PT1601456E - Processo para a produção de poliisocianatos - Google Patents
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Description
1
DESCRIÇÃO "PROCESSO PARA A PRODUÇÃO DE POLIISOCIANATOS" A presente invenção é relativa a um novo processo para a produção de isocianatos através da transformação de aminas primárias com fosgénio.
Os poliisocianatos são produzidos em grandes quantidades e servem principalmente como matérias-primas para a produção de poliuretanos. A sua produção é sobretudo realizada pela transformação das respectivas aminas com fosgénio.
Normalmente, a execução em continuo deste processo tem duas etapas. Na primeira etapa da fosgenação, a amina é transformada com fosgénio em cloreto de carbamoílo e cloreto de hidrogénio, e é transformada numa reacção paralela em hidrocloreto de amina. A reacção entre a amina e o fosgénio é muito rápida, fortemente exotérmica e ocorre logo a temperaturas muito baixas. De modo a minimizar a produção de produtos secundários e de sólidos, é assim necessário misturar com rapidez a amina e o fosgénio, eventualmente em mistura com solvente orgânico. Por isso, a primeira etapa de fosgenação ocorre normalmente num órgão misturador, de preferência num injector. A segunda etapa da fosgenação abrange tanto a decomposição do cloreto de carbamoilo no isocianato pretendido e no cloreto de hidrogénio, como também a fosgenação do hidrocloreto de amina no cloreto de carbamoilo. A temperatura da segunda etapa de fosgenação é normalmente mais elevada do que a da primeira. Desenvolveu-se uma série de reactores para a segunda etapa. 2
Sabe-se que, com uma uniformidade da distribuição do tempo de permanência, se atinge melhores resultados de fosgenação com o mesmo tempo de permanência. Por isso, encontram-se já descritos na literatura diversos processos para a produção de isocianatos através da transformação de aminas com fosgénio na fase liquida, mantendo uma distribuição uniforme do tempo de permanência. É possível conseguir uma distribuição uniforme do tempo de permanência através, por exemplo, da utilização de uma cascata de caldeiras de agitação ou da utilização de um reactor tubular. A possibilidade mais simples de utilização de uma cascata como combinação de equipamentos com característica de tempo de permanência em reactor tubular é a fosgenação numa cascata de caldeiras de agitação, como descrito no DE 844 896. Desvantajosa é neste caso a utilização de peças que se movem. Em equipamentos em que circule o fosgénio, dever-se-ia renunciar ao emprego de peças que se movam nos equipamentos, por motivos de segurança, em particular devido ao risco de pontos não vedantes em execuções onduladas. 0 EP 322,647 descreve uma torre de fosgenação com fundos perfurados como peças agregadas destinadas à produção em contínuo de monoisocianatos ou de poliisocianatos. Por meio dos fundos perfurados como peças agregadas, deverá atingir-se uma cascata da corrente, o que leva a uma distribuição mais uniforme do tempo de permanência. Constitui uma desvantagem a tendência de entupimento dos fundos perfurados no funcionamento a longo prazo. 0 EP 716,079 descreve a transformação da amina e do fosgénio numa coluna de bolhas ou num reactor, como reactor 3 tubular, com um reactor colocado no seu seguimento para transformar o hidrocloreto de amina e para reciclar a mistura de reacção. A desvantagem deste processo é um baixo rendimento espaço-tempo devidos às elevadas quantidades recicladas. 0 DE 2,747,524 descreve a fosgenação num reactor tubular, em que a parede do reactor fica de tal maneira quente, sobretudo na zona que se segue à mistura da amina e do fosgénio, que o cloreto de carbamoilo originado não deverá acumular-se junto à parede do rotor. 0 DE 2,112,181 descreve a fosgenação num reactor tubular preenchido com corpos de enchimento em corrente continua, sendo a corrente no reactor tubular mantida no regime de transição entre corrente laminar e corrente pulsada, e em que uma parte da solução de reacção acabada é reciclada para o reactor tubular. É desvantajosa a tendência de entupimento do reactor por deposição de sólidos junto aos corpos de enchimento. 