cimento ósseo, compreendendo uma primeira extremidade e uma segunda extremidade, estendendo-se um eixo longitudinal entre a primeira extremidade e a segunda extremidade, uma região de mistura, pelo menos, uma porta de saída e um meio de válvula para impedir ou permitir a comunicação entre a região de mistura e, pelo menos, uma porta de saída, em que a, pelo menos uma, porta de saída, está situada entre a referida primeira extremidade e referida segunda extremidade e em que a referida válvula é móvel ao longo do referido eixo longitudinal entre uma primeira posição, na qual a válvula impede a comunicação entre a região de mistura e a, pelo menos uma, porta de saída e uma segunda posição, em que a válvula permite a comunicação entre a região de mistura e a, pelo menos uma, porta de saída, caracterizado por o aparelho compreender, ainda, uma base, que permite que o aparelho seja auto-estável, e em que a base está associada à válvula, para que o movimento da base provoque o movimento da válvula.

Embora as seringas a encher possam ser acopladas directamente à(s) porta(s) de saída, numa forma de realização 5 preferida, proporcionam-se meios de ligação na(s) porta(s) de saída para a ligação de seringas. Estes meios de ligação podem compreender válvulas para impedir ou permitir o escoamento através dos meios de ligação desde a(s) porta(s) de saída até à(s) seringa(s). em alternativa, as portas de saída podem ser bloqueadas por meio da utilização de obturadores que são colocados nas portas de saída. Os meios de ligação podem ser proporcionados em diferentes tamanhos ou na forma de um adaptador para seringas de diferentes tamanhos.

Dado que o aparelho da presente invenção pode ser utilizado em associação com uma pluralidade de adaptadores de diferentes tamanhos, é possível encher um leque variado de seringas de diferentes tamanhos utilizando o mesmo aparelho. Além disso, dado que o aparelho da presente invenção pode compreender mais do que uma porta de saída, pode encher-se uma pluralidade de seringas (com o mesmo tamanho ou tamanhos diferentes) ao mesmo tempo, a partir do mesmo lote de cimento ósseo misturado.

Apesar de o utilizador poder avaliar se a válvula está na posição aberta ou fechada, numa forma de realização preferida, o aparelho da presente invenção compreende meios para posicionar a válvula na primeira posição e/ou meios para posicionar a válvula na segunda posição.

Numa forma de realização preferida, o aparelho da presente invenção também compreende meios para impedir que a válvula seja removida acidentalmente da segunda extremidade do aparelho. Numa forma de realização, estes meios compreendem, pelo menos, um batente de fim de curso que é proporcionado na superfície exterior da válvula e que está encostado a uma superfície 6 oposta, tal como uma saliência, que é proporcionada na superfície interior do aparelho. 0 aparelho da presente invenção compreende uma base, que permite que o aparelho seja auto-estável, aumentando, assim, a facilidade de utilização. Devido ao facto de a(s) porta(s) de saída ser(em) proporcionada(s) entre a primeira e segunda extremidades, a base pode ser proporcionada na segunda extremidade do aparelho. A base pode, por conseguinte, funcionar como um suporte no qual o aparelho é colocado e pode fazer parte do ou ser acoplada ao aparelho e/ou à válvula. A base também pode estar associada à válvula, para que o movimento da base provoque o movimento da válvula. Numa forma de realização preferida, a rotação da base provoca um movimento longitudinal ou axial da válvula. Isto ajuda, desse modo, a manipular a válvula no interior do aparelho e proporciona um meio simples para movimentar a válvula ao longo do eixo longitudinal do aparelho. É possível proporcionar mais do que uma porta de saída entre a primeira extremidade e a segunda extremidade, permitindo, desse modo, a ligação de uma pluralidade de seringas para que o operador possa encher mais do que uma seringa de cada vez. Deste modo, a presente invenção consegue uma transferência mais facilitada de cimento misturado para mais seringas de descarga ou semelhantes, num tempo, sujidade e esforço mínimos.

