PT1689951E - Procedimento de realização duma peça em betão e peça assim realizada - Google Patents

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PT1689951E PT04805843T PT04805843T PT1689951E PT 1689951 E PT1689951 E PT 1689951E PT 04805843 T PT04805843 T PT 04805843T PT 04805843 T PT04805843 T PT 04805843T PT 1689951 E PT1689951 E PT 1689951E
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Description

DESCRIÇÃO
PROCEDIMENTO DE REALIZAÇÃO DUMA PEÇA EM BETÃO E PEÇA
ASSIM REALIZADA A invenção tem por objecto um procedimento de realização duma peça em betão e incide especialmente sobre uma peça em betão munida duma gaiola de ferragem apresentando múltiplas vantagens e permitindo, em particular, aumentar consideravelmente o nivel de solicitação a partir do qual fissuras prejudiciais se podem formar.
Sabe-se que o principio do betão armado assenta sobre a associação de dois materiais tendo propriedades complementares, o betão que apresenta uma resistência à compressão importante, mas uma resistência à tracção muito fraca, e o aço, que apresenta uma excelente resistência à tracção e se encontra protegido da corrosão ao ar quando ele é embebido no betão. Os dois materiais tendo, além disso, coeficientes de dilatação vizinhos, a sua associação permitindo realizar peças compósitas tendo as qualidades de durabilidade do betão e podendo, no entanto, resistir a momentos ou esforços de flexão. Uma tal peça comporta, com efeito, sob o efeito das solicitações aplicadas, duas partes situadas dum lado e doutro dum eixo neutro, respectivamente uma parte comprimida submetida a esforços de compressão absorvidos principalmente pelo betão e uma parte estirada submetida a esforços de tracção absorvidos principalmente por pelo menos uma armadura longitudinal estirada da gaiola de ferragem embebida no betão.
Esta gaiola de ferragem comporta habitualmente, duas camadas de barras longitudinais, estendendo-se respectivamente ao 1 longo da face estirada e da face comprimida da peça e ligadas por armaduras transversais chamadas estribos.
No entanto, para ficar ao abrigo do ar e evitar a corrosão, as armaduras devem estar situadas a uma distancia mínima da face externa da peça, chamada <<distância de revestimento>>.
Quando as armaduras são constituídas, habitualmente por barras redondas, os estribos são fios de mais fraco diâmetro que enrolam em torno das barras e é portanto em relação a estes estribos que é necessário deixar uma distância mínima de revestimento, o que aumenta a distancia entre o centro de gravidade da barra longitudinal e a face de paramento correspondente.
Para reduzir esta distância a sociedade requerente já propôs, no documento FR-A-2 814 480, utilizar como barras de armadura bandas planas com uma secção transversal rectangular determinada, como habitualmente, em função dos esforços induzidos pela solicitação aplicada sobre a peça. Por esse facto os estribos, constituídos igualmente por bandas planas, podem ser soldados sobre as faces internas das barras longitudinais, o que permite, para resistência igual, diminuir a espessura global da peça. A utilização de barras de armadura de secção quadrada ou rectangular já havia sido prevista no documento GB-A-410 886. Neste caso, contudo, os estribos transversais enrolam ainda em torno das barras longitudinais que são munidas, sobre uma face lateral, de partes em saliência formando batentes permitindo solidarizar o conjunto. O documento US-A-887 863 descreve igualmente uma gaiola de ferragem constituída por barras planas de secção rectangular e descreve um procedimento segundo o preâmbulo da 2 reivindicação 1 e uma peça em betão segundo o preâmbulo da reivindicação 10. Neste caso, para reduzir a quantidade de metal necessário, realiza-se uma gaiola de forma triangular com, na parte estirada, duas armaduras inferiores afastadas uma da outra e, na parte comprimida, uma única armadura superior. Cada armadura inferior compreende uma banda plana longitudinal estendendo-se sobre todo o comprimento da peça e perpendicular à face de paramento desta, esta banda longitudinal estando associada a varias bandas de comprimentos diferentes comportando cada uma parte central acoplada à banda longitudinal e duas partes inclinadas que formam estribos de ligação com a armadura superior e que são torcidas por rotação em volta do seu eixo longitudinal, a fim de permitir a mudança de orientação e a fixação destas partes inclinadas sobre a armadura superior igualmente constituída por uma banda plana perpendicular à face de paramento da peça.
Além disso, esta torcedura assegura a ancoragem no betão destas partes inclinadas que resistem aos esforços cortantes e se afastam em direcção das extremidades da peça, na parte superior desta. Por causa dos comprimentos diferentes das bandas ancoradas, a espessura do aço resistindo aos esforços de tracção é mais importante na parte central e diminui para as extremidades.
Assim, a peça é mais fortemente armada nas partes as mais solicitadas, o que permite globalmente, reduzir a quantidade de aço necessária. 0 documento DE-A-35 41 875 prevê igualmente utilizar como armaduras bandas planas torcidas por rotação em torno do seu eixo longitudinal, mas com a finalidade de realizar uma parede de câmara forte, capaz de resistir aos riscos de perfuração e de explosões. 3
Segundo o documento, a gaiola de ferragem comporta duas camadas espaçadas de barras planas entrecoronhaadas, entre as quais são colocadas duas outras camadas entrecoronhaadas de barras planas dobradas sobre todo o seu comprimento.
Este documento tem portanto por objecto realizar assim uma parede espessa extremamente resistente, que não se comporta absolutamente como uma peça clássica em betão armado do tipo habitual, tal como uma laje ou uma trave, devendo resistir nomeadamente aos esforços de flexão.
Ora, sabe-se que enquanto as solicitações aplicadas não ultrapassam um certo limite, uma peça em betão armado comporta-se como uma peça compósita deformando-se em bloco com transferência de esforços entre os dois componentes. Para isso procura-se, habitualmente, melhorar a ligação de transferência entre a armadura e o betão, por exemplo utilizando barras ditas de alta aderência, que são onduladas sobre todo o seu comprimento. Por outro lado, as extremidades destas barras são habitualmente encurvadas para formar coronhas de ancoragem que aumentam o comprimento da armadura embebida no betão e, por consequência, o comprimento da transferência dos esforços internos entre a armadura e o betão.
No entanto, sob o efeito das solicitações, não se pode evitar uma deformação da peça com um alongamento da parte estirada que provoca o aparecimento de fissuras no betão de revestimento. Estas fissuras, inevitáveis na prática, podem ser admitidas enquanto a sua largura for bastante fraca, por exemplo inferior a 3/10 de milímetro, para interditar a penetração de ar e de água até ao contacto com a armadura.
No entanto se a carga ultrapassa um certo limite as fissuras alargam-se e a parte livre, de fraco comprimento, da armadura 4 estirada que se estende entre as faces opostas duma fissura, suporta sozinha o alongamento correspondente à espessura desta fissura, enquanto as partes vizinhas estão bloqueadas no betão. A tendência ao alongamento da face estirada sob o efeito das solicitações aplicadas concentra-se portanto sobre as partes livres da armadura, e, por causa do seu fraco comprimento, o alongamento aplicado pode fazer ultrapassar o limite elástico do metal, o que provoca a constrição da armadura e a ruina da obra. A invenção tem por objecto um novo procedimento de realização de peças moldadas em betão permitindo resolver tais problemas graças à utilização dum novo tipo de armadura de ferragem, permitindo, em particular, diminuir o risco de fissura para solicitações iguais. Além disso, o procedimento permite melhorar consideravelmente a resistência às solicitações extremas, as peças em betão assim realizadas podendo ter uma grande flexibilidade e beneficiar de um grande coeficiente de segurança entre a aparição das primeiras fissuras e a ruína completa da obra. Uma tal vantagem é particularmente interessante para a construção de obras de arte ou de edifícios em regiões submetidas a um risco sísmico. A invenção aplica-se portanto, duma maneira geral, à realização duma peça em betão segundo a reivindicação 1.