0 DE 2,058,032 descreve uma fosgenação em duas etapas, na qual a fosgenação a quente é realizada num tubo nivelado com agitador incorporado, por exemplo, agitador helicoidal ou transportador de parafuso sem-fim, com possíveis pontos laterais de exaustão de gás. Neste caso também constitui uma desvantagem a utilização de peças que se movem. O DE 949,228 descreve um processo para a produção em contínuo de diisocianatos de núcleo único aromáticos. O processo em contínuo para a produção de isocianatos a partir de aminas primárias com fosgénio é caracterizado por, numa fosgenação a quente/frio em duas etapas, a 4 fosgenação a quente ser realizada numa torre ou num tubo vertical ou na diagonal, mediante a adição de fosgénio gasoso. No entanto, constitui uma desvantagem o mau rendimento espaço-tempo da fosgenação a quente/frio. 0 DE 3,121,036 descreve um processo continuo para a produção de isocianatos, caracterizado por um controlo de temperatura de etapa única numa combinação de injector misturador e reactor tubular. A desvantagem deste processo é que a renúncia a uma desgaseificação intermédia faz com que o volume do reactor tubular seja demasiado grande. 0 US 3,544,612 descreve um processo no qual se produz isocianato em contracorrente num reactor tubular ou numa coluna, através da fosgenação de hidrocloreto de amina, adicionando-se a dispersão de hidrocloreto pelo topo e adicionando-se a solução de fosgénio pelo poço. Para intensificar a transferência de matéria entre a solução de fosgénio e a dispersão de hidrocloreto, recomenda-se placas ou guarnições inertes. A desvantagem do processo é sobretudo a tendência para entupimento das peças agregadas e o longo tempo de fosgenação do hidrocloreto de amina. O DE 1,593,412 descreve um processo para a produção de isocianatos a pressões elevadas numa coluna de destilação. A execução do processo tem de preferência lugar numa coluna de destilação, adicionando-se a alimentação proveniente da fosgenação a frio no terço superior da coluna. No topo da coluna, precipitam-se o cloreto de hidrogénio e em parte o fosgénio. No poço remove-se a solução de isocianato bruto. Recomenda-se corpos de enchimento (anéis de Raschig) como inserções da coluna. A desvantagem do processo é a circulação remisturada do poço e a tendência de entupimento 5 nos corpos de enchimento. Na realização do processo como coluna de chão, tem-se ainda a desvantagem de se ter grandes câmaras de gás não aproveitadas, que fazem com que o processo seja menos compacto. 0 US 3829458 descreve um reactor tubular de circulação em corrente continua com guarnições para a transformação de amina e fosgénio, estando a corrente do reactor no estádio de transição entre laminar e turbulenta. A desvantagem é que as guarnições no reactor de fosgenação são excessivamente susceptiveis a sólidos. 0 DD 300 168 descreve um reactor tubular horizontal com dosagem de amina e fosgénio, sendo o fosgénio injectado acima ou abaixo da amina. A desvantagem está em que, devido à estrutura horizontal simples, se tem por resultado sem mais medidas um grande teor de gás no tubo e uma distribuição relativamente larga do tempo de permanência. Daqui resulta um rendimento espaço-tempo relativamente mau e assim uma construção pouca compacta. A invenção teve por objectivo arranjar um processo para a produção de isocianatos, que conseguisse levar a cabo a reacção ou as reacções resultante(s) com uma grande selectividade e com um elevado rendimento espaço-tempo, tornando possível que o processo fosse estruturado de forma compacta em termos espaciais, e pudesse ocorrer com uma grande segurança de funcionamento em termos de entupimentos.
Foi possível atingir o objectivo por meio de um processo para a produção de poliisocianatos, através da transformação de aminas primárias com fosgénio, englobando 6 as etapas a) mistura da amina com o fosgénio, b) transformação da amina com o fosgénio num reactor de tempo de permanência, eventualmente c) transferência do produto que sai do reactor da etapa b) para uma coluna de destilação, caracterizado por o reactor de tempo de permanência da etapa b) estar concebido como reactor tubular, de acordo com a reivindicação 1.