Assim, a presente invenção proporciona um aparelho para mistura e descarga de cimento ósseo para a ou as seringas, relativamente simples, de baixo custo e eficaz, proporcionando também, ao mesmo tempo, uma acção de mistura melhorada e gerando emissões mínimas de gases. 7

As formas descritas apenas anexo. de realização preferidas irao, a titulo de exemplo, recorrendo aos desenhos em agora, ser A FIG. 1 é uma vista lateral do aparelho de mistura e descarga, de acordo com uma primeira forma de realização da invenção, com a válvula na primeira posição. A FIG. 2 é uma vista lateral do aparelho de mistura e descarga, de acordo com uma primeira forma de realização da invenção, com a válvula na segunda posição. A FIG. 3 é uma vista lateral da válvula posicionada no interior do aparelho numa forma de realizaçao preferida. A FIG. 4 é uma vista lateral do aparelho de mistura e descarga, de acordo com uma segunda forma de realização da invenção. A FIG. 5 é uma vista em perspectiva de uma válvula e recipiente de mistura preferidos que mostra uma característica de engate unidireccional. A FIG. 6 é uma vista em perspectiva de uma base preferida. A FIG. 7 é uma vista lateral do aparelho de mistura e distribuição, de acordo com uma segunda forma de realização da invenção, gue ilustra um êmbolo.

DESCRIÇÃO DETALHADA DA INVENÇÃO A presente invenção é útil com muitos tipos diferentes de cimento ósseo e tipos e tamanhos de seringas.

As figuras 1 e 2 mostram uma forma de realização do aparelho 10 de mistura e descarga. O aparelho 10 de mistura e descarga compreende uma primeira extremidade 14, que se situa, de um modo geral, na posição mais elevada, quando o aparelho está a ser utilizado e uma segunda extremidade 16, que se situa na posição mais baixa quando o aparelho está a ser utilizado, estendendo-se um eixo (L) longitudinal entre a primeira extremidade 14 e segunda extremidade 16. O aparelho define um recipiente 12 de mistura e descarga. Numa forma de realização, este compreende uma região 13 de mistura em forma de cuba, na primeira extremidade 14, que comunica com uma região 17 cilíndrica de descarga, na segunda extremidade 16.

Durante a utilização, o operador pode segurar o aparelho numa mão, enquanto mistura com a outra. Em alternativa, a utilização pode ser simplificada ao colocar o aparelho na vertical sobre a base 40 plana, que é proporcionada na segunda extremidade 16 ou extremidade situada numa posição mais baixa, do aparelho. Isto proporciona uma maior estabilidade durante a mistura e descarga. O recipiente 12 de mistura e descarga compreende, pelo menos, uma porta 20 de saída situada no lado do recipiente entre a primeira extremidade 14 e a segunda extremidade 16. O aparelho 10 de mistura e descarga compreende, ainda, um meio para, selectivamente, impedir ou permitir a comunicação 9 entre a região 13 de mistura e a porta 20 de saida. Nesta forma de realização, o meio compreende uma válvula 30 cilíndrica que está colocada na região 17 de descarga e se pode movimentar axialmente entre uma primeira posição (figura 1), na qual se impede a comunicação entre a região 13 de mistura e porta 20 de saída porque a válvula 30, na realidade, bloqueia a porta 20 de saída e uma segunda posição (figura 2), na qual se permite a comunicação entre a região 13 de mistura e a porta 20 de saída porque a válvula 30 já não bloqueia a porta 20 de saída. Podem utilizar-se válvulas com outras formas, desde que a válvula possa ser movimentada entre uma posição "aberta" (figura 2) e "fechada" (figura 1). A superfície exterior da válvula 30 também pode compreender um ou mais vedantes 39 de atrito bidireccionais moldados, como mostrado na figura 3, que formam uma vedação entre a válvula 30 e a superfície interior da região 17 de descarga do recipiente 12. Uma extremidade (i. e., a primeira extremidade 32 ou extremidade situada numa posição mais elevada) da válvula é afunilada, nesta forma de realização, de modo a coincidir com a forma de uma palheta e/ou raspador, minimizando, desse modo, desperdícios e melhorando os efeitos de mistura.

Antes da mistura, a válvula do aparelho é colocada na primeira posição pelo operador, movendo a válvula ao longo do eixo longitudinal na direcção da primeira extremidade do aparelho. Depois de a válvula ter atingido a primeira posição, um batente 38 de fim de curso, proporcionado na segunda extremidade inferior da válvula 30, fica encostado à segunda extremidade inferior do recipiente, posicionando, desse modo, a válvula na primeira posição e impedindo a continuação do movimento da válvula dentro do recipiente. A extremidade superior da válvula funciona, em seguida, como um elemento de fecho para a região 13 de mistura, isolando esta região 10 relativamente à região 17 de descarga e à(s) porta (s) de saída na parede da região 17 de descarga.