Como se verá mais em detalhe no seguimento, enquanto que a técnica do betão armado tem por objecto, duma maneira geral, solidarizar sobre todo o seu comprimento cada armadura com o betão que a reveste, a fim de realizar uma peça compósita deformando-se em bloco sob o efeito das solicitações, a ideia da invenção é, pelo contrario realizar zonas de bloqueio afastadas, nas quais a armadura, pelo facto dela ser constituída por uma banda plana, toma apoio no betão pela sua face larga, sem risco de ultrapassar o limite admissível de 5 compressão do betão e, a partir dum certo nível de solicitação, deixar a parte da armadura compreendida entre duas zonas de compressão, livre de deslizar ligeiramente em relação ao betão que a reveste, após descolagem deste, a fim que o efeito do alongamento da armadura resultante dos esforços de tracção aplicados seja sempre repartido sobre todo o comprimento compreendido entre duas zonas de bloqueio, o que permite evitar as concentrações de constrangimentos podendo conduzir a uma ruptura da armadura em caso de solicitações extremas.
Com efeito, a largura e a espessura duma armadura longitudinal estirada em forma de banda podem ser determinadas em função do esforço de tracção máximo a absorver, por um lado a fim de obter uma secção transversal suficiente para a absorção do dito esforço máximo mantendo-se no domínio elástico e por outro lado, para que, em cada zona de bloqueio, a parte do betão sobre a qual a banda toma apoio pela sua face larga, seja submetida a um constrangimento de compressão não ultrapassando um limite admissível.
De maneira particularmente vantajosa, a parte central da banda estirada compreendida entre duas partes torcidas é orientada de maneira que a sua face larga seja sensivelmente paralela à face longitudinal estirada da peça.
Num outro modo de realização, que não faz parte da invenção, cada zona de bloqueio é realizada por curvatura da banda plana em torno dum eixo transversal, de maneira a formar uma coronha de ancoragem tomando apoio sobre o betão pela sua face larga.
Mas é possível igualmente realizar uma zona de bloqueio fixando sobre a banda plana; no sítio desejado, pelo menos um troço de barra rígido estendendo-se transversalmente de 6 maneira a tomar apoio no betão dum lado e doutro da banda plana. Este modo de realização também não faz parte da invenção.
Esta barra transversal podendo ser constituída por um filante de repartição.
Com efeito, de maneira clássica, a gaiola de ferragem comporta habitualmente, vários sectores longitudinais ligados entre eles por filantes de repartição constituídos por barras perpendiculares às barras principais longitudinais, o conjunto constituindo uma camada de ferragem.
Estes filantes de repartição podendo ser soldados sobre as barras longitudinais, donde a forma de banda plana permite realizar soldaduras particularmente resistentes.
Cada junção soldada pode constituir uma zona de bloqueio, o filante de repartição tomando apoio no betão dum lado e doutro da barra longitudinal. De resto, habitualmente, cada sector da gaiola de ferragem comporta pelo menos duas barras longitudinais respectivamente comprimida e estirada e ligadas entre elas por estribos de ligação.
De preferência, as armaduras comprimidas são igualmente constituídas por bandas planas.
Do mesmo modo, segundo uma outra disposição vantajosa, que não faz parte da invenção, os estribos de ligação podem ser constituídos cada um pelo menos por uma banda plana solidarizada com as armaduras por cordões de soldadura ou partes colada estendendo-se sobre um comprimento igual à largura da banda, e portanto, particularmente resistentes. 7
Além disso, cada banda constituindo um estribo é inclinada em relação à direcção da barra estirada e o conjunto da junção soldada entre estas duas bandas planas de orientação diferente, forma uma espécie de cunha tomando apoio sobre o betão.
Por esse facto, cada zona de bloqueio entre a armadura estirada e o betão pode ser constituída por uma junção de solidarização entre esta armadura estirada e um estribo de ligação em forma de banda.
Mas a utilização de bandas planas para realizar pelo menos as armaduras estiradas dá ainda outras possibilidades.
Assim, para formar uma zona de bloqueio, a armadura estirada em forma de banda pode ser fendida axialmente sobre um certo comprimento, as duas partes da banda assim constituídas sendo afastadas uma da outra para formar uma abertura de passagem transversal de pelo menos um troço de barra rígida susceptível de tomar apoio sobre o betão dum lado e doutro da banda longitudinal, no sentido oposto ao esforço de tracção aplicado sobre a armadura longitudinal. Este modo de realização não faz parte da invenção.
Esta barra rígida pode ser um filante de repartição atravessando a banda longitudinal no plano desta, ou então um simples troço de barra atravessando a banda longitudinal perpendicularmente ao seu plano.
De resto, a utilização de bandas planas permite múltiplas possibilidades de comcretização do procedimento segundo a invenção.
Em particular, cada armadura longitudinal pode comportar pelo menos duas bandas acopladas estendendo-se longitudinalmente sensivelmente no filante uma da outra e submetidas a esforços de tracção em sentidos opostos, as duas bandas acopladas sobrepondo-se sobre um certo comprimento e terminando respectivamente, dum lado e doutro da sobreposição, por duas coronhas viradas uma para a outra, que têm assim tendência a aproximarem-se sob o efeito dos esforços de tracção opostos aplicados sobre as duas bandas correspondentes, induzindo a colocação em compressão dum núcleo de betão compreendido entre as duas coronhas, sobre o dito comprimento de sobreposição.
No caso habitual em que a gaiola de ferragem é constituída por sectores paralelos ligados por filantes de repartição, estes últimos podem passar no interior das coronhas de dois sectores vizinhos de maneira a transmitir à parte de betão compreendida entre os ditos sectores, os esforços de compressão induzidos, em cada sector, pela tendência de aproximação das coronhas opostas.
Segundo uma disposição particular, as duas bandas acopladas formando a armadura longitudinal da cada sector da gaiola, podem constituir dois ramos duma banda única terminando por coronhas opostas e formando um anel entre dois níveis afastados, de maneira a envolver um núcleo de betão posto em compressão por aperto do dito anel sob o efeito de esforços de tracção aplicados em sentidos opostos sobre os dois ramos da armadura longitudinal.
De maneira particularmente vantajosa, em cada sector, a armadura longitudinal pode ser constituída por uma série de bandas consecutivas tendo cada uma duas extremidades encurvadas em forma de coronha, as coronhas adjacentes de duas bandas consecutivas sendo colocadas uma ao lado da outra sobrepondo-se parcialmente de maneira a limitar um espaço de passagem, no sentido transversal, de pelo menos um troço de 9 barra formando uma chaveta de ligação entre duas bandas consecutivas. A armadura longitudinal comporta-se então como uma cadeia estirada duma série de aneis formados cada um por uma banda e ligados dois a dois por pares de coronhas adjacentes com chavetas entre elas.
