PT1401422E - Composição halogenada, seu processo de preparação e suas utilizações - Google Patents

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PT1401422E PT02711967T PT02711967T PT1401422E PT 1401422 E PT1401422 E PT 1401422E PT 02711967 T PT02711967 T PT 02711967T PT 02711967 T PT02711967 T PT 02711967T PT 1401422 E PT1401422 E PT 1401422E
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Description

1
DESCRIÇÃO
"COMPOSIÇÃO HALOGENADA, SEU PROCESSO DE PREPARAÇÃO E SUAS UTILIZAÇÕES" A presente invenção refere-se a uma mistura à base de compostos halogenados para o tratamento de infecções virais, bacterianas, parasitárias, fúngicas ou provocadas por Agentes Transmissíveis Não Convencionais (ATNC) mas também de inflamações crónicas, progressivas ou crónicas, para o tratamento de imunomoduladores e/ou estimuladores da cicatrização tecidular bem como em lavagens pré e/ou per e/ou pós-cirúrgicas. A mistura da presente invenção é muito especialmente útil como anticéptico de utilização local. A mistura da presente invenção baseia-se na associação de dois tipos de substâncias activas: por um lado um anticéptico que contém pelo menos um hipoclorito de metal alcalino e, por outro lado, um derivado N-halogenado numa ou várias moléculas da família dos compostos zwiteriónicos e/ou da família dos aminoácidos. 0 autor da presente invenção está interessado nas características do ácido hipocloroso e das N-cloraminas e na compreensão dos mecanismos que entram em acção durante uma inflamação, de modo a desenvolver a composição anticéptica da presente invenção. 1) 0 hipoclorito de metal alcalino. 0 hipoclorito de metal alcalino, e mais especialmente o hipoclorito de potássio e, sobretudo de sódio (NaOCl) é utilizado desde o início do século XIX pelas suas propriedades anticépticas. 0 hipoclorito de metal alcalino é um sal de metal alcalino do ácido hipocloroso (H0C1) . 0 título de cloro activo das soluções anticépticas contendo o hipoclorito de sódio é igual à soma das concentrações de 2 H0C1 e de OC1” (Bloomfield & miles, 1979) . A forma activa do hipoclorito, o ácido hipocloroso, é um agente oxidante muito poderoso que tem um papel muito importante no sistema de defesa dos mamíferos. É sintetizado principalmente nos neutrófilos polinucleares e nos monócitos (Wright et al. 1986) durante a respiração oxidativa, pela reacção entre o peróxido de hidrogénio e o cloro, sob a acçâo da mieloperoxidase. 0 ácido hipocloroso é muito instável e reage rapidamente, sobretudo com as aminas primárias e secundárias, para se obter várias cloraminas (Zgliczynski et al., 1971) .
No citosol dos polinucleares e especialmente os neutrófilos, um aminoácido, a taurina, é particularmente abundante e, principalmente, extremamente reactivo com o ácido hipocloroso. Esta reacção produz a cloramina taurina. Esta cloramina é um oxidante muito menos tóxico e reactivo que o ácido hipocloroso e é a mais estável de todas as cloraminas (Zgliczynski et al., 1971 & Marquez e Dunford, 1994). Assim, a taurina parece desempenhar um papel protector importante no meio intra e extracelular fixando as moléculas de ácido hipocloroso (Cantin, 1994, J. Marcinkiewicz et al., 1998). No entanto, devido à sua semi-vida longa, as moléculas de cloramina taurina podem ser transportadas a uma grande distância do lugar onde elas se formam e exercer aí uma acção de oxidação e/ou de cloração não negligenciável (Zgliczynski et al., 1971).
Ao pH fisiológico (7,4) a reacção da taurina e do H0C1 tem lugar de forma espontânea e estoquiométrica (1/1 molécula) para fornecer a N-monocloramina taurina (TauCl). A pH ácido, esta reacção fornece a N-monocloramina taurina e a N,N-dicloramina taurina (TauCl2) . No meio extracelular, as moléculas que reagem mais rapidamente com o ácido hipocloroso são a taurina e sobretudo os nitritos (N02-). 3
Sendo as suas concentrações aproximadamente equivalentes, são essencialmente os nitritos que fixam o H0C1, formando derivados menos tóxicos que TauCl. Com a formação destes derivados, os nitritos diminuem as propriedades bactericidas e imunológicas do H0C1 (J. Marcinkiewicz et al., 2000). No meio intracelular dos neutrófilos polinucleares, a taurina, que é concentrada (20 mMol(l) sobrepõe-se para captar HOC1 (J. Marcinkiewicz, 2000) . 2) As propriedades do hipoclorito de sódio, do ácido hipocloroso e das N-cloraminas. a) Capacidade de dissolução dos tecidos. É igualmente sabido que o hipoclorito de sódio em solução aquosa é cáustico, é um agente não especifico capaz de hidrolisar os tecidos necróticos. Esta propriedade deve-se à presença de hidróxido de sódio NaOH. Para além da concentração, a dissolução dos tecidos (sobretudo necrosados) dá-se me função da superfície posta em contacto com o NaOCl (Hand et al., 1978), do tempo de contacto e do volume da solução de NaOCl utilizada (Thé et al.,1979).
Assim, mesmo se uma concentração de NaOCl inferior a 0,5 % é insuficiente para dissolver totalmente os tecidos necrosados, esta fraca concentração é interessante pela redução da sua toxicidade. Esta fraca capacidade para a dissolução dos tecidos necrosados pode ser compensada por um aquecimento da solução de hipoclorito a 37°C, mesmo se a esta temperatura a estabilidade do NaOCl não ultrapassa as 24 horas. b) Estabilidade do HOC1 e da TauCl em solução aquosa. -O hipoclorito de sódio (NaOCl): O hipoclorito de sódio é uma molécula muito instável. As concentrações inferiores a 5 g/1 de cloro activo, a sua 4 estabilidade não ultrapassa as 2 semanas. Vários elementos influenciam esta estabilidade: • A luz: 0 hipoclorito de sódio é muito sensível e deve ser protegido pelo seu modo de embalagem. •A temperatura: 0 NaOCl é muito sensível às temperaturas superiores a 30°C. •A presença de metais ou de matérias orgânicas: Uma solução de hipoclorito formada por H0C1 (NaOCl + H2O O H0C1 + NaOH) é consumida pelas interacções com a matéria orgânica. Para que uma solução de hipoclorito seja eficaz ela deve poder agir rapidamente e ser excedentária relativamente à quantidade de matéria orgânica. •0 pH: Tal como foi explicado na patente EP 0 471 129 Al, um valor do pH entre 10 e 10,5 permite ao hipoclorito de sódio ter uma excelente estabilidade (superior a 24 meses) do seu poder oxidativo. - A N-cloramina taurina (TauCl):
Ao pH fisiológico (7,4) e a 37 °C, a TauCl é a mais estável das cloraminas [a diminuição da capacidade oxidativa é inferior em 5% por hora a 37°C] (Grisham MB, Jefferson MM, Melton DF, Thomas EL - J.Biol. Chem. 1984 ;259 : 10404-13). No entanto, como prova a patente DE 40 41 703 Al, em solução aquosa, a solubilidade do sal de sódio de TauCl com um pH = 7-8 é excelente mas a estabilidade da sua capacidade oxidativa é má: Para um valor de pH de 8,3, ela cai cerca de 30% em quinze dias para em seguida afrouxar para 0,71 % por dia (diminuição de ~61 % em 65 dias). c) Toxicidade e viabilidade celular. A toxicidade é definida como a perda significativa das proteínas intracelulares. Tal traduz-se por uma perda na aderência aos substratos e por uma deformação celular. 5
As alterações da viabilidade celular medem-se pela diminuição mais ou menos irreversível da actividade mitocondrial e portanto da respiração celular indispensável pela produção energética. A vulnerabilidade dos diferentes organismos celulares face ao NaOCl e ao TauCl depende de numerosos factores: •Da taxa de exposição da superfície celular. Assim, os sistemas que utilizam uma organização celular (no epitélio ou placa bacteriana, por exemplo) são menos vulneráveis (as células à superfície são sacrificadas em benefício das camadas profundas) do que os sistemas unicelulares (procariotas, células móveis de mamíferos ou outros elementos unicelulares). •Do tipo de membrana que protege os elementos intracelulares e portanto o seu nível de permeabilidade aos oxidantes. Os mais eficazes são as coberturas proteicas de vírus. •Da presença de membranas que protegem os elementos intracelulares chave, tais como o ADN (núcleo), a produção de energia (mitocôndrias), os processos de secreção (aparelho de Golgi) etc. Os procariotas que são desprovidos destes são mais vulneráveis. •Da quantidade intracelular de anti-oxidantes (como por exemplo a glutationa, a taurina, os aminoácidos, os grupos tiol, etc.) que é diferente de um tipo de célula para outro. Os menos ricos em anti-oxidantes são os procariotas. ♦Da quantidade extracelular de anti-oxidantes (como a matéria orgânica, os metais, o sangue, as matrizes extracelulares, etc.). •Do fluxo líquido que irriga as células e que portanto dilui a quantidade de oxidantes. •Do tempo de exposição 6 •Das condições físico-químicas locais (por exemplo as propriedades tensioactivas, oxidantes, olfactivas ou gustativas, a estabilidade, o pH, o pKa, a densidade, a solubilidade, a viscosidade, a cor, o coeficiente de partição água-etanol).
Durante um tratamento terapêutico in vivo, os factores citados anteriormente devem ser tidos em conta no momento da determinação das dosagens adequadas em agentes activos, a fim de se poder adaptar às necessidades reais da situação clínica e ao(s) objectivo(s) investigado(s). i) o hipoclorito de sódio (NaOCl) ou o ácido hipocloroso (H0C1): - nas células da linhagem dos macrófagos de RAW264.7 de rato. Para [NaOCl] = 1 mmol/1, a viabilidade celular é afectada muito fortemente (irreversível) (Park E. et Al.r 1997). - nos macrófagos de ratinho verifica-se um aumento significativo da mortalidade celular em todas as concentrações de H0C1 superiores a 0,125 mM. Esta citotoxicidade é completamente abolida por meio de um excesso de nitrito NO2- (só NO2- não apresenta actividade citotóxica) (Marcinkiewicz. J. et Al., 2000). -In vitro, em macrófagos, fibroblastos, queratinócitos humanos: •Para [NaOCl] = 13,433 mmol/1 a toxicidade de NaOCl é tão rápida que não tem tempo de ser neutralizada pelos antioxidantes (a concentrações compatíveis fisiologicamente). •Para [NaOCl] > 6,7165 mmol/1, NaOCl apresenta uma grande toxicidade •Para [NaOCl] < 3, 358 mmol/1, a toxicidade pode ser controlada por meio da adição de um antioxidante. 7 •Para [NaOCl] < 1,679 mmol/1 a toxicidade é muito fraca na presença de anti-oxidantes (Hidalgo E. & Dominguez C., 2000). - Foi estudada a perda de aderência dos macrófagos na presença de HOC1. Para [NaOCl] = 1,0075 mmol/1, passadas duas horas de contacto in vitro, 95% das células estão vivas mas apenas 40% conserva a sua aderência ao substrato. -Em células endoteliais humanas in vitro (Pullar JM et AI. em 1999). . Para [HOC1] < 25 pmol/l, HOC1 não é tóxico.
Para [HOC1] > 25 pmol/l, observa-se um aumento progressivo da toxicidade celular que é igualmente dependente do tempo de exposição. . Para [HOC1] = 50 pmol/l há contracções celulares, as suas formas arredondam-se dentro dos 10 mn e as células começam a destacar-se ao fim de uma hora com uma maioria de células destacadas passadas 3 horas. -Em fibroblastos humanos in vitro. . Para [NaOCl] > 1,0075 mmol/1 (observado durante 24 horas após uma exposição de 15 minutos) a viabilidade celular é afectada. . Para [NaOCl] = 16,791 mmol/ a mortalidade celular é total. . Para 67,165 pmol/l < [NaOCl] < 671,655 pmol/l, 100% das células expostas mantêm-se vivas. . Para [NaOCl] < 671,655 pmol/l e em presença de 2% de FCS, a viabilidade dos fibroblastos que são expostos durante 24 horas não é afectada e observa-se mesmo uma estimulação do crescimento e da proliferação dos fibroblastos que aumenta com a diminuição do [NaOCl] com uma eficácia minima de 33,582 pmol/l [Hidalgo E. e Dominguez C., Life Sei. 4 de Agosto de 2000 ; 67 (11) : 1331-44] . . Para [H0C1] < 50 μιηοΐ/ΐ não afecta a viabilidade dos fibroblastos cutâneos humanos in vitro. A estas concentrações HOC1 não provoca a apoptose celular (Vile G.F. et Al., 2000). ii) Efeitos da N-cloramina taurina [TauCl] na viabilidade celular: -Nos gliócitos (células do glioma) C6 de rato in vitro. Para [TauCl] = 0~2 mmol/1 a viabilidade celular não é afectada (Liu Y. et Al., 1999). -Em fibroblastos humanos in vitro. Para [TauCl] < 100 pmol/l não há toxicidade. A estas concentrações TauCl não provoca a apoptose celular (Vile G.F. et Al., 2000). - Nos sinoviócitos humanos (linhagem dos fibroblastos) em presença de elevadas concentrações de TauCl (400 a 500 pmol/l) as células mudam a sua morfologia (~30 a 50% das células assumem uma forma arredondada e são destacadas da superfície plástica) apesar da viabilidade ser conservada (> 95%) (Kontny E. et Al., 1999). - Em linfócitos T de ratinhos . Para [TauCl] = 30 a 300 pmol/l, TauCl não afecta a viabilidade celular (estabelecida ao nivel da actividade mitocondrial). . A 300 pmol/l, TauCl é citotóxico para os linfócitos do tipo DO-10-11 (Marcinkiewicz J. et Al., 1998) -Nas células dendriticas do ratinho, que são incubadas durante 24 horas com TauCl: •Para 0,05 mmol/1 < [TauCl] < 0,5 mmol/1 a actividade mitocondrial e portanto a viabilidade das células não é afectada. •Para [TauCl] >0,5 mmol/1 e com incubações de 24 horas observou-se uma diminuição significativa da viabilidade celular (Marcinkiewicz J., et Al., 1999) 9
Nos macrófagos ou nas células da linhagem dos macrófagos Para [TauCl] = 0,05~0,6 mmol/1 a viabilidade celular não é afectada. É-o a partir de 1 mmol/1. (Marcinkiewicz J., et Al., 1995) d) assimilação celular do H0C1 exógeno e da cloramina taurina exógena. 0 H0C1 é um agente oxidante lipófilo e possui de facto uma grande facilidade para atravessar as membranas celulares. Este é muito rápido (~80% de H0C1 é assimilado em dez minutos pelos fibroblastos humanos) (Vile G.F. et Al., 2000). Nas células endoteliais em cultura in vitro, com [HOC1] = 35 pmol/l, 50% das moléculas de HOC1 são consumidas em ½ minuto, a totalidade em ~15 minutos com uma grande maioria destas em dez minutos (Pullar J.M. et Al., Am J Physiol. 1999 Out;277 (4 Pt 2):H1505-12) .
TauCl é assimilado por sistemas de transporte membranas específicos. Assim, para as células RAW264.7 de rato em repouso, o valor in vitro do Km e de νΜΧ são respectivamente de 23,3 pmol/l e de 51,3 pmol/min/106 células (Km = 28,1 μΜ e Vmax = 90,9 pmol/min/106 células para a taurina). Para os macrófagos estimulados com LPS, os valores in vitro são de Km = 45,9 pmol/l e Vmax = 82,6 pmol/min/106 células para TauCl e de Km = 17,3 μΜ e Vmax = 116,3 pmol/min/106 células para a taurina.
Os sistemas de transporte membranar da TauCl e da taurina são independentes e os dois sistemas de assimilação são activos e são dependentes da temperatura, do Na+ e da energia. A biodistribuição do TauCl e da taurina no sangue traduz-se por uma assimilação rápida ao nível dos pulmões, do fígado, baço, do estômago, do intestino e dos rins. Nota-se uma grande assimilação da taurina e do TauCl ao nível das células presentes nas lesões inflamatórias 10 (proporção inflamação/sangue são respectivamente de 6,43 e de 4,84) (Kim C., et Al., 1998). Outros dados revelaram uma assimilação rápida pelos rins, fígado, baço e a medula óssea, ao passo que esta assimilação é lenta ao nível do coração e dos músculos (Huxtable RJ, J. Nutr. 1981 ; 111 :1275-86) . e) as propriedades anticépticas. O hipoclorito de sódio é um agente anti-bacteriano, antiviral e anti-fúngico muito poderoso e muito eficaz (Shih & al., 1970; Bloomfield & Miles, 1979; Harrison &
Hand, 1980). Um efeito bactericida contra as bactérias gram negativas e gram positivas foi observado até concentrações de NaOCl de 3,36 mmol/1 (0,025%) (Heggers JP et al. 1991). A concentração mínima para destruir o vírus HIV é de 19,062 mmol/1 (0,1 %) de cloro activo.
Os estudos sobre a cloramina taurina revelam que esta afecta significativamente a viabilidade do E. coli mas apenas a um pH ácido, o que indica que é a dicloramina e não a monocloramina taurina que possui uma actividade bactericida (J. Marcinkiewicz, 2000) . A N-monocloramina taurina teria então uma actividade anticéptica muito reduzida, quase nula. 3) inflamação A inflamação é uma reacção de defesa contra todo o tipo de agressão. O agressor é detectado pelas células sentinelas, como os macrófagos e as células dendríticas (CD) . Em resposta, vai-se despoletar um processo que irá ter como consequência a inicialização do sistema imunitário através da geração e da liberalização de mediadores (J. Marcinkiewicz et al., 1999). Estes mediadores irão pois despoletar uma série de reacções em cadeia para activar o sistema imunitário, para adaptar a sua resposta ao tipo de agressão e favorecer a sua intervenção. Assim que o 11 agressor é eliminado, tem lugar um processo de cicatrização/reparação. São reconhecidos dois tipos de imunidade: Inata (natural) e adquirida (adaptativa). 0 componente celular da imunidade inata (natural) é constituída por monócitos (fagócitos mononucleares), neutrófilos polinucleares (PNN) e células assassinas naturais (natural killer - NK) . As células utilizam a cadeia do complemento como um mecanismo de proteínas efectoras primárias, bem como proteínas de reconhecimento variadas como a proteína C reactiva e a proteína amilóide, entre outras. Estas proteínas são capazes de se ligar às estruturas hidratos de carbono presentes nas bactérias mas não nas células eucariotas. Os PNN fazem parte da primeira linha de defesa e colaboram estreitamente com os macrófagos, que são as células efectoras principais do sistema imunitário; os PNN são responsáveis pela defesa não específica na inflamação aguda e os macrófagos têm o mesmo papel na inflamação aguda e crónica (J. Marcinkiewicz et al., 1994). A imunidade adquirida (adaptativa) implica vários subtipos de linfócitos e utiliza os anticorpos como proteínas efectoras. Os receptores de células T e os anticorpos são as moléculas de reconhecimento. Os linfócitos B reconhecem os hidratos de carbono, as proteínas e algumas estruturas químicas relativamente simples já que os linfócitos T reconhecem apenas os peptídeos. As células dendríticas desempenham um papel não negligenciável. Com a acção de mediadores inflamatórios, os DC realizam uma migração dos tecidos não linfóides para os órgãos linfóides, onde irão perder a sua capacidade de captura dos antigénios e adquirir uma capacidade crescente 12 para estimular os linfócitos T (J. Marcinkiewicz et ai., 1994) . 4) Os mediadores da inflamação.
As citoquinas são as mais importantes moléculas mensageiras intercelulares do sistema imunitário (Megarbane B. et ai., 1998). Geradas pelas células imunitárias activadas, elas criam actividades biológicas especificas após a ligação com um receptor na célula alvo da resposta, tanto de forma autócrina, seja de forma parácrina. Os macrófagos e os linfócitos T são as principais células produtoras de citoquinas, no entanto muitas outras células são igualmente capazes de as gerar e das libertar. As citoquinas são verdadeiros reguladores da resposta imunitária humoral e celular. As citoquinas trabalham em uníssono e o equilíbrio entre as suas actividades é crucial para a regulação do sistema imunitário. A mais conhecida é a competição entre as citoquinas dos linfócitos T TH1 (IL-2, INF-Y, TNF-β e IL-12) e TH2 (IL-4, IL-5, IL-10 e IL-13) .
Os linfócitos TH1 estão implicados na imunidade celular e são responsáveis pelas actividades citotóxicas dos macrófagos, dos linfócitos T citotóxicos (CTL) bem como das células "natural killer" (NK).
Os linfócitos TH2 estão associados à resposta humoral. Assim, IL-10, uma citoquina do tipo TH2, inibe poderosamente as funções efectivas dos macrófagos e das células THl (J. Marcinkiewicz, 1997) .
As funções reguladoras das citoquinas podem ser entendidas na selecção dos isotipos da imunoglobulinas no momento da sua resposta humoral. Assim, as inibições selectivas de citoquinas resultam de uma modulação da resposta imunitária. 13
Os eicosanóides (prostaglandinas e leucotrienos) e o óxido nítrico (NO), produzidos pelos macrófagos activados têm um grande impacto na regulação da produção das citoquinas. Os eicosanóides (leucotrienos, prostaglandinas) não são encontrados já formados nos tecidos. São gerados a partir do ácido araquidónico, o qual é derivado dos fosfolípidos das membranas celulares.
As prostaglandinas (PG) são catalisadas pela cicloxigenase (COX) que converte o ácido araquidónico em cíclicos endoperóxidos. Existe uma forma constitutiva (C0X1) e uma forma induzida (C0X2) de COX. Esta última é activada nas células inflamatórias pelos agentes pro-inflamatórios. Nos macrófagos, conduz principalmente à síntese das prostaglandinas E2 (PGE2) e das prostaciclinas I2 (PGI2) e nos mastócitos conduz à síntese de prostaglandinas D2.
As prostaglandinas (particularmente PGE2) e os leucotrienos (particularmente LTB4) modificam as respostas imunitárias e um equilíbrio entre os efeitos destes eicosanóides variados permite um funcionamento harmonioso do sistema imunitário. 0 óxido nítrico (NO) é sintetizado a partir de da L/ arginina pelas duas formas do óxido nítrico sintetase, a forma constitutiva, dependente do cálcio (cNOS) e a forma induzida, independente do cálcio (iNOS). A cNOS é responsável pela síntese da forma basal do óxido nítrico tanto no endotélio como no sistema nervoso. A iNOS é encontrada numa variedade de células, incluindo os macrófagos, os neutrófilos e os hepatócitos. A geração do óxido nítrico desempenha um papel importante na citotoxicidade dos macrófagos e na sua capacidade para destruir os organismos invasores e portanto, na defesa não 14 específica do hospedeiro contra numerosos agentes patogénicos e contra células tumorais.
As características destes mediadores da inflamação foram descritas na técnica anterior (Knight JA, 2000; Marcinkiewicz J., 1997; Marcinkiewicz J., 1997 ; Megarbane B, 1998). 5) Influência do ácido hipocloroso e da N-cloramina taurina ao nível do sítio da inflamação. -Nas bactérias.
Depois da estimulação com bactérias Gram+ (Staphylococcus aureus, S. epidermidis, Escherichia coli) não cloradas, os macrófagos peritoneais do rato libertam fortes concentrações de óxido nítrico, de TNF-α e de IL-6. As bactérias cloradas por HOCl perdem a sua capacidade de induzir o óxido nítrico e o TNF-α, já que a produção de IL-6 e a fagocitose não são afectadas (J. Marcinkiewicz et al., 1994). -No endotélio. HOCl aumenta a permeabilidade do endotélio e favorece a aderência dos leucócitos ao endotélio da microcirculação. O TauCl atenua o aumento da permeabilidade do endotélio devido à acção do PNN. A taurina isolada não tem qualquer efeito (Tatsumi e Flies, 1994) . -No crescimento celular.
Os efeitos do ácido hipocloroso nas células endoteliais das veias umbilicais humanas em cultura foram estudados e foi demonstrado que concentrações muito fracas (5 nmol de HOCl para l,2xl05 células) não provocam a morte celular mas sim uma paragem transitória do crescimento (Vissers MC, Pullar JM, Hampton MB, 1999) . Ficou também demonstrado que doses fracas de HOCl e de cloraminas fisiológicas conduzem a uma inibição da síntese do ADN e da divisão celular de 15 fibroblastos cutâneos em cultura (Vile GF, Rothwell LA, Kettle AJ, 2000) . - Nas proteínas não livres (como o colagénio, etc.) HOCl é um oxidante muito poderoso. Modifica as proteínas por meio da cloração e torna-as mais vulneráveis à degradação por meio das endopeptidases. Esta degradação contribui para a destruição dos tecidos circundantes ao sítio da inflamação. TauCl, que é um oxidante muito mais poderoso, parece ser pouco responsável por estes danos tecidulares. -Na colagenase.
TauCl exerce uma inibição/inactivação directa da colagenase, enquanto que não tem qualquer efeito na susceptibilidade proteolítica do próprio colagénio. Em comparação, as N-monocloraminas leucinas e alanina e HOCl não têm qualquer efeito inibidor na colagenase, pelo contrário, as N-monocloramina leucina e alanina potenciam a susceptibilidade proteolítica do colagénio (Joanna M. S. Davies et al., 1994). - Nas proteínas livres (ovalbumina, enzimas bacterianas ou outras, etc.) A cloração das proteínas livres aumenta a sua sensibilidade imunitária, provavelmente facilitando o tratamento e as apresentações destas proteínas pelas "células apresentadoras dos antigénios" (APC), principalmente os macrófagos e as células dendríticas (DC) . Esta cloração é dez vezes mais importante para HOCl do que para TauCl, mas, in vivo, é o TauCl, graças à sua estabilidade, que é principalmente responsável (J. Marcinkiewicz et al., 1999) -Nas células dendríticas (DC) . A N-monocloramina taurina (TauCl), pré incubada com DC de rato durante 2 horas, possui uma acção inibidora que 16 varia em função da concentração de TauCl. Para [TauCl] = 0,5 mmol/1, TauCl inibe quase completamente as secreções das DC de óxido nítrico, de PGE2, dos agentes oxigenados reactivo (ROS) gerados pela respiração oxidativa, e as citoquinas TNF-α, IL-6, IL-10 e IL-12. É igualmente inibida a expressão induzida pelos lipossacáridos, dos MHC classe II e das moléculas B7-2. A esta concentração, TauCl pode ser tóxico para as DC se estas forem expostas durante um intervalo longo. Para [TauCl] = 0,25 mmol/1, TauCl tem uma acção mais selectiva. Ela inibe a produção de IL-12, IL-10, de PGE2 e do óxido nítrico, mas não a de TNF-α e de ROS. Além disso, a exposição das DC a TauCl parece favorecer o desenvolvimento de uma resposta linfocitária TH1 e uma diminuição da actividade das TH2 (J. Marcinkiewicz et ai., 1999). - Nos linfócitos T.
TauCl inibe a libertação de IL-2, IL-6 pelos linfócitos T quando estes são incubados numa concentração de TauCl de 0,1 a 0,3 mmol/1 e estimulados por um mitogénio, um antigénio ou um complexo ovalbumina-APC (J. Marcinkiewicz et al., 1998) . - Nos fagócitos.
Os antigénios clorados por HOCl e os antigénios que estão na presença de TauCl não estimulam a produção de mediadores inflamatórios pelos fagócitos que os fagocitaram. - Nos macrófagos.
As cloraminas, tais como a taurina monocloramina, taurina dicloramina, N-monocloroetanolamina e N-diclorofosfoetanolamina, bem como NaOCl (hipoclorito de sódio) inibem todos a libertação do óxido nítrico, inibição essa que é dependente da dose. A serina cloraminas fica imediatamente activa depois da sua preparação (0,3 mmol/1 17 de SerCl, inibição da geração do óxido nítrico de 85%). Perde a sua actividade inibidora passadas 24 horas de repouso numa solução (inibição de 22%) . A semi-vida da actividade de SerCl é portanto curta. A N-monocloroamina taurina inibe a geração de óxido nítrico em 98 % para 0,6 mmol/1 e do 8 a 22 % (em função do tipo de células) para 0,1 mmol/1 de TauCl. Esta inibição é efectuada ao nível da transcrição do gene de iNOS. A taurina isoladamente não tem efeito nesta transcrição (J. Marcinkiewicz. Et al., 1995). HOC1 (provavelmente graças a TauCl) e TauCl inibem a expressão pós transcricional (atraso de 4 horas da cinética da expressão do ARNm) de COX2 (e portanto a produção de PGE2) e diminui a rapidez de transcrição de TNF-α de uma forma dependente da dose com um IC50 de 0,4 mmol/1 (Quinn M.R. et al., 1996). Tau inibe a expressão de COX2 pelos macrófagos, seja qual for 0 seu nível de estimulação por INF-γ. TauCl inibe a produção de TNF-α, de IL-6 e a expressão de iNOS unicamente pelos macrófagos estimulados por INF-γ. Não tem qualquer acção na produção de IL-la, Seja qual for o nível de estimulação. A taurina nativa isolada não tem efeito sobre todos estes mediadores. As lipoproteínas do plasma, que foram oxidadas por HOC1, têm a capacidade de diminuir a síntese, pelos macrófagos, do ARNm de iNOS e portanto de inibir a síntese de óxido nítrico. Contribuem para o desenvolvimento de lesões ateroescleróticas (Moeslinger T. et al., 2000) -Nos neutrófilos PN.
TauCl inibe a produção do óxido nítrico, da prostaglandina E2, da interleuquina-6, de TNF-α de uma forma dependente da dose. A taurina nativa, isolada, não tem efeito. Graças às medidas da quimioluminescência dependente do luminol (LCL), confirmou-se ou demonstrou-se que (J. Marcinkiewicz et al., 1998 & 2000): 18 - Os ROS são reduzidos à vez pela taurina e pela N-cloramina taurina. Mesmo assim, a taurina afecta LCL em elevadas concentrações e a sua acção é muito menos entendida do que a de TauCl. - 0 ácido hipocloroso exerce uma inibição dependente da dose, de tipo retroactivo, na actividade da mieloperoxidase. TauCl e H0C1 têm um efeito semelhante na actividade da mieloperoxidase, in vitro, quando estes agentes são adicionados à da mieloperoxidase que foi extraída dos neutrófilos. 0 ácido hipocloroso exerce uma inibição dependente da dose na produção de um peróxido de hidrogénio. Esta inibição (para H0C1 = 0,25 mmol/1) é parada pela taurina (0,5 mmol/1) ou pelos nitritos (0,25 mmol/1) . TauCl não tem efeito nesta produção. - Uma diminuição da quimioluminescência, dependente da dose, é observada com HOC1 ou TauCl, sendo por vezes o TauCl (IC5o = 0,55 mmol/1) menos eficaz que HOC1 (IC5o = 0,1 mmol/1). A taurina e TauCl inibem a produção do anião superóxido (O2”) pelos neutrófilos estimulados. - Esta inibição da produção de O2” realiza-se por um mecanismo distinto da reacção da taurina com o ácido hipocloroso (para das TauCl), dado que a combinação da taurina (ou da TauCl) com um inibidor específico da mieloperoxidase tem um efeito sinergético. Passa-se a esclarecer o mecanismo de acção.
Mesmo assim, a taurina afecta LCL em elevadas concentrações e a sua acção é muito menos entendida do que a de TauCl (Marcinkiewicz J et Al., 1998). -Nos eosinófilos PN.
Os leucotrienos sulfopeptídeos LTC4 sulfóxidos e 6-trans-LTB4 são inactivados unicamente no meio extracelular por HOC1 (Owen W. F. et al., 1987). 19 - Nos gliócitos C6 de rato.
No sistema nervoso central, TauCl inibe a produção pelos gliócitos activados da proteína-1 quimioatractiva dos monócitos (MCP-1) e da proteína-2 inflamatória do macrófago (MIP-2) de uma forma dependente da dose e por meio de um sistema pós-transcricional (Liu Y, Schuller-levis G, Quinn MR., 1999). TauCl inibe igualmente a expressão transcricional do gene iNOS e portanto a produção do óxido nítrico. Inibe igualmente a expressão de proteínas COX-2 e portanto a produção de PGE2, por um mecanismo pós-transcricional (Liu Y et ai., 1998). - Nos fibroblastos.
De acordo com E. Kontny et ai., 1999; TauCl inibe a proliferação dos sinoviócitos (semelhantes aos fibroblastos) nos pacientes que sofrem de artrite reumatóide. Em 2000, no mesmo tipo de células e para a mesma patologia, mostraram que TauCl possui a capacidade de diminuir a actividade de factores de transcrição maiores que IL-6 (valor IC50 -225 pmol/l) e de IL-8 (valor IC50 -450 pmol/l) e portanto para reduzir a transcrição destes genes de uma forma dependente da dose. TauCl diminui portanto a acção pró-inflamatória devido a IL-6 e temporariamente a faculdade destas células imunitárias para migrar no sítio da inflamação (inibição de IL/8). Para IL-6, esta inibição é independente do mediador pro-inflamatório que estimulou o fibroblasto (seja ele TNF-α ou IL-Ιβ ou IL-17). Para IL-8, esta inibição efectua-se pelas estimulações feitas por TNF-α ou IL-Ιβ mas por aquelas que se devem a IL-17. Isto indica que as vias seguidas pelos sinais que despoletam a transdução são diferentes entre TNF-α / IL-Ιβ e IL-17 (Kontny E, 1999).
Para uma estimulação dos sinoviócitos humanos atingidos pela AR com IL-Ιβ a inibição da transdução de IL-6 e de IL- 20 8 por TauCl efectua-se ao nível de dois dos seus factores de transcrição: NF-κΒ e AP-1.
TauCl inibe à vez a proliferação espontânea e a despoletada por bFGF dos sinoviócitos dos pacientes que sofrem de AR.
Fracas doses de HOC1 e de cloraminas fisiológicas (NH2C1, TauCl e os ácidos α-aminados N-clorados) conduzem a uma inibição simultânea da síntese de ADN e da divisão celular dos fibroblastos cutâneos humanos em cultura (Glenn F. Vile et al.f 2000). - Nos factores de transcrição NF-kB e AP-1. A expressão de todos os genes cuja transcrição depende essencialmente da acção de NF-kB, tem uma grande probabilidade de ser afectada pela acção de TauCl. Para uma estimulação dos sinoviócitos humanos atingidos pela AR com IL-Ιβ a inibição da transdução de IL-6 e de IL-8 por TauCl efectua-se ao nível de dois dos seus factores de transcrição: NF-kB e AP-1, reduzindo a faculdade de ligação destes factores com o ADN de IL-6 e de IL-8. A transcrição de IL-6 está sob o controlo de NF-kB, uma vez que para IL-8 a acção de AP-1 e de NF-kB é necessária. A 250 μΜ, TauCl reduz selectivamente a ligação de NF-kB e portanto a transcrição de IL-6 sem afectar a ligação de AP-1 e portanto a transcrição de IL-8. A 500 μΜ de TauCl, a actividade de ligação de NF-kB e de AP-1 são as duas diminuídas, donde redução da transcrição de IL-6 e de IL-8 (Kontny E., 2000) .
Esta regulação é efectuada por um mecanismo de oxiredução (redox) [ (Sen C.K., Packer L., Fased J. 1996;10 :709-20), (Li N. & Karin M., Fased J. 1999; 13:1137-43), (Kunsch C. & Medford R.M., Circ Res. 1999 Out 15;85(8) :753-66.)]. Kontny et AI. 2000, puseram a hipótese de TauCl, que é um oxidante fraco, poderia interferir com o estatuto 21 celular oxidoredutor destes factores de transcrição. Estes autores sugerem como conclusão que NF-kB poderia representar um poderoso factor fisiológico anti-inflamatório. - No complemento. 0 componente C5 do complemento humano pode ser activado pelos oxidantes tais como os radicais hidroxilo, o hipoclorito e as cloraminas (TauCl e sobretudo NH2CI) . A activação depende de uma modificação estrutural do C5 que é atingida sem cisão do peptideo e que é induzida pela oxidação dos resíduos metionina na proteína C5. As modificações conduzem à expressão do sítio de ligação C6 que, normalmente, é formada após uma cisão específica de C5 em C5a e C5b por uma de duas convertases C3/C5. Na medida em que o produto da oxidação de C5 é semelhante a CsB, é capaz de desencadear a instalação do complexo membranolítico C5-9.
Os fragmentos quimiotáticos não são directamente gerados mas os C5 (semelhantes ao C5b) activados são rapidamente atacados pelas enzimas tal como a calicreina, o que produz fragmentos semelhantes a Csa, possuidores de uma actividade quimiotática. É provável que o complexo C567 formado com C5 (semelhante a C5b) seja também quimiotático tal como o complexo C5b67. 0 complexo C5b-g é conhecido para estimular, em concentrações não tóxicas, os PNN. 0 complexo correspondente C5-9, formado com o C5 (semelhante ao C5b) tem muito provavelmente o mesmo efeito. Assim, poderá conduzir a um ciclo vicioso que aumenta as lesões tecidulares (Vogt Walther, 1996). 6) Descrição pormenorizada da presente invenção.
Assim, com fundamento nas observações precedentes, estabelece-se agora que NaOCl, que possui uma acção bactericida pronunciada, contribui, na inflamação, para a 22 aceleração da passagem à fase de deterioração das massas necróticas e purulentas, estimula a imunidade local e activa o processo de reparação (Lelianov AD et al., 1991). Propriedades que são originadas pela associação dos dois compostos de hipoclorito de sódio, o radical hidroxilo (para a descontaminação) e o ácido hipocloroso e sobretudo os derivados clorados deste último.
Em consequência, a presente invenção tem como objectivo a utilização de uma mistura de pelo menos um hipoclorito de metal alcalino e pelo menos uma N-haloamina taurina para a preparação de um medicamento destinado, no caso do homem ou de um animal, ao tratamento de infecções virais e/ou bacterianas e/ou parasitárias e/ou fúngicas e/ou devido a agentes transmissíveis não convencionais (ATNC) e/ou inflamações crónicas, progressivas ou agudas e/ou para o tratamento de imunomoduladores e/ou estimuladores da cicatrização tecidular, bem como a lavagens pré e/ou per e/ou pós cirúrgicas, não exercendo o dito medicamento uma estimulação da actividade da mieloperoxidase.
Vantajosamente, o hipoclorito de metal alcalino é hipoclorito de sódio e a N-haloamina taurina é a N-cloroamina taurina. A mistura da presente invenção é notável na medida em que apresenta propriedades anticépticas de espectro muito largo, propriedades anti-inflamatórias, propriedades de modulação da imunidade e propriedades de estimulação da cicatrização tecidular, sem estimular a actividade da mieloperoxidase. 0 hipoclorito de metal alcalino e a N-haloamina taurina são associados na mistura de acordo com a presente invenção com um excipiente, como água purificada, conforme a utilização terapêutica. Trata-se de preferência de água purificada osmosada (isotónica). Este excipiente pode 23 conter diversos agentes, farmaceuticamente compatíveis com o hipoclorito de metal alcalino e a N-haloamina taurina, que permitem modificar certas propriedades fisico-químicas (exemplos: as propriedades tensioactivas, oxidantes, olfactivas ou gustativas, a estabilidade, o pH, o pKa, a densidade, a solubilidade, a viscosidade, a coloração, o coeficiente de partição água-etanol) da mistura da presente invenção. A mistura da presente invenção pode também incluir anti-oxidantes e/ou ácidos aminados que irão ter um efeito de diluição, neutralizando algumas moléculas de hipoclorito de metal alcalino. Estes anti-oxidantes, estes ácidos aminados e seus derivados halogenados terão uma acção farmacêutica, tanto neutra como dirigida aos efeitos terapêuticos investigados e não irão exercer a estimulação directa da actividade da mieloperoxidase na presença de agentes activos que são incluídos no medicamento da presente invenção. A mistura de acordo com a presente invenção poderá ser comercializada sob uma forma a preparar antes do seu emprego, que consiste em misturar o(s) hipoclorito (s) de metal alcalino com o(s) N-haloamina (s) taurina e um ou vários excipientes. Esta forma de apresentação poderá ser considerada se for necessário garantir uma melhor estabilidade no tempo da composição e dos produtos que a constituem. No entanto, mesmo com uma apresentação em que os produtos que a constituem estejam associados, a mistura da presente invenção poderá ser comercializada acompanhada de um excipiente, tal como água purificada, conforme para uma utilização terapêutica. Trata-se de preferência de água purificada osmosada (isotónica). Este excipiente pode conter diversos agentes, farmaceuticamente compatíveis com o conjunto de moléculas da mistura terapêutica final com o objectivo de modificar certas propriedades fisico-químicas 24 (exemplos: as propriedades tensioactivas, oxidantes, olfactivas ou gustativas, a estabilidade, o pH, o pKa, a densidade, a solubilidade, a viscosidade, a coloração, o coeficiente de partição água-etanol) por meio da adição de um(vários) agente(s) adequado(s). A mistura poderá ser igualmente preparada antes da sua administração ao paciente, misturando os constituintes descritos anteriormente. -(i) pelo menos um hipoclorito de metal alcalino e — (ii) pelo menos uma N-haloamina taurina.
Vantajosamente, o hipoclorito de metal alcalino é hipoclorito de sódio e a N-haloamina taurina é a N- cloroamina taurina. 0(s) hipoclorito(s) de metal alcalino mencionado(s) é vantajosamente apresentado sob a forma de uma solução liquida ou semi-liquida, como um gel, de modo vantajoso num excipiente como o descrito anteriormente. Esta solução de hipoclorito poderá ser estabilizada de acordo com o processo descrito na patente EP 0 471 129 Al, por um agente de regulação do pH, a fim de se obter um pH entre 10 e 10,5, respeitando a viabilidade celular. A(s) N-haloamina(s) taurina mencionada(s) é vantajosamente apresentada sob a forma de uma solução liquida ou semi-liquida, como um gel, de modo vantajoso num excipiente como o descrito anteriormente.
Vantajosamente, a mistura composição da presente invenção será preparada misturando as duas soluções anteriores com pelo menos um excipiente como a água purificada, conforme para uma utilização terapêutica. Tratar-se-á de preferência de água purificada osmosada (isotónica). Este excipiente poderá, por outro lado, conter agentes diversos, farmaceuticamente compatíveis com o conjunto das moléculas da mistura final, com o objectivo de 25 modificar certas propriedades fisico-quimicas da composição (exemplos: as propriedades tensioactivas, oxidantes, olfactivas ou gustativas, a estabilidade, o pH, o pKa, a densidade, a solubilidade, a viscosidade, a coloração, o coeficiente de partição água-etanol) por meio da adição do(s) agente (s) adequado(s).
Uma variante do processo anterior consiste em misturar: - (i) pelo menos um hipoclorito de metal alcalino, tal como o definido anteriormente, apresentado sob a forma de uma solução liquida ou semi-liquida, como um gel, de modo vantajoso num excipiente como o descrito anteriormente e (iii) pelo menos um ácido aminado seleccionado de entre a taurina, doravante designada igualmente «Zw/Aam», que se apresenta sob a forma de uma solução liquida ou semi-liquida, como um gel, de modo vantajoso num excipiente como o descrito anteriormente, de modo a obter uma associação de pelo menos um hipoclorito de metal alcalino e de pelo menos uma haloamina, tudo em quantidade terapêutica suficiente para inibir a mieloperoxidase.
Esta mistura é realizada de preferência com um excipiente tal como o definido anteriormente.
Nesta concretização, os derivados formados serão N-clorados e mais especialmente as N-cloraminas. 0 titulo em hipoclorito da primeira solução activa principal deverá ter em conta a estoquiometria e a taxa de reactividade da reacção entre o ácido hipocloroso e as moléculas Zw/Aam. Para o caso de a reacção não estar completa, as moléculas Zw/Aam que subsistirem não deverão ser estimuladores, na presença de agentes activos que fazem parte da composição da presente invenção, da actividade da mieloperoxidase. 26 0 ou os excipiente vantajosamente adicionados no processo anterior são úteis como solução secundária de diluição a fim de poder realizar um tratamento adaptativo às diferentes condições clinicas encontradas. Trata-se de preferência de água purificada osmosada (isotónica). Este excipiente será preferencialmente idêntico ao utilizado para cada um dos compostos e derivados misturados e, caso contrário, será compatível farmacologicamente para poderem ser misturados juntos antes de qualquer utilização clínica. Este excipiente poderá, por outro lado, conter agentes vários farmacologicamente compatíveis com o conjunto das moléculas da mistura terapêutica final, com o objectivo de modificar certas propriedades físico-químicas da composição (exemplos: as propriedades tensioactivas, oxidantes, olfactivas ou gustativas, a estabilidade, o pH, o pKa, a densidade, a solubilidade, a viscosidade, a coloração, o coeficiente de partição água-etanol) por meio da adição do(s) agente (s) adequado(s).
Este excipiente pode conter anti-oxidantes e/ou ácidos aminados que irão ter um efeito de diluição ao neutralizar os oxidantes da solução activa principal e muito especialmente o hipoclorito de metal alcalino. Estes anti-oxidantes, estes ácidos aminados e seus derivados terão uma acção farmacêutica tanto neutra como dirigida contra os efeitos terapêuticos investigados, sempre com uma toxicidade menor que os oxidantes da solução activa principal. Em todo o caso, deverão ser compatíveis farmacologicamente com os compostos e derivados utilizados nestes processos. A mistura de acordo com a presente invenção pode ser apresentada sob qualquer forma adaptada a uma aplicação local, como um gel ou ainda um aerossol. 27 A presente invenção interessa-se muito especialmente num tratamento por via local das infecções causadas por virus da família dos herpesviridae. A mistura da presente invenção é vantajosamente utilizada localmente, a fim de evitar os efeitos secundários, como o aumento do risco de ateroesclerose. Poderá ser aplicada sobre todas as mucosas externas ou internas, bucais, genitais, vaginais, oftálmicas, ópticas, sinusais, rinogéneas, dérmicas, etc. A mistura da presente invenção pode ser apresentada sob qualquer forma adaptada a esta administração e de preferência sob uma forma semilíquida, de preferência um gel graças à adição de uma ou várias substâncias farmacologicamente compatíveis como a celulose ou ainda os ácidos aminados dos peptídeos e/ou proteínas. A composição da presente invenção pode ainda ser adaptada a estados clínicos e/ou a mucosas doentes. Esta adaptação é realizada modificando as concentrações em produtos activos das soluções terapêuticas.
De acordo com uma forma de concretização especial da presente invenção, é aconselhada uma adição de antioxidantes fixando especificamente NaOH.
A mistura de acordo com a presente invenção é útil para o tratamento local de doenças ou de processos inflamatórios crónicos e/ou progressivos e/ou agudos. É igualmente indicada para a lavagem pré e/ou per e/ou pós cirúrgica das mucosas internas e/ou externas ou de lesões abertas. A presente invenção refere-se muito especialmente a um método de tratamento de lesões e afecções descritas anteriormente, consistindo num contacto da mucosa a tratar com a composição da presente invenção, por exemplo (ENL) durante cerca de 20 a 60 segundos, com uma posologia de 2 a 3 aplicações por dia e não seguidas de um enxaguamento. A 28 quantidade de composição empregue deverá ser suficiente para que os agentes activos terapêuticos não sejam todos neutralizados de uma forma ou de outra. 0 contacto não deverá ficar estático. As concentrações da solução deverão ser adaptadas à evolução da situação clinica até ao restabelecimento da saúde.
Assim, a presente invenção refere-se muito especialmente ao tratamento local das lesões e infecções ligadas às parodontites crónicas e/ou agudas. Assim, a composição da presente invenção é notável para ser utilizada em irrigação do fundo de bolsas parodontais com o objectivo de erradicar estas bolsas parodontais graças à sua acção anticéptica, anti-inflamatória, moduladora da imunidade e estimuladora da cicatrização sobre os tecidos parodontais (osso alveolar, ligamento alvéolo-dental e gengiva). A parodontite crónica é uma doença que se deve principalmente à acção patogénica de bactérias anaeróbicas, e muito especialmente Actinobacillus actinomycetemcomitans, Porphyromonas gingivalis, Bacteroides forsythus e Prevotella intermédia. As bactérias provocam um processo inflamatório crónico que tem como consequência a destruição progressiva do parodonte (tecido de sustentação dos dentes). A conclusão desta doença é a perda do dente (odonte) seguido do desaparecimento do tecido ósseo de sustentação.
Seja qual for a fase de tratamento da parodontite crónica, a irrigação das bolsas parodontais deve ser feita na presença de uma poderosa aspiração para que a solução terapêutica não seja deglutida ou inalada pelo paciente. Em caso de dúvida não se deve hesitar em enxaguar abundantemente. 29 i) Tratamento de ataque: Duas a três semanas até ao desaparecimento da hemorragia à sondagem das bolsas parodontais (exemplo de referência):
J 1: após uma rápida avaliação da situação clinica será efectuada uma irrigação de todos os espaços creviculares (haja ou não bolsas parodontais) dos dentes da cavidade bucal. Será prescrito uma lavagem da boca à base de uma mistura de cloro-hexidina (composto de referência) (0,1 % do volume terapêutico) e água oxigenada (0,3 %) . A posologia será de uma lavagem da boca duas vezes por dia (à distância do escovar dos dentes) durante dez dias, depois uma vez a cada dois ou três dias ad vitam aeterman (o tratamento inicial de ataque deverá ser retomado em caso de halitose) . Será fixado um plano de 2 a 3 consultas por semana. - para as outras consultas proceder-se-à na seguinte ordem: Educação, verificação e motivação da higiene parodontal; irrigação minuciosa (1 ml no mínimo da solução por bolsa); destartarização - capeamento minucioso das raízes dos dentes. - Quando todas as superfícies radiculares estão limpas e lisas deverá ser consagrada uma consulta à sondagem, após irrigação, das bolsas parondontais para avaliar o grau de gravidade da doença e eventualmente poderão ser efectuados outros exames, por exemplo biológicos. ii) Tratamento curativo primário (quatro semanas). -Irrigação minuciosa das bolsas parodontais a cada dez dias. - Na última sessão do tratamento curativo primário, a irrigação será seguida de uma sondagem, depois de um capeamento das superfícies radiculares. iii) Tratamento curativo secundário (até ao desaparecimento clínico das bolsas parodontais). 30 -Irrigação minuciosa das bolsas parodontais a cada dez dias. - A cada três sessões do tratamento curativo primário, a irrigação será seguida de uma sondagem, depois de um capeamento das superfícies radiculares. iv) Tratamento de manutenção.
Mesmo depois de se ter diagnosticada uma recuperação clínica, o tratamento deverá manter-se mas o intervalo entre duas consultas passará de duas para três semanas, sempre respeitando as outras características do protocolo operatório de tratamento curativo secundário.
Se ao fim de dois meses não se constatar reincidências mas sim uma consolidação da cicatrização passa-se à última fase, a vigilância.
Na presença de reincidências, em função das condições clínicas, será retomado o tratamento tanto ao nível do tratamento de ataque como ao nível do tratamento curativo primário e secundário. v) vigilância
Será fixada uma consulta a cada seis semanas. Será praticada uma sondagem minuciosa com investigação de eventuais reincidências. - Na ausência de reincidências, será praticada uma irrigação de todos os espaços creviculares seguida de cuidadoso capeamento das superfícies radiculares. - Na presença de reincidências, em função das condições clínicas, será retomado o tratamento tanto ao nível do tratamento de ataque como ao nível do tratamento curativo.
Neste pedido de patente em particular, a presente invenção abrange também os tratamentos parodontais cirúrgicos com obturação óssea, em que o ou os biomateriais de obturação utilizados estão associados à composição da presente invenção e/ou a um dos seus constituintes. 31
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Lisboa, 27 de Junho de 2007

Claims (8)

1 REIVINDICAÇÕES 1. Utilização de uma mistura de pelo menos um hipoclorito de metal alcalino e de pelo menos uma N-haloamina taurina para a preparação de um medicamento destinado ao tratamento, no ser humano ou no animal, e/ou à profilaxia de infecções virais e/ou bacterianas e/ou parasitárias e/ou fúngicas e/ou causadas por agentes transmissíveis não convencionais (ATNC), não exercendo o medicamento mencionado uma estimulação da actividade da mieloperoxidase.
2. Utilização de uma mistura de pelo menos um hipoclorito de metal alcalino e de pelo menos uma N-haloamina taurina para a preparação de um medicamento destinado ao tratamento, no ser humano ou no animal, de inflamações crónicas, progressivas ou agudas, não exercendo o medicamento mencionado uma estimulação da actividade da mieloperoxidase.
3. Utilização da mistura de pelo menos um hipoclorito de metal alcalino e de pelo menos uma N-haloamina taurina para a preparação de um medicamento destinado a um tratamento, no ser humano ou no animal, imunomodulador, não exercendo o medicamento mencionado uma estimulação da actividade da mieloperoxidase.
4. Utilização da mistura de pelo menos um hipoclorito de metal alcalino e de pelo menos uma N-haloamina taurina para a preparação de um medicamento destinado a uma estimulação, no ser humano ou no animal, da cicatrização tecidular, não exercendo o medicamento mencionado uma estimulação da actividade da mieloperoxidase. 2
5. Utilização de uma mistura de pelo menos um hipoclorito de metal alcalino e de pelo menos uma N-haloamina taurina para a preparação de um medicamento destinado à lavagem, no ser humano ou no animal, pré e/ou per e/ou pós cirúrgica, não exercendo o medicamento mencionado uma estimulação da actividade da mieloperoxidase.
6. Utilização de acordo com uma das reivindicações 1 a 5, caracterizada por o medicamento ser útil para o tratamento local de lesões e infecções associadas às parodontites crónicas e/ou agudas.
7. Utilização de acordo com uma das reivindicações 1 a 6, caracterizada por o medicamento ser útil para o tratamento local de lesões e infecções associadas ao virus da família dos herpesviridae.
8. Utilização de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 7, caracterizada por o hipoclorito de metal alcalino ser o hipoclorito de sódio e por a N- haloamina taurina ser a N-cloramina taurina. Lisboa, 27 de Junho de 2007
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