BRPI0413293B1 - Palmilha plantar de amortecimento seletivo - Google Patents

Description

PALMILHA PLANTAR DE AMORTECIMENTO SELETIVO

DOMÍNIO TÉCNICO DA INVENÇÃO A presente invenção se refere às palmilhas plantares para utilização em um artigo aquecedor entre uma palmilha do artigo de calçado e a superfície plantar do pé do usuário.

As palmilhas plantares conhecidas são geralmente limitadas por uma superfície principal superior adaptada para estar em contato com a superfície plantar do pé, por uma superfície inferior adaptada para estar em contato com a palmilha de artigo aquecedor e por um contorno periférico conformado para se encaixar no contorno interno do artigo para calçado.

As palmilhas plantares têm geralmente uma finalidade de compensação de tamanho ou de. forma para uma melhor adaptação do artigo de calçado sobre o pé do usuário. Escolhe-se para isso a espessura da palmilha plantar e essa espessura pode ser variável em função das zonas consideradas sob o pé do usuário.

Por outro lado, foram imaginados artigos para calçados nos quais a palmilha integrada ao artigo para calçado apresenta propriedades de amortecimento dos choques, quando d'a utilização.

Assim, o documento US 4.364,189 A descreve um artigo para calçado no qual a palmilha compreende um material em espuma mais denso e mais rígido em uma das duas metades ao longo do eixo longitudinal do pé. Essa disposição não oferece as qualidades suficientes de amortecimento e de estabilidade de um calçado, notadamente de um calçado esportivo. 0 documento US 4.551.930 A descreve um material em espuma mais dura ou mais rígida posicionado sobre todo o perímetro da palmilha integrada a um calçado. O amortecimento e a estabilidade são um pouco melhorados, mas ainda insuficientes. 0 documento US 4.128.950 A descreve um material em espuma mais dura ou mais rígida em torno do perímetro da zona do calcanhar. A estabilidade é um pouco melhorada, mas em detrimento do amortecedor. O documento EP 0 752 216 A descreve artigos para calçados, cuja palmilha integrada apresenta diversas divisões de dureza. As estruturas descritas não chegam, todavia, a um bom compromisso entre o amortecimento e a estabilidade do pé no calçado. E os documentos acima necessitam de prever estruturas particulares de artigos para calçados com palmilha integrada, e as soluções não são adaptáveis a quaisquer tipos de artigos para calçados.

Por outro lado, buscou-se preencher uma função de massagem da planta do pé.

Assim, o documento DE 35 08 582 A descreve uma palmilha que comporta, sobre seu lado superior, zonas convexas elásticas isoladas que constituem calços de massagem. Esses calços de massagem são colocados nas regiões das zonas de reflexos do pé, para agir sobre essas zonas. As zonas de reflexo tais como descritas ficam nitidamente no desvio das zonas de apoio do pé ou abrangem apenas uma pequena parte dessas zonas de apoio. 0 documento US 2001/0039746 Al descreve uma palmilha que comporta zonas convexas elásticas que constituem calços de massagem destinados a melhorar a circulação venosa. Os calços de massagem, tais como descritos, não são colocados de forma específica nas zonas de apoio do pé: a maior parte fica no desvio das zonas de apoio, os outros só abrangem parcialmente certas zonas de apoio.

Os documentos DE 27 09 546 A e WO 99/53785 descrevem uma palmilha que comporta uma zona elástica contínua, que não individualiza as zonas de apoio do pé; e certas zonas de apoio não são abrangidas. O documento US 5.014.706 descreve uma palmilha ortopédica que modifica os apoios patológicos de pés que comportam deformações. Zonas elásticas de palmilha são colocadas de forma a compensar as deformações. Essas zonas não se referem especificamente e de modo individual às zonas de apoio normais do pé.

Mas até o presente, não se deu â palmilha plantar uma função combinada de melhoria do amortecimento e da estabilidade do pé no artigo para calçado.

EXPOSIÇÃO DA INVENÇÃO 0 problema proposto pela presente invenção é de conceber meios adaptáveis na maior parte dos artigos para calçados, assegurando ao mesmo tempo um amortecimento eficaz dos choques sobre o pé, quando da utilização em caminhada ou em corrida, e assegurando simultaneamente uma excelente estabilidade do pé no calçado para evitar os movimentos relativos do pé em relação ao calçado durante a caminhada, a corrida e os movimentos laterais ou de rotação, quando das mudanças de direção.