Num outro modo de realização igualmente vantajoso, em cada sector, a armadura longitudinal compreende um empilhamento de bandas planas, dispostas sobre pelo menos dois níveis sobrepostos, respectivamente um primeiro nível, o mais próximo duma face longitudinal estirada da peça comportando uma banda, com duas extremidades em forma de coronhas viradas para o interior da peça e pelo menos um segundo nível comportando pelo menos duas bandas sensivelmente paralelas dispostas lado a lado com, cada uma, duas extremidades em forma de coronhas, respectivamente interna e externa, e as ditas bandas do segundo nível sobrepondo-se sobre um certo comprimento, de maneira que as suas extremidades internas em forma de coronhas sejam viradas uma para a outra. A peça comporta assim pelo menos uma parte formando um núcleo compreendido entre as coronhas internas das duas bandas e posto em compressão pela tendência de aproximação uma para a outra das ditas coronhas internas sob o efeito de esforços de tracção aplicados em sentidos opostos sobre as bandas correspondentes, e duas partes extremas compreendidas cada uma entre as coronhas externas das bandas do primeiro e do segundo nível e postas em compressão pela tendência de aproximação para o interior de cada coronha externa da banda do primeiro nível sob o efeito de tracção suportado pela dita banda. É assim possível colocar em compressão o conjunto do betão da peça.
Mas a invenção permite ainda outras disposições e cobre numerosas características vantajosas que aparecerão na descrição que vai seguir-se de certos modos de realização 10 dados a título de exemplos não limitativos ilustrados nas figuras 1 a 8, 19 e 20 anexas. As figuras 9 a 17 mostram modos de realização, nos quais as zonas de bloqueio não são formadas por partes torcidas de bandas planas. Por consequência, estas figuras 9 a 17 não formam parte da invenção. A figura 1 é uma vista esquemática, em corte longitudinal, duma peça em betão realizada segundo a invenção. A figura 2 é uma vista parcial em corte transversal segundo II-II da figura 1. A figura 3 é uma vista em perspectiva duma parte torcida da armadura. A figura 4 é uma vista em corte, segundo um plano mediano transversal, da parte torcida. A figura 5 é uma vista parcial, em perspectiva duma parte em forma de coronha. A figura 6 é uma vista parcial de lado, duma coronha dupla. A figura 7 é uma vista em corte longitudinal duma peça realizada segundo uma variante da invenção. A figura 8 mostra, em perspectiva, uma parte torcida aplicada ao modo de realização da figura 7. A figura 9 mostra, em corte longitudinal, uma peça realizada segundo uma outra variante, que não faz parte da invenção.
As figuras 10 e 11 mostram, em corte longitudinal outras variantes que não fazem parte da invenção, com varias camadas de armaduras. A figura 12 mostra, em corte longitudinal, uma peça do tipo representado na figura 10, com uma armadura em forma de anel fechado. A figura 13 é uma vista em perspectiva duma armadura em anel fechado. A figura 14 mostra, em corte longitudinal, uma outra variante que não faz parte da invenção, com uma armadura em forma de cadeia. 11 A figura 15 mostra, em perspectiva, a junção entre dois elementos da armadura do tipo representado na figura 14.
As figuras 16, 17 e 18 mostram, em perspectiva, outros modos de realização duma zona de bloqueio. A figura 19 mostra, em perspectiva, uma zona de bloqueio em forma de coronha. A figura 20 mostra, em perspectiva, um outro modo de realização duma extremidade de armadura em forme de coronha.
Nas figuras 1 e 2, representou-se, respectivamente em corte longitudinal e em corte transversal, uma peça em betão realizada segundo a invenção.
Como habitualmente, esta peça em betão 1 que constitui, no exemplo representado nos desenhos, uma laje tendo duas faces planas, respectivamente inferior 20 e superior 21, é uma peça moldada realizada por vazamento duma massa de betão 2 numa cofragem, após colocação nesta duma gaiola de ferragem 3 comportando duas camadas de armadura, respectivamente inferior 30 e superior 30', sensivelmente paralelas às duas faces da laje 1. A gaiola de ferragem 3 é constituída, normalmente por vários sectores S1,S2,.„ centrados, respectivamente, em planos P1,P2 paralelos a um eixo longitudinal da peça 1, quer dizer ao plano da figura 1, e compreendendo cada um uma armadura longitudinal inferior 31 e uma armadura longitudinal superior 31' que são ligadas entre elas, no plano P1,P2 do sector S1,S2 por armaduras transversais chamadas estribos, que não são representadas nas figuras 1 e 2.
Além disso, os diferentes sectores S1,S2... da gaiola são ligados entre eles por filantes transversais 32,32' perpendiculares ao plano da figura 1. 12
Como se sabe, sob o efeito, por exemplo duma carga vertical M aplicada sobre a face superior 20', a peça em betão 1 pode ser dividida em duas partes situadas dum lado e doutro dum eixo neutro 10 respectivamente uma parte comprimida 11' compreendida entre o eixo neutro 10 e face 21 sobre a qual são aplicados os esforços e uma parte estirada 11 estendendo-se até à face 20 oposta aos esforços.
Todas estas disposições são clássicas e não necessitam uma descrição detalhada.
No entanto, a gaiola de ferragem 3 distingue-se das gaiolas realizadas habitualmente pelo facto de que, segundo uma disposição descrita no pedido de patente FR-A-2 814 480 do mesmo inventor, pelo menos as armaduras longitudinais 31 situadas na parte estirada 11 da peça e estendendo-se a uma fraca distancia de revestimento da face inferior 20, são constituídas por barras metálicas planas 4 de secção rectangular, com uma face larga 41 e uma face estreita 42, cada barra plana sendo assim constituída por uma banda metálica com uma largura 1 sensivelmente superior à sua espessura e.
De preferência, as armaduras comprimidas 31' são igualmente constituídas por barras planas mas, por economia, poder-se-ia utilizar barras redondas clássicas.
Como indica a patente precedente FR-A-2 814 480 do mesmo inventor, a secção transversal (lxe) da banda 4 é calculada, de maneira clássica, em função dos esforços de tracção a suportar tendo em conta as solicitações aplicadas sobre a peça 1. Na realidade, sob o efeito da carga M, a peça 1 tem tendência a flectir ligeiramente, cada armadura longitudinal 31 da camada inferior 30 sendo submetida a um esforço de tracção que tende a alonga-la. 13
Na técnica clássica do betão armado, utiliza-se, geralmente barras de armadura serrilhadas a fim de melhorar a ligação de transferência entre a armadura e o betão e realiza-se assim uma peça compósita onde se procura habitualmente aumentar a rigidez a fim de evitar a aparição de fissuras prejudiciais. No entanto, não se pode evitar uma deformação mesmo minima da peça com um alongamento das armaduras estiradas bem como do betão que as reveste, cuja resistência à tracção é minima. Resulta portanto a aparição de fissuras a partir duma certa carga.
Na invenção, pelo contrario, não se procura, como habitualmente, solidarizar a armadura com o betão sobre todo o seu comprimento mas, ao contrario, prepara-se no betão 2, ao longo de cada armadura estirada 31, duas zonas de bloqueio B,B' afastadas dum lado e doutro do plano mediano transversal Q da peça, entre as quais se estende uma zona central C na qual a armadura 31 é livre de se alongar sob o efeito dos esforços aplicados, deslizando em relação ao betão que a reveste.
