(54) Título: CATETER PARA INFUSÃO LOCAL
DE FÁRMACOS (51) Int. Cl.: A61M 25/00 (73) Titular(es): BRZ BIOTECNOLOGIA LTDA.
(72) Inventor(es): ALEXANDRE DO CANTO ZAGO; ELTON LUIZ FERLIN; LUIZ FERNANDO RODRIGUES JÚNIOR (74) Procurador(es): MARCELO BRIZOLARA DE FREITAS
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CATETER PARA INFUSÃO LOCAL DE FARMACOS CAMPO DA INVENÇÃO
A presente invenção diz respeito a um cateter para infusão local de fármacos. Mais especificamente compreende um cateter com vedação proximal e distai, formando uma câmara que potencializa a infusão do fármaco no interior da parede arterial.
ANTECEDENTES DA INVENÇÃO
Cateter-balão compreende um cateter com um balão insuflável na extremidade que é colocado ao nível da lesão, dentro da artéria coronária, dito balão sendo insuflado de forma a comprimir a placa aterosclerótica contra a parede do vaso, aumentando a luz do mesmo, melhorando a passagem de sangue para o músculo do coração.
O objetivo primário da dilatação com balão nas lesões arteriais oclusivas é obviamente o aumento do diâmetro do lúmen arterial o suficiente para restabelecer a adequada perfusão tecidual. Definido o sítio de punção arterial, a artéria é cateterizada, sendo o paciente anticoagulado. A seguir, o cateter-balão é introduzido sobre a guia. No local da estenose ou oclusão, o balão é insuflado.
Os cateteres-balão diferem quanto ao material do balão, a presença de revestimento redutor de fricção do baião, o mecanismo de insuflação do balão, o comprimento da ponta do cateter que se estende após o balão e o comprimento do corpo do balão. O balão deve apresentar um diâmetro insuflado cerca de 10 a 20% superior ao lúmen normal do vaso a ser dilatado.
Os cateteres-balão inicialmente eram confeccionados com cloreto de polivinil (PVC), entretanto, eram muito complacentes, resultando em menores pressões quando insuflados e uma tendência para dilatar além do diâmetro desejado. Atualmente os cateteres-balão são menos
2/10 complacentes e confeccionados com polietileno e derivados, poliester e Dacron trançado.
A literatura técnica apresenta cateteres-balão que promovem a infusão local de fármacos. No entanto, estes cateteres-balão convencionais não promovem a vedação proximal e distai do balão, a fim de concentrar a liberação de fármaco na parede da artéria coronária. De forma adicional, o contato do balão com a parede do vaso sanguíneo gera um aumento da resistência à passagem do fármaco do interior do balão para a parede do vaso, aumentando ainda mais o extra vaza mento do fármaco para os segmentos proximal e distai ao balão. O extravazamento de fármaco proximal ao balão pode propiciar a formação de coágulos, e o extravazamento distai a infusão de doses superiores às necessárias, com seus possíveis efeitos adversos.
Portanto, existe ainda a necessidade de prover um cateter para infusão de fármacos com vedação proximal e distai para potencializar a infusão do fármaco no interior da parede arterial, tal cateter para infusão local de fármacos está sendo descrito e reivindicado no presente pedido.
SUMÁRIO
Em uma primeira modalidade, a presente invenção diz respeito a um cateter para infusão local de fármacos que compreende um cateter de três vias que apresenta na porção proximal um balão oclusor, na porção distai um balão de infusão e orifícios na superfície do cateter dispostos entre o balão oclusor e o balão de infusão para a infusão distai de soro fisiológico.
Em uma segunda modalidade, o cateter para infusão local de fármacos compreende um cateter de uma via, dotado de um balão de
3/10 infusão que apresenta formato alongado, dotado de extremidades com ressaltos simétricos que contatam a parede da artéria coronária, e segmento mediai dotado de rebaixo, com a criação de uma câmara entre a superfície do segmento media! do balão de infusão e a parede da artéria, dita câmara vedada na porção distai e proximal pelos ressaltos dispostos nas extremidades do balão de infusão.
