PT1525284E

PT1525284E - Material termoplástico de reforço para a produção de calçado, bem como um processo para o seu fabrico

Info

Publication number: PT1525284E
Application number: PT04723912T
Authority: PT
Inventors: Emil Wilding; Markus Fath; Stefan Frey
Original assignee: Bk Giulini Gmbh
Priority date: 2003-04-11
Filing date: 2004-03-27
Publication date: 2007-08-08
Also published as: EA200500380A1; EP1525284B1; JP2006515895A; PL1525284T3; NZ542771A; CN1328347C; WO2004090061A1; CN1697867A; DK1525284T3; CA2488119A1; ES2289502T3; IL171255A0; NO332989B1; CA2488119C; TNSN05228A1; AU2004227055A1; IL171255A; MA27829A1; ZA200409142B; MXPA05002866A

Description

DESCRIÇÃO "MATERIAL TERMOPLÁSTICO DE REFORÇO PARA A PRODUÇÃO DE CALÇADO, BEM COMO UM PROCESSO PARA O SEU FABRICO" A presente invenção refere-se a um material termoplástico de reforço de um género inovador, destinado à produção de calçado ou de partes de calçado, bem como a um processo para o seu fabrico, que é amigo do ambiente.

Materiais de reforço no domínio da indústria de calçado abrangem biqueiras e contrafortes, mas também entresolas, reforços laterais e correias de apoio, forros de calcanhar e combinações de capas. Estes elementos são utilizados desde há longa data nos modernos processos de fabricação de calçado para conferir ao calçado já pronto, após remoção da encospa de montagem, uma forma permanente e uma boa estabilidade de utilização, bem como a resistência pretendida ou a elasticidade na absorção de choques.

Durante o processo de laboração os materiais termoplásticos de reforço são habitualmente colados por meio de calor e pela incidência de pressão (activação) com o material da gáspea (por exemplo couro) e eventualmente com o material do forro (por exemplo pele ou material têxtil), adaptando-os assim à forma da encospa.

No documento DE 2621195 C encontram-se descritos materiais de reforço que são produzidos sob a forma de material plano e 1 que são fabricados pelo revestimento do material portante com uma matéria fundível e em forma de pó à base de matéria sintética, que além disso contém ainda materiais de enchimento. De entre os materiais fundíveis à base de matéria sintética contam-se o polietileno, copolímeros de etileno com acetato de vinilo ou acrilato de metilo. 0 objectivo essencial desta invenção foi o de encontrar meios com o auxílio dos quais se tornaria possível aumentar a quantidade de material de enchimento em forma de pó, quando misturado com o material fundível e em forma de pó à base de matéria sintética, conseguindo-se obter em consequência disso uma boa resistência do material. A solução deste propósito consistiu na aplicação do conhecimento de que é possível aumentar a quantidade de material de enchimento até 100% em volume, referido à quantidade do pó termofusível de matéria sintética, quando a distribuição granulométrica dos dois componentes for equivalente. Nessas condições o pó fundido de matéria sintética reveste completamente cada uma das partículas de material de enchimento, assumindo estas partículas de material de enchimento as propriedades da matéria sintética, isto é, essas partículas comportam-se como se se tratasse de uma matéria sintética. Para servirem de materiais de enchimento referiram-se nesse documento a serradura e a cré.

Regra geral tais estruturas planas à base de materiais termoplásticos não têm em si ainda quaisquer características adequadas de aderência às temperaturas de processamento em jogo, pelo que a sua superfície necessita de ser recoberta adicionalmente de uma camada de cola termofusível para se tornar possível ligar tais estruturas de maneira duradoura aos componentes da gáspea. 2

No documento EP 183192 B2 descreveu-se um material apropriado para servir de reforço de calçado, material esse que pode ser colado directamente. Este material caracteriza-se pela utilização de materiais de enchimento inertes que no seu todo ou pelo menos à sua superfície são constituídos por matérias sintéticas misturadas com um aqente aglutinante termofusível. 0 agente aglutinante termofusível pode ser por exemplo policaprolactona, que é especialmente apropriada devido ao seu ponto de fusão relativamente baixo, que é de cerca de 60 °C. A relação entre agente aglutinante e material de enchimento na mistura é de 70 a 20% em peso de agente aglutinante e 30 a 80% em peso de material de enchimento. O material de enchimento tem uma distribuição granulométrica de 50 a 500 |M.