Pelo facto de se utilizar, como armadura longitudinal, bandas planas, cada zona de bloqueio B,B' pode ser realizada simplesmente por desvio da parte correspondente da armadura estirada 31, da qual se faz variar progressivamente e de maneira continua a orientação da sua face larga em relação à face longitudinal estirada 20 da peça a fim que, nesta zona, a banda 4 formando a armadura 31 tome apoio no betão, principalmente pelo seu lado largo 41, no sentido oposto ao esforço de tracção absorvido.
No exemplo de realização representado nas figuras 1 a 4, cada zona de bloqueio B,B' é realizada por uma torcedura da banda 14 4 sobre um certo comprimento LI com uma rotação progressiva da sua face larga 41 em torno do seu eixo longitudinal 40.
No caso representado na figura 3, a banda é torcida sobre uma volta completa. Se se considera uma banda horizontal 4 submetida a um esforço de tracção T dirigido para a direita e tendo uma parte 43 torcida sobre uma volta completa dum lado e doutro dum plano mediano P, o esforço de tracção T aplicado sobre a banda 4 determina, como num saca-rolhas, um apoio desta banda 4 no betão pelas suas duas faces 41,41'. Pelo facto da banda ser plana e tomar apoio pelas suas duas faces largas, o betão não corre o risco de se cortar, o constrangimento de compressão sendo fraco. De resto, a largura 1 da banda 4 pode ser determinada em função das solicitações aplicadas, de maneira a que o constrangimento de compressão aplicado sobre o betão se mantenha inferior a um limite admissível. A banda de armadura 4 assim solidarizada com o betão pelas duas partes torcidas 43,43' que constituem zonas de bloqueio B e B' pode, pelo contrário, alongar-se livremente na sua parte central 44 compreendida entre as duas partes torcidas 43, 43 ' .
De facto, após a betonagem, existe uma ligação de aderência entre o betão e a armadura sobre todo o comprimento desta. No entanto, evita-se, contrariamente à técnica habitual melhorar esta aderência, por exemplo por meio de entalhes.
Na invenção, com efeito, cada banda 4 constituindo uma armadura longitudinal 31 só é solidarizada com o betão nas duas zonas de bloqueio B,B' que são afastadas uma da outra e a tendência de alongamento da armadura sob o efeito da tensão aplicada pode repartir-se uniformemente sobre todo o comprimento L2 da parte central 44 compreendida entre as duas 15 partes torcidas 43,43', esta parte central 44 podendo descolar-se do betão a partir dum certo nível de solicitação.
De facto, o betão 2 não pode deformar-se da mesma maneira que a armadura e não se pode portanto evitar a aparição de fissuras mas este risco de fissuração reparte-se uniformemente sobre todo o comprimento L2 da parte central 44 e as fissuras mais numerosas podem ter uma largura bastante reduzida para não serem prejudiciais.
Deste modo, não é mais necessário, como anteriormente, aumentar a rigidez da peça de betão para diminuir a sua deformação e, ao contrário, podem realizar-se peças em betão relativamente flexíveis.
Quando as solicitações aplicadas se mantêm fracas, a peça comporta-se, como habitualmente, como uma peça compósita, o betão deformando-se da mesma maneira que a armadura. A partir dum certo nível de solicitação, a armadura só se mantêm solidarizada com o betão nas suas partes de bloqueio 43,43' e a sua parte central 44 pode, ao contrário, descolar-se do betão que a reveste e deslizar ligeiramente em relação a este. A tensão, e por consequência a tendência de alongamento da armadura, reparte-se de maneira sensivelmente uniforme sobre todo o comprimento L2 da parte central 44. Evita-se assim uma concentração de constrangimento de tracção sobre um fraco comprimento da armadura e, por consequência, diminui-se o risco de ruptura da armadura ao nível duma fissura, sob o efeito de solicitações excessivas. A titulo de exemplo submeteram-se lajes realizadas segundo a invenção a ensaios de flexão com aumento progressivo da carga aplicada e constatou-se que uma laje assim realizada podia, de maneira surpreendente, admitir uma flecha muito importante 16 antes da ruptura da laje e com fissuras de largura relativamente fracas. É de notar, além disso, que como se havia indicado no pedido de patente FR-A-2814480, a utilização, como armaduras, de bandas planas permite reduzir globalmente a espessura da laje porque os estribos, que são igualmente constituídos por uma banda plana eventualmente ondulada, podem ser soldados sobre a face interna de cada banda cuja face externa só deve estar separada da face de paramento 20 da laje, de uma distancia mínima de revestimento imposta pela regulamentação.
Além disso, numa peça de betão armado realizada de maneira clássica, as barras longitudinais estiradas devem ser encurvadas em forma de coronha nas suas extremidades a fim de aumentar o comprimento de transferência entre a armadura e o betão. Ora, tendo em conta a dureza do aço empregue, a curvatura que se pode dar a uma barra é necessariamente limitada e a regulamentação impõe, de resto, dar à coronha um diâmetro de pelo menos 10 vezes o diâmetro da barra. Por esta só razão, uma peça em betão deve ter uma espessura mínima de doze vezes o diâmetro das barras estiradas à qual é necessário juntar duas vezes a espessura mínima de revestimento.
Se se utiliza, como na invenção, barras planas, estas podem igualmente ser munidas nas suas extremidades, de coronhas 5, da maneira representada em perspectiva na figura 5, mas estas coronhas 5 podem ter um diâmetro interno D mais fraco que no caso duma ou varias barras redondas, dado que a espessura duma banda plana de secção rectangular é inferior ao diâmetro duma ou mesmo varias barras redondas da mesma secção equivalente. 17
Além disso, mesmo que se utilizem aços com limite elástico elevado, a utilização de bandas planas permite reduzir ainda o diâmetro D da parte encurvada porque esta pode ser mais mais facilmente dobrada em torno dum eixo 50 paralelo ao plano da face larga da banda.
Mais ainda, como mostra a figura 20, é possível fazer rodar a coronha em volta dum eixo vertical a fim de reduzir ainda a espessura da laje 1.
Por esta razão, é possível para peso de ferragem igual, realizar peças mais finas que as peças realizadas de maneira clássica em betão armado.
De resto, cada coronha 5 constitui igualmente uma zona Bl de bloqueio no betão 2.
Sendo dado que, segundo a invenção, a armadura longitudinal está ligada ao betão nas zonas de bloqueio 43,5 enquanto que a parte central 44 está livre de se alongar, as solicitações aplicadas pela armadura sobre o betão são mais fortes que no caso duma ferragem clássica onde se procura realizar uma solidarização sobre todo o comprimento da armadura. Bem entendido, isto traduz-se, nas zonas de bloqueio por um esforço de compressão mais importante no betão mas, precisamente, o betão apresenta uma excelente resistência à compressão.
Além disso, não há que temer como no caso duma barra redonda, um efeito de corte do betão, porque a largura 1 de cada barra plana pode ser determinada em função dos esforços aplicados de maneira que o constrangimento de compressão do betão não ultrapasse um limita dado. 18
Pelo facto da banda 4 ser submetida a um esforço importante de tracção T que é encaixado pela zona de bloqueio Bi situada no interior da coronha 5, esta pode ter a tendência de se desenrolar se a aderência entre a barra 4 e o betão não é suficiente.