Os componentes de cimento ósseo a misturar são, depois, colocados na região 13 de mistura do aparelho por uma porta de entrada (não mostrada), que é proporcionada na primeira extremidade 14 do recipiente.

Os componentes podem, depois, ser misturados manualmente, utilizando uma espátula ou semelhante ou, em alternativa, como mostrado nas figuras 1 e 2, o aparelho pode compreender ainda uma tampa 60, que está adaptada para ser encaixada na primeira extremidade 14 do recipiente 12 de mistura e vedá-la. A tampa pode ser encaixada na primeira extremidade do recipiente de mistura e bloqueada na posição devida de várias formas, tais como com meios de grampo ou meios de enroscamento. A tampa 60 pode ser utilizada em associação com um manipulo 70 que está montado, de modo a poder rodar, na tampa 70 e estende-se para o exterior desde a mesma e uma palheta "descentrada", tal como a divulgada no documento GB 2276560, em que a rotação do manipulo faz rodar a palheta em torno da cuba e também em torno do seu próprio eixo. Também, como divulgado no documento GB 2276560, nesta forma de realização, o lado inferior da tampa está, de um modo preferido, dotado com uma cremalheira 64 dentada circular, fixa, disposta coaxialmente em relação ao eixo rotacional do manipulo 70. A palheta 72 de mistura pode compreender lâminas 76 de mistura estendidas radialmente e estar montada num veio 74 disposto coaxialmente em relação ao eixo rotacional do manipulo 70 e estendido desde o seu lado inferior. Uma roda 75 dentada pode ser acoplada firmemente à parte superior do veio 74 para ficar engrenada na cremalheira 64 11 dentada. A tampa 60 está, de um modo preferido, dotada com um vedante (não mostrado) para criar uma vedação entre a tampa 60 e o recipiente 12 de mistura. A presente invenção pode compreender, ainda, uma palheta 78 raspadora que ajuda a diminuir desperdícios ao mesmo tempo que também melhora o efeito de mistura. A palheta 78 raspadora, mostrada nas figuras 1 e 2, tem um perfil relativamente fino para penetrar no cimento, mas tem a forma de uma palheta de modo a auxiliar a acção de mistura e, além disso, para se estender para fora da parede interna da região 13 de mistura, para raspar cimento da superfície interior da cuba. A palheta raspadora está acoplada ao mecanismo de engrenagem para que, quando o manipulo é rodado durante a mistura, a palheta raspadora rode em torno da cuba de mistura em contra-rotação com o veio 74 de palheta de mistura. A palheta raspadora foi construída, de um modo preferido, de modo a ter uma curva externa segundo a direcção radial que acompanha, essencialmente, a forma da superfície interior da região 13 de mistura e um perfil interno segundo a direcção radial que é curvo de modo a passar pela palheta 72 durante a rotação. O perfil da palheta 72 de mistura na região 13 de mistura é, de um modo preferido, tal que irá empurrar o cimento para baixo, na direcção do fundo da região 13 de mistura, quando os componentes são misturados. Quando os dois componentes são misturados, o volume do cimento diminui e, quando completamente misturado, o cimento estará apto a ser acomodado no interior da região 17 cilíndrica de distribuição.

Em qualquer momento até esta acção, pode acoplar-se uma seringa ou seringas 19 à porta 20 de saída, directamente ou, se 12 desejado, por meio de meios de ligação (não mostrados) . Os meios de ligação podem compreender uma válvula para bloquear ou permitir o escoamento de cimento para a seringa.

Em alternativa, pode ligar-se um simples meio de obturação à(s) porta(s) de saída do aparelho para bloquear as portas de saída às quais as seringas vão ser ligadas.

Os meios de ligação também podem ser proporcionados em diferentes tamanhos ou na forma de um adaptador para seringas de diferentes tamanhos. Devido a esta característica, o aparelho da presente invenção permite encher uma pluralidade de seringas de diferentes tamanhos, sendo múltiplas seringas cheias ao mesmo tempo e a partir do mesmo lote de cimento misturado.