Nesta invenção o essencial era o facto de os materiais de enchimento serem constituídos por matérias sintéticas inertes, que no estado activado não se dissolviam no agente aglutinante, isto é, não se dissolviam dentro da gama de pontos de fusão do agente aglutinante. Neste particular verificou-se ser especialmente apropriado o PVC, também sendo neste caso necessário que as distribuições granulométricas sejam compatíveis entre si, para que a mistura de agente aglutinante e material de enchimento apresentasse uma aderência suficientemente boa. Para servirem de agentes aglutinantes referiram-se além disso nesse documento poliuretanos e acetato de vinilo de polietileno. Para obter uma estabilidade ou uma rigidez suficientemente grande durante o processamento, tornava- se regra geral necessária a utilização de um material portante.

Estes materiais portantes eram constituídos por velos, materiais têxteis, mas também por papel do tipo release. Estes materiais portantes são necessários durante o fabrico. Utilizando estes 3 materiais de reforço, já não é necessário prever colas termofusíveis adicionais e, escolhendo componentes apropriados, é possível empregar até 80% de pó de material de enchimento, referido ao revestimento total. Estes revestimentos ou materiais de reforço mantêm também no estado diluído ou afinado as mesmas propriedades de colagem e de deformabilidade termoplástica que o material "maciço". As colas termofusíveis aqui descritas amolecem na gama compreendida entre 50 e 80 °C e realizam a colagem das partículas de material de enchimento mediante adesão à superfície das mesmas.

Materiais de reforço para a produção de calçado são também descritos num grande número de outras patentes. Refiram-se aqui a título de exemplo os seguintes documentos, mas sem maior aprofundamento, uma vez que esses documentos não se referem mais em pormenor ao objecto da presente invenção: documento WO 00/41585 Al, requerente Texon UK e documento WO 00/53416, requerente Texon UK.

Um método de aplicação preferido na produção de calçado para tais elementos de reforço de acordo com o documento da EP 183 192 é o pré-aquecimento das peças de reforço em combinação com o amolecimento termoplástico ou a fusão do agente aglutinante (cola) antes da colocação manual e do posicionamento na gáspea do sapato, bem como a subsequente prensagem a quente e/ou a frio para obter a moldagem e simultaneamente a colagem. Este pré-aquecimento ou "activação" efectua-se mediante calor de radiação ou calor de contacto. Para obter uma estabilidade mecânica suficientemente grande e uma aderência controlada da superfície com vista a um manuseamento no estado quente estes produtos são providos de um suporte têxtil ou de telas têxteis de malha larga, emalhados, velos e elementos semelhantes que 4 cobrem de ambos os lados a superfície desses produtos. Mercê desta medida obtém-se para este modo de trabalho racional uma estabilidade mecânica suficientemente elevada e simultaneamente um "tack" em superfície controladamente reduzido; a cola é premida durante o processamento sob pressão através da cobertura têxtil da superfície. Um grande inconveniente é o dos elevados custos dos materiais têxteis e ainda mais a falta de capacidade de reciclagem derivada da parte têxtil.

Deverá aqui referir-se que os "resíduos" durante o recorte e a afinação (desbaste dos bordos) de componentes feitos de material plano poderem comportar até 30% do peso inicial do material.