Para evitar um tal efeito, é possível juntar à coronha 5 uma coronha auxiliar 51 virada no sentido oposto e tendo um diâmetro um pouco mais fraco, a fim de evitar este efeito de desenrolamento. É de notar, de resto, que no modo de realização preferencial representado na figura 1, cada barra estirada 31 constituída por uma banda plana 4 é orientada de maneira que a sua face larga 41 seja sensivelmente paralela à face estirada 20 da peça. Uma tal disposição aumenta a flexibilidade da laje porque a barra 4 assim orientada só apresenta uma fraca resistência à flexão e o encurvamento da peça traduz-se simplesmente por um alongamento da armadura. É possível, no entanto, se se deseja aumentar a resistência à flexão, utilizar bandas 4 orientadas da maneira indicada na figura 7. Neste caso, com efeito, cada banda de armadura 4 á torcida em duas partes 43,43' afastadas uma da outra, mas somente sobre um quarto de volta de tal modo que, na parte central 44' e sobre todo o comprimento desta o lado largo 41 da banda 4 esteja situado num plano ortogonal à face estirada 20 da peça.
Neste caso, o bloqueio da banda 4 no betão é realizado essencialmente ao nível das zonas B1,B1', no interior das coronhas 5,5' preparadas nas extremidades da banda 4, o efeito de bloqueio das partes torcidas 43,43' sendo diminuído. 19
Ao contrário, cada banda de armadura 4 orientada, na sua parte central 44', perpendicularmente à face estirada 20, proporciona por si própria com uma certa resistência à flexão que permite aumentar a rigidez da peça e diminuir a flecha resultante dos esforços aplicados.
Como habitualmente, as barras longitudinais 31,31' das duas camadas, respectivamente inferiores 30 e superiores 30' podem ser ligadas por estribos que, da maneira descrita no documento FR-A-2 814 480, são vantajosamente constituídos por bandas planas onduladas 13 solidarizadas com as armaduras longitudinais, no cimo das ondulações, por soldadura ou colagem.
No entanto, como mostra a figura 9, para a concretização do procedimento, é preferível que as soldaduras entre as bandas onduladas 13 e as bandas 4 constituindo as armaduras estiradas 31, sejam efectuadas somente na proximidade das duas extremidades da peça 1 de maneira que a parte central 44 de cada banda 4 possa alongar-se livremente.
Pelo contrário, os estribos podem ser soldados ou colados sobre as barras comprimidas 31' na parte superior da cada ondulação. Para isso, é preferível que cada barra comprimida 31' seja igualmente constituída por pelo menos uma banda plana, a fim de realizar um cordão de soldadura sobre todo a largura da banda ondulada 13. É de notar que cada junção soldada ou colada 34 entre uma barra 4 e a parte correspondente do estribo 13 que forma um ângulo com esta barra 4 constitua, por efeito de cunha, uma zona de bloqueio B. É portanto inútil, neste caso, munir a banda 4 de partes torcidas. Pelo contrário, é vantajoso encurvar as extremidades em forma de coronhas 5 a fim de arranjar, como precedentemente, zonas de bloqueio Bl,Bl' nas duas extremidades da armadura 31. 20
Mas este procedimento pode ser objecto de outras variantes, em particular aproveitando os esforços de apoio exercidos no betão pelas zonas de bloqueio das armaduras longitudinais, por exemplo da maneira representada esquematicamente nas figuras 10 a 20 que ilustram diversas variantes.
Numa primeira variante representada na figura 10, a camada inferior 30 da gaiola de ferragem 3 comporta dois níveis sobrepostos. No nível mais baixo, o mais próximo da face inferior estirada 20 da peça, cada sector da gaiola de ferragem comporta uma armadura longitudinal 31 constituída por uma banda plana que se estende sobre todo o comprimento da peça 1 e cujas extremidades 5,5' são encurvadas em forma de coronhas como indicado precedentemente.
No entanto estas barras longitudinais 31 são associadas a um segundo nível da barras longitudinais decaladas para cima e compreendendo, em cada sector da gaiola, duas barras 33,34 formadas cada uma por uma banda plana e colocadas lado a lado, cada uma destas barras 33,34 sendo munidas de extremidades encurvadas em forma de coronhas 51,51',52,52' .
Além disso, as duas bandas acopladas 33,34 dum mesmo sector são decaladas longitudinalmente uma em relação à outra de maneira que as duas coronhas 51,51'(52,52') preparadas nas extremidades de cada banda 33(34) estejam colocadas a distancias diferentes do plano mediano transversal Q, dum lado e doutro deste.
Assim, a coronha externa 51 da barra 33 colocada à esquerda na figura 10 está mais afastada do plano mediano Q que a coronha externa 51' da mesma banda 31, colocada à direita e a disposição é invertida para a segunda banda longitudinal 34. Por outro lado, os comprimentos das barras longitudinais 21 33,34 são determinados de maneira que as diferentes coronhas 5,51,52 colocadas num mesmo lado do plano mediano transversal Q sejam repartidas sobre um certo comprimento da peça 1 a partir da sua extremidade 11. A peça 1 é assim dividida em varias zonas adjacentes: - uma zona central B3 compreendida entre a coronha interna 51' da armadura longitudinal 33 colocada à direita do plano mediano transversal Q e a coronha interna 52 da armadura 34 colocada à esquerda deste plano; - duas zonas laterais B2,B'2 colocadas respectivamente à esquerda e à direita do plano Q a zona à esquerda B2 sendo compreendida entre a coronha externa 51 da barra 33 e a coronha interna da barra 34 e a zona à direita B'2 entre a coronha externa 52' da banda 34 e a crus interna 51' da banda 33; - duas zonas extremas BI e ΒΊ compreendidas, respectivamente à esquerda e à direita, entre as coronhas 5,5' da banda inferior 31, e as coronhas externas 51,52' das bandas superiores 33,34.
Quando a peça 1 é submetida a uma solicitação tendo tendência a faze-la flectir para baixo, as armaduras longitudinais são submetidas a esforços de tracção e tomam apoio no betão pelas suas extremidades em forma de coronhas que são solicitadas para o interior.
As armaduras longitudinais 33,34 que se sobrepõem na parte central da peça, são estiradas em sentidos diferentes e a zona central de bloqueio B3 é portanto comprimida pela tendência de aproximação duma em relação à outra das coronhas internas 51',52 das duas armaduras 33,34. 22
Do mesmo modo, as coronhas externas 51,52' têm tendência a aproximarem-se do plano Q sob o efeito dos esforços de tracção aplicados sobre as barras 33,34 e as zonas laterais B2,B'2 são assim postas em compressão.
Pelas mesmas razões, as zonas extremas ΒΙ,ΒΊ são igualmente postas em compressão pelas coronhas 5,5' que se opõem aos esforços de tracção aplicados sobre a armadura 31.
Assim, a peça 1 é posta em compressão praticamente sobre todo o seu comprimento pela tendência de aproximação para o interior das coronhas das diferentes armaduras e este efeito de compressão exerce-se sobre toda a espessura do betão limitada pelas coronhas e não apenas, como habitualmente, acima do eixo neutro 10. 0 risco de fissuração da peça, mesmo na vizinhança da face estirada 20 é portanto consideravelmente diminuído e os ensaios de carga efectuados sobre uma peça assim realizada mostraram que uma tal peça podia suportar, antes da ruptura, uma flecha muito importante, e de todo fora do habitual para uma peça em betão armado.