Sabe-se que a manutenção insuficiente do pé em um calçado pode levar a uma instabilidade, quando de esforços longitudinais, laterais ou em rotação do pé no calçado. Sabe-se também que, quando da utilização, o pé é submetido a choques. Uma estabilidade insuficiente e um amortecimento inapropriado podem levar a aumentar o risco de degradações articulares e tendinosas e reduzem a sensação de conforto. A invenção resulta da observação segundo a qual se pode melhorar sensivelmente o conforto e reduzir sensivelmente os riscos de degradações articulares e tendinosas, combinando, ao mesmo tempo, um amortecimento seletivo eficaz das zonas maiores de apoio do pé no calçado, e uma manutenção lateral específica e individual dessas zonas maiores de apoio do pé que melhora a estabilidade do pé no calçado, para evitar a tendência à saída do calçado do pé e ao deslizamento do pé no calçado, quando dos movimentos de passos, de corrida e de mudança de direção. A invenção visa, além disso, a realizar esses meios que sejam particularmente robustos e eficazes, adaptados a uma utilização em qualquer tipo de artigo para calçado.

Para atingir essas finalidades, assim como outras, a invenção propõe uma palmilha plantar para utilização em um artigo para calçado entre uma palmilha do artigo para calçado e a superfície plantar de um pé, a palmilha plantar sendo limitada por uma superfície principal superior adaptada para estar em contato com a superfície plantar do pé, por uma superfície principal inferior adaptada para estar em contato com a palmilha de artigo para calçado, e por um contorno periférico conformado para ultrapassar a superfície plantar do pé e para se encaixar no contorno interno do artigo para calçado, a palmilha plantar apresentando pelo menos dois enríjecedores ou durezas diferentes em função das zonas de superfície principal consideradas; de acordo com a invenção: - a palmilha compreende, em sua superfície principal, zonas de apoio dispostas, de forma a virem sob cada uma das zonas maiores de apoio do pé; - as zonas de apoio apresentam uma rigidez ou dureza relativa inferior àquela das outras zonas de superfície principal; - as zonas de apoio limitadas por um contorno que passa ao redor dessas zonas maiores de apoio do pé.

Pela combinação das formas e locais específicos das zonas de rigidez ou dureza relativa inferior, e do posicionamento vertical dessas zonas o mais perto do pé do usuário, se resolve eficazmente o problema que está na base da invenção.

Na prática, a invenção determina quatro zonas de apoio na superfície principal, correspondendo a quatro zonas maiores de apoio do pé, quando de uma utilização a mais frequente. Assim, em um modo de realização vantajoso, as zonas de apoio de superfície principal de rigidez ou dureza relativa inferior compreendem uma zona de apoio anterior destinada a vir sob as falangetas do pé, uma zona de apoio intermediária destinada a vir sob as cabeças de metatarsianos do pé, uma zona de apoio posterior destinada a vir sob o calcanhar do pé, e uma zona de apoio externo destinada a vir sob a parte antero-externa do calcâneo, sob o cubóide e sob o quinto metatarsiano do pe.

De preferência, as zonas de superfície principal de rigidez ou dureza relativa superior compreendem um contorno periférico que envolve inteiramente as zonas de apoio de rigidez ou dureza relativa inferior. A estabilidade se acha assim sensivelmente melhorada. A realização dessa palmilha plantar pode ser simplificada, prevendo-se que as zonas de apoio de superfície principal de rigidez ou dureza relativa inferior tenham todas a mesma rigidez ou dureza relativa inferior.

Bons resultados podem ser obtidos, prevendo-se que a rigidez ou dureza relativa inferior esteja compreendida entre 20 e 35 Shore A.

Da mesma forma, para simplificar a estrutura da palmilha plantar e sua realização, as zonas de superfície principal de rigidez ou dureza relativa superior têm todas a mesma rigidez ou dureza relativa superior.

Nesse caso, a rigidez ou dureza relativa superior pode estar compreendida entre 38 e 50 Shore A.