As exigências diametralmente opostas, que são a boa capacidade de colagem mas uma incorporação à mão com índice de adesão baixa na gáspea do sapato no estado quente com uma coerência ou estabilidade suficientemente boas na gama de temperaturas de processamento que é de 50-100 °C só se conseguiam até agora muito dificilmente harmonizar e requeriam, tal como se descreveu, uma estrutura de várias camadas, comportando materiais têxteis ou revestimentos, que em conjugação resultavam então num material de reforço resistente ao uso. O inconveniente deste género de fabrico eram os elevados custos e a falta de uma possibilidade de reciclar os materiais. A presente invenção tem o objectivo de encontrar para todos os processos de fabrico colas termofusíveis/compostos de material de enchimento adequados que satisfazem simultaneamente e na totalidade todos os parâmetros acima referidos, sem que se torne necessário prever uma estrutura de várias camadas, pelo que também os resíduos de produção, tais como matrizes de 5 refugo, e secções de afinação podem ser utilizados de novo como matéria prima, formando um composto termofusivel 100% idêntico ao anterior.

Um outro objectivo da presente invenção é o de seleccionar polímeros termoplásticos que pela incorporação de um material de enchimento que pode ser encontrado na natureza, como por exemplo a madeira, a serradura, derivados de cortiça, mas também materiais de enchimento inorgânicos e inertes, como por exemplo a cré, o caulino, etc., permitam obter da melhor maneira possível os valores de resistência e de aderência/"tack" exigidos pelo utilizador.

De maneira surpreendente verificou-se que este objectivo se consegue atingir usando um material termoplástico de reforço que é um composto à base de cola termofusivel e de material de enchimento, que é feito a partir de 1. uma ou várias colas termofusíveis numa quantidade de 50 a 95% em peso, cujo valor MVR (medido a 100 °C, 21,6 kg, conforme DIN ISO 1133) apresenta valores de 2 a 300, de um modo preferido de 10 a 20 cm3/10 min e 2. um ou mais materiais de enchimento em quantidades de 50 a 5% em peso, que não se dissolvem na cola termofusivel, satisfazendo o composto à base de cola termofusível/material de enchimento simultaneamente os seguintes parâmetros: 1. valor de MVR compreendido entre 2 e 6, sendo de um modo preferido de 3 a 5 cm3/10 min 6

2. aderência superficial ("tack") medida conforme DIN EN 14510 a 65 °C de pelo menos 10 N, que pode ir até um máximo de 60 N, sendo de um modo preferido de 15 N e nomeadamente de 30 N 3. valor de aderência (resistência à esfoliação) em relação ao material da gáspea e ao forro de pelo menos 30 N/5 cm, tomando por referência a norma DIN 53357 4. alongamento em comprimento de 25% no máximo, de um modo preferido inferior a 20%, medido após colocação durante 5 min numa estufa a uma temperatura de 90 °C. O material termoplástico de reforço de acordo com a invenção, que se destina à produção de calçado e que se apresenta sob a forma de um composto à base de uma cola termofusivel com materiais de enchimento, caracteriza-se em particular pelo facto de a componente a, a cola termofusivel, ser uma mistura de 1. um poliéster linear em quantidades de 75 a 95% em peso e/ou um poliuretano termoplástico em quantidades de 75 a 95% em peso e 2. copolímeros de etileno e de acetato de vinilo em quantidades de 0 a 25% em peso, com um teor de acetato de vinilo de 10 a 40%, de um modo preferido de 25 a 30%, sendo o material de enchimento escolhido de entre o grupo dos materiais de enchimento inorgânicos e de origem mineral, dos materiais de enchimento orgânicos de origem vegetal, das matérias sintéticas e suas misturas , e isto sob a forma de partículas esféricas ou poliédricas com uma distribuição granulométrica compreendida entre 10 e 1.000 μιη, de um modo preferido entre 45 e 500 μιη, ou então sob a forma de fibras com um comprimento de 45 a 1.000 μιη, de um modo preferido de 7 45 a 500 μιη. De um modo preferido o material de enchimento é serradura com uma distribuição granulométrica de 45 a 500 μιη. O material de enchimento pode no entanto ser também cré, nomeadamente cré industrial, com uma distribuição granulométrica de 10 a 45 μιη, ou também uma matéria sintética, como por exemplo o tereftalato de polietileno (PET), com uma distribuição granulométrica de 45 a 500 μιη. A aderência superficial do composto à base de cola termofusivel e de material de enchimento, medida conforme DIN EN 14510 a 65 °C, apresenta um valor de pelo menos 10 N, no máximo de 60 N, de um modo preferido de 15 N e nomeadamente de 30 N. Um valor superior a 60 N para o "tack" reduz fortemente a capacidade de manuseamento do material. O alongamento em comprimento, gue é representativo da estabilidade do material no estado activo, foi medido numa estufa a 90 °C. As tiras de prova suspensas, com uma largura de 2 cm e um comprimento de 10 cm, bem como com uma espessura de 0,95 mm, foram retiradas da câmara após exposição durante 5 min ao calor, sendo medida a variação do comprimento. Referido ao comprimento originalmente marcado na amostra (8 cm) indicou-se a variação em percentagem.