No modo de realização que acaba de ser descrito, a colocação em compressão da zona central B3 da peça entre as coronhas internas 52,51' das duas bandas acopladas 33,34 resulta da sobreposição destas que são estiradas em sentidos opostos dum lado e doutro do plano mediano transversal Q.
No entanto, como mostra a figura 11, a armadura estirada da gaiola 3 pode também ser constituída por um simples empilhamento de bandas longitudinais de diferentes comprimentos, respectivamente uma primeira banda 35 estendendo-se sobre um comprimento li um pouco inferior ao da peça e uma segunda banda 36 estendendo-se sobre um 23 comprimento 12 inferior a 1χ, cada banda sendo munida de extremidades em forma de coronhas viradas para o interior da peça.
Neste caso, igualmente, o betão é colocado em compressão pelas coronhas 5,5',51,51' que absorvem os esforços de tracção aplicados sobre as bandas 35,36 devido à flexão da peça. A este respeito, pode ser vantajoso realizar as bandas em metal tendo caracteristicas mecânicas diferentes de maneira a modular os esforços de compressão aplicados pelas coronhas em função da repartição dos esforços aplicados sobre a peça. É de notar que a utilização de bandas planas como barras de armaduras, permite bastante facilmente fazer variar o seu modo de elasticidade dado que as bandas planas podem ser realizadas por segmentação de chapas e pode-se encontrar no mercado chapas com caracteristicas diferentes enquanto as possibilidades de escolha são muito mais reduzidas para os cilíndricos de betão.
De resto, pelo facto de que, contrariamente à técnica clássica, não se procura solidarizar a armadura com o betão que a reveste, é possível colocar uma contra a outra as duas bandas sobrepostas 31,35 que se comportam então como uma mola de lâminas.
As figuras 12 e 13 mostram uma variante do modo de realização da figura 10 na qual as duas bandas adjacentes 33,34 constituem ramos duma banda única formando um anel fechado, as duas coronhas opostas 51',52 estando ligadas por uma parte 37 da banda situada no nível superior 30' da gaiola 3.
Cada armadura longitudinal é assim constituída por uma banda única 33,37,34 envolvendo um núcleo de betão B3 que é posto 24 em compressão por aperto do anel assim formado sob o efeito de esforços de tracção aplicados em sentidos opostos sobre os dois ramos 33,34 da armadura longitudinal quando a peça 1 é submetida a uma carga vertical. É de notar que neste caso, a parte superior 37 de cada armadura longitudinal em forma de anel pode constituir uma parte da camada superior 30' da gaiola de ferragem 3.
Por outro lado no caso da figura 10 como naquele da figura 12 as coronhas opostas 51',52 que tendem a pôr em compressão um núcleo de betão B3, não são necessariamente afastadas simetricamente dum lado e doutro do plano mediano transversal Q da peça 1. Com efeito, segundo o modo de carregamento da peça, é possível determinar certas partes da peça 1 nas quais os esforços de tracção induzidos no betão pelas solicitações aplicadas são máximos e dispor as armaduras e as suas coronhas de maneira que os esforços de tracção resultantes das solicitações sejam compensados pelo menos parcialmente pela colocação em compressão, nas mesmas zonas, dum núcleo de betão compreendido entre duas coronhas solicitadas uma para a outra pelos esforços de tracção aplicados sobre a armadura.
Duma maneira geral, cada uma das figuras descritas precedentemente mostra um sector da gaiola de ferragem centrado num plano vertical paralelo ao eixo longitudinal e as coronhas preparadas sobre as armaduras de dois sectores vizinhos são colocadas sensivelmente ao mesmo nível de maneira a fazer passar, nas zonas de bloqueio alinhadas dos sectores S1,S2,S3, filantes transversais 32 que são igualmente solicitados para o interior e repartem portanto sobre o betão compreendido entre dois sectores vizinhos, os esforços de compressão aplicados pelas coronhas 5,51,52. Estes filantes de repartição podem ter uma secção redonda ou rectangular, como mostram as figuras. No entanto, a 25 utilização de barras planas permite facilitar a realização dum cordão de soldadura entre as barras longitudinais e transversais.
Num outro modo de realização representado esquematicamente na figura 14, cada armadura longitudinal estirada 6 da gaiola 3 é constituída por uma série de bandas consecutivas 6a, 6b... tendo cada uma duas extremidades encurvadas em forma de coronhas 5a, 5'a, 5b, 5'b... e estas barras são dispostas de maneira que os pares de coronhas adjacentes 5'a,5b de duas bandas sucessivas 6a,6b estejam situadas sensivelmente no mesmo nivel, sobrepondo-se ligeiramente de maneira a envolver um espaço E no qual se faz passar uma barra 38 que pode constituir um filante transversal de repartição.
Cada barra 38 passando num espaço E posta em compressão pelas duas coronhas opostas 5'a,5b constitui uma chaveta de ligação entre duas bandas consecutivas 6a,6b. Cada armadura longitudinal 6 constituída por uma série de bandas 6a, 6b, 6c... comporta-se assim como uma cadeia cujas malhas 6a, 6b, 6c... são estiradas sob o efeito das cargas aplicadas sobre a peça 1.
Mas a invenção não se limita aos detalhes dos diversos modos de realização que acabam de ser descritos, e poderia ainda ser objecto de outras variantes sem se afastar do quadro de protecção da invenção como definido pelas reivindicações.
Por exemplo, cada zona de bloqueio poderia ser obtida simplesmente por meio duma barra transversal passando num orifício preparado sobre a barra de armadura longitudinal.
Com efeito, como se representou na figura 17, a utilização duma banda plana 4 como barra de armadura longitudinal permite preparar nesta uma fissura mediana 45 estendendo-se sobre um certo comprimento e limitando duas partes laterais 26 46,47 que podem ser afastadas uma da outra de maneira a abrir um orifício 45' de passagem duma barra transversal 48. Quando a banda 4 é submetida a um esforço de tracção, por exemplo no sentido da seta indicada na figura 16, ela toma apoio sobre a barra transversal 48 que, ela própria, toma apoio no betão, realizando assim o bloqueio da banda 4.
No caso da figura 16, as duas partes 46,47 da banda são estiradas mantendo-se no plano desta, a barra transversal 48 sendo assim ortogonal a este plano.
Mas é possivel igualmente, como se representou na figura 17, afastar as duas partes 46,47 perpendicularmente ao plano S da banda, para permitir a passagem duma barra transversal 48 que, neste caso, é paralela ao plano da banda. Esta barra poderia portanto constituir um filante transversal 32 de repartição entre vários sectores da gaiola de armadura.
No caso em que a banda é torcida para constituir uma zona de bloqueio, esta parte torcida 43 poderia igualmente ser munida duma fissura mediana permitindo afastar uma da outra as duas partes da banda a fim de proporcionar uma abertura 45' de passagem dum filante de repartição 32, da maneira representada na figura 18.