Na prática, para determinar as zonas de durezas diferentes, é possível basear-se na morfologia média dos usuários. Assim, para uma palmilha plantar de tamanho 42: - a zona de apoio anterior é circunscrita em polígono definido pelos vetores ab (2,6 cm, 240°), bc (2,6 cm, 180°), cd (0,9 cm, 120°), de (1,9 cm, 50°), ef (6,3 cm, 120 °) , fg (2,5 cm, 0 o), gh (5 cm, 310°), hi (1,6 cm, 270°), ia (0,8 cm, 0o) ; - o conjunto formado pela zona de apoio intermediária, a zona de apoio posterior e a zona de apoio externa é circunscrita em um polígono definido pelos vetores: jk (2,2 cm, 270°), kl (4,6 cm, 180°), lm (2,2 cm, 90°), mn (1,1 cm, 0o), no (3,7 cm, 105°), op (4,8 cm, 195°), pq (7,7 cm, 215°), qr (3,7 cm, 160°), rs (3,2 cm, 90°), st (1,8 cm, 35 °), tu (14,8 cm, 10°), uv (4,3 cm, 305°}, vj (1,7 cm, 270°).

Em uma realização adaptada às fabricações em séries em número limitado, a palmilha plantar, de acordo com a invenção, pode ser constituída de uma ligação por colagem de um primeiro material elastômero que constitui as zonas de rigidez ou dureza relativa superior, e de um segundo material elastômero que constitui as zonas de apoio de rigidez ou dureza relativa inferior, com a colagem de uma película anti-bacteriana e de uma tela de conforto. DESCRIÇÃO SUMÁRIA DOS DESENHOS

Outros objetivos, características e vantagens da presente invenção sobressairão da descrição seguinte de modos de realização particulares, feita em relação com as figuras anexadas, dentre as quais; - a figura 1 representa uma vista da superfície principal superior de uma palmilha plantar de pé direito, de acordo com um modo de realização da presente invenção; - as figuras 2, 3 e 4 ilustram vistas laterais em corte longitudinal da palmilha da figura 1, respectivamente segundo os planos A-A, B-B e C-C da figura 1; - as figuras 5, 6, 7 e 8 ilustram cortes transversais do calço da figura 1, respectivamente segundo os planos D-D, E-E, F-F e G-G da figura 1, e - a figura 9 ilustra, em vista de topo, a posição relativa das zonas de apoio na palmilha e das partes do esqueleto do pé constituindo as zonas maiores de apoio do pé.

DESCRIÇÃO DOS MODOS DE REALIZAÇÃO PREFERIDOS

No modo de realização ilustrado nas figuras, um calço plantar, de acordo com a invenção, é limitado por uma superfície principal superior 1, uma superfície principal inferior 2, e um contorno periférico 3. A superfície principal inferior 2 é adaptada para estar em contato com uma palmilha de artigo para calçados. Na realização ilustrada, ela pode se adaptar a um artigo para calçado, cuja superfície de apoio é ondulada no sentido longitudinal para acompanhar a curvatura anatômica geral habitual do pé, e cuja superfície de apoio é côncava no sentido transversal. 0 contorno periférico 3 é conformado para se encaixar no contorno interno do artigo para calçado, e apresenta para isso em vista de topo as curvaturas habituais dos contornos periféricos das palmilhas plantares conhecidas. A superfície principal superior 1 apresenta, em repouso, uma forma geral habitual para os calços plantares, e essa forma pode ser variável, sem sair do âmbito da presente invenção.

Assim, na realização ilustrada nas figuras 2 a 4, a espessura da palmilha plantar é ligeiramente variável ao longo de um plano longitudinal considerado e varia em função da posição transversal do plano longitudinal considerado. Essa espessura pode ser maior na zona central que se situa sob a planta do pé, e menor nas zonas de extremidade. Nesse caso, se obtém um efeito de compensação.

Da mesma forma, nessa mesma realização ilustrada nas figuras 5 a 8, a espessura do cálcio plantar é variável ao longo de um mesmo plano transversal considerado, e varia em função do plano transversal considerado.