Compostos à base de cola termofusivel e de material de enchimento, que apresentam um alongamento em comprimento de 20% no máximo a temperaturas de 90 °C, constituem os materiais melhor apropriados, desde que se encontrem satisfeitos também todos os outros parâmetros indicados na reivindicação 1.

Um processo apropriado para o fabrico do material termoplástico de reforço destinado à produção de calçado, que se apresenta sob a forma de um composto à base de cola termofusível e de material de enchimento, caracteriza-se pelo facto de a cola termofusível ficar fundida a uma temperatura que pode ir até 220 °C no máximo, sendo o material de enchimento incorporado no material quente em fusão mediante um dispositivo doseador, material esse que é agitado ou amassado, ao que a humidade e os gases libertados são aspirados por meio de um dispositivo de desgaseificaçâo, depois do que a massa plástica assim obtida é submetida a uma desgaseificaçâo no vácuo. A massa plástica assim tratada pode continuar a ser processada segundo todas as tecnologias conhecidas de processamento de materiais termoplásticos, para assim obter peças de reforço para calçado.

Na tabela 1 encontram-se listadas misturas apropriadas nos termos da presente invenção de compostos à base de cola termofusível e de material de enchimento. Os valores medidos demonstram a aptidão destes compostos para servirem de materiais de reforço para calçado. 9

Tabela 0 1-1 o3 0 O *P 'P 'P V op U 0 -P 03 d d d 0 d 0 O z O O O O O 0 •H •H •H >P •H >P >P >P >P >P >P >P >P -P CP d CP z CP z z d Z Z Z Z Z z α •rH •rH < CO CP 1-1 03 rrt U o o α U P íp z •H ϋ C -P 0 U P θ' P Oi L> L) L) L) L) L) L> L) L) z z z L) •H Eh Ό Ό Z z z Z Z Ό Z Z L> L> L> 1 Z •H •H Z z U 0 l-1 α Ό 03 V 03 U U 03 £ co co co co M U 03 Η co O d 03 P U cm στ CM I-1 CD στ >5 LO) 'TT co co I-1 o 25 U •H U CM co CO CM I-1 I-1 co I-1 I-1 co co co s O Ό c o o > P Ό •H d co CO co co co co CM r- CO to CM CO CO o 16, 67, στ 03 i—1 0 u t—1 \ co CO co I-1 un CM co CM CM I-1 co G G & CM co •rH d u G P o\° O 1—1 Q) Ό Ό O P ___ ___ ___ ___ O -P Ό 0 i—1 i—1 i—1 <P c •H -P nT LT) στ co ο CM LO) LO) r- b LO) o3 •H d •H •H b 0 p t—1 CM t—1 t—1 t—1 t—1 CM ΛΙ CM V CM G G b G Λ U U P σ G G G o3 α -P > Fi CO 0 u íh 0) + 0 'c u -P 1—1 0 0) P co P d O σ u P ^ _ _ _ Q) Oi •H crofib [N/5 cri t—1 t—1 t—1 CT 03 1-1 o O 03 O <P P U-l co LO) LO) r- co CM στ στ c Cr o Ό -P u P r- CO LO) LO) 00 CM sT LO) G G G G G G G C U- o3 0 u cu o d > •H -P P P 0 U 0 < O 03 O •H CQ 0 i—1 CM co ST LO CO r- co στ 10 11 12 13 14 0, d 0 L> 10