De resto, como se representou na figura 19, poder-se-ia também melhorar o efeito de bloqueio duma coronha 5 preparando sobre as duas partes desta orifícios 45' de passagem duma barra transversal 52 que, alem disso, impediria a coronha de se desenrolar sob o efeito da tracção aplicada sobre a banda 4. É de notar, de resto, que a utilização de bandas planas 4 para constituir as barras de armadura longitudinais permite fazer variar a orientação da coronha preparada na extremidade 27 duma tal barra. Com efeito, duma maneira geral, a banda plana 4 pode ser facilmente encurvada em torno dum eixo paralelo ao seu plano. Seria portanto possivel, como mostra a figura 20 torcer sobre um quarto de volta a extremidade duma banda 4 de maneira que a coronha 5 rode em torno dum eixo vertical 50. Obter-se-ia assim o mesmo efeito de bloqueio dando à coronha uma altura limitada à largura e da banda 4. Uma tal disposição poderia ser vantajosa para realizar peças particularmente finas ou então, por exemplo, para estreitar as extremidades duma laje Em particular, a utilização duma banda plana 4 permite, em caso de necessidade, fazer variar a orientação desta, como mostra a figura 20, por exemplo, para estreitar certas partes da peça.
Por outro lado, como já indicado, é vantajoso realizar igualmente as armaduras comprimidas 31' sob a forma de bandas planas mas, por economia, poder-se-ia utilizar barras clássicas. vantagens compensam É necessário notar, no entanto, que as proporcionadas pela utilização de barras planas largamente um sobre custo eventual das armaduras. A este respeito, poderia mesmo ser vantajoso realizar barras em aço inoxidável em razão, não somente, da resistência à corrosão que permitiria diminuir a espessura do revestimento mas igualmente duma maior ductilidade, o que aumenta a resistência à fadiga e a capacidade de absorção de energia. Tais vantagens são particularmente interessantes para a realização de obras de arte porque elas melhoram a resistência aos abatimentos e, em certos casos, aos abalos sísmicos.
De resto, para simplificar as figuras, estas representam lajes ou postes planos mas é necessário realçar que a 28 utilização de bandas planas como barras de armaduras apresenta numerosas vantagens para a realização de peças curvas ou mesmo inclinadas. Com efeito, uma banda plana tendo um lado largo paralelo á face de paramento da peça pode seguir facilmente o perfil encurvado desta.
Em particular, é assim possível realizar em plano uma gaiola de ferragem adaptada a uma peça encurvada, uma tal gaiola podendo em seguida tomar naturalmente o perfil do fundo do molde quando ela é colocada neste.
As bandas planas constituindo as armaduras longitudinais e transversais poderiam mesmo ser encurvadas em sentidos opostos de maneira a adaptarem-se a um perfil inclinado no sentido transversal, tal como uma superfície regulada tendo geratrizes transversais não paralelas. É o caso, por exemplo, do alisamento duma ponte inclinada lateralmente dum ângulo variável duma extremidade à outra e cuja ferragem é difícil de realizar pelos métodos clássicos.
Por outro lado, como ela permite realizar peças de betão particularmente flexíveis podendo admitir uma flecha bastante importante, a invenção é especialmente adaptada à realização de obras de travessia enterradas sob um aterro e tendo um perfil encurvado permitindo-lhe deformar-se ligeiramente sob a carga aplicada para tomar apoio pelos seus lados sobre os aterros laterais.
Além disso, como indicado mais acima, as zonas de bloqueio entre as quais o betão é posto em compressão podem ser colocadas em sítios determinados por calculo, nos quais o betão é submetido a um constrangimento de tracção máximo e onde o risco de fissuração é o maior. A invenção permite portanto, a partir dum modelo tipo, adaptar a ferragem de 29 cada peça à repartição previsível dos constrangimentos, tendo em conta as cargas aplicadas.
Por exemplo, sabe-se que se pode distinguir, numa laje ou poste carregados verticalmente de maneira uniforme, uma zona central na qual o esforço de tracção aplicado sobre a face inferior é máximo, duas zonas laterais nas quais a laje é submetida a um efeito de corte e duas extremidades de apoio. No entanto, como indicado precedentemente, a disposição das zonas de compressão não é necessariamente simétrica em relação ao plano mediano da peça.
Graças à invenção será possível, sem complicação da ferragem adaptar esta, em cada parte da peça, aos esforços principais na encaixar, fazendo judiciosamente variar a orientação das bandas planas constituindo as armaduras de maneira a realizar zonas de bloqueio nas partes as mais estiradas, a fim de compensar esta tensão por um efeito de compressão do betão.
Além disso, como indicado mais acima, é possível orientar verticalmente as bandas estiradas da maneira representada na figura 8, para aumentar a resistência à flexão, ou então inclinar as bandas da maneira indicada na figura 20, a fim de resistir melhor aos esforços de corte, ou ainda realizar coronhas horizontais como mostra a figura 20, para diminuir a espessura da peça nos apoios, estas diferentes variantes podendo de resto, ser combinadas.
Além disso, como indicado precedentemente, a disposição das zonas de compressão não é necessariamente simétrica em relação ao plano mediano da peça.
As disposições segundo a invenção permitem portanto fazer variar a forma da gaiola de ferragem de maneira a modular a acção das armaduras em função das solicitações aplicadas em serviço sobre a peça. 30 09-03-2010 31

Claims (19)

  1. REIVINDICAÇÕES 1. Procedimento de realização duma peça em betão (1) munida duma gaiola de ferragem (3) embebida no betão (2) quando do vazamento deste, de modo que, se a dita peça for submetida a uma solicitação, ela comporta, sob o efeito desta, duas partes situadas dum lado e doutro dum eixo neutro, respectivamente uma parte comprimida submetida a esforços de compressão absorvidos principalmente pelo betão (2) e uma parte estirada submetidas a esforços de tracção absorvidos principalmente por pelo menos uma armadura longitudinal (31) da gaiola de ferragem (3), a dita armadura estirada (31) estendendo-se segundo uma direcção longitudinal de aplicação de esforços de tracção a uma curta distancia de revestimento duma face longitudinal estirada (20) da peça (1) e tendo uma secção transversal determinada em função dos esforços induzidos pela solicitação, procedimento no qual a dita armadura estirada (31) compreende pelo menos uma banda plana (4) de secção rectangular, tendo uma face larga (41) e um lado estreito (41') e comportando uma parte central (44) compreendida entre duas partes (43,43') de ancoragem no betão, realizadas cada uma por torcedura da banda (4) sobre um certo comprimento (Ll), com uma rotação progressiva da face larga (41) em torno do eixo longitudinal (40) da banda (4), as duas partes torcidas (43,43') estendendo-se sensivelmente segundo a mesma direcção que a parte central (44) da banda plana (4), paralelamente à face longitudinal estirada (20) da peça (1) e tomando apoio sobre o betão pela face larga (41) da banda (4) no sentido oposto ao esforço de tracção absorvido, preparando no interior da peça (1) duas zonas de bloqueio (B,B') constituídas pelas ditas de partes de ancoragem torcidas (43,43') entre as quais se estende uma zona central de deslizamento (C) na qual a parte central (44) da banda estirada (4) é livre de se alongar sob o efeito dos 1 esforços absorvidos, com uma repartição uniforme da tensão sobre todo o comprimento da dita parte central (44).
  2. 2. Procedimento segundo a reivindicação 1, caracterizado pelo facto de que, a partir dum certo nível de solicitação, a parte central (44) da banda estirada (4) compreendida entre as duas partes torcidas (43,43') se descola do betão que a reveste, deslizando ligeiramente em relação a este.