Em uma realização prática ilustrada nas figuras, referentes a uma palmilha de tamanho 42, considera-se o plano longitudinal mediano X-X da palmilha, correspondente ao plano sagital do pé, o plano longitudinal A-A situado no desvio do plano X-X segundo uma distância de 20 mm aproximadamente era direção à borda interna da palmilha, o plano longitudinal B-B situado no desvio do plano X-X, segundo uma distância de 10 mm aproximadamente em direção â borda externa da palmilha, e o plano longitudinal C-C situado no desvio do plano X-X segundo uma distância de 33 mm aproximadamente em direção â borda externa da palmilha. Sobre o corte no plano A-A, ilustrado na figura 2, a espessura da palmilha na extremidade anterior pode ser da ordem de 6 mm, enquanto que sua espessura em zona mediana da ordem de 11 mm e sua espessura na extremidade posterior pode ser da ordem de 9 mm. Da mesma forma, no corte segundo o plano B-B, a espessura anterior da ordem de 6 mm, a espessura central é da ordem de 12 mm e a espessura posterior é da ordem de 8 mm. Enfim no plano C-C, a espessura anterior é da ordem de 6 mm, a espessura central é da ordem de 10 mm e a espessura posterior é da ordem de 8 mm.

As espessuras são dadas a titulo de exemplo ilustrativo, e são capazes de variações em função notadamente dos amortecimentos a realizar. Poderão assim ser escolhidas espessuras aumentadas para elevar as propriedades de amortecimento ou vice-versa.

Consideram-se era seguida os planos transversais marcados em relação à ponta dianteira la da palmilha: o plano D-D é de 5,5 cm aproximadamente da ponta, o plano E-E é de 11 cm aproximadamente da ponta, o plano F-F é de 15,5 cm aproximadamente da ponta, e o plano G-G é de 22 cm aproximadamente da ponta.

Em cada um dos planos transversais, a espessura da palmilha se reduz até se anular ao longo da borda interna e ao longo da borda externa, A espessura central varia em função do plano transversal considerado. Por outro lado, a superfície principal inferior 2 é convexa, enquanto que a superfície principal superior 1 é côncava. Assim, no plano D-D ilustrada na figura 5, a concavidade da superfície principal superior 1 forma um cavado de aproximadamente 5 mm, assim como no plano transversal E-E ilustrado na figura 6. No plano transversal G-G ilustrado na figura 8, o cavado é de aproximadamente 12 mm, 0 comprimento da palmilha de tamanho 42 é de 27,5 cm. Sua largura é variável em função do plano transversal considerado: a largura é de aproximadamente 8,5 cm no plano transversal D-D, de aproximadamente 9,5 cm no plano E-E, de aproximadamente 7,5 cm no plano F-F e de aproximadamente 7 cm no plano G-G. A palmilha plantar, no modo de realização ilustrado nas figuras 2 a 4, compreende uma estrutura de base 5 sobre a qual é fixada uma película superior 4 ela própria de preferência recoberta de uma tela de conforto 4a que constitui a superfície superior 1 e adaptada para o contato com a pele do pé. A película superior 4 pode vantajosamente ser em material anti-bacteriano, da espessura da ordem de 1 mm. Pode-se assim escolher, para a estrutura de base 5, um material diferente, adaptado aos efeitos buscados, e do qual não se tem de se assegurar da compatibilidade com o contato do pé. A palmilha plantar da invenção é destinada a cooperar com o pé de uma forma particular, para se assegurar as funções de amortecimento eficaz dos choques sobre o pé e de estabilidade do pé no calçado, quando dos movimentos de caminhada, de corrida, de rotação ou de carregamento de direção.

Para isso, o calçado coopera essencialmente com as zonas maiores de apoio do pé, que são ilustradas na figura 9.

Nessa figura 9, representou-se, em vista de topo, a projeção horizontal do esqueleto 20 do pá. Distinguem-se as falangetas 21, 22, 23, 24 e 25, as cabeças de metatarsianos 26, 27, 28, 29 e 30, o calcâneo 31 que comporta uma parte posterior 31a que constitui o calcanhar e uma parte ântero-externa 31b, uma parte externa do cubóide 32, e enfim o quinto metatarsiano 33. O conjunto das falangetas 21-25 constitui uma primeira zona maior de apoio do pé. As cabeças de metatarsianos 26-30 constituem uma segunda zona maior de apoio do pé. A parte posterior 31a do calcâneo, ou talão, constitui uma terceira zona maior de apoio do pé, junto com a parte ântero-externa 31b do calcâneo, com o cubóide 32 e com o corpo do quinto metatarsiano 33.