As composições 1 a 14 contêm os seguintes ingredientes: 1. 70% em peso de poli (épsilon) caprolactona com um peso molecular médio de 80.000 g/mol e 30% em peso de serradura ou de fibras de madeira (pinus pinea), com uma distribuição granulométrica de 50-500 μηι 2. 80% em peso de poli (épsilon) caprolactona com um peso molecular médio de 80.000 g/mol e 20% em peso de serradura ou de fibras de madeira (pinus pinea), com uma distribuição granulométrica de 150-500 μιη 3. 70% em peso de poli (épsilon) caprolactona com um peso molecular médio de 80.000 g/mol e 30% em peso de serradura ou de fibras de madeira (pinus pinea) , com uma distribuição granulométrica de 150-500 μηι 4. 60% em peso de poli (épsilon) caprolactona com um peso molecular médio de 80.000 g/mol e 40% em peso de serradura ou de fibras de madeira (pinus pinea), com uma distribuição granulométrica de 150-500 μιη 5. 65% em peso de poli (épsilon) caprolactona com um peso molecular médio de 80.000 g/mol, 5% em peso de EVA e 30% em peso de serradura ou de fibras de madeira (pinus pinea), com uma distribuição granulométrica de 150-500 μιη 6. 70% em peso de poliuretano termoplástico com um valor de MVR de 20 a 35 cm3/10 min, medido a 190 °C, a uma carga de 10 kg, e 30% em peso de serradura ou de fibras de madeira, com uma distribuição granulométrica de 150-500 μηι 11 7. 70% em peso de poli (épsilon) caprolactona com um peso molecular médio de 80.000 g/mol e 30% em peso de uma cré industrial vulgar do mercado, da empresa Omya, com uma granulometria média de 45 μπι 8. 70% em peso de poli (épsilon) caprolactona com um peso molecular médio de 80.000 g/mol e 30% em peso de tereftalato de polietileno (PET) moido, servindo de material de enchimento, com uma distribuição granulométrica de 50-500 μιη 9. poliuretano termoplástico com um valor de MVR de 20 a 35 cm3/10 min, medido a 190 °C e sujeito a uma carga de 10 kg 10. poli(épsilon)caprolactona com um peso molecular médio de 80.000 g/mol 11. poli (épsilon)caprolactona com um peso molecular médio de 40.000 g/mol 12. polímeros de etileno e de acetato de vinilo com um teor de acetato de vinilo de 28% e um MFI de 150 g/10 min a 190 °C e sujeito a uma carga de 21,6 kg

13. material conforme o documento da DE 26 21 195 C 14. material conforme o documento da EP 183 192 Cl, exemplo 2.

As abreviaturas usadas na tabela significam o seguinte: n.n.(l) = não detectável, dado que o material é demasiado instável, não sendo possivel submetê-lo a uma activação prévia, isto é, processá-lo a quente 12 η.η.(2) = não mensurável, dado que se trata da parcela de tecido n.g. = não medido NC = materiais de coalescência incompleta, que se separam junto da superfície de colagem, isto é, entre os dois materiais (composto e material da gáspea) CF = falta de coesão, o que significa que há uma separação no seio do composto

Resumo dos resultados:

Os materiais 1, 3, 5 e 8, que no sentido da presente invenção são considerados apropriados, distinguem-se pelo facto de satisfazerem os valores nominais de todos os quatro critérios, isto é, estes materiais estão situados na assim chamada "janela" do produto, enquanto que as matérias primas puras, que são os produtos 9, 10, 11 e 12, bem como os materiais 13 e 14 de acordo com os documentos da EP 183 192 e da DE 26 21 195 são produtos sem estrutura portante, que divergem em pelo menos um critério, pelo que não são aproveitáveis, ficando situados fora da "janela" do produto.