  3. 3. Procedimento segundo uma das reivindicações 1 e 2, caracterizado pelo facto da largura (1) e a espessura (e) duma armadura longitudinal estirada em forma de banda (4), serem determinadas em função dum esforço de tracção máximo a absorver, por um lado a fim de obter uma secção transversal suficiente para a absorção do dito esforço máximo mantendo-se no domínio elástico e por outro lado, para que, em cada zona de bloqueio (B,B'), a parte do betão sobre o qual a banda (4) toma apoio pela sua face larga (41), seja submetida a um constrangimento de compressão não ultrapassando um limite admissível.
  4. 4. Procedimento segundo uma das reivindicações precedentes, caracterizado pelo facto da parte central (44) da banda estirada (4) compreendida entre duas partes torcidas (43,43') ser orientada de maneira que a sua face larga (41) seja sensivelmente paralela à face longitudinal estirada (20) da peça (1).
  5. 5. Procedimento segundo uma das reivindicações precedentes, caracterizado pelo facto de cada parte de ancoragem torcida (43,43') da banda (4) ser realizada por uma rotação progressiva da sua face larga (41) em torno do seu eixo longitudinal (40), sobre pelo menos um quarto de volta. 2
  6. 6. Procedimento segundo a reivindicação 5, caracterizado pelo facto da parte torcida (43) da banda (4) rodar uma volta completa em torno do seu eixo longitudinal (40).
  7. 7. Procedimento segundo uma das reivindicações 1 a 6, caracterizado pelo facto de cada extremidade da banda plana (4) ser encurvada em torno dum eixo transversal (50) de maneira a formar uma coronha de ancoragem (5) tomando apoio sobre o betão por uma face larga (41).
  8. 8. Procedimento segundo uma das reivindicações precedentes, no qual a gaiola de ferragem comporta duas camadas de armaduras longitudinais, respectivamente (31) na parte estirada e (31') na parte comprimida, caracterizado pelo facto das armaduras longitudinais comprimidas (31') serem igualmente constituídas por barras planas.
  9. 9. Procedimento segundo uma das reivindicações precedentes, caracterizado pelo facto de nas partes torcidas (43,43'), a banda (4) formando a armadura estirada (31) ser fendida axialmente sobre um certo comprimento e as duas partes da banda (46,47) assim constituídas serem afastadas uma da outra para formar uma abertura (45') de passagem transversal de pelo menos um troço (48) de barra rígida susceptível de tomar apoio sobre o betão (2) no sentido oposto ao esforço de tracção aplicado sobre a banda (4) constituindo a armadura longitudinal estirada (31).
  10. 10. Peça em betão (1) munida duma gaiola de ferragem, de modo que, se a dita peça (1) for submetida a uma solicitação, ela comporta, sob o efeito desta, duas partes situadas dum lado e doutro dum eixo neutro, respectivamente uma parte comprimida (C) submetida a esforços de compressão absorvidos principalmente pelo betão (2) e uma parte estirada (T) submetida a esforços de tracção absorvidos principalmente por 3 pelo menos uma armadura longitudinal estirada (31) da dita gaiola de ferragem (3) que se estende, segundo uma direcção longitudinal de aplicação dos esforços de tracção, a uma curta distancia de revestimento duma face longitudinal estirada (20) da peça (1) e apresenta uma secção transversal determinada em função dos esforços induzidos pela solicitação, a dita armadura longitudinal estirada (31) sendo constituída por pelo menos uma banda plana (4) de secção rectangular, com uma face larga (41) e um lado estreito (41'), e comportando uma parte central (44) compreendida entre duas partes (43,43') de ancoragem no betão, realizadas cada uma por torcedura da banda (4) sobre um certo comprimento (Ll) com uma rotação progressiva da face larga (41) em torno do seu eixo longitudinal (40), as duas partes torcidas (43,43') estendendo-se sensivelmente segundo a mesma direcção que a parte central (44) paralelamente à face longitudinal estirada (20) da peça (1) e tomando apoio sobre o betão pela face larga (41) da banda (4), no sentido oposto ao esforço de tracção absorvido, preparando, no interior da peça (1), duas zonas de bloqueio (B,B') constituídas pelas ditas de partes de ancoragem torcidas (43,43') entre as quais se estende uma zona central de deslizamento (C) na qual a parte central (44) da banda estirada (4) é livre de se alongar sob o efeito dos esforços absorvidos, com uma repartição uniforme da tensão sobre todo o comprimento da dita parte central (44).
  11. 11. Peça em betão (1) munida duma gaiola de ferragem segundo a reivindicação 10, caracterizada pelo facto de cada parte torcida (43) da banda (4) rodar pelo menos um quarto de volta em torno do seu eixo longitudinal (40).
  12. 12. Peça em betão (1) munida duma gaiola de ferragem segundo a reivindicação 10, caracterizada pelo facto de cada parte 4 torcida (43) da banda (4) rodar uma volta completa em torno do seu eixo longitudinal (40).
  13. 13. Peça em betão (1) munida duma gaiola de ferragem segundo uma das reivindicações 10,11,12 caracterizada pelo facto de cada extremidade da banda plana (4) ser encurvada em torno dum eixo transversal (50) de maneira a formar pelo menos uma coronha de ancoragem (5) tomando apoio sobre o betão por uma face larga (41) .
  14. 14. Peça em betão (1) munida duma gaiola de ferragem segundo uma das reivindicações 10 a 13, caracterizada pelo facto da parte central (44) da banda plana (4) compreendida entre duas partes torcidas (43,43') ser orientada de maneira que a sua face larga (41) seja sensivelmente paralela à face longitudinal estirada (20) da peça (1).
  15. 15. Peça em betão (1) munida duma gaiola de ferragem segundo uma das reivindicações 10 a 14, comportando em pelo um sector, duas armaduras longitudinais, respectivamente estirada (31) e comprimida (31'), caracterizada pelo facto das armaduras comprimida (31') serem constituídas por bandas planas.
  16. 16. Peça em betão (1) munida duma gaiola de ferragem segundo uma das reivindicações 10 a 15, caracterizada pelo facto de pelo menos as armaduras longitudinais estiradas (31) serem realizadas em aço inoxidável.
  17. 17. Peça em betão (1) munida duma gaiola de ferragem segundo uma das reivindicações 10 a 16, caracterizada pelo facto de cada parte torcida (43) duma armadura longitudinal estirada (31) em forma de banda (4) ser fendida axialmente sobre um certo comprimento e as duas partes de banda (46, 47) assim constituídas serem afastadas uma da outra para formar 5 uma abertura (45') de passagem transversal de pelo menos um troço (48) de barra rígida susceptível de tomar apoio sobre o betão (2) no sentido oposto ao esforço de tracção aplicado sobre a banda (4) constituindo a armadura longitudinal estirada (31).
  18. 18. Procedimento de realização duma peça em betão munida duma gaiola de ferragem segundo uma das reivindicações 10 a 17, caracterizado pelo facto da peça em betão ser encurvada e obtida por vazamento de betão num molde ou cofragem de fundo encurvado, após a colocação no molde da gaiola de ferragem e pelo facto da gaiola de ferragem ser realizada plana e apresentar, por causa da utilização de bandas planas, uma flexibilidade suficiente para tomar, pelo seu próprio peso, a forma encurvada do fundo do molde após a colocação da gaiola (3) neste.
  19. 19. Peça em betão (1) realizada pelo procedimento segundo uma das reivindicações 1 a 9. 09-03-2010 6
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