Considerando-se de novo a figura 1, distingue-se, sobre a superfície principal 1, que a palmilha, de acordo com a invenção, compreende as zonas distintas, e essas zonas têm propriedades mecânicas distintas.

Considera-se a superfície principal superior 1, ilustrada na figura 1, tendo sido retirada a película superior 4 e a tela de conforto 4a. Distingue-se uma zona de apoio anterior 6 destinada a vir sob as falangetas 21-25 do pé do usuário, uma zona de apoio intermediária 7 destinada a vir sob as cabeças de metatarsianos 26-30 do pé do usuário, uma zona de apoio posterior 8 destinada a vir sob o calcanhar do pé do usuário, e uma zona de apoio externa 9 destinada a vir sob a parte ântero-externa do calcâneo 31b, sob o cubóide 32 e sob o quinto metatarsiano 33 do pé do usuário. A posição relativa das zonas de apoio 6-9 da palmilha e das zonas maiores de apoio do pé é mais visível na figura 9. Conforme se vê nessa figura, a zona de apoio anterior 6 é limitada por um contorno contínuo que contorna a primeira zona maior de apoio do pé constituída pelas falangetas 21-25. Em outros termos, o contorno da zona de apoio anterior 6 é relativamente próxima do contorno das falangetas 21-25, seguindo esse contorno de forma relativamente fiel, conforme ilustrado na figura 9. Da mesma forma, a zona de apoio intermediário 7 é limitada por um contorno que envolve a segunda zona maior de apoio do pé constituída pelas cabeças de metatarsianos 26-30. Esse contorno da zona de apoio intermediária 7 segue bastante fielmente o contorno das cabeças de metatarsianos 26-30, conforme ilustrado na figura 9. A zona de apoio posterior 8 é também limitada por um contorno que envolve a zona maior de apoio do pé constituída pelo calcanhar 31a, conforme se vê na figura 9. Enfim, a zona de apoio externa 9 é limitada por um contorno que envolve aproximadamente a zona maior de apoio do pé constituída pela parte ântero-externa do calcâneo 31b, pelo cubóide 32 e pelo quinto metatarsiano 33, conforme ilustrado na figura 9.

Essas zonas de apoio 6, 7, 8, 9 assim definidas constituem, na superfície principal 1, zonas de superfície principal, tendo uma rigidez ou dureza relativa inferior. 0 resto da palmilha plantária constitui zonas de superfície principal de rigidez ou dureza relativa superior.

As zonas de rigidez ou dureza relativa superior compreendem um contorno periférico 10 que envolve inteiramente as zonas de apoio de rigidez ou dureza relativa inferior 6, 7, 8 e 9. Tendo uma rigidez ou dureza relativa superior, encontra-se também uma zona plantar 11, uma zona transversal intermediária 12 e uma zona de extremidade anterior 13.

Quando de uma pressão do pé sobre a palmilha plantar, as zonas de apoio de superfície principal de rigidez ou dureza relativa inferior, a saber a zona de apoio anterior 6, a zona de apoio intermediário 7, a zona de apoio posterior 8 e a zona de apoio externa 9, recebem as zonas maiores de apoio do pé, e sofrem, portanto, os esforços mecânicos os mais importantes do pé. Elas se deformam elasticamente sob a ação do pé. Graças ao fato de sua rigidez ou dureza relativa ser menor, aumenta-se a deformação sob esforço das zonas de apoio anterior 6, intermediária 7, posterior 8 e externa 9, favorecendo uma certa penetração localizada do pé nessas zonas, amplificando os efeitos de manutenção periférica e intermediária pelas outras zonas adjacentes de palmilha plantar tendo uma rigidez ou dureza relativa superior e que se deforma um pouco. Resulta daí, ao mesmo tempo, um bom amortecimento dos choques, graças à deformação das zonas de apoio de rigidez ou dureza relativa inferior, e melhor estabilidade do pé no calçado, graças à menor deformação das zonas adjacentes de superfície principal de rigidez ou dureza relativa superior. A rigidez ou dureza das zonas de apoio de rigidez ou dureza relativa inferior pode estar compreendida entre 20 e 35 Shore A. Da mesma forma, a rigidez ou dureza das zonas de rigidez ou dureza relativa superior pode estar compreendida entre 38 e 50 Shore A, com vantajosamente uma diferença de dureza de pelo menos 10 Shore A entre a dureza relativa superior e a dureza relativa inferior, e com, de preferência, uma diferença de dureza de pelo menos 15 Shore A.