Além disso a tabela 1 mostra que também as matérias sintéticas a servir de materiais de enchimento são condicionalmente apropriadas, apresentando no entanto uma coesão muito reduzida devido ao facto de as suas superfícies serem lisas. 13

Processo de fabrico A cola termofusível poli(épsilon)caprolactona, com um peso molecular médio de 80.000 g/mol, é fundida a uma temperatura de cerca de 180 °C. O material de enchimento, que é uma mistura de serradura e de fibras de madeira com uma distribuição granulométrica de 150-500 μπι e numa quantidade de 5-30%, é incorporado por meio de um dispositivo doseador na massa fundida quente por agitação e amassando-a, sendo a humidade e os gases libertados aspirados por meio de um dispositivo de desgaseificação. Obtém-se uma massa plástica que é seguidamente submetida a uma desgaseificação no vácuo. Finalmente a massa plástica assim tratada é encaminhada para uma calandra de cilindros de vários estágios, apresentando a temperatura dos diversos estágios da calandra de cilindros um perfil decrescente que começa nos 40 °C e termina nos 20 °C. Nesta calandra a massa plástica é laminada e retirada da calandra, após ter arrefecido, sob a forma de uma faixa plana. O material plano assim obtido pode ser sujeito, da forma habitual, a um ulterior processamento mediante recorte e afinação para produzir peças de reforço (biqueiras/contrafortes) para calçado. Os resíduos obtidos durante o recorte e a afinação são recolhidos e podem, após uma fragmentação grosseira (processo de corte), ser de novo aduzidos directamente ao processo de fabrico ou alternativamente ser moídos até ficarem em pó e aplicados como matéria prima, usando as tecnologias dos pós, para fabricar materiais de reforço. O composto à base de cola termofusível e de material de enchimento pode no entanto ser também granulado, podendo o granulado, depois de ter sido levado novamente à fusão, ser processado por extrusão ou por calandragem para obter uma folha plana. 14

Um outro processo adequado para o fabrico do composto à base de cola termofusível e de material de enchimento de acordo com a invenção é a tecnologia de moldagem por injecção, mediante a qual se consegue o fabrico de peças de reforço sob a forma de peças moldadas por injecção. 0 composto à base de cola termofusível e de material de enchimento de acordo com a invenção pode também ser moído até se obter um fino pó com uma distribuição granulométrica de 50 a 1.000 μιη, pó esse que será utilizado para o fabrico de uma folha plana que é utilizada para a confecção de peças de reforço. Além disso é possível utilizar este pó composto à base de cola termofusível e de material de enchimento para o fabrico de peças de reforço tridimensionais, usando tecnologias de processamento de pós já conhecidas. O calçado fabricado com este composto à base de cola termofusível e de material de enchimento ou os materiais de reforço ou peças de reforço fabricados a partir desse composto, utilizando diversos processos, apresentam propriedades de utilização especialmente boas.