Existem em principio 4 possibilidades de concepção do reactor tubular. 1. 0 reactor tubular fica predominantemente na vertical e é percorrido no sentido ascendente. A vantagem desta concepção é a corrente contínua de bolhas e líquido e o funcionamento relativamente estável sem estancamento de líquido e cuspidelas. A desvantagem está em que a corrente deverá ter uma certa intensidade para que os sólidos que surgem na fosgenação não sofram sedimentação. isto dá origem a uma área de funcionamento relativamente estreita para o funcionamento normal do reactor tubular. Por exemplo, com carga parcial a intensidade de turbulência seria demasiado baixa. Ocorreria a sedimentação dos sólidos e entupir-se-ia o reactor. 2. 0 reactor tubular fica preponderantemente na vertical e é percorrido no sentido descendente. A vantagem desta concepção é a de os sólidos não poderem sofrer 7 sedimentação. A desvantagem é que o gás e o líquido são conduzidos em contracorrente. Deste modo, pode acontecer que a corrente de líquido seja retida por bolhas gasosas grandes agregadas. 0 equipamento funcionará nesse caso de forma pulsada, o que significa um funcionamento instável indesejado. 3. Através da escolha de um diâmetro tubular pequeno, gera-se uma corrente homogénea. Deste modo, aumenta-se a velocidade do líquido e do gás de tal forma que a corrente é homogeneizada. 0 gás e o líquido circulam de forma uniforme em distribuição através da secção sem formação de uma estrutura em camadas ou de ondulações. 0 conceito "ondulação" trata-se de uma onda de líquido em que, num sistema bifásico, o líquido ocupa toda a secção do tubo. Deste modo, divide-se a fase gasosa no reactor. A vantagem desta concepção é a de não ocorrer sedimentação de sólidos. A desvantagem está em, devido à grande velocidade de circulação, serem necessários tubos de grandes comprimentos, com vista a alcançar o tempo de permanência pretendido. Além disso, com o comprimento do tubo aumenta a perda de pressão de forma linear e até mesmo de forma quadrática com o aumento de si pretendido da velocidade de circulação. Caso, apesar da grande velocidade, ocorram deposições nas paredes, será mais difícil a limpeza do tubo estreito do que de um com uma maior secção. 4. 0 reactor tubular é preponderantemente horizontal. A vantagem desta concepção é a de se impossibilitar a sedimentação de sólidos logo a velocidades de circulação muito baixas. A desvantagem é a de poder ocorrer uma separação de fase instável, o que pode levar, em particular no caso de deflexões, à formação de ondulações no liquido. Por meio de ondulações, que se movem a um múltiplo da velocidade média da corrente, sujeita-se o equipamento a esforços mecânicos consideráveis. No funcionamento a longo prazo, isto pode provocar danos no reactor e nos componentes que lhe estão agregados e levar, em consequência disso, a que o produto escape para o ambiente. Além disso, devido à grande velocidade das ondulações em comparação com a velocidade média da corrente, expande-se a distribuição do tempo de permanência. Conforme os conhecimentos actuais que deram origem à presente invenção, isto leva a um decréscimo da qualidade do produto. Visto que a fase gasosa é impedida de antemão pelas ondulações, forma-se na zona da corrente ondulada uma baixa velocidade de deslizamento e assim um maior volume do gás. Isto leva a uma construção menos compacta e logo mais cara.
Assim sendo, outro objectivo da invenção foi o de conceber o reactor tubular de modo a atingir-se uma distribuição uniforme do tempo de permanência da mistura de reacção, e de modo a ser possível evitar a ocorrência de ondulações no reactor.
De forma surpreendente, este objectivo foi atingido ao prover o reactor tubular de um ou mais segmentos horizontais e/ou verticais, ligados entre si por secções, em que essas secções que fazem a ligação apresentam um diâmetro menor do que o diâmetro do segmento vertical ou horizontal mais estreito. 9
Por conseguinte, a invenção tem por objecto um processo para a produção de poliisocianatos, através da transformação de aminas primárias com fosgénio, englobando as etapas a) mistura da amina com o fosgénio, b) transformação da amina com o fosgénio num reactor de tempo de permanência, eventualmente c) transferência do produto que sai do reactor da etapa b) para uma coluna de destilação, caracterizado por o reactor tubular da etapa b) ser composto por um ou vários segmentos horizontais e/ou verticais, ligados uns aos outros por secções, sendo que as secções de ligação apresentam um diâmetro menor do que o diâmetro do segmento vertical ou horizontal mais estreito.