Na prática, as zonas de apoio 6, 7, 8 e 9 de rigidez ou dureza relativa inferior podem ser determinadas com contornos curvilíneos conforme representado nas figuras 1 e 9, a zona de apoio anterior 6 sendo constituída da associação de cinco zonas correspondendo, cada uma, a uma das falangetas, a zona de apoio intermediária 7 sendo geralmente constituída de cinco zonas ovais, correspondendo, cada uma, a uma das cabeças de metatarsianos do pé, a zona de apoio posterior 8 sendo de forma oval ou circular adaptada à forma do calcanhar do pé do usuário, e a zona de apoio externa 9 tendo uma largura que se reduz progressivamente a partir da zona posterior 8 até a posição de zona de apoio intermediária 7 correspondente à cabeça do quinto metatarsiano.

Podem-se também definir essas zonas de apoio 5-9 de rigidez ou dureza reduzida, considerando-se que são inscritas em dois polígonos definidos como se segue.

Para uma palmilha de tamanho 42, a zona de apoio anterior 6 é circunscrita em um polígono abcdefghi no qual o ponto de origem a fica a aproximadamente 1,6 cm na traseira da borda do topo anterior de palmilha plantar e a 1,1 cm aproximadamente do plano mediano X-X em direção à borda interna da . palmilha; os lados do polígono são marcados pelos vetores correspondentes dados por seu comprimento e por seu ângulo computado no sentido trigonométrico a partir do eixo longitudinal mediano X-X considerado da traseira para a frente da palmilha plantar vista de topo: ab (2,6 cm, 240°), bc (2,6 cm, 180°), cd (0,9 cm, 120°), de (1,9 cm, 50°), ef (6,3 cm, 120°), fg (2,5 cm, 0o), gh (5 cm, 310°), hi (1,6 cm, 270°) , ia (0,8 cm, 0o). A zona de apoio intermediária 7, a zona de apoio posterior 8 e a zona de apoio externa 9 formam um conjunto circunscrito em um polígono definido de forma similar partindo de um ponto de origem j situado a 1,1 cm do eixo longitudinal mediano X-X em direção â borda interna da palmilha plantar e a 7,6 cm na traseira da borda anterior da palmilha plantar, traçam-se os vetores jk (2,2 cm, 270 °), kl (4,6 cm, 180°), lm (2,2 cm, 90°), mn (1,1 cm, 0o), no (3,7 cm, 105°), op (4,8 cm, 195°), pq (7,7 cm, 215 °) , qr (3,7 cm, 160°), rs (3,2 cm, 90°), st (1,8 cm, 35°), tu (14,8 cm, 10°), uv (4,3 cm, 305°), vj (1,7 cm, 270°). A posição e o tamanho das zonas de apoio de rigidez ou dureza relativa inferior são também bem visíveis nas figuras 2 a 4 em corte longitudinal, e nas figuras 5 a 8 em corte transversal. Sobre os cortes transversais, distingue-se claramente a repartição das zonas de apoio de superfície principal de rigidez ou dureza relativa inferior, e zonas de superfície principal de rigidez ou dureza relativa superior. Em particular, em corte no plano D-D conforme ilustrado na figura 5, o contorno periférico 10 apresenta uma largura de aproximadamente 10 mm ao longo da borda interna da palmilha, e uma largura de aproximadamente 15 mm ao longo da borda externa da palmilha; em corte no plano E-E conforme ilustrado na figura 6, o contorno periférico 10 apresenta uma largura de aproximadamente 6 mm ao longo da borda interna, e de aproximadamente 25 mm ao longo da borda externa; em corte no plano F-F, conforme ilustrado na figura 7, o contorno periférico é muito largo ao longo da borda interna, e apresenta uma largura de aproximadamente 12 mm ao longo da borda externa; enfim, em corte segundo o plano G-G, conforme ilustrado na figura 8, o contorno periférico 10 apresenta uma largura de aproximadamente 12 mm ao longo da borda interna, e uma largura de aproximadamente 14 mm ao longo da borda externa.