Após a mistura do cimento ósseo e ligação das seringas ou obturadores ao aparelho, o operador, em seguida, movimenta a válvula 30 para a segunda posição (figura 2), movimentando a válvula 30 ao longo do eixo longitudinal e afastando-a da região 13 de mistura do recipiente. Os batentes 37 de fim de curso, proporcionados na superfície exterior da válvula, acabam por entrar em contacto com uma superfície de encosto, e. g., uma saliência 33, proporcionada na superfície interior da região 17 de descarga do aparelho (como mostrado na figura 3), proporcionando, desse modo, meios de posicionamento da válvula na segunda posição. Nesta altura, a válvula não pode continuar a ser movimentada nesse sentido, impedindo-se, também, desse modo, que a válvula 30 seja involuntariamente removida do aparelho. A válvula, nesta posição, funciona como um elemento de fecho da região de descarga, para que o cimento não possa sair do aparelho por esta extremidade. 13

Depois de a válvula estar na segunda posição e já não bloquear a(s) porta(s) de saída, permite-se a comunicação entre a região 13 de mistura e a porta 20 de saída e o cimento ósseo misturado pode escoar-se para fora da região 13 de mistura do cimento, para a porta 20 de saída sob a acção da força de gravidade. O operador, em seguida, retrai o êmbolo da(s) seringa(s) 19 acoplada(s) para retirar o cimento ósseo misturado para dentro da(s) seringa(s) 19, que fica pronta a ser utilizada. Se o cimento for mais viscoso, o operador também pode retirar a tampa do aparelho e forçar a descida do cimento para a região de descarga do aparelho utilizando um êmbolo (tal como o descrito posteriormente) ou mesmo uma espátula. Após o enchimento da(s) seringa(s), o operador pode movimentar a válvula, fazendo-a regressar para a primeira posição (figura 1), fechando, desse modo, a(s) porta(s) 20 de saída e impedindo o derrame de cimento ósseo quando a(s) seringa(s) é(são) desmontada(s) do aparelho. Isto também permite o enchimento de um segundo conjunto de seringas depois de o primeiro conjunto ser desmontado do aparelho.

Em seguida, descreve-se uma segunda forma de realização preferida da invenção recorrendo às figuras 4 a 7. As características correspondentes são descritas com algarismos de referência semelhantes. A figura 4 mostra uma segunda forma de realização do aparelho 10, tendo uma primeira extremidade 14 e uma segunda extremidade 16. O aparelho compreende um recipiente 12 cilíndrico oco (também mostrado na figura 5) com uma região 13 de mistura e uma porta ou portas 20 de saída disposta(s) no lado do recipiente entre a primeira extremidade 14 e a segunda extremidade 16. 14 A válvula 30 tem, de novo, uma forma cilíndrica e pode ser movimentada ao longo do eixo (L) longitudinal do aparelho entre uma primeira posição (figura 4) , em que se impede a comunicação entre a região 13 de mistura e a porta 20 de saída, e uma segunda posição (figura 7), em que se permite a comunicação. A superfície exterior da válvula também pode compreender meios de vedação, tais como junta(s) 72 circular(es) tórica(s), como mostrado nas figuras 4 e 7. A junta 72 circular tórica proporciona uma melhor vedação, para que nenhum dos componentes saia da região 13 de mistura para a região 17 de descarga e/ou porta(s) de saída quando estão a ser misturados e também impede a entrada de ar na região de mistura. Deste modo, a junta circular tórica ajuda a proporcionar um cimento de melhor qualidade. Também se podem proporcionar meios de vedação alternativos na superfície exterior da válvula e/ou na superfície interior da região 17 de descarga para impedir a entrada de ar na região 13 de mistura e para impedir a saída de cimento ósseo ou componentes de cimento ósseo por misturar ou misturados da região 13 de mistura.

Como descrito em relação à primeira forma de realização, antes de misturar os componentes de cimento ósseo, a válvula 30 do aparelho é colocada na primeira posição pelo operador. Isto pode, de novo, ser conseguido ao empurrar a válvula ao longo do eixo longitudinal do recipiente, no entanto, na forma de realização mostrada nas figuras 4 a 7, o movimento controlado da válvula ao longo do eixo longitudinal é conseguido por meio de rotação de uma base 440 (à qual a válvula está associada) relativamente ao recipiente 12. 15

Como mostrado na figura 4, a base 440 está posicionada na segunda extremidade 16 do aparelho de mistura, envolvendo a segunda extremidade 16 do recipiente 12 e uma rosca 34, formada na superfície exterior da válvula 30 ou do batente 38 de fim de curso da válvula 30 (figura 5), é complementar de uma rosca 42 formada na superfície interior da base 440 (figura 3) e coincide com a mesma. Assim, a rotação da base movimenta a válvula ao longo do eixo longitudinal do aparelho.