Além disso, a invenção tem por objecto a utilização de um reactor tubular composto por um ou mais segmentos horizontais e/ou verticais, ligados entre si por secções, indo as secções que fazem a ligação apresentar um diâmetro menor do que o diâmetro do segmento horizontal ou vertical mais estreito, na produção de poliisocianatos através da transformação de aminas primárias com fosgénio.
Usualmente o reactor tubular não tem peças agregadas.
Numa forma de execução da invenção, o reactor tubular pode assumir a concepção linear, ou seja, ser composto por vários segmentos horizontais, ligados entre si por secções de ligação horizontais. Esta concepção é muito simples, tendo como desvantagem, porém, o facto de com a utilização 10 de um grande número de segmentos horizontais resultar um reactor tubular com um comprimento muito grande, o que origina um equipamento com uma estrutura pouco compacta.
Por isso, numa forma de execução preferida da invenção as secções que fazem a ligação estão concebidas na forma de tubos curvados. Nesta forma de execução, o reactor pode ser constituído por vários segmentos preponderantemente na direcção horizontal.
Noutra forma de execução preferida do reactor tubular, combina-se secções predominantemente horizontais com secções predominantemente verticais, de modo a ligar, por exemplo, as funções de reacção e de superação de uma distância espacial entre os equipamentos para as etapas de reacção a) e c) . Os diferentes segmentos está ligados nas suas extremidades por meio de tubos curvados para tubagens. Neste caso, os segmentos podem estar em paralelo ou sobrepostos, de modo a conseguir-se uma construção particularmente compacta.
Ao optar-se por secções de ligação com um menor diâmetro do que o diâmetro dos segmentos de tubagem a serem por elas ligados, atinge-se um aumento da velocidade da corrente e, com limitação local aos tubos curvados, da perda de pressão por cada metro de tubagem. Isto leva a uma homogeneização da corrente. Impede-se a retenção do líquido antes dos tubos curvados e elimina-se com isso a causa principal do aparecimento de ondulações.
De modo a atingir um suficiente aumento da velocidade, prefere-se que o diâmetro das secções de ligação seja menor ou igual a 0,95, de preferência a 0,75, com especial 11 preferência a 0,5 vezes o diâmetro do segmento com o menor diâmetro.
Descobriu-se ainda que, com tubagem a partir de um certo comprimento entre dois tubos curvados, se forma uma corrente ondulada directamente a partir da corrente em ondas ou em camadas. De modo a prevenir com segurança o surgimento de ondulações nos segmentos predominantemente horizontais entre os tubos curvados, o comprimento dos segmentos deverá ser inferior a 250, de preferência inferior a 100, com especial preferência inferior ou igual a 50 vezes o seu diâmetro. Na utilização de segmentos predominantemente horizontais, a respectiva inclinação deverá encontrar-se entre -10° e +10°, de preferência entre -5o e +5° e, com especial preferência, entre -3o e +3°. Deste modo, é possível garantir que se consiga esvaziar totalmente o reactor tubular aquando da realização de reparações. O meio que circula no reactor tubular trata-se na maior parte das vezes de uma mistura de uma fase gasosa e/ou em estado de vapor e de um líquido. No entanto, também é em princípio possível aumentar o teor de líquido por aumento da pressão do sistema, até ao caso limite da corrente de líquido de fase única.
Se necessário, é possível conceber o reactor tubular com termostatização. Neste caso, a termostatização pode ser concretizada recorrendo a um aquecimento/arrefecimento da parede da tubagem ou de superfícies internas de transmissão de calor. A vantagem do reactor tubular utilizado de acordo com a invenção reside em não serem necessárias peças agregadas nas tubagens para que se atinja uma corrente uniforme sem ondulações. Com isto, impede-se a formação de camadas e de entupimentos. Caso, mesmo assim, seja 12 necessária uma limpeza da tubagem, esta poderá ser realizada muito mais facilmente do que no caso das formas de construção que contenham peças agregadas. Graças à forma de execução simples, também é possivel economizar custos de investimento em comparação com outras formas de construção.
