BRPI0921304B1

BRPI0921304B1 - Processo e dispositivo elétrico combinado de alimentação e carga com meios de compensação

Info

Publication number: BRPI0921304B1
Application number: BRPI0921304-0A
Authority: BR
Inventors: Luis Sousa; Boris Bouchez
Original assignee: Valeo Systemes De Controle Moteur
Priority date: 2008-11-18
Filing date: 2009-11-17
Publication date: 2019-04-09
Also published as: CN102216114B; CN102216114A; FR2944391A1; BRPI0921304B8; BRPI0921304A2; US9153996B2; US9873342B2; EP2367705A1; JP5631893B2; WO2010057893A1; EP2367705B1; JP2012509657A; US20150375629A1; US20120019173A1; FR2944391B1

Abstract

processo e dispositivo elétrico combinado de alimentação e carga com meios de compensação a invenção refere-se a um dispositivo e a um processo combinado de alimentação e de carga comportando um motor (6) de corrente alternada, um inversor (2), meios de acumulação (5), e meios de comutação (4) que permitem quer autorizar a alimentação do motor (6) quer de autorizar a carga dos meios de acumulação (5) pelo inversor. o dispositivo compreende meios de compensação dos campos magnéticos gerados quando da carga dos meios de acumulação (5) permitindo limitar ou suprimir os movimentos do rotor do motor (6).

Description

“PROCESSO E DISPOSITIVO ELÉTRICO COMBINADO DE ALIMENTAÇÃO E CARGA COM MEIOS DE COMPENSAÇÃO” [0001] A presente invenção refere-se a um dispositivo elétrico combinado de alimentação e de carga bem como um processo associado e situa-se no domínio dos motores ou alternadores alimentados por baterias recarregáveis.

[0002] A invenção encontra com vantagem aplicação no domínio dos automóveis elétricos nos quais as baterias podem alimentar o motor via um inversor e ser recarregadas quando o automóvel está parado.

[0003] Contudo embora particularmente previstos para tal aplicação o dispositivo e o processo associado poderão ser utilizados em outros domínios e notadamente dispositivos de geração de energia de tipo eólico ou hidráulico.

ANTECEDENTES da INVENÇÃO [0004] Classicamente um veículo elétrico é equipado com baterias de alta tensão que emitem uma corrente contínua para um conversor que transforma esta corrente contínua em uma corrente alternada que permite alimentar um motor elétrico, esta última assegurando a colocação em movimento do veículo.

[0005] De modo a assegurar a recarga destas baterias de alta tensão é conhecido equipar o veículo com um dispositivo de carga embarcado comportando essencialmente um conversor alternado contínuo permitindo retificar a potência alternada da rede elétrica para carregar as baterias. O dispositivo compreende, além disso, com vantagem um conversor contínuo-contínuo que assegura a adaptação do nível de tensão da rede ao das baterias.

[0006] Os componentes eletrônicos da cadeia de alimentação por um lado e a cadeia de carga por outro lado são dispendiosos. Além disso, a alimentação do motor e a carga das baterias são efetuadas em fases diferentes. Também foi proposto, nos pedidos EP 0.603.778 e W097/08009, reutilizar uma parte do motor e dos componentes servindo à sua alimentação para realizar o dispositivo de carga das baterias.

[0007] Para esse efeito, o dispositivo de carga das baterias utiliza o inversor para formar um conversor alternado contínuo bem como bobinas do motor para formar as

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2/12 indutâncias. A passagem do modo de alimentação do motor ao de carga das baterias é assegurada por meios de comutação com contactores de potência desconectando o neutro.

[0008] A utilização dos conectores de potência é, contudo, problemática no sentido onde, assegurando a passagem das correntes da máquina elétrica, eles devem ser super dimensionados. Para remediar este inconveniente uma solução consiste em realizar uma estrutura que apresenta meios de comutação integrados com pontes em H.

[0009] Contudo nos dois casos acima citados a utilização das fases do motor como indutância para retificar a corrente da rede elétrica causa perturbações no nível do rotor do motor. Com efeito, as indutâncias magnetizadas pelas correntes alternadas criam assim campos magnéticos. Estes campos magnéticos agem sobre o rotor que pode entrar em movimento, por exemplo, vibrando, e mesmo, em função dos campos magnéticos e as características do rotor, entrar em rotação. Esta colocação em movimento coloca problemas ao mesmo tempo de conforto e de segurança no caso de uma utilização do dispositivo elétrico combinado em um veículo elétrico ainda que este último possa ser equipado com um sistema de desacoplamento do trem da máquina quando da carga.