Compreende-se, considerando-se os cortes transversais dos planos D-D, E-E, F-F e G-G, nas figuras respectivas 5 a 8, que a disposição das zonas de apoio de superfície superior de dureza relativa inferior, envolvidas por zonas adjacentes de superfície principal superior à dureza relativa superior, favorece u'a manutenção lateral eficaz da palmilha sobre o pé, e se opõe a qualquer deslizamento ou qualquer rotação da palmilha em relação ao pé. Por exemplo, compreende-se que, na figura 5, em conseqüência da deformação sob esforço da zona de apoio anterior 6, a primeira zona maior de apoio do pé constituída pelas falangetas 21-25 se acha orientada lateralmente às extremidades 6a e 6b da zona de apoio anterior 6 pelas partes adjacentes de palmilha de rigidez ou dureza relativa superior, no caso presente constituídas pelas partes laterais do contorno periférico 10, que se deforma menos e constitui um rebordo lateral.

Da mesma forma, considerando-se o corte longitudinal da figura 3, compreende-se que a primeira zona maior de apoio do pé constituída pelas falangetas 21-25 deforma sob esforço a zona de apoio anterior 6, e se acha orientada longitudinalmente às extremidades 6c e 6d da zona de apoio anterior 6 pelas partes adjacentes de palmilha em material de rigidez ou dureza relativa superior. Resulta daí uma melhoria sensível da estabilidade do pé no calçado, ou da estabilidade do calçado sobre o pê, quando dos movimentos de mudança de direção, quando da caminhada, quando da corrida notadamente.

As faixas acima, determinadas para um tamanho 42, são capazes de variações de mais ou menos 3 mm em largura e em comprimento.

Como é habitual na indústria dos artigos para calçados, os outros tamanhos são determinados por homotetia. A película superior 4 e a tela de conforto 4a são suficientemente finas e flexíveis para não afetar a eficácia da estrutura de base 5 em zonas de durezas relativas diferentes.

Uma forma de realização consiste em prever uma palmilha inteiramente em uma matéria elastômero de dureza igual à rigidez ou dureza relativa superior, em recortar as zonas previstas para ter uma rigidez ou dureza relativa inferior, em colar nas zonas assim recortadas das placas de um material de rigidez ou dureza relativa inferior, depois em colar a película superior 4 antibacteriana e a tela de conforto 4a. Podem-se utilizar, como materiais que constituem o corpo de palmilhas, elastômeros em espuma com células fechadas de densidades apropriadas para realizar as durezas buscadas. Bons resultados foram obtidos, utilizando-se, como material das zonas de superfície principal superior de rigidez ou dureza relativa superior, um produto distribuído sob a denominação ALCAFORM BIANCO tendo uma densidade de 200, enquanto que o material que forma as zonas de apoio 6-9 ou zonas de superfície principal de rigidez ou dureza relativa inferior é formado de um produto distribuído sob a denominação NORA LUMARMIDE, de densidade próxima de 100 ou 110. A presente invenção não está limitada aos modos de realização que foram explicitamente descritos, mas ela aí inclui as diversas variantes e generalizações contidas no domínio das reivindicações a seguir.