Em uma terceira modalidade, o cateter para infusão local de fármacos compreende um cateter de três vias que apresenta na porção proximal um primeiro balão oclusor e na porção distai um segundo balão oclusor, apresentando orifícios dispostos na superfície do cateter entre o primeiro e o segundo balão oclusor.
É característica da invenção um cateter para infusão local de fármacos dotado de vedação proximal e distai e que gera a formação de uma câmara entre o balão e a parede da artéria coronária, dita câmara preenchida com fármaco quando o balão é insuflado, a fim de concentrar e potencializar a liberação de fármaco na parede da artéria coronária.
É característica da invenção um cateter para infusão loca! de fármacos que apresenta menos área em contato com a superfície da artéria, minimizando o trauma no endotélio da parede arterial, ocasionado pela insuflação do balão de infusão.
É característica da invenção um cateter dotado de balão de ociusão complacente e insuflado a baixa pressão, o que ocasiona dano endoteliaí desprezível.
É característica da invenção um cateter para infusão local de fármacos que reduz significativamente a possibilidade de geração de coágulos e a dispersão do fármaco na circulação ao prover a obstrução da luz arterial e, consequentemente, interromper
4/10 temporariamente o fluxo sanguíneo, permitindo a lavagem do θ/ segmento arterial distal ao balão de oclusão com soro fisiológico, e promovendo a liberação de fármaco somente nas laterais.
BREVE DESCRIÇÃO DOS DESENHOS
A figura 1 apresenta representação do cateter.
A figura 2 apresenta representação do cateter posicionado no interior da artéria, evidenciando a liberação de fármaco.
A figura 3 apresenta detalhamento do balão de infusão e a liberação de fluido medicamentoso na parede da artéria.
A figura 4 apresenta representação do cateter descrito na segunda modalidade posicionado no interior da artéria, evidenciando a liberação de fármaco.
A figura 5 apresenta detalhamento do balão de infusão e a liberação de fluído medicamentoso na parede da artéria.
A figura 6 apresenta representação do cateter da terceira modalidade.
A figura 7 apresenta representação do cateter da terceira modalidade posicionado no interior da artéria, evidenciando a formação da câmara e a liberação do fármaco.
DESCRIÇÃO DETALHADA DA INVENÇÃO
Em uma primeira modalidade, o cateter para infusão local de fármacos, objeto da presente invenção, compreende um cateter (10) de três vias.
A primeira via (11) serve para insuflar o balão de oclusão próxima! (20) e impedir a passagem do fluxo de sangue para o segmento arterial a ser tratado.
A segunda via (12) permite a lavagem com soro fisiológico (retirada de sangue) do segmento no qual o fármaco será infundido,
5/10 com a infusão de soro fisiológico através dos orifícios (15) na porção entre o balão de oclusão (20) e o balão de infusão (30). A lavagem da artéria (100) evita o aprisionamento de sangue no compartimento criado pelo cateter de infusão e a interação do fármaco com sangue estático, o que possibilitaria a formação de coágulos de sangue e a diminuição da penetração do fármaco no interior da parede do vaso.
A terceira via (13) possibilita a infusão do fármaco na parede da artéria coronária (100) por meio da insuflação do balão de infusão (30) e a conseqüente formação de uma câmara preenchida com o fármaco entre o balão de infusão (30) e a parede da artéria coronária (100), dito fármaco que penetra na parede arterial mediante a diferença de concentração. O balão de infusão (30) apresenta orifícios (31) no segmento médio e não permite o extravazamento de fármaco para os segmentos proximal ou distai ao balão de infusão, evitando o desperdício e a administração desnecessária de fármaco, com seus possíveis efeitos adversos.