Por conseguinte, o reactor tubular utilizado em conformidade com a invenção, com as características de construção descritas anteriormente em maior detalhe, também pode ser empregue tendo em vista outras reacções, em que existam em paralelo uma fase gasosa e uma fase liquida. Prefere-se que as secções de ligação tenham um diâmetro inferior ou igual a 0,95, de preferência a 0,75, com especial preferência a 0,5 vezes o diâmetro do segmento com o menor diâmetro. Além disso, prefere-se que o comprimento dos segmentos seja inferior a 250, de preferência inferior a 100, com especial preferência inferior ou igual a 50 vezes o seu diâmetro.
No processo de acordo com a invenção, poderá ser conveniente, para atingir uma transformação final maior, que o produto que sai do reactor tubular seja introduzido numa coluna de destilação para pós-reacção, em que a fase liquida circule de cima para baixo e a fase gasosa de baixo para cima através da coluna de destilação.
Por meio da redução do volume de reacção total, o equipamento poderá ter uma construção mais compacta. Em termos do perigo do fosgénio manuseado no equipamento, isto representa um aumento considerável da segurança do equipamento e, ao mesmo tempo, uma redução dos custos de investimento. 13 A transformação da amina com o fosgénio tem de preferência lugar a temperaturas de 60 a 200°C e com pressões absolutas de 0,9 bar a 400 bar, sendo a relação molar do fosgénio para os grupos amina empregues em particular de 15 : 1 a 1 : 1. O tempo de permanência da mistura de reacção no reactor tubular é, em função da amina empregue, de 5 s a 3 h. Em termos preferenciais, o tempo de permanência vai de 5 s a 1 000 s, de preferência de 20 a 500 s, com especial preferência de 25 s a 200 s. A mistura dos reagentes do processo a) de acordo com a invenção é de preferência realizada num equipamento misturador, que se distingue por um grande cisalhamento turbulento da corrente da mistura de reacção conduzida pelo equipamento misturador, de preferência um equipamento misturador rotativo, uma bomba de mistura ou um injector misturador, com especial preferência um injector misturador, estando o equipamento misturador antes do reactor tubular. Este tipo de injectores encontra-se descrito, por exemplo, nos DD 300 168, WO 01/91898 e WO 02/02217. O tempo de permanência na etapa b) é na maior parte das vezes suficiente para garantir uma transformação completa da mistura de reacção no isocianato. No entanto, poderá constituir uma vantagem alimentar a mistura de reacção que sai do reactor tubular, com vista à plenitude da transformação, num reactor posterior, em particular numa coluna de reacção c) . Este tipo de colunas encontra-se descrito, por exemplo, no WO 99/54285. 14
Neste reactor posterior ocorre a decomposição completa do cloreto de carbamoílo e do hidrocloreto de amina ainda contidos na mistura de reacção. As condições no reactor posterior deverão ser escolhidas de modo a que se garanta uma transformação completa. No caso da utilização de uma coluna, constitui uma vantagem que a fase liquida, como o fosgénio, o isocianato e o solvente, seja conduzida de cima para baixo, e os elementos de baixo ponto de ebulição, como o fosgénio e o cloreto de hidrogénio, de baixo para cima.
Entre o reactor tubular da etapa b) e o reactor posterior da etapa c), é possível colocar uma secção com um diâmetro como o apresentado pelas secções de ligação. Além disso, poderá constituir uma vantagem colocar entre o reactor tubular e o reactor posterior uma guarnição de regulação, de modo a garantir uma entrada uniforme do produto no reactor posterior.