Lisboa, 27 de Julho de 2007 15

Claims

REIVINDICAÇÕES 1. Material termoplástico de reforço destinado à produção de calçado sob a forma de um composto à base de cola termofusivel e de material de enchimento, caracterizado por o mesmo ser constituído por a. uma ou várias cola(s) termofusivel(éis), numa quantidade de 50 a 95% em peso, cujo valor MVR (medido a 100 °C, 21,6 kg conforme DIN ISO 1133) apresenta valores de 2 a 300, de um modo preferido de 10 a 20 cm1 2 3 4/10 min e b. um ou mais materiais de enchimento, em quantidades de 50 a 5% em peso, que não se dissolvem na cola termofusivel, e por o composto à base de cola termofusivel e de material de enchimento satisfazer simultaneamente os seguintes parâmetros: 1 1 valor de MVR compreendido entre 2 e 6, sendo de um modo preferido de 3 a 5 cm3/10 min, 2 aderência superficial/"tack" medida conforme DIN EN 14610 a 65 °C de pelo menos 10 N, podendo ir até um máximo de 60 N, 3 valor de aderência (resistência à esfoliação) em relação ao material da gáspea e do forro de pelo menos 30 N/5 cm, tomando por referência a norma DIN 53357, 4 alongamento em comprimento de 25% no máximo, medido após colocação durante 5 min numa estufa a uma temperatura de 90 °C.
2. Material termoplástico de reforço para a produção de calçado sob a forma de um composto à base de cola termofusivel e de material de enchimento, de acordo com a reivindicação 1, caracterizado por a componente a, que é 1. uma mistura de um poliéster linear em quantidades de 75 a 95% em peso e/ou um poliuretano termoplástico em quantidades de 75 a 95% em peso, com 2. copolímeros de etileno e de acetato de vinilo em quantidades de 0 a 25% em peso, com um teor de acetato de vinilo de 10 a 40%, sendo o material de enchimento, em quantidades de 50 a 5% em peso, escolhido de entre o grupo dos materiais de enchimento inorgânicos e de origem mineral, dos materiais de enchimento orgânicos de origem vegetal, das matérias sintéticas e suas misturas, e isto sob a forma de partículas esféricas ou poliédricas com uma distribuição granulométrica compreendida entre 45 a 1.000 μιη, ou então sob a forma de fibras com um comprimento de 45 a 1.000 μιη.
3. Material de reforço de acordo com a reivindicação 1, caracterizado por o material de enchimento ser serradura com uma distribuição granulométrica de 45 a 500 μπι.
4. Material de reforço de acordo com a reivindicação 1, caracterizado por o material de enchimento ser cré com uma granulometria de 45 μιη.
5. Material de reforço de acordo com a reivindicação 1, caracterizado por a aderência superficial/"tack" do composto à base de cola termofusivel e de material de enchimento ter um valor compreendido entre 25 e 45 N. 2
6. Material de reforço de acordo com a reivindicação 1, caracterizado por o alongamento em comprimento do composto à base de cola termofusivel e de material de enchimento ser menor que 20%, medido a temperaturas de 90 °C.
7. Processo para o fabrico do material termoplástico de reforço destinado à produção de calçado sob a forma de um composto à base de cola termofusivel e de material de enchimento, de acordo com a reivindicação 1, caracterizado por a cola termofusivel ser fundida, sendo o material de enchimento incorporado no material quente em fusão mediante um dispositivo doseador, sendo o material agitado ou amassado, ao que a humidade e os gases libertados são aspirados por meio de um dispositivo de desgaseificação, ao que a massa plástica assim obtida é submetida a uma desgaseificação no vácuo, sendo a massa plástica assim tratada aduzida a um ulterior processamento.
8. Processo para o fabrico do material termoplástico de reforço destinado à produção de calçado sob a forma de um composto à base de cola termofusivel e de material de enchimento, de acordo com a reivindicação 1, caracterizado por o composto à base de cola termofusivel e de material de enchimento ser granulado, sendo este granulado levado de novo à fusão e seguidamente sujeito a um ulterior processamento por extrusâo ou por calandragem, para formar uma folha plana.
9. Processo para o fabrico do material termoplástico de reforço destinado à produção de calçado sob a forma de um composto à base de cola termofusivel e de material de enchimento, de acordo com a reivindicação 1, caracterizado por o composto à base de cola termofusivel e de material de enchimento ser 3 sujeito a um ulterior processamento, servindo de matéria prima em máquinas de moldagem por injecção, para obter peças de reforço.
10. Utilização do composto à base de cola termofusivel e de material de enchimento, de acordo com a reivindicação 1, sob a forma de um fino pó com uma distribuição granulométrica de 50 a 1.000 μιη, destinado ao fabrico de uma folha plana que é utilizada para confeccionar peças de reforço.
11. Utilização do composto à base de cola termofusivel e de material de enchimento, de acordo com a reivindicação 1, sob a forma de um fino pó com uma distribuição granulométrica de 50 a 1.000 μιη, destinado ao fabrico de peças de reforço tridimensionais.
12. Calçado contendo um material de reforço de acordo com as reivindicações 1 a 11. Lisboa, 27 de Julho de 2007 4