Meios para impedir a rotação da válvula 30 em relação ao recipiente 12 de mistura e meios de posicionamento da válvula 30 na primeira posição (figura 4) ou segunda posição (figura 7) são proporcionados nesta forma de realização por intermédio de uma ‘característica de engate unidireccional'. Esta característica de engate é formada por engate de uma projecção 36, formada na superfície exterior da válvula 30, numa abertura 24, no lado do recipiente 12 de mistura, como mostrado na figura 5. Esta característica limita o movimento da válvula 30 ao longo do eixo longitudinal do aparelho 10 ou recipiente 12, ao mesmo tempo que também impede a remoção involuntária da válvula da segunda extremidade 16 do aparelho.

Depois de o operador ter colocado a válvula na primeira posição (figura 4) e a região de mistura ficar isolada da região 17 de descarga e da(s) porta (s) 20 de saída, os componentes de cimento ósseo a misturar são, em seguida, colocados pelo operador no recipiente 12 de mistura, por meio da porta 18 de entrada, que se encontra na primeira extremidade 14 situada numa posição mais elevada do aparelho.

Os componentes de cimento são, depois, misturados, manualmente ou utilizando uma tampa com um manipulo e uma 16 palheta, como descrito no documento GB 2276560 e em relaçao à primeira forma de realização.

Em qualquer momento até esta acção, a ou as serinqas 19 ou o ou os obturadores (não mostrado) podem ser acoplados à(s) porta(s) 20 de saída, como descrito anteriormente. Também como descrito anteriormente, os meios de liqação também podem ser proporcionados em diferentes tamanhos ou na forma de um adaptador para serinqas de diferentes tamanhos.

Depois de os componentes estarem totalmente misturados, o operador, em sequida, roda a base 440 no sentido oposto ao anterior. A válvula, por consequinte, move-se ao longo do eixo longitudinal até que a projecção 36 do engate fique encostada à extremidade da abertura 24, impedindo a continuação de qualquer movimento nesse sentido e posicionando, desse modo, a válvula na segunda posição (figura 7). Nesta altura, permite-se a comunicação entre a região 13 de mistura e a(s) porta(s) 20 de saída.

Em algumas situações, tal como pode ser o caso com misturas de cimento ósseo particularmente viscosas, a gravidade por si só pode não ser suficiente para forçar o deslocamento do cimento ósseo misturado desde a região de mistura para a vizinhança da porta de saída. Por conseguinte, o aparelho pode compreender, ainda, um meio 80 de êmbolo, como mostrado na figura 7.

Após o movimento da válvula para a segunda posição, o operador retira a tampa 60 e insere o êmbolo 80 no recipiente 12, na primeira extremidade 14, forçando, desse modo, o deslocamento do cimento ósseo misturado na direcção da vizinhança da porta 20 de saída. 17

De modo a ajudar a inseri-lo no recipiente, o êmbolo pode compreender uma rosca 82, formada na sua superfície exterior, que é complementar de uma rosca 22 (como mostrado na figura 5) formada na superfície interna do recipiente 12 de mistura e coincide com a mesma. Esta é, de um modo preferido, a mesma rosca que é utilizada para fixar a tampa no lugar. Por conseguinte, ao rodar o êmbolo 80, o êmbolo 80 avança para o interior do recipiente ao longo do eixo longitudinal.

Como mostrado na figura 7, a primeira extremidade 84 do êmbolo que entra, em primeiro lugar, no recipiente 12 é substancialmente plana, sendo o seu perímetro 86 externo recortado para se afunilar, afastando-se da superfície de extremidade. Assim, quando o êmbolo é totalmente inserido no aparelho de mistura e descarga, a primeira superfície 84 de extremidade substancialmente plana do êmbolo 80 estabelece contacto com a superfície 332 de extremidade substancialmente plana da válvula 30 e força o deslocamento de qualquer cimento ósseo misturado remanescente para uma pequena área 88 disponível entre a borda 86 afunilada do êmbolo 80 e a superfície 332 de extremidade da válvula 30. Devido ao mínimo espaço livre disponível, esta concepção, desse modo, minimiza o desperdício quando o êmbolo é totalmente inserido no recipiente 12 de mistura. O êmbolo também pode compreender ranhuras (não mostradas) que se estendem longitudinalmente ao longo da sua superfície exterior entre a sua primeira extremidade 84 e a sua segunda extremidade 89, para que o ar deslocado desde a região de mistura, devido à entrada do êmbolo na região de mistura, se possa escapar para fora da primeira extremidade 14 do aparelho. Em alternativa, essas ranhuras podem estar presentes nas paredes 18 interiores do próprio aparelho. Numa outra configuração, o êmbolo pode ter orifícios na sua primeira 84 e segunda 89 extremidades para que o ar entre o êmbolo e o cimento ósseo misturado possa ser evacuado. Devido a estas configurações, o ar não fica aprisionado no aparelho com o cimento ósseo e, portanto, não é transferido para as seringas quando o cimento é descarregado.