No processo de acordo com a invenção, é possível empregar uma amina primária opcional ou uma mistura de duas ou mais destas aminas. Os exemplos são metilenodifenilamina (isómeros individuais, misturas de isómeros e/ou oligómeros), toluilenodiamina, n-pentilamina, 6-metil-2-heptanamina, ciclopentilamina, R, S-l-feniletilamina, 1-metil-3-fenilpropilamina, 2,6-xilidina, 2-dimetilaminoetilamina, 2-diisopropilaminoetilamina, Cll-neodiamina, isoforonodiamina, 1,6-hexametilenodiamina, naftildiamina, 3,3'-diaminodifenilsulfona e 4—aminometil-1,8-octanodiamina. Preferencialmente, emprega-se aminas aromáticas, em particular a toluilenodiamina e o diaminodifenilmetano ou os respectivos homólogos de maior peso molecular. 15 0 processo de acordo com a invenção adequa-se dum modo geral à produção de isocianatos opcionais. Com particular vantagem, é possível empregar o processo na produção de metileno(difenilisocianato) (mdi) e diisocianato de toluíleno (TDI).
No processo de acordo com a invenção, foi possível dissolver os componentes individuais num solvente inerte. Estes solventes inertes são usualmente solventes orgânicos, que podem ser empregues individualmente ou em misturas entre si. Neste caso, é dada preferência aos clorobenzeno, diclorobenzeno, triclorobenzeno, tolueno, hexano, isoftalato de dietilo (DEIP), tetra-hidrofurano (THF), dimetilformamida (DMF), benzeno e as suas misturas. Prefere-se em especial o clorobenzeno. Numa forma de execução particular do processo de acordo com a invenção, também é possível empregar como solvente o isocianato produzido no processo, como descrito, por exemplo, no WO 96/16028.
Após a reacção, a mistura de substâncias é de preferência separada por meio de rectificação em isocianato(s), solvente, fosgénio e cloreto de hidrogénio. É possível separar baixas quantidades de produtos secundários que permanecem no isocianato, por meio de rectificação adicional ou também de cristalização do isocianato pretendido.
Os isocianatos produzidos pelo processo de acordo com a invenção podem em especial ser empregues na produção de poliuretanos. Para isso, são transformados de forma conhecida com compostos com pelo menos dois átomos de hidrogénio reactivos com grupos isocianato. 16 A invenção deverá ser explicada em maior detalhe pelos exemplos que se seguem.
Exemplos
Num equipamento de ensaios, um pedaço de tubagem, composto por dois tubos (DN 200, comprimento de 5 m, respectivamente) rectos, colocados na horizontal, ligados um ao outro por um tubo curvado de 180°, foi percorrido por uma mistura de liquido-gás. A saída do pedaço de tubagem encontrava-se 1,2 m mais alta do que a entrada. A diferença de altura ficou principalmente resolvida no tubo curvado da tubagem. Empregou-se como tubos curvados a) um tubo curvado cujo diâmetro era igual ao diâmetro dos segmentos rectos do reactor (DN 200), e b) um tubo curvado com metade do diâmetro do tubo recto (DN 100) .
Nas duas concepções, fez-se variar a corrente volumétrica do líquido de 20 m3/h a 60 m3/h e a corrente volumétrica do gás de 20 m3/h a 200 m3/h. Em cada experiência, observou-se a forma de corrente que se instalou, e mediu-se a diferença de pressão através do tubo curvado da tubagem. a) Experiências na concepção com tubos curvados DN 200:
Para todos os débitos de líquido e de gás, instalou-se quase exclusivamente uma corrente ondulada como forma de corrente na tubagem superior. Esta foi claramente causada por uma passagem de corrente heterogénea do tubo curvado da tubagem. A queda de pressão através do tubo curvado era de 0,2 bar com 20 m3/h de líquido e 20 m3/h de gás, e aumentou com o aumento das correntes volumétricas até 0,5 bar com 60 m3/h de líquido e 200 17 m3/h de gás. b) Experiências na concepção com tubos curvados ND 100: A partir de uma corrente volumétrica de líquido de 40 m3/h, não surgiram mais ondulações de líquido. A forma de corrente observada era uma corrente ondulada. A queda de pressão através do tubo curvado era de 0,2 bar com 20 m3/h de líquido e 20 m3/h de gás, e aumentou com o aumento das correntes volumétricas até aos 0,6 bar com 60 m3/h de líquido e 200 m3/h de gás. A queda de pressão maior do que no caso a) contribuiu assim para uma mistura das fases no tubo curvado e, com isso, para uma homogeneização da corrente.