Claims (10)

1. Palmilha plantar para utilização em um artigo para calçado entre uma palmilha do artigo para calçado e a superfície plantar de um pé, a palmilha plantar sendo limitada por uma superfície principal superior (1) adaptada para estar em contato com a superfície plantar do pé, por uma superfície principal inferior (2) adaptada para estar em contato com a palmilha de artigo para calçado, e por um contorno periférico (3) conformado para ultrapassar a superfície plantar do pé e para se encaixar no contorno interno do artigo para calçado, a palmilha plantar apresentando pelo menos dois enrijecedores ou durezas diferentes em função das zonas (6-13) de superfície principal consideradas, em que: - a palmilha compreende, em sua superfície principal (1) , zonas de apoio (6-9) dispostas de forma a virem sob cada uma das zonas maiores de apoio do pé, isto é, uma zona de apoio anterior (6) destinada a vir sob as falangetas do pé, uma zona de apoio intermediária (7) destinada a vir sob as cabeças de metatarsianos do pé, uma zona de apoio posterior (8) destinada a vir sob o calcanhar do pé, e uma zona de apoio externa (9) destinada a vir sob a parte ântero-externa do calcâneo, sob o cubóide e sob o quinto metatarsiano do pé; - as zonas de apoio (6-9) apresentarem uma rigidez ou dureza relativa inferior àquela das outras zonas (10-13) de superfície principal (1); as zonas de apoio (6-9) serem limitadas por um contorno que envolve essas zonas maiores de apoio do pé; CARACTERIZADO PELO FATO DE QUE: - a zona de apoio intermediária (7) é adaptada de modo a vir sob as cabeças de metatarsianos do pé; e a zona de apoio anterior (6) é separada da combinação formada pelas zonas de apoio intermediária (7), zona de apoio posterior (8) e zona de apoio externa (9) por uma zona transversal intermediária (12).

2. Palmilha plantar, de acordo com a reivindicação 1, caracterizada pelo fato das zonas (10-13) de superfície principal de rigidez ou dureza relativa superior compreenderem um contorno periférico (10) que envolve inteiramente as zonas de apoio (6-9) de rigidez ou dureza relativa inferior.

3. Palmilha plantar, de acordo com a reivindicação 1 ou 2, caracterizada pelo fato das zonas de apoio (6-9) de superfície principal (1) de rigidez ou dureza relativa inferior terem todas a mesma rigidez ou dureza relativa inferior.

4. Palmilha plantar, de acordo com a reivindicação 3, caracterizada pelo fato da rigidez ou dureza relativa inferior estar compreendida entre 20 e 35 Shore A.

5. Palmilha plantar, de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 4, caracterizada pelo fato das zonas (1013) de superfície principal de rigidez ou dureza relativa superior terem todas a mesma rigidez ou dureza relativa superior.

6. Palmilha plantar, de acordo com a reivindicação 5, caracterizada pelo fato dessa rigidez ou dureza relativa superior estar compreendida entre 38 e 50 Shore A.

7. Palmilha plantar, de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 6, caracterizada pelo fato de, para uma palmilha plantar de tamanho 42: - a zona de apoio anterior (6) ser circunscrita em um polígono definido pelos vetores ab (2,6 cm, 240°), bc (2,6 cm, 180°), cd (0,9 cm, 120°), de (1,9 cm, 50°), ef (6,3 cm, 120°), fg (2,5 cm, 0o), gh (5 cm, 310°), hi (1,6 cm, 270°), ia (0,8 cm, 0o) ; - o conjunto formado pela zona de apoio intermediária (7), pela zona de apoio posterior (8) e pela zona de apoio externa (9) ser circunscrito em um polígono definido pelos vetores: jk (2,2 cm, 270 °) , kl (4,6 cm, 180°), lm (2,2 cm, 90°), mn (1,1 cm, 0o), no (3,7 cm, 105°), op (4,8 cm, 195°), pq (7,7 cm, 215°), qr (3,7 cm, 160°), rs (3,2 cm, 90°), st (1,8 cm, 35°), tu (14,8 cm, 10°), uv (4,3 cm, 305°), vj (1,7 cm, 270°) .

8. Palmilha plantar, de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 7, caracterizada pelo fato da espessura da palmilha plantar ser variável ao longo de seu comprimento, com uma espessura maior em zona central e menor nas zonas de extremidade, considerando-se o comprimento da palmilha plantar.

9.

Palmilha plantar, de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 8, caracterizada pelo fato de ser constituída de uma ligação por colagem de um primeiro material elastômero que constitui as zonas (10-13) de rigidez ou dureza relativa superior, e de um segundo material elastômeros que constitui as zonas de apoio (6-9) de rigidez ou dureza relativa inferior, com a colagem de uma película superior (4) anti-bacteriana e de uma tela de conforto (4a).