OBJETO DA INVENÇÃO [0010] A presente invenção tem por objetivo propor um dispositivo e um processo permitindo a alimentação do motor e a carga da bateria utilizando elementos do motor e do inversor e tal que o dispositivo e o processo permitam remediar os inconvenientes acima citados quando da carga dos meios de acumulação.

SUMÁRIO DA INVENÇÃO [0011] Para esse efeito, a invenção visa um processo combinado de alimentação e de carga comportando uma etapa de comando que permite passar de um modo de alimentação de um motor para um modo de carga dos meios de acumulação sobre uma rede elétrica e inversamente. Ele comporta, além disso, uma etapa de compensação dos campos magnéticos quando da etapa de carga dos meios de

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3/12 acumulação permitindo limitar ou suprimir os movimentos do rotor.

[0012] Este processo pode ser realizado em um dispositivo equipado com um motor e ligado a uma rede elétrica cujo número de fases é inferior ao número de fases do motor, a etapa de compensação podendo então comportar uma operação que consiste em injetar, na ou nas fases do motor que não são ligadas a uma fase da rede, uma corrente de compensação. Esta corrente de compensação pode ser submetida à posição do rotor do motor e/ou à corrente de carga injetada nas fases do motor que são ligadas a uma fase da rede elétrica.

[0013] Alternativamente ou em complemento, a etapa de compensação pode comportar uma operação que consiste em retificar por uma ponte de diodos a rede elétrica, assim como uma operação consistindo em injetar a corrente de carga pelo ponto meio de pelo menos um enrolamento indutivo do estator do motor. Neste caso, durante a referida operação de injeção de corrente, a mesma corrente pode ser injetada em cada uma das metades do referido enrolamento indutivo, o que permite abaixar a indutância do enrolamento correspondente, deixando aparente apenas a sua indutância de fuga.

[0014] O processo pode ser realizado em um dispositivo equipado com um motor trifásico e ligado a uma rede elétrica monofásica, a etapa de compensação comportando uma operação que consiste em retificar por uma ponte de diodo a rede elétrica bem como uma operação que consiste em injetar, na ou nas fases do motor que não ligadas a uma fase da rede, uma corrente igual à corrente de carga injetada na ou nas fases do motor que são ligadas a uma fase da rede.

[0015] O processo pode igualmente ser realizado em um dispositivo equipado com um motor trifásico e ligado a uma rede elétrica monofásica, a etapa de compensação comportando uma operação que consiste em injetar, na ou nas fases do motor que não são ligadas a uma fase da rede, uma corrente igual à corrente de carga injetada na ou nas fases do motor que são ligadas a uma fase da rede.

[0016] O processo pode igualmente ser realizado em um dispositivo equipado com um motor trifásico e ligado a uma rede elétrica monofásica, a etapa de compensação comportando uma operação consistindo em retificar por uma ponte de

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4/12 diodo a rede elétrica bem como uma operação consistindo em injetar a corrente de carga pelo ponto meio de pelo menos uma bobina do estator do motor.

[0017] O processo pode igualmente ser realizado em um dispositivo equipado com um motor trifásico, e ligado a uma rede elétrica monofásica, a etapa de compensação comportando uma operação consistindo em injetar a corrente de carga pelo ponto meio de pelo menos de uma bobina do estator do motor.

[0018] O processo pode igualmente ser realizado em um dispositivo equipado com um motor trifásico e ligado a uma rede elétrica trifásica, a etapa de compensação comporta uma operação consistindo em retificar por uma ponte de diodo a rede elétrica e em inverter uma fase do motor.

[0019] O processo pode igualmente ser realizado em um dispositivo equipado com um motor trifásico e ligado a uma rede elétrica trifásica na qual a etapa de compensação comporta uma operação consistindo em injetar a corrente de carga pelos pontos meios das bobinas do estator do motor.

[0020] Outro aspecto da invenção visa um dispositivo elétrico adaptado para realizar o processo definido acima. Tal dispositivo elétrico pode comportar um motor com corrente alternada, um inversor dos meios de acumulação e meios de comutação permitindo quer autorizar a alimentação do motor quer autorizar a carga dos meios de acumulação pelo inversor, o referido dispositivo elétrico sendo caracterizado pelo fato de que compreende meios de compensação dos campos magnéticos gerados quando da carga dos meios de acumulação permitindo limitar ou suprimir os movimentos do rotor do motor.