O cateter para infusão local de fármacos compreende um cateter (10) dotado de três vias (11, 12 e 13) que apresenta na porção proximal um balão oclusor (20) que, quando insuflado, veda a passagem de sangue para o segmento arterial distai ao balão de oclusão (20); na porção distai apresenta um balão de infusão (30) para administração local de fármaco por meio de orifícios (31) dispostos na superfície do balão de infusão (30), dito balão de infusão (30) que apresenta forma geométrica que gera a formação de uma câmara (50) entre o balão de infusão (30) e a parede da artéria coronária (100) a ser preenchida com fármaco quando dito balão de infusão (30) é insuflado; e orifícios (15) na superfície do cateter (10) dispostos entre o balão oclusor (20) e o balão de infusão (30), com a
6/10 finalidade de permitir a infusão distai de soro fisiológico a fim de lavar a artéria (100) e evitar coágulos na luz arterial.
O balão de infusão (30) apresenta formato alongado, dotado de extremidades com ressaltos simétricos (32) que contatam a parede da artéria coronária (100), e segmento mediai dotado de rebaixo (33) que evita o contato da superfície do balão de infusão (30) com a parede da artéria (100), criando uma câmara (50) entre a superfície do segmento mediai (33) e a parede da artéria (100), dita câmara (50) vedada na porção distai e proximal pelos ressaltos (32) dispostos nas extremidades do balão de infusão (30).
A câmara (50) é preenchida pelo fármaco que penetra por diferença de concentração na parede artéria (100), permitindo a infusão do fluído medicamentoso.
O balão de infusão (30) apresenta a superfície do segmento mediai (33) dotada de permeabilidade que permite o curso do fluído medicamentoso em direção à câmara (50) formada entre a superfície do segmento mediai (33) do balão de infusão (30) e a parede da artéria coronária (100).
O balão oclusor (20) e o balão de infusão (30) são preferentemente de material polimérico, tal como, mas não limitado a poiiéster, poliamida, poliuretano, politetrafluoretileno e poliolefinas ou co-poiímeros.
O cateter para liberação local de fármacos é introduzido e posicionado no local desejado pelo médico. A seguir, o balão oclusor (20) é insuflado para vedar a passagem de sangue distai ao balão oclusor (20). Após, é feita a injeção de soro fisiológico no segmento arterial distai ao balão oclusor (20) pelos orifícios (15) dispostos no cateter (10) entre o balão oclusor (20) e o balão de infusão (30). O
7/10 balão de infusão (30) previamente posicionado no local a ser tratado é insuflado, ficando sua porção mediai rebaixada (33) posicionada no segmento arterial em que se deseja a infusão local do fármaco, e os ressaltos (32) vedando as porções proximal e distai, formando uma câmara (50), onde o fluido medicamentoso é dissipado e, posteriormente, penetra por diferença de concentração e pressão.no interior da parede arterial (100).
Em uma segunda modalidade, conforme apresentado nas figuras 4 e 5, o cateter para infusão local de fármacos, objeto da presente invenção, compreende um cateter (10) de uma via (13), dotado de um balão de infusão (30) que apresenta formato alongado, dotado de extremidades com ressaltos simétricos (32) que contatam a parede da artéria coronária (100), e segmento mediai dotado de rebaixo (33) que evita o contato da superfície do balão de infusão (30) com a parede da artéria (100), criando uma câmara (50) entre a superfície do segmento mediai (33) e a parede da artéria (100), dita câmara (50) vedada na porção distai e proximal pelos ressaltos (32) dispostos nas extremidades do balão de infusão (30).
O balão de infusão (30) apresenta orifícios (31) no segmento médio e não permite o extravazamento de fármaco para os segmentos proximal ou distai ao balão de infusão, evitando o desperdício e a administração desnecessária de fármaco, com seus possíveis efeitos adversos.
A câmara (50) é preenchida pelo fármaco que penetra por diferença de concentração na parede artéria (100), permitindo a infusão do fluído medicamentoso.
O balão de infusão (30) apresenta a superfície do segmento mediai (33) dotada de permeabilidade que permite o curso do fluído
8/10 medicamentoso em direção à câmara (50) formada entre a superfície do segmento mediai (33) do balão de infusão (30) e a parede da artéria coronária (100).