Depois de o cimento ósseo atingir a vizinhança da porta de saída, a(s) seringa(s) pode (m) , então, ser cheia(s), ficando prontas a ser utilizadas. Como descrito acima, a válvula pode ser recuada para a primeira posição após o enchimento das seringas, assegurando, desse modo, a inexistência de derrames depois do desacoplamento das seringas. Isto também permite um possível segundo enchimento de seringas.

Lisboa, 2 de Agosto de 2010 19

Claims

REIVINDICAÇÕES 1. Aparelho (10) para mistura e descarga de compostos de cimento ósseo, compreendendo: uma primeira extremidade (14) e uma segunda extremidade (16), estendendo-se um eixo (L) longitudinal entre estas, uma região (13) de mistura, pelo menos, uma porta (20) de saída e um meio (30) de válvula para impedir ou permitir a comunicação entre a região (13) de mistura e, pelo menos, uma porta (20) de saída, em que a, pelo menos uma, porta (20) de saída está situada entre a referida primeira extremidade (14) e referida segunda extremidade (16) e em que a referida válvula (30) é móvel ao longo do referido eixo (L) longitudinal entre uma primeira posição, na qual a válvula (30) impede a comunicação entre a região (13) de mistura e a, pelo menos uma, porta (20) de saída, e uma segunda posição, em que a válvula permite a comunicação entre a região (13) de mistura e a, pelo menos uma, porta (20) de saída, caracterizado por o aparelho compreender ainda uma base (440), que permite que o aparelho seja auto-estável e, em que, a base (440) está associada à válvula, para que o movimento da base (440) provoque o movimento da válvula (30). 1
2. Aparelho da reivindicação 1, compreendendo ainda meios de ligação proporcionados na porta ou portas (20) de saída para a ligação de seringas (19).
3. Aparelho da reivindicação 2, em que os meios de ligação compreendem válvulas para impedir ou permitir o escoamento através dos meios de ligação desde a porta ou portas (20) de saída até às seringas (19).

4. Aparelho de qualquer das reivindicações 2 ou 3, em que os meios de ligação são proporcionados na forma de um adaptador para seringas (19) de diferentes tamanhos.

5. Aparelho de qualquer reivindicação anterior, compreendendo ainda meios para posicionar a válvula (30) na primeira posição e/ou meios para posicionar a válvula (30) na segunda posição.

6. Aparelho de qualquer reivindicação anterior, compreendendo ainda meios para fixar a válvula (30) à segunda extremidade (16) do aparelho (10).

7. Aparelho da reivindicação 6, em que os referidos meios de fixação da válvula (30) à segunda extremidade (16) do aparelho (10) compreendem, pelo menos, um batente (37) de fim de curso que é proporcionado na superfície exterior da válvula (30) e que está encostado a uma superfície (33) oposta na superfície interior do aparelho (10).

8. Aparelho da reivindicação 1, em que a base (440) é proporcionada na segunda extremidade (16) do aparelho. 2

9. Aparelho da reivindicação 8, em que a base (440) funciona como um suporte no qual o aparelho (10) pode ser colocado na vertical.

10. Aparelho de qualquer das reivindicações 8 ou 9, em que a base faz parte do ou está acoplada ao aparelho (10) e/ou à válvula (30).

11. Aparelho da reivindicação 1, em que a rotação da base (440) provoca um movimento longitudinal ou axial da válvula (30), ajudando, desse modo, a manipular a válvula (30) no interior do aparelho (10) e proporcionando um meio para movimentar a válvula (30) ao longo do eixo (L) longitudinal do aparelho (10) . Lisboa, 2 de Agosto de 2010 3 1/7

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