Lisboa, 21 de Outubro de 2009
Claims (14)
1 REIVINDICAÇÕES 1. Processo para a produção de poliisocianatos, através da transformação de aminas primárias com fosgénio, englobando as etapas a) mistura da amina com o fosgénio, b) transformação da amina com o fosgénio num reactor de tempo de permanência, eventualmente c) transferência do produto que sai do reactor da etapa b) para uma coluna de destilação, caracterizado por o reactor de tempo de permanência da etapa b) estar concebido como reactor tubular, ser composto por vários segmentos horizontais e/ou verticais, ligados uns aos outros por secções, sendo que as secções de ligação apresentam um diâmetro menor do que o diâmetro do segmento vertical ou horizontal mais estreito.
2. Processo de acordo com a reivindicação 1, caracterizado por as secções de ligação estarem concebidas na forma de tubos curvados de tubagem.
3. Processo de acordo com a reivindicação 1, caracterizado por o diâmetro das secções de ligação ser inferior ou igual a um valor de 0,95 vezes o menor diâmetro dos segmentos verticais e/ou horizontais.
4. Processo de acordo com a reivindicação 1, 2 caracterizado por o diâmetro das secções de ligação ser inferior ou igual a um valor de 0,75 vezes o menor diâmetro dos segmentos verticais e/ou horizontais.
5. Processo de acordo com a reivindicação 1, caracterizado por o diâmetro das secções de ligação ser igual ou inferior a um valor de 0,5 vezes o menor diâmetro dos segmentos verticais e/ou horizontais.
6. Processo de acordo com uma das reivindicações anteriores, caracterizado por o comprimento dos segmentos verticais e/ou horizontais ser inferior a 250, de preferência inferior a 100, com especial preferência igual ou inferior a 50 vezes o diâmetro da tubagem.
7. Processo de acordo com uma das reivindicações anteriores, caracterizado por o meio em circulação ser uma mistura de uma fase gasosa e/ou no estado de vapor e de um liquido.
8. Processo de acordo com uma das reivindicações anteriores, caracterizado por o teor do liquido poder ser aumentado ao elevar-se a pressão do sistema até ao caso limite da corrente liquida de fase única.
9. Processo de acordo com uma das reivindicações anteriores, caracterizado por o tempo de permanência do liquido na etapa b) ser de 5 s a 1 000 s.
10. Processo de acordo com uma das reivindicações anteriores, caracterizado por o tempo de permanência do liquido na etapa b) ser de 20 s a 500 s. 3
11. Processo de acordo com uma das reivindicações anteriores, caracterizado por o tempo de permanência do liquido na etapa b) ser de 25 s a 200 s.
12. Processo de acordo com uma das reivindicações anteriores, caracterizado por os segmentos horizontais apresentarem uma inclinação em relação à horizontal de -10° a +10°, de preferência de -5o a +5° e, com especial preferência, de -3o a +3°.
13. Processo de acordo com uma das reivindicações anteriores, caracterizado por a amina ser seleccionada do grupo que contém metilenodifenilamina, os respectivos homólogos de maior peso molecular, toluilenodiamina, n-pentilamina, 6-metil-2- heptanamina, ciclopentilamina, R,S-l-feniletilamina, l-metil-3-fenilpropilamina, 2,6-xilidina, 2- dimetilaminoetilamina, 2-diisopropilaminoetilamina, Cll-neodiamina, isoforonodiamina, 1,6- hexametilenodiamina, naftildiamina, 3,3'- diaminodifenilsulfona e 4-aminometil-l,8- octanodiamina.
14. Utilização de um reactor tubular, composto por vários segmentos horizontais e/ou verticais, ligados entre eles por secções, em que as secções de ligação apresentam um diâmetro inferior ao diâmetro do segmento vertical ou horizontal mais estreito, com vista à produção de isocianatos através da transformação de aminas primárias com fosgénio. Lisboa, 21 de Outubro de 2009
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