O balão de infusão (30) é preferentemente de material polimérico, ta! como, mas não limitado a poliéster, poliamida, poliuretano, politetrafluoretileno e poliolefinas ou co-polímeros.
O cateter para liberação local de fármacos é introduzido e posicionado no local desejado pelo médico. A seguir, é feita a injeção de soro fisiológico na artéria a ser tratada através do cateter-guia. O balão de infusão (30) previamente posicionado no local a ser tratado é insuflado, ficando sua porção mediai rebaixada (33) posicionada no segmento arterial em que se deseja a infusão local do fármaco, e os ressaltos (32) vedando as porções proximal e distai, formando uma câmara (50), onde o fluído medicamentoso é dissipado e, posteriormente, penetra por diferença de concentração e pressão no interior da parede arterial (100).
Em uma terceira modalidade, conforme apresentado nas figuras 6 e 7, o cateter para infusão local de fármacos, objeto da presente invenção, compreende um cateter (10) de três vias.
A primeira via (16) serve para insuflar o primeiro balão de oclusão proximal (60) e impedir a passagem do fluxo de sangue para o segmento arterial a ser tratado.
A segunda via (17) permite a infusão de soro fisiológico e fármaco através dos orifícios (19) dispostos na porção entre o primeiro baião de oclusão (60) e o segundo balão de oclusão (70).
A terceira via (18) serve para insuflar o segundo balão de oclusão dista! (70), formando uma câmara (50) entre o primeiro balão de oclusão (60) e o segundo balão de oclusão (70) e a parede da artéria
9/10 coronária (100), dita câmara (50) preenchida com o fluido medicamentoso, que penetra na parede arterial (100) mediante a diferença de concentração.
O cateter para infusão local de fármacos compreende um cateter dotado de três vias (16, 17 e 18) que apresenta na porção proximal um primeiro balão oclusor (60) e na porção distai um segundo baião oclusor (70), apresentando orifícios (19) dispostos na superfície do cateter (10) entre o primeiro (60) e o segundo baião oclusor (70) para a liberação de fluido medicamentoso.
io Uma câmara (50) é formada no vão entre o primeiro (60) e o segundo balão oclusor (70), quando insuflados, e a parede da artéria coronária (100), dita câmara (50) preenchida pelo fluido medicamentoso que penetra por diferença de concentração na parede da artéria (100), permitindo a infusão do dito fluído medicamentoso.
O primeiro balão oclusor (60) e o segundo balão oclusor (70) são preferentemente de material polimérico, tal como, mas não limitado a poliéster, poliamida, poliuretano, politetrafluoretileno e poliolefinas ou co-polímeros.
O cateter para liberação local de fármacos é introduzido e posicionado no local desejado pelo médico. A seguir, o primeiro baião oclusor (60) é insuflado para vedar a passagem de sangue. O soro fisiológico é injetado através dos orifícios dispostos na superfície do cateter entre o primeiro balão oclusor (60) e o segundo balão oclusor (70) para remover o sangue do segmento arterial a ser tratado, seguido da infusão de um fluido medicamentoso para preencher o espaço entre o primeiro (60) e o segundo balão oclusor (70) com fluido medicamentoso puro, evitando a diluição com o soro fisiológico previamente infundido. Na seqüência e em curto espaço de tempo,
10/10 para evitar a infusão prolongada e em quantidade excessiva de fluido medicamentoso, o segundo baião oclusor (70) é insuflado, formando uma câmara (50) entre os dois balões oclusores (60 e 70) preenchida com fluido medicamentoso puro.
A infusão de fluido medicamentoso através dos orifícios dispostos na superfície do cateter entre o primeiro (60) e o segundo balão oclusor (70) deve ser continuada por um período de tempo a fim de promover a penetração do fármaco por diferença de concentração e pressão no interior da parede arterial (100).
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