BREVE DESCRIÇÃO DOS DESENHOS [0021] A presente invenção será melhor compreendida com a leitura de um exemplo detalhado de realização em referência aos desenhos anexos, dados a título de exemplo não limitativo.

[0022] A figura 1 representa de maneira esquemática um exemplo de realização de um inversor trifásico com uma rede elétrica monofásica, a compensação sendo efetuada por uma ponte de diodo.

[0023] As figuras 2A e 2B representam de maneira esquemática dois exemplos

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5/12 de realização de um inversor trifásico com uma rede elétrica monofásica, a compensação sendo efetuada por injeção de corrente.

[0024] A figura 3 representa de maneira esquemática um exemplo de realização de um inversor trifásico com uma rede elétrica monofásica, a compensação sendo efetuada por injeção da corrente de carga pelos pontos meios das bobinas.

[0025] A figura 4 representa de maneira esquemática um exemplo de realização de um inversor trifásico com uma rede elétrica trifásica, a compensação sendo efetuada por pontes de diodos.

[0026] A figura 5 representa de maneira esquemática um exemplo de realização de um inversor trifásico com uma rede elétrica trifásica, a compensação sendo efetuada por injeção da corrente de carga pelos pontos meios das bobinas.

[0027] A figura 6 representa de maneira esquemática um exemplo de realização da ramificação do conjunto motor, inversor, meios de acumulação e tomada de rede. DESCRIÇÃO DETALHADA DA INVENÇÃO [0028] Com referência principalmente à figura 6, nota-se representado um dispositivo 1 de acordo com a invenção com um inversor 2 e meios de comutação 4 que comportam três pontes em H, 3, 3 3 . Cada ponte 3, 3', 3 comporta quatro interruptores 12 (constituídos, no presente exemplo, por transistores de potência) divididos sobre braços de referência de A a F. O dispositivo 1 compreende, além disso, meios de acumulação 5, um motor 6, representado parcialmente, dos quais os enrolamentos 7 servem de indutância.

[0029] O dispositivo 1 comporta igualmente um conjunto de conexões 8 permitindo a conexão à tomada da rede elétrica 11.

[0030] A passagem do modo de alimentação ao modo de carga é gerida por um circuito de comando 9 (na figura 6, a ligação entre o circuito de comando 9 e dos interruptores 12 não foi representada para facilitar a leitura da figura). Com referência á figura 6, nota-se que o dispositivo 1 comporta igualmente um conversor CC/CC 10 disposto entre as pontes em H e os meios de acumulação 5, este último permitindo adaptar as tensões e, portanto, otimizar o dimensionamento do inversor sem degradar o rendimento.

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6/12 [0031] A figura 1 mostra um modo de realização que associa um motor trifásico e uma rede elétrica de carga monofásica, a compensação sendo efetuada por retificação da rede. A figura 1 representa um inversor 2 com um circuito de comando 9 e uma fonte ou rede elétrica 11 monofásica. A única fase da rede 11 é ramificada sobre a primeira fase do motor 6 para permitir carga dos meios de acumulação 5. Mais precisamente, a fase da rede 11 é ligada a fim de empregar a primeira bobina 7 do estator do motor 6 como indutância quando da carga.

[0032] Quando desta etapa de carga cria-se no motor um campo magnético que comporta uma componente homopolar que atrai e afasta sucessivamente os pólos do rotor do motor 6. Em função dos tipos de rotor, é assim possível que o rotor vibre ou entre em rotação quando de carga dos meios de acumulação 5 e notadamente no caso de utilização de um rotor com magnetos permanentes. Mesmo no caso de um rotor bobinado, se este último não for isolado da sua alimentação, correntes induzidas parasitas podem aparecer no nível do rotor e colocar este em movimento. A utilização de uma ponte com diodo 14 como meios de compensação permite criar um campo unipolar que só varia em amplitude. Estes meios de compensação impedem o aparecimento dos fenômenos de atração repulsão em um rotor com magnetos permanentes.

[0033] As figuras 2A e 2B visam um modo de realização associando um motor trifásico e uma rede elétrica de carga monofásica, a compensação efetuando-se por injeção de corrente. A figura 2A representa um inversor 2 com um circuito de comando 9 e de rede elétrica 11 monofásico. Neste exemplo, a compensação consiste em injetar na fase restante uma corrente idêntica às utilizadas para a carga. A compensação permite, por conseguinte, inibir assim o efeito da corrente de carga frente ao rotor.

[0034] A compensação dos campos magnéticos quando da etapa de carga é realizada aqui por uma operação de compensação no curso da qual o circuito de comando 9 pilota os interruptores 12 de modo a injetar, em cada uma das duas fases do motor que continuaram a ser livres (ou seja, nas duas bobinas do estator do motor 6 que não são ligadas à rede 11), uma corrente de compensação determinada

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7/12 pelo circuito de comando 9 de modo que a soma vetorial dos campos magnéticos criados por cada uma das três bobinas 7 seja nula. Isto permite reduzir ou suprimir os movimentos do rotor devido, por exemplo, às dissimetrias do motor.

[0035] A título de exemplo, correntes de compensação idênticas às da carga podem ser injetadas que inibem assim o efeito da corrente de carga frente ao rotor. O circuito de comando 9 determina assim a corrente de compensação submetendo a mesma sobre a corrente de carga.

[0036] Em variante ou em complemento, as correntes de compensação podem também ser determinadas pelo circuito de comando 9 em função da posição do rotor do motor 6 fornecida, por exemplo, por um sensor. A corrente de compensação então é submetida à posição física do rotor, ou seja, que é modificada até que rotor fique imobilizado ou apresente um movimento aceitável.

[0037] A figura 2B mostra uma variante na ramificação da rede monofásica sobre as pontes em H (3, 3', 3''). A ligação do circuito de comando 9 aos transistores das pontes em H não foi representada para tornar mais clara a figura. Estas ligações são idênticas às das figuras 1 e 2A.

[0038] Em todas as figuras, os pontos visíveis na proximidade dos enrolamentos motor 7 definem o sentido de enrolamento das bobinas nos entalhes previstos para esse efeito. A bobina é tal que se correntes trifásicas equilibradas alimentam as bobinas 7 do motor 6 cada um dos terminais indicados pelo ponto, o sistema de força magnetomotora é um sistema trifásico equilibrado. Por abuso de linguagem, pode-se disser que o terminal de uma bobina 7 marcado por um ponto é o terminal positivo.

[0039] Na figura 2B, a rede monofásica é ramificada de modo que o neutro da rede esteja sobre um terminal de bobina 7 dito positivo e a fase seja um sobre um terminal negativo. Assim, do ponto de vista do motor 6, as correntes atravessando as suas duas primeiras bobinas estão em fase. É suficiente então injetar na bobina 7 restante uma corrente em fase. Assim os campos gerados no estator do motor 6 estão sem efeito sobre o rotor porque a soma vetorial das correntes das bobinas 7 do motor levando em conta o seu deslocamento espacial é nula.

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8/12 [0040] Quando da carga, um dos comandos possíveis é pilotar os braços B e C em oposição de fase. Por exemplo, os braços B e C podem ser comandados de acordo com um comando PWM (Pulse Width Modulation, em português: modulação com largura de pulsos) clássico a fim de realizar a função PFC (Power Factor Corrector, em português: corretor de fator de potência). Não se detalhará mais aqui como controlar a corrente para realizar todas as funcionalidades de um carregador de bateria, o que é conhecido do versado. Para realizar a compensação, os braços E e F são pilotados no presente exemplo de modo a gerar uma corrente igual em amplitude e fase sobre a bobina 7 correspondente cujo papel é compensar o campo de estator criado pelos duas primeiras bobinas 7. Os braços A e D são representados em ponteados porque não são comandados quando desta fase de carga. A compensação assim é realizada pelos braços E e F.

[0041] Uma variante do modo de realização da figura 1 consiste em acrescentar à compensação por correção da rede uma compensação por injeção de corrente na fase continuada livre do motor, a exemplo do modo de realização das figuras 2A e 2B.

[0042] A figura 3 visa um modo de realização que associa um motor trifásico e uma rede elétrica de carga monofásica, a compensação sendo efetuada por injeção de corrente aos pontos meios dos enrolamentos 7 do motor 6. A figura 3 representa um inversor 2 com um circuito de comando 9 e uma rede elétrica 11 monofásica. Neste exemplo os meios de compensação são realizados conectando os terminais 15 da rede elétrica 11 pelos pontos meios 16 de duas bobinas do estator do motor 6. Quando a etapa de carga a entrada da corrente efetua-se no nível dos pontos meios

16. Esta introdução faz com que as correntes de carga sejam equilibradas entre cada semi-bobina e, portanto, não criam forças magnetomotoras.

[0043] Os braços A e B bem como C e D são pilotados no presente exemplo de modo a gerar correntes iguais em amplitude, mas em oposição de fase do ponto de vista do motor 6. Por exemplo, os braços B e C podem ser comandados de acordo com um comando PWM clássico a fim de realizar a função PFC. As correntes de cada semi-bobina circulam nos mesmos entalhes, mas em sentidos opostos, como

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9/12 indicado na figura, a força magnetomotoroa é, portanto, nula. Não há campo criado ao nível do estator graças a esta compensação. Mesmo assim, estas correntes estão em fase do ponto de vista do carregador de bateria.

[0044] A carga de bateria é assegurada como em um carregador convencional pelos braços A, B, C, e D e pelas indutâncias de fuga de cada par de semi-bobina. Com efeito, o acoplamento das duas semi-bobinas não é perfeito embora atravessando os mesmos entalhes, isto sendo devido às inevitáveis imperfeições de forma das bobinas. Estas imperfeições formam, portanto, um elemento indutivo para a função carregador. Os braços E e F não são comandados durante esta fase de carga.

[0045] Em variante, as bobinas podem ser dispostas de modo que as correntes de cada semi-bobina não circulem nos mesmos entalhes.

[0046] A figura 4 visa um modo de realização que associa um motor trifásico e uma rede elétrica de carga trifásica, a compensação sendo efetuada por correção da rede. A figura 4 representa um inversor 2 com um circuito de comando 9 e de rede elétrica 11 trifásica. Neste exemplo de realização os meios de compensação comportam pontes de diodo 14. Para melhorar a compensação e impedir qualquer rotação do rotor, a compensação pode comportar uma etapa suplementar que consiste em inverter uma fase do rotor do motor 6. Esta inversão pode ser realizada simplesmente invertendo a ramificação de um dos enrolamentos indutivos do estator (ver figura 4 onde, para enrolamento 7 mais à esquerda na figura, o ponto é à direita deste enrolamento enquanto que, para dois outros enrolamentos 7, o ponto está à esquerda do enrolamento correspondente).

[0047] A figura 5 visa um modo de realização associando um motor trifásico e uma rede elétrica de carga trifásica, a compensação sendo efetuada por injeção de corrente aos pontos meios dos enrolamentos 7 do motor 6. A figura 5 representa um inversor 2 com um circuito de comando 9 e de rede elétrica 11 trifásica. Neste exemplo de realização os meios de compensação são realizados conectando a rede elétrica 11 aos pontos meios 16 das bobinas do estator do motor 6. Todos os braços A a F são comandados aqui de acordo com um comando PWM clássico a fim de

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10/12 realizar a função PFC.

[0048] A entrada da corrente, quando do modo de carga dos meios de acumulações, ao nível dos pontos meios faz, a exemplo do que foi descrito no exemplo da figura 3 para uma rede elétrica monofásica, com que as correntes de carga sejam equilibradas entre cada semi-bobina e, portanto, não criam força magnetomotora.

[0049] Esta solução da compensação por injeção de corrente nos pontos meios das bobinas tem por vantagem reduzir com vantagem a indutância aparente do carregador (isto é igualmente válido para o modo de realização da figura 3). Com efeito, a fim de realizar um dispositivo que realiza a função PFC, a indutância das bobinas não deve ser muito grande para não deformar a onda da corrente. Quando o fator de potência é unitário, a corrente está em fase da tensão. A inclinação da corrente é máxima quando a tensão é nula. Se a indutância é grande, a subida da corrente será mais longa e atingirá a sua inclinação máxima com retardo. A consequência é uma distorção da corrente quando da passagem a zero. Esta distorção é uma fonte de harmônico. Ora, a indutância de fuga é muito inferior à indutância magnetizante. Geralmente, a relação da indutância de fuga sobre a indutância magnetizante é de 1 a 10%. No caso de uma máquina alta tensão, o valor da indutância cresce com o quadrado da tensão de comando. Para sistemas elevada tensão, as indutâncias das bobinas de estator das máquinas elétricas são muito elevadas para realizar um carregador com controle do fator de potência. A solução das figuras 3 e 5 permite dividir por 10, até mesmo 100, esta indutância. Por exemplo, uma máquina de 50 kW dimensionada para um inversor a ponte em H de 900 V pode apresentar uma indutância de 4 mH. Este valor não é adaptado para um carregador de 3 kW sob 230 V. A utilização da indutância de fuga permite reduzir este valor entre 400 e 40 μΗ. O inconveniente pode ser uma ondulação da corrente maior na frequência de corte. Esta ondulação pode ser reduzida aumentando a frequência de corte. Sabendo-se que o carregador de 3 a 6 kW não utiliza a capacidade cheia da eletrônica dimensionada para um inversor de 50 kW, não se nota inconveniente em aumentar as perdas por comutação em modo de carga

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11/12 batería.

[0050] Portanto, no caso de uma injeção de corrente nos pontos meios de uma ou várias bobinas do estator (figuras 3 e 5), e quando a mesma corrente é injetada nas duas semi-bobinas (formadas pela existência do ponto meio), as indutâncias das duas semi-bobinas anulam-se. Só permanece aparente a indutância de fuga ligada às imperfeições das bobinas, esta indutância sendo bem mais fraca e melhor adaptada à utilização em um carregador.

[0051] Outras características da invenção poderíam ter sido igualmente visadas sem, no entanto, sair do quadro da invenção definida pelas reivindicações seguintes. Assim, nos diferentes exemplos incluídos na descrição, os meios de compensação são detalhados com um motor trifásico, contudo os ensinamentos desta descrição poderão ser transpostos e estendidos de modo geral a máquinas elétricas polifásicas.

[0052] Do mesmo modo, nos exemplos citados o inversor tem uma estrutura de ponte em H, a invenção não se limita, contudo, a esta estrutura e poderá notadamente ser estendida a uma estrutura clássica com um inversor realizado com pontes trifásicas e meios de comutação de tipo contactor de potência para passar de um modo de carga das baterias a um modo de alimentação do motor. Além disso, os diferentes modos de realização aqui descritos podem ser combinados, assim como a etapa de compensação pode ser realizada por uma combinação dos diferentes meios de compensação descritos.

[0053] Nos exemplos citados, a expressão “ponto meio”, quando se refere a uma bobina, pode designar não somente o ponto de conexão de duas semi-bobinas com o mesmo número de espiras, mas também o ponto de conexão das duas semibobinas de número de espiras diferentes. A expressão “ponto meio” é, portanto, empregada aqui em conformidade com seu sentido corrente em eletrônica cobrindo igualmente um ponto tomado no meio exato de uma bobina, que um ponto dividindo a bobina em duas porções desiguais (por exemplo, uma porção comportando os dois terços do número total de espiras e outra porção comportando um terço do número total de espiras). No mesmo espírito, os termos “metade” ou “semi-bobina” designam

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12/12 uma destas porções, ainda que esta última comporte um número de espiras diferente da metade do número total de espiras da bobina. As correntes de carga então são repartidas em cada semi-bobina à imagem da relação entre o número de espiras da bobina considerada e o número total das espiras da bobina

Claims

REIVINDICAÇÕES

1. Processo combinado de alimentação e de carga para implementar um dispositivo provido de um motor (6) em um veículo elétrico, o dito dispositivo sendo conectado a uma rede elétrica (11), o dito processo compreendendo uma etapa de comando permitindo passar de um modo de alimentação dos enrolamentos do motor (6) por meios de acumulação (5), via um inversor (2), para um modo de carga dos meios de acumulação (5) na rede elétrica (11) via o inversor (2), os enrolamentos do motor (6) que formam respectivamente, de acordo com esse modo, um conversor de corrente alternada em corrente contínua e indutâncias, o processo permitindo inversamente mudar do modo de carga para o modo de alimentação, o processo caracterizado pelo fato de que compreende uma etapa de compensação dos campos magnéticos durante a etapa de carga dos meios de acumulação, permitindo limitar ou suprimir os movimentos do rotor do motor (6).
2. Processo, de acordo com a reivindicação 1, caracterizado pelo fato de que o número de fases da rede elétrica (11) é inferior ao número de fases do motor (6), em que a etapa de compensação compreende uma operação consistindo em injetar, na fase ou fases do motor (6), que não são conectadas a uma fase da rede, uma corrente de compensação.
3. Processo, de acordo com a reivindicação 2, caracterizado pelo fato de que a corrente de compensação é submetida à posição do rotor do motor (6).
4. Processo, de acordo com a reivindicação 2 ou 3, caracterizado pelo fato de que a corrente de compensação é submetida à corrente de carga injetada nas fases do motor (6) que são conectadas a uma fase da rede elétrica (11).
5. Processo, de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 4, caracterizado pelo fato de que a etapa de compensação compreende uma operação consistindo em retificar, por uma ponte de diodos (14), a rede elétrica (11).
6. Processo, de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 5, caracterizado pelo fato de que a etapa de compensação compreende uma operação consistindo em injetar a corrente de carga pelo ponto intermediário de pelo menos um enrolamento indutivo (7) do estator do motor (6).

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7. Processo, de acordo com a reivindicação 6, caracterizado pelo fato de que durante a dita operação de injeção de corrente, a mesma corrente é injetada em cada uma das metades do dito enrolamento indutivo (7).
8. Processo, de acordo com a reivindicação 1, caracterizado pelo fato de ser para a implementação de um dispositivo provido com um motor trifásico (6) e conectado a uma rede elétrica monofásica (11), em que a etapa de compensação compreende uma operação consistindo em retificar, por uma ponte de diodo (14), a rede elétrica (11) bem como uma operação consistindo em injetar, na fase ou fases do motor (6) que não são conectadas a uma fase da rede (11), uma corrente igual à corrente de carga injetada na fase ou fases do motor (6) que são conectadas a uma fase da rede (11).
9. Processo, de acordo com a reivindicação 1, caracterizado pelo fato de ser para a implementação de um dispositivo provido com um motor trifásico (6) e conectado a uma rede elétrica monofásica (11), em que a etapa de compensação compreende uma operação consistindo em injetar, na fase ou fases do motor (6) que não são conectadas a uma fase da rede (11), uma corrente igual à corrente de carga injetada na fase ou fases do motor (6) que são conectadas a uma fase da rede (11).
10. Processo, de acordo com a reivindicação 1, caracterizado pelo fato de ser para a implementação de um dispositivo provido com um motor trifásico (6) e conectado a uma rede elétrica monofásica (11), em que a etapa de compensação compreende uma operação consistindo em retificar, por uma ponte de diodo (14), a rede elétrica (11) bem como uma operação consistindo em injetar a corrente de carga pelo ponto intermediário (16) de pelo menos uma bobina do estator do motor (6).
11. Processo, de acordo com a reivindicação 1, caracterizado pelo fato de ser para a implementação de um dispositivo provido com um motor trifásico (6), e conectado a uma rede elétrica monofásica (11), em que a etapa de compensação compreende uma operação consistindo em injetar a corrente de carga pelo ponto intermediário (16) de pelo menos uma bobina do estator do motor (6).
12. Processo, de acordo com a reivindicação 1, caracterizado pelo fato de

Petição 870190003289, de 11/01/2019, pág. 19/21

3/3 ser para a implementação de um dispositivo provido de um motor trifásico (6) e conectado a uma rede elétrica trifásica (11), em que a etapa de compensação compreende uma operação consistindo em retificar, por uma ponte de diodo (14), a rede elétrica (11) e inverter uma fase do motor.
13. Processo, de acordo com a reivindicação 1, caracterizado pelo fato de ser para a implementação de um dispositivo provido com um motor trifásico (6) e conectado a uma rede elétrica trifásica (11), em que a etapa de compensação compreende uma operação consistindo em injetar a corrente de carga pelos pontos intermediários (16) das bobinas do estator do motor (6).
14. Dispositivo elétrico combinado de alimentação e de carga, destinado a ser conectado a uma rede elétrica (11), compreendendo um motor AC (6) para um veículo elétrico, um inversor (2), meios de acumulação (5) e meios de comutação (4) permitindo autorizar a alimentação dos enrolamentos do motor (6) pelos meios de acumulação (5) via o inversor (2) ou autorizar a carga dos meios de acumulação (5) na rede elétrica (11) via o inversor (2), e os enrolamentos do motor (6) que então formam respectivamente um conversor de corrente alternada em corrente contínua e indutâncias, o dito dispositivo elétrico caracterizado pelo fato de compreender meios de compensação dos campos magnéticos gerados durante a carga dos meios de acumulação (5) permitindo limitar ou suprimir os movimentos do rotor